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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA F ILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ELETROTÉCNICA Experiência 02: Ciclo de Histerese Objetivos: Visualização do ciclo de histerese através do osciloscópio e obtenção da curva normal de magnetização 1.0 Curva normal de magnetização (Bm x Hm) Almejando obter as características de um material ferromagnético, pode-se confeccionar, com o mesmo, um circuito magnético com o formato abaixo. Figura 1 – Circuito magnético constituído de material ferromagnético sendo: Ri � resistência própria do enrolamento; Ni � número de espiras – i=1 primário; i=2 secundário. Sendo o circuito magnético excitado por meio do enrolamento 1 com uma tensão alternada v1, a expressão que relaciona a tensão induzida e1 (descontando os efeitos da dispersão do fluxo) com o fluxo criado é dada pela lei Faraday-Newmann: 11 1 d d e N dt dt λ ϕ= = (1) sendo: λ � fluxo concatenado pelas espiras; ϕ � fluxo do circuito magnético. Como não se pode ter acesso diretamente à tensão induzida e1 devido às perdas, costuma- se usar o enrolamento secundário, o qual é deixado em vazio. Dessa forma, a tensão e2, se relacionará com o fluxo obedecendo à mesma lei. 22 2 d d e N dt dt λ ϕ= = (2) Como a tensão aplicada é alternada, o fluxo também o será. Assim: ( )M sen tϕ φ ω= (3) Substituindo (3) em (2), tem-se: 2 [ ] 2 2 ( )Md sen te N dt φ ω = (4) Resolvendo chega-se a: 2 2( ) cos( )Me N tφ ω ω= (5) A amplitude de e2 é dada por: 2 2 22M M ME N f Nφ ω π φ= = (6) sendo: f � frequência da tensão aplicada. Em valor eficaz tem-se que: 22 2 22 2 M M E E E E= → = (7) Substituindo (6) em (7), tem-se: 2 2 2 2 4,44 2 M M f E N f N π φ φ= = (8) A equação (8) representa o valor obtido na leitura do voltímetro. Expressando em termos de fluxo: ABMM =φ (9) sendo: A � área da secção reta do circuito magnético; BM � máxima densidade de fluxo. Então: 2 24,44 ME f B A N= (10) Em termos de densidade de fluxo, tem-se: 2 24,44 M E B f A N = (11) Fazendo: 2 1 4,44B K f A N = (12) Tem-se: 2M BB K E= (13)* Portanto medindo-se o valor de E2, obtém-se a máxima densidade de fluxo. Por outro lado, a corrente de excitação i1 se relaciona com a intensidade de campo magnético H pela expressão da lei de Ampere que, para o circuito dado, fica: ℓMM HIN =11 (14) sendo: ℓ � é o comprimento médio do circuito magnético. 3 Em termos de valor eficaz, tem-se: 1 2MI I= (15) Substituindo (15) em (14) e isolando HM tem-se: 1 1 1 2 M H N H I K I= = ℓ (16)* A constante KH vale: 1 2 H N K = ℓ (16.a) À curva BM x HM, dá-se o nome de curva normal de magnetização. Das expressões (13) e (16), nota-se que ela pode ser obtida diretamente das medidas de E2 e I1. 2.0 Ciclo de Histerese O ciclo de histerese é obtido a partir de um gráfico que relaciona a densidade de fluxo instantânea (B) com a intensidade de campo instantânea (H). Da expressão (2), tem-se: 2 2 1 e dt N ϕ = ∫ (17) Em termos de densidade de fluxo: '2 2 2 1 BB e dt K e dtN A = =∫ ∫ (18)* sendo: ' 2 1 BK N A = é constante. Como a intensidade de campo H é proporcional a corrente instantânea, vem: '1 1 1H N H i K i= = ℓ (19)* sendo: ℓ 1' NKH = é constante. Portanto basta fazer um gráfico da 2e dt∫ pela corrente i1 para se obter o ciclo de histerese. A integral de e2 pode ser obtida com boa aproximação por meio do circuito abaixo, desde que R seja suficientemente grande. Figura 2 – Circuito elétrico utilizado como integrador 4 Nesse caso: 2( ) ( ) ( )R Cv t v t v t= + (20) 2 ( ) ( ) C dv t i t C dt = (21) 2 ( ) ( ) ( ) CR d v t v t R i t R C dt = = (22) Da equação (20) tem-se que: 2 ( ) ( ) ( ) ( ) CC R dv t v t v t v t RC dt − = = (23) Com a condição de 2( ) ( )Cv t v t>> , tem-se: 2 2 ( ) 1 ( ) ( ) ( ) ( )CR C dv t v t v t RC v t v t dt dt RC = = → = ∫ (24)* O ciclo de histerese poderá, então, ser visualizado num osciloscópio, se o sinal da tensão vc(t) for visualizado no canal vertical do osciloscópio e o sinal da corrente i1(t) no canal horizontal. 3.0 Parte prática Variac Monofásico Rede Trafo 1 1 2 2 220 220 Amperímetro Analógico Amperímetro Digital A A Wattímetro Digital Figura 3– Circuito elétrico utilizado para obtenção da curva de magnetização. 5 Figura 4– Circuito elétrico utilizado para obtenção do ciclo de histerese. 3.1 Monte o circuito da figura 3. Utilize o transformador na ligação 220-220V. 3.2 Varie a tensão v2 (no secundário) de zero a cerca de 240 V (20 em 20 V), fazendo leituras no amperímetro (primário) e no voltímetro (secundário). 3.3 Volte o Variac até zero, desligue o disjuntor da bancada. 3.4 Monte o circuito da figura 4. 3.5 Varie a tensão induzida, visualizando o ciclo de histerese na tela do osciloscópio. Desenhe o laço de histerese para três tensões (100V, 180V e 220V) (no mesmo gráfico). (observar as escalas). 3.6 Desligue o disjuntor e desmonte o circuito, guarde a fiação e organize os instrumentos. 4.0 Relatório 4.1 Trace, em escala adequada, a curva normal de magnetização (BM x HM) do material magnético ensaiado. 4.2 Desenhe e comente os ciclos de histerese observados no item 3.5, explicando o que acontece com a área do ciclo de histerese ao se aumentar a tensão v2. 4.3 Explique a diferença entre a curva normal de magnetização e o laço de histerese. Prof. Fábio Prof. Malange Adilson – técnico Everaldo – técnico