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MEDIDAS DE SEGURAÇA, AÇÃO PENAL E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADES

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MEDIDAS DE SEGURANÇA 
Art. 110. As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da primeira espécie subdividem-
se em detentivas e não detentivas. As detentivas são a internação em manicômio judiciário e a internação 
em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em 
seção especial de um ou de outro. As não detentivas são a cassação de licença para direção de veículos 
motorizados, o exílio local e a proibição de freqüentar determinados lugares. As patrimoniais são a 
interdição de estabelecimento ou sede de sociedade ou associação, e o confisco. 
Art. 111. As medidas de segurança somente podem ser impostas: 
I - aos civis; 
II - aos militares ou assemelhados, condenados a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois 
anos, ou aos que de outro modo hajam perdido função, posto e patente, ou hajam sido excluídos das 
forças armadas; 
III - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 48; 
IV - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 115, com aplicação dos seus §§ 1º, 2º e 3º. 
As medidas de segurança pessoais não detentivas são a cassação de licença para direção de veículos 
automotores por pelo menos 1 ano (quando o crime for cometido na direção ou relacionado à direção de 
veículos), o exílio local por pelo menos 1 ano (determinação para que o agente se mude da localidade, 
município ou comarca onde ocorreu o crime), e a proibição de frequentar determinados lugares por pelo menos 
1 ano. 
As medidas de segurança patrimoniais, por sua vez, são a interdição de estabelecimento ou sede de sociedade 
ou associação por pelo menos 15 dias e no máximo 6 meses (quando o estabelecimento serve como meio para 
a prática do crime), e o confisco dos instrumentos ou produtos do crime. 
De acordo com Jorge Romeiro, o art. 276 do Código de Processo Penal Militar menciona ainda a suspensão 
provisória do pátrio poder (hoje poder familiar), tutela ou curatela como medidas de segurança provisória a 
serem processadas no juízo civil. 
 AÇÃO PENAL 
PROPOSITURA DA AÇÃO PENAL 
Art. 121. A ação penal somente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público da Justiça 
Militar. 
DISCIPLINA: DIREITO PENAL MILITAR 
PROFESSOR: GABRIEL SANTOS @professorgabrielsantos 
ASSUNTO: DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA; AÇÃO PENAL E EXT. DE PUNIB. 
 
 
 
 
 
Somente o Ministério Público, portanto, pode apresentar a denúncia, nome dado à peça inicial da ação penal, 
que contém a acusação feita ao suspeito de ter praticado crime militar. 
DEPENDÊNCIA DE REQUISIÇÃO 
Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ação penal, quando o agente for militar ou 
assemelhado, depende da requisição do Ministério Militar a que aquele estiver subordinado; no caso do 
art. 141, quando o agente for civil e não houver coautor militar, a requisição será do Ministério da 
Justiça. 
 
MODALIDADES DE AÇÃO PENAL MILITAR 
PÚBLICA INCONDICIONADA. O MP pode propor livremente a ação penal, 
denunciando o réu, se achar que há justa causa 
da infração pena. 
PÚBLICA CONDICIONADA A 
REQUISIÇÃO 
DO COMANDO MILITAR A QUE 
PERTENCE O AGENTE OU DO 
MINISTRO DA JUSTIÇA. 
O MP somente pode oferecer a denúncia se 
houver REQUISIÇÃO desses órgãos. 
 
 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
CAUSAS EXTINTIVAS 
Art. 123. Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição; 
V- pela reabilitação; 
VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º). 
A morte do agente extingue qualquer possibilidade de imposição de efeitos penais da sentença 
condenatória. Entretanto, os efeitos extrapenais não desaparecem, sendo inclusive possível que os efeitos de 
caráter civil, a exemplo da obrigação de reparar o dano causado, alcancem o patrimônio transferido aos 
herdeiros do falecido. 
A anistia é ato do Congresso Nacional que perdoa determinados delitos. É interessante saber que ela não se 
dirige a indivíduos, mas sim a todos que cometeram determinado delito. 
 
 
 
 
 
O indulto é um ato de clemência do Poder Público. Pode ser concedido pelo Presidente da República, 
normalmente por meio de decreto. Esta atribuição, contudo, pode ser delegada ao Procurador-Geral da 
República, ao Advogado-Geral da União, ou a Ministro de Estado. O indulto também tem caráter coletivo: 
geralmente o decreto estabelece certas condições que, quando cumpridas, qualificam o condenado para ter 
extinta sua punibilidade. 
A reabilitação criminal é um instituto jurídico por meio do qual o condenado pode ter restituído seu status quo 
ante, ou seja, sua situação antes da condenação. Os antecedentes criminais e as anotações negativas são, 
portanto, são retirados de sua ficha. A reabilitação pode ser requerida após o transcurso de determinado prazo 
desde o cumprimento da pena. 
ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO 
Art. 124. A prescrição refere-se à ação penal ou à execução da pena. 
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PENAL 
Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º deste artigo, regula-se pelo máximo da 
pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
I - em trinta anos, se a pena é de morte; 
II - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede a doze; 
IV - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito; 
V- em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a quatro; 
VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. 
A AÇÃO PENAL PRESCREVE EM... SE A PENA MÁXIMA COMINADA FOR DE... 
30 ANOS Morte; 
20 ANOS MAIS DE 12 anos; 
16 ANOS 
Mais de 8 anos e até 
12 anos exatos; 
12 ANOS 
Mais de 4 anos e até 
8 anos exatos; 
8 ANOS 
Mais de 2 anos e até 
4 anos exatos; 
4 ANOS 
De 1 até 2 anos 
exatos; 
2 ANOS MENOS DE 1 ano exato. 
 
 
 
 
 
REABILITAÇÃO 
Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença definitiva. 
O principal objetivo da reabilitação é permitir que o ex-condenado seja reinserido na sociedade, poupandolhe 
das eventuais dificuldades desse retorno e preconceito que pode ser gerado caso as informações acerca de sua 
vida pregressa sejam de conhecimento geral. 
A declarada de reabilitação importa em cancelamento dos antecedentes criminais. Apenas poderão ter acesso 
a esses registros a autoridade policial ou judiciária ou o representante do Ministério Público, para instrução de 
processo penal que venha a ser instaurado contra o reabilitado. 
A medida pode ser requerida quando decorrerem 5 anos desde a extinção da pena ou medida de segurança, ou 
ainda desde a data em que se concluir o prazo de suspensão condicional da pena ou de livramento condicional. 
 
Para que possa requerer a reabilitação, o condenado precisa cumprir os seguintes requisitos: 
a) Ter tido domicílio no país no prazo referido; 
b) Ter dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento 
público e privado; 
c) Ter ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstrado absoluta impossibilidade de fazê-
lo até o dia do pedido, ou exibido documento que comprove a renúncia da vítima ou novação 
da dívida. 
Se a reabilitação for negada, apenas será possível requerê-la novamente após o período de dois anos.

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