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2Módulo Introdução a Gestão de Processos Estratégia e Planejamento Gestão de Processos Enap, 2021 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Eduardo Caldas Rossi, 2021. Diretoria de Desenvolvimento Profissional. Enap, 2021 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Sumário Unidade 1: Compreendendo os conceitos e diferenças ...................4 1.1 Gestão de Processos e Gestão de Projeto: Quais as Diferenças? ......................... 4 1.2 Estruturas Organizações: Gestão Tradicional e Gestão por Processos .............. 6 1.3 Falsos Sinônimos: “Gestão de processos” ou “Gestão por processos”? ............ 10 Referências .......................................................................................................................13 Unidade 2: Compreendendo a Gestão de Processos ......................14 2.1 Conhecendo o Business Process Management (BPM) ......................................... 14 2.2 Conhecendo a Hierarquia dos processos ............................................................... 17 2.3 Cadeia de Valor: O Que É e Qual a sua Importância? ........................................... 20 Referências .......................................................................................................................25 Unidade 3: Monitorando Processos ..................................................27 3.1 Indicadores e Metas de um Processo ..................................................................... 27 Referências .......................................................................................................................32 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração PúblicaEnap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Gestão de Processos2 Este módulo abordará as diferenças entre diversos conceitos de gestão. Para iniciar, serão abordadas a diferenças e semelhanças entre a gestão de processos e gestão de projetos Está pronto para continuar a viagem rumo à compreensão sobre a gestão de processos? 1.1 Gestão de Processos e Gestão de Projeto: Quais as Diferenças? Unidade 1: Compreendendo os conceitos e diferenças Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as diferenças e similaridades de metodologias de gestão. É muito comum haver confusão entre os conceitos de projetos e processos. Abaixo, estão listados os principais pontos de relevância referentes às características de cada conceito: Característica Projeto Processo Objetivo Mudança, novidade Rotina Temporalidade Início e fim estabelecidos Permanente e cíclico Previsibilidade Resultado incerto Resultado previsível Foco de gestão Integração Disciplina Equipe Momentânea Constante Semelhanças • Realizados por pessoas; • Limitados aos recursos disponíveis; • Planejados, executados e controlados; • Realizados para atingir objetivos organizacionais ou instrumentos estratégicos. Gestão de Processos e Processos. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5 Projeto: esforço temporário empreendido com o objetivo de criar um produto, serviço ou resultado único (PMI, 2017). Projetos são caracterizados por serem esforços que possuem um início e um fim. O resultado desse trabalho é um resultado novo ou único. A seguir, veja alguns exemplos de projetos: • Construção ou reforma de um prédio; • Desenvolvimento de sistema (TIC); • Implantação de uma política pública; • Melhoria de um processo de trabalho; • Criação de uma nova área na organização; • Lançamento de um novo produto ou serviço; • Elaboração de um plano de capacitação. Processo: conjunto definido de atividades e comportamentos que são realizados por humanos ou máquinas com o objetivo de atingir uma ou mais metas (ABPMP, 2013). Os processos são caracterizados pelo esforço contínuo e pelos resultados previsíveis. A partir da execução das atividades estabelecidas, a instituição agrega valor aos insumos, transformando-os em produtos e serviços que atendem às necessidades do cliente. Veja exemplos de processos: • Fabricação de pães em uma padaria; • Produção das refeições em um restaurante; • Homologação da folha de pagamento; • Realização de processos licitatórios em entes públicos; • Atendimento ao público; • Limpeza de um edifício. Em suma, projetos criam produtos, serviços ou melhorias, enquanto processos são executados para criar os produtos, serviços ou melhorias. 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Observe a diferença nos exemplos a seguir: • Criação de uma nova receita para o restaurante (projeto); • Execução rotineira da receita para cozinhar os pratos (processo); • Criação de um novo modelo de avião (projeto); • Fabricação de aviões (processo); • Elaboração da planta de um prédio para nova sede (projeto); • Construção do edifício (processo). Um dos instrumentos de gestão utilizados pelos dirigentes organizacionais para gerenciar as empresas é estrutura organizacional. Ela busca organizar a empresa em relação às atividades e recursos necessários para o cumprimento dos objetivos estratégicos. 1.2 Estruturas Organizações: Gestão Tradicional e Gestão por Processos Na Teoria Clássica de Administração foi estabelecida a estrutura organizacional funcional. Essa forma de estruturar empresas é uma das mais utilizadas até hoje, sobretudo em organizações de pequeno e médio porte. O estabelecimento da estrutura funcional é embasado na qualificação do trabalho e na divisão dos departamentos e setores de acordo com a função das atividades executadas por cada área. O estabelecimento das unidades aponta quais atividades serão realizadas pelos colaboradores em cada setor, com hierarquias e processos bem definidos. Observe um organograma genérico de uma empresa: Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7 A estrutura funcional também é conhecida como estrutura de silos, uma vez que sua representação se assemelha à estrutura de armazenagem de grãos. Organograma funcional genérico. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Silos de estocagem de grãos. Fonte: Pixabay. Vendas Pós-venda RegionaisPublicidad e Marketing Preço / Praça Presidência Assessoria Diretori a de Administração Diretori a Comercia l Produto 1 Produto 2 Produto 3 Diretori a Técnica Gestão de Pessoas Logístic a Finanças Diretori a de Marketing 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Silos organizacionais. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Observe que o modelo funcional tem como característica a comunicação limitada, em geral interna a cada departamento e permeando as demais áreas por meio dos gestores e diretores. Nesse modelo, é comum as empresas mapearem seus processos por meio de entrevistas com as chefias de cada departamento. O chefe, então, é responsável por informar as atividades e responsabilidades de seus subalternos. A transversalidade de um processo. Fonte: Maranhão; Macieira (2004). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9 As instituições observaram que esse modelo gera dificuldades não apenas na comunicação, pois os processos também se tornam burocráticos. Assim, as instituições têm buscado uma abordagem mais moderna na estruturação, com um modelo de gestão direcionado de acordo com os processos e não com os departamentos. O mapeamento de processos tem objetivo de “tombar” a gestão da organização, permitindo que ela seja orientada por processos (horizontalmente), e não mais verticalmente (LAVORENTI, 2016). Os modelos em que o processo ganha protagonismo utilizam a gestão por processos. Estruturas Organizacionais por processos. Fonte: Paim et al. (2009). Estruturação organizacionalna Administração Pública A administração pública federal possui normativos que estabelecem as diretrizes que orientam a estruturas organizacionais das instituições públicas. Para os Ministérios, os órgãos da Presidência da República e as autarquias, a estrutura organizacional é aprovada por ato do Presidente da República. Nestes casos, a estrutura 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública regimental, em geral, descreve as competências das áreas dos níveis estratégicos. Esta estratégia tem como intuitos a eliminação das superposições e fragmentações das ações, o aumento da eficiência, eficácia e efetividade do gasto público e da ação administrativa, bem como a racionalização de níveis hierárquicos e aumento da amplitude de comando da esfera pública. As atividades de desenvolvimento organizacional dos órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo federal devem ser estruturadas e seguir o regramento do Sistema de Organização e Inovação Institucional do Governo Federal (SIORG). Observe o organograma dos órgãos da administração pública federal no site do Ministério da Economia: clique aqui. 1.3 Falsos Sinônimos: “Gestão de processos” ou “Gestão por processos”? Problemas semânticos na área de gestão de processos são causados por expressões administrativas que ocorrem a partir de nomes muito semelhantes, porém com significados distintos (SORDI, 2005). Para facilitar a compreensão, pode-se relacionar a gestão de processos com o esforço de estabelecer sistemas de trabalho submetidos a descrições, mensurações e controles das atividades em função do que foi planejado. Gerir processos é, portanto, monitorá-los para manter a conformidade e os resultados pretendidos. Esse monitoramento ocorre nas diversas áreas que constituem uma organização, de acordo com suas especificidades: gestão de pessoas, suprimentos, tecnologia e assim por diante. Todas essas áreas têm os seus processos e eles precisam, obviamente, ser monitorados de forma eficiente. https://siorg.planejamento.gov.br/siorg-cidadao-webapp/pages/organograma/organograma_filtro.jsf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11 No entanto, no caso da gestão por processos, a perspectiva é mais global ou mais sistêmica, envolvendo o conjunto da organização. A gestão por processos significa gerir a organização considerando a interação entre os processos, bem como entre processos e ambiente. Em outras palavras, a gestão de processos é uma abordagem administrativa e se apresenta como uma abrangência muito reduzida em comparação com a gestão por processos, que é um estilo de gerenciamento da própria organização. Por ter uma perspectiva mais estratégica, a gestão por processos exige que a organização atenda a alguns requisitos: • Clareza de sua missão e objetivos; • Identificação e definição dos processos críticos; • Definição dos serviços e/ou produtos que pretendem oferecer em função de um público determinado; • Disponibilidade dos recursos necessários para gerar os serviços ou produtos pretendidos; e • Capacidade para gerenciar o fluxo de informações e as atividades necessárias para atingir os resultados pretendidos e a satisfação dos clientes ou usuários. Fica claro, portanto, que os dois conceitos são distintos e envolvem perspectivas diferentes, mas não se excluem de forma intransponível. A organização orientada por processos precisa, necessariamente, de processos bem monitorados, caso contrário inviabiliza a possibilidade de tê-los funcionando eficientemente em rede ou de forma sistêmica. A imagem a seguir ilustra bem a diferença entre os conceitos: 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diferença entre Gestão por Processos e Gestão de Processos. Fonte: Freepik. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Gestão por Processos Gestão de ProcessosVisão departamental Visão interdepartamental Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13 ABPMP - ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS MANAGEMENT PROFESSIONALS. BPM CBOK: Guia de gerenciamento de processos de negócio corpo comum de conhecimento. Brasil: ABPMP Brazil, 2013. Disponível em: https://cdn.ymaws.com/ www.abpmp.org/resource/resmgr/Docs/ABPMP_CBOK_Guide__Portuguese.pdf. Acesso em: 07 fev. 2022. LAVORENTI, Mário Sérgio. O tombamento da gestão empresarial por meio de processos. 2016. Gauss Consulting Group. Disponível em: https://gaussconsulting. com.br/blog/o-tombamento-da-gestao-empresarial-por-meio-de-processos/. Acesso em: 07 fev. 2022. MARANHÃO, Mauriti; MACIEIRA, Maria Elisa Bastos. O processo nosso de cada dia: modelagem de processos de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. PAIM, Rafael; CARDOSO, Vinicius; CAULLIRAUX, Heitor; CLEMENTE, Rafael. Gestão de Processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookman, 2009. PMI - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia PMBOK®: Um Guia para o Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, 6ª edição, Pennsylvania: PMI, 2017. RAMOS, Karoll Haussler Carneiro. Processos de Negócios. 2021. Apostila. VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S/A. Brasília, 2021. SORDI, José Osvaldo, Gestão por processos: uma abordagem da moderna administração. São Paulo: Saraiva, 2005. Referências https://cdn.ymaws.com/www.abpmp.org/resource/resmgr/Docs/ABPMP_CBOK_Guide__Portuguese.pdf https://cdn.ymaws.com/www.abpmp.org/resource/resmgr/Docs/ABPMP_CBOK_Guide__Portuguese.pdf https://gaussconsulting.com.br/blog/o-tombamento-da-gestao-empresarial-por-meio-de-processos/ https://gaussconsulting.com.br/blog/o-tombamento-da-gestao-empresarial-por-meio-de-processos/ 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os níveis de hierarquia de um processo de uma instituição. Nesta unidade, serão apresentados o Business Processo Management (BPM), as hierarquias dos processos, a cadeia de valor e a construção de indicadores para o processo. Está pronto para continuar no caminho de conhecimento sobre a gestão de processos? Unidade 2: Compreendendo a Gestão de Processos 2.1 Conhecendo o Business Process Management (BPM) Para melhor compreensão da metodologia deste curso, é importante conhecer as referências das melhores práticas em gerenciamento de processos que compõem hoje o Corpo Comum de Conhecimentos sobre Gerenciamento de Processos de Negócios (CBOK). O Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM) é uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, controlar e melhorar processos de negócio automatizados ou não, a fim de atingir resultados consistentes com metas estratégicas da organização. O BPM envolve definição deliberada, colaborativa e cada vez mais suportada por tecnologia, melhoria, inovação e gerenciamento de processos de negócio ponta-a-ponta, que conduzem a resultados de negócios, criam valor e habilitam a organização para alcançar seus objetivos com maior agilidade. Essa metodologia habilita a organização para alinhar seus processos à estratégia de negócio, conduzindo ao efetivo desempenho geral por meio de melhorias de atividades específicas de trabalho em um departamento específico, ao longo da organização ou entre organizações. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15 O BPM estabelece três tipos de processos de negócio: primários, de suporte e de gerenciamento. • Processos primários (finalísticos) são de natureza interfuncional e compõem a cadeia de valor; • Processos de suporte (apoio), tais como recursos humanos e TI, habilitam outros processos; e • Processos de gerenciamento (gerenciais) são utilizados para medir, monitorar e controlar atividades de negócio. Estes processos garantem que processos primários e de suporte atinjam metas operacionais, financeiras, regulatóriase legais. O BPM CBOK (ABPMP, 2013) apresenta nove áreas de conhecimento: 1. Gerenciamento de Processos; 2. Modelagem de Processos; 3. Análise de Processos; 4. Desenho de Processos; 5. Gerenciamento de Desempenho; 6. Transformação de Processos v 1.0; 7. Organização de Processos; 8. Gerenciamento de Processos Corporativos v 2.0; e 9. Tecnologias de Gerenciamento de Processos. Área 1 - Gerenciamento de processos: concentra nos conceitos fundamentais do BPM, como as definições principais, processos ponta-a-ponta, valor ao cliente e a natureza do trabalho interfuncional. Os tipos de processos e seus componentes e o ciclo de vida BPM, juntamente com as habilidades essenciais e fatores-chave de sucesso, são introduzidos e explorados nessa seção. Essa área de conhecimento define BPM e fornece os fundamentos básicos para a exploração das outras áreas de conhecimento. 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Área 2 - Modelagem de processos: inclui o conjunto crítico de habilidades e processos que habilitam as pessoas a compreender, comunicar, medir e gerenciar os componentes primários dos processos de negócio; envolve modelagem de processo e avaliação dos fatores ambientais que habilitam e restringem o processo. Área 3 - Análise de processos: envolve a compreensão dos processos de negócio, incluindo a eficiência e eficácia dos processos. São exploradas a finalidade e as atividades de análise de processos. Também abrange a decomposição dos componentes e atributos do processo, bem como técnicas analíticas e padrões dos processos. O uso de modelos de processos e de outra documentação de processos para validar e entender processos atuais e futuros também é explorado. Vários tipos de análises, técnicas e ferramentas estão incluídos nessa área de conhecimento. Área 4 - Desenho de processos: envolve a criação de especificações para processos de negócio dentro do contexto de objetivos de negócio e de desempenho de processo, além de como o trabalho ponta-a-ponta ocorre para proporcionar valor aos clientes. Área 5 - Gerenciamento de desempenho de processos: envolve definições de desempenho-chave dos processos, monitoramento e controle das operações, incluindo métodos de medição, modelagem, simulação e suporte à decisão. Provê as informações necessárias para que os gerentes de processo ajustem recursos para atender a objetivos de processo. Área 6 - Transformação de processos: trata a transformação de processos de maneira disciplinada e planejada para assegurar que os processos continuem suportando objetivos de negócio. Implementa a saída do ciclo de análise e projeto interativo e trata desafios de gerenciamento de mudança organizacional. É orientado à melhoria contínua e otimização de processos. Área 7 - Organização de gerenciamento de processos: trata dos papéis, responsabilidades e estrutura de reporte para suportar organizações dirigidas a processo. • Dono do processo: responsável pelo desenho de processo e pelo desempenho final de processo, defende e suporta o processo; • Gerente de processo: responsável pelos esforços de melhoria de processo; Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 17 • Analista de processo: responsável por projetos de transformação de processos; e • Arquiteto de processo: responsável por desenvolver e manter um repositório de modelos de referência e padrões, processos de negócio, medições. Área 8 - Gerenciamento de processos corporativos: dirigido pela necessidade de maximizar resultados dos processos de negócio de acordo com estratégias de negócio bem definidas e objetivos funcionais baseados nessas estratégias. Possui três requisitos essenciais: framework de medição centrado em cliente, esquema de processo em nível empresarial e plano de gerenciamento e melhoria de processos em nível empresarial. Área 9 - Tecnologias de BPM: habilita e suporta a disciplina de gerenciamento de processos de negócio. Define uma solução BPMS como aquela que permite geração e controle de processos de negócio, proporcionando a rápida tomada de decisão e realinhamento de processos. É uma poderosa ferramenta de gestão que garante que os processos estejam sendo efetivamente executados de acordo com o modelado, contribuindo para os objetivos da organização. 2.2 Conhecendo a Hierarquia dos processos Para desenhar, planejar, mapear, analisar ou monitorar os processos e as atividades de uma empresa, é possível utilizar a classificação por níveis e por tipos. Assim, pode- se priorizar e trabalhar os processos nos níveis estratégicos, táticos e operacionais. Classificação dos Processos Estabelecer classificações é sempre um exercício de redução e, por essa razão, é importante esclarecer que a categorização dos processos é relativa. Em verdade, se for feito uso prático da classificação apresentada a seguir, deve-se estar atento ao tamanho e à complexidade da organização e dos seus processos. Estabelecida essa advertência, pode-se classificar os processos da seguinte forma: 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Classificação de processos por níveis. Fonte: Rossi (2021). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Para uma melhor visualização da hieararquia de processsos você pode baixar o arquivo clicando aqui. https://articulateusercontent.com/rise/courses/e3q_Klx_m8GZLUIDTYYF4I5t8GvQ0MMm/Xtm3aWrWG2Mhb2UG-Hierarquia%2520de%2520processos.pdf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19 Os níveis 2 e 3 são considerados: Macroprocessos Conjunto de processos fundamentais ou críticos pelos quais a instituição cumpre a missão organizacional. Correspondem às funções da organização que devem estar alinhadas aos objetivos de suas unidades organizacionais. É o maior nível de processo dentro de uma organização, e estão diretamente relacionados com fornecedores e clientes. Processos Podem ser definidos como conjuntos de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em produtos ou serviços (saídas) que têm valor para um grupo específico de clientes ou usuários. Subprocessos Conjuntos de atividades necessárias e suficientes para a execução dos processos. A quantidade de subprocessos depende da complexidade de cada processo. Em um nível mais detalhado, as atividades de um subprocesso são desmembradas em tarefas. Atividades Conjuntos de tarefas com início e fim identificáveis e orientadas à consecução dos objetivos definidos em cada etapa. O enfoque é o que fazer como condição necessária para se alcançar o objetivo. O fluxograma é representação gráfica do fluxo de atividades. Tarefas Compreendem a sequência de passos para realizar uma atividade. Os passos geralmente envolvem explicações detalhadas sobre o como fazer, fundamentando a construção ou definição de procedimentos. Uma boa ferramenta para normalizar as tarefas são os manuais operacionais. A hierarquia de processos apresenta os níveis estratégicos (cadeia de valor e macroprocessos), passando pelos níveis gerenciais (processos e subprocessos) para níveis operacionais (atividades e tarefas). Quanto mais próximo ao topo da hierarquia, menor a quantidade de detalhes. Os níveis que se encontram no topo descrevem o que fazer e, quanto mais próximos da base, maior o detalhamento, uma vez que objetiva explicitar como deve ser feito. 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública a) Processos Finalísticos, Primários ou Negociais Processos finalísticos são processos técnicos que compõem as atividades-fim da organização. Estão diretamente envolvidos no atendimento às necessidades dos clientes ou usuários e se relacionam com a razão de ser ou com a essência do funcionamento da organização. Os processos enquadrados nesta categoria estão diretamente relacionados com os fundamentos estratégicos da organização: missão, visão de futuro e objetivos estratégicos. 2.3 Cadeia de Valor: O Que É e Qual a sua Importância? A cadeia de valor é um conceito proposto por Michael Porter,engenheiro, economista e professor na Harvard Business School. Esse conceito é considerado o melhor instrumento para identificar formas de criar mais valor para o cliente. A cadeia de valor proposta por Porter divide a empresa em nove atividades de criação de valor, a fim de se compreender o comportamento dos custos naquele determinado negócio, assim como potenciais fontes de diferenciação competitiva. Estas nove atividades estão divididas em atividades básicas (primárias) e atividades de apoio. A imagem a seguir mostra uma cadeia de valor genérica em que há cinco atividades primárias e quatro atividades de apoio: Cadeia de Valor genérica. Fonte: Porter (1989). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). A cadeia de valor deve ser adaptada a realidade da organização. Atualmente as instituições públicas utilizam três tipos de macroprocessos: Finalísticos, Suporte e Gestão. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21 No caso de instituições privadas, o baixo desempenho dos processos finalístico pode fazer com que a empresa entre em falência. Nas instituições públicas, ele resulta invariavelmente em uma má imagem para a organização, que pode levar, se nunca corrigida, à extinção ou reestruturação do órgão. b) Processos de Apoio ou Suporte Processos de apoio são aqueles que possibilitam, indiretamente, a execução das atividades de natureza finalística da organização. Essa categoria de processos está diretamente relacionada à gestão dos recursos internos da organização (atividades-meio). Os processos de apoio geram produtos para clientes internos, ou seja, outras unidades da própria organização. Exemplos clássicos de processos de apoio são os que envolvem a gestão de pessoas, a gestão orçamentária e financeira, a gestão de aquisições de bens e serviços ou o desenvolvimento de tecnologias da informação. Esses processos visam gerar valor para os processos finalísticos, ou seja, suportar a missão da organização. A má execução pode prejudicar ou até mesmo impedir a operação dos outros processos. Quem executa esses processos deve compreender que seus verdadeiros clientes são as demais áreas internas da organização, também denominados clientes internos. A qualidade e o valor de seus produtos são medidos pela capacidade de atender às expectativas e entregar produtos adequados ao cliente, de forma análoga ao que acontece com os processos finalísticos Por definição, os processos de suporte não geram diretamente produtos relacionados à missão da organização, portanto, essas etapas podem ser terceirizadas. c) Processos Gerenciais Além dos processos finalísticos e de apoio, a organização possui também os processos gerenciais, cujo objetivo é entregar produtos que ajudem a organização na tomada de decisões e na melhoria/controle dos processos. Nessa definição podem ser incluídos os mais variados processos ligados à gestão: estabelecimento de metas e medição de desempenho, as várias formas de planejamento, levantamento de dados e Business Intelligence (BI). Processos gerenciais diferentes dos dois primeiros tipos de processo não são necessários para que a empresa cumpra sua missão, porém, é improvável que a que a organização consiga desempenhar suas atividades de forma adequada sem a sua presença. 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Processos Críticos Os processos críticos são aqueles de natureza estratégica para o sucesso institucional. Em geral, são assim denominados os principais processos finalísticos, embora alguns processos de apoio (processos- meio) possam ser considerados críticos pela importância ou impacto que têm nos resultados institucionais. Quando não gerenciados de forma adequada, os processos críticos podem dificultar ou impedir a realização dos objetivos estratégicos. Os processos gerenciais podem estar associados aos diversos níveis da empresa, como estratégico, tático e até mesmo operacional. Veja a seguir alguns exemplos de cadeias de valor utilizadas pelo serviço público: Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 23 Cadeia de Valor da Receita Federal. Fonte: Receita Federal ([20--]) 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Cadeia de Valor da Enap. Fonte: Brasil (2020a). A cadeia de valor representa a hierarquia máxima do processo de negócio da empresa. Ela é representação da essência da empresa naquele momento, ou seja, representa as principais atividades que agregam valor ao cliente e dão sentido à existência da organização. Em geral, ilustra a árvore de processos daquela instituição, ou seja, os macroprocessos e processos (nível 2 e 3). Desta forma, para a gestão por processos e o planejamento estratégico de uma instituição, deve-se considerar a cadeia de valor como matéria-prima. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25 ABPMP - ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS MANAGEMENT PROFESSIONALS. BPM CBOK: Guia de gerenciamento de processos de negócio corpo comum de conhecimento. Brasil: ABPMP Brazil, 2013. Disponível em: https://cdn.ymaws.com/ www.abpmp.org/resource/resmgr/Docs/ABPMP_CBOK_Guide__Portuguese.pdf. Acesso em: 07 fev. 2022. BRASIL. ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ENAP). Cadeia de Valor da Enap 2020. 2020a. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/4876. Acesso em: 07 fev. 2022. BRASIL. ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ENAP). Análise e Melhoria de Processos Metodologia MASP: Módulo 1. Brasília: Enap, 2015. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/2286. Acesso em: 07 fev. 2022. BRASIL. IMPRENSA NACIONAL. Manual de referência de mapeamento de processos da Imprensa Nacional - IN. Brasília: Imprensa Nacional, 2018. 68 p. Disponível em: https://www.in.gov.br/documents/20181/777900/ Manual+de+Mapeamento+de+Processos+IN_print.pdf/. Acesso em: 07 fev. 2022. BRASIL. Justiça Federal. Tribunal Regional Federal da 3a Região. Cadeia de Valor. 2020b. Disponível em: https://www.trf3.jus.br/adeg/governanca-e-estrategia/ cadeia-de-valor. Acesso em: 07 fev. 2022. BRASIL. RECEITA FEDERAL. Cadeia de Valor da Receita Federal. [20--]. Disponível em: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/ cadeia-de-valor-1. Acesso em: 07 fev. 2022. BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Técnica de Análise de Problemas para Auditorias/Tribunal de Contas da União. Brasília: TCU, Segecex, Secretaria de Métodos Aplicados e Suporte à Auditoria (Seaud), 2013. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload. jsp?fileId=8A8182A258F9F3BD0158FA063DD92835. Acesso em: 07 fev. 2022. FERREIRA, André Ribeiro. Análise e Melhoria de Processos. 2013. 113 f. Apostila. Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Brasília, 2013. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/2457. Acesso em: 07 fev. 2022. JORGE, Gabriela Andre; MIYAKE, Dario Ikuo. Estudo comparativo das ferramentas para mapeamento das atividades executadas pelos consumidores em processos de serviço. Production, [S.L.], v. 26, n. 3, p. 590-613, 24 nov. 2015. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0103-6513.128413. Acesso em: 07 fev. 2022. 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O processo nosso de cada dia: modelagem de processos de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. PORTER, Michel E. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1989. ROSSI, Eduardo Caldas. Manual do Funil de Inovação. Brasília: VALEC, 2021. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. DIRETORIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Guia Simplificado de Boas Práticas em Modelagem de Processos com BPMN. Belo Horizonte. 28p. 2019. Disponível em: https://www.ufmg.br/dti/wp- content/uploads/2019/01/POP-0001-ANEXO-A-Guia-simplificado-de-boas-praticas- em-modelagem.pdf. Acesso em: 07 fev. 2022. https://www.ufmg.br/dti/wp-content/uploads/2019/01/POP-0001-ANEXO-A-Guia-simplificado-de-boas-praticas-em-modelagem.pdf https://www.ufmg.br/dti/wp-content/uploads/2019/01/POP-0001-ANEXO-A-Guia-simplificado-de-boas-praticas-em-modelagem.pdf https://www.ufmg.br/dti/wp-content/uploads/2019/01/POP-0001-ANEXO-A-Guia-simplificado-de-boas-praticas-em-modelagem.pdf Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27 Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os tipos de indicadores ideais para cada fase do processo. Unidade 3: Monitorando Processos 3.1 Indicadores e Metas de um Processo A literatura aponta diversas acepções acerca de indicadores, todas guardando certa similaridade conceitual. Segundo Ferreira, Cassiolato e Gonzales (2009, apud Brasil, 2015), “indicador é uma medida, de ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos elementos que compõem o objeto da observação. É um recurso metodológico que informa empiricamente sobre a evolução do aspecto observado”. Na gestão pública, os indicadores são instrumentos que contribuem para identificar e medir aspectos relacionados a um determinado fenômeno decorrente da ação ou da omissão do Estado. Sua principal finalidade é traduzir, de forma mensurável, um aspecto da realidade dada ou construída, de maneira a tornar operacional a sua observação e avaliação. Os indicadores permitem conhecer a situação que se deseja modificar, estabelecer prioridades, escolher os beneficiados, identificar os objetivos e traduzi-los em metas e, assim, acompanhar com mais efetividade o andamento dos trabalhos, avaliar os processos, adotar os redirecionamentos necessários e verificar os resultados e os impactos obtidos. Dessa forma, aumentam as chances de serem tomadas decisões corretas e de se potencializar o uso dos recursos. 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Antes de prosseguir, é fundamental compreender a diferença entre dados, informações e indicadores. A classificação possui características com focos diferenciados e sua compreensão é fundamental para que os gestores possam conduzir elaborar um sistema de indicadores eficiente. Dado: menor instância do indicador. Os dados são abundantes e ficam armazenados, via de regra, em um banco de dados disponível para análise. O dado é a essência de um indicador, porém, em seu estado primário, não fornece qualquer valor para tomada de decisão ou para gestão. Informação: instância intermediária de uma estrutura de indicadores. É a primeira etapa de manipulação dos dados disponíveis. As informações, em resumo, são geradas pela qualificação e o cruzamento dos dados, fornecendo uma análise temporal. Indicador: última instância de uma estrutura de indicadores. Seu principal atributo é a existência de fórmulas mais complexas para seu cálculo. Via de regra, encontram no mínimo uma razão (divisão matemática) entre duas informações. Diante da grande gama de dados e informações disponíveis, indicadores bem elaborados e confiáveis são fundamentais para a tomada de decisão. A elaboração de indicadores deve buscar o maior grau de aderência e algumas características. Veja algumas das propriedades essenciais de um indicador: ATRIBUTOS DETALHAMENTO Utilidade Comunicar com clareza a intenção do objetivo, sendo útil para a tomada de decisão dos gestores. Representatividade Representar com fidelidade e destaque o que se deseja medir. Confiabilidade metodológica Ter métodos de coleta e processamento do indicador confiáveis. Confiabilidade da fonte Ter fonte de dados com precisão e exatidão. Disponibilidade Ser possível a coleta dos dados para o cálculo com facilidade e rapidez. Economicidade Ter uma relação de custo-benefício favorável. Simplicidade de comunicação Favorecer o fácil entendimento a todo o público interessado. Estabilidade Ter mínima interferência de variáveis externas ou possíveis adversidades. Tempestividade Ser possível de ser utilizado assim que o gestor precisar. Sensibilidade Ter baixos riscos relacionados ao indicador. Atributos dos indicadores. Fonte: Bahia (2021, p. 11-12). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29 Que tal analisar os indicadores por meio de exemplos? Imagine que as despesas administrativas de uma unidade organizacional foram de R$ 80 mil. Temos um dado, uma informação ou um indicador? A resposta é... depende. Se a unidade estiver tentando, com todas as suas forças, reduzir ao máximo as despesas administrativas, então o monitoramento mensal é absolutamente necessário. Desta forma, para essa unidade administrativa, trata-se de um indicador. Porém, para servidores de outro órgão, isso é simplesmente uma informação, sendo que o número em si é apenas um dado. Conclusão: dado é uma informação disponível, mas ainda não organizada ou manipulada; não possui foco na gestão. Pode ser um número, um texto, uma imagem, um som, um vídeo ou alguma outra mídia. Uma classificação muito útil para os indicadores se refere à sua posição nas etapas da cadeia de valor. Tipos de indicadores e fases do processo. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Veja a tabela a seguir: Tipo de indicador Tipo Significado Exemplo Efetividade Indicadores de resultado Mede o impacto de ações no contexto, agregando valor Porcentagem de alunos aprovados no vestibular Eficácia Mede o quanto foi entregue do que era necessário entregar Porcentagem de alunos com média acima de 9 na nota final Eficiência Indicadores de Esforço Mede a relação entre os servidos entregues e os recursos despendidos (recursos de forma geral, e não apenas relacionados a custos) Custo por aluno Execução Mede o quantitativo executado Quantidade de alunos formados Insumos Mede a quantidade de insumos ou recursos humanos, materiais ou financeiros gastos ou necessários Quantidade de professores contratados Classificação de indicadores pelo posicionamento da cadeia de valor. Fonte: Uchoa (2013). Elaboração: CEPED/UFSC (2022) Os indicadores de resultado medem os efeitos após um certo tempo. Eles verificam se determinados objetivos estão sendo atingidos. Em contrapartida, os indicadores de esforço medem a causa antes do efeito acontecer e são utilizados para verificar se os planos ligados aos fatores críticos de sucesso estão sendo cumpridos, sendo assim apropriados para medição de planos de ação, processos e projetos. Uma vez estabelecidos os indicadores, os gestores precisam estabelecer metas desafiadoras a fim de impulsionar à ação rumo aos objetivos. O resultado esperado para determinado objetivo será considerado como alcançado se a meta do indicador também foi alcançada. Para o estabelecimento de metas, é importante levar em consideração as seguintes características: se a meta é específica, mensurável, atingível, relevante, temporal.A literatura denomina tais características como Meta SMART, um acrônimo em inglês formado pelas palavras Specific, Measurable, Achievable, Realistic e Timely. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31 Resumo de Meta SMART. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Específica: uma meta precisa deixar claro o que precisa ser feito para o alcance das metas, os responsáveis pelo alcance, onde e como será realizada. Mensurável: uma meta precisa informar qual o resultado esperado e quanto tempo será necessário para equipe alcançá-la. Atingível: as metas devem ser factíveis de serem cumpridas. Precisam ser plausíveis e reais, sob o risco de gerar desmotivação nas equipes executoras. Importante levar em consideração a base histórica. Relevante: para que motive os responsáveis a se envolverem, a meta precisa ter importância. Uma meta que não relevante certamente não será prioridade. Temporal: toda meta deve estabelecer o prazo para seu cumprimento. Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de testar seus conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Boa sorte! S Specific Específico Descrição do comportamento ou situação. Concreto, detalhado, com foco. M Masurable Mensurável A performance da meta tem que ser observável e passível de ser medida. A Attainable Alcançavel O objetivo deve ser alcançável a partir de um empenho ou esforço. Deve ser algo possível de ser atingido. R Relevant Relevante A meta deve ter sua importância e apresentar um valor significativo para organização ou para unidade. T Time Based Temporal O objetivo deve ser alcançado em determinado tempo. Há um limite de tempo, uma frequência ou uma forma de limitar a mensuração. 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública BAHIA, Leandro Oliveira. Guia referencial para construção e análise de indicadores. Brasília: Enap, 2021. 43 p. Disponível em: https://repositorio. enap.gov.br/bitstream/1/6154/1/GR%20Construindo%20e%20Analisando%20 Indicadores%20-%20Final.pdf. Acesso em: 07 fev. 2022. BRASIL. MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA. Indicadores. 2015. Disponível em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/gestao-estrategica/indicadores. Acesso em: 07 fev. 2022. BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Técnica de Análise de Problemas para Auditorias/Tribunal de Contas da União. Brasília: TCU, Segecex, Secretaria de Métodos Aplicados e Suporte à Auditoria (Seaud), 2013. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload. jsp?fileId=8A8182A258F9F3BD0158FA063DD92835. Acesso em: 07 fev. 2022. FERREIRA, André Ribeiro. Análise e Melhoria de Processos. 2013. 113 f. Apostila. Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Brasília, 2013. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/2457. Acesso em: 07 fev. 2022. KNAFLIC, Cole Nussbaumer. Storytelling com Dados: Um guia sobre visualização de dados para profissionais de negócios. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018. MARANHÃO, Mauriti; MACIEIRA, Maria Elisa Bastos. O processo nosso de cada dia: modelagem de processos de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. UCHOA, Carlos Eduardo. Elaboração de indicadores de desempenho institucional. Brasília: Enap, 2013. 36p. Disponível em: https://repositorio.enap. gov.br/bitstream/1/2403/1/Elabora%C3%A7%C3%A3o%20de%20indicadores%20 de%20desempenho_apostila%20exerc%C3%ADcios.pdf. Acesso em: 07 fev. 2022. Referências https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/6154/1/GR%20Construindo%20e%20Analisando%20Indicadores%20-%20Final.pdf https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/6154/1/GR%20Construindo%20e%20Analisando%20Indicadores%20-%20Final.pdf https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/6154/1/GR%20Construindo%20e%20Analisando%20Indicadores%20-%20Final.pdf https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/gestao-estrategica/indicadores https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A258F9F3BD0158FA063DD92835 https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A258F9F3BD0158FA063DD92835 http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/2457 https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2403/1/Elabora%C3%A7%C3%A3o%20de%20indicadores%20de%20desempenho_apostila%20exerc%C3%ADcios.pdf https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2403/1/Elabora%C3%A7%C3%A3o%20de%20indicadores%20de%20desempenho_apostila%20exerc%C3%ADcios.pdf https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2403/1/Elabora%C3%A7%C3%A3o%20de%20indicadores%20de%20desempenho_apostila%20exerc%C3%ADcios.pdf Unidade 1: Compreendendo os conceitos e diferenças 1.1 Gestão de Processo e Gestão de Projeto: Quais as Diferenças? 1.2 Estruturas Organizações: Gestão Tradicional e Gestão por Processos 1.3 Falsos Sinônimos: “Gestão de processos” ou “Gestão por processos”? Referências Unidade 2: Compreendendo a Gestão de Processos 2.1 Conhecendo o Business Process Management (BPM) 2.2 Conhecendo a Hierarquia dos processos 2.3 Cadeia de Valor: O Que É e Qual a sua Importância? Referências Unidade 3: Monitorando Processos 3.1 Indicadores e Metas de um Processo Referências
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