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VII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA VIII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA DRACENA, 05 e 06 DE OUTUBRO DE 2011 1 Extrusão e peletização em alimentos industrializados para cães Menezes, T. J¹; Santos, A. R¹; San Jorge, A. P¹; Targanski, D. M¹; Monteiro, T. F¹; Cruz, V. C² 1Acadêmicas do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP. e-mail: thamilis163@hotmail.com ² Professora Dra UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, km 651, Dracena, SP. E-mail: valquíria@dracena.unesp.br Introdução Acredita-se que apenas 45% dos 31 milhões de cães e 15 milhões de gatos domiciliados no Brasil se alimentem com alimentos industrializados, recebendo o restante das sobras das refeições. A maior introdução dos alimentos industrializados nas faixas com menos poder aquisitivo da sociedade depende de se reduzir custos mantendo a qualidade do produto, um grande desafio para a indústria. Para possibilitar o atendimento desta demanda, a utilização de co-produtos agrícolas em alimentos de cães e gatos tem sido uma alternativa viável, diminuindo a dependência por cereais que possam servir para a alimentação humana e reduzindo o custo total de produção. Embora estas matérias primas sejam menos ricas em nutrientes, elas podem suprir, ao menos em parte, as necessidades energéticas dos animais. A história evolutiva dos cães comprova que, há muito tempo, eles possuem uma dieta onívora, porém rica em proteína e gordura de origem animal (TARDIN, 2002), entretanto a tecnologia de extrusão e também os custos fizeram com que o carboidrato se tornasse um importante componente das rações comerciais. O processo de extrusão envolvido na produção de alimentos para animais pets é adequado para gelatinizar o amido do ingrediente e aumentar sua digestibilidade, (TWOMEY et al. 2002), enquanto que na peletização há a transformação dos ingredientes para grânulos de pellets facilitando o transporte, o armazenamento e aumentando o consumo dos animais sem desperdício. Desenvolvimento O homem procurando companhia fez com que o comportamento de cães e gatos fosse alterado, pois diminuiu as chances destes animais em buscar o seu próprio alimento, tomou para si a responsabilidade de fornecer dietas adequadas e balanceadas. Para obter alimentos industrializados de qualidade é necessário pesquisa, avaliar a qualidade de processamento, palatabilidade, digestibilidade e, além disto, o quanto este ingrediente ou alimento processado estará fornecendo de energia para o metabolismo animal. VII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA VIII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA DRACENA, 05 e 06 DE OUTUBRO DE 2011 2 A alimentação representa o principal custo na produção animal, portanto, é importante que uma dieta seja adequada sob o ponto de vista nutricional e, além disto, estimule o consumo sem desperdícios. Alimentos industrializados para cães podem ter a composição química semelhante, contudo apresentam variações na digestibilidade, podendo comprometer a qualidade ou a diferenças entre formas de processamento de ingredientes. Então o conhecimento sobre o quanto um ingrediente é digestível para o animal possibilita a melhor formulação no balanceamento de dietas, (CAVALARI, et al, 2006). A peletização e extrusão são processos que visam incrementar a eficiência da sua utilização aproveitando o melhor potencial do animal. No processo de extrusão há o cozimento sob pressão, umidade e alta temperatura, sendo que as principais funções deste processo são hidratação, mistura, tratamento térmico, gelatinização do amido, desnaturação das proteínas, destruição dos microorganismos e de alguns componentes tóxicos. Existem dois processos de extrusão, a seca e a úmida. Na extrusão seca, uma rosca sem fim empurra os ingredientes sobre uma série de obstáculos dentro de uma câmara cilíndrica desenhada para processar os grãos. O alto teor de óleo do grão atua como lubrificante, dispensando a adição de umidade ao processamento. O calor e pressão gerados na extrusora, pela passagem do ingrediente pelas traves, eleva a temperatura para 138° à 150 ºC, sendo suficiente para desnaturar fatores antinutricionais e romper as células de óleo, (SMITH, 1975, citado por CARVALHO, 2002). O processo de extrusão úmida é parecido com o descrito anteriormente, porém o grão é pré-condicionado com vapor de água e pressão a uma temperatura de 125° a 138 ºC. Em estudos mais recentes mostram que a extrusão com o pré-condicionamento aumenta a eficiência da própria extrusão. Em relação a outros processos a pressão da extrusão é benéfica porque inibe a ação de fatores antinutricionais, minimiza a reação de Maillard, pois é um tempo de retenção dentro do aparelho mínimo, há um retardamento na rancificação de gorduras, e um aumento da digestibilidade do óleo para os animais assim como a diminuição das perdas das vitaminas, principalmente as lipossolúveis, (LEHNINGER, et al, 2000). A maioria dos produtos fabricados atualmente são peletizados e compreendem mais de dois terços das rações, é um processo bem flexível e de fácil adaptação para uma ampla variedade de matéria prima, sendo um dos meios mais úteis e eficientes de produção de alimentos industrializados para animais. O processo de peletização aumenta a digestibilidade de muitos nutrientes por conta da sua ação mecânica e pelo aumento da temperatura do processo. Seus benefícios são: facilidade de manipulação, o aumento de peso por m³, economia no transporte, a redução de perdas por pó, diminui a segregação de ingredientes, há menos desperdício, melhora o manejo em equipamentos de alimentação automática, reduz a seletividade, pode possibilitar VII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA VIII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA DRACENA, 05 e 06 DE OUTUBRO DE 2011 3 o uso de ingredientes de baixa palatabilidade, há um menor gasto de energia para o animal consumir o alimento, destrói organismos patogênicos, aumenta o tempo de prateleira, melhora a palatabilidade e a digestibilidade, (LUCATO, 2010). É um processo mecânico que envolve a aglomeração de pequenas partículas através do calor úmido e da pressão de uma prensa de pellets em partículas grandes, basicamente é a combinação de condicionamento, compactação e resfriamento. Para fazer o grânulo de pellet é necessário que tenha um farelo proveniente de um silo que entrará em um condicionador onde o vapor e a temperatura de 70° a 90°C é condicionado e misturado para facilitar a compactação. Durante a condensação do vapor, um fino filme de água será criado ao redor de cada partícula que juntamente com a elevação da temperatura, facilitará a aglutinação dessas partículas. O alimento será exposto ao calor e a umidade o que acarretará a uma alteração nas cadeias de amido tornando-as acessíveis a ação das enzimas amilolíticas digestivas, este acontecimento é chamado gelatinização do amido, (SCHIMIDT, 2006). Conclusão Com a utilização de alimentos extrusados e peletizados, tem-se a redução de custos de forma que a qualidade e propriedades organolépticas do produto não se altere. Sendo assim, a produção aumenta positivamente e tanto os animais de companhia saiam ganhando pelo fato de terem maior aproveitamento do alimento, podendo expressar suas características genéticas, quanto os consumidores que passam a ter valores mais acessíveis. Referências CAVALARI, A. P. DE M.; DONZELE, J. L.; VIANA, J. A.; et al. Determinação do valor nutritivo de alimentos energéticos e protéicos utilizados em rações para cães adultos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.5, p.1985-1991, 2006 CARVALHO, A. Z. Processamento de alimentos para cães e gatos. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO, 2., 2002, Campinas. Anais; Campinas: CBNA, p. 194–202, 2002. LEHNINGER, A. L.;NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica. Tradução de W.R. Loodi, e A. A. Simões. São Paulo: Sarvier, 2000. 839 p. Tradução de: Principles of biochemistry. VII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA VIII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA DRACENA, 05 e 06 DE OUTUBRO DE 2011 4 LUCATO (Limeira). O processo de peletização. Disponível em: <www.lucato.ind.br>. Acesso em: 10 ago. 2011. SCHIMIDT, Alessandra. Peletização na produção animal. Universidade Uniquimica, São Paulo, n., p.01-03, 08 jun. 2006. Disponível em: <http://pt.engormix.com>. Acesso em: 10 ago. 2011. TARDIN, A. C. Dietas com alta proteína e gordura na alimentação de cães e gatos. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO E ALIMENTOS PARA CÃES E GATOS, 2002, Lavras. Anais, Lavras: UFLA, p. 37–46, 2002. TWONEY, L. N.; PETHICK, D. W.; ROWE, J. B.; CHOLT, M.; PLUSKE, J. R.; BROWN, W.; LAVISTE, M. C. The use of sorghum and corn as alternative to rice in dog foods. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 132, n. 6, p. 1704–1705, June 2002. http://www.lucato.ind.br/ http://pt.engormix.com/
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