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Português-APO_MPOG-aula-03-v1

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Aula 03
Português p/ APO-MPOG
Professor: Fabiano Sales
Língua Portuguesa para MPOG 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 
 
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AULA 03 
 
 
 Olá, futuros servidores do MPOG! 
 
 Esta é a aula 03 de nosso curso; estamos nos aproximando da 
CLASSIFICAÇÃO! 
 
 No encontro de hoje, apresentarei os seguintes temas: sintaxe de regência 
e emprego do acento grave indicativo de crase. 
 
 Para orientá-los na localização dos assuntos, apresento o sumário abaixo a 
vocês: 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 01. Sintaxe de regência ......................................................................... 02 
 02. Regência – Considerações Gerais ................................................. 02 
 03. Regência Nominal .......................................................................... 02 
 04. Regência Verbal .............................................................................. 09 
 05. Verbos com Regência Diferente .................................................... 24 
 06. Emprego do Acento Grave – Regras Básicas .............................. 25 
 07. Casos Proibidos ............................................................................. 28 
 08. Casos Especiais .............................................................................. 29 
 09. Acento Grave antes de Pronomes Possessivos Femininos ....... 31 
 10. Acento Grave antes de Nomes Próprios Femininos .................... 32 
 11. Acento Grave em Nomes de Lugar Femininos ............................ 32 
 12. Acento Grave em Locuções ........................................................... 33 
 13. Questões Comentadas.................................................................... 35 
 14. Lista das Questões Comentadas na Aula .................................... 41 
 
 
 
 
Reflexão 
 
"Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia 
atômica: A VONTADE." (Albert Einstein) 
 
 
 
 
 
 
Língua Portuguesa para MPOG 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Fabiano Sales ʹ Aula 03 
 
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 SINTAXE DE REGÊNCIA 
 
 A finalidade desta aula é orientá-los quanto à tendência da ESAF, banca que 
elaborará a prova para o MPOG, no que se refere à regência e ao emprego do 
acento grave indicativo de crase. 
 Começaremos nosso encontro com o tema sintaxe de regência. Essa 
expressão significa, simplesmente, “uso ou não de preposição”, isto é, “estudo 
dos elementos regentes e dos elementos regidos”. 
 Tradicionalmente, as questões da eminente banca não se concentram em 
apenas um determinado aspecto gramatical. Entretanto, no decorrer desta aula, 
apresentarei aquelas cujo assunto predominante esteja relacionado ao nosso 
estudo. 
 
REGÊNCIA – CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
 Chamamos de regentes aos termos que pedem complemento e de regidos 
aos que complementam o sentido dos primeiros. 
 
Termo regente 
 
Termo regido 
 
 
Estas explicações são úteis 
 
aos candidatos. 
 
 
O atirador visou 
 
ao alvo. 
 
 
 Percebam que os termos regidos são elementos obrigatórios, pois 
complementam os termos regentes. Dessa forma, a sintaxe de regência visa ao 
estudo das relações de dependência entre os componentes da oração. 
 No decorrer desta aula, apresentarei a vocês casos em que substantivos, 
adjetivos ou advérbios exigem determinadas preposições (a, de, com ...), ao que 
chamamos de regência nominal; e, de outro lado, situações em que o verbo exige 
o emprego de determinadas preposições, denominados regência verbal. 
 
 
REGÊNCIA NOMINAL 
 
 Fiquem tranquilos quanto a essa nomenclatura. Por regência nominal 
compreendemos a relação, a qual é intermediada por uma preposição, entre um 
termo transitivo (substantivo, adjetivo ou advérbio) e seu complemento. 
 
Exemplos: 
(1) Estas explicações são úteis aos candidatos. (úteis “a”) 
 regente regido 
 
 Em (1), o adjetivo “úteis” é o termo regente, o qual exige a preposição “a”. 
Por sua vez, o termo “aos candidatos” é o termo regido, o qual é necessário para 
complementar o sentido de “úteis”. 
Língua Portuguesa para MPOG 
Teoria e questões comentadas 
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(2) O menino tinha medo de fantasmas. (medo “de”) 
 regente regido 
 
 Em (2), o substantivo “medo” é o termo regente, o qual exige a preposição 
“de”, ao passo que “de fantasmas” é o termo regido. 
 
 
 
(3) Ele agiu contrariamente à sua vontade. (contrariamente “a”) 
 regente regido 
 
 Em (3), o advérbio “contrariamente” é o termo regente, exigindo o emprego 
da preposição “a”, e “à sua vontade” é o termo regido. 
 
 
 
 Fiquem alerta também ao seguinte: em orações subordinadas adjetivas 
(aquelas iniciadas por pronomes relativos), sempre que o nome (substantivo, 
adjetivo ou advérbio) exigir o emprego de uma preposição, esta deverá ser 
anteposta ao relativo. O mecanismo é sempre esse. 
 
Exemplo: 
 
O caminho, a que você tem acesso, é mais curto. 
 
 Em “O caminho, a que você tem acesso, é mais curto.”, a oração em 
destaque é subordinada adjetiva explicativa. Neste trecho, o substantivo “acesso” 
rege o emprego da preposição “a”, a qual foi anteposta ao pronome relativo “que”. 
 
 
 Abaixo, apresento uma relação de nomes e suas respectivas regências, visto 
que seu emprego é recorrente em concursos públicos, podendo figurar nas provas 
organizadas pela ESAF: 
 
Substantivos e suas regências Substantivos e suas regências 
 
acesso a 
admiração a, de, por, perante 
afeição a, por 
alusão a 
atenção a, para 
atentado a, contra 
aversão a, por, em 
busca por 
combate a 
controle sobre 
 
habilidade de, em, para 
influência de, para 
ímpeto com 
invasão de 
liberdade a, para, de 
manutenção de, em 
medo de 
necessidade de 
obediência a, de, para com 
ódio a, contra 
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Teoria e questões comentadas 
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Substantivos e suas regências Substantivos e suas regências 
 
chegada a 
culto a 
desrespeito a 
devoção a, com, para com, por 
dificuldade com, de, em 
dúvida acerca de, de, em, sobre 
formação de, em 
 
 
ojeriza a, contra, por 
opção de 
preferência a, por 
produto de 
reação a 
respeito a, com, de, para com, por 
simpatia por 
zelo por 
 
 
Exemplos: 
 
Eu tenho aversão ao escuro. (aversão “a”) 
 regente regido 
 
 
O mau cidadão mostra desrespeito às leis. (desrespeito “a”) 
 regente regido 
 
 
Adjetivos e suas regências Adjetivos e suas regências 
 
acessível a 
acostumado a, com 
agradável a, para, de 
alheio a 
ansioso de, para, por 
atento a, em 
ávido de, por 
benéfico a 
capaz de, para 
carente de 
compatível com, entre 
consciente de 
contemporâneo a, de 
contíguo a, com, entre 
contraditório a, de, com, entre 
contrário a 
convicto de 
cuidadoso com 
desacostumado a, com 
desatento a 
desfavorável a 
diferente de, entre, por 
essencial a, para 
estranho a 
escravo de 
 
 
habituado a, com 
imbuído de, em 
impróprio a, de, para 
inacessível a 
indeciso em 
insensível a, para, com, para com 
junto a, de 
leal a 
maior de 
natural de 
necessário a 
nocivo a 
obediente a 
odioso a, para 
passível de, a 
posterior a 
preferível a 
prejudicial a 
prestes a, em, para 
próprio a, de 
próximo a, de 
querido de, por 
relacionado a, com 
residente em 
satisfeito com,de, em, por 
 
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Adjetivos e suas regências Adjetivos e suas regências 
 
fácil a, para, em, de 
favorável a, para 
fiel a 
forçado a 
grato a 
hábil em, para 
 
 
semelhante a, em 
sensível a, para 
simpático a, com 
útil a, para 
 
 
Exemplos: 
 
O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. (prejudicial “a”) 
 regente regido 
 
Estudar é essencial a/para sua aprovação. (essencial “a/para”) 
 regente regido 
 
 
Estudou; portanto, estava consciente de seu bom desempenho. (consciente “de”) 
 regente regido 
 
 
 Adiante, veremos que o estudo da regência nominal está intimamente 
relacionado ao emprego do acento grave indicativo de crase. Sendo assim, 
devemos ter cuidado com os nomes que exigem o emprego da preposição “a”. 
 
O mau cidadão mostra desrespeito às leis. (desrespeito “a”) 
 
O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. (prejudicial “a”) 
 
Ele agiu contrariamente à sua vontade. (contrariamente “a”) 
 
 
 Nos exemplos acima, temos a fusão entre a preposição “a” e o artigo definido 
“a”, ocasionando o fenômeno da crase. Veremos com detalhes no momento 
oportuno. 
 
 Regência nominal não é um assunto muito exigido nas provas da ESAF. 
Entretanto, recomendo a leitura do Dicionário Prático de Regência Nominal, de 
Celso Pedro Luft. 
 
 
 
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1. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao fragmento de 
texto abaixo, analise a afirmativa a seguir. 
 
 
Com demissões de milhares e perdas de bilhões dominando o noticiário de 
negócios no dia a dia, os sinais de reativação da economia mundial continuam fora 
do radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado, havia a esperança de se 
iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido, os governos 
poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao desemprego. 
Aquela esperança foi logo desfeita. 
 
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009) 
 
I. A presença de preposição em “ao desemprego” (l.5) justifica-se pela 
regência de “combate”. 
 
 
Comentário: No trecho “...os governos poderiam concentrar-se no combate à 
retração econômica e ao desemprego.”, temos a seguinte estrutura: 
 
Termo regente 
 
Termo regido 
 
 
combate 
 
à retração econômica. 
 
 
combate 
 
ao desemprego. 
 
 
 
 Assim, percebemos que o substantivo “combate” rege o emprego da 
preposição “a”, a qual iniciará a estrutura do termo regido: 
 
 
combate a + a retração econômica = combate à retração econômica 
 
 Na análise acima, houve a fusão entre a preposição “a” e o artigo definido “a”, 
acarretando o fenômeno da crase (esse assunto será estudado mais à frente). 
 
 
combate a + o desemprego = combate ao desemprego 
 
 Por sua vez, a estrutura apresentou a combinação da preposição “a”, regida 
pelo substantivo “combate”, e o artigo definido “o”. Portanto, a afirmativa está 
correta. 
 
 
Gabarito: Correta. 
 
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2. (ESAF-2002/Receita Federal-Adaptada) Com relação ao emprego das 
palavras e expressões do texto abaixo, analise a afirmativa a seguir. 
 
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para ter acesso à 
vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de ir-e-vir. A senha é a 
senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu próprio dinheiro ou até sem a vida. 
No cofre do hotel, são quatro algarismos; no seu home bank, seis; mas para 
trabalhar no computador da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e 
algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um 
de nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua memória não 
pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus neurônios precisam ter finalidade 
nobre. Têm que guardar, sim, os bons momentos da vida. Então, desesperado, você 
descarrega tudo na sua agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. 
Agora só falta descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar 
secreto que guarda as senhas. 
 
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações) 
 
I. Para que as regras da norma culta sejam respeitadas, é obrigatório o 
emprego da preposição “de” regendo a oração “que ele é escravo” (l.1). 
 
 
Comentário: No excerto “O homem é moderno na medida das senhas de que ele é 
escravo...”, a oração em destaque é iniciada pelo pronome relativo “que”, sendo, 
portanto, classificada como subordinada adjetiva. Segundo as lições, o mecanismo 
é o seguinte: sempre que o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exigir o 
emprego de uma preposição, esta deverá ser anteposta ao relativo. No trecho 
destacado, o adjetivo “escravo” rege o emprego da preposição “de”, a qual 
antecede, de maneira correta, a oração “que ele é escravo”. Portanto, a afirmativa 
está correta. 
 
Observação: Na continuação do texto, notamos a presença do trecho “para ter 
acesso à vida”. Nesse segmento, o substantivo “acesso” rege o emprego da 
preposição “a”. Esta, por sua vez, será unida com o artigo definido “a”, admitido pelo 
substantivo “vida”. Sendo assim, ocorreu o fenômeno da crase, assinalado pelo 
acento grave. 
 
Gabarito: Correta. 
 
 
3. (ESAF-2009/SEFAZ-SP-Adaptada) Com relação ao emprego das palavras e 
expressões do fragmento abaixo, analise a afirmativa a seguir. 
 
O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, 
expulsou de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas, presidente da 
Autoridade Nacional Palestina (ANP). Facilitaram a ascensão do extremismo em 
Gaza a incompetência corrupta do governo do Fatah, o cruel bloqueio à circulação 
de bens e pessoas imposto por Israel e a opção, tomada por EUA e União Europeia, 
de ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP. 
(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009) 
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I. O emprego da preposição em “de ignorar” (l. 6) justifica-se pela regência de 
“opção”. 
 
Comentário: No trecho “...e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar 
diplomaticamente...”, a banca teve a intenção de confundir os candidatos ao 
intercalar a expressão destacada entre o substantivo “opção” e o complemento “de 
ignorar”. No contexto, o nome “opção” rege o emprego da preposição “de”, 
justificando a afirmativa do examinador. 
 
Gabarito: Correta. 
 
4. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda) Assinale a opção que preenche 
corretamente as lacunas do texto. 
 
A chegada da crise financeira mundial __1__ pequenos municípios exibe mais uma 
face perversa do abalo global que já fez tremer os gigantes do crédito internacional. 
A população mais pobre dessas comunidades começa a pagar preço alto ao __2__ 
situar no lado mais fraco das contas públicas brasileiras. A desaceleração da 
atividade econômica já seria suficiente __3__ provocar uma expressiva perda de 
arrecadação em todos os níveis da administração pública. Mas __4__ um 
complicador a mais para os municípios pequenos. Forçado __5__ conceder 
desonerações tributárias para ajudar a manutenção de empregos, o governo federal 
abriu mão de parte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), um dos 
principais formadores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Por causa 
da excessiva proliferação de cidades,muitas vezes, emancipadas apenas para 
atender a interesses de grupos políticos locais, é imensa a quantidade de 
orçamentos dessas comunidades em todo o país que dependem quase __6__ 
exclusivamente desse fundo. 
(Estado de Minas, 3/3/2009) 
 
 1 2 3 4 5 6 
a) nos o ao a em que 
b) aos se para há a que 
c) a a de é de em 
d) por lhe por existe por de 
e) em o ao é por de 
 
Comentário: No contexto da lacuna (1), o substantivo “chegada” transmite ideia de 
movimento, deslocamento. Por essa razão, rege emprego da preposição “a”. Sendo 
assim, restam-nos apenas as opções B e C. Na lacuna (2), temos a estrutura verbal 
“situar” (que exprime noção estática), seguida da partícula “se”: “... ao se situar no 
lado mais fraco...’. verbo que exprime noção estática. Na lacuna (3), identificamos 
que o adjetivo “suficiente” rege emprego da preposição “para”. Por sua vez, a lacuna 
(4) deve ser preenchida pela forma verbal “há”, que, empregada no sentido de 
“existir”, permaneceu corretamente na terceira pessoa do singular. Por fim, a lacuna 
(5) deve ser preenchida pela preposição “a”, exigida pelo adjetivo “forçado”. 
Portanto, a letra B é o gabarito da questão. 
 
Gabarito: B. 
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REGÊNCIA VERBAL 
 
 Regência verbal é a relação que, em certa acepção, o verbo estabelece com 
seu complemento. Dependendo da relação estabelecida (preposicionada ou não), o 
verbo pode apresentar diferença de significado. Essa análise pode ser feita somente 
na construção do enunciado, pois um mesmo verbo pode requerer diferentes 
complementos de acordo com o significado que venha a apresentar na oração. 
 Não é possível esgotar, nesta aula, todas as regências existentes. Porém, 
apresentarei, a seguir, uma relação de verbos com as respectivas significações e 
regências mais recorrentes em provas. Vejamos: 
 
 
 
 ASPIRAR 
 respirar, inspirar, sorver almejar, desejar, pretender 
 (verbo transitivo direto) (verbo transitivo indireto) 
 
 
Exemplos: 
 
Nós aspiramos o perfume das flores. 
 VTD OD 
 
O aluno aspirava ao cargo. 
 VTI OI 
 
 
Observação: Segundo o Dicionário Prático da Regência Verbal, de Celso Pedro 
Luft, editora Ática, pág. 76, no sentido de “desejar ardentemente, fazer votos por 
(algo), procurando chamar para si (“aspirar”) o que deseja”, o verbo aspirar é 
transitivo indireto, regendo a preposição a. 
 
Exemplos: Aspiramos a tudo o que é bom (OI). 
Todos aspiramos à felicidade (OI). 
 
 
Importante! 
 
 Segundo as lições de Rocha Lima (pág. 389), com o verbo “aspirar”, o objeto 
indireto “a ele(s)”, “a ela(s)” não é conversível na forma pronominal lhe(s): 
 
 “... o objeto indireto vem introduzido pela preposição “a”, não admitindo a 
substituição pela forma pronominal “lhe” (ou “lhes), mas somente a eles, a elas”. Em 
outras palavras, não se diz aspiro-lhe, e sim aspiro a ele(s), a ela(s). 
 
 Essa é a mesma prescrição contida na obra Nova Gramática do Português 
Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, editora Lexikon, 2008, pág. 533. 
 
 
 
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 ASSISTIR 
prestar assistência, ajudar, acompanhar morar 
 (transitivo direto ou transitivo indireto) (verbo intransitivo) 
 
 
 estar presente, presenciar, caber 
 (verbo transitivo indireto) 
 
Exemplos: 
 
O médico assiste o paciente. 
 VTD OD 
 
O médico assiste ao paciente. 
 VTI OI 
 
Aquela moça linda assiste em Ipanema. 
 VI adjunto adverbial 
 
Os torcedores assistiram ao jogo de futebol. 
 VTI OI 
 
Esse direito não assiste a você. 
 VTI OI 
 
 
Observação: “Na linguagem coloquial (falada) brasileira, o verbo “assistir” constrói- 
-se, em tal acepção [‘estar presente, presenciar’], de preferência com objeto direto 
(assistir o jogo, um filme), e escritores modernos têm dado acolhida à regência 
gramaticalmente condenada”. (Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do 
Português Contemporâneo, pág. 534) 
 
Exemplo: Trata-se de um filme que eu assistia. (Clarice Lispector) 
 
 
5. (ESAF-2006/CGU-Adaptada) Com relação aos aspectos linguísticos do texto 
abaixo, analise o item a seguir. 
 
O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na 
história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas 
tecnologias da comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram 
mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. 
De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos 
sobre o homem e seus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no 
século XV e consolidado no século XVIII. A modernidade que surgira nesse período 
é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na verdade, 
alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir 
esses dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes. 
 
(http://pt.wikipedia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações)) 
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Teoria e questões comentadas 
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I. A retirada da preposição “a” antes de “um processo” (l.1) preservaria a 
correção gramatical da oração, mas alteraria o sentido do verbo assistir e, 
consequentemente, prejudicaria a coerência textual. 
 
Comentário: No contexto, o verbo “assistir” foi empregado na acepção de “estar 
presente, presenciar”, o que justifica a transitividade indireta. Nesse caso, o objeto 
direto foi corretamente iniciado pela preposição “a”. Por sua vez, as regras 
gramaticais permitem a retirada desse elemento. Entretanto, a supressão 
modificaria tanto o sentido do verbo quanto a coerência textual, passando a 
significar “prestar assistência, ajudar, acompanhar”. 
 
Gabarito: Correto. 
 
 
 
 
 
 VISAR 
 mirar, pôr o visto almejar, pretender 
 (verbo transitivo direto) (verbo transitivo indireto) 
 
 
 
Exemplos: 
 
O gerente visa o cheque. 
 VTD OD 
 
O atirador de elite visa o alvo. 
 VTD OD 
 
O aluno visa ao cargo. 
 VTI OI 
 
 
Importante! 
 
 No sentido de “almejar”, “pretender”, o verbo “visar” assume regência 
transitiva indireta, sendo o objeto indireto encabeçado pela preposição a. 
 Entretanto, devido à semântica de ‘buscar, procurar, pretender’, passou a 
aceitar também a transitividade direta, dispensando a preposição. 
 Segundo as lições de Celso Pedro Luft, “isto se deu, de início, principalmente 
com o infinitivo”. 
 
Exemplos: 
 
Todas essas considerações visam apenas glosar os debates. (Joaquim Ribeiro) 
O ataque visava cortar a retaguarda da linha de frente. (Euclides da Cunha) 
Aquilo não visava outro interesse. (Aluísio Azevedo) 
Geralmente nós não visamos o mal, visamos o remédio. (Mário de Andrade) 
 
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 Dito de outra forma, a preposição “a” é facultativa. 
 
 Para efeito de prova, é importante ter o conhecimento tradicional (transitivoindireto, regendo emprego da preposição a), pois este já foi objeto de prova na 
ESAF. Por outro lado, também é fundamental conhecer esse outro posicionamento, 
pois a banca pode inovar. 
 
 
6. (ESAF-2006/TCU) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical. 
 
A precariedade dos serviços públicos é responsável por cerca de(1) 8% das 
barreiras ao crescimento do País. Esse impacto se deve aos(2) efeitos em cascata 
que as deficiências no setor público causam à economia. No Brasil, esses 
problemas parecem tão arraigados à rotina nacional que aparentam ser imutáveis. 
 
 
Não são. O Reino Unido está implementando uma reforma que visa o(3) aumento 
de produtividade e à melhoria da qualidade dos serviços públicos. O primeiro passo 
aconteceu com o estabelecimento de alguns princípios: 
 
 metas nacionais de desempenho, mensuráveis e disponíveis para 
comparação pelo público; 
 
 clara definição de responsabilidades entre as entidades públicas; 
 
 aumento de flexibilidade, por meio da(4) simplificação de processos e da 
redução da burocracia; 
 
 oportunidade de escolha por parte do público em relação aos provedores de 
serviços. 
 
 A estimativa é que(5) essas reformas aumentem o PIB do País em 16 bilhões 
de libras. 
 
(Adaptado de Revista Veja, n. 49, p.154.) 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
 
Comentário: O erro gramatical encontra-se na opção (3). No contexto, o verbo 
“visar’ foi empregado no sentido de “almejar”, “pretender”. Segundo as lições de 
regência verbal, quando empregada nessa acepção, essa forma verbal assume 
transitividade indireta, devendo o objeto indireto ser encabeçado pela preposição 
“a”. Portanto, o trecho correto é “... visa ao aumento de produtividade...”. Esse foi o 
posicionamento da banca e o gabarito da questão. 
 
Gabarito: C. 
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 AGRADAR 
 
 contentar, afagar satisfazer, ser agradável 
 (verbo transitivo direto) (verbo transitivo indireto ou intransitivo) 
 
Exemplos: 
 
Preciso meter a cara no estudo, para agradar minha mãe. 
 VTD OD 
 
A criança chorava; a mãe se pôs a agradá-la. 
 VTD OD 
 
O discurso dos políticos não agrada à população. 
 VTI OI 
 
A solução agradou. (=A solução foi agradável.) 
 VI 
 
 
 
 
 
 IMPLICAR 
 
 acarretar, ter como consequência envolver-se, ter implicância com 
 (verbo transitivo direto) (verbo transitivo indireto) 
 
Exemplos: 
 
O estudo dedicado implicará sua aprovação. 
 VTD OD 
 
Sem recursos, ele implicou-se em assaltos. 
 VTI OI 
 
A babá implica com aquela criança. 
 VTI OI 
 
 
 
Importante! 
 
 O verbo “implicar”, no sentido de “causar”, “acarretar”, é transitivo direto, o 
que é pacificamente aceito pelos eminentes estudiosos. 
 
 Na obra Gramática Normativa da Língua Portuguesa, editora José Olympio, 
33ª edição, 1996, p. 433, Rocha Lima considera que o verbo implicar, no sentido de: 
 
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 “3) Trazer como consequência, acarretar. É transitivo direto. 
 
Exemplo: “(...) sem que a investida do novo chefe implicasse a menor quebra no 
movimento político e social.” (Latino Coelho) “ 
 
 Evanildo Bechara, em Moderna Gramática da Língua Portuguesa, editora 
Lucerna, 37ª edição, 1999, p. 576, ensina que: 
 
“(...). No significado de “resultar”, o verbo implicar é transitivo direto: Isto implica 
erro.” 
 
 
 Adriano da Gama Kury e Ubaldo Luiz de Oliveira, em Gramática Objetiva, 
editora Atlas, 1985, p. 131-132, ensinam que, o verbo implicar, no sentido de: 
 
“c) trazer como consequência, acarretar. É transitivo direto. 
 
Exemplo: “... um ver que implica desdouro para meu amigo ...” (Camilo) “ 
 
 
 Modernamente, entretanto, já é admitida a regência indireta do verbo 
“implicar”, regendo emprego da preposição “em”. Conforme as lições de Celso 
Pedro Luft, em Dicionário Prático de Regência Verbal, editora Ática, 1999, p. 326: 
 
“IMPLICAR 
 
(...) 
 
OBS.: implicar em algo é inovação em relação a implicar algo por influência de 
sinônimos como “redundar”, “reverter”, “resultar”, “importar”. Aparentemente um 
brasileirismo. Plenamente consagrado, admitido até pela gramática normativa: “Está 
ganhando foros de cidade na língua culta a sintaxe implicar em: Tal procedimento 
implica desdouro (ou em desdouro) para você.” (Rocha Lima, p. 401). 
 
 Vejamos como essa inovação sintática foi objeto de prova na ESAF. 
 
 
7. (ESAF-2002/Receita Federal-Adaptada) Com relação à correção gramatical, 
analise os períodos a seguir. 
 
I. A prática do racismo é definida como crime na Lei nº 7.716/89, isto é, nessa Lei 
estão definidas várias condutas que implicam tratamento discriminatório, motivado 
pelo preconceito racial. / A prática do racismo é definida como crime na Lei nº 
7.716/89, isto é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam em 
tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial. 
 
Comentário: No período original, o verbo “implicar” foi empregado no sentido de 
“acarretar”, “ter como consequência”, assumindo, portanto, transitividade direta. No 
contexto, o complemento direto da forma verbal “implicam” é a expressão “tratamen- 
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to discriminatório”. Já na reescritura, a banca exigiu o conhecimento da inovação 
sintática, qual seja, a regência transitiva indireta do verbo “implicar” na mesma 
acepção. Neste caso, a presença da preposição “em” encontra respaldo na 
gramática normativa, estando correto o período transcrito, pois. 
 
Gabarito: Correto. 
 
 
 
 
 
 CHAMAR 
 
 
 O verbo “chamar”: 
 
- no sentido de “verificar a presença”, “invocar o nome de santos”, “acarretar”, é 
transitivo direto. 
 
Exemplos: 
 
O professor chama os alunos. 
 VTD OD 
 
Não chamar o nome de Deus em vão. 
 VTD OD 
 
Uma mentira chama a outra. 
 VTD OD 
 
 
- no sentido de “invocar auxílio, ajuda ou proteção”, é transitivo indireto, regendo 
emprego da preposição por. 
 
Exemplo: 
 
A freira chamou por Deus. 
 VTI OI 
 
 
- no sentido de “avocar”, “tomar”, “assumir”, é transitivo direto e indireto, podendo 
o objeto indireto ser encabeçado pelas preposições a ou sobre. 
 
Exemplo: Ele chama a (ou sobre) si a responsabilidade da decisão. 
 VTDI OI OD 
 
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 O verbo “chamar” apresenta uma particularidade: quando empregado nas 
acepções de apelidar, qualificar, tachar, é transobjetivo (aquele que necessita de 
mais alguma informação para não prejudicar a coerência do período). Em outras 
palavras, além de apresentar complemento verbal (objeto direto ou objeto indireto), 
deverá ser seguido de predicativo. Este, por sua vez, pode ou não ser 
acompanhado da preposição de. 
 
Exemplos: 
 
OBJETO DIRETO + PREDICATIVO 
 
Chamaram-no fiel. 
 objeto predicativo 
 direto do objeto 
 
 
 
OBJETO DIRETO + PREDICATIVO, precedido da preposição de 
 
Chamaram-no de fiel. 
 objeto predicativo 
 direto do objetoOBJETO INDIRETO + PREDICATIVO 
 
Chamaram-lhe fiel. 
 objeto predicativo 
 indireto do objeto 
 
 
OBJETO INDIRETO + PREDICATIVO, precedido da preposição de 
 
Chamaram-lhe de fiel. 
 objeto predicativo 
 indireto do objeto 
 
 
 
 
8. (ESAF-2002/STN-Adaptada) Em relação aos aspectos do texto, analise a 
afirmativa a seguir. 
 
No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha, bastava conseguir 
que eles tirassem um diploma de curso superior. Uma vez formados, seriam 
automaticamente chamados de “doutor” e teriam um salário de classe média para o 
resto da vida. De uns anos para cá, essa fórmula não funciona mais. Quem quiser 
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garantir o futuro dos filhos, além do curso superior, terá de lhes arrumar um capital 
inicial. Esse capital deverá ser suficiente para o investimento que gerará um 
emprego para seu filho. 
 
I. A regência do verbo “chamar” empregada no texto (l.3) é considerada 
coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais formal, o emprego 
desse verbo como transitivo direto. 
 
 
Comentário: No contexto, o verbo “chamar” foi empregado com transitividade 
direta, apresentando o sentido de “apelidar”, “qualificar”, “tachar”. Nessas acepções, 
as regras gramaticais asseveram que a estrutura verbal pode ser tanto transitiva 
direta quanto transitiva indireta, sem que haja alteração do significado. Portanto, a 
afirmação feita pelo examinador está errada. 
 
Gabarito: Errada. 
 
 
 
 
 
 
 
 CUSTAR 
 
 acarretar, causar implicações indicando preço 
 (verbo transitivo direto e indireto) (verbo intransitivo) 
 
Exemplos: 
 
O impulso custou-lhe muito esforço. 
 VTDI OI OD 
 
A conquista do pão custa ao pobre muitos sacrifícios. 
 VTDI OI OD 
 
Aquele casaco custou trezentos reais. 
 VI adjunto adverbial 
 
 
Atenção! 
 
 Segundo as lições de Domingos Paschoal Cegalla, em Novíssima Gramática 
da Língua Portuguesa, Companhia Editora Nacional, p. 497, quando o verbo custar 
for empregado na acepção de ser custoso, ser difícil, deverá ser empregado na 3ª 
pessoa do singular, tendo como sujeito a oração reduzida de infinitivo: 
 
Exemplo: “Custou-me muito a brigar com Sabina.” (Machado de Assis) 
 sujeito 
 
 
 
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 A oração reduzida de infinitivo pode ser precedida de preposição expletiva 
“a”, conforme o exemplo acima. Entretanto, sua retirada não traz prejuízo à 
estrutura da frase: “Custou-me muito brigar com Sabina”. 
 
 
 
 
 
 PROCEDER 
 
 dar início, realizar originar-se; agir, comportar-se; 
 (verbo transitivo indireto) ter fundamento 
 (verbo intransitivo) 
Exemplos: 
 
O juiz procedeu ao julgamento. 
 VTI OI 
 
Seu argumento não procede. 
 VI 
 
João não procedeu bem durante a cerimônia. 
 VI adj. adv 
 de modo 
 
O navio procede da Itália. 
 VI adj. adv. de lugar 
 
 
 ATENDER 
 
 
 Segundo as lições de Celso Pedro Luft, o verbo “atender” é transitivo direto 
ou transitivo indireto nas seguintes acepções: 
 
- “dar ou prestar atenção”, é transitivo direto ou transitivo indireto, regendo, 
em seu complemento indireto, a preposição “a”. 
 
Exemplo: O diretor atendeu aos (ou os) interessados. 
 
 
Observação: Segundo as lições de Rocha Lima, em Gramática Normativa da 
Língua Portuguesa, p. 392, se o complemento for um pronome pessoal referente a 
pessoa, só se empregam formas objetivas diretas. 
 
Exemplo: O diretor atendeu-os no que foi possível. 
 
 
- “responder”. 
 
Exemplo: Seu telefone não atende às (ou as) chamadas. 
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- “tomar em consideração”, “considerar”, “levar em conta”, “ter em vista”. 
 
Exemplo: Atender à (ou a) lição dos fatos. 
Atender às (ou as) condições do mercado. 
 
 
 O verbo “atender” é transitivo direto: 
 
- significando “conceder audiência”, “receber”. 
 
Exemplo: O Papa atenderá os peregrinos. 
 
 
- na acepção de “dar despacho favorável”, “deferir”, “acatar”. 
 
Exemplo: O governo atendeu as reivindicações dos grevistas. 
 
 
O verbo “atender” é transitivo indireto no sentido de “atentar”, “reparar”. 
 
Exemplo: Atendia, de longe, aos acontecimentos. 
Não atendeu para os primeiros sintomas da doença. 
 
 
9. (ESAF-2004/Instituto Rio Branco) Identifique a letra em que uma das frases 
apresenta erro de regência verbal. 
 
a) Atender uma explicação. 
 Atender a um conselho. 
 
b) O diretor atendeu aos interessados. 
 O diretor atendeu-os no que foi possível. 
 
c) Atender às condições do mercado. 
 Os requerentes foram atendidos pelo juiz. 
 
d) Atender o telefone. 
 Atender ao telefone. 
 
e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença. 
 Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio. 
 
Comentário: Há erro de regência verbal na assertiva (E). No contexto, o verbo 
“atender” foi empregado na acepção de “reparar”, “atentar”. Nessa significação, 
assume transitividade indireta, estando correta no primeiro período da opção. 
Entretanto, a transcrição apresentou um equívoco ao apresentar a forma pronominal 
“se atendeu”. O correto seria “Ninguém atendeu aos primeiros alarmes de incêndio”. 
 
Gabarito: E. 
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 Esquecer / Lembrar / Recordar 
 
 “Esquecer”, “lembrar” e “recordar “ são verbos transitivos diretos, ou seja, não 
exigem preposição. 
 
 Esqueci o teu nome. 
 VTD OD 
 
Esquecer/Lembrar/Recordar Lembrei o teu nome. 
 VTD OD 
 
 Recordei o teu nome. 
 VTD OD 
 
 verbos transitivos diretos 
 
 
 
 Esquecer-se / Lembrar-se / Recordar-se 
 
 “Esquecer-se”, “lembrar-se” e “recordar-se” são verbos pronominais com 
transitividade indireta, isto é, exigem complemento indireto (esquecer-se/ 
lembrar-se/recordar-se DE algo). 
 
 
 Esqueci-me do teu nome. 
 VTI OI 
 
Esquecer-se/Lembrar-se/Recordar-se Lembrei-me do teu nome. 
 VTI OI 
 
 Recordei-me do teu nome. 
 VTI OI 
 verbos transitivos indiretos 
 
 
 
 
 Avisar e Informar 
 
 Estes verbos são transitivos diretos e indiretos (VTDI) e admitem objeto direto 
para coisa e indireto para coisa (e vice-versa). O complemento indireto (objeto 
indireto) pode ser introduzido pelas preposições “a” ou “de”. 
 
Exemplos: 
 
Avisei o menino de seu recado. / Avisei seu recado ao menino. 
 VTDI OD OI VTDI OD OI 
 
 
 
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 Em “Avisei o menino de seu recado.”, empregou-se o objeto direto para 
pessoa e o indireto para coisa (avisar alguém DE alguma coisa). Já em “Avisei seu 
recado ao menino.”, empregou-se o objeto direto para coisa e o indireto para pessoa 
(avisar alguma coisa A alguém). Ambas as construções são escorreitas. 
 
 
Informei o gabarito aos candidatos. / Informei os candidatos do gabarito. 
 VTDI OD OI VTDI OD OI 
 
 Em “Informei o gabarito aos candidatos.”, empregou-se o objeto direto para 
coisa e o indireto para pessoa (informar algo A alguém). Já em “Informei os 
candidatos do gabarito.”, empregou-se o objeto direto para pessoa e o indireto para 
coisa (informar alguém DE alguma coisa). Novamente, ambas as construções estão 
corretas. 
 
 
 Comunicar e Cientificar 
 
 São verbos transitivos diretos e indiretos. Entretanto, cabem algumas 
considerações. 
 Originariamente, o verbo “comunicar”, quando empregado no sentido de 
“fazer saber”, “participar”, deve apresentar objeto direto para ‘coisa’ e indireto para 
‘pessoa’. 
 
Exemplo: 
 
Comuniquei o resultado aos alunos. 
 VTDI OD OI 
 
 Em “Comuniquei o resultado aos alunos.”, empregou-se o complemento 
direto para coisa e o indireto para pessoa (comunicar alguma coisa A alguém). 
 
 Já o verbo “cientificar”, quando empregado na acepção de “tornar ciente”, 
“informar”, “tomar conhecimento”, exige, originariamente, objeto direto para pessoa 
e indireto para coisa. 
 
Exemplo: 
 
Cientifiquei os alunos do resultado. 
 VTDI OD OI 
 
 Em “Cientifiquei os alunos do resultado.”, empregou-se o complemento direto 
para pessoa e o indireto para coisa (cientificar alguém DE algo). 
 
 Modernamente, admite-se a construção “Cientificar-lhe algo” (Cientifiquei o 
resultado aos alunos), ou seja, o emprego do complemento direto para coisa e do 
indireto, para pessoa. Segundo as lições de Luft (pág. 119), “às vezes ocorrer 
cientificar-lhe algo, inovação sintática devida ao traço semântico com ‘comunicar’ 
(algo a alguém): “Cientifique-lhe a nossa derrota” – inovação que também atingiu os 
 
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verbos avisar, certificar e informar. Em linguagem escrita culta formal, preferível a 
sintaxe originária cientificá-lo de... .” 
 
 
10. (ESAF-2005/STN-Adaptada) Com base nos aspectos linguísticos do texto 
abaixo, analise a afirmativa a seguir. 
 
Os administradores de sociedades limitadas podem responder solidariamente 
perante a sociedade pelo mal desempenho de suas atribuições. Uma dessas 
hipóteses é justamente não comunicar aos demais associados a cessão das cotas 
por parte de alguns sócios a terceiros que não dispõe de patrimônio apto a honrar o 
compromisso. 
 
I. O verbo “comunicar” (l.3) está empregado erradamente, pois exige objeto 
direto de pessoa e indireto de coisa: comunicar alguém de/sobre/acerca de 
alguma coisa. 
 
Comentário: Originariamente, o verbo “comunicar” é transitivo direto e indireto 
(VTDI), exigindo objeto direto para ‘coisa’ e indireto para ‘pessoa’. Foi o que ocorreu 
no trecho “... não comunicar aos demais associados a cessão das cotas...”, em que 
a função de objeto direto (coisa) é desempenhada pela expressão “a cessão das 
cotas” e a de objeto indireto (pessoa) é exercida pelo excerto “aos demais 
associados”. 
 
Gabarito: Errada. 
 
 
 
 Pagar e Perdoar 
 
 Estes verbos são transitivos diretos e indiretos, sendo o complemento direto 
relacionado à coisa, e o indireto, à pessoa (pagar/perdoar algo A alguém). 
 
Exemplos: 
 
Paguei a dívida ao agiota. (“Paguei-lhe a dívida.”) 
 VTDI OD OI 
 
 
Perdoei o roubo ao ladrão. (Perdoei-lhe o roubo.) 
 VTDI OD OI 
 
 
 
 Simpatizar e Antipatizar 
 
 Estes verbos são transitivos indiretos, regendo o emprego da preposição 
“com”. Fiquem alerta, pois esses verbos não são pronominais, ou seja, escrever 
“simpatizar-se / antipatizar-se” é considerado erro. 
 
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Exemplos: Simpatizei com aquela moça da praia. / Antipatizei com seu amigo. 
 VTI OI VTI OI 
 
 
 Preferir 
 
 O verbo preferir é transitivo direto e indireto, regendo, em seu complemento 
indireto, preposição “a” (prefere uma coisa A outra). 
 
Exemplo: Prefiro laranja a maçã. 
 
 Na linguagem cotidiana, os falantes dizem “Prefiro laranja do que maçã.”, o 
que, segundo a norma culta formal, é considerado erro. Igualmente ocorreria com a 
construção “Prefiro mais laranja do que maçã”. 
 
 
Importante! 
 
 É preciso ter atenção ao paralelismo sintático (estrutural). 
 
Exemplos: 
 
Prefiro laranja a maçã. 
 
 Em “Prefiro laranja a maçã.”, o substantivo “laranja” foi empregado sem o 
artigo definido “a”. Por essa razão, o “a” antes de “maçã” é meramente a preposição 
regida pelo verbo “preferir”. 
 
Prefiro a laranja à maçã. 
 
 Em “Prefiro a laranja à maçã.”, o substantivo “laranja” foi empregado com o 
artigo definido “a”. Por essa razão, também deverá ser empregado antes do 
vocábulo “maçã”. Neste caso, haverá a fusão entre o artigo definido “a” e a 
preposição “a”, ocasionando o fenômeno da crase. 
 
 
 
 Obedecer 
 
 O verbo obedecer é transitivo indireto, regendo a preposição “a”. 
 
Exemplo: O bom cidadão obedece às ordens do guarda. 
 VTI OI 
 
 O mesmo ocorre com o verbo derivado desobedecer. 
 
Exemplo: O mau cidadão desobedece às ordens do guarda. 
 VTI OI 
 
 
 
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 Morar / Residir / Situar-se 
 
 Estes verbos indicam permanência. São intransitivos, regendo o emprego da 
preposição “em”. 
 
Exemplos: 
 
Moro em Copacabana. 
 VI adj. adverbial 
 
Resido em Copacabana. 
 VI adj. adverbial 
 
Situo-me em Copacabana. 
 VI adj. adverbial 
 
 
 Ir / Chegar 
 
 Estes verbos indicam movimento. São intransitivos, regendo o emprego da 
preposição “a”. 
 
Exemplos: Vou ao teatro. (correto) / Vou no teatro. (errado). 
 
Cheguei à capital do país. (correto) / Cheguei na capital do país. (errado) 
 
 
VERBOS COM REGÊNCIAS DIFERENTES 
 
 
 Sempre que houver formas verbais com regências distintas relacionadas a 
um mesmo complemento, será necessário apresentar dois objetos. 
 
Exemplo: Olhei e gostei do quadro. (errado) 
Olhei o quadro e gostei dele. (correto) 
 
 No exemplo acima, o verbo “olhar” é transitivo direto (não exige preposição), 
enquanto o verbo “gostar” exige a preposição “de”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EMPREGO DO ACENTO GRAVE 
 
 Agora, abordaremos um tema que sempre aparece em provas: a crase. Mas, 
afinal, o que é crase ? Por crase compreende-se a fusão de duas vogais iguais. 
 Amigos, é preciso chamar a atenção de vocês para o seguinte: crase é 
diferente de acento grave. Graficamente, o fenômeno da crase, definido como a 
fusão de duas vogais iguais, é marcado pelo emprego do acento grave. Em outras 
palavras, crase não é acento, e sim um fenômeno linguístico. 
 
 Em língua portuguesa, o acento grave registra: 
 
a) PREPOSIÇÃO A + ARTIGO DEFINIDO A(S) 
 
 Este é o primeiro caso clássico de crase. Para que vocês tenhamcerteza de 
que ocorrerá esse fenômeno, recomendo que vocês usem a seguinte desta primeira 
dica: 
 
1ª) verifiquem se o termo regente - o verbo (regência verbal) ou o nome 
(regência nominal) - exige a preposição A. Se houver essa regência, fiquem de 
olho: haverá grande possibilidade de o fenômeno da crase ocorrer; 
 
2ª) verifiquem se o termo regido admite a anteposição do artigo definido A(S). 
 
 A essa altura, vocês podem estar se perguntando: Mas, Fabiano, como farei 
isso? Digo a vocês que é muito simples! 
 Para essa análise, construam uma frase em que o termo regido desempenhe 
a função de sujeito. Caso este termo aceite a anteposição do artigo definido A(S) na 
frase criada por vocês, haverá o encontro do A (preposição) com o A(S) (artigo 
definido). Logo, ocorrerá o fenômeno da crase. Vamos ver como funciona na 
prática? 
O aluno estava atento __ aula do professor. 
 
 Na frase acima, vocês, na hora da prova, desejarão saber se é possível 
empregar (ou não) o acento grave indicativo de crase. Então, o que fazer? Apliquem 
a primeira dica e cheguem à conclusão de que: 
 
1º) o adjetivo atento - que é o termo regente - exige preposição A (atento a 
alguma coisa); 
 
2º) construindo uma frase que o termo regido - aula do professor - 
desempenhe a função de sujeito, vocês verificarão que essa expressão admite 
a anteposição do artigo definido A. Vejam a frase abaixo: 
 
A aula do professor é divertida. 
 
 Perceberam? Logo, haverá o encontro do A (preposição) com o A (artigo 
definido), ou seja, ocorrerá o fenômeno da crase. Portanto: 
 
O aluno estava atento à aula do professor. 
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b) PREPOSIÇÃO A + PRON. DEMONSTRATIVO AQUELE (e flexões) 
 
 Pessoal, este é o segundo caso clássico que pode implicar o fenômeno da 
crase. Para ter certeza de que haverá a fusão, recomendo que vocês usem esta 
segunda dica: 
 
1ª) este item é igualzinho ao primeiro do método anterior: verifiquem se o 
termo regente - o verbo (regência verbal) ou o nome (regência nominal) - exige 
a preposição A. Se houver essa regência, fiquem "ligados": haverá grande 
possibilidade de o fenômeno da crase ocorrer; 
 
2ª) aqui, uma novidade: verifiquem se o termo regido é o pronome 
demonstrativo aquele(s), aquela(s), aquilo. Se uma dessas formas 
pronominais aparecer, haverá o encontro do A (preposição) com o A inicial do 
pronome aquele (e flexões). Logo, ocorrerá o fenômeno da crase. Vamos ver 
como funciona na prática ? 
 
Refiro-me __quele(a) candidato(a). 
 
 Na frase acima, vocês, na hora da prova, desejarão saber se é possível 
empregar (ou não) o acento grave indicativo de crase. Então, o que fazer? Apliquem 
a segunda dica e percebam que: 
 
1ª) o verbo referir-se rege a preposição A (refiro-me a alguém / a alguma 
coisa); 
 
2ª) o termo regido é o pronome demonstrativo AQUELE(A). Neste caso, como 
foi constatada a presença da preposição A, exigida pelo termo regente, haverá 
a fusão com o A inicial da forma pronominal. Então: 
 
Refiro-me àquele(a) candidato(a). 
 
Atenção! 
 
 Antes da preposição DE e do pronome relativo QUE, o A(S) equivalerá ao 
pronome demonstrativo AQUELA(S). Nesse caso, vocês deverão aplicar a 
segunda dica: 
 
1ª) verifiquem se o termo regente - o verbo (regência verbal) ou o nome 
(regência nominal) - exige a preposição A. Se houver essa regência, fiquem 
em alerta: haverá grande possibilidade de o fenômeno da crase ocorrer; 
 
2ª) verifiquem se o termo regido é o pronome demonstrativo A(S), seguido ou 
do pronome relativo QUE ou da preposição DE. Quando, na frase, houver uma 
dessas combinações, o A(S) será equivalente ao pronome demonstrativo 
aquela(s). Sendo assim, uma vez constatada a obrigatoriedade da preposição 
A, haverá a fusão com o A inicial da forma pronominal A(S). 
 
 Vamos ver como funciona na prática: 
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A prancha que ganhei é igual __ que você comprou. 
 
Sua blusa é igual __ da vitrine. 
 
 
 Aplicando a segunda dica nas frases acima, vocês concluirão que: 
 
1ª) o adjetivo igual rege a preposição A (igual a alguma coisa / a alguém) ; 
 
2ª) Na primeira frase, o termo regido é o A, seguido do pronome relativo QUE. 
Na segunda, o termo regido é o A, seguido da preposição DE. Quando houver 
essas combinações, o A será equivalente ao pronome demonstrativo aquela. 
Sendo assim, haverá a fusão da preposição A com o A inicial do pronome 
aquela. Logo, ocorrerá a crase e as lacunas dos exemplos devem ser 
preenchidas da seguinte forma: 
 
A prancha que ganhei é igual à que você comprou. 
 
Sua blusa é igual à da vitrine. 
 
 
c) PREPOSIÇÃO A + PRONOME RELATIVO A(S) QUAL(IS) 
 
 Este é o terceiro e último caso clássico que pode resultar na ocorrência da 
crase. Aqui, é fundamental que vocês redobrem a atenção, pois há uma oração 
subordinada adjetiva. 
 
 Muito cuidado, pessoal! Com o pronome relativo A QUAL / AS QUAIS, o 
fenômeno da crase ocorrerá somente se: 
 
- o termo posterior ao pronome relativo reger a preposição A; e 
 
- o termo anterior ao pronome relativo admitir o emprego do artigo definido 
A(S). 
 
 Vamos visualizar na prática? 
 
 Apliquem a primeira dica no exemplo abaixo: 
 
A aula __ qual o aluno estava atento é divertida. 
 
 Na frase acima, vocês, na hora da prova, desejarão saber se é possível 
empregar (ou não) o acento grave indicativo de crase. Aplicando a primeira dica, 
chegamos à conclusão de que: 
 
1ª) o adjetivo atento (termo regente) exige a preposição A (atento a alguma 
coisa), que antecederá o pronome relativo QUAL; 
 
 
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2ª) o termo regido é o pronome relativo QUAL, que, no exemplo em análise, 
substitui a palavra aula. Para verificar se este vocábulo admite a anteposição 
do artigo definido A, criem uma frase em que essa palavra (aula) desempenhe 
a função de sujeito. Por exemplo: 
 
A aula começou. 
 
 Logo, haverá o encontro do A (preposição) com o A (artigo definido), isto é, 
ocorrerá o fenômeno da crase. Sendo assim, a lacuna do exemplo em comento 
deve ser preenchida da seguinte forma: 
 
A aula à qual o aluno estava atento é divertida. 
 
 
CASOS PROIBIDOS 
 
 Já sabemos que, em língua portuguesa, a crase representa a fusão de duas 
vogais iguais, sendo demarcada pelo emprego do acento grave. Na maioria das 
vezes, a crase decorre da junção entre o A (preposição) e o A(S) (artigo definido 
feminino). Sempre que essa fusão acontecer, o termo regido admitirá a 
anteposição do artigo (lembrem-se da primeira dica!). 
 Sendo assim, é possível que vocês cheguem à conclusão de que NÃO 
haverá o fenômeno da crase antes de: 
 
- palavras masculinas. É evidente que palavra masculina não admite a 
anteposição de artigo definido feminino. 
 
Exemplos: Pedimos um bife a cavalo. / Andamos a pé. 
 
Dica estratégica! 
 
 Se as expressões À MODA DE ou À MANEIRA DE estiverem implícitas, 
subentendidas, deveremos empregar o acento grave indicativo de crase. 
 
Exemplo: Neymar fez um gol à Pelé. (= Neymar fez um gol à moda de Pelé.) 
 
- “A” no singular (preposição rígida), quando o termo regido estiver no plural. 
Nesse caso, há somente uma preposição. 
 
Exemplo: Não vai a festas em sua homenagem. (a = preposição rígida) 
 
- pronomes pessoais, pronomes demonstrativos de 1ª e 2ª pessoas (ESTE(S), 
ESTA(S), ISTO, ESSE(S), ESSA(S) e ISSO), pronomes indefinidos (TUDO, 
NADA, TODO(S), CADA, QUALQUER...), pronomes relativos (CUJO(S), 
CUJA(S) e QUEM) e pronomes de tratamento (iniciados por VOSSA ou SUA). 
 
 Em regra, os pronomes não admitema anteposição do artigo definido 
feminino, exceto os pronomes indefinidos OUTRAS, VÁRIAS, DEMAIS. 
 
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Exemplos: 
 
Contaram tudo a ela. 
Não dou importância a essa confusão. 
Atendemos a qualquer hora do dia. 
A pessoa a cuja filha me refiro estuda no Estratégia Concursos. 
Envie flores a quem você ama. 
Sugerimos a Vossa Excelência que o processo seja arquivado. 
 
Mas: 
 
Refiro-me às outras pessoas. / Refiro-me a outras pessoas. (a = preposição rígida) 
O galanteador dá flores às várias namoradas. / O galanteador dá flores a várias 
namoradas. (a = preposição rígida) 
 
Dica estratégica! 
 
 As formas DAMA, DONA e MADAME e os pronomes de tratamento 
SENHORA e SENHORITA admitem a anteposição do artigo definido feminino A(S). 
Por essa razão, se a regência (verbal ou nominal) exigir a preposição A, deveremos 
empregar o acento grave. 
 
Exemplos: 
 
O mordomo referiu-se à madame. 
Diga à senhora diretora que está tudo pronto para a reunião. 
 
- verbos. Ainda que estejam substantivados ("o cantar", "o nascer"), os verbos 
recebem artigo masculino e não feminino. 
 
Exemplo: A partir de hoje, não erro mais questão assim. / Preço a combinar. 
 
- artigos indefinidos. 
 
Exemplos: 
 
O rapaz dirigiu-se a um canto da sala. 
A Internet deu origem a uma avalanche de empreendedorismo no mundo. 
 
Dica estratégica! 
 
 Na frase "Fabiano chegou à uma.", temos a indicação de hora ("uma hora"), 
e não do artigo indefinido "uma". Logo, devemos empregar o acento grave. 
 
CASOS ESPECIAIS 
 
 É fundamental chamar a atenção de vocês para o fato de que o acento grave 
NÃO deverá ser empregado: 
 
 
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- antes das palavras CASA e DISTÂNCIA, quando estas NÃO estiverem 
determinadas. 
 
Exemplos: 
Pedro chegou a casa e logo foi dormir. 
O rapaz flertava a moça a distância. 
 
Dica estratégica! 
 
 Se os vocábulos CASA e DISTÂNCIA estiverem DETERMINADOS, o acento 
grave indicativo de crase deverá ser empregado. 
 
Exemplos: 
Sofia chegou à casa de Pedro. 
O rapaz flertava a moça à distância de um metro. 
 
- antes da palavra TERRA, sempre que trouxer a ideia de terra firme, opondo- 
-se à de estar a bordo (nesse caso, a palavra é antecedida apenas pela 
preposição). 
 
Exemplo: Os marinheiros voltaram a terra. 
 
Atenção! 
 
 Se houver uma qualificação, uma determinação da palavra TERRA, será 
admitida a anteposição do artigo definido A, ocorrendo o fenômeno da crase 
se a regência permitir. 
 
Exemplo: 
Os marinheiros voltaram à terra de seus sonhos. 
 
 
 Aqui, cabe uma ressalva importante: quando o vocábulo TERRA 
designar o nome do planeta, ocorrerá a crase se a regência exigir. 
 
Exemplo: Os astronautas retornaram à Terra. (= Os astronautas retornaram ao 
planeta.) 
 
 
 
- entre palavras repetidas. Aqui, há apenas a preposição unindo dois 
substantivos que originam uma expressão. 
 
Exemplos: 
Finalmente fiquei face a face com a tão esperada prova. (face com face) 
Li seu relatório página a página. (página por página) 
 
 
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ACENTO GRAVE ANTES DE PRONOMES POSSESSIVOS FEMININOS 
 
Pronome adjetivo possessivo feminino 
 
 Quando o pronome adjetivo possessivo feminino estiver no singular, poderão 
ocorrer duas situações: 
 
1ª) caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado sem artigo, não haverá 
crase, ainda que o termo regente exija a preposição A. 
 
Exemplo: O cônsul enviou várias cartas a sua filha. (a = preposição) 
 
2ª) caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado com artigo, haverá 
crase, desde que o termo regente exija a preposição A. 
 
Exemplo: 
O cônsul enviou várias cartas à sua filha. (à = preposição A + artigo definido A) 
Sendo assim, vocês podem concluir que, antes de pronome adjetivo possessivo 
feminino no singular, o emprego do acento grave indicativo de crase será 
facultativo. 
 
 Se o pronome adjetivo possessivo feminino aparecer no plural, o 
emprego do acento grave será, em regra, obrigatório. 
 
Exemplo: 
O cônsul enviou várias cartas às suas filhas. (às = preposição A + artigo definido 
AS) 
 
Dica estratégica! 
 
 Se, no contexto, aparecer apenas a preposição A, não ocorrerá crase, ainda 
que o pronome adjetivo possessivo feminino esteja no plural. 
 
Exemplo: 
O cônsul enviou várias cartas a suas filhas. (a = preposição rígida) 
 
Pronome substantivo possessivo feminino 
 
 Antes de pronomes substantivos possessivos femininos (no singular ou 
no plural), o emprego do acento grave será obrigatório. 
 
Exemplo: 
Não deram atenção a(à) minha queixa, nem à sua. (o pronome sua substitui 
queixa) 
Não deram atenção às minhas queixas, nem às suas. (o pronome suas substitui 
queixas) 
 
 
 
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ACENTO GRAVE ANTES DE NOMES PRÓPRIOS FEMININOS 
 
 Antes de nomes próprios (ou personativos) femininos, o emprego do 
acento grave será facultativo. 
 
Exemplo: 
Diga a Joana que a estamos esperando. 
Diga à Joana que estamos esperando. 
 
Dica estratégica! 
 
 Se o nome próprio feminino designar personagem histórica ou entidade 
religiosa, não se emprega o acento grave, ainda que a regência exija a preposição 
A. 
 
Exemplos: 
Na aula de ontem, o estagiário fez alusão a Joana d'Arc. 
Joana estava solteirona; por isso, pediu um milagre a Nossa Senhora. 
 
Cuidado! 
 
 Se o nome próprio feminino que designar personagem histórica ou 
entidade religiosa estiver determinado, emprega-se o acento grave indicativo de 
crase. 
 
Exemplo: Na aula de ontem, o estagiário fez alusão à corajosa Joana d'Arc. 
 
 
ACENTO GRAVE ANTES DE NOMES DE LUGAR FEMININOS 
 
MÉTODO PRÁTICO 
 
 Para verificar se haverá ou não crase antes de nomes de lugar femininos, 
recomendo que vocês utilizem o método prático a seguir, composto por dois versos: 
 
Quem vai A e volta DA, crase há. 
Quem vai A e volta DE, crase para quê? 
 
 Não entenderam? Acompanhem abaixo: 
 
 Se, ao substituirmos o verbo IR pelo antônimo VOLTAR, aparecer DA 
(contração da preposição DE + artigo definido A), constatamos que o topônimo 
(nome de lugar) admite a anteposição do artigo. Logo, o acento grave indicativo 
de crase deve ser empregado. 
 Contudo, se, ao substituirmos o verbo IR pelo antônimo VOLTAR, aparecer 
somente DE (preposição), constatamos que o nome de lugar feminino não admite a 
anteposição do artigo. Logo, o acento grave indicativo de crase não deve ser 
empregado. 
 
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Exemplos: 
 
COM CRASE 
 
Pretendo ir à Bahia. (= Pretendo voltar da Bahia.) 
Fui à França. (= Voltei da França.) 
 
SEM CRASE 
 
Iremos a Paris. (= Voltaremos de Paris.) 
Pretendo ir a Copacabana. (= Pretendo voltar de Copacabana.) 
 
Dica estratégica! 
 
 Se os topônimos estiverem determinados, ocorrerá a crase. Por quê? Ora, 
ao substituirmos o verbo IR pelo antônimo VOLTAR, aparece DA (contração da 
preposição DE + artigo definido A). Logo, o acento grave indicativo de crase deve 
ser empregado. 
 
Exemplos: 
Iremos à Paris das luzes. (= Voltaremos da Paris das luzes.) 
Pretendo ir à Copacabana da Bossa Nova. (= Pretendo voltar da Copacabana da 
Bossa Nova.) 
 
 
ACENTO GRAVE EM LOCUÇÕES 
 
 Vitoriosos alunos, o acento grave deve ser empregado em locuçõescujo 
núcleo é formado (sempre) por palavra feminina. 
 As locuções femininas classificam-se em: 
 
- adverbiais: à baila, à beça, às claras, à direita, às escondidas, à esquerda, à 
força, às moscas, à noite, às pressas, à revelia, à solta, à tarde, às vezes, à vista, à 
vontade ... 
 
Exemplos: 
Passarei no concurso e comprarei um carro à vista. 
Para comemorar a aprovação no concurso, iremos ao teatro à noite. 
 
Cuidado! 
 
 Em locuções adverbiais femininas de instrumento, regidas de 
preposição A, temos um ponto divergente: alguns gramáticos consagrados não 
recomendam o emprego do acento grave; outros, porém, admitem o emprego do 
acento grave, a fim de que seja mantida a clareza da frase. 
 
 Em um concurso do Banco do Brasil (organizado por outra banca), por 
exemplo, havia um item em que constava o excerto 'preencher à maquina'. Após os 
recursos, o item foi anulado, haja vista a divergência doutrinária. 
 
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 O que fazer, afinal? No momento da prova, analisem todas as alternativas 
(inclusive quanto à clareza) antes de julgá-las. 
 
- prepositivas (terminadas por uma preposição essencial): à altura de, à base 
de, à beira de, às custas de, à espera de, às expensas de, à frente de, à maneira 
de, à mercê de, à moda de, à procura de ... 
 
Exemplos: 
Os alunos do Estratégia Concursos ficarão à frente dos demais candidatos. 
O aluno foi aprovado no concurso; portanto, está à espera da convocação. 
 
Observação! 
 
 Na locução prepositiva ATÉ A (equivalente à preposição ATÉ), o emprego da 
preposição A é facultativo. 
 Vocês podem me perguntar: Fabiano, é por isso que as gramáticas expõem 
que, antes da preposição ATÉ, o emprego do acento grave é facultativo? Eu lhes 
respondo: acompanhem. 
 
 Se empregarmos a locução prepositiva ATÉ A, e o termo regido admitir a 
anteposição do artigo definido A, haverá crase, demarcada pelo acento grave. 
 
Exemplo: Empolgado com a aprovação, corri até à praia de Botafogo. (à = 
preposição A + artigo definido A) 
 
 Por outro lado, se empregarmos somente a preposição ATÉ, não haverá 
crase. 
 
Exemplo: Empolgado com a aprovação, corri até a praia de Botafogo. (a = artigo 
definido A) 
 
 Perceberam que, após a preposição ATÉ, o emprego da preposição A é 
facultativo? Por isso, as gramáticas prescrevem que o emprego do acento grave é 
facultativo. 
 
- conjuntivas: à medida que, à proporção que. 
 
Exemplos: 
Você ficará mais preparado para o concurso à medida que estudar. 
À proporção que você for promovido, sua remuneração aumentará. 
 
- adjetivas: à brasileira, à milanesa, à toa ... 
 
Exemplos: 
Fiquei em casa à toa. 
Ontem comi um bife à milanesa. 
 
 
 
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 O acento grave também deve ser empregado em locuções femininas que 
indicam hora. 
 
Exemplo: 
Saí de casa às quatro horas da tarde. 
Ele voltará à uma. 
 
Cuidado! 
 
 Indicando tempo passado, devemos usar o verbo HAVER. 
 
Exemplo: O candidato terminou a prova há duas horas. 
 
 Indicando tempo futuro, devemos usar a preposição A. 
 
Exemplo: O candidato terminará a prova daqui a duas horas. 
 
 
 
11. (ESAF-2005/STN) Assinale a opção que preenche de forma correta as 
lacunas do texto. 
 
João Paulo II, com a acuidade de sua inteligência e a abrangência e profundidade 
de sua vivência, cultura e saber, clamou com forte carisma, como verdadeiro 
herdeiro dos profetas bíblicos, ____1____ perenidade e atualidade dos valores que 
nos foram transmitidos pelo povo da Aliança e levados ___2____ perfeição por 
Jesus Cristo, que revelou a vocação _____3____ transcendência da humanidade, 
seu sentido maior e definitivo. O hedonismo e o utilitarismo induzem ____4______ 
relativização do respeito _____5____ vida humana, em especial ____6_______ 
dos mais frágeis e indefesos. 
 
(Paulo Leão, “A fé não teme a razão”, Folha de S. Paulo, 9/4/2005, com adaptações) 
 
 
 1 2 3 4 5 6 
a) a à à a à à 
b) a à à à à a 
c) à à a a a à 
d) à a a a a à 
e) à a à a à à 
 
Comentário: Na primeira lacuna, o termo regido é “perenidade”, que admite a 
anteposição do artigo definido “a”. Entretanto, o termo regente – “clamou” – é transitivo 
direto, não regendo emprego de preposição. Sendo assim, no trecho “... clamou com 
forte carisma, como verdadeiro herdeiro dos profetas bíblicos, a perenidade...”, não 
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houve o fenômeno da crase. Há tão somente o artigo “a”. Sendo assim, já eliminados 
as assertivas C, D e E. Na segunda lacuna, o termo regente é “levados”, que exige o 
emprego da preposição “a”. Por sua vez, o termo regido “perfeição” admite a 
anteposição do artigo “a”. Logo, no trecho “... levados à perfeição...”, ocorreu o 
fenômeno da crase. Como a terceira lacuna é igual nas opções A e B, vamos analisar 
a quarta. No trecho “... O hedonismo e o utilitarismo induzem....”, o vocábulo 
destacado é o termo regente, que exige o emprego da preposição “a”. Então, sinal de 
alerta! Por seu turno, o termo regido “relativização” admite a anteposição do artigo 
definido “a”. Logo, houve a fusão entre esses dois elementos, sendo demarcada pelo 
acento grave: “... induzem à relativização...”. Eliminamos, assim, a letra A. Portanto, a 
letra B é o gabarito da questão. 
 
Gabarito: B. 
 
12. (ESAF-2006/CGU) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas 
do texto. 
 
Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no 
Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A 
iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cidadania 
e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 
vai selecionar e dar visibilidade __1___ experiências em todo o país que estão 
contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 
(ODM), como __2__ erradicação da extrema pobreza e __3__ redução da 
mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um compromisso assumido, perante 
__4__ Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir __5__ 18 metas 
sociais até o ano de 2015. 
 
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da 
República, n. 390, Brasília, 06 de janeiro de 2006) 
 
 1 / 2 / 3 / 4 / 5 
a) a / à / à / a / às 
b) as / a / a / à / as 
c) às / à / a / à / às 
d) a / a / a / a / as 
e) as / a / a / à / às 
 
 
Comentário: Na primeira lacuna, devemos empregar somente a preposição “a”. 
Esse elemento é exigido pelo termo regente “dar” (VTDI), tendo como complemento 
direto o vocábulo “visibilidade’ e indireto a palavra “experiências”. Como esta última 
está no plural, há duas possibilidades: 
 
1ª – empregar a forma “às”, caracterizando a fusão entre a preposição “a” e o artigo 
definido “as”; 
 
2ª – empregar a forma “a”, caracterizando uma preposição rígida. 
 
 Diante dessas duas hipóteses, já eliminamos as letras B e E. 
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 Por sua vez, a segunda lacuna deve ser preenchida apenas pelo artigo 
definido “a”, admitido pelo nome “erradicação”. Portanto, eliminamos as assertivas A 
e C, tendo a letra D como gabarito da questão. 
 Vamos analisar as demais lacunas: na terceira, novamente temos somente o 
artigo definido “a”; na quarta, há apenas o artigo definido “a”, uma vez que já foi 
empregada a preposição“perante”; por fim, temos somente o artigo definido “as”, 
pois o termo regente “cumprir” é transitivo direto, não exigindo emprego da 
preposição “a”. 
 
Gabarito: D. 
 
 
 
13. (ESAF-2006/MTE) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas 
do texto. 
 
Os primeiros imigrantes trazidos por empresas importadoras eram, em geral, 
obrigados __1__assinar contratos de parceria com o importador para trabalharem 
nas lavouras do café do estado de São Paulo. O contratante adiantava __2__ 
despesas de transporte da Europa __3__ colônias e o necessário 
__4__subsistência inicial. Nas colônias, o imigrante recebia determinado número de 
pés de café para cultivar. Tinha direito __5__ meação no resultado da venda. 
 
(Sidnei Machado, http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/ viewPDFInterstitial/1766/1463) 
 
 1 2 3 4 5 
a) à as as à a 
b) à às às à à 
c) a as as a a 
d) a às às a à 
e) a as às à à 
 
 
Comentário: Na primeira lacuna, temos apenas a preposição “a”, pois verbos não 
admitem a anteposição do artigo definido “a”: “... obrigados a assinar...”. Na 
segunda, o termo regente “adiantava” é transitivo direto e indireto, ou seja, rege 
emprego da preposição “a” apenas no objeto indireto “às colônias”. Temos, portanto, 
apenas o artigo definido “as”: “... adiantava as despesas...”; por sua vez, na terceira 
lacuna houve o emprego do acento grave indicativo de crase, pois ocorreu a fusão 
entre a preposição “a” e o artigo definido “as”, admitido pelo substantivo “colônias”: 
“...O contratante adiantava as despesas de transporte da Europa (OD) às colônias 
(OI) ...”. Já a quarta lacuna deve ser preenchida com a forma “à”, em virtude da 
fusão da preposição “a”, exigida pelo termo regente “necessário”, com o artigo 
definido “a”, admitido pelo vocábulo “subsistência”; por fim, a forma correta é “à”, 
pois vocábulo “direito” rege emprego da preposição “a” , e o termo regido “meação” 
admite a anteposição do artigo definido “a”: “Tinha direito à meação...”. 
 
Gabarito: E. 
 
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14. (ESAF-2009/SEFAZ-SP) Julgue os a/as destacados no texto abaixo e 
assinale a opção correta em relação à existência de crase. 
 
A sociedade brasileira, cada vez mais, quer conhecer e debater as políticas, planos 
e programas de desenvolvimento, previamente a (1) tomada de decisão pelo Poder 
Público e a (2) luz dos objetivos da sustentabilidade e da melhoria dos processos de 
negociação e de controle social. Essa discussão é orientada pela busca do melhor 
juízo sobre a (3) defesa ambiental com vistas a (4) adoção de um processo de 
natureza negocial, baseado numa abordagem de gestão pública compartilhada, que 
não deve estar restrita as (5) agências ambientais. Visa, também, à definição de 
espaços adequados e permanentes para o diálogo de forma a (6) se antecipar aos 
potenciais conflitos socioambientais associados as (7) propostas de 
desenvolvimento e a (8) redução de ações de intervenção que remetam as (9) 
decisões a (10) esfera do Judiciário. 
 
(http://www.planejamento.sp.gov.br/PUBLICACOES/Desenv_sustent_ambientais.pdf) 
 
Devem ser acentuados com acento grave os a/as destacados com os números: 
 
a) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9 
b) 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10 
c) 3, 6, 9, 10 
d) 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10 
e) 1, 2, 5, 6, 10 
 
Comentário: Na opção (1), o termo regente “previamente” exige emprego da 
preposição “a”, à qual se fundirá o artigo definido “a”, admitido pelo vocábulo 
“tomada”: “...previamente à tomada de decisão...”. Portanto, eliminados as opções B 
e C. Na opção (2), temos uma locução feminina “à luz de”, que exige o acento 
grave. Em (3), há somente o artigo definido “a”, admitido pelo substantivo “defesa”, 
uma vez que, no trecho, já existe a preposição “sobre”, dispensando a preposição 
“a”. Por sua vez, a opção (4) apresenta locução prepositiva feminina: “à vista de”. 
Portanto, devemos empregar o acento grave. Em (5), deve haver o acento grave, 
haja vista a fusão entre a preposição “a” – exigida pelo vocábulo “restrita” – e o 
artigo definido “a”, admitido pelo substantivo “agências”. Em (6), o “a” é somente 
preposição, pois os verbos não admitem a anteposição do artigo definido feminino 
“a”. Na opção (7), o “as” deve ser acentuado para mostrar a fusão entre a 
preposição “a” e o artigo definido “a”, elementos exigidos, respectivamente, pelos 
vocábulos “associados” e “propostas”. Em (8), o termo regido permaneceu sendo o 
adjetivo “associados”, tendo, agora, a palavra “redução” como termo regido. 
Também ocorre, nesse trecho, o emprego do acento grave. Em (9), o termo regente 
é a forma verbal “remetam”, cuja transitividade é direta e indireta (VTDI). Entretanto, 
a preposição “a” deve anteceder apenas o complemento indireto “esfera do 
Judiciário”, o qual admite a anteposição de artigo. Portanto, não há crase em (9), 
por se tratar de um objeto direto, e há na opção (10). 
 
Gabarito: D. 
 
 
 
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15. (ESAF-2009/Agência Nacional de Águas-Adaptada) Em relação ao texto 
abaixo, analise o item a seguir. 
 
O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição das 
águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de 
tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altos 
investimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos 
custos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têm 
incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE, 
como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema 
de viabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido 
à elevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a 
água de qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população 
de baixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber 
ou até mesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculação 
hídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico. 
 
(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp) 
 
I. O emprego do sinal indicativo de crase em “à sua construção” (l.4) é 
opcional porque é opcional a presença de artigo definido singular feminino 
antes de “sua”. 
 
 
Comentário: Conforme estudamos nas lições, quando o pronome adjetivo 
possessivo feminino estiver no singular, poderão ocorrer duas situações: 
 
1ª) caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado sem artigo, não haverá 
crase, ainda que o termo regente exija a preposição A. 
 
Exemplo: O cônsul enviou várias cartas a sua filha. (a = preposição) 
 
2ª) caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado com artigo, haverá 
crase, desde que o termo regente exija a preposição A. 
 
Exemplo: 
O cônsul enviou várias cartas à sua filha. (à = preposição A + artigo definido A) 
 
 No trecho “...necessários à sua construção...”, o termo regente “necessário” 
exige o emprego da preposição “a”. Entretanto, o termo regido “sua produção” 
faculta a utilização do artigo definido “a”. Temos, portanto, um caso facultativo do 
acento grave indicativo de crase. Logo, a afirmação feita pelo examinador está 
correta. 
 
Gabarito: Correto. 
 
 
 
 
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16. (ESAF-2010/MPOG) 
 
A preocupação com a herança que deixaremos as (1) gerações futuras está cada 
vez mais em voga. Ao longo da nossa história,

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