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3. HERANÇA - (Direito das sucessões)

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Brenda Alves | Passei Direto 
DIREITO DAS SUCESSÕES - Herança 
CONCEITO 
Herança é o patrimônio do falecido, isto é, o conjunto de direitos e 
deveres que se transmite aos sucessores. 
É o conjunto de relações jurídicas patrimoniais, ativas e passivas, 
pertencentes ao falecido e que foram transferidas aos seus sucessores, por 
conta de sua morte, para que sejam partilhadas (Farias e Rosenvald). 
Também compõem a herança os “valores novos, a serem adquiridos”, 
mesmo após o óbito, como créditos discutidos em juízo (Ney Almada). 
Créditos novos que se incorporam à herança depois da morte do titular 
vão formar o direito de acrescer. 
 
Não compõem a herança: 
● os direitos personalíssimos; 
● a obrigação de fazer coisa infungível; 
● a empreitada em razão da qualidade pessoal do empreiteiro; 
● o uso, o usufruto e a habitação. 
 
DIREITO AUTORAL 
O direito autoral possui regra própria para a transmissão por morte. 
São transmitidos, por 70 anos a contar do dia 1º de janeiro após a morte 
do autor, o direito à exploração econômica do direito autoral. 
 
OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS 
Art. 1700 CC. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do 
devedor. 
Vários doutrinadores entendem que é obrigação personalíssima e, portanto, 
não pode ser transmitida aos herdeiros. Essa é posição defendida por Chaves e 
Rosenvald. 
Para estes autores, caso o artigo venha a ser aplicado, a responsabilidade 
alimentar deverá recair sobre os frutos da herança. 
 
 
Brenda Alves | Passei Direto 
INDENIZAÇÃO DE SEGURO DE VIDA 
Indenizações de contrato de seguro de vida não integram a herança do 
falecido. 
A indenização pertence ao beneficiário do seguro, que pode nem ser herdeiro. 
Se não houver indicação do beneficiário no contrato, a indenização irá compor 
a herança e será dividida entre os herdeiros. 
 
HERANÇA DIGITAL 
A quem pertence as relações eletrônicas de uma pessoa falecida? 
Farias e Rosenvald dizem que o conteúdo existencial da herança digital extingue-se 
com a morte, face o caráter personalíssimo. Quando ao conteúdo patrimonial, os 
direitos serão transmitidos aos sucessores por integrar a herança. 
A melhor solução é deixar testamento com disposições a respeito da herança digital. 
 
ESPÓLIO 
Por ser um bem jurídico, quando a herança necessitar de um ente para representá-
la, em juizo ou extrajudicialmente, essa representação caberá ao espólio. 
O espólio é, pois, um ente despersonalizado (sem personalidade jurídica), mas que 
tem capacidade para titularizar relações jurídicas e que possui legitimidade 
processual. 
 
HERANÇA x ESPÓLIO 
Herança é um bem (objeto da relação jurídica), composto pela universalidade de 
relações patrimoniais transmitidas pelo morto, enquanto o espólio é um ente 
despersonalizado que representa a herança, judicial ou extrajudicialmente, quando 
se fizer necessário (Farias e Rosenvald). 
 
HERANÇA x MEAÇÃO 
A herança não se confunde com a meação do cônjuge ou companheiro da pessoa que 
faleceu. 
A meação é direito próprio do cônjuge ou companheiro, decorrente do regime de 
bens adotado no casamento ou na união estável, direito que já estava titularizado 
antes da morte do falecido. 
Para se fazer a partilha da herança é preciso, quando existir meação, separar a 
meação do montante que será partilhado entre os herdeiros. 
Brenda Alves | Passei Direto 
Sobre o valor da meação não incidem impostos de transmissão causa mortis nem 
custas processuais na ação de inventário. 
É possível que o cônjuge ou companheiro seja: 
1. Apenas meeiro; 
2. Apenas herdeiro; 
3. Herdeiro e meeiro. 
Essas hipóteses serão estudadas na aula sobre sucessão do cônjuge ou do 
companheiro. 
 
CARACTERÍSTICAS DA HERANÇA 
1. BEM IMÓVEL 
Código Civil: 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
[...] 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
2. UNIVERSALIDADE E INDIVISIBILIDADE 
Art. 1.791 CC. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam 
os herdeiros. 
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e 
posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao 
condomínio. 
 
3. INDISPONIBILIDADE 
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-
herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. 
Obs. O herdeiro não pode vender um bem específico, mas apenas ceder direitos 
hereditários referentes à sua parte ideal. 
 
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS 
É contrato bilateral, inter vivos, aleatório e em caráter gratuito ou oneroso. 
Na cessão de herança, não se cede a condição de herdeiro, mas apenas os direitos 
patrimoniais deste, que serão delimitados quando da partilha. 
É contrato aleatório porque o seu objeto é indeterminado. 
Brenda Alves | Passei Direto 
Apenas a partilha irá determinar o direito hereditário que foi cedido. O cessionário 
assume o risco de não receber, de fato, o quinhão que esperava. 
 
REQUISITOS 
● Temporal - entre a morte e a partilha; 
● Formal - escritura pública ou termo nos autos; 
● Subjetivo - cedente precisa ter capacidade de fato e legitimidade 
para suceder; 
● Objetivo - o objeto não pode incidir sobre bens certos e 
determinados. 
 
IMPOSSIBILIDADE 
Se houver restrição imposta pelo autor da herança, por meio de cláusula de 
inalienabilidade no testamento, não será possível a realização da cessão de 
herança. 
Caso uma cessão de herança seja realizada nestas condições, ela será anulável. 
 
SUBSTITUIÇÃO E DIREITO DE ACRESCER 
Art. 1.793: 
 
§ 1º Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de 
direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente. 
 
INEFICÁCIA 
Art. 1.793: 
§ 2º É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer 
bem da herança considerado singularmente. 
§ 3º Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por 
qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a 
indivisibilidade. 
 
DIREITO DE PREFERÊNCIA 
Art. 1.794 O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária à pessoa 
estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto. 
Brenda Alves | Passei Direto 
Violada a preferência legal, o coerdeiro poderá adquirir forçosamente o quinhão 
cedido, através do depósito do valor indicado na escritura de cessão de direito 
hereditários (Farias e Rosenvald). 
O cessionário corre risco de perder o quinhão caso não exija a notificação dos 
demais herdeiros e, ainda, caso escriture o negócio por valor menor que o valor 
efetivo, para pagar menos impostos. 
 
ACEITAÇÃO DA HERANÇA 
É o ato pelo qual o titular de um direito hereditário que já lhe foi transmitido (e 
adquirido) quando da abertura da sucessão confirma a intenção de recolher a 
herança, consolidando os direitos hereditários (Maria Helena Diniz). 
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, 
desde a abertura da sucessão. 
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro 
renuncia à herança. 
A aceitação da herança é ato jurídico unilateral, irrevogável e irretratável. 
Art. 1.812, CC: São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança. 
É possível anular a aceitação da herança por vício de vontade reconhecido em ação 
anulatória. 
A aceitação da herança é integral, não se admitindo aceitação parcial, sob termo ou 
condição. 
Se a pessoa é, ao mesmo tempo, legatária e herdeira, pode aceitar o legado e 
repudiar a herança e vice-versa. O mesmo ocorre se tem direito a mais de um 
quinhão sob títulos diversos. Pode aceitar um e renunciar ao outro. 
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; 
quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de 
herdeiro. 
§ 1º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos,como o funeral do finado, 
os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. 
Uma vez aceita a herança pelo sucessor, qualquer ato posterior abrindo mãos dos 
seus direitos será caracterizado com cessão de direitos hereditários e não como 
renúncia. 
Isso fará incidir uma dupla tributação: imposto de transmissão causa mortis, no 
momento da morte, e imposto de transmissão de bens imóveis inter vivos, na 
cessão. 
Vinte dias após aberta a sucessão, o interessado (credor do herdeiro, por exemplo) 
poderá entrar com uma ação interrogatória para que o herdeiro confirme se aceita 
ou renuncia à herança. 
Brenda Alves | Passei Direto 
O seu silêncio, após o prazo determinado na citação, será interpretado como 
aceitação. 
 
ACEITAÇÃO INDIRETA DA HERANÇA 
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, 
poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. 
A aceitação limita-se ao montante do crédito. Eventual saldo remanescente será 
devolvido à massa hereditária. 
 
CONCEITO ACEITAÇÃO INDIRETA DA HERANÇA 
Maria Berenice Dias defende que a aceitação não tem consequência jurídica. É uma 
posição minoritária na doutrina. 
Para ela, o Princípio de Saisine é incompatível com a possibilidade de uma 
aceitação da herança. 
Como, para Maria Berenice Dias, a aceitação é um ato que não tem nenhuma 
consequência jurídica, o que pode existir, posteriormente, é a explicitação de que o 
herdeiro aceitou a transmissão, e não a própria aceitação. 
Segundo autora, o que existe é uma transmissão automática, sujeita à condição 
resolutiva, a renúncia. 
 
CONCEITO RENÚNCIA DA HERANÇA 
É ato abdicativo, com eficácia ex tunc, por meio do qual os bens que haviam sido 
transferidos ao herdeiro, na abertura da sucessão, retornam ao quinhão 
hereditário. 
A renúncia é ato que desfaz o ato translativo ocorrido no momento da morte. Ele 
gera a ficção do renunciante jamais ter sido herdeiro. 
Para renunciar, o herdeiro não pode ter agido de modo a evidenciar que aceitou a 
herança, no máximo ele pode ter praticado atos meramente conservatório ou de 
gestão interna. 
Na renúncia, o quinhão do renunciante devolve-se ao acervo hereditário. Os bens 
passam aos demais herdeiros. 
Costuma-se chamar de renúncia translativa, o ato de o renunciante escolher o 
terceiro que receberá o seu quinhão. Isto não é uma renúncia, mas cessão de 
direitos hereditários. 
 
REQUISITOS DA RENÚNCIA 
● Temporal - entre a morte e a partilha; 
Brenda Alves | Passei Direto 
● Formal - escritura pública ou termo nos autos; 
● Subjetivo - renunciante precisa ter capacidade de fato e legitimação 
para suceder. 
 
REQUISITO SUBJETIVO DA RENÚNCIA 
A renúncia de incapaz só é possível por autorização judicial. 
Farias e Rosenvald defendem que a outorga do cônjuge é necessária. Maria Helena 
Diniz, que não. 
Quanto ao companheiro, Farias e Rosenvald observam que a exigência de outorga 
pode prejudicar o terceiro de boa fé, já que a união estável não é formalizada. 
 
REQUISITO FORMAL DA RENÚNCIA 
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento 
público ou termo judicial. 
Enquanto a aceitação pode ser tácita, a renúncia só pode ser expressa, seja por 
escritura pública seja por termo assinado no processo. Não se admite escritura 
particular. 
 
RENÚNCIA DA HERANÇA NO TESTAMENTO 
A renúncia do beneficiário implica na caducidade da disposição. Neste caso: 
1. O bem poderá ser destinado a um substituto, se houver previsão no 
testamento; 
2. Ou devolver-se-á ao acervo hereditário para ser dividido entre os herdeiros 
legítimos.

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