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SEGURANÇA CONDOMINIAL E CONDOMÍNIOS INTELIGENTES UNIASSELVI-PÓS Autoria: Odirley Felicio da Rocha Indaial - 2022 1ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Copyright © UNIASSELVI 2022 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. R672s Rocha, Odirley Felicio da Segurança condominial e condomínios inteligentes. / Odirley Felicio da Rocha. – Indaial: UNIASSELVI, 2022. 133 p.; il. ISBN Digital 978-65-5646-550-0 1. Condomínios inteligentes. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 342.1238 Impresso por: Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Jairo Martins Marcio Kisner Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 Condomínios De Agora..................................................................7 CAPÍTULO 2 Condomínios Inteligentes ..........................................................47 CAPÍTULO 3 Futuro Dos Condomínios ...........................................................79 APRESENTAÇÃO Para falarmos do condomínio do futuro, é preciso antes entender como eram administrados os condomínios no passado. Na verdade, tudo começou com os nossos ancestrais que já buscavam proteger os locais onde viviam. No livro Histórias das Invenções de Trevor I. Williams, o autor conta como eram os castelos medievais, que podemos citar como os primeiros condomínios no mundo, e as tecnologias de proteção utilizadas na época. O líder que lutava para defender e proteger seu povo tinha um papel fundamental, por isso, os reis construíam muralhas ao redor do reino deles e procuravam ter ao lado deles especialistas, como engenheiros, conselheiros, profissionais financeiros e o chefe de segurança que tinha o papel de cuidar do reino com o seu exército. Observando o passado, podemos entender que na época dos reis e dos castelos com muralhas já havia um condomínio, pois, para o povo viver no castelo e se sentir protegido, precisava pagar para manter essa estrutura, além, é claro, da riqueza do rei. A segurança assim como nos dias de hoje era um dos principais aspectos, por isso o rei buscava proteger seu povo e viver em harmonia, utilizando as melhores estruturas para segurança, como torres altas e lagos ao redor do castelo. O rei era então o síndico na época. Afinal, se observarmos hoje, o síndico tem esse papel de mediar conflitos e contratar os especialistas para manutenção, segurança e afins, enquanto os moradores do local pagam para manter a estrutura. Viajando um pouquinho mais no tempo, chegamos na década de 80, quando, ainda sem a tecnologia que temos hoje, os condomínios já funcionavam a todo vapor. É claro que a falta de tecnologia tornava os processos e a comunicação mais burocráticos. A administradora, por exemplo, tinha um exército de pessoas para levar e trazer documentos impressos. O mensageiro tinha a função de encontrar o síndico no local certo para assinar os documentos e, quando o síndico precisava conversar com o seu gerente de contas, tinha que se deslocar até a administradora, lembrando que nessa época não era comum os telefones, muitos síndicos nem tinham telefones em seus apartamentos, por isso, muitas vezes era preciso reservar uma tarde toda e andar de ônibus para se deslocar até a administradora. Pequenas dúvidas que hoje podem ser esclarecidas por telefone ou aplicativo, nessa época, demandavam um grande esforço para serem sanadas. Já na década de 90, tínhamos os datilógrafos, função dada àquelas pessoas que sabiam datilografar na máquina de escrever. Este profissional tinha um papel muito importante dentro das administradoras, pois era ele que datilografava todos os documentos, tendo que revisar e, muitas vezes, datilografar novamente o texto por conta de apenas um erro. Outro profissional importante nas administradoras nessa época era o mimeógrafo, que era responsável por realizar cópias de diversos documentos que eram entregues nos condomínios. A rotina dos prestadores de serviço era muito diferente. Os mensageiros eram responsáveis por levar os boletos, circulares e pastas de prestação de contas do condomínio. As administradoras tinham diversos profissionais, que utilizavam bicicletas e depois motocicletas, para passar nos condomínios e verificar as necessidades diárias. Era comum o mensageiro chegar no condomínio, procurar o síndico e questionar se este estava com alguma necessidade. Já a cobrança com relação à aplicação de leis e normas; e às exigências governamentais era pouca, quase não exigiam trabalho do síndico, que nessa época não tinha muitas preocupações com responsabilidades legais, muito diferente de hoje, que o síndico compreende que ele é responsável civil e criminalmente por tudo que acontece no condomínio. Você acredita que muitas convenções na época não permitiam que os proprietários alugassem seus apartamentos? Portanto as pessoas não podiam comprar apartamentos nesses condomínios para investimento e muitas eram pegas de surpresa, pois só descobriam o que estava na convenção depois de comprarem o apartamento. Algo que era comum também nas convenções da época era a proibição de pet e muitos dos condomínios não tinham garagens, quando tinham, eram algumas unidades só para alguns apartamentos. As áreas de lazer como playground, piscinas, salão de festas, sala de jogos e de ginástica também não existiam, pois as construtoras da época não estavam preocupadas com esse tipo de lazer dentro do condomínio, elas entendiam que o morador poderia procurar essas atividades nas proximidades do local. Outro profissional comum nos condomínios era o ascensorista. Como os elevadores eram mecânicos, necessitavam de uma pessoa operando e ela ficava 6 horas sentada em um banquinho dentro do elevador manobrando entre os andares. O porteiro tinha ainda mais importância nessa fase, pois era ele que tomava a decisão de quem entrava e quem saia do condomínio; que se relacionava com os moradores, conhecendo todos eles; e executava muitos outros serviços como lavar as calçadas, cuidar do jardim e levar compras até o apartamento dos moradores. Outro detalhe da época é que o zelador morava dentro do condomínio, vivia e trabalhava no local, muitas vezes fora do seu horário de expediente. As construtoras geralmente já entregavam a obra com um apartamento a mais para o zelador morar com a família dele, que trabalhava praticamente 24 horas por dia, ficando de plantão quando acontecesse algo anormal dentro do condomínio. Parece mentira, mas não é! A taxa condominial aumentava cerca de 30% ao mês, pois na época, a inflação era diária, o morador só sabia o quanto iria pagar quando recebia o boleto da administradora ou quando o síndico batia na porta do apartamento e cobrava o valor do mês. O papel do síndico era fazer com que todas as regras fossem seguidas para se ter a maior harmonia possível no condomínio, afinal milhares de pessoas moravam pela primeira vez em condomínios e estavam começando a se adaptar a essa nova forma de viver, o que causava muitas adversidades. Como tudo no mundo, os condomínios passaram por uma mudança gigantesca, as situações do passado foram deixadas para trás. Os moradores tiveram que se adaptar aos novos formatos, o síndico passou a estudar e entender mais o seu papel, a construtora precisou se adequar às novas realidades dos condomínios e as administradoras tambémprecisaram se aperfeiçoar, utilizando tecnologias para desburocratizar os processos e torná-los mais automáticos. O principal quesito que mudou de lá para cá foi a velocidade que as coisas estão acontecendo. Vamos versar um pouco mais sobre isso? CAPÍTULO 1 CONDOMÍNIOS DE AGORA A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: • compreender os conceitos de administração Condominial e o desenvolvimento das novas teorias de Administração de condomínios edilícios; • reconhecer a importância da função de um síndico interno e/ou externo; • conhecer as funções clássicas e atuais dentro de um condomínio; • entender os diferenciais entre Autogestão e Gestão por delegação. 10 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes 11 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Nos últimos 20 anos, com a entrada da tecnologia, muita coisa mudou dentro dos condomínios. As tecnologias da indústria 4.0 estão também chegando nos condomínios e tornando-os mais inteligentes em todos os sentidos, seja na gestão de processos, seja na gestão de atendimento e até mesmo na gestão do todo para se ter uma melhor valorização do imóvel. Isso está tornando os condomínios lugares desejáveis para se morar. No livro O Dilema da Inovação, de Clayton M. Christensen, encontramos o seguinte: uma inovação de ruptura é aquela que transforma um produto que historicamente era tão caro e complexo que só uma pequena parte da população podia ter e usar, em algo que é tão acessível e simples que uma parcela bem maior da população agora pode ter e usar. Em geral, isso cria um novo mercado. Podemos perceber isso na mudança de pensamento, uma vez que hoje muitas pessoas buscam um condomínio para viver, pois é um lugar seguro, que tem espaço para lazer e oportuniza facilidades em um só lugar. Mas, com essas mudanças, também vieram diversas outras, o síndico, por exemplo, hoje tem um papel de CEO e os conselheiros são como os diretores da empresa nos condomínios, você concorda comigo? Veja, o síndico precisa planejar e executar o que é decidido em reunião (assembleia), os conselheiros precisam estar atentos para fi scalizar e apoiar as decisões do síndico, para que juntos possam manter o condomínio valorizado. Outra mudança trazida pela legislação e tecnologia é a participação dos moradores nas assembléias que auxilia nas decisões em conjunto e evita problemas futuros. Com as responsabilidades do síndico aumentando, moradores exigindo muito mais do síndico morador e com a profi ssionalização do mercado condominial, todo o formato do segmento foi alterado. Sabemos que os síndicos de hoje estão enfrentando vários problemas, porém eles estão encontrando saídas e isso ajuda ainda mais a sindicatura profi ssional se posicionar no mercado. O síndico se tornou um gestor fundamental dentro dos condomínios e hoje, para desempenhar esse papel, além de participar de treinamentos, ele precisa ter um plano de comunicação, imprescindível para fazer uma boa gestão. Além disso, os canais são muito importantes, por isso é preciso que o síndico avalie quais são os melhores formatos: • aplicativos de comunicação oferecido pela administradora; • lista de transmissão ou grupos de WhatsApp; • rede social interna do condomínio; 12 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes • pequenos vídeos de esclarecimentos enviados pelo WhatsApp em uma lista de transmissão ou grupos; • telas em elevadores. Esses pontos citados anteriormente são alguns dos canais utilizados pelos síndicos que o ajudam a realizar uma gestão mais transparente. Outro ponto bastante importante nos condomínios é a gestão da manutenção predial. O custo com a edifi cação é bastante alto, por isso o planejamento de manutenção preventiva é fundamental para os condomínios. Realizar a manutenção preventiva diminui muito a manutenção corretiva que custa muito mais. A manutenção periódica gera economia, traz conforto e segurança aos moradores. Grandes empresas de elevadores, por exemplo, já possuem essa manutenção preventiva, inclusive o síndico pode ser responsabilizado por negligenciar a manutenção. A equipe também faz toda a diferença para a gestão de um condomínio. O síndico é o líder, mas quem está no dia a dia realizando tarefas é a equipe de limpeza, zeladores, porteiros. Ele também precisa visualizar oportunidades e se sentirem treinados, pois, sendo valorizados, realizam um trabalho mais efi ciente, oferecendo a segurança e o conforto que os moradores esperam. É muito importante que o síndico visualize esse planejamento de treinamento, para que sua equipe esteja preparada para o trabalho, inclusive treinamentos psicológicos que foram importantíssimos durante a COVID-19 e são importantíssimos para que esses profi ssionais possam lidar com as adversidades do dia a dia, como assaltos, problemas na estrutura e problemas de relacionamento entre moradores. Neste momento que estamos vivendo, o síndico precisa usar muito a “comunicação não violenta”, afi nal, o síndico é um líder e sua palavra não deve ser ofensiva, para que a comunicação seja assertiva e a mais harmônica possível, ela não pode ser violenta. O ideal é que o síndico goste de trabalhar com pessoas, afi nal ele terá que se relacionar com diferentes estados psicológicos e tem o papel de mediar confl itos. O que se percebe nesse processo é que os síndicos que são moradores tem um feeling mais apurado, pois além de viverem no local e conhecerem os moradores, visualizam mais rapidamente as necessidades. Mas hoje sabemos que existem os dois formatos, o síndico profi ssional e o síndico morador. Por isso é tão importante que esse profi ssional se desenvolva na gestão de pessoas, gestão de condomínios, comunicação, planejamento e administração. O papel do síndico que antes era voluntário, agora é um papel profi ssional, ele precisa ter um conhecimento generalista para tomar decisões, contratar os prestadores de serviços, das mais diversas áreas, tais como: 13 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 • assessoria Jurídica; • administração condominial; • consultoria de Segurança; • consultoria de mediação de confl itos; • consultoria em gestão da manutenção predial; • consultoria de Auditoria Contábil; • consultoria de Tecnologia/TI; • consultoria de LGPD. Agora deve ter fi cado claro para você o porquê o condomínio “é a bola da vez”. 2 AÇÕES E MANUTENÇÕES PREVENTIVAS – NÍVEIS DE INVESTIMENTO Quando falamos em condomínios, sabemos que existem quatro vertentes muito importantes que fazem parte da gestão, são elas: 1. Financeira 2. Jurídica 3. Administrativa 4. Manutenção de obras Aqui vamos versar mais especifi camente da manutenção e obras, que podem ser realizadas pelo próprio síndico, que, de acordo com o artigo nº 1348 do Código Civil, dentre as funções estão “diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns do condomínio e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores”. E, como já citado anteriormente, na vertente de manutenção, existem duas formas de fazer: a manutenção preventiva, que possui um planejamento para revisão e ajustes de forma preventiva e a manutenção corretiva, que é aquela realizada depois que a obra já possui os problemas e que causa muito mais desconforto, insegurança e gastos para o condomínio. Sabemos que as responsabilidades e cuidados com um condomínio são gigantes, é por isso que um plano de manutenção preventiva bem executado e detalhado permite identifi car com antecedência indícios de possíveis problemas. Quando o síndico automatiza os processos conforme as normas e manuais dos fabricantes, consegue obter mais informações e visualizar a manutenção do futuro, otimizando gastos e tempo. Um exemplo disso é a inspeção rotineira, 14 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes que pode ser descrita pelo síndico com auxílio de uma empresaespecializada e realizada pelo zelador. Nesta etapa o zelador verifi ca toda a semana ou a cada 15 dias de forma preventiva e registra os detalhes, que pode fazer em um aplicativo, por exemplo, no qual todas essas informações são repassadas para o síndico e para os prestadores de serviço do condomínio. Segundo estimativas da síndica profi ssional Taula Armentano, após degradado equipamento ou estrutura, a manutenção pode ser até 40% mais cara do que se tivesse sido feita a preventiva. Para facilitar o dia a dia do síndico, é importante observar e ter uma tabela de tudo o que precisa ser revisto e ajustado com o tempo, por isso, toda a vez que o condomínio realiza uma manutenção, é preciso questionar a empresa contratante sobre o tempo em que a próxima manutenção deve ser realizada e criar um manual que poderá ser compartilhado entre o síndico, zelador e os demais profi ssionais que atuam no auxílio dessas manutenções. Outra opção é o síndico contratar uma empresa de consultoria em gestão da manutenção predial, já citada anteriormente, que utiliza aplicativos para anexar todas as normas e períodos de manutenção do condomínio, possibilitando que tanto o síndico quanto o zelador tenham as informações em forma de alertas. Isso ajuda o síndico a cumprir suas responsabilidades e a garantia com as construtoras. Outra questão bem importante que o síndico precisa observar são os contratos, que devem ser fi rmados com as empresas que realizam manutenção dos equipamentos e sistemas, como elevadores, bombas, segurança eletrônica, motores, geradores, luzes de emergência, estabelecendo rotinas do prestador quanto às visitas e revisões. Além disso, ter um inventário atualizado de todo o patrimônio do condomínio é fundamental. Como já citamos anteriormente, ter todas as informações anotadas e compartilhadas faz parte dessa organização condominial. Para isso o síndico pode escolher ferramentas de gestão como checklists em excel, planilhas e, hoje em dia, também aplicativos que dão suporte a essa manutenção preventiva. Com essas ferramentas é possível recordar as periodicidades, gerar relatórios, ter registro de fotos e atividades já realizadas. Veja a seguir um quadro básico sobre manutenções que todo condomínio precisa fazer. 15 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 QUADRO 1 – MANUTENÇÃO Equipamentos Estrutura e Instalações Sistemas Bombas Elevadores Portões Fechaduras Cerca elétrica Interfones CFTV Alarme de incêndio Iluminação de emergência Alarme de intrusão Controle de Acesso Estrutura predial Acabamentos Instalações elétricas Instalações hidráulicas Instalações de gás Piscina Segurança Combate a incêndio Para-raios Painéis elétricos Telefonia FONTE: O autor Por questões de segurança, conforto e gastos, todo síndico deve avaliar e conhecer em detalhes o quadro anterior para desenvolver um plano preventivo que auxilia na manutenção. A seguir apresentaremos mais detalhes de algumas questões importantes para serem avaliadas. a) Quadro Elétrico do apartamento É necessário contratar um profi ssional capacitado que forneça uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) que compreenda o projeto elétrico e respeite as normas da edifi cação para não causar problemas, como instalar um ar condicionado no apartamento sem antes verifi car se é possível conforme projeto entregue pela construtora. Outra situação comum é instalar várias réguas de tomadas dentro do apartamento sem estudo preliminar. b) Quadros elétricos e bombas de incêndio É importante que o zelador verifi que semanalmente se existe algum tipo de problema no quadro, para exemplifi car, cito um caso que aconteceu em uma empresa de engenharia elétrica de SC: certo dia os funcionários chegaram em um condomínio no qual pegou fogo em todos os 24 medidores de energia elétrica, eles estavam todos agrupados dentro do quadro elétrico. Eles tiveram que desmontar tudo e refazer do zero toda a instalação principal, levando fi os novos até a entrada de cada apartamento. Isso levou 14 dias e, durante esse período, o condomínio inteiro fi cou sem energia elétrica. A causa do fogo foi uma goteira que estava atingindo o quadro elétrico depois de ocorrer uma rachadura na parede. 16 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes c) Quadros elétricos de elevadores Os elevadores possuem a posição “porta cadeado” que permite que o elevador fi que desligado durante a manutenção. d) Quadros elétricos de bombas de recalque e de sucção de águas pluviais Existem quadros de comando automatizados que fazem a alternância por acionamento e permitem que semanalmente as bombas tenham essa função alternada. O sistema é composto por duas chaves boias, uma superior e outra inferior. A superior é acionada quando a caixa d´água superior apresenta volume em nível baixo e desliga quando o reservatório enche. Já para as pluviais, é o inverso, ligado quando o poço estiver com água acima do nível desejado e desligado quando não houver água no poço. e) Calhas As calhas tratam-se de um serviço simples, mas que evita grandes transtornos em dias de chuvas fortes. Elas precisam ser limpas e desobstruídas mensalmente. f) Caixa da água A limpeza da caixa d´água deve ser feita duas vezes por ano. O ideal é atentar-se para a impermeabilização da caixa d´água também. g) Fachada Para a fachada é importante que cada estado busque a legislação para entender quais são as normas deste serviço no local onde está inserido. Cada estado possui sua própria legislação. h) Inspeção predial A inspeção predial deve ser feita uma vez por ano para realizar a programação caso haja necessidade de obras, por exemplo. i) Dedetização É recomendado fazer dedetização duas vezes ao ano. Ela tem o objetivo de afastar pragas, ratos, insetos e escorpiões. 17 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 j) Para raios Um dos itens da norma técnica que regulamenta o Sistema de Proteção Contra Descarga Atmosférica (SPDA) é a NBR 5419:2005 que deve ser realizada anualmente, porém, é preciso fi car-se atento já que o prazo para medição ôhmica varia conforme o tipo de edifi cação. k) Cuidados com a piscina A manutenção da piscina precisa de cuidados diários como a fi ltragem e o controle do PH e cloro. Já a aspiração e lavagem das bordas podem ser realizadas uma vez por semana. l) Elevadores Todo condomínio deve ter por lei uma empresa que realiza as manutenções preventivas do elevador, sabendo assim, quando é o momento de modernizar a estrutura para garantir segurança aos moradores. m) Extintores A manutenção dos extintores é realizada em 3 níveis: preventivo, corretivo e revisão total. Para extintores usados, a manutenção deve ocorrer a cada 12 meses. Em um futuro breve ouviremos falar sobre a manutenção preditiva dentro dos condomínios brasileiros, que traz mais conforto, tranquilidade e economia para os moradores. A manutenção preditiva é classifi cada como um tipo de monitoramento de rotina para que se possa tomar uma ação antes mesmo do problema ocorrer. Vejamos um exemplo prático: imagine que a empresa de manutenção do elevador realiza a manutenção preventiva todo o dia 15 de cada mês e o elevador possui tecnologia embarcada de monitoramento de funcionamento. No dia 5 de determinado mês, a empresa de elevador recebe a informação de que, devido ao excesso de uso, a correia do elevador vai precisar de manutenção antecipada. No dia 9 então a empresa desloca a equipe de manutenção para o local antes de um problema ocorrer, resolvendo-o antes mesmo que ele aconteça. A manutenção 18 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes preditiva já é realidade na indústria e em um futuro breve será também nos condomínios. Veja a seguir o quadro que contém as principais NBRs a que o síndico precisa estar atento para cumprir seus deveres e suas manutenções. Esperamos que você possa utilizá-lo como fonte de informação todavez que assumir um novo condomínio. QUADRO 2 – PRINCIPAIS NORMAS PARA SÍNDICOS NBR 5410 – 2005 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão NBR 5419-1 de 052015 – Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 1 – Princípios gerais NBR 5419-2 de 052015 – Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 2 – Gerenciamento de risco NBR 5419-3 de 052015 – Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 3 – Danos físicos a estruturas e perigos à vida NBR 5419-4 de 052015 – Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 4 – Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura NBR 5626 – SETEMBRO 2020 – Sistemas Prediais Água Fria e Água Quente NBR 5674 de 07.2012 – Manutenç ã o de edifi caç õ es — Requisitos para o sistema de gestã o de manutenç ã o NBR 7229 - 1993 – Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos NBR 9050 de 08 de 2020 – Acessibilidade a edifi cações, mobiliá rio, espaç os e equipamentos urbanos NBR 9077 – 2001 – Saídas de Emergência em Edifícios NBR 9574 – 2008 – Execução de impermeabilização NBR 9575 – 2010 – Impermeabilização – Seleção e projeto NBR 10152 – 2017 – CORRIGIDO EM 2020 Acú stica – Ní veis de pressã o sonora em ambientes internos a edifi caç õ es NBR 10339 – 2018 – Piscina – Projeto, execução e manutenção NBR 10898 – 2013 – Sistema de iluminação de emergência NBR 11742 de 08.2018 – Porta corta-fogo para saí da de emergê ncia, requisitos e manutenções NBR 11785 de 11.2018 – Barra antipâ nico – Requisitos e manutenções NBR 12962 – 2016 – Extintores de incêndio – Inspeção e manutenção 19 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 NBR 10339 – 2018 – Piscina – Projeto, execução e manutenção NBR 13434-2 – 2004 – Símbolos de Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico NBR 13523 de 02.2019 – Central de gá s liquefeito de petró leo – GLP NBR 13714 – 2000 – Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos para Combate a Incêndio NBR 13933 – 1997 – Instalações Internas de Gás Natural (GN) – Projeto e Execução NBR 13971 – 2014 – Sistema de refrigeração, condicionamento de ar, ventilação e aquecimento – Manutenção programada NBR 14037 – 2011 – Diretrizes para a elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edifi cações – Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos NBR 14276 de 04.2020 – Brigada de incê ndio e emergê ncia – Requisitos e procedimentos NBR 14880 – 2014 – Saídas de emergência em edifícios – Escada de segurança – Controle de fumaça por pressurização NBR 15219 de 04.2020 – Plano de emergê ncia – Requisitos e procedimentos NBR 15575-1.2013 – Requisitos Gerais NBR 15575-2.2013 – Sistemas Estruturais NBR 15575-3.2013 – Sistemas de pisos NBR 15575-4.2013 – Sistemas de vedações verticais internas e externas NBR 15575-5.2013 – Sistemas de Cobertura NBR 15575-6.2013 – Final Sistemas Hidrossanitários NBR 16071- 1 – 2012 – Playgrounds Parte 1 – Terminologia NBR 16071- 2 – 2012 – Playgrounds Parte 2 – Requisitos de Segurança NBR 16071- 3 – 2012 – Playgrounds Parte 3 – Requisitos de segurança para pisos absorventes de impactos NBR 16071- 4 – 2012 – Playgrounds Parte 4 – Métodos de ensaio NBR 16071- 5 – 2012 – Playgrounds Parte 5 – Projeto da área de lazer NBR 16071- 6 – 2012 – Playgrounds Parte 6 – Instalação NBR 16071- 7 – 2012 – Playgrounds Parte 7 – Inspeção, Manutenção e utilização 20 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes NBR 16280 de 2020 – Reforma em edifi cações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos NBR 16401-1 – 2008 – Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários Parte 1 – Projetos das instalações NBR 16401-2 – 2008 – Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários Parte 2 – Parâmetros de conforto térmico NBR 16401-3 – 2008 – Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários Parte 3 – Qualidade do ar interior NBR 16747 – 2020 – INSPEÇ Ã O PREDIAL – DIRETRIZES, CONCEITOS, TERMINOLOGIA E PROCEDIMENTO NBR 16858-1 de 07.2020 – Elevadores – Requisitos de seguranç a para construç ã o e instalaç ã o – Parte 1 – Elevadores de passageiros e elevadores de passageiros e cargas NBR 16858-2 de 07.2020 – Elevadores – Requisitos de seguranç a para construç ã o e instalaç ã o – Parte 2 – Requisitos de projeto, de cá lculos e de inspeç õ es e ensaios de componentes NBR 17240 – 2010 SUBSTITUI A 9441 – Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto instalação comissionamento NBR NM 207 – 1999 – Elevadores elétricos de passageiros FONTE: O autor De acordo com o que foi estudado até aqui, qual das alternativas a seguir está correta em relação aos prestadores de serviço e consultoria que o síndico precisa ter apoiando-o na gestão? a) ( ) Personal, Consultoria de segurança, Psicologo. b) ( ) Consultor de vendas, Consultoria de LGPD, Consultoria de LGPD. c) ( ) Consultoria de auditoria contábil, Consultoria em gestão da manutenção predial, Consultoria de LGPD. d) ( ) Assessoria Jurídica, assessoria de vendas, consultoria de mediação de confl itos. 21 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 3 A NORMATIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DA EQUIPE DE SEGURANÇA No livro Sou Segurança de Jonas Alves da Silva, o autor apresenta muita informação sobre a normatização das equipes de segurança. Ele descreve que os sistemas de segurança são compostos de muitas partes que se unem e entregam para o profi ssional de segurança as informações necessárias para que este possa tomar a melhor decisão em cada situação distinta ou de emergência. Com o número de assaltos e violência aumentando nos últimos anos, a segurança passou a ser um quesito fundamental nos condomínios. Se lembrarmos da época dos reis, a segurança já era um ponto muito importante, porém a tecnologia na época era manual e utilizada através da construção de grandes muros, por exemplo. A intenção continua sendo a mesma: proteger, o que mudou foram as estratégias e a tecnologia utilizada. A tarefa de proteger um condomínio não é tão simples, percebemos que hoje, um síndico precisa estudar diversas áreas para desempenhar bem o seu papel e o ponto segurança deve estar no seu planejamento. O primeiro passo é montar uma comissão de segurança dentro do condomínio com os próprios moradores, o segundo é contratar um segurança para que ele realize uma análise de risco do condomínio. Esse consultor cria, junto com a comissão de segurança, um cronograma de ações e orientações, reuniões on-line, avisos via e-mail ou WhatsApp e comunicados no mural que são fundamentais para conscientizar todos os envolvidos sobre as práticas de segurança realizadas pelo condomínio. Outra ação importante é realizar uma boa estratégia na construção da segurança dos locais, verifi car onde podem haver falhas e vulnerabilidades que geralmente estão relacionadas à: a) falta de controle de acesso rígido de pessoas; b) desatenção ou descumprimento de normas pela equipe e moradores; c) falta de estrutura adequada; d) falta de treinamento de segurança, porteiros e funcionários. Quando falamos em treinamento, a principal ação desta comissão junto com o consultor de segurança é criar novos procedimentos e um ciclo de treinamento para os funcionários do condomínio e também para os moradores. 22 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes Nota-se que um exemplo da falta de controle rígido segundo o Tenente José Elias de Godoy é que 90% das invasões em condomínios ocorrem pela porta da frente, seja portão de pedestre ou veicular, o que confi rma a necessidade de se investir em iniciativas que tornem o local menos vulnerável. Os principais procedimentos de segurança da equipe de segurança do condomínio são: 1. Passagem de Posto: quando um porteiro chega para assumir seu posto, ele precisa receber todas as informações do que aconteceu no turno anterior, se tem algo que não conseguiu resolver no seu turno ou algum equipamento que possa estar com problema no condomínio, o ideal é ter um checklist de passagem de posto. 2. Conscientização:outro fator muito importante é o morador entender que ele também é responsável pela segurança do local onde vive e que esse papel não está limitado à administração. Está descrito inclusive no Código Civil art. n º 1336: IV – dar às suas partes a mesma destinação que tem a edifi cação, e não utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. Diversos registros de incidentes de criminosos são realizados pela falta de cautela dos próprios moradores, com um quesito simples que é observar e auxiliar no controle da entrada e saída da portaria, por exemplo. Mas, para que essa cultura seja implantada e que o morador se sinta responsável, existe a responsabilidade da comissão de segurança em estimular e criar vínculos para que todos compreendam seu papel na garantia de manter todos seguros. 3. Treinamento dos condôminos: depois da criação do regulamento das normas de segurança, existe a necessidade de divulgar e incentivar essas regras para os moradores, fazendo com que todos se sintam responsáveis e parte da segurança do local onde vivem. Para isso, existem diversos formatos que podem auxiliar. São eles: envio do regulamento para cada unidade, através do WhatsApp, com avisos em murais e de preferência que haja um encontro, mesmo que on-line para que fi que claro a todos os moradores qual é seu papel na convivência. Algumas regras gerais como não deixar a chave do apartamento com terceiros, trancar a porta do seu apartamento, chegar nas imediações 23 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 e fechar o portão após a entrada e evitar acionar os portões de longa distância são questões básicas que devem ser realizadas por todos. 4. Regras para delivery e entregas de encomendas: o mais recomendado nesse caso é instituir, no local onde existe a função de porteiro, que ele contate o morador e solicite a presença deste na portaria. Em casos onde não há porteiro, é necessário que o morador se desloque até a portaria para receber o delivery e a encomenda. Além disso, caso o morador não esteja presente no local, outro morador pode realizar o recebimento, fazendo-o sempre na portaria, diminuindo assim a circulação de pessoas nos corredores. Lembrando que o aplicativo das câmeras é um bom aliado do morador que pode visualizar as pessoas que entram no condomínio. 5. Normas para entrada de visitantes: esse é um tópico que causa bastante debate, por isso, a melhor forma é avaliar as situações junto com os condôminos. Mas existem algumas medidas que são essenciais para a segurança. É recomendado que o porteiro acione o morador e confi rme a autorização de entrada do visitante no local e, se houver suspeita, deve solicitar que o morador desça para identifi car a pessoa na entrada do condomínio. Além disso, em prédios que não possuem porteiro, é importante que o morador desça para receber seu visitante, conseguindo conferir se, por exemplo, existem outras pessoas aguardando na portaria e inicie os questionamentos de qual é o apartamento e o morador que ele quer visitar. 6. Regras para acesso de prestadores de serviços: assim como existem as regras para delivery e encomendas, é importante também que existam regras para prestadores de serviço. O porteiro e moradores devem se atentar às credenciais, como crachá e dados pessoais antes da entrada no condomínio, sendo igualmente importante que o síndico, zelador ou porteiro autorizem a entrada. Algumas empresas já possuem aplicativos com a visualização das câmeras e envio de QR Code para o visitante acessar o seu condomínio. Quando o visitante chega, ele apresenta o QR Code no Leitor de QR Code e o portão abre automaticamente e nesse momento o morador recebe uma notifi cação que seu visitante chegou e pode até acompanhar pelas câmeras do aplicativo a entrada do seu convidado. 7. Criação de CONSEGs: incentivar os moradores a participarem dos CONSEGs que são conselhos formados por moradores, comerciantes, empresários e autoridades da região que discutem, planejam e se apoiam na questão contínua de segurança, geralmente com uma reunião mensal. Esses conselhos funcionam como entidade de apoio ao trabalho da Polícia Civil e Militar e dessas reuniões saem os planejamentos de segurança do bairro das quadras. 24 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes 8. Vizinhança Solidária: criada em alguns estados pela Polícia Militar, como São Paulo. Esse programa consiste em conscientizar as pessoas da comunidade do seu papel na coletividade para auxiliar nas medidas de prevenção de delitos ou ação suspeita, via grupo de WhatsApp. Inclusive no estado de São Paulo “O Vizinhança Solidária” cresceu e se tornou uma lei estadual (nº 16.771/18). Por fi m, um último item que é de suma importância para que tudo isso possa ter continuidade dentro do condomínio: 9. Manual de procedimentos de segurança: um outro ponto importante do trabalho da comissão de segurança é a criação do manual de segurança e o acesso rápido a essas informações. Além de elaborar, é fundamental manter esse documento disponível para a equipe e moradores. Nesse manual devem constar informações como: controle de acesso a portaria, descrição dos profi ssionais da equipe com responsabilidades, modo de utilização das tecnologias de segurança, instruções em situações de emergência, instruções para disparo do alarme e números de telefones úteis como da delegacia, corpo de bombeiros e empresas de manutenção. Esse manual também reforça alguns quesitos básicos como manter iluminadas as entradas, realizar periódicas avaliações nas áreas comuns e possíveis problemas que foram mapeados no condomínio com a tarefa que cada responsável deve realizar quando ocorrer um sinistro. Quando o condomínio recebe um novo colaborador, o manual terá as informações de quanto tempo ele fi cará em treinamento e o que deve ser repassado de informações. É assim também com a chegada de um novo morador, que receberá as informações de como será o treinamento de segurança, regras e normas do condomínio. As tarefas a serem realizadas quando um morador se mudar do condomínio para que ele não tenha mais acesso às entradas e sistema de segurança, quando for implantado um novo sistema de segurança, quais os novos procedimentos adotados e quem terá acesso às informações também são detalhes que estarão nesse manual. Outra questão importante se baseia na prestação de serviços, o porteiro deverá saber quando uma empresa não prestará mais serviços ao condomínio para que ele possa identifi car a entrada de pessoas estranhas e tomar as devidas precauções. Como podemos perceber, o manual de procedimentos de segurança e a comissão formada são muito importantes para manter os processos funcionando no condomínio e também pode ser atualizado a qualquer momento, basta a comissão de segurança se reunir para avaliar os novos procedimentos e descrevê- 25 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 los no manual. Um item que não pode faltar são as avaliações periódicas que auxiliam na avaliação de ocorrências, verifi cam equipamentos e identifi cam vulnerabilidades na gestão e normas de segurança. O autor Jonas Machado, no livro Segurança, novos conceitos e prática profi ssional, explica as diferenças entre as organizações de segurança pública vigentes no Brasil e suas hierarquias. Ele também detalha as funções dos porteiros e dos vigilantes. 3.1 COMO DEVE SER FEITO O CONTROLE DE ACESSO? Para que um controle de acesso de um condomínio seja realizado de forma efi caz, de acordo com José Elias de Godoy, é preciso observar e estar atento a três principais pilares: 1. Mão de obra especializada e treinada. 2. Segurança física/tecnológica. 3. Conscientização dos moradores. O síndico, como já citado, tem papel fundamental na gestão e nas normas de segurança, mas é através do planejamento que serão realizadas avaliações periódicas, verifi cação de equipamentos e identificação de vulnerabilidades no local. Além disso, o síndico pode ser penalizado caso não conduza de forma correta a segurança do local. Quando falamos em condomínio, sabemos que um dos principais pontos de vulnerabilidade é o controle de acesso. Conforme já citado anteriormente, no livro Técnicas de Segurança em condomínios consta que cerca de 90% das intrusões a prédios residenciais acontecem pelas entradas de veículos e pedestres. Por esse motivo é tão importante tomar medidas que contribuam para um monitoramento que previna a ação de criminosos e traga mais conforto e segurança aos moradores. O que o síndico deve ter em mente é que ele precisa atuar à frente deixando muito claro para os colaboradores e moradores alguns pontos básicos, como: 26 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes 1. Manual de de procedimentos de segurança. 2. Regras de conduta dos moradores. 3. Atividades realizadas pelos porteiros, vigilantes e demais colaboradores. 4. Normas de atendimento ao delivery e prestadores de serviços. Tendo isso bem defi nido e usufruindo da tecnologia hoje disponível no mercado com instalação de equipamentos, sistemas de câmeras de segurança e controle de acesso integrados, sensores e alarmes, aumenta-se signifi cativamente a segurança do condomínio. É importante reconhecer que um dos principais gargalos está na falha dos próprios condôminos, por isso um bom relacionamento entre moradores, síndico e porteiro, que preze pela troca de informação e respeito, é parte essencial no processo de segurança, fazendo com que todos se sintam responsáveis pelas normas. Se os moradores não se engajarem no novo processo de controle de acesso, todo a segurança pode cair por terra. O controle de acesso de condomínios, por exemplo, consiste no gerenciamento do fl uxo de entrada e saída de moradores, visitantes, funcionários, prestadores de serviço e veículos. Tanto o controle como o monitoramento de todos os eventos podem ser realizados da forma tradicional, através do serviço de portaria presencial ou de forma remota e automatizada, por meio do uso de soluções tecnológicas que veremos nos próximos capítulos. Hoje em dia existem muitas tecnologias para o controle de acesso em condomínios, vamos conhecer algumas delas: 1. Senha de acesso: esse sistema existe em diversos condomínios, mas é muito fácil de ser burlado devido à criação de senhas comuns pelos moradores e também porque alguns moradores repassam a senha para amigos e prestadores de serviços. 2. Tag de acesso pedestre: é um dispositivo que possui um chip interno e, quando o morador o encosta no leitor, a porta abre para ele. O ponto negativo desse dispositivo é que ele pode ser copiado com facilidade. 3. Leitor Biométrico: o modelo mais encontrado nos condomínios é de impressão digital (dedos ou mãos). Nesse caso, o morador chega no condomínio, coloca o dedo no leitor e a porta abre com a leitura digital. O ponto negativo desse dispositivo é que profi ssionais como professores, massoteraupeutas e médicos encontram difi culdades na leitura de suas digitais por causa do uso de hidratantes e giz de cera. A leitura das digitais de idosos também é difícil. 27 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 4. Leitor biométrico de reconhecimento facial: permite que o morador acesse o condomínio em menos de 1 segundo, basta o morador se aproximar do leitor facial para que o reconhecimento seja feito. É uma tecnologia nova e está passando por algumas mudanças de software para diminuir alguns equívocos com as leituras. 5. Leitor de QR Code: esta tecnologia está em grande expansão nos condomínios do Brasil. O morador instala um aplicativo e o QR code fi ca trocando a cada 30 segundos. Para a porta abrir, basta o morador conectar seu aplicativo e apontar o leitor de QR code no celular dele. Além disso, o morador pode enviar um convite de QR code para seu visitante pelo WhatsApp. Quando o visitante recebe o convite, clica no endereço e, automaticamente, a melhor rota para chegar no condomínio é traçada. Quando ele chega no condomínio, apresenta o QR code no leitor e a porta abre, nesse momento o morador receber uma notifi cação no aplicativo e pode abrir as câmeras para acompanhar a chegada do seu visitante. Para os portões veiculares, existem vários dispositivos como controle remoto (aqui é importante ter os modelos anti-clonagem), os tags veiculares e também o leitor de QR code. Segundo José Elias de Godoy, os três pilares da segurança no condominio são: a) ( ) Mão de obra especializada e treinada, segurança físíca/ tecnológica, conscientização dos moradores. b) ( ) Mão de obre especializada e treinada, segurança físíca/ tecnológica, sensores de alarmes. c) ( ) Vigilantes, segurança físíca/tecnológica, conscientização dos moradores. d) ( ) Mão de obra especializada e treinada, porteiros, conscientização dos moradores. 28 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes 3.2 ATENÇÃO AO DESVIO DE FUNÇÃO DA EQUIPE DE SEGURANÇA Um assunto bastante polêmico e que causa grandes transtornos para os síndicos é o desvio de função dos colaboradores. É comum, na maioria dos condomínios, quando o síndico verifi ca a ociosidade dos trabalhadores, encontrar novas tarefas que desviam a função deles, como acontece com o porteiro que acaba executando tarefas de faxina ou jardinagem. Se essa situação não for acordada previamente com o empregador com acréscimo de 20% do salário, o condomínio pode ser penalizado por acúmulo de função. Um bom gestor precisa estar atento a esses detalhes e contratar empresas especializadas na administração de condomínios, que auxiliam na gestão com leis e assuntos referentes ao sistema trabalhista. Anos atrás, antes de existirem as leis, essas funções eram todas consideradas domésticas, com a entrada da Lei Federal nº 2.757/56, essas atividades foram regulamentadas, além de ser criada uma convenção coletiva que garante as condições de trabalho a esses profi ssionais. De acordo com a Classifi cação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho, essas funções são classifi cadas da seguinte maneira: A Função do Porteiro está defi nida na CBO (Classifi cação Brasileira de Ocupações) Cód 5174- 10. que diz o seguinte: Fiscalizam a guarda do patrimônio e exercem a observação de fábricas, armazéns, residências, estacionamentos, edifícios públicos, privados e outros estabelecimentos, percorrendo- os sistematicamente e inspecionando suas dependências, para evitar incêndios, entrada de pessoas estranhas e outras anormalidades, controlam fl uxo de pessoas, identifi cando, orientando e encaminhando-as para os lugares desejados; recebem hóspedes em hotéis, acompanham pessoas e mercadorias, fazem manutenções simples nos locais de trabalho (CBO MTE, 2021, s.p.). No livro intitulado Manual para síndicos, membros de conselho e administradores, em 351 perguntas e respostas do doutor Zulmar, ele cita: como a CBO deixa claro a função do porteiro, ele é o responsável pelo controle de acesso de pessoas, orientando e organizando o fl uxo das pessoas que entram e saem do condomínio. Ele também é responsável por fi car monitorando os acessos do condomínio, seja ele pedestre ou veicular. 29 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 Zelador: exerce funções de zeladoria em edifício de apartamentos, comerciais e outros, promovendo a limpeza e conservação deles e vigiando o cumprimento do regulamento interno para assegurar o asseio, a ordem e a segurança do prédio; e o bem-estar de seus ocupantes. Faxineiro: executa trabalho rotineiro de limpeza em geral em edifícios e outros locais, espanando, varrendo, lavando ou encerando dependências, móveis, utensílios e instalações para manter as condições de higiene e conservá-los. Existe também uma diferença entre desvio de função, que é caracterizado quando o titular de um cargo cumpre funções de outro, e o acúmulo de função, que é quando ocolaborador, além de suas atividades previamente defi nidas, executa tarefas de outras funções que não foi contratado para desempenhar. Nesse caso o condomínio pode ser penalizado e precisará pagar a diferença salarial pelo período que foi realizado o acúmulo de funções. O síndico deve estar atento inclusive às férias desses colaboradores. Os erros mais comuns relacionados ao desvio de função na questão do porteiro é quando ele realiza trabalhos para os moradores tais como pintura, ajustes elétricos, algumas vezes, realiza rondas em horários que não foi contratado, faz limpeza de calçadas, piscinas e ambiente geral. O desvio ou acúmulo de função pode acarretar em sérios problemas para a segurança física e fi nanceira de um condomínio, veja algumas delas a seguir: 1. Se o porteiro faz serviços além do que ele é para fazer, quando ele sair do condomínio, pode entrar com uma ação contra o condomínio e tem uma boa chance de ganhá-la. 2. Se o porteiro limpar a calçada na frente do condomínio, ele pode ser facilmente rendido po um marginal. 3. Se seu profi ssional da limpeza fi car com frequência na portaria quando o porteiro não estiver, esse profi ssional não está preparado para tal função. 4. O porteiro levar as compras no sexto andar e, enquanto isso, a portaria fi car sem ninguém. Ainda, para facilitar o trabalho do síndico e evitar o acúmulo de funções, existem algumas dicas que podem ser trabalhadas, como: a) Solicitar para a sua assessoria jurídica redigir as minutas do contrato de trabalho, descrevendo o que compete a função de cada colaborador. b) Questione o colaborador que se dispõe a ajudar em outros serviços que não foi contratado para fazer. c) Verifi que o fundo de reservas do condomínio que poderá ser utilizado para resolver essas situações e especifi que isso nas convenções de condomínio. 30 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes Por fi m, queremos deixar aqui nossa impressão sobre esse assunto de segurança. Vemos que alguns síndicos orgânicos têm receio de mexer nos procedimentos, tecnologias e questões relacionadas à segurança, pois sempre foi de determinada maneira, então pensam: “Vamos deixar como está”. Gostaríamos de lembrá-lo que além de estar colocando em risco as pessoas que moram no seu condomínio, você também está deixando para o futuro um risco grande de prejuízo fi nanceiro para o condomínio. 3.3 COMO APLICAR O TRIPÉ DA SEGURANÇA NO MEU CONDOMÍNIO? Com as leis mudando, a segurança está sendo cada vez mais importante para os condomínios e o síndico ganha diversas responsabilidades que lhe tomam tempo e treinamento. É por isso que, para facilitar o trabalho, alguns síndicos preferem ter empresas terceirizadas contratadas e especialistas que auxiliem na realização do trabalho deles. Um exemplo disso, que contribui muito para a segurança, é o Consultor de Segurança Condominial, que realiza análise de risco do condomínio e entrega projetos para diminuição dos riscos de invasão de criminosos. Ele treina a equipe e os moradores e acompanha a execução desses processos. Além disso, ele tem um vasto conhecimento em tecnologias, soluções e equipamentos utilizados nos condomínios e pode auxiliar o síndico com a equalização de orçamentos. Sabemos que as operações de segurança são, muitas vezes, complexas e um agregador que auxilia na rotina do síndico é o conhecimento do Tripé da Segurança. Tendo em sua mente esse tripé, você pode organizar seu planejamento com maior confi ança. Fazem parte do tripé: • Segurança Estrutural A segurança estrutural é a base para a segurança em qualquer condomínio e tem como apoio a segurança eletrônica e profi ssional. Com ela, reduz-se muito a exposição de riscos nos condomínios, além do baixo valor de investimento. Se possível, é sugerido que a segurança estrutural seja avaliada por um consultor de segurança ainda durante a fase de construção ou depois de entregue ao condomínio. Cabe a segurança estrutural: a) Grades e cercas: impõe bastante difi culdade no momento de escaladas e, quanto mais espessas, mais a segurança é proporcionada. Neste quesito existem diferentes opções como esquadrias reforçadas de aço ou alumínio, vidros temperados sob medida com um custo superior. 31 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 b) Muros: o primeiro e mais importante objetivo do muro é bloquear a visão, sem a visão, o criminoso não consegue observar quais são os riscos que irá ter na invasão do local, além disso, difi culta muito a escalada. c) Clausura de pedestre: são duas portas nas quais uma só abre se a outra fecha, essa função chama-se de intertravamento, isso evita o efeito carona, isto é, de uma pessoa tentar entrar no vácuo de um morador. d) Vegetação: além das grades ou dos vidros, muitos condomínios colocam uma vegetação densa para inibir a visão interna. e) Ofendículos: são pontas de lança, arame farpado. f) Alambrados: são construídos geralmente de arame retorcido e servem como telas de proteção. • Segurança Eletrônica A segurança eletrônica é um item essencial para qualquer auxílio na intervenção de criminosos e tem por base três objetivos que são: a) inibir a ação desses delitos; b) detectar invasões; c) comunicar ocorrências com base em tecnologias. E as tecnologias encontradas hoje nos condomínios são: 1. Controle de acesso: bloqueia e não permite a autorização da entrada de pessoas através de senhas, tags, biometria e QR code. 2. Alarmes: são conectados com cercas elétricas, sensores de presença e sensores de barreiras que acionam sirenes. Também podem ser acionados manualmente se algum condômino ou o porteiro perceber alguma situação de risco, esse é um dos sistemas mais antigos para proteção. 3. Central de monitoramento: faz com que as informações sejam analisadas de forma rápida para tomada de decisões e são adquiridos no controle de acesso e do CFTV, realizam chamados de botões de pânico ou acionamento de alarmes, além de relatórios. 4. CFTV: essa sigla signifi ca Circuito Fechado de Televisão e transmite em tempo real as imagens que são captadas e podem ser monitoradas, permitindo a cobertura completa de diversos ambientes simultaneamente, além de ter as imagens gravadas no caso de algum atentado ou invasão. • Profi ssionais de Segurança A presença humana é importante para avaliar situações de risco, pois além de visão, também tem a percepção e os sentidos aguçados. Um bom profi ssional de segurança realiza treinamentos e está em constante aperfeiçoamento para conhecer as tecnologias e as novas formas de trabalho da sua função. É ele que 32 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes observa todas as informações oriundas das tecnologias instaladas no condomínio como: portões abertos que deveriam estar fechados, luzes acesas que deveriam estar apagadas, pessoas estranhas no local, atitudes de risco de moradores, visitantes, barulhos suspeitos e, principalmente, tem a capacidade de reagir da forma correta em momentos de tensão. O tripé da segurança precisa estar sempre junto, pois se no seu condomínio estiver faltando alguns desses 3 itens, seu condomínio estará correndo risco. 3.4 PORTARIAS REMOTAS E VIRTUAIS Um dos aspectos mais importantes que se pode visualizar nos últimos anos é que a tecnologia ascendeu de forma acelerada e o país vem buscando educar a sociedade para viver essa evolução. A portaria remota e a portaria virtual, mesmo não sendo uma novidade, é algo que está em constante evolução e o mercado tem apresentado diversas opções de soluções com sistemas integrados que realizam o acesso aos condomínios, reforçando a segurança. • Como surgiu a portaria remota no Brasil? Em meados de 2011, o Fábio Beal (Empreender Endeavor), fez um grande projeto de sistema de segurança eletrônica em um condomínio e instalou centenas de câmeras. Algumas semanas depois, o síndico ligou avisando que criminosos haviam entrado no condomínio. Ao fazer a verificação no local, descobriram pelas imagens que houve uma falha no processo de liberação dos intrusos pela portaria 24 horas. Foi quando o Fábio Beal teve o insight de criar esse sistema de forma remota, convidando o Alessandro De Carli e o Juliano Bortolotti para testarem algumas tecnologias e aplicações de processos. Depois disso, os empresários se tornaram um case de sucesso. • Como funciona a Portaria Remota? O porteiro é realocado para uma base de atendimento, tornando-se um porteiro remoto, de onde ele pode fazer seu papel de forma mais segura e seguir todos os processos do regimento interno do condomínio. Essa base é supervisionada 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ele trabalha em uma sala com ar condicionado, livre da pressão de moradores e visitantes, o que diminui muito os erros no dia a dia. A tela de atendimento do porteiro remoto possui todas as informações necessárias do condomínio tais como nomes dos moradores e seus contatos, câmeras de acesso, botões de acionamento de aberturas e de emergencias etc. 33 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 Além disso, ela traz as informações do regimento interno do condomínio para que ele possa seguir e revisar, por exemplo, a regra de que entregadores de pizza não podem subir. Os moradores entram e saem com chave QR Code por meio do aplicativo, que também gera notifi cação das entradas de seus familiares e prestadores de serviço. Isso ajuda muito na segurança do condomínio. Além do aplicativo, o morador recebe um controle remoto para o portão veicular. Na central, o porteiro remoto tem acesso aos relatórios de entradas e saídas de todos dentro do condomínio, recebe notifi cações de eventos críticos que ele precisa atuar como carona no portão veicular ou alarme de incêndio no condomínio. Essas informações são tratadas em tempo real e com agilidade conforme cada condomínio. Lembrando que todas essas informações como eventos, imagens, áudios, são armazenadas na base de Portaria Remota para uma possível conferência. • Mito ou Verdade? Muitos dizem que a portaria remota é só para condomínios com até 50 apartamentos, mas isso é um mito. A verdade é que não existe limite na quantidade de apartamentos. Condomínios com 450 ou 300 apartamentos utilizam essa tecnologia. O importante é realizar uma análise de risco e avaliar como fi cará o serviço depois de implantado. Para a administradora é muito interessante a aplicação da portaria remota, pois ela tem as informações do cadastro dos moradores atualizadas. Quando um morador sai e outro entra, a empresa de portaria remota desfaz o cadastramento e insere os novos moradores no sistema. Já o morador tem mais privacidade porque ele pode enviar o convite de QR code a qualquer momento e o visitante pode acessar o condomínio sem precisar passar pelo atendimento da portaria. O morador tem a rastreabilidade de todas as informações de acesso do condomínio, essas informações não são perdidas, nem apagadas e auxiliam em uma posterior conferência. O síndico recebe mensalmente um relatório BI com todas as informações dos atendimentos, a média de segundos por dia hora e por hora. Nesse relatório ele também encontra as informações de falhas durante os últimos 30 dias e qual o tempo que leva para resolvê-las. Com essas informações em mãos, o síndico tem as respostas para possíveis perguntas dos moradores, o que torna o relacionamento entre ambos mais tranquilo. • Quais os cuidados na contratação de uma empresa de Portaria Remota? 34 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes Antes de decidir contratar uma empresa de portaria remota, você precisa passar por algumas etapas. São elas: 1. A comissão de segurança entra novamente no jogo. O síndico faz uma reunião com a comissão e juntos decidem receber no condomínio 03 empresas que possam realizar o projeto de portaria remota e depois essa comissão visita as 3 empresas. 2. Reunião no condomínio para apresentação dos orçamentos das 3 empresas. 3. Visita nas empresas de portaria remota em que a comissão avalia como o comercial e os proprietários da empresa tratam os colaboradores, verifi ca se o ambiente é confortável na base de atendimento, se a equipe de portaria remota possui um ambiente digno para descanso quando for o momento. O ideal é permanecer 30 minutos ouvindo como os atendentes de portaria remota atendem os visitantes dos condomínios, pois será o mesmo formato de atendimento. 4. Ainda nesta visita é importante conhecer alguns condomínios da carteira de clientes desta empresa e questionar sobre eles. Provavelmente a empresa irá apresentar os melhores clientes, aqueles que possuem um bom relacionamento em que o síndico é, muitas vezes, amigo pessoal de um dos proprietários da empresa. Então, a dica é solicitar que a empresa passe a relação dos condomínios que atendem na mesma cidade do seu condomínio e escolher 02 deles para visitar. 5. Chegando no condomínio, a comissão precisa prestar atenção na qualidade da instalação dos dispositivos que a empresa instalou; observar se não possui fi os pendurados ou equipamentos jogados; conversar com o síndico deste condomínio e também com os moradores sobre quanto tempo demorou, se teve algum tipo de problema durante a instalação e, se teve algum problema, qual o tempo que levaram para resolver. 6. Repita esses passos com mais duas empresas, neste momento você pode estar pensando que levará muito tempo, mas é importante lembrar que os contratos das empresas de portaria remota geralmente são fechados para 24 meses e que o valor pode passar de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Outro ponto muito importante é a segurança das famílias e moradores. 7. Depois disso, a comissão de segurança se reúne com o síndico e juntos fazem a equalização das propostas, se tiver um consultor de segurança que presta serviços, é indicado que ele participe. 8. Quando decidido pela comissão qual a empresa contratar, faz-se uma assembleia para apresentar aos condôminos o porquê dessa escolha. 35 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 • A implantação da Portaria Remota As etapas da implantação da Portaria Remota são: 1. Defi nição da estrutura, muitas vezes nesse projeto de implementação, o condomínio precisa realizar obras de melhoria para que a estrutura esteja adequada para receber os aparatos tecnológicos necessários. 2. À medida que a implantação for acontecendo, os moradores precisam ser informados sobre as etapas. 3. A comissão realiza toda sexta-feira uma reunião com o responsável da instalação para ver se o planejamento está sendo executado. 4. O dia D é chamado de o dia da virada, no qual é feito um treinamento com todos os moradores e é instalado o aplicativo de QR code. Neste momento o morador recebe o treinamento da operação do sistema, o manual e também os contatos para quando precisar de ajuda. 5. A empresa de portaria remota deixa um colaborador pelo menos mais dois dias no local para auxiliar os moradores no processo de entrada e saída. 6. Depois de 30 dias, a empresa de portaria remota realiza uma reunião com todos os moradores para compreender como foram os primeiros 30 dias do uso da nova tecnologia e alinhar possíveis falhas. Essa reunião se repete em 90 dias. 3.5 QUAL A DIFERENÇA ENTRE PORTARIA REMOTA E VIRTUAL? O quandro a seguir vai facilitar o seu entendimento, acompanhe: QUADRO 3 – PORTARIA VIRTUAL X PORTARIA REMOTA Portaria virtual Portaria remota Toca 05 vezes no interfone do apartamento, se o morador não atender, aí sim a ligação é transferida para a empresa de portaria virtual. Todas as chamadas tocam na empresa de portaria remota, para depois sim ser contactado o morador. Tecnologias que nem sempre são próprias para portaria, aumentando as chances de falhas e percepção tardia pelo síndico e pelos morado- res. Hardware e software exclusivos, o que garante atualização automática dos recursos disponí- veis e criação de perfis de acesso personaliza- dos e monitoramento on-line dos dispositivos. 36 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes Controle de acesso por meio de leitura biomé- trica, podendo causar falhas e lentidão, além de aumentar a ocorrência de pessoas indesejadas que aproveitam um descuido para entrar no condomínio. Controle de acesso por meio de sistemas de tag, app e controle veicular anticlonagem, promovendo um controle rígido e uma ges- tão facilitada, além de maior segurança aos moradores. Sistema que opera via internet, podendo oca- sionar falhas na operação, como: interrupção do serviço, cortes no áudio, perda de sincronia de voz entre o operador e o visitante e imagem com qualidade ruim. Sistema que opera por meio de protocolo de comunicação exclusivo, que não depende de internet para funcionar e manter o condomínio conectado à empresa de portaria remota sem interrupções. Geralmente não exigem eclusa de pedestre para implantação do sistema. Eclusas de pedestres, que oferecem maior se- gurança, evitando que pessoas não autorizadas acessem o condomínio. Não possui monitoramento de status dos siste- mas instalados. Possui informações em tempo real dos sis- temas instalados para que se possa resolver problemas o mais rápido possível. FONTE: O autor Com estas soluções que são tendência no mercado, os condomínios têm ganhado um parceiro na ação contra criminosos. Além disso existem diversas vantagens que ajudam o condomínio a optar por essas tecnologias e uma delas é a atuação do porteiro a distância, que ocorre na portaria remota, os condomínios usam aplicativos exclusivos para acesso, tags e controles de anticlonagem, já visitante e prestadores de serviço podem acessar através do QR Code exclusivo enviado via WhatsApp. A portaria remota já é uma realidade dos condôminos distribuídos pelo país e, a cada dia que passa, ela está provando que é mais segura que o próprio porteiro local. A dica fi nal é: conheça o sistema e entenda como ele pode lhe ajudar. Segundo o texto, quais são os três primeiros passos para a contratação de uma empresa de portaria remota? a) ( ) Reunião com a comissão de segurança para decidir quais as três empresas que eles receberam no condomínio, marcar a assembleia para aprovação da empresa de portaria remota, visita da comissão de segurança nas empresas de portaria remota. 37 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 b) ( ) O síndico decidi sozinho quais são as empresas de portaria remota, a comissão recebe as três empresas para apresentarem o projeto de portaria remota e visita da comissão de segurança nas empresas de portaria remota. c) ( ) Reunião com a comissão de segurança para decidirem quais as três empresas que eles receberam no condomínio. Essa comissão recebe as três empresas para apresentarem o projeto de portaria remota e a comissão decide sem aprovação da assembleia. d) ( ) Reunião com a comissão de segurança para decidirem quais as três empresas que eles receberão no condomínio. Essa comissão recebe as três empresas para que apresentem o projeto de portaria remota e a visita da comissão de segurança nas empresas de portaria remota. 4 CASES DE PROTEÇÃO PERIMETRAL • Case 1: “Totens com câmeras que registram placas e rostos das pessoas nos bairros ou em condomínios de alto padrão” Como visto anteriormente, as soluções em tecnologias estão se tornando cada vez mais necessárias e comuns em nossa rotina. Esse é um exemplo de novidade que surgiu no mercado e já está sendo utilizado por alguns municípios, que são os totens de segurança. O da imagem a seguir foi instalado em Florianópolis, no bairro Jurerê e foi fabricado pela empresa Urbanii Tecnologia, que, de acordo com o CEO Rubem Henrique, a empresa tem um programa de urbanidade que é repassado à associação de moradores de bairros e tem como proposta principal a preservação de espaços públicos. Esse é um sistema que permite que a central, além de receber todas as informações de alertas e notifi cações, possa a interagir a qualquer momento, seja para avisar de algum perigo ou até mesmo para espantar algum meliante. Esse é um sistema ideal para aquelas associações e bairros nos quais as casas não possuem muros. 38 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes FIGURA 1 – TOTEN DE SEGURANÇA FONTE: <https://www.amojurere.com/post/empresa-de-tecnologia-pretende-instalar- 42-totens-de-v%C3%ADdeo-monitoramento-em-jurere>. Acesso em: 30 jun. 2021. O objetivo da empresa é fazer o “bairro virar condomínio”, ou seja, os moradores e o comércio local podem participar do processo, fazendo com que todos cuidem da segurança em conjunto. A empresa realiza um estudo sobre a estrutura do bairro, além de cuidar da parte administrativa e fi cha técnica de como funciona o local e realiza um convênio com a Secretaria de Segurança Público do Estado para poder instalar as câmeras de segurança. • Case 2: “Proteção Perimetral de Alto Nível” Outro exemplo das novas tecnologias que estão sendo utilizadas é o que se viu no condomínio Reserva Santa Rosa, localizado em Itatiba, São Paulo. O local queria implementar um sistema de segurança em seu complexo residencial, pois havia alta circulação de veículos e fazendas com pastos para animais nas proximidades. A empresa de consultoria em segurança SUAT apresentou o engenheiro da Ôguen, que é distribuidora de tecnologias israelenses no Brasil, e o condomínio conheceu o Radar Magos Systems, optando por instalar o radar SR-500 que realiza uma cobertura de 250 mil metros quadrados, alcança até 400 metros para humanos, 600 metros para veículos e 100 metros para drones ou barcos. Os radares foram associados a câmeras de segurança speed dome IR da Hikvision que também identifi cam causas de disparo. Além disso, a plataforma de gerenciamento do Digifort integra todo o sistema de CFTV que possui 100 39 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 câmeras fi xas e móveis, associando através de mapas sinóptico e pop-ups, alarmes gerados pelos sistema de choque perimetral, diversos sensores estratégicos e radares. Essa tecnologia permite que o invasor seja visualizado antes de chegar ao perímetro. O operador consegue acompanhar os movimentos e realizar as ações reativas para evitar ações criminosas. Ideal para condomínios com um grande espaço de vegetação até mesmo para condomínios próximos de praias. FIGURA 2 – RADAR SR-500 FONTE: <https://revistasegurancaeletronica.com.br/protecao- perimetral-de-alto-nivel>. Acesso em: 30 jun. 2021. 5 CASE DE REGISTRO DE IMAGEM • Case 1: “City Câmera” Este projeto acontece na cidade de São Paulo, é um serviço Smart City, oferecido pela empresa Camerite e tem o objetivo de instalar 10 mil câmeras nos próximos quatro anos, realizando a cobertura urbana da cidade e inibindo ações criminosas, oferecendo bem estar e segurança para a população. O modelo operacional do sistema terá a integração das imagens que serão transmitidas para o Comando da Guarda Civil Metropolitana e compartilhada com demais órgãos de segurança como a Polícia Militar e Civil por um canal de comunicação de dados da internet, que realiza uma triagem de ações que acontecem nas ruas e avenidas da cidade. Nesse projeto os condomínios repassam as imagens das suas câmeras externas para o projeto e isso ajuda a polícia a ter as informações em tempo real, 24 horas por dia. 40 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes Além da população se benefi ciar com a segurança, ela também participa fornecendo espaços nos quais serão utilizadas as câmeras de segurança residenciais e em pontos comerciais. FIGURA 3 – DIVULGAÇÃO DE UMA EMPRESA FONTE: <https://c4i.com.br/2018/03/09/city-cameras-gera-economia-e- mais-efi ciencia-a-cidade-de-sao-paulo/>. Acesso em: 30 jun. 2021. 5 GESTÃO: PLANOS, AÇÕES E MONITORAMENTO Começaremos este capítulo versando um pouco mais sobre o consultor de segurança dentro do condomínio,pois ele junto com a comissão de segurança do condominio que vão implantar os planos de ações e monitoramento do condomínio. 5.1 QUEM É O CONSULTOR DE SEGURANÇA? O consultor de segurança é um profi ssional que tem curso superior de Segurança, uma pós-graduação ou até mesmo passou alguns meses em algum local do mundo fazendo treinamento em países como Estados Unidos da América e Israel que são especialistas em segurança. Esse profi ssional, além de ter feito cursos e especializações, tem experiência de muitos anos trabalhados em empresas da área e, com a bagagem que conquistou, pode repassar o conhecimento adquirido para o mercado condominial. Alguns desses profi ssionais saíram das polícias civil, militar e federal. 41 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 O consultor de segurança do condomínio é responsável por levantar as informações, analisar os pontos vulneráveis, criar um plano de segurança e ministrar o treinamento e o acompanhamento da execução do projeto de sergurança. Veja a seguir alguns nomes de consultores que têm feito um bom trabalho no nosso mercado condominial: • Leandro Santos (Empresa de Consultoria Leandro Santos). • Eytan Magal (Empresa Eytan Magal – Risks & Security Solutions). • André de Pauli (Diretor da empresa de consultoria em segurança MSN). • José Elias de Godoy (Diretor SUAT). • Jonas Alves da Silva (Consultor de Segurança). Esses especialistas junto com mais alguns espalhados pelo país estão em uma grande missão de ajudar o mercado condominial a se tornar ainda mais seguro e tranquilo. Vamos ao passo a passo para implantar os planos e ações: 1. A comissão de segurança do condomínio se reuni com o consultor de segurança e ele faz várias perguntas para essa equipe procurandos entender como são as entradas do condomínio, como funcionam os horários das áreas comuns, procura saber quais foram os problemas de segurança que já tiveram no condomínio, questiona se existe algum problema de segurança com algum morador. Nesse primeiro bate-papo, ele começa a levantar informações para ver as vulnerabilidades, as falhas do condomínio. 2. Depois dessa reunião e com as respostas em mãos, o consultor faz algumas avaliações de variáveis externas como: escolas próximas, pontos de drogas, quantidade de assalto e roubos naquela região, quais foram os condomínios próximos que já sofrem com esse problema e qual foi o problema, se foi roubo, arrastão etc. 3. Nesse mesmo levantamento, o consultor procura entender as variáveis internas do condomínio como as portas de acesso externas que não possuem monitoramento, se os portões fi cam abertos em algum período etc. Nesse momento ele já começa a criar um plano de ação para apresentar para a comissão de segurança. 4. Agora, com todo o levantamento de análise de risco feito e com um plano de segurança montado, o consultor se reuni com a comissão de segurança do condomínio e apresenta os pontos fracos e fortes da segurança do condomínio e os planos para resolverem os pontos fracos e também como potencializar os fortes. 5. Uma vez aprovado o projeto, começa a fase de implantação dos processos acordados e o monitoramento dos resultados para ver se eles estão sendo alcançados. 42 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes Veja a seguir os pontos mais comuns de um projeto de segurança condominial: 1. Revitalização dos sistemas de segurança eletrônica do condomínio. Com isso os porteiros terão as informações verídicas e on-line dos sistemas. Nessa revitalização o consultor vai orientar para que os sistemas sejam integrados para facilitar ainda mais as ações. 2. É criado um manual de procedimentos com as ações que serão tomadas a partir do momento em que o porteiro local ou remoto recebe uma demanda, seja dos sistemas de segurança ou de um morador. Ele não vai precisar tentar adivinhar as respostas, pois elas vão estar nesse manual e é preciso siguir todas as orientações. 3. É criado todo um procedimento para a contratação dos funcionários do condomínio e também para a capacitação deles dentro das necessidades do condomínio. 4. No escopo do projeto de segurança também estão inclusas as manutenções preventivas dos equipamentos de segurança com datas e alertas. 5. Os funcionários terão um local para registrar, de forma on-line, os problemas enfrentados que não estão mapeados no projeto de segurança, pois não existe projeto 100% seguro, sempre temos como melhorar. 6. O Consultor de segurança vai fazer a equalização das propostas para a revitalização dos equipamentos de segurança do condomínio. 7. No escopo também há todo o treinamento do consultor de segurança para os funcionários e para os moradores. 8. Uma vez implantado o projeto, o consultor de segurança vai indicar como vai ser o monitoramento das atividades em tempo real via planilhas ou via software. 9. O Consultor de segurança irá criar tentativas de invasões no condomínio, com pessoas se disfarçando e tentando entrar como se fossem prestadores de serviço ou entrando de carona com um morador. Esse teste é conhecido como teste de invasão: a comissão de segurança e o síndico sabem quando e como vai acontecer, porém mais ninguém no condomínio sabe. 10. Por fi m existe a reunião mensal do consultor de segurança junto com a comissão de segurança para avaliarem os resultados alcançados e fazerem os ajustes necessários se assim tiverem. 43 CONDOMÍNIOS DE AGORA Capítulo 1 6 SEGUROS: PLANOS E COBERTURAS Outro ponto tão importante quanto a segurança nos condomínios e que o síndico deve prever em seu planejamento orçamentário é o seguro, que além de obrigatório, previsto no Código Civil, artigo nº 1.346, é também algo muito importante para o bem-estar dos moradores. É importante saber que o seguro condominial protege todas as áreas comuns de um empreendimento com cobertura para todas as áreas comuns do terreno, tratando-se de condomínios de casas e toda a edifi cação em sua parte estrutural e áreas comuns para prédios. No entanto, os seguros não realizam cobertura das áreas internas, sendo necessário que o próprio morador busque um seguro residencial, caso ele tenha interesse. Existem basicamente dois tipos de cobertura: 1. Cobertura ampla: esta cobertura abrange qualquer evento que venha danifi car os materiais do imóvel segurado, com poucas exceções. O investimento aqui é mais alto, mas garante a indenização até o limite máximo de indenização e cobre áreas comuns, unidades autônomas, equipamentos pertencentes ao condomínio, dano decorrentes de inundação, alagamento, desmoronamento, vendaval, furacão, ciclone, tornado, granizo, danos elétricos e outros eventos que possam ocasionar danos ao local. Muitas vezes vale a pena para o síndico esse tipo de seguro para que ele não tenha alguma surpresa caso ocorra algum tipo de sinistro. 2. Cobertura simples: este estilo de cobertura assegura cobertura contra incêndios, queda de raio dentro do terreno e explosão de qualquer natureza, quedas de aeronaves, acionamentos acidentais de splinkers, cobertura de áreas comuns, unidades autônomas e equipamentos pertencentes ao condomínio. No entanto, se o condomínio estiver propenso a outras riscos, é recomendada a contratação de coberturas específi cas para cada situação. Algumas seguradoras disponibilizam pacotes de coberturas adicionais como paisagismo, utensílios de trabalho, rompimento de tubulações, veículos, quebra de vidros, roubo e furto. 44 SeguranÇa Condominial e Condomínios Inteligentes 6.1 CASES INTERESSANTES COLETADOS DE UMA SEGURADORA Caso 1: criminosos adentraram em um condomínio segurado pela Seguradora, em que uma grande parte dos moradores é composta por chineses que trabalham com mercadorias estocadas dentro do apartamento. Os bandidos arrombaram o apartamento de um dos chineses para realizar o furto das mercadorias e também do dinheiro que estava guardado. Após o acontecido, foi acionada a apólice
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