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Supressores da Acidez Gástrica - Farmacologia - Super Material - SanarFlix

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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Fisiologia da secreção gástrica ............................. 4
3. Inibidores da bomba de prótons (IBPs) ............. 8
4. Antagonistas do receptor H2 da histamina .......12
5. Outras classes ...........................................................15
Referências Bibliográficas ........................................20
3SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
1. INTRODUÇÃO
As doenças ácido-pépticas são dis-
túrbios nos quais o ácido gástrico e a 
pepsina constituem fatores patogêni-
cos necessários, porém habitualmen-
te não suficientes. Apesar de serem 
inerentemente cáusticos, o ácido e a 
pepsina no estômago em geral não 
provocam lesões nem sintomas, de-
vido à existência de mecanismos de 
defesa intrínsecos. As barreiras ao 
refluxo do conteúdo gástrico para o 
esôfago constituem a principal de-
fesa esofágica. Se essas barreiras 
protetoras falharem e houver refluxo, 
pode ocorrer dispepsia e/ou esofagite 
erosiva. 
O estômago é protegido por inúme-
ros fatores referidos coletivamente 
como “defesa mucosa”, sendo vários 
deles estimulados pela geração lo-
cal de prostaglandinas e óxido nítri-
co (NO). Se houver ruptura dessas 
defesas, pode-se verificar a forma-
ção de úlcera gástrica ou duodenal. O 
tratamento e a prevenção desses dis-
túrbios relacionados com a acidez são 
feitos diminuindo a acidez gástrica e 
aumentando a defesa da mucosa. O 
reconhecimento de que um agente 
infeccioso, o Helicobacter pylori, de-
sempenha um papel chave na pato-
gênese das doenças ácido-pépticas, 
tem estimulado novas abordagens 
para a prevenção e para a terapia.
As principais indicações clínicas para 
reduzir a secreção de ácido são a ul-
ceração péptica (duodenal e gástri-
ca), a doença do refluxo gastroe-
sofágico (DRGE; na qual a secreção 
gástrica causa lesão no esôfago) e a 
síndrome de Zollinger-Ellison (uma 
rara afecção hipersecretora causa-
da por um tumor secretor de gastri-
na). Se não for tratada, a DRGE pode 
causar displasia no epitélio esofágico 
que pode progredir para uma afecção 
pré-cancerosa potencialmente peri-
gosa denominada esôfago de Barrett.
SAIBA MAIS! 
A descoberta e o desenvolvimento de fármacos bloqueadores do receptor H2 de histamina 
por Black et al. em 1972 foram um expressivo avanço no tratamento de úlceras gástricas – 
uma condição que até então só podia ser tratada através de cirurgia (às vezes heroica).
4SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
2. FISIOLOGIA DA 
SECREÇÃO GÁSTRICA
O estômago secreta cerca de 2,5 li-
tros de suco gástrico por dia. Os prin-
cipais componentes exócrinos são 
pró-enzimas, como a pró-renina e o 
pepsinogênio, elaborados pelas célu-
las principais ou pépticas, e o ácido 
clorídrico (HCl) e fator intrínseco, 
secretados pelas células parietais 
ou oxínticas. 
A produção de ácido é importante 
para promoção da digestão proteolíti-
ca dos alimentos, absorção do ferro e 
eliminação de patógenos. As células 
secretoras de muco são abundantes 
na mucosa gástrica. Os íons bicarbo-
nato são secretados e ficam presos 
no muco, criando uma barreira pro-
tetora como um gel que mantém a 
superfície da mucosa em um pH de 
6-7 em face de um ambiente muito 
mais ácido (pH 1-2) na luz. O álcool 
e a bile podem romper essa camada 
protetora. A secreção de muco e bi-
carbonato é estimulada por prosta-
glandinas “citoprotetoras” produzidas 
localmente.
A secreção das células parietais é 
uma solução isotônica de HCl (150 
mmol/l) com pH abaixo de 1, sendo a 
concentração de íons hidrogênio mais 
de um milhão de vezes mais alta que 
a do plasma. Para produzi-la, o Cl− é 
transportado ativamente para canalí-
culos nas células que se comunicam 
com a luz das glândulas gástricas e, 
desse modo, com o próprio estôma-
go. Isso é acompanhado pela secre-
ção de K+, que é então trocado por 
H+ do interior da célula por uma K+-
H+- ATPase (a “bomba de prótons”). 
Dentro da célula, a anidrase carbôni-
ca catalisa a combinação de dióxido 
de carbono e água para gerar ácido 
carbônico, que se dissocia gerando 
íons H+ e bicarbonato. Esse último é 
trocado através da membrana basal 
da célula parietal por Cl−. 
Indicações clínicas para 
redução da secreção de ácido
Ulceração péptica
DRGE
Síndrome de Zollinger-EllisonDRGE: Doença do Refluxo 
Gastroesofágico
MAPA MENTAL: INTRODUÇÃO AOS SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
5SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
Figura 1. Ilustração esquemática da secreção do ácido clorídrico pela célula parietal gástrica. A secreção envolve uma 
bomba de prótons (B), que é uma H+/K+-ATPase, um carregador (C) de simporte para K+ e Cl– e um antiporte (A), que 
troca Cl– e HCO3–. Um antiporte Na+/H+ adicional situado na interface com o plasma também pode ter participação 
(não mostrado). Fonte: Rang & Dale: Farmacologia, 2016
Célula G
Célula ECS
CÉLULA PARIETAL
Proglumida
AINEs
Misoprostol
Bloqueadores H2
AtropinaInibidores da bomba de prótons
SST2R
SST2R
SST2R
+
–
–
– –
–
CCK2R
EP2/3R
H2R
CCK2R?
M3R
GASTRINA
SOMATOSTATINA
HISTAMINA
ACH
P C
H+
H+
K+
K+ CL–
CL–
PGE2
AA
Os principais mediadores que contro-
lam direta ou indiretamente o ácido 
gerado pelas células parietais são:
• Histamina (hormônio local 
estimulador);
• Gastrina (hormônio peptídico 
estimulador);
• Acetilcolina (neurotransmissor 
estimulador);
• Prostaglandinas E2 e I2 (hormô-
nios locais que inibem a secreção 
de ácido);
• Somatostatina (hormônio peptídi-
co inibidor).
6SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
gastrina, assim como o leite e soluções 
de sais de cálcio, o que explica por que é 
inadequado usar sais contendo sais de 
cálcio como antiácidos.
A acetilcolina ( juntamente com uma 
bateria de outros neurotransmissores e 
peptídeos) é liberada de neurônios co-
linérgicos pós-ganglionares, estimula 
receptores M3 muscarínicos especí-
ficos na superfície das células parie-
tais, elevando, em decorrência, o Ca2+ 
intracelular e estimulando a liberação 
de prótons. Também apresenta efeitos 
complexos em outros tipos celulares; 
através da inibição da liberação da so-
matostatina das células D, potencializa 
sua ação sobre a secreção de ácido pe-
las células parietais.
A maioria das células do trato gastroin-
testinal produz prostaglandinas (PGs), 
sendo as mais importantes a PGE2 e 
a PGEI2. As prostaglandinas exercem 
efeitos “citoprotetores” em muitos as-
pectos da função gástrica, incluindo au-
mento da secreção de bicarbonato (re-
ceptores EP1/2), aumento da liberação 
de mucina protetora (receptores EP4), 
redução da produção de ácido gástrico 
provavelmente por ação sobre os recep-
tores EP2/3 nas células ECS, e prevenin-
do a vasoconstrição (e, portanto, o dano 
à mucosa) que ocorre após estímulo 
agressivo. Essa ação provavelmente é 
mediada pelos receptores EP2/4. O mi-
soprostol é uma prostaglandina sintética 
que provavelmente explora muitas des-
sas ações para manifestar seus efeitos 
terapêuticos.
A somatostatina é um hormônio pep-
tídico é liberado pelas células D em 
muitas regiões dentro do estômago. 
Mediante atuação no receptor 2 de so-
matostatina (SST)2, exerce efeitos ini-
bitórios parácrinos sobre a liberação de 
gastrina pelas células G, sobre a libera-
ção de histamina pelas células ECS, as-
sim como diretamente sobre a produção 
de ácido pelas células parietais.
HORA DA REVISÃO!
As células neuroendócrinas são abun-
dantes no estômago, e o tipo dominante 
são as células ECS (enterocromafim-
símiles). Trata-se de células contendo 
histamina semelhantes aos mastócitos, 
que se localizam próximo às células pa-
rietais. Elas proporcionam uma liberação 
basal constante de histamina, que ainda 
é aumentada pela gastrina e a acetilcoli-
na. A histamina atua de forma parácrina 
nos receptores H1 das células parietais, 
aumentando o AMPc intracelular. Essas 
células respondem a concentrações de 
histamina que estejam abaixo do limiar 
necessário para ativação dos receptores 
H2 vasculares.
A gastrina é um polipeptídeo de 34 re-
síduos,mas também existe em formas 
menores. É sintetizada pelas células 
G no antro gástrico e é secretada no 
sangue da porta (atua de forma endó-
crina). Sua principal ação é a estimula-
ção da secreção de ácido pelas células 
ECS através da sua ação nos recepto-
res de gastrina/colecistoquinina (CCK)2, 
que aumentam o Ca2+ intracelular. Os 
receptores de gastrina também são en-
contrados em células parietais, mas sua 
significância no controle da secreção 
fisiológica é controversa. Os recepto-
res CCK2 são bloqueados pelo fármaco 
experimental proglumida, que tem efei-
to inibitório modesto sobre a ação da 
gastrina.
A gastrina estimula também a síntese 
de histamina pelas células ECS e au-
menta, indiretamente, a secreção de 
pepsinogênio, estimula o fluxo sanguí-
neo e aumenta a motilidade gástrica. A 
liberação desse hormônio é controlada 
por transmissores neuronais e mediado-
res veiculados pelo sangue, bem como a 
química do conteúdo gástrico. Aminoá-
cidos e pequenos peptídeos estimulam 
diretamente as células secretoras de 
7SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
A regulação da célula parietal é com-
plexa, e muitos hormônios locais pro-
vavelmente desempenham um papel 
no “ajuste fino” da resposta secretó-
ria. O modelo mais aceito atualmen-
te é que o eixo gastrina-ECS-célula 
parietal é o mecanismo dominante 
para o controle da secreção de áci-
do. De acordo com essa ideia, que é 
apoiada pela maioria dos estudos 
feitos em camundongos trans-
gênicos “nocaute”, a etapa inicial 
para o controle fisiológico da se-
creção é a liberação de gastrina 
pelas células G. Esta atua através 
do seu receptor CCK2 nas célu-
las ECS promovendo liberação 
de histamina e pode também 
possuir um efeito secundário so-
bre as próprias células parietais, 
embora essa hipótese esteja em 
discussão. A histamina atua so-
bre os receptores H2 das células 
parietais aumentando o AMPc e 
ativando a secreção de prótons, 
como descrito.
A estimulação vagal direta tam-
bém pode provocar secreção de 
ácido (fato que fundamenta as 
“úlceras de estresse”) através da 
liberação de acetilcolina, que es-
timula diretamente os receptores M3 
presentes nas células parietais. A so-
matostatina provavelmente exerce 
sua influência inibitória tônica sobre 
as células G, as ECS e as células pa-
rietais. As prostaglandinas locais (ou 
administradas exogenamente) atuam 
em receptores EP2/3, exercendo efei-
to inibitório predominantemente so-
bre a função das células ECS.
Esse sistema de controle é claramen-
te complexo, mas a exposição prolon-
gada dos tecidos ao excesso de se-
creção gástrica é perigosa e deve ser 
escrupulosamente regulada. 
Célula G
Gastrina
Somatostatina
Histamina
AA
PGE2
Célula ECS
CÉLULA PARIETAL Ach
AINEs
Misoprostol
Bloqueadores H2
Atropina
Inibidores 
da bomba 
de prótons
Proglumida
SST2R
SST2R
SST2R
M3R
H2R
CCK2R
CCK2R?
EP2/3R
H+
CP
H+ K+
K+ Cl-
Cl-
Figura 2. Diagrama esquemático mostrando a regula-
ção de uma célula parietal gástrica secretora de ácido, 
ilustrando o local de ação de fármacos que influenciam 
a secreção ácida. AA, ácido araquidônico; ACh, acetilco-
lina; AINEs, anti-inflamatórios não esteroidais; B, bomba 
de prótons (H+-K+-ATPase); C, carreador simporte de 
K+ e Cl−; CCK2R, receptor de gastrina/colecistoquinina; 
ECS (enterocromafim-símile), célula enterocromafim se-
cretora de histamina semelhante a mastócito; EP2/3R, 
receptores 2 e 3 de prostaglandinas; H2R, receptor H2 
da histamina; M3R, receptor M3 da acetilcolina; PGE2, 
prostaglandina E2; SST2R, receptor tipo 2 da somatos-
tatina. Fonte: Rang & Dale: Farmacologia, 2016
8SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
3. INIBIDORES DA BOMBA 
DE PRÓTONS (IBPS)
Os IBPs se ligam à enzima H+/K+-A-
TPase (bomba de prótons) e supri-
mem a secreção de íons hidrogênio 
para o lúmen gástrico. A bomba de 
prótons ligada à membrana é a eta-
pa final da secreção de ácido gástri-
co. Reduzem-se as secreções de áci-
do gástrico basal e a estimulada por 
alimentos. 
Eixo gastrina-ECS-célula parietal
Liberação de gastrina 
pelas células G
Gastrina atua através do receptor CCK2 
nas células ECS promovendo liberação de 
histamina
Histamina atua nos receptores H2 das células 
parietais aumentando o AMPc
Ativação da secreção 
de prótons
FLUXOGRAMA: FISIOLOGIA
GastrinaAcetilcolina Histamina Prostaglandina E2
CÉLULA PARIETAL
LÚMEN DO ESTÔMAGO
Ácido gástrico
H+K+
K+ H+
Bomba de prótons
O omeprazol bloqueia 
a bomba de prótons
Adenilil-
ciclase
GiGs
ATP AMPc
Proteinocinase (ativada)
Figura 3. Mecanismo de ação dos IBPs. GS e Gi, proteínas de membrana que intermedeiam o efeito estimulante ou 
inibitório do receptor acoplado à adenilil-ciclase. Fonte: Farmacologia ilustrada, 2016
9SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
sua própria biodisponibilidade). Em-
bora sua meia-vida seja de cerca de 
1 hora, uma dose diária única afeta a 
secreção de ácido por 2-3 dias, em 
parte porque se acumula nos canalí-
culos e em parte porque inibe a H+-
-K+-ATPase irreversivelmente. Com 
a dosagem diária, existe um efeito 
antissecretor crescente por até 5 dias, 
depois do qual se atinge um platô.
Devido à necessidade de um pH ácido 
nos canalículos ácidos das células pa-
rietais para a ativação dos fármacos, e 
como o alimento estimula a produção 
de ácido, a conduta ideal consiste na 
administração desses fármacos cerca 
de 30 min antes das refeições. A ad-
ministração concomitante de alimen-
to pode reduzir ligeiramente a taxa 
de absorção dos inibidores da bom-
ba de prótons, porém não se acredi-
ta que esse efeito seja clinicamente 
significativo. O uso concomitante de 
outros fármacos que inibem a secre-
ção ácida, como os antagonistas dos 
receptores H2, pode previsivelmente 
reduzir a eficiência dos inibidores da 
bomba de prótons, porém a impor-
tância clínica dessa interação poten-
cial não é conhecida.
Os IBPs são metabolizados pelas en-
zimas do citocromo P450 hepático, 
tendo a CYP2C19 o papel dominante. 
O omeprazol foi o primeiro IBP de-
senvolvido e compreende uma mis-
tura racêmica de dois enantiômeros. 
Como o fármaco é uma base fraca, 
ele se acumula no ambiente ácido 
dos canalículos da célula parietal es-
timulada, onde é convertido em uma 
forma aquiral e se torna, depois, ca-
paz de reagir com a ATPase e inati-
vá-la. Esse acúmulo preferencial sig-
nifica que tem um efeito específico 
sobre essas células. Outros inibidores 
da bomba de prótons (todos com um 
modo de ativação e farmacologia se-
melhantes) incluem o esomeprazol 
(o isômero [S] do omeprazol), lanso-
prazol, dexlansoprazol, pantoprazol e 
rabeprazol. 
A via de administração mais comum 
é a oral, embora existam algumas 
preparações injetáveis. O omepra-
zol é administrado por via oral, mas 
como se degrada rapidamente em 
pH baixo, é administrado em cápsu-
las contendo grânulos de revestimen-
to entérico. Após a sua absorção no 
intestino delgado, passa do sangue 
para dentro das células parietais e de-
pois para os canalículos onde exerce 
os seus efeitos. Doses aumentadas 
causam elevação desproporcional 
da concentração plasmática (possi-
velmente porque seu efeito inibitório 
sobre a secreção de ácido melhora 
10SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
SE LIGA! Os IBPs são mais eficazes 
quando a célula parietal é estimulada 
a secretar ácido pós-prandialmente. 
Como a quantidade de H+-K+-ATPase 
presente na célula parietal é maior após 
um jejum prolongado, os IBPs devem 
ser administrados antes da primeira re-
feição do dia. Na maioria dos indivíduos, 
a administração uma vez ao dia é sufi-
ciente para produzir o nível desejado de 
inibição ácida, e uma segunda dose, que 
é ocasionalmente necessária, deve ser 
administrada antes do jantar.
A terapia com IBB é indicada nas se-
guintes situações clínicas:
• Doença ulcerosa péptica: os IBPs 
são a terapia antissecretora de pri-
meira linha no tratamento da do-
ença ulcerosa péptica. 
• Doença do refluxo gastroesofá-
gico: os IBPs são indicados em 
pacientes com doença do refluxo 
gastroesofágico, inclusivepara o 
tratamento de esofagite erosiva e 
como terapia de manutenção em 
pacientes com esofagite erosiva 
grave ou esôfago de Barrett.
• Síndrome de Zollinger-Ellison: os 
IBPs, geralmente em altas doses, 
são necessários para controlar a 
hipersecreção de ácido gástrico 
em pacientes com tumores secre-
tores de gastrina.
• Úlceras associadas a AINEs: os 
IBPs são indicados na prevenção 
primária de úlceras gastroduode-
nais associadas ao uso de AINE.
• Erradicação do Helicobacter pylo-
ri: IBPs são componentes de vários 
esquemas de terapia de primeira 
linha e de resgate para a infecção 
por H. pylori. 
Os IBPs geralmente são bem tolera-
dos. Os efeitos adversos dessa clas-
se de fármacos são incomuns. Podem 
incluir cefaleia, diarreia (ambas algu-
mas vezes intensas) e rashes. Foram 
relatadas tonturas, sonolência, confu-
são mental, impotência, ginecomas-
tia e dores musculares e articulares. 
Os inibidores da bomba de prótons 
devem ser usados com cautela em 
pacientes com hepatopatia ou em 
mulheres que estejam grávidas ou 
amamentando. O uso desses fárma-
cos pode “mascarar” os sintomas de 
câncer gástrico.
Omeprazol e esomeprazol podem di-
minuir a eficácia do clopidogrel porque 
inibem a CYP2C19 e impedem a sua 
conversão no metabólito ativo. Embo-
ra o efeito nos resultados clínicos seja 
questionável, o uso concomitante des-
ses IBPs com clopidogrel não é reco-
mendado devido aos possíveis riscos 
de eventos cardiovasculares. Os IBPs 
podem aumentar o risco de fraturas, 
particularmente se a duração do uso 
for de 1 ano ou mais. A supressão pro-
longada do ácido gástrico com os IBPs 
(e os antagonistas H2) pode resultar 
11SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
Náuseas
Diarreia
Cefaleia
Distúrbios 
gastrintestinais
Fraturas ósseas (o risco 
aumenta com o uso 
prolongado; bacia, 
punho e vértebras) 
em carência de vitamina B12, porque o 
ácido é necessário para a sua absorção 
em complexo com o fator intrínseco. 
O pH gástrico elevado também pode 
prejudicar a absorção de carbonato 
de cálcio. Pode ocorrer diarreia e colite 
por Clostridium difficile em pacientes 
que recebem IBP. Os pacientes de-
vem ser aconselhados a interromper 
o tratamento com IBP e contatar seu 
médico se tiverem diarreia por vários 
dias. Efeitos adversos adicionais po-
dem incluir hipomagnesemia e maior 
incidência de pneumonia.
IBP
Ação: inibição da H+/K+-
ATPase (bomba de prótons) 
Principais representantes: 
Omeprazol, pantoprazol, 
esomeprazol
Vias de administração: Oral, 
IV
Efeitos adversos 
(incomuns): cefaleia, náuseas, 
diarreia, efeitos no SNC, ↑ 
fraturas ósseas
Administrar 30-60 min 
antes da refeição
Metabolização hepática via 
citocromo P450 (principal: 
CYP2C19)
MAPA MENTAL: INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS
Figura 4. Alguns efeitos adversos do tratamento com 
IBPs. Fonte: Farmacologia ilustrada, 2016
SE LIGA! O citrato de cálcio é uma op-
ção eficaz para suplementar cálcio em 
pacientes sob tratamento de supressão 
de ácido, pois sua absorção não é afeta-
da pelo pH gástrico. 
12SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
secreção de ácido tanto basal quanto 
estimulada por alimentos em 90% ou 
mais, mas inúmeros ensaios clínicos 
indicam que também promovem fe-
chamento de úlceras duodenais. No 
entanto, são prováveis as recidivas 
depois da suspensão do tratamento. 
Os principais fármacos usados são 
cimetidina, ranitidina (algumas vezes 
combinada a bismuto), nizatidina e 
famotidina. Há poucas diferenças en-
tre eles. O uso desses fármacos dimi-
nuiu com o advento dos IBPs.
4. ANTAGONISTAS 
DO RECEPTOR H2 DA 
HISTAMINA
Os antagonistas do receptor H2 da 
histamina inibem, competitivamente, 
as ações da histamina em todos os 
receptores H2, mas seu principal uso 
clínico é como inibidores da secreção 
de ácido gástrico. Podem inibir a se-
creção de ácido estimulada pela his-
tamina e pela gastrina; a secreção de 
pepsina também cai com a redução 
de volume do suco gástrico. Esses 
agentes não somente diminuem a 
GastrinaAcetilcolina Histamina Prostaglandina E2
CÉLULA PARIETAL
LÚMEN DO ESTÔMAGO
Proteinocinase (ativada)
Ácido gástrico
H+K+
K+ H+
Bomba de prótons
A cimetidina bloqueia o 
receptor H2 da histamina
Adenilil-
ciclase
GiGs
ATP AMPc
Figura 5. Mecanismo de ação dos antagonistas do receptor H2. GS e Gi, proteínas de membrana que intermedeiam o 
efeito estimulante ou inibitório do receptor acoplado à adenilil-ciclase. Fonte: Farmacologia ilustrada, 2016
Os fármacos são, em geral, admi-
nistrados por via oral e são bem ab-
sorvidos, embora também estejam 
disponíveis preparações para uso 
intramuscular e intravenoso (exceto a 
famotidina). Após administração oral, 
os antagonistas H2 se distribuem am-
plamente pelo organismo (incluindo o 
13SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
leite materno e por meio da placen-
ta) e são excretados principalmente 
na urina. A meia-vida de todos esses 
fármacos pode aumentar em pacien-
tes com disfunção renal, e é preciso 
ajustar a dosagem.
Os quatro fármacos são igualmente 
eficazes para a cicatrização das úl-
ceras gástricas e duodenais. Contu-
do, a recorrência é comum se houver 
presença de H. pylori, e o paciente for 
tratado somente com esses fárma-
cos. Os pacientes com úlceras indu-
zidas por AINEs devem ser tratados 
com IBPs, pois esses fármacos curam 
e previnem úlceras futuras de modo 
mais efetivo do que os antagonistas 
H2. Os anti-histamínicos H2 também 
são usados normalmente por infusão 
intravenosa (IV) para prevenir e lidar 
com úlceras de estresse agudo as-
sociadas com pacientes de alto risco 
nas unidades de tratamento inten-
sivo. Entretanto, como pode ocorrer 
tolerância com esses fármacos, o uso 
dos IBPs também vem avançando 
nessa indicação.
Doses baixas de antagonistas H2, 
atualmente disponíveis em medica-
mentos de venda livre, parecem efi-
cazes na prevenção e no tratamen-
to da queimação (DRGE) somente 
em cerca de 50% dos pacientes. Os 
antagonistas H2 atuam somente no 
controle da secreção ácida. Por isso, 
eles não aliviam os sintomas por, pelo 
menos, 45 minutos. Os antiácidos 
neutralizam de forma mais rápida e 
eficaz o ácido gástrico, mas sua ação 
é temporária. Por essa razão, os IBPs 
são preferidos atualmente no trata-
mento da DRGE, especialmente em 
pacientes com azia grave.
SE LIGA! Devido à maior supressão da 
acidez gástrica em comparação com os 
antagonistas do receptor H2, o uso de 
IBP resulta em um controle mais rápido 
dos sintomas da úlcera péptica e em ta-
xas mais altas de cicatrização da úlce-
ra. Os IBPs também são mais eficazes 
na prevenção da toxicidade gastroduo-
denal induzida por AINEs e na cura de 
úlceras gastroduodenais associadas 
a AINEs quando estes não podem ser 
descontinuados.
Em geral, os antagonistas H2 são 
bem tolerados. Os efeitos adversos 
são raros. Têm sido relatados casos 
de diarreia, tonturas, dores muscula-
res, alopecia, rashes transitórios, con-
fusão em idosos e hipergastrinemia. 
Em homens, a cimetidina ocasional-
mente provoca ginecomastia e, rara-
mente, diminuição da função sexual. 
Isso provavelmente é causado por 
sua pequena afinidade por recep-
tores de andrógenos. A cimetidina 
(mas não outros antagonistas do re-
ceptor H2) também inibe o citocromo 
P450 e pode retardar o metabolismo 
(e, desse modo, potencializar a ação) 
de vários fármacos, incluindo anti-
coagulantes orais e antidepressivos 
tricíclicos.
14SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
SAIBA MAIS! 
Ranitidina é retirada do mercado dos EUA (abril de 2020)
Após investigação da contaminação com N-nitrosodimetilamina (NDMA), um provável agente 
cancerígeno humano, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos da Améri-
ca (EUA) solicitou a retirada imediata de todos os produtos de ranitidina prescritos (incluindo 
injeção oral e parenteral) e de venda livre. A investigação da FDA descobriu que os níveis de 
contaminação de alguns produtos da ranitidina, que podem aumentar ao longo do tempo e 
quando armazenados em temperatura ambiente acima do normal, podem resultar naexposi-
ção do paciente a níveis inaceitáveis de NDMA. O teste da FDA não encontrou contaminação 
com NDMA na famotidina ou cimetidina. 
Outras autoridades reguladoras em todo o mundo (ex: Health Canada, Agência Europeia de 
Medicamentos) estão considerando ou adotaram medidas semelhantes. 
Referência:
Vakil, Nimish B. Antiulcer medications: Mechanism of action, pharmacology, and side 
effects. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. http://www.uptodate.com 
(Acesso em 24 de abril de 2020).
Varfarina
Diazepam
Fenitoína
Quinidina
Carbamazepina
Teofilina
Imipramina
A concentração 
sérica aumenta
CimetidinaP450
Metabólitos
Figura 6. Interações medicamentosas com a cimetidina. Fonte: Farmacologia ilustrada, 2016
15SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
5. OUTRAS CLASSES
Misoprostol
A prostaglandina E2, produzida pela 
mucosa gástrica, inibe a secreção de 
ácido e estimula a secreção de muco 
e bicarbonato (efeito citoprotetor). Mi-
soprostol, um análogo da prostaglan-
dina E1, está aprovada para a pre-
venção de úlceras gástricas causadas 
por AINEs. 
ANTAGONISTAS DO 
RECEPTOR H2
Ação: inibição da secreção 
de ácido estimulada pela 
histamina e pela gastrina
Principal via de excreção: 
Renal
Uso reduzido com o 
advento dos IBPs
Efeitos adversos (raros): 
diarreia, tontura, dores 
musculares, alopecia, rashes, 
confusão, hipergastrinemia, 
ginecomastia, diminuição da 
função sexual
Vias de administração: 
Oral, IM, IV
Principais representantes: 
cimetidina, ranitidina, 
nizatidina e famotidina 
MAPA MENTAL: ANTAGONISTAS DO RECEPTOR H2
GastrinaAcetilcolina Histamina Prostaglandina E2
CÉLULA PARIETAL
LÚMEN DO ESTÔMAGO
Proteinocinase (ativada)
Ácido gástrico
H+K+
Bomba de prótons
O misoprostol estimula o 
receptor da prostaglandina
Adenilil-
ciclase
GiGs
ATP AMPc
H+K+
Figura 7. Mecanismo de ação do misoprostol. GS e Gi, proteínas de membrana que intermedeiam o efeito estimulante 
ou inibitório do receptor acoplado à adenilil-ciclase. Fonte: Farmacologia ilustrada, 2016
16SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
duodenais, mas são menos eficazes 
para úlceras gástricas.
Antiácidos comumente usados são 
combinações de sais de alumínio e 
magnésio, como hidróxido de alumínio 
e hidróxido de magnésio [Mg(OH)2]. 
O carbonato de cálcio (CaCO3) reage 
com o HCl formando dióxido de car-
bono (CO2) e cloreto de cálcio (CaCl2) 
e é também uma preparação comu-
mente usada. 
Os antiácidos são usados para o alí-
vio sintomático da úlcera péptica e da 
DRGE. Para eficácia máxima, devem 
ser administrados após a refeição. 
SE LIGA! Dada a eficácia dos IBPs, os 
antiácidos não são utilizados no trata-
mento da úlcera péptica. O papel dos 
antiácidos é limitado ao tratamento da 
azia associada à doença do refluxo gas-
troesofágico intermitente leve.
O hidróxido de alumínio tende a cau-
sar constipação, ao passo que o hi-
dróxido de magnésio tende a produzir 
diarreia. Medicamentos que se as-
sociam a esses fármacos ajudam na 
normalização da função intestinal. A 
absorção dos cátions dos antiácidos 
(Mg2+, Al3+, Ca2+), em geral, não 
é problema em pacientes com fun-
ção renal normal; entretanto, podem 
ocorrer acúmulo e efeitos adversos 
em pacientes com comprometimento 
renal.
O uso profilático do misoprostol deve 
ser considerado em pacientes que es-
tão recebendo AINEs e se encontram 
sob risco moderado ou alto de úlceras 
induzidas por esses fármacos, como 
pacientes idosos ou com úlceras pré-
vias. O misoprostol é contraindicado 
na gravidez, pois pode estimular as 
contrações do útero e causar aborto. 
Diarreia e náuseas dose-dependen-
tes são os efeitos adversos mais co-
muns e limitam o seu uso. Assim, os 
IBPs são os fármacos preferidos para 
a prevenção de úlceras causadas por 
AINEs.
SE LIGA! O papel do misoprostol na úl-
cera péptica é limitado à prevenção de 
úlceras gastroduodenais induzidas por 
medicamentos anti-inflamatórios não 
esteroides. É contraindicado em mulhe-
res com potencial para engravidar que 
não estejam em contracepção.
Antiácidos
Os antiácidos são o modo mais sim-
ples de tratar os sintomas da secre-
ção excessiva de ácido gástrico. São 
bases fracas que reagem com o áci-
do gástrico formando água e um sal, 
para diminuir a acidez gástrica. Como 
a pepsina (uma enzima proteolítica) 
é inativa em pH acima de 4, os anti-
ácidos reduzem a atividade da pep-
sina. Administrados em quantidade 
suficiente, por tempo suficiente, po-
dem produzir fechamento de úlceras 
17SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
Sucralfato
O sucralfato é um complexo de hidró-
xido de alumínio e sacarose sulfata-
da que libera alumínio em presença 
de ácido. O complexo residual possui 
forte carga negativa e se liga a grupos 
catiônicos em proteínas, glicoproteí-
nas etc. Pode formar géis complexos 
com o muco, ação que se pensa dimi-
nuir a degradação do muco pela pep-
sina e limitar a difusão de íons H+. O 
sucralfato pode também inibir a ação 
da pepsina e estimular a secreção de 
muco, bicarbonato e prostaglandinas 
pela mucosa gástrica. Todas essas 
ações contribuem para o seu efeito 
protetor da mucosa.
O sucralfato é administrado por via 
oral, e 3 horas após a administração 
cerca de 30% ainda estão presentes 
no estômago. No ambiente ácido, o 
produto polimerizado forma uma pas-
ta persistente que, por vezes, pode 
produzir uma crosta obstrutiva (co-
nhecida como bezoar) que fica presa 
ao estômago. 
O sucralfato previne danos agudos 
quimicamente induzidos na mucosa 
e cura úlceras crônicas sem alterar a 
secreção de ácido gástrico ou pepsi-
na ou tamponar significativamente o 
ácido. No entanto, seu uso é limitado 
ao tratamento inicial da doença do re-
fluxo gastroesofágico na gravidez. 
SE LIGA! Foi relatado que o sucralfato 
suprime o H. pylori e inibe a secreção 
ácida em pacientes infectados com úl-
ceras duodenais. No entanto, o sucralfa-
to não é usado para tratar úlceras pépti-
cas, pois os IBPs curam as úlceras mais 
rapidamente e em maior extensão.
O sucralfato tem poucos efeitos ad-
versos, sendo o mais comum a cons-
tipação. Efeitos menos comuns, além 
da formação de bezoar gástrico, in-
cluem boca seca, náuseas, vômitos, 
cefaleia e rashes. Pode ligar-se a 
outros medicamentos se for tomado 
simultaneamente, incluindo antibióti-
cos fluorquinolonas, teofilina, tetraci-
clina, digoxina e amitriptilina. Como 
exige ambiente ácido para ativação, 
os antiácidos administrados conco-
mitantemente ou antes de sua admi-
nistração reduzem sua eficácia. Se-
melhante aos antiácidos, a retenção 
significativa de alumínio ocorre ape-
nas em pacientes com insuficiência 
renal. O sucralfato também pode se 
ligar ao fosfato e levar à hipofosfa-
temia. A combinação de sucralfato e 
antiácidos pode potencialmente am-
plificar esses efeitos.
Bismuto
Às vezes, o quelato de bismuto (dici-
tratobismutato tripotássico) é usado 
em esquemas combinados para tra-
tar H. pylori. Tem efeitos tóxicos so-
bre o bacilo e também pode impedir 
18SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
sua aderência à mucosa 
ou inibir suas enzimas 
proteolíticas bacteria-
nas. Acredita-se que 
possua também outras 
ações protetoras da mu-
cosa, por mecanismos 
que não são claros, e é 
Outras classes
Efeitos adversos: 
diarreia, náuseas
Pode ligar-se a medicamentos 
se administrados 
simultaneamente
Contraindicado na gravidez 
(estimula contração uterina)
Efeitos adversos: constipação 
(mais comum)
Efeitos adversos: náuseas, 
vômitos, escurecimento da 
língua e das fezes
Efeitos adversos: constipação 
(alumínio), diarreia (magnésio)
Ação: inibe secreção de ácido 
e estimula secreção de muco e 
bicarbonato
Ação: proteção da 
mucosa gástrica
Ação: inibição do H. pylori e 
proteção da mucosa
Administrar após refeição
Ação: reagem com o ácido, 
formando água e sal
Sucralfato
Bismuto
Antiácidos
Misoprostol
MAPA MENTAL: OUTRAS CLASSES
SE LIGA! O papel das preparações de 
bismuto é limitado a parte de um regi-
me de antibioticoterapia quádruplo para 
úlceras em pacientes positivos para H.pylori.
amplamente utilizado como medica-
mento de venda livre para tratamento 
de sintomas gastrointestinais leves. 
Muito pouco é absorvido, mas se a 
eliminação renal for comprometida, 
as concentrações plasmáticas eleva-
das de bismuto poderão resultar em 
encefalopatia. Os efeitos adversos in-
cluem náuseas e vômitos e escureci-
mento da língua e das fezes.
19SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
Profilaxia de úlceras 
associadas ao uso de 
AINEs
Úlcera péptica
DRGE
Componente da 
terapia na infecção pelo 
H. pylori
Síndrome de Zollinger-
Ellison
DRGE
Úlcera péptica
Úlceras associadas a 
AINEs
 Componente da 
terapia na infecção pelo 
H. pylori
Tratamento inicial da 
DRGE na gravidez
Dispepsia
Alívio sintomático 
na úlcera péptica ou 
refluxo esofágico
Supressores da 
acidez gástrica
Indicações
Representantes: Omeprazol, 
Esomeprazol, Lansoprazol, 
Dexlansoprazol, Pantoprazol, 
Rabeprazol
Representantes: Cimetidina, 
Ranitidina, Nizatidina, 
Famotidina
Indicações
Indicações
Indicações
Representantes: Trissilicato 
de magnésio, hidróxido 
de alumínio
Indicações
Indicações
Antiácidos
Antagonistas dos 
receptores H2 
Sucralfato
Inibidores da bomba 
de prótons
Quelato de bismuto
Misoprostol
MAPA FUNDAMENTOS DA RELAÇÃO MEDICO PACIENTE
20SUPRESSORES DA ACIDEZ GÁSTRICA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Bruntos, Laurence L. Chabner, Bruce A. Knollmann, Bjorn C. As bases farmacológicas da 
terapêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
Rang H. P., et al. Rang & Dale: farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
Whalen, Karen. Finkel, Richard. Panaveli, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2016.
Wolfe, M Michel. Proton pump inhibitors: Overview of use and adverse effects in the 
treatment of acid related disorders. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. 
http://www.uptodate.com (Acesso em 24 de abril de 2020).
Vakil, Nimish B. Antiulcer medications: Mechanism of action, pharmacology, and side 
effects. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. http://www.uptodate.com 
(Acesso em 24 de abril de 2020).
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