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Introducao aos Sistemas Estruturais e de Vedacoes Verticais

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Prévia do material em texto

Tecnologia e Materiais 
de Construção
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Luiz Boscardin
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
• Sistemas Estruturais;
• Sistemas de Vedação Vertical.
• Conhecer as principais características dos sistemas estruturais e de vedações é fun-
damental para arquitetos e designers, pois amplia as possibilidades de composição 
volumétrica e formal no processo de projeto, além de nortear o profi ssional na es-
colha de revestimentos e demais instalações que atuarão de forma integrada a esses 
sistemas na confi guração fi nal do ambiente a ser construído.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Introdução aos Sistemas Estruturais
e de Vedações Verticais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
Sistemas Estruturais 
Estruturas metálicas
A presença e utilização de peças e estruturas metálicas em edificações são cada 
vez mais crescentes, mesmo em edifícios convencionais de alvenaria ou de concreto 
armado. Isso vale tanto para as obras em construção quanto para as concluídas e 
pode ser surpreendente a variedade de elementos metálicos que necessitam ser es-
pecificados, comprados e recebidos nas obras.
Exemplos comuns desses elementos são: chapas e perfilados de aço e alumínio; 
tubos de aço, cobre e alumínio; perfis conformados a frio de aço e zinco etc.
Depois do alumínio, o aço é o metal mais abundante da crosta terrestre, porém, 
é o metal mais utilizado na construção civil graças às suas propriedades mecâni-
cas, o que fazem dele um material interessante na produção de estruturas. Essas 
propriedades mecânicas do aço estão definidas graças à sua composição química, 
constituída basicamente por ferro e carbono. O ferro é um elemento comumente 
encontrado na crosta terrestre, geralmente associado ao oxigênio e à sílica. Dessa 
forma, podemos concluir que o minério de ferro é um óxido de ferro (ferro mais 
oxigênio), misturado com areia fina (sílica).
Já o carbono (carvão) pode ter origem vegetal ou mineral. Na indústria siderúr-
gica, usa-se preferencialmente o carvão mineral devido ao elevado poder calórico 
que apresenta durante a combustão. Na fabricação do aço, o carvão exerce duplo 
papel: como combustível e redutor. Como combustível, o carvão permite o alcance 
de altas temperaturas (cerca de 1.500 ºC), que são necessárias à fusão do minério 
de ferro. O carvão atua também como redutor, ao associar-se com oxigênio, que 
se desprende do minério de ferro com a alta temperatura. Esse processo remove 
o oxigênio do ferro, para que ele se ligue ao carbono, produzindo o aço. Esse pro-
cesso faz com que o aço seja chamado de liga metálica. 
O aço não pode ser confundido com o ferro fundido, pois a diferença entre 
esses dois materiais está no teor de carbono que possui cada um deles. O aço, 
por exemplo, possui um teor entre 0,03% e 2,14% de carbono, já o ferro fun-
dido possui teores entre 2,14% e 6,67%. Conforme aumenta o teor de carbono 
dentro da liga, as propriedades mecânicas dela aumentam fazendo com que esse 
material seja interessante na produção de estruturas. Esse ganho de propriedades 
que favorece as características estruturais da liga metálica fica comprometido 
quando o aumento no teor de carbono é superior ao 2,14%. Portanto, o aço é o 
material adequado para produzir estruturas ao contrário do ferro fundido.
Pelas suas propriedades relacionadas ao seu comportamento sobre a ação de 
esforços, o aço é um ótimo elemento estrutural. Relacionamos abaixo suas princi-
pais características:
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• Elasticidade: é a capacidade do material de voltar à forma original após suces-
sivos ciclos de carga e descarga. A deformação elástica é reversível, ou seja, 
desaparece quando a tensão é removida. 
• Plasticidade: é a deformação permanente provocada por tensão igual ou su-
perior ao limite de escoamento. 
• Ductilidade: é a capacidade dos materiais de se deformar plasticamente an-
tes da ruptura. A ductilidade tem grande importância nas estruturas metáli-
cas, pois permite a redistribuição de tensões locais elevadas. Um material não 
dúctil, o ferro fundido, por exemplo, não se deforma plasticamente antes da 
ruptura, apresentando um comportamento de ruptura similar ao de um vidro.
• Fragilidade: é o oposto da ductilidade, ou seja, quando os aços se tornam 
frágeis pela ação de diversos agentes, como baixas temperaturas, efeitos tér-
micos locais causados por soldas, ferros fundidos com elevado teor de carbono 
etc. É muito perigoso, pois os materiais frágeis rompem sem aviso prévio. 
• Tenacidade – é a capacidade que têm os materiais de absorver energia, com 
deformações elásticas e plásticas (PALMA, 2007).
Na Figura 1, observa-se um diagrama de esforços solicitados em um elemento 
estrutural metálico.
Figura 1 – Diagrama de esforços sobre viga metálica
Fonte: BOSCARDIN, L. 2016
Tipos de esforços: https://youtu.be/JsrYAda0t4k
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pl
or
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UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
A produção de aço em larga escala se inicia na Europa na segunda metade do 
século XVIII. Já no início do século XIX, começa a ser utilizado na execução de 
pontes e estradas de ferro (Figura 2), tendo sua utilização se expandindo cada vez 
mais a partir da Revolução Industrial.
Figura 2 – Forth Bridge (1882/1890) – Edimburgo, Escócia
Fonte: unesco.org
Desse período, podemos destacar o Palácio de Cristal, em Londres (Figura 3), 
projetado por Joseph Paxton para a Grande Exposição de 1851. A importância 
desse projeto se dá pela total pré-fabricação de elementos de ferro e vidro que 
compõem o edifício, além de escolhas formais que o afastam dos estilos históricos 
da arquitetura, comuns aos edifícios projetados no período.
Figura 3 – Cristal Palace (Joseph Paxton, 1853) – Londres, Inglaterra
Fonte: Wikimedia Commons
Nos Estados Unidos, devido ao parque industrial altamente desenvolvido e a 
filosofia norte-americana de construção civil baseada em elementos pré-fabricados, 
o uso de estrutura em aço é amplamente difundido. A aplicação desse sistema es-
trutural em edifícios residenciais e comerciais seinicia nos EUA no final do século 
XIX, pelos arquitetos associados à chamada “Escola de Chicago”, cujo maior pro-
tagonista foi o arquiteto Louis Sullivan (Figura 4).
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Figura 4 – Sullivan Center (Louis Sullivan e Daniel Burnhan, 1899) – Chicago, EUA
Fonte: architecture.org
Durante o século XX, o uso do aço, não só como elemento estrutural, mas 
também como elemento de composição formal, pôde ser observado em projetos 
de arquitetos como Mies Van der Rohe (Figura 5), Minoru Yamazaki (Figura 6), 
I.M. Pei, entre outros.
Figura 5 – Neue Nationalgalerie (Mies Van der Rohe, 1968) – Berlin, Alemanha
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
Figura 6 – World Trade Center (Minoru Yamazaki, 1973) – Nova Iorque, EUA
Fonte: Wikimedia Commons
No Brasil, a utilização das estruturas em aço não obteve um protagonismo como 
o alcançado pelos sistemas estruturais baseados no concreto armado. Um dos prin-
cipais motivos desse panorama foi o tardio processo de industrialização do Brasil. 
As indústrias siderúrgicas, capazes de produzir em larga quantidade os elementos 
necessários para a implantação de estruturas em aço na construção civil, só ficaram 
disponíveis no país a partir da década de 1940. Já antes desse período, os engenhei-
ros, arquitetos e construtores brasileiros tinham adquirido uma grande expertise na 
execução de estruturas em concreto armado.
Mesmo assim, a arquitetura brasileira produziu importantes projetos em estru-
tura metálica. Entre eles, podemos citar o Centro Cultural São Paulo (Figura 7) 
de Eurico Prado Lopes e Luiz Telles, projetado em 1976 e o Centro Cultura Itaú 
(Figura 8), de Ernest Robert de Carvalho Mange, projetado em 1995.
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Figura 7 – Centro Cultural São Paulo (Eurico Padro Lopes e Luiz Telles, 1976) – São Paulo, Brasil
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 8 – Centro Cultural Itaú (Ernest Robert de Carvalho Mange, 1995) – São Paulo, Brasil
Fonte: Wikimedia Commons
Estruturas em Concreto Armado
O Concreto Armado é um sistema estrutural composto, que apresenta em sua 
configuração o concreto simples em conjunto com armaduras metálicas (verga-
lhões). A união desses dois materiais faz com que o concreto armado suporte de 
maneira eficaz os esforços de compressão e tração, além de conferir ao material, 
ductilidade, ou seja, a capacidade plástica de moldar estruturas em variadas formas, 
sem prejudicar sua resistência.
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UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
Importante!
A utilização da argamassa (cimento, areia e água) é uma prática milenar. Seu emprego 
já foi identificado em sítios arqueológicos no Iraque, por exemplo, por volta de 4.000 a.C. 
Você Sabia?
O concreto simples (mistura de cimento, areia, pedra e água, além de aditivos 
utilizados para otimizar seu desempenho), possui grande resistência à esforços de 
compressão, mas não é eficaz quando colocado sob a ação de esforços de tração. 
Em média o concreto resiste à compressão dez vezes mais que a esforços de tração.
O desenvolvimento do concreto durante o império romano: https://youtu.be/FZpmCoNmnw4
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Essa deficiência é neutralizada com inserção de vergalhões de aço, juntamente 
com o concreto simples, na configuração dos elementos estruturais (pilares e vigas). 
O aço, ao contrário do concreto, tem grande resistência aos esforços de tração, 
além de ser um material dúctil (Figura 9).
Figura 9 – Diagrama de esforços sobre viga de concreto armado
Fonte: BOSCARDIN, L. 2016
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O uso do concreto armado, como efetivo sistema estrutural se inicia na segunda 
metade do século XIX, como resultado do avanço dos métodos de produção e per-
formance dos seus elementos constituintes: o concreto e os componentes metálicos.
Embora o concreto armado já tivesse sido empregado em silos, fábricas 
ou mesmo igrejas (St. Jean de Montmartre de Anatole de Baudot, 1895), 
foi Auguste Perret o primeiro a utilizar uma estrutura de concreto num blo-
co de apartamentos (PEVSNER, 1981, p. 153). Os apartamentos da rua 
Franklin, em Paris, possuíam a estrutura de concreto, embora escondida 
por terracota e azulejos art nouveau (Figura 10). A estrutura aparente sur-
giria somente em suas produções posteriores” (FOLZ,)
Figura 10 – Edifício 25 bis, Rua Franklin (Auguste Perret, 1903) – Paris, França
Fonte: Wikimedia Commons
Durante o século XX, as possibilidades técnicas e plásticas do concreto armado 
foram amplamente exploradas por engenheiros e arquitetos como Le Corbusier 
(Figura 11 e Figura 12), Pier Luigi Nervi (Figura 13) e Oscar Niemeyer (Figura 14). 
A adoção de estruturas de concreto armado em larga escala na construção civil 
possibilitou a difusão de conceitos construtivos como a “planta livre”, substituindo 
as paredes portantes por um sistema estrutural independente, além de possibilitar 
a realização de grandes aberturas e balanços estruturais. O conceito de planta livre, 
baseado no uso de estrutura em concreto armado, é proposto por Le Corbusier 
com protótipo Maison Domino, em 1917 (Figura 11). Desde então, esse partido 
estrutural-arquitetônico foi adotado pela construção civil em escala mundial.
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UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
Figura 11 – Maison Do-mino (Le Corbusier, 1914)
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 12 – Villa Savoye (Le Corbusier e Pierre Jeannet, 1931) – Poissy, França
Fonte: Wikimedia Commons
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Figura 13 – Hangar Orbetello (Pier Luigi Nervi, 1942) – Roma, Itália
Fonte: pierluiginervi.org
Figura 14 – Editora Mondadori (Oscar Niemeyer, 1968) – Milão, Itália
Fonte: niemeyer.org
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UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
Após a Segunda Guerra Mundial, a vertente da arquitetura moderna conhecida 
como Brutalismo, populariza o uso do concreto armado como elemento aparente 
na composição formal dos projetos:
A arquitetura brutalista é uma das mais marcantes tendências do panorama 
arquitetônico moderno, brasileiro e internacional, do período após a 2ª 
Guerra Mundial até pelo menos fins da década de 1970. As obras com 
ela identificadas caracterizam-se principalmente pela utilização do concreto 
armado deixado aparente, ressaltando o desenho impresso pelas fôrmas de 
madeira natural, técnica que passou a ser empregada com mais frequên-
cia na arquitetura civil naquele momento, tanto como recurso tecnológico 
como em busca de maior expressividade plástica. Tem como paradigma 
fundacional as obras do arquiteto franco-suíço Le Corbusier [...] a partir 
do projeto da Unité d´Habitation de Marselha (1945-1949) e suas obras 
seguintes, que ajudaram a conformar uma determinada linguagem arquite-
tônica que influenciou arquitetos e obras no mundo inteiro. (ZEIN,)
Figura 15 – Unité d´Habitation de Marselha (Le Corbusier, 1945/1949) – Marselha, França
Fonte: Wikimedia Commons
Para a execução correta de uma obra em concreto aparente, devem-se observar 
alguns cuidados. A especialização da mão de obra para trabalhar com esse material 
é fundamental, pois o concreto aparente não admite erros e muitos retoques. Se, 
por alguma razão, a execução de uma grande área for comprometida, a solução é 
demolir e executar novamente, representando sobrecustos. Recomenda-se que o 
cimento tenha a mesma procedência do início ao término da obra evitando, assim, 
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diferenças drásticas de tonalidade e texturas, pois a composição química do cimento 
pode variar em função da composição química das matérias-primas, as quais são 
adquiridas na região próxima à fábrica de cimento. 
O tipo de forma utilizada é determinante no resultado formal do concreto apa-
rente. Em contato direto com o material, é ela que define a aparência que a su-
perfície terá. Devido ao baixo custo, quando comparadas com outros materiais, 
as formas de compensado de madeira são as mais utilizadas, deixando marcas das 
placas na superfície final (Figura 16). As formas de compensado plastificado, no 
entanto, proporcionam um acabamento mais uniforme.Em ambos os casos, o 
sistema de travamento das formas pode gerar furos na superfície (Figura 17) sem 
representar riscos na estrutura. Já a forma metálica é mais cara e garante um as-
pecto extremamente liso.
Figura 16 – FAU-USP (João Batista Vilanova Artigas, 1961/1969) – São Paulo, Brasil
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 17 – Rokko Housing (Tadao Ando, 1981/1998) – Kobe, Japão
Fonte: Wikimedia Commons
19
UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
As características das superfícies geradas pelo uso de diversos tipos de formas 
e travamentos podem ser utilizadas como elementos de composição formal no 
projeto arquitetônico.
Comparando a utilização das duas modalidades estruturais (concreto armado e 
aço), ambas se submetem a cálculos estruturais de extrema exatidão. Essa preci-
são possibilita a execução de peças corretamente dimensionadas, possibilitando 
adoção de processos industriais em ambos os casos. Em termos de segurança e 
desempenho, os dois sistemas apresentam desempenhos equivalentes.
Em síntese, podemos considerar, então, que a opção por um ou outro sistema 
estrutural pode se dar pelas características técnicas e formais a serem adotadas por 
arquitetos e designers no processo de projeto, considerando também a disponibili-
dade e os custos dos materiais envolvidos, além da mão de obra. 
Sistemas de Vedação Vertical
Os sistemas de vedação vertical, ou seja, o conjunto de paredes e esquadrias 
(portas, janelas e fachadas), além da configuração dos ambientes de uma edifica-
ção, devem oferecer desempenho satisfatório a fatores como estanqueidade ao ar 
e à água, resistência a rajadas de ventos e garantia de conforto acústico e térmico. 
Focando os componentes fixos (paredes), abordaremos agora os sistemas de 
vedação mais comumente utilizados na construção civil: vedação em tijolos, blocos 
cerâmicos, blocos de concreto e fechamentos em Steel Frame.
Alvenarias em Tijolos
O tijolo é um produto cerâmico, geralmente em forma de paralelepípedo. Tradicio-
nalmente, é fabricado com argila e apresenta cor avermelhada devido ao cozimento. 
Pode ser encontrado nos tipos maciço ou perfurado.
Importante!
Os vestígios mais antigos de tijolos datam de 7500 a.C., encontrados em Çayönü, no su-
deste da Anatólia, na Turquia. Em descobertas mais recentes, foram encontrados tijolos 
de 7000 e 6395 a.C., em Jericó e em Çatalhüyük, respectivamente. A partir de dados re-
colhidos nessas e outras descobertas arqueológicas, foi concluído que os tijolos cozidos 
foram inventados no terceiro milênio antes de Cristo, no Oriente Médio.
Você Sabia?
O processo de fabricação dos tijolos se dá a partir de argila, argila xistosa, silica-
to de cálcio ou cimento, sendo a argila a matéria mais comum. Depois de a argila 
ser extraída, normalmente em fundo de rios próximos aos locais de fabricação, 
20
21
o material passa por uma fase de purificação para livrá-lo de impurezas. Após a 
purificação, a argila é amassada juntamente com água e triturada em uma má-
quina conhecida como picador. Num processo artesanal, pode ser amassada e 
aglutinada por tração animal.
A argila então é modelada, no formato de paralelepípedos, através de cilindros 
e ferramentas de corte. Depois da fase de moldagem, o material é posto para secar 
ao sol por um período de 1 a 2 dias, ou em fornos, numa temperatura por volta 
dos 70ºC por um período de 24 horas no máximo. Seguindo o período de seca-
gem, os blocos de argila são cozidos em fornos numa temperatura por volta dos 
900ºC. O tempo médio de cozimento é de 24 horas. Após o cozimento, os tijolos 
são resfriados ao tempo, ou por ventiladores industriais.
O tijolo pode ser empregado como substrato, onde servirá de suporte para a 
aplicação de pintura ou argamassas, ou de modo aparente, atuando de maneira 
ativa na composição formal da edificação (Figura 18). Suas dimensões usualmente 
são de 22,5 x 1,05 x 5,00 cm.
Figura 18 – Fabrica Fagus (Walter Gropius, 1913) – Alfeld, Alemanha
Fonte: Wikimedia Commons
Sobre o tipo de assentamento dos tijolos, podemos destacar as formas mais tradi-
cionais:
• Assentamento à meia vez (Figura 19): consiste em colocar uma fila de ti-
jolos, e a fila superior fica deslocada “meio tijolo” para o lado; a fila que se 
sucede vai ter a mesma configuração da primeira.
Figura 19 – Assentamento à meia vez
Fonte: Wikimedia Commons
21
UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
• Assentamento ao cutelo (Figura 20): semelhante ao aparelho à meia vez, 
mas o tijolo encontra-se na vertical.
Figura 20 – Assentamento ao cutelo
Fonte: Wikimedia Commons
• Assentamento francês (Figura 21): consiste em colocar pares de tijolos alter-
nadamente (em filas) “esquerda-direita” / “frente-trás”.
Figura 21 – Assentamento francês
Fonte: Wikimedia Commons
Alvenarias em Blocos Cerâmicos
Os blocos cerâmicos, desenvolvidos a partir do tijolo tradicional, apresentam a ver-
são exclusiva para fechamento, conhecido também como “tijolo baiano” (Figura 22) e 
o bloco cerâmico perfurado, para a execução de alvenarias estruturais.
Figura 22 – Alvenarias em Tijolo Baiano
Fonte: iStock/Getty Images
22
23
Dentre os blocos utilizados apenas para fechamento (sem função estrutural), o tijolo 
baiano é mais barato do mercado, mas tem altos índices de quebras, produzindo bas-
tante entulho no canteiro de obras. Mas se comparado ao tijolo comum e ao bloco de 
concreto, tem desempenho térmico superior. Suas dimensões são bastante variadas, 
mas usualmente podemos considerar a dimensão de 14x19x29 cm a mais comum.
Alvenarias em Blocos de Concreto
Nos grandes centros urbanos do Brasil, o bloco de concreto (Figura 23) é o mais 
utilizado atualmente. Sobretudo na execução de edifícios com vários pavimentos. 
É o bloco que permite maior racionalização da obra por ter dimensões e caracte-
rísticas padronizadas. Pode ser utilizado exclusivamente para fechamento ou na 
composição de alvenarias estruturais. É também o mais resistente, e o desperdício 
causado pelas quebras do material é muito inferior ao gerado pelo tijolo baiano. 
Além disso, é preciso menos argamassa de assentamento e camadas mais finas de 
reboco, principalmente nas paredes internas. Porém, se comparado com o tijolo 
tradicional e ao tijolo baiano, é o que oferece menor conforto térmico. Suas dimen-
sões são de 19x19x39 cm, 14x19x39 cm e 9x19x39 cm.
Figura 23 – Alvenarias em bloco de concreto
Fonte: iStock/Getty Images
Fechamentos em Steel Frame
O Steel Frame (Figura 24) é um método construtivo racional e industrializado, 
difundido principalmente pelos EUA. Consiste na execução de fechamentos ver-
ticais, estruturais ou não, configurados a partir de perfis leves de aço galvanizado, 
com espessuras entre 0,80 mm e 2,30 mm dobrados a frio.
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UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
Figura 24 – Construção em Steel Frame
Fonte: iStock/Getty Images
Os fechamentos externos podem ser constituídos por placas cimentícias ou OSB 
(Oriented Strand Board: painel estrutural de tiras de madeira orientadas perpendi-
cularmente, em várias camadas). Como fechamento interno, são utilizadas chapas 
em gesso acartonado (drywall).
Importante!
Para garantir o conforto termoacústico dos ambientes, o interior das paredes constru-
ídas com esse sistema deve ser preenchido com isolantes termoacústicos, como lã de 
vidro ou lã de rocha.
Importante!
Um sistema de fechamento em Steel Frame, se bem executado, garante um 
desempenho térmico e acústico muitas vezes superior quando comparado aos mo-
delos tradicionais, em tijolo, blocos cerâmicos ou de concreto. Outras vantagens 
do sistema são a limpeza da obra, maior racionalização (incluindo aí a implantação 
das instalações hidráulicas e elétricas), além do menor peso, possibilitando o uso de 
elementos estruturais mais esbeltos.
Apesar da vasta utilização no continente norte-americano, onde a técnica 
teve origem, o steel frame ainda não se popularizou no Brasil. Isso também 
vale paraseus fechamentos externos, que apesar de já contarem com um 
bom número de fabricantes no Brasil, sentem os reflexos dessa falta de 
popularidade do sistema. (QUINALIA, 2008)
24
25
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Fechamento Externo para Steel Frame
https://goo.gl/vsnm7E
 Livros
Concreto Armado – Eu te amo
BOTELHO, M. H. C.; MARCHETTI, O. Concreto Armado – Eu te amo. 8 ed. [s.l.] 
Blucher, 2015. 
 Vídeos
Ensaio de Tração em Viga de Concreto
https://youtu.be/SPP9MB52jsg
O Segredo das Coisas - Tijolo
https://youtu.be/9QIMqFgICCs
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UNIDADE Introdução aos Sistemas Estruturais e de Vedações Verticais
Referências
BOTELHO, M. H. C. Resistência dos Materiais: Para Entender e Gostar. 3 ed. [s.l.] 
Blucher, 2015.
COHEN, J. L. O futuro da arquitetura desde 1889: Uma história mundial. São 
Paulo: Cosac Naif, 2013.
CRIVELARO, M.; PINHEIRO, A. C. da F. B. Materiais de Construção. 2. ed. [s.l.] 
Érica, 2016. 
ISAIA, G. C. Materiais de construção civil e princípios de ciências e engenha-
ria de materiais. [s.l.] IBRACON, 2007. 
QUINALIA, E. Fechamento externo para steel frame. Disponível em <http://
construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/82/arti-
go282905-1.aspx>. Acesso em 23/08/ 2018.
ZEIN, Ruth Verde. Arquitetura da Escola Paulista Brutalista: 1953-1973 - Conceitos.
26

Outros materiais