Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DA ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA A HERANÇA COMO UM TODO UNITÁRIO E INDIVISIVEL Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. Antes da partilha, nenhum herdeiro tem a propriedade ou a posse exclusiva sobre um bem certo e determinado do acervo hereditário, ou seja, a herança é um todo unitário e indivisível. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS Pela cessão, o coerdeiro legítimo ou testamentário transfere, no todo ou em parte, sua parte da herança (direitos patrimoniais, não a qualidade de herdeiro), por doação ou compra e venda (gratuita ou onerosa), para outro herdeiro ou a estranho, APENAS QUANDO O AUTOR DA HERANÇA FALECER, SENÃO É CONSIDERADO NULO. Pode ocorrer se não houver, no testamento, nenhuma cláusula de inalienabilidade. A cessão tem caráter aleatório, não respondendo o cedente pela evicção. Pode ocorrer desde a abertura da sucessão até que termine a partilha, ou seja, não pode haver cessão de direitos sobre herança futura. Pacta corvina: negócio jurídico nulo de pleno direito (art. 426, CC) FORMA E OBJETO Exige escritura pública (e outorga uxória), senão, é anulada de pleno direito (art. 166, IV). Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co- herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: IV - não revestir a forma prescrita em lei; O que se transfere não é a qualidade de herdeiro, mas os direitos patrimoniais desse herdeiro. A herança, ainda que bem móvel ou pessoal, é considerada imóvel. • Acrescimento à herança: se depois da cessão houver em favor do coerdeiro algo que acresça sua quota-parte, presume-se não abrangido na alienação. § 1º Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente. • Cessão de bem individualizado: o coerdeiro somente pode ceder quota-parte no complexo hereditário, mas nunca um ou mais bens determinados, por causa da indivisibilidade da herança como um todo e da incerteza relativa aos bens que tocarão cada coerdeiro quando realizada a partilha. Se ele discriminar, não obriga aos outros herdeiros, fazendo-se ineficaz a alienação: § 2º É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. • A alienação de coisa individualizada só valerá se antecedida de autorização judicial, ouvidos os demais coerdeiros. Ou, se consumada a partilha, o bem alienado vier a compor o quinhão do alienante (nesse caso, o valor do bem deve ser descontado de sua quota, exclusivamente). § 3º Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade. DIREITO DE PREFERÊNCIA Antes de ceder o quinhão onerosamente (ou seja, não se aplica às doações) a terceiros, deve o herdeiro oferecer aos demais coerdeiros. Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto. O coerdeiro pode exercer seu direito de preferência ou prelação pela ação de preempção, ajuizando-a no prazo decadencial de 180 dias, contados da data em que tiver ciência da alienação. Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão. Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.
Compartilhar