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GESTÃO NA ÁREA DA SAÚDE I SST VALLE, Paulo Heraldo Costa do Gestão na área da saúde I / Paulo Heraldo Costa do Valle Ano: 2020 nº de p.: 09 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. GESTÃO NA ÁREA DA SAÚDE I 3 Apresentação A partir de agora, você vai entender que, para alcançar a qualidade na prestação de serviços de saúde, é preciso atentar para todas as etapas que compõem o ciclo de atendimento ao paciente. Vai compreender também que é necessário garantir que todos os profissionais estejam treinados e capacitados para executar suas funções. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE As organizações de saúde esperam alcançar o máximo de resultados para que haja a recuperação do investimento e a obtenção de lucro por meio de uma prestação de serviços de qualidade. Para alcançar o sucesso em seus processos, é importante haver sintonia entre os setores de administração, operação, relacionamento, manutenção, fornecedores etc. Além disso, é indispensável que a gestão foque em políticas que favoreçam a inovação, a modernização, a pesquisa, o aprendizado e, sobretudo, a valorização dos clientes internos e externos a fim de ofertar cada vez mais qualidade nos serviços. Na prestação de serviços de saúde, os fatores humanos fazem toda a diferença, positiva ou negativamente. Alguns exemplos podem ser indicados: Acolhimento - Esse é o momento da primeira impressão; o sucesso dessa etapa está diretamente ligado ao tipo de acolhimento que o cliente recebe. 4 Diagnóstico - O profissional deve estar habilitado para diagnosticar o problema e encaminhá-lo ao especialista correto. Atendimento especializado - O especialista deve fornecer todas as informações e tomar todas as precauções para que o paciente receba o tratamento correto. Tratamento - É fundamental que a organização tenha todos os recursos técnicos, materiais e humanos para que o atendimento seja realizado por completo; o acompanhamento é necessário a fim de obter informações sobre o nível de satisfação do cliente. Dentre as características dos produtos e serviços em saúde, é importante mencionar que: a. produto: mensuração por unidade, classificação simples, normalmente pelas especificações técnicas; pode ser estocado, tem prazo de validade definido e sua aquisição envolve a transferência de propriedade; Figura 1: Seringa como exemplo de produto Fonte: Plataforma Deduca (2020). 5 b. serviço: sua apresentação não é física, não ocupa lugar em estoque; sua existência acontece com a presença do cliente no ato de sua prestação e, normalmente, está associado à concessão de uso ou acesso, sendo que sua mensuração geralmente é associada a grupos de atividades. Figura 2: Atendimento médico como exemplo de serviço Fonte: Plataforma Deduca (2020). Vale lembrar de que tanto os produtos quanto os serviços decorrem de um processo produtivo que objetiva o atendimento das necessidades do cliente. Isso porque os ciclos dos serviços em saúde nada mais são do que uma sequência de eventos que representam o processo como um todo. Dessa forma, a experiência do cliente está diretamente ligada ao nível de comprometimento de cada profissional envolvido no processo. Nesse sentido, para que a necessidade de um cliente seja completamente atendida, a instituição hospitalar deve estabelecer um roteiro prático e descomplicado, a fim de que o paciente tenha a melhor experiência possível. 6 QUALIDADE DOS SERVIÇOS Todos os profissionais devem estar devidamente treinados e capacitados para executar suas funções. Ademais, a qualidade do serviço prestado depende da experiência individual em cada etapa do processo, sendo elas: • desenho do roteiro ou fluxograma: representação gráfica de todas as etapas que compõem a prestação de serviços como um todo; • detalhamento dos procedimentos, sequências e interações: descrição deta- lhada das etapas que compõem os procedimentos, das sequências tempo- rais e das interações necessárias para que cada etapa seja concluída; • protagonismo do profissional: conjunto de comportamentos e ações ado- tado para a execução de cada etapa da prestação do serviço; pode sofrer interferência de fatores externos, impactando diretamente na qualidade do serviço prestado; • tecnologia e suporte: aparato de sistemas, softwares e hardwares que será utilizado durante o processo da prestação de serviços; • experiência do cliente: práticas de gestão e políticas voltadas para o alcance da satisfação do cliente. Reduzindo a ocorrência de erros por meio do uso da tecnologia, os benefícios para o paciente serão a diminuição da ocorrência de erros médicos, a realização de cirurgias minimamente invasivas e a diminuição do tempo de recuperação e de permanência do paciente no hospital. Como benefícios para a organização, identificamos a possibilidade de analisar indicadores de desempenho, diminuir o uso da mão de obra para a apuração de dados, emitir relatórios e utilizar sistemas de gestão e controle automatizados, reduzindo, assim, os custos. Leia “Gestor da informação em saúde: promotor do conhecimento na tomada de decisão”, de Fernandes e Hommerding (2019), e entenda mais sobre a Gestão das práticas de saúde. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1141. Saiba mais https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1141 7 Dentre as ações que devem ser realizadas na gestão de pessoas nas atividades operacionais, destacamos: a. qualificação: para garantir que os colaboradores tenham o mínimo de instru- ção escolar ou experiência profissional anterior; b. especialização: para garantir que os profissionais tenham não somente uma formação profissional regulamentada, mas também os conhecimentos, as habilidades e as destrezas específicas para o desempenho de suas funções; c. adequação do número de membros em cada equipe: para alcançar o equi- líbrio entre a capacidade máxima da cadeia de produção e a quantidade de colaboradores necessária; d. aperfeiçoamento de métodos de produção: para aplicar a filosofia da tríade eficiência, eficácia e efetividade; e. segregação de tarefas: seguida da distribuição das tarefas ao profissional responsável de acordo com o grau de complexidade; f. automatização de tarefas: substituição do esforço humano pelo uso de má- quinas ou equipamentos informatizados que aumentam a produtividade, a velocidade, a qualidade e o fluxo logístico. A liderança e a gestão da capacidade produtiva podem incentivar a eficiência, a eficácia e a efetividade. Para alcançar esse objetivo, é necessário investir em treinamentos sistemáticos para diminuir o absenteísmo e o turnover, além de captar funcionários multifuncionais. No entanto, existem outros fatores estratégicos, como a gestão de relacionamento, os indicadores de qualidade e a experiência do cliente, que merecem uma atenção especial. Na gestão estratégica, eles são responsáveis pela conquista, retenção e fidelização dos clientes internos e externos. A GESTÃO DE QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE Ao contrário do que acontece com os produtos (tangível), uma das principais características da prestação de serviços (intangível) é a de que o fator humano faz toda a diferença, positiva ou negativamente. Nesse contexto, para alcançar a qualidade, é preciso ficar atento a todas as etapas que compõem o ciclo de atendimento ao paciente. Assim, é necessário garantir que todos os profissionais estejam devidamente treinados e capacitados para executar suas funções, pois a qualidade do serviço prestado depende da experiência individual de cada etapa do processo. 8 Figura 3: Uma boa gestão é fundamental ao sucesso nos serviços de saúde Fonte: Plataforma Deduca (2020). Um roteiro e um fluxograma corretamente desenhados são imprescindíveis, assim como a adoção da tecnologia para agregar valor e minimizar a ocorrência de erros. Dessa forma, o processo de produção poderá alcançar o desempenho desejado. Outro fator importante é o investimento emqualificação e gestão de pessoas e em capacidade produtiva. Visando alcançar um nível de comprometimento satisfatório dos colaboradores, as organizações devem investir no desenvolvimento de líderes, provocando a motivação nas equipes a fim de que elas consigam agir com eficácia (fazer a coisa certa), eficiência (da maneira certa) e efetividade (no menor tempo e com o menor custo). Por outro lado, o comprometimento não traz resultado por si só. É importante investir em capacitação dos colaboradores, com um programa de educação continuada, pois a junção desses dois fatores – comprometimento e conhecimento – pode gerar melhores resultados, diminuindo o absenteísmo, a rotatividade e aumentando a capacidade produtiva. Por fim, as lideranças que buscam funcionários multifuncionais saem ganhando, uma vez que esses profissionais são capazes de contribuir em diversos setores da organização. 9 Fechamento Ao longo destes estudos, você pôde compreender que para alcançar a qualidade na prestação de serviços de saúde é fundamental gerir corretamente todas as etapas que compõem o ciclo de atendimento ao paciente. Nesse contexto, entendeu também que é importante garantir que todos os profissionais estejam treinados e capacitados para executar suas funções. Referências FERNANDES, V. A.; HOMMERDING, N. M. S. Gestor da informação em saúde: promotor do conhecimento na tomada de decisão. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 15, n. 1, 2019. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1141. Acesso em: 10 jul. 2020. HENNINGTON, É. A. Gestão dos processos de trabalho e humanização em saúde: reflexões a partir da ergologia. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 555- 561, 2008. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rsp/2008.v42n3/555-561/ pt. Acesso em: 21 fev. 2019. RIVERA, F. J. U. Planejamento e gestão em saúde: flexibilidade metodológica e agir comunicativo. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 355-365, 1999. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/1999.v4n2/355-365/. Acesso em: 21 fev. 2019. https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1141 https://www.scielosp.org/pdf/rsp/2008.v42n3/555-561/pt https://www.scielosp.org/pdf/rsp/2008.v42n3/555-561/pt https://www.scielosp.org/article/csc/1999.v4n2/355-365/
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