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Leishmaniose Felina

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Carla Sofia de Melo Morais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leishmaniose Felina: 
Revisão de Literatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo/SP 
2014 
 
 
Carla Sofia de Melo Morais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leishmaniose Felina: 
Revisão de Literatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como requisito para 
conclusão do curso de Pós-Graduação, 
Especialização em Clínica médica de 
Felinos, do Centro de Estudos Superiores de 
Maceió da Fundação Educacional Jayme de 
Altavila, orientada pelo Prof. Dr. Diogo 
Ribeiro Câmara. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo/SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
À Deus, pela vida! E ao meu gato Xano (in memoriam). 
 
 
Agradecimentos 
 
Agradeço à Deus por ter me presenteado com a oportunidade de existir e 
desfrutar a vida ao lado da minha família, amigos e animais. 
Agradeço aos meus pais e meu marido por me ajudarem a realizar meus sonhos 
e me incentivarem profissionalmente. 
Ao João Batista e família por me ajudarem a aumentar a minha fé em Deus. 
Agradeço a todos aqueles que foram meus professores ao longo desses 29 anos, 
em especial ao Prof. Dr. Diogo Ribeiro Câmara e Dr. Archivaldo Reche Jr. pelo 
conhecimento passado (isso não tem preço). 
Às minhas amigas Karina Costa, Renata Cavalcate e Manuella Barbosa por 
dedicarem tanto tempo a nossa amizade. 
Meu muito obrigada à minha amiga Daniela Carneiro pela atenção. Agradeço às 
minhas colegas de quarto que me ajudaram e me incentivaram ao longo de todo o curso, 
obrigada meninas. 
Agradeço aos meus irmãos por sempre me trazerem de volta a realidade. A 
minha avó Aidil, por ter cuidado de mim com carinho. Ao meu avô Ivaniso, pelo 
exemplo de determinação. 
Agradeço a minha psicanalista Taciana Mafra, sem ela eu não teria conseguido. 
A todos os animais e principalmente aos que foram e são meus companheiros de 
vida. Em especial ao meu gato Xano, o qual foi a principal motivação da minha 
especialização e do início da minha paixão por felinos. 
Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente, assim 
como todos os meus amigos e familiares. Muito obrigada pessoal!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Seja você quem for, seja qual for a posição 
social que você tenha na vida, a mais alta 
ou a mais baixa, tenha sempre como meta 
muita força, muita determinação e sempre 
faça tudo com muito amor e com muita fé 
em Deus, que um dia você chega lá. De 
alguma maneira você chega lá.” 
Ayrton Senna 
 
 
Resumo 
 
O Médico Veterinário é um profissional que participa direta ou indiretamente do 
controle de zoonoses, devendo manter-se sempre atualizado a respeito de novos 
aspectos envolvidos nessas enfermidades. A leishmaniose felina, ao contrário da canina, 
ainda não é muito divulgada. Assim, esse trabalho foi realizado com o intuito de ajudar 
o clínico veterinário a diagnosticar a leishmaniose em gatos. A literatura reconhece a 
importância desta doença para a população humana e animal devido sua alta morbidade 
e mortalidade em regiões endêmicas; constatando através de relatos de casos em vários 
países, que o gato (Felis catus) é um possível hospedeiro desta infecção pelo parasito 
Leishmania sp., e as técnicas de diagnóstico mais utilizadas foram PCR, ELISA e RIFI. 
Apesar de aparentar maior resistência à doença que os caninos, os sinais clínicos em 
felinos, quando encontrados, são semelhantes aos relatados em leishmaniose canina, 
apresentando linfadenopatia, perda de peso, alopecia, secreção ocular e nasal 
mucopurulenta bilateral, desidratação, mudanças no estado de consciência, 
hepatomegalia, úlceras com crostas hemorrágicas e opacidade da córnea. Entretanto, por 
não serem patognomônicos é possível a ocorrência de uma subestimação desta 
enfermidade na população felina. 
Palavras-chave: Dermatopatia, Zoonose, Doença infeciosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Listas de Ilustrações 
 
Figura 1. Fêmea de Flebotomíneo adulta, engurgitada .................................................10 
Figura 2. Gato portador de anticorporpos anti-Leishamania chagasi e anti-Toxoplasma 
gondii. Perda tecidual da maxila e dos dentes incisivos superiores e deposição de crostas 
hemorrágicas no bordo da ferida.....................................................................................14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Abreviaturas 
 
CFMV Conselho Federal de Medicina Veterinária 
ELISA 
EIE 
FIV 
FelV 
HIV 
Enzyme-Linked Immunosorbent Assay 
Ensaio Imunoenzimático 
Vírus da Imunodeficiência Felina 
Vírus da Leucemia Felina 
Vírus da Imunodeficiência Humana 
IMIQ Imunohistoquímica 
OMS Organização Mundial da Saúde 
PCR 
PEP 
PIF 
Reação em Cadeia da Polimerase 
Processo Ético Profissional 
Peritonite Infecciosa Felina 
RIFI Reação de Imunofluorescência Indireta 
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 9 
1. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 10 
1.1. Aspectos parasitológicos........................................................................... 10 
1.2. Métodos de diagnóstico............................................................................ 11 
1.3. Legislação brasileira sobre a comunicação e tratamento da doença......... 12 
1.4. A doença em felinos................................................................................. 13 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 18 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 19 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
 
Induzida pelo protozoário parasita do gênero Leishmania, a Leishmaniose é uma 
zoonose que necessita de um hospedeiro vertebrado e um invertebrado para completar 
seu ciclo biológico, quando este protozoário pode se apresentar de duas formas: uma 
amastigota e outra promastigota. Nos hospedeiros vertebrados (homem, animais 
selvagens e domésticos) a forma amastigota parasita o fagossoma das células do 
Sistema Fagocítico Mononuclear (SFM). Já a forma promastigota habita o aparelho 
digestivo do vetor, insetos da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae 
(CASTRO et al., 2002). 
A forma visceral da doença já foi identificada em 12 países na América Latina, 
sendo que 90% dos casos foram diagnosticados no Brasil. Nas Américas o parasito é 
transmitido por fêmeas do gênero Lutzomyia, que infectam-se com Leishmania chagasi 
durante o repasto sanguíneo. Em 1912 foi descrito o primeiro relato de infecção natural 
em felinos na Argélia, quando formas amastigotas de Leishmania spp. foram 
identificadas na medula óssea de um gato doméstico que convivia com um cão e uma 
criança acometidos com leishmaniose visceral (BRASIL, 2006; SERGENT et al., 1912; 
SOBRINHO, 2010). 
Com distribuição mundial, estima-se que 350 milhões de pessoas vivam em 
regiões endêmicas e correm o risco de contrair a infecção. Cerca de 12 milhões de 
pessoas estão infectadas no mundo inteiro e por volta de dois milhões se infectam por 
ano. Contudo a maioria dos casos não são declarados, principalmente devido ao fato de 
que a comunicação é obrigatória em apenas 33 países; permanecendo como uma das 
doenças mais negligenciadas do planeta (WHO, 2003). 
Objetivou-se com este trabalho fazer uma revisão sobre leishmaniose felina e 
levar para o clínico veterinário a importância e o conhecimento da doença em felinos 
domésticos,assim como seu diagnóstico e posterior declaração. 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
1.1 Aspectos parasitológicos 
 
Os flebotomíneos processam quatro fases do seu ciclo biológico no ambiente 
terrestre: ovo, larva (com quatro estádios), pupa e adulto. Os ambientes favoráveis ao 
seu desenvolvimento são úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica. Do ovo à 
fase adulta o ciclo tem uma duração média de 30 dias. Os adultos abrigam-se nos 
mesmos locais dos criadouros e em anexos peridomiciliares, principalmente em abrigos 
de animais domésticos. As fêmeas são hematófagas obrigatórias, necessitando de 
sangue para o desenvolvimento dos ovos, sugando um grande leque de animais 
vertebrados de sangue quente (MORRISON et al., 1993; MORRISON et al., 2005). 
 
 Figura 1. Fêmea de Flebotomíneo adulta, en- 
 gurgitada (BRASIL, p. 15, 2006). 
 
A Leishmania sp. é introduzida no tubo intestinal dos insetos vetores quando os 
mesmos alimentam-se de um hospedeiro vertebrado infectado. As fêmeas dos 
flebotomíneos não fazem solenofagia ou “vessel-feeding” (sugar o sangue canulando 
diretamente um vaso sanguineo). Esses insetos obtém sangue através da telmatofagia ou 
“pool-feeding”, que consiste em posicionar a abertura do canal alimentar dentro de uma 
pequena poça de sangue formada pelo rompimento dos vasos pela ação das peças bucais 
adaptadas para rasgar, dilacerar ou cortar a pele do hospedeiro. É valido destacar que a 
infecção dos flebotomíneos com Leishmania sp. é muito beneficiada por este modo de 
alimentação telmatofágico do inseto, que permite que os protozoários presentes nos 
11 
 
macrófagos da pele do hospedeiro sejam ingeridos pelo vetor juntamente com os restos 
celulares (SANTOS, 2006). 
Os mamíferos, principalmente canídeos, ressaltando-se ainda a raposa e o cão, 
são os principais reservatórios do parasito. O papel do cão como reservatório da 
Leishmania foi descrito pela primeira vez em 1908, por Nicolle, na Tunísia, quando 
experimentalmente foi comprovada a infecção deste animal e transmissão natural em 
cães e registrando-se assim o primeiro foco de Leishmaniose Visceral (LV) canina no 
mundo (SÃO PAULO, 2006). 
A transmissão transplacentária tem sido documentada em cães e roedores, e a 
transmissão venérea foi vista em cães experimentalmente infectados. Leishmania spp. 
pode também ser adquirida nas transfusões de sangue. Relatos de casos sugerem que é 
rara a transmissão do parasito durante as brigas de cães, mas podem acontecer durante 
outras formas de contato, possivelmente quando um cachorro lambeu feridas de outro 
cão ou sangue ingerido durante hemorragias. Todavia o risco de transmissão horizontal 
entre cães e homens é desconhecido. Outros artrópodes, incluindo carrapatos 
(Dermacentor variabilis e Rhipicephalus sanguineus) e pulgas caninas podem também 
atuar como vetores mecânicos. Onde os flebotomíneos podem transmitir Leishmania 
spp. pulgas e carrapatos provavelmente não tem importância na epidemiologia da 
doença; porém, eles podem estar envolvidos em casos raros de transmissão de cão para 
cão em outras regiões (SPICKLER, 2009). 
 
1.2 Métodos de diagnóstico 
 
A leishmaniose pode ser confirmada por vários métodos diagnósticos como: 
citologia, histologia, cultura, xenodiagnóstico, Reação de Imunofluorescência Indireta 
(RIFI), ELISA, Western blot e/ou Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR), 
Histoquímica e Imunohistoquímica (IMIQ) em diferentes tecidos (CRAIG et al., 1986; 
ASSIS et al., 2010; PENNISI et al., 2013). 
Os índices de positividade dos métodos PCR, ELISA ou EIE, IMIQ, RIFI e 
Histoquímica encontrados por Assis et al. (2010), em uma população de 34 cães 
oriundos de Ilha Solteira-SP, foram de 97, 65, 62, 56 e 56%, respectivamente. Contudo, 
os resultados do estudo retratou que nenhuma prova diagnóstica, isoladamente, 
identificou adequadamente os cães com LVC, sendo a PCR o método que apresentou 
12 
 
maior número de positivos para o diagnóstico definitivo, quando os testes sorológicos e 
parasitológicos não foram capazes de detectar cães positivos para LVC. 
Houve discordância nos resultados encontrados nos exames parasitológicos e 
nos testes sorológicos dos animais revelados por Sobrinho (2010), onde 302 gatos foram 
testados para Leishmania spp. por meio de exame parasitológico direto, ELISA e RIFI, 
em Araçatuba-SP. Esses achados suportam a hipótese de que os gatos não desenvolvem 
resposta imune humoral importante quando da infecção por Leishmania spp., pois dos 
30 animais parasitologicamente positivos, 21 (70%) eram soronegativos. 
 
1.3 Legislação brasileira sobre comunicação e tratamento da doença 
 
Quanto ao tratamento da leishmaniose em gatos, alguns autores estão de acordo 
com a administração prolongada de alopurinol (10-20 mg/kg a cada 12 ou 24 horas) 
havendo uma melhora rápida, com recuperação do apetite e vitalidade dentro das 
primeiras duas semanas e melhora hematológica após três semanas de uso, sendo em 
geral clinicamente eficaz. As vacinas são licenciadas apenas para cães (PENNISI, 2004; 
PENNISI, 2013; RUFENACH et al., 2005). 
No tocante à legislação relacionada a Leishmaniose, a Portaria no 1.426/2008 do 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento proíbe a utilização de 
medicamentos humanos no tratamento da leishmaniose visceral nos cães (BRASIL, 
2008). Entretanto, a ONG Abrigo dos Bichos, sediada em Campo Grande-MS, não 
satisfeita com as normas fixadas na Portaria Ministerial e considerando ainda a situação 
do cão de nome Scooby que possuía leishmaniose e foi alvo de uma campanha na 
internet para não consumação da eutanásia, sensibilizou-se e propôs ação judicial 
própria na justiça objetivando a suspensão dos efeitos da Portaria Ministerial que proíbe 
o tratamento da Leishmaniose. Desta feita, em 16 de janeiro de 2013, o Tribunal 
Regional Federal da 3a Região, atendendo ao pedido realizado pela ONG referida, 
publicou decisão que autorizou o tratamento da leishmaniose visceral em cães em todo 
o país (BRASIL, 2013b). Por se tratar de tema bastante discutido e por ser de saúde 
pública, há disputa judicial intensa, de modo que a própria justiça – atendendo a recurso 
proposto pela União – reestabeleceu a utilização da Portaria Ministerial nº 1.426/2008, 
outrora suspensa, ressalvando que eventual eutanásia canina a ser praticada, seja 
precedida da realização de dois exames (RIFI e EIE), e também antecedida de criteriosa 
avaliação pelo Médico-Veterinário pertencente aos quadros públicos (BRASIL, 2013a). 
13 
 
 “Diante da decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 
3) que declarou a nulidade da Portaria interministerial dos ministérios 
da Saúde e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Portaria n° 
1.426/2008, que proíbe o tratamento de cães com Leishmaniose 
Visceral Canina por meio de produtos de uso humano ou de 
medicamentos não registrados pelo Mapa, o Conselho Federal de 
Medicina Veterinária esclarece: 
 O tratamento da Leishmaniose Visceral em animais oferece risco à 
saúde da população; 
 O tratamento não promove a cura da doença e o animal contaminado 
continua sendo hospedeiro e fonte de contaminação por meio do 
mosquito transmissor; 
 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente a 
adoção de medidas integradas, como o uso de inseticidas e a eutanásia 
dos cães contaminados, é que poderá garantir a segurança da 
população e da saúde humana. 
Portanto, até que a cura para a doença seja cientificamente 
comprovada, o posicionamento institucional do CFMV e dos 
Conselhos Regionais é pelo não tratamento da doença, garantindo 
assim a segurança e proteção à saúde pública, em conformidade com a 
legislação federal, Decreto n° 51.838/1963, código penal e 
recomendações sanitárias (CFMV, 2013).” 
Caso os profissionais de Medicina Veterinária executem o tratamento da 
LeishmanioseVisceral Canina para o animal infectado, o profissional poderá ser 
denunciado junto ao Conselho Regional de seu estado, o qual tem o dever de apurar e 
fiscalizar as acusações. Em caso de confirmação da denúncia, o profissional poderá 
responder a Processo Ético Profissional (PEP) e, ainda, à representação junto ao 
Ministério Público Federal e Estadual (CFMV, 2013). 
A Leishmaniose Visceral Canina causou mais mortes que a dengue em nove 
estados brasileiros nos últimos 11 anos. Antes a doença era limitada a áreas rurais e à 
Região Nordeste, hoje encontra-se em todo o território nacional. Entre 2000 e 2011, foi 
realizado um levantamento com base em números do Ministério da Saúde o qual aponta 
que a Leishmaniose provocou 2.609 mortes em todo o país (CFMV, 2013). 
A avaliação clínica de três cães pelo Hospital Veterinário da Unesp Araçatuba 
registrou a primeira ocorrência de leishmaniose visceral (LV) no Estado de São Paulo, 
em Maio de 1998. Hoje, após 11 anos, a doença está instalada de forma endêmica com 
302 casos humanos e 44 óbitos no município (NUNES, 2010). 
 
1.4 A doença em felinos 
 
14 
 
Em gatos, a Leishmania infantum chagasi teve seu primeiro diagnóstico 
confirmado nas Américas no município de Cotia-SP no ano de 2001 (SAVANI et al., 
2004). Vale ressaltar que os períodos de maior atividade das fêmeas do hospedeiro 
intermediário do parasito são o crepuscular e noturno, coincidindo com os hábitos 
noturnos dos felinos domésticos. No entanto, nos flebotomíneos, a preferência alimentar 
parece possuir maior correlação com a disponibilidade de hospedeiro que com a 
particular atratividade por determinada espécie (SÃO PAULO, 2006; SOBRINHO, 
2010). 
Os casos clínicos são raros em gatos, assim como lesões e sinais viscerais. Em 
gatos, casos sistêmicos têm envolvido o baço, fígado, rins e linfonodos. Icterícia, febre, 
vômitos, linfadenopatia, lesões oculares e bucais, leucopenia e anemia foram relatadas. 
Pancitopenia grave foi a principal alteração de um gato infectado apresentado depressão 
e perda de apetite (MARCOS et al., 2009; SPICKLER, 2009). 
Os principais sinais clínicos da leishmaniose observados em um estudo 
empreendido em Araçatuba-SP sobre coinfecção de Leishmania chagasi, Toxoplasma 
gondii, FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) e FeLV (Vírus da Leucemia Felina) em 
gatos foram: linfadenopatia, perda de peso, alopecia, secreção ocular mucopurulenta 
bilateral, desidratação, mudanças no estado de consciência, hepatomegalia, descarga 
nasal mucopurulenta, úlceras com crostas hemorrágicas e opacidade da córnea 
(SOBRINHO, 2010) corroborando com outro estudo realizado na mesma região em 
gatos infectados por Leishmania chagasi, o qual acrescentou diarreia e dispneia a esses 
sinais e também encontrou formas amastigotas de Leishmania sp. em órgãos linfoides 
(VIDES et al., 2011). 
 
 
 Figura 2. Gato portador de anticorpos anti-Leishamania chagasi e 
 anti-Toxoplasma gondii. Perda tecidual da maxila e dos 
15 
 
 dentes incisivos superiores e deposição de crostas hemor- 
 rágicas no bordo da ferida (SOBRINHO, p. 59, 2010). 
 
Contudo, as características clínicas dos gatos domésticos associadas à infecção 
por Leishmania não são patognomônicas e podem ser confundidas com muitas outras 
doenças, o que pode levar a uma subestimação considerável desta enfermidade. O 
diagnóstico histopatológico e imunohistoquímico podem ser realizados através das 
lesões cutâneas e oculares (NAVARRO et al., 2010). Por outro lado, os gatos podem 
sofrer diferentes condições imunossupressoras causadas por infecções por FIV e FeLV, 
o que poderia favorecer a multiplicação do parasito, como observado em humanos 
portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), e facilitar a transmissão do 
agente. Apesar de Martín-Sánchez et al. (2007) não terem encontrado associação de 
leishmaniose com o Vírus da Imunodeficiência Felina em um trabalho realizado na 
Espanha, é possível que dentro de uma área endêmica para leishmaniose haja um alto 
percentual de indivíduos infectados, porém sem sinais clínicos, constituindo um 
reservatório para o parasito, assim como encontrado por Sobrinho (2010), onde houve 
uma correlação estatisticamente significativa com 5,3% (17/302) FIV positivos, dos 
quais 70,59% (12) apresentavam também leishmaniose visceral. 
As manifestações cutâneas podem ser imprecisas na leishmaniose felina, 
podendo levar à prescrição de antimicóticos (imidazólicos), o que poderia melhorar a 
condição clínica, não abordando a verdadeira etiologia subjacente (HÉRVAS et al., 
1999). 
Em um dos dois casos documentado por Hérvas et al. (1999) na Espanha, um 
felino com apresentação visceral de leishmaniose e achados histopatológicos 
compatíveis com a doença nos linfonodos e no baço podia apresentar de maneira 
associada uma disfunção imunológica que permitiu a multiplicação ativa e disseminação 
do parasito em vísceras imunossuprimidas. Alguns agentes, tais como FIV, FelV e 
estresse, podem induzir disfunção imunológica, permitindo multiplicação ativa do 
parasito e generalizada disseminação visceral dos protozoários. Porém, não foram 
realizados testes de FIV/FelV em qualquer dos dois casos apresentados. 
Chatzis et al. (2014), publicaram uma pesquisa sobre detecção citológica e 
molecular de Leishmania infantum em diferentes tecidos clinicamente normais e 
doentes de gatos e concluíram que é necessário examinar vários tecidos (sangue, pele, 
medula óssea e conjuntiva) para que não se obtenha um falso negativo. 
16 
 
Rufenach et al. (2005), reportaram o caso de dois gatos, trazidos da Ilha de 
Mallorca na Espanha, sendo que um deles apresentava um único nódulo ulcerado na 
região tarsal esquerda persistente há um ano, e havia sido tratado com antibiótico e 
medicação tópica, havendo uma ligeira melhora, sendo efetuada suposta excisão do 
tecido que foi encaminhado para histopatológico. Após ser realizada PCR para detectar 
espécies de Leishmania na pele obteve resultado positivo, recebeu alopurinol por via 
oral duas vezes por dia e quando reexaminado apresentou sorologia negativa para 
leishmaniose. Sugerindo que pode ter havido algum efeito com o uso desta medicação. 
Este gato era negativo para FIV/FelV. 
Danhroug et al. (2011), descreveram o caso em um zoológico na Universidade 
Federal de Mato Grosso de um leão Panthera leo soropositivo para Leishmania chagasi, 
após exame de PCR, confirmando a infecção de felídeos selvagens como hospedeiros 
acidentais da leishmaniose. 
Um experimento sucedido com gatos domésticos negativos para Leishmania, de 
várias idades, ambos os sexos e variadas raças que foram adquiridos da Faculdade de 
Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia (Perkasie, PA, EUA), averiguou 
que estes felinos são menos susceptíveis à infecção viscerotrópica por Leishmania spp. 
mesmo quando formas amastigotas foram inoculadas por via intravenosa e formas 
promastigotas inoculadas por via intradérmica. Estes animais não desenvolveram 
nenhuma característica clínica, mas foram capazes de produzir significativa quantidade 
de anticorpos circulantes, demonstrando que gatos domésticos parecem não ser bons 
candidatos como hospedeiro reservatório para as espécies de Leishmania spp. 
(KIRKPATRICK et al., 1984). 
Silva et al. (2010) reportaram o primeiro caso de leishmaniose em um gato 
infectado com Leishmania infantum no Brasil. Atendido pelo Departamento de 
Parasitologia (Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais-
ICB/UFMG), este gato castrado, macho, oito anos de idade, com sintomas clínicos de 
linfadenopatia, onicogrifose, caquexia, fadiga, anorexia,fraqueza e uma ferida perto do 
pavilhão auricular esquerdo foi submetido ao xenodiagnóstico, confirmando a 
positividade pela presença de formas amastigotas no intestino de fêmeas de quatro dias 
de idade pertencentes a uma colônia de Lutzomyia longipalpis. Era negativo para 
FIV/FelV e tinha eritrograma normal, todavia o leucograma apresentava-se com 
leucocitose associada a neutrofilia. Os níveis séricos de ureia (47,7 mg/dL) e aspartato 
aminotransferase (274 U/L) estavam acima dos parâmetros fisiológicos. Este caso 
17 
 
destaca a capacidade desse animal infectar o vetor em condições laboratoriais sugerindo 
a possível participação no ciclo de transmissão, porém mais estudos são necessários 
para analisar as condições a campo. 
Silva et al. (2010), reforçaram o primeiro experimento produzido por Maroli et 
al. (2007), no qual conta o relato de um gato que viveu na Ilha de Lipari (Silícia, Itália) 
e teve seu diagnóstico de leishmaniose confirmado através do xenodiagnóstico usando 
fêmeas de quatro a seis dias, vindas de uma colônia de Phlebotomus perniciosus. 
Na Europa foram diagnosticados felinos positivos para leishmaniose em 
Portugal por Maia et al., (2008) - 30,4%, Cardoso, (2010) - 2,8% de animais infectados 
e Maia et al., (2010) - 20,3%, na Grécia por Diakou et al., 2009 – 3.87% de animais 
positivos, bem como na França por Ozon et al., (1998), Itália por Poli et al., (2002) e 
Silva et al., (2010), Espanha por Miró et al., (2014) e Suíça por Rufenacht et al., (2005). 
Além desses países também há relatos em Israel por Nasereddin et al., (2008), México 
por Longoni et al., (2012) e Guiana Francesa por Rougeron et al., (2011). 
No Brasil, encontrou-se casos de felinos domésticos infectados no Estado de São 
Paulo, em Andradina, por Coelho et al. (2011), que averiguaram 52 gatos através de 
exame parasitológico direto e PCR, quando a infecção foi detectada em 5,76 % dos 
animais; em Cotia, um caso de um gato macho de dois anos de idade, FIV/FeLV 
negativos e positivo para PIF, descrito por Savani et al. (2004) e em Araçatuba, foram 
feitos quatro levantamentos por Bresciani et al., (2010); Sobrinho, (2010); Neto, (2011); 
Vides et al., (2011), encontrando respectivamente 0,7 %, 21,85 %, 11,5 % e 49,1 % de 
animais positivos para a infecção. Souza et al. (2005), confirmaram a presença do 
parasito através de exame parasitológico de um esfregaço de uma das lesões nodulares 
do focinho de uma gata com dois anos de idade da cidade de Campo Grande em Mato 
Grosso do Sul. No Rio de Janeiro, a Leishamania (Viannia) braziliensis foi isolada de 
lesões faciais de duas gatas, de quatro e cinco anos de idade, por inoculação de 
pequenos fragmentos das lesões em meio bifásico com posterior cultura por Schubach et 
al. (2004). Além desses, Silva et al. (2010) relataram primeiro caso de Leishmania 
infantum em felinos no Brasil, no estado de Minas Gerais. 
 
 
 
 
 
18 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Analisando as informações presentes neste trabalho, conclui-se que o gato (Felis 
catus) pode ser um hospedeiro acidental da leishmaniose (ou não desenvolvem resposta 
imune humoral importante), acarretando com isso sérios danos para a saúde pública e 
animal. Contudo, por ser uma zoonose com distribuição mundial, faz-se necessário uma 
triagem maior do clínico no consultório e dos governos mundiais frente a OMS, assim 
como o estudo dos casos e protocolos de tratamento e prevenção eficientes. 
Apesar da possibilidade do uso de várias técnicas diagnósticas, o PCR aparenta 
ser o teste com maior sensibilidade para o diagnóstico de animais positivos quando da 
infecção por Leishmania. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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