relatório ensino fundamental

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1) DADOS DO ESTUDANTE/CURSO
Curso: Pedagogia
Instituição: Universidade Positivo
Nome: Ana Carolina Góes Vidal
RGM: 13264290
Disciplina: Estágio supervisionado curricular nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Ano/semestre de realização do estágio: 2022/2º
Quantidade de horas realizadas: 150 horas de estágio
2) CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
O Instituto Educacional Radeane é uma escola privada, situada na Rua Soldado Francisco Alves Rocha, número 96 no bairro Santo Agostinho em Volta Redonda, no interior do estado do Rio de Janeiro. Funcionando em três turnos, manhã, tarde e período integral, a escola consegue atender mais de 600 alunos. 
 A instituição possui uma infraestrutura ampla que consegue atender de forma satisfatória as necessidades do público. Possui água filtrada e encanada, energia elétrica, coleta periódica de lixo e se situa em uma zona urbana. Oferece cursos como de linguagem (inglês, francês e espanhol) e outros como judô, futebol e ballet. Quanto aos aspectos físicos, a escola foi construída em um prédio de 2 andares mais o térreo, e outro prédio localizado do outro lado da rua. No térreo, temos um pátio coberto, um elevador, uma cantina, um parque sensorial, um brinquedão (que engloba piscina de bolinhas e escorregador no mesmo brinquedo), quatro banheiros (um masculino e um feminino de cada lado da escola), e um banheiro para atender os cadeirantes. O térreo ainda conta com uma porta onde dá acesso a um outro ambiente de ensino, o de linguagens, onde os alunos matriculados poderão estudar inglês ou espanhol. Ainda no térreo, há três salas de aula, uma para o grupo 1 (crianças de um ano à um ano e onze meses), outro para o grupo 2 (de dois anos à dois anos e onze meses) e o outro para o grupo 3I (de três anos à três anos e onze meses). Já no primeiro andar, há uma cozinha/refeitório, dois banheiros para as crianças (masculino e feminino) e o outro para funcionários, uma sala do sono com caminhas para as crianças do período integral, nove salas de aula, sendo cinco para Educação Infantil (Uma para o Grupo 3II, uma sala para o Grupo 4I e a outra para o Grupo 4II, uma para o Grupo 5I e outra para o Grupo 5II) e quatro para o Ensino Fundamental. No segundo andar, a escola conta com uma sala de biblioteca/informática (onde há somente dois computadores, porém, a sala é riquíssima em livros), um laboratório de ciências, sala dos professores, dois banheiros (um masculino e um feminino) e oito salas de aula para o Ensino Fundamental (anos iniciais e finais). Cada sala de aula conta com ar condicionado, porém, totalmente regularizado. 
Já em outro prédio localizado do outro lado da rua, ele conta com uma quadra com um amplo espaço para se fazer Educação Física ou até mesmo outros cursos citados, como o judô e o futebol. Esse prédio oferece também uma sala própria para o ballet, onde tem espelhos e barras para as aulas.
Em relação à prática de estágio e observação pedagógica, foi realizado no 3º ano do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais. Os alunos são muito espertos e ativos, demonstram sempre muito interesse nas atividades propostas, mesmo que alguns deles mostrem de maneira mais tímida. Nessa turma não havia nenhum aluno com necessidades especiais, apesar da dificuldade de alguns na matemática. De forma geral, a turma é muito boa e centrada.
Sobre a sala de aula onde foi feito o estágio, se situa no 2º andar, sendo bem equipada e construída, além de ser bem ampla, é um espaço físico pertinente ao número de alunos alocados, há muita ventilação na sala, mas contém um ar condicionado para conter o calor em dias quentes. O quadro da sala é quadriculado e as carteiras são simples, são carteiras laterais que atendem tanto os destros quanto os canhotos e são muito boas. 
3) INTRODUÇÃO
O Estágio Supervisionado corresponde a um período crucial e marcante na formação de um futuro docente, auxiliando de forma muito significativa para a construção de uma identidade profissional própria e como tal torna-se fulcral refletir acerca deste percurso.
Um dos principais objetivos do estágio é permitir ao acadêmico um primeiro contato com a realidade escolar, onde proporcione a experiência de transposição teórica para a prática, buscando elementos articuladores teórico-científicos que subsidiem tal ação, mediante planejamento do trabalho a ser realizado no decorrer da prática estagiada.
Realizado no Instituto Educacional Radeane. Apresentando um total de 150 horas, distribuídas no período de 16 de Agosto a 03 de Outubro de 2022, com o objetivo de fundamentar toda a teoria pedagógica aprendida até o momento, aprendendo e observando na prática como se dá o manejo de crianças do Ensino Fundamental para desenvolvimento das futuras atividades profissionais.
A turma escolhida para ser realizado as práticas do estágio foi o 3º ano dos Anos Iniciais, que atende crianças na faixa etária entre 8 e 9 anos.
O Estágio Supervisionado é parte da formação curricular do docente, o qual permite uma aproximação e uma possibilidade de contato com a realidade à qual será inserido como pedagogo. Pimenta (2010), afirma que “estágio como reflexão da práxis possibilita aos alunos que ainda não exercem o magistério aprender com aqueles que já possuem experiência na área docente.” (p.103). Para os profissionais atuantes, o estágio pode ser compreendido como um local para reflexão sobre sua própria prática, segundo Pimenta, “[...] o estágio se configura, para quem já exerce o magistério, como espaço de reflexão de suas práticas, a partir das teorias, de formação contínua, de ressignificação de seus saberes docentes e de produção de conhecimentos.” (2010, p.129)
A partir de observações no campo de estágio, foi evidenciado que a turma apresentou um bom desempenho. Os alunos são calmos e tranquilos, a professora fala com todos de uma forma séria e respeitosa onde eles obedecem.
A escola não pode ser um ambiente onde os alunos sejam receptores de informações. O papel do educador e da instituição de ensino é proporcionar oportunidades que tornem os alunos sujeitos capazes de analisar de forma crítica a realidade de nossa sociedade.
A aprendizagem tem um papel fundamental para o desenvolvimento do saber, do conhecimento. Todo e qualquer processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre eles. Esta conexão entre o desenvolvimento e aprendizagem acontece através da zona de desenvolvimento proximal até chegar ao ponto que o indivíduo alcance o nível de desenvolvimento potencial. (Vygotsky 1989, p. 168).
Os 34 dias de estágio foram acompanhados por diversos momentos, onde pude observar como cada criança se desenvolvia em cada atividade e avaliação. O colégio conta com livros do Sistema Positivo de Ensino, portanto as atividades são dirigidas de acordo com o conteúdo destas. 
Todos os dias os alunos chegam à sala, se sentam no seu lugar que estão acostumados e arrumam o seu material para a aula daquele momento. No Ensino Fundamental, os alunos têm duas aulas diferenciadas nas quintas, sendo uma a “Valores para a vida”, que é voltada para ensinamentos sobre a vida, e a aula de robótica. Durante esse período de estágio, passamos pelo o dia da Independência. Os alunos não desfilaram nas ruas no dia do evento, mas eles fizeram um pequeno desfile pelo pátio da escola. Presenciei também uma exposição de História sobre a África, onde os alunos puderam apresentar seus trabalhos, contendo maquetes, cartazes, uma linha do tempo e entre outros. A exposição foi aberta aos pais, e foi visto que cada aluno estava satisfeito com seus trabalhos apresentados. 
Na semana de provas bimestrais do Radeane, uma atitude realizada pela professora antes da aplicação da avaliação me chamou muita atenção. Antes de serem aplicadas as provas, era oferecido um copinho contendo suco de maracujá, ajudando os alunos a se acalmarem na hora da prova. Tinha também frases motivacionais espalhadas pela sala como “você é capaz”, “O nervosismo só atrapalha. Você é incrível”, “faça com bastante calma. Fique tranquilo(a)” etc.Ademais, as aulas nos outros dias eram normais, os conteúdos eram ministrados com a utilização do livro didático e as correções de exercícios a professora fazia verbalmente, usando o quadro quando era necessário. 
O planejamento da professora é baseado no Projeto Político Pedagógico e nas discussões com a equipe pedagógica. A docente não entrega somente os conteúdos, existe ali um olhar cuidado e uma preocupação com o desenvolvimento socioafetivo e socioemocional, ratificando o processo de ensino aprendizagem que envolve a escolarização. Toda atividade, explicação da matéria e avaliação feita com os alunos são pensadas para que ele possa construir conhecimentos paralelamente com o mundo que o cerca. 
4) PERFIL DO PROFESSOR
Ao longo do estágio foram realizadas 150 horas do ensino fundamental e foi acompanhado por uma única professora. 
Joselene da Silva Campbell tem mais de 20 anos de formação. Dentro desses anos, ela trabalhou como professora do Fundamental 1 e 2. Segue a tabela abaixo para entender o percurso de docência:
	Ano de docência
	Nível escolar
	2001
	2º ano do Fundamental 1
	
2006-2011
	5º ano do Fundamental 1 (manhã); 2º ano do Fundamental 1 (tarde)
	2011-2016
	6º ano do Fundamental 2
	
2016-2018
	6º ano do Fundamental 2 (manhã); 1º ano do Fundamental 1 como substituta (tarde)
	
2018- até hoje
	5º ano do Fundamental 1 como substituta (manhã); 3º do Fundamental 1(tarde)
Joselene também concluiu seu magistério em 1995.
Em conversa com a professora, a mesma me contou que tem um anseio de fazer um curso ou algo parecido de Libras, pois ela acha essencial para quem é professor e principalmente por ser algo que ela sempre gostou.
5) PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
A relação professor-aluno é bem transparente, nota-se uma relação muito harmônica. A professora consegue lidar muito bem com a turma e alcança a atenção das crianças, onde todos possam ter o direito de participar durante as conversas e desenvolvimento das aulas.
Foi visto que ela sempre escuta cada um dos alunos com muita atenção, até mesmo quando está explicando algum conteúdo, tira dúvidas quantas vezes forem necessárias. Ela também costuma circular pela sala durante as atividades, para atender as necessidades e dificuldades dos alunos, falando e usando expressões como: “por favor,” “obrigada” e “com licença”. Segundo ela, desta maneira “estimula os alunos a terem a mesma gentileza uns com os outros”.
Observei que a escola tem seu próprio livro didático (elaborados pelo Sistema Positivo de Ensino) onde se é muito utilizado em todas as matérias. Ao questionar a professora sobre o uso do livro em sala, ela respondeu que os livros didáticos são muito bons de serem trabalhados, que respeitam a trajetória dos alunos. Promovem práticas mais reflexivas, que incentivam a construção junto com os alunos, para que eles desenvolvam aprendizagens essenciais ao longo das etapas da Educação Básica.
Há grande influência na abordagem construtivista-interacionista dentro da sala de aula, já que todo o Projeto Político está baseado no desenvolvimento social, no qual a criança é vista como um ser em constante aprendizado em relação com os outros indivíduos.
Em suma, a professora é muito responsável e se esforça para dar o melhor a sua turma. A perspectiva da professora sobre o Ensino Fundamenta l é que todos saiam com um bom conhecimento na alfabetização, para dar sequência aos seus estudos, pois um aluno é diferente do outro e que se faça o possível para a construção na formação desse ser humano no início da sua vida escolar. 
6) OBSERVAÇÕES ESPECÍFICAS – FOCOS DE DISCUSSÃO
6.1) FOCO – CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS (ENSINO DE VALORES PARA A VIDA)
A contação de histórias é muito importante na vida da criança, pois estimula a imaginação, a criatividade e o gosto pela leitura. Por contribuir no desenvolvimento cognitivo, físico, e socioemocional das crianças e ainda ajudar na sua alfabetização, se torna uma importante aliada do Ensino Fundamental como salienta Souza e Bernardinho (2011, p. 238):
A escuta de histórias, pela criança, favorece a narração e processos de alfabetização e letramento: habilidades metacognitivas, consciência metalinguística e desenvolvimento de comportamentos alfabetizados e meta-alfabetizados, competências referentes ao saber explicar, descrever, atribuir nomes e utilizar verbos cognitivos (penso, acho, imagino, etc.), habilidades de reconhecimento de letras, relação entre fonema e grafema, construção textual, conhecimentos sintáticos, semânticos e ampliação do léxico.
A contação de histórias trabalhada nos anos iniciais do Ensino Fundamental é um pouco diferente. Toda quinta há uma professora que dá uma aula para o 3º ano chamada “Valores para Vida”, que tem como objetivo trabalhar valores como família, respeito, obediência e amor ao próximo através de histórias, mas sem esquecer de colocar Deus como condutor. Ao conversar com a Tia Soninha, ela disse que o alvo dela é falar sobre o amor ao próximo, pois acha o mais importante, e que sempre lembra os seus alunos a seguinte frase: “não faça com os outros aquilo que não gostariam que fizessem com você”. 
Essas histórias que ela traz geralmente ela mesma faz com EVA, papelão com desenhos de cada cena feita por ela, cartolina etc. Nesse período de estágio, observei que ela pôde ler para as crianças histórias como, por exemplo, “O empregado Impiedoso” onde ele foi perdoado e não perdoou o próximo. Logo após as histórias escutadas, a professora colocava músicas de acordo com os contos, para que os alunos pudessem ter aquele momento de reflexão. 
Ao escutar as histórias, a criança se torna autor do que está ouvindo, uma vez que imagina, cria e recria os fatos narrados e isso contribui para o desenvolvimento intelectual e cognitivo da criança. 
Silva (2011, p. 22) destaca que:
A importância de contar histórias foi ressaltada quando se percebeu que era uma forma de transmitir a emoção da literatura. Ainda que o aluno viesse a sentir emoção ao fazer a leitura, quando a história é contada ele pode atentar aos detalhes que passariam despercebidos na leitura própria e, desenvolveria, ao mesmo tempo, naqueles que ainda não sabem ler, o mesmo sentimento de emoção, além de transmitir o que ainda não podem obter sozinhos, despertando a vontade de se apropriar da leitura.
Além disso, trabalhar com essa prática no Ensino Fundamental permite colocar as crianças no mundo da leitura, abrindo possibilidades para que ela desenvolva a sua capacidade de interpretação, assim como a linguagem oral e escrita.
7) CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um dos objetivos do Estágio Supervisionado é oferecer ao estudante conhecimento na prática de ser professor, pois é nessa fase da formação acadêmica que surge a oportunidade de compreender como a teoria se concretiza na prática e como se articulam.
Esse período na escola foi de enorme aprendizado, desde o primeiro dia em que cheguei para fazer meu estágio, fui acolhida e recebida muito bem, principalmente pela professora e pelos alunos. Absorvi tudo o que pude ao observar a metodologia de ensino dos profissionais que lá estão inseridos. Entretanto, em certos momentos, senti muita dificuldade para juntar a teoria com a prática, já que o que aprendemos na teoria é bem diferente na prática, fazendo em certos momentos improvisar e inventar para que o ensino e aprendizado aconteçam de forma significativa. Apesar da dificuldade, a experiência a qual vivenciei foi de extrema importância para o meu aprendizado, visto que pude entender o real significado, na minha perspectiva, de ser professor.
Ser professor é se doar, é entregar o seu melhor para o outro, de comprometer-se, assumir novas posturas dando a devida atenção na forma de trabalhar para que as crianças possam desenvolver as suas habilidades cognitivas e psicológicas, compreendendo que a escola é um espaço de acolhimento . De acordo com Freire (1996, p.47) “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”
Através das práticas vivenciadas no estágio,me fiz as seguintes perguntas: que tipo de profissional desejo ser? Que indivíduo quero formar futuramente? Perguntas na qual só foram possíveis serem respondidas por consequência do estágio.
8) REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 27ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 47.
PIMENTA, Selma G.; SOCORRO, Maria L. Porque o estágio para quem já exerce o magistério: uma proposta de formação continuada. In: Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2010, p.103-129. 5ª ed. (Coleção Docência em formação. Serie Saberes Pedagógicos).
SILVA, Ivone Ribeiro da. A contação de história e sua contribuição para o processo de ensino e aprendizagem. 2011.  Disponível em: <http://www.dfe.uem.br/TCC/Trabalhos%202011/Turma%2031/Ivone_Silva.pdf> Acesso em 15 de nov. de 2022.
SOUZA, Linete Oliveira de Souza.; BERNARDINO, Andreza Dalla. A contação de história como estratégia pedagógica na educação infantil e ensino fundamental. 2011. Educere et Educare Revista de Educação. Disponível em: <http://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/4643/4891> Acesso em 15 de nov. de 2022.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 3ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p.168. (Coleção Psicologia e Pedagogia. Nova Série).
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