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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Produção da 
Cerveja
Prof.a Nívea de Lima da Silva
1a Edição
Controle de
Elaboração:
Prof.a Nívea de Lima da Silva
Copyright © UNIASSELVI 2021
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
S586c
Silva, Nívea de Lima da
Controle de produção da cerveja. / Nívea de Lima da Silva – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
162 p.; il.
ISBN 978-65-5663-975-8 
ISBN Digital 978-65-5663-976-5
1. Fabricação da cerveja. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 660
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Controle de Produção da 
Cerveja. Nesta disciplina, abordaremos as características das principais matérias-
primas, aquelas que estão presentes em todas as cervejas, e as matérias-primas 
adjuntas, aquelas que são acrescentadas para agregar alguma característica à cerveja.
Para começar, na Unidade 1, conheceremos as características das matérias-
primas da cerveja, que são: malte, água, lúpulo e levedura. Conheceremos, também, as 
características dos adjuntos do malte, que são as fontes de carboidratos para cerveja. 
Além disso, falaremos dos adjuntos da cerveja que são o monóxido de carbono, os 
antioxidantes, as acidulantes, os estabilizantes e os antiespumantes. Finalizaremos 
falando do processo produtivo da cerveja, a sequência de ações que levam a produção 
dessa bebida. Os equipamentos envolvidos no processo produtivo e como é preparada 
cada uma das etapas do processo.
Na Unidade 2, estudaremos o controle de produção da cerveja, enfatizaremos as 
características dos fluxogramas de processo e dos diagramas de blocos. Conheceremos 
os instrumentos envolvidos no controle desses equipamentos, mostrar ando o processo 
de controle de temperatura no cozimento e na fermentação da cerveja. Falaremos dos 
tipos de controladores e das siglas (tags) usadas nas plantas industriais para designar 
os instrumentos.
Por fim, na Unidade 3, falaremos das análises envolvidas no controle de 
qualidade da cerveja e os métodos de padronização de produção. Encerraremos com a 
caracterização da gestão de produção da cerveja e com a descrição das ferramentas de 
qualidade utilizadas no processo.
Boa leitura e bons estudos!
Prof.a Nívea de Lima da Silva
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — ETAPAS DE PRODUÇÃO DA CERVEJA E VARIAÇÕES ................................... 1
TÓPICO 1 — CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS E ADJUNTOS DA CERVEJA .........3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 AS MATÉRIAS-PRIMAS E ADJUNTOS DA CERVEJA .........................................................3
2.1 MATÉRIAS-PRIMAS DA CERVEJA (ÁGUA, MALTE, LÚPULO E FERMENTO) .......................... 10
2.1.1 Adjuntos da cerveja (antioxidantes, acidulantes, estabilizantes, antiespumantes) .......... 19
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 22
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 — ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO: PARTE 1 ............................................ 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 25
2 ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO .............................................................................. 25
2.1 MOAGEM DO MALTE, MOSTURAÇÃO, BRASSAGEM, DECOCÇÃO, FILTRAÇÃO DO MOSTO ..........26
2.2 FERVURA DO MOSTO, CARACTERIZAÇÃO DO MOSTO, TRATAMENTO E RESFRIAMENTO 
DO MOSTO ...................................................................................................................................................29
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 33
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 34
TÓPICO 3 — ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO: PARTE 2 .............................................37
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................37
2 CONTINUAÇÃO DAS ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO ............................................37
2.1 PREPARO DO INÓCULO E FERMENTAÇÃO E MATURAÇÃO .......................................................38
2.2 ACABAMENTO E EMBALAGEM ....................................................................................................... 40
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................45
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................... 51
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 52
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54
UNIDADE 2 — CONTROLE DO PROCESSO PRODUTIVO DA CERVEJA ..............................57
TÓPICO 1 — INSTRUMENTAÇÃO ..........................................................................................59
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................59
2 A INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL..................................................................................59
2.1 DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DA PLANTA INDUSTRIAL E DOS PONTOS 
CRÍTICOS DE CONTROLE  ..................................................................................................................60
2.2 DEFINIÇÕES UTILIZADAS NAS PLANTA INDUSTRIAL ................................................................ 67
2.3 COMPONENTES DA INSTRUMENTAÇÃO ....................................................................................... 74
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................81
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 82
TÓPICO 2 — TIPOS DE CONTROLADORES ......................................................................... 85
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 85
2 TIPOS DE CONTROLADORES UTILIZADOS NAS PLANTAS INDUSTRIAIS .................... 85
2.1 CONTROLADORES PID ...................................................................................................................... 88
2.2 MICROCONTROLADORES .................................................................................................................89
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 92
TÓPICO 3 — CONTROLE DE TEMPERATURA .......................................................................95
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................95
2 CONTROLE DE TEMPERATURA NOS PROCESSOS PRODUTIVOS ..................................95
2.1 CONTROLE DE TEMPERATURA NO COZIMENTO ..........................................................................98
2.2 CONTROLE DE TEMPERATURA DA FERMENTAÇÃO...................................................................98
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 101
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................111
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 113
UNIDADE 3 — ANÁLISE E PADRONIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO ....................... 115
TÓPICO 1 — ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA .............................................................................117
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................117
2 COMO É FEITA A ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA ................................................................. 118
2.1 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH) e AMARGOR .......................................................................119
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................129
TÓPICO 2 — ANÁLISE MICROBIOLÓGICAS ....................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 131
2 BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS .................................................. 131
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 140
TÓPICO 3 — PADRONIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO .............................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................143
2 FERRAMENTAL DE QUALIDADE ....................................................................................143
2.1 GESTÃO DA PRODUÇÃO ................................................................................................................... 145
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................152
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................158
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................159
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 161
1
UNIDADE 1 - 
ETAPAS DE PRODUÇÃO 
DA CERVEJA E VARIAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar as matérias-primas da cerveja;
• caracterizar os compostos adjuntos do processo produtivo da cerveja;
• compreender cada etapa do processo produtivo da cerveja;
• descrever as etapas de acabamento e embalagem da cerveja.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS E ADJUNTOS DA CERVEJA
TÓPICO 2 – ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO: PARTE 1
TÓPICO 3 – ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO: PARTE 2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS-
PRIMAS E ADJUNTOS DA CERVEJA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Acadêmico, no Tópico 1, falaremos das principais matérias-primas envolvidas 
nos processos de produção da cerveja, como: o lúpulo; o malte, que é obtido por meio 
da cevada; a água; e a levedura ou fermento. 
Veremos como cada matéria-prima atua no processo produtivo, a importância 
da qualidade da água para esse processo e a composição dessa matéria-prima. 
Posteriormente, falaremos dos adjuntos do malte, que são componentes contendo 
carboidratos utilizados na etapa de preparo do malte (trituração) ou são adicionados 
diretamente na etapa de fervura da cerveja (xaropes e adjuntos açucarados). Os adjuntos 
da cerveja são matérias-primas utilizadas para conferir propriedades à cerveja, tais 
como: antiespumantes; antioxidantes; acidulantes; estabilizantes; oxigênio; e dióxido 
de carbono. 
Aprenderemos a função de cada matéria-prima e adjuntos do malte e da 
cerveja. Os antioxidantes, por exemplo, impedem a oxidação dos lipídios presentes na 
cerveja pelo oxigênio, permitindo que a bebida atenda ao tempo de validade previsto de 
seis meses.
2 AS MATÉRIAS-PRIMAS E ADJUNTOS DACERVEJA
A cerveja é uma bebida não destilada produzida a partir da fermentação 
alcoólica de um mosto contendo, pelo menos, um cereal maltado, podendo possuir teor 
alcoólico entre 0,05% até 14,9% vol./vol. A cerveja pode ser classificada como sem álcool 
se apresenta 0,05% vol./vol. de álcool. No Brasil, o mais comum, é a cerveja possuir 5% 
de teor alcoólico (AMARO JR. et al., 2009). 
O processo de produção da cerveja é constituído de uma sequência de 
operações unitárias aprimoradas durantes anos. Iniciando com a trituração da cevada 
que, normalmente, ocorre junto com outro cereal, como: o arroz; o milho; ou o trigo. 
Estes são cereais não maltados, especiarias e cereais que possuam fontes de açúcar 
fermentáveis. Após a moagem da cevada, inicia-se o processo de germinação, que 
permite a formação dos açúcares do mosto. 
4
Os adjuntos do malte possuem amidos, que são hidrolisados por meio das 
enzimas presentes no malte, transformando os amidos em açúcares fermentescíveis. 
O que significa que, na etapa de fermentação, esses açúcares vão se transformar 
principalmente em álcool etílico e dióxido de carbono. Entretanto, a quantidade de 
adjuntos deve ser menor que 40% do malte, pois o excesso da glicose proveniente 
desses adjuntos pode inibir o processo de fermentação (PIMENTA et al., 2020). 
FIGURA 1 – PRODUÇÃO DE CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/group-friends-enjoying-beer-brewery-
pub-763401241>. Acesso em: 8 jul. 2021.
Posteriormente, ocorre o cozimento do malte, seguido de resfriamento. Realiza-
se o preparo do inóculo – a levedura que será adicionada, cuidadosamente, ao mosto 
para dar início ao processo de fermentação. 
Após a fermentação, a bebida passa por um processo de maturação, seguida 
da carbonatação da cerveja. Para finalizar, a cerveja é engarrafada (MORTON, 2018; 
NACHEL, 2018). 
Durante todo o processo produtivo da cerveja é imprescindível a garantia da 
qualidade das matérias-primas, perfeita assepsia dos equipamentos e do ambiente 
fabril e dos produtos obtidos em cada etapa de produção. Esse cuidado minimiza as 
contaminações microbiológicas, a presença de contaminantes nas matérias-primas 
ou no ambiente fabril. O produto acabado apresenta baixo risco microbiológico, por 
consequência do processo de pasteurização. 
5
A cerveja é uma bebida fermentada que surgiu proveniente da fermentação dos 
seguintes cereais:
• centeio; 
• trigo; 
• aveia; 
• arroz; 
• milho;
• cevada não maltada.
Em se tratando de cerveja, é mais comum sua produção utilizando a cevada 
como cereal maltado. O uso dos adjuntos do malte tem duas funções: reduzir os custos 
da cerveja, uma vez que essas matérias-primas são mais baratas que a cevada, e 
completar o teor de carboidratos do malte da cerveja. 
Alguns cereais são utilizados para agregar características à cerveja, existem 
vários tipos de cerveja que são caracterizadas por diferentes tipos e quantidades de 
ingredientes. Vale ressaltar que esses cereais, normalmente, são adicionados na etapa 
de moagem da cevada, sendo os xaropes adicionados na etapa de fervura do malte. 
FIGURA 2 – GRÃOS DE CEVADA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/raw-peeled-barley-grains-hordeum-
vulgare-1561279015>. Acesso: 12 jul. 2021.
Os adjuntos nem sempre são adicionados na forma natural, como o milho, que 
é transformado em gliz, e o arroz, que é adicionado na forma de flocos. 
As características dos adjuntos do malte – arroz, batata, milho, mandioca, 
xarope, aveia, trigo e cevada não maltada – estão descritas nos Quadros 1 e 2.
6
QUADRO 1 – CARACTERIZAÇÃO DOS ADJUNTOS DO MALTE (1)
FONTE: Adaptado de Silva et al. (2017, p. 100)
No Quadro 2, temos as características dos seguintes adjuntos do malte: centeio, 
trigo, mandioca, cevada não maltada, xarope e adjuntos açucarados.
7
QUADRO 2 – CARACTERIZAÇÃO DOS ADJUNTOS DO MALTE (2)
FONTE: Adaptado de Silva et al. (2017, p. 100)
O açúcar é injetado por meio do xarope de sacarose ou por meio do xarope 
de açúcar invertido, que pode ser utilizado diretamente, a concentração do açúcar 
está entre 65° a 76° Brix. A escala Brix mede a quantidade de sólidos solúveis presente 
em frutas, cana de açúcar, tomates. A quantidade de sólidos solúveis corresponde, 
basicamente, ao teor de açucares (RABELLO, 2009).
8
FIGURA 3 – GRÃOS DE CEREAIS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/glasses-filled-different-malts-hops-
over-648694897>. Acesso em: 12 jul. 2021.
Sabemos que os ingredientes básicos da cerveja são lúpulo, malte – oriundo da 
cevada –, água e levedura (fermento). O malte é o ingrediente com maior concentração, 
porém, para dedução dos custos, este pode ser substituído parcialmente pelos 
componentes adjuntos, não podendo ultrapassar 45% da concentração do malte. Dessa 
forma, a cerveja torna-se uma bebida com características variadas que dependem 
da composição da matéria prima básica, das características do processo e dos outros 
ingredientes que são chamados de adjuntos (LIMA; MELO FILHO, 2011). 
9
FIGURA 4 – TIPOS DE CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/types-beer-vector-illustration-alcoholic-
beverage-1675937020>. Acesso: 19 jul. 2021.
As variações das características da cerveja ocorrem em função “[...] da proporção 
dos ingredientes, do grau de maltagem da cerveja, do grau de maltagem dos cereais, 
do tipo de lúpulo, do tipo de fermentação, da temperatura e da duração de cada etapa 
do processo, e também das formas de armazenamento e envase das cervejas” (LIMA; 
MELO FILHO, 2011, p. 73).
O malte é obtido por meio da germinação controlada da cevada. O 
objetivo da germinação desse cereal é permitir o desenvolvimento de 
enzimas e consequente transformação do amido, tornando-o macio 
e solúvel. Vale ressaltar que o processo de germinação ocorre sob 
condições controlada de aeração, temperatura e umidade dos grãos de 
cevada (AMARO JR. et al., 2009).
IMPORTANTE
10
O gliz é a parte do milho utilizada como adjunto do malte, esta matéria-prima 
é obtida como subproduto da fabricação do óleo de milho. O óleo é obtido do gérmen 
do milho, que corresponde à parte branca. Enquanto a parte amarela é destinada a 
fabricação do gliz. Essa parte possui menor teor de gordura que o grão do milho, e entre 
30 e 40% p/p de carboidratos (RABELLO, 2009).
2.1 MATÉRIAS-PRIMAS DA CERVEJA (ÁGUA, MALTE, LÚPULO 
E FERMENTO)
Os ingredientes básicos da cerveja são: o malte; o lúpulo; a água; e o fermento. 
Esses são os ingredientes presentes em praticamente todas as cervejas. Vale lembrar 
que o malte é produzido a partir da cevada, esse ingrediente pode ser substituído em até 
40% por outro cereal, como: o arroz; o milho; o trigo; a batata; a mandioca; o centeio; e 
a cevada não maltados. Esses componentes que são adicionados ao malte para reduzir 
o custo da cerveja são chamados de adjuntos do malte.
A matéria-prima obrigatória das cervejas é a cevada. Mas, algumas vezes, a 
cerveja apresenta outros cereais, como: aveia; arroz; milho; e trigo, que são os adjuntos 
do malte. A cevada apresenta maior facilidade de maltagem. O Quadro 3 apresenta 
essas características.
QUADRO 3 – CARACTERÍSTICAS DA CEVADA
FONTE: Adaptado de Lima e Melo Filho (2011, p. 74) 
Os grãos de cevada são umedecidos favorecendo o processo de germinação. O 
processo inicial de germinação, ocasiona a formação de enzimas que provocam a quebra 
das cadeias de proteínas e amidos presentes na cevada. Nesse momento, determina-se o 
grau de maltagem, que é verificado por meio da formação de um malte verde, que será 
secado de forma natural ou torrado.
11
O malte é o produto resultante do processo de germinação controlada da cevada 
(LIMA; MELO FILHO, 2011). 
FIGURA 5 – PROCESSO DE GERMINAÇÃO DA CEVADA
 FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/germinated-seeds-wheat-717928369>. 
Acesso em: 13 jul. 2021.
A intensidade do processo de torra ou secagem vai determinar a cor do malte e 
o sabor da cerveja. Outro fator importante é que“a fermentação alcoólica será realizada 
pelos açúcares obtidos da transformação do malte na fabricação do mosto” (LIMA; 
MELO FILHO, 2011, p. 75). 
No processo de fabricação da cevada, no interior dos grão formam-se enzimas 
que são importantes para o processo de fabricação da cerveja. A produção 
dessas enzimas inicia-se com a germinação dos grãos e é interrompida por 
meio do processo de secagem, que é realizado à temperatura controlada, 
retirando a umidade e impedindo que as enzimas sejam danificadas.
A cevada é utilizada no processo de maltagem, o processo consiste na 
germinação dos grãos desse cereal por meio da umidade. O malte característico de 
cada cerveja é obtido com base na temperatura de secagem do malte verde. Sendo 
assim, os tipos de cerveja variam com a temperatura de secagem do malte. 
ATENÇÃO
12
Vale ressaltar que, antes da etapa de moagem do malte (trituração), é realizada 
a sanitização dos equipamentos, para evitar o crescimento de microrganismos ao 
longo do processo e para remover as impurezas presentes. O processo de limpeza dos 
equipamentos pode ser realizado com o uso do hipoclorito (2%) ou do iodo (12,5 mg/L) 
(PIMENTA et al., 2020).
FIGURA 6 – PROCESSO DE PRODUÇÃO DO MALTE A PARTIR DA CEVADA
FONTE: A autora
O lúpulo utilizado na indústria cervejeira é uma flor seca proveniente da 
fêmea do lúpulo. Esse é o ingrediente responsável pelo amargor da cerveja e pelas 
características organoléptico da cerveja e também pela estabilidade, microbiana e 
físico-química, dessa bebida. Esse ingrediente contém óleos essenciais, substâncias 
minerais, polifenóis e resinas amargas. Sendo assim, possui propriedades antissépticas, 
mantém as propriedades da cerveja por mais tempo e melhora a estabilidade. Este é 
acrescentado em pequenas quantidades, geralmente de 40 a 300 g para cada 100 L de 
cerveja. A produção desse ingrediente é característica de países de clima temperado, 
por ser uma matéria-prima sensível à condição climática, por exemplo, Alemanha, 
Estados Unidos, República Checa (LIMA; MELO FILHO, 2011; ROSA; AFONSO, 2015). 
13
FIGURA 7 – LÚPULO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/green-fresh-hop-cones-making-
beer-788280586>. Acesso em: 13 jul. 2021
Para garantir a água de qualidade no processo de produção da cerveja, é 
necessário a determinação do grau de potabilidade, do teor de cálcio, alcalinidade, dentre 
outros fatores. Se pensarmos em uma garrafa de cerveja de 900 ml, em torno de 90% 
do líquido contido nessa garrafa é constituído por água. A qualidade dessa matéria-prima 
tornou-se imprescindível na produção cervejeira. 
Você conhece o ditado: “todo uísque um dia foi cerveja?”. É isso mesmo, o 
início do processo produtivos das duas bebidas é igual. As duas bebidas são 
preparadas a partir do grão maltado, que posteriormente, é fervido. Dessa 
forma, a fermentação do malte obtido da cevada produz a cerveja, mas se 
esse malte for destilado, obteremos uísque.
A quantidade de minerais presentes no líquido pode influenciar no sabor da 
cerveja, atuando no sabor do malte, do lúpulo e de outros produtos obtidos no mosto e 
no desempenho da levedura. 
Devendo ser utilizado água potável, livre de sabor, incolor, livre de micro-
organismos e sem cheiro (inodora). Quando a indústria coleta água da superfície de 
um lago, ou outro reservatório natural, pode ser necessário um tratamento prévio para 
eliminar o teor de matéria orgânica (LIMA; MELO FILHO; 2011).
INTERESSANTE
14
Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) mostram que a Ambev gasta em 
média 3,75 litros de água para produzir 1 litro de cerveja (BRASIL, 2019). De modo que, 
a contaminação desse insumo pode ocasionar sérios problemas aos consumidores, 
inclusive a morte. 
FIGURA 8 – CERVEJA E CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA ÁGUA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/mug-fresh-beer-
landscape-1906366066>. Acesso em: 23 jul. 2021.
A caracterização química e física da água da cerveja é de fundamental 
importância para o processo produtivo. A composição desse fluído está diretamente 
relacionada ao DNA das cervejas, haja vista que a água modifica o sabor final do produto 
devido à sua composição e interação com os demais ingredientes.
Na estação de tratamento de água há três tipos de água. Podemos classificar 
a água da indústria cervejeira da seguinte forma: cervejeira; industrial; e utilidade. 
Vejamos no Quadro 4.
QUADRO 4 – TIPOS DE ÁGUAS USADAS NA INDÚSTRIA CERVEJEIRA
FONTE: Adaptado de Hornink e Galembeck (2019, p. 23)
15
Águas de origens distintas contém íons diferentes, que podem ter influência na 
qualidade da cerveja. A composição da água depende muito da composição natural do 
solo que a água atravessa. Os íons reagem com os diferentes componentes do malte e 
assim contribui para o pH do mosto (SANTOS; RIBEIRO, 2005).
FIGURA 9 – CERVEJA E ÁGUA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/beer-water-pitcher-219764842>. 
Acesso em: 13 jul. 2021.
Na água, são solubilizados todos os componentes derivados do malte, lúpulo 
e leveduras. Algumas empresas ainda captam sua água, na totalidade ou ao menos 
uma parcela desta, de poços artesianos ou nascentes, dependendo da localização da 
planta. Em função da qualidade da água captada e do uso pretendido dentro da planta, 
o tipo de tratamento utilizado varia de sistemas simples, decantação com sulfato de 
alumínio e desinfecção com hipoclorito de sódio, a sistemas mais avançados e caros, 
como osmose reversa, ultrafiltração (SANTOS; RIBEIRO, 2005).
A utilização de água com caráter alcalino poderá promover a extração 
de substâncias amargas presentes na casca do malte e dificultar a 
hidrólise do amido. A alcalinidade da água dependerá da localização 
da fonte de água. Se essa localização contém solos ricos em rochas 
calcárias, a água terá alta alcalinidade (BOULTON; QUAIN, 2008).
De acordo com Rabello (2009), a água deve ser clorada sem a presença de ferro 
e o pH deve ser ajustado para 5,0. 
IMPORTANTE
16
Este ajuste é importante para duas finalidades: para potencializar o efeito 
do cloro (que deve estar entre 0,1 a 0,2 ppm de cloro livre, pois acima deste valor há 
formação de cloranfenicol na cerveja); aumentar o efeito da ação enzimática, pois as α 
e β amilases e as proteases presentes nos grãos só atuam em pH baixo.
QUADRO 5 – CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA DA CERVEJA
FONTE: Adaptado de Lima e Melo Filho (2011, p. 76-77)
Outras características da água da cerveja são imprescindíveis para a cerveja, 
como: o teor de íons sódio e o teor de sulfato. A combinação desses íons trará sabor 
amargo para a bebida, conforme será apresentado no Quadro 6. 
17
QUADRO 6 – SÓDIO E SULFATOS DA ÁGUA DA CERVEJA
FONTE: Adaptado de Lima e Melo Filho (2011, p. 76-77)
A determinação da dureza da água está diretamente relacionada ao teor de íons 
carbonatos e bicarbonatos, assim como a medida das concentrações dos íons cloreto e 
magnésio são importantes para as propriedades da cerveja. Confira o Quadro 7.
QUADRO 7 – DUREZA TOTAL E CLORETOS COMO CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA DA CERVEJA
FONTE: Adaptado de Lima e Melo Filho (2011, p. 76-77)
A caracterização da água da cerveja, em termos de teor de íons cálcio, também 
é importante para determinação da dureza da água. No Quadro 8, estão apresentadas 
as características da dureza temporária e da dureza permanente.
18
QUADRO 8 – CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA DA CERVEJA
FONTE: Adaptado de Lima e Melo Filho (2011, p. 76-77)
Além disso, é importante ressaltar que o íon magnésio atua como cofator 
enzimático em muitas reações bioquímicas, principalmente durante a fermentação 
(PALMER, 2017). Vale ressaltar que, as características da água cervejeira, que é utilizada 
na maturação, na produção do inóculo (fermento), na fervura do mosto e no acabamento, 
influenciam nas características da cerveja.
FIGURA 10 – EXIGÊNCIAS DA ÁGUA DA CERVEJA
FONTE: A autora
No que diz respeito às leveduras ascepas de Saccharomyces Cerevisiae, são 
utilizadas no processo de fermentação dacerveja pelos seguintes motivos: fermentação 
mais rápida; fermentação confiável; e inibem a contaminação microbiana (PIMENTA et 
al., 2020). 
Normalmente, são utilizadas a Saccharomyces Cerevisiae e as variações dessa 
levedura. Vale ressaltar que se utiliza a espécie Saccharomyces Cerevisiae, mas cada 
cervejaria usa uma cepa específica ou cepa própria. E cada cepa confere um sabor e 
19
odor específico à cerveja, pois, apesar de formar álcool e gás carbônico, basicamente, 
cada cepa possui um metabolismo diferente e forma uma substância que influencia no 
aroma e no sabor da cerveja (AMARO JR, 2009).
Em cervejas suaves, a relação entre íons cloreto (Cl-) e sulfato (SO42-), 
(CI:SO4) é de cerca de 1:1, o que resulta em uma cerveja suave equilibrada. 
No caso de cervejas de elevado amargor, a relação entre os íons cloreto e 
sulfato é deslocada para 1:5, ou ainda mais alta.
 A temperatura da fermentação que corresponde à temperatura de ativação da 
levedura, permitirá a classificação da cerveja em alta ou baixa fermentação (LIMA; MELO 
FILHO, 2011). 
A levedura é constituída por substâncias endógenas (glicogênio e treolose) 
e consome carboidratos (sacarose, frutose e glicose) que são metabolizadas 
transformando-os nos produtos de interesses, matérias-primas açucaradas, matérias-
primas amiláceas e feculentas, são produtos exógenos (D’AVILA et al., 2012).
2.1.1 Adjuntos da cerveja (antioxidantes, acidulantes, 
estabilizantes, antiespumantes)
Os adjuntos da cerveja, ou especificamente os adjuntos do malte, são materiais 
que complementam as propriedades do malte, sendo ricos em carboidratos não 
maltados que possuem composição e propriedades que são benéficas ao malte. Essas 
matérias-primas possuem custos inferiores quando comparadas ao malte, e possibilitam 
o aumento da capacidade da blassagem, correspondendo à mistura do malte e aos 
componentes adjuntos com a água, formando uma mistura que será chamada de 
mosto. Os adjuntos também possibilitam a formação de cervejas mais claras (ROSA; 
AFONSO; 2015).
ATENÇÃO
20
FIGURA 11 – FERMENTO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ingredients-baking-dry-yeast-crumbled-
block-1711697518>. Acesso em: 20 jul. 2021.
Os adjuntos amiláceos são aqueles adicionados diretamente ao malte por 
possuírem carboidratos. A cerveja brasileira tipo Lager utiliza como adjuntos milho e 
arroz (D’AVILA, 2012). 
Alguns componentes adjuntos do malte precisam de tratamento antes da 
etapa de brasagem, pois possuem alto teor de amido. Dessa forma, utiliza-se enzimas 
que hidrolisam a cadeia do amido transformando-os em carboidratos simples. Outros 
componentes adjuntos não necessitam de tratamento, como o milho que produz a alta 
maltose com alta concentração de carboidratos simples (monossacarídeos) (ROSA; 
AFONSO, 2015). 
21
QUADRO 9 – CARACTERÍSTICAS DOS ADJUNTOS DA CERVEJA
FONTE: Adaptado de Amaro Jr. et al. (2009, p. 66)
Os adjuntos da fabricação da cerveja são constituídos por antioxidantes, 
acidulantes, estabilizantes, antiespumantes. Os adjuntos da cerveja são: antioxidantes; 
corante caramelo; o estabilizante da espuma; estabilizante coloidal; o antiespumante e o 
acidulante, como vimos no Quadro 9.
22
Neste tópico, você aprendeu:
• As matérias-primas são aqueles componentes que constam em todas as cervejas, como 
a água, o malte, o lúpulo e a levedura, entendo as características dos tipos de água 
presentes na indústria e as características que a adição do lúpulo agrega à cerveja.
• Nas cervejas, algumas vezes são adicionados compostos ricos em carboidratos, em 
sua maioria, que substituem parcialmente o malte (até no máximo 40% do malte), 
com o intuito de reduzir o custo da cerveja, haja vista que esses adjuntos possuem 
preços inferiores ao da cevada. Os adjuntos do malte são: cevada não maltada; milho, 
mandioca; batata; arroz; trigo; centeio; e aveia, todos ricos em carboidratos. Mas, 
também, podem ser utilizados xaropes e compostos ricos em açúcares. 
• Cada adjunto do malte possui características específicas, e alguns possuem 
características em comum. O mais utilizado é o floco de arroz, pois possui baixo teor 
de lipídios e é rico em amido. A batata é benéfica porque produz teor de álcool similar 
ao do malte puro, reduz o teor de sólidos solúveis e o corpo da cerveja. O milho possui 
alto teor de lipídios, sendo utilizado na forma de gliz, não interfere no sabor e odor 
da cerveja. A aveia acrescenta cremosidade à cerveja, mas deve ser utilizada em 
pequenas quantidades, pois aumenta a turbidez da bebida. O centeio, assim como 
a aveia, acrescenta cremosidade à bebida, porém, esse cereal possui sabor picante, 
devendo ser utilizado em pequenas quantidades.
• O trigo é um adjunto do malte que aumenta a viscosidade da cerveja, porém, forma 
compostos com alta massa molecular, dificultando a filtração. A mandioca é rica em 
amidos produzindo alto teor de maltose após a fermentação. A cevada não maltada 
deve ser utilizada em pequenas quantidades, porque reduz a estabilidade da bebida 
e dificulta a filtração. 
• O xarope permite a obtenção de cervejas mais uniformes, influencia na coloração da 
bebida e reduz o teor de sólidos. Resumindo, os adjuntos da cerveja são compostos 
utilizados com os objetivos de agregar características à cerveja, tais como: antiespu-
mantes; antioxidantes; acidulantes; estabilizantes; oxigênio; e dióxido de carbono.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
AUTOATIVIDADE
1 A água é um componente presente na maioria dos processos químicos. Na industria 
cervejeira, a água está presente em várias etapas do processo e corresponde a, 
aproximadamente, 90% da composição da cerveja. Sobre o uso da água, podemos 
afirmar que é utilizada nas seguintes etapas:
I- Engarrafamento.
II- Maturação.
III- Fervura do mosto.
IV- Moagem da cevada.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
2 O processo de produção da cerveja é constituído de uma sequência de operações 
unitárias, as quais foram aprimoradas durante os anos. Sendo assim, o processo de 
preparação do malte é constituído por várias etapas. Sobre essas etapas, podemos 
afirmar que: 
I- A etapa de maturação é realizada após a fermentação. Nesta etapa, ocorre a 
fermentação complementar da cerveja, permitindo a formação do aroma e do 
sabor, caracterizando a cerveja como madura. 
II- A etapa de maturação permite, além da formação de aroma e sabor, o aumento do 
teor de açucares presente na cerveja. 
III- A etapa de maturação da cerveja permite a fermentação longa, complementar 
à etapa de fermentação – nesta fase pode ser adicionado um antioxidante para 
impedir a ação do oxigênio.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
24
3 As matérias-primas da cerveja são constituídas por componentes imprescindíveis à 
produção da bebida. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e 
F para as falsas: 
( ) A cerveja é constituída por mais de 80% de água, que deve ser potável, insípida e 
inodora para não influenciar nas características da cerveja, como gosto e aroma. 
( ) O lúpulo é uma matéria-prima utilizada no processo de moagem da cerveja, sendo 
triturado juntamente com os compostos adjuvantes e, em seguida, germinado para 
possibilitar a liberação dos açúcares.
( ) As leveduras ou fermentos são utilizados na produção da cerveja e adicionados 
ao produto do mosto na etapa de fermentação. Eles podem ser preparados 
previamente em laboratório ou inoculada no fermentador.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Sabemos que no processo de produção da cerveja existem as matérias-primas 
principaise os adjuvantes da cerveja. Descreva a função de pelo menos quatro 
adjuvantes da cerveja.
5 Sabemos que há três tipos de água utilizados na indústria cervejeira. Descreva os três 
tipos de água.
25
ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO: 
PARTE 1
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
Acadêmico, no Tópico 2, estudaremos as etapas iniciais do processo de 
fabricação da cerveja, que consiste no preparo de uma das principais matérias-primas: 
a cevada; para compor o mosto. Iremos abordar desde a moagem do malte até a filtração 
do mosto.
Inicialmente, aprenderemos a primeira etapa do processo produtivo da cerveja, 
que consiste na obtenção do malte a partir dos cereais, consistindo no mosto. Nesta 
etapa é realizada a moagem dos grãos, depois a germinação da cevada e dos adjuntos 
do malte, que corresponde à etapa de mosturação.
Posteriormente, falaremos do processo de fervura do mosto, caracterização 
do mosto, tratamento e resfriamento. As etapas iniciais do processo de produção da 
cerveja constituídas pela preparação, fervura e resfriamento do mosto. A preparação do 
mosto é constituída pelas seguintes etapas: moagem do mosto; germinação do mosto; 
filtragem e lavagem do mosto; adição do lúpulo; e decocção do mosto.
Para finalizar, compreenderemos a etapa de fervura, que é realizada após 
a cocção. A fervura do mosto é realizada a 100 °C durante duas horas. Seguido do 
resfriamento do mosto e da aeração. Aprenderemos que o resfriamento e a aeração 
preparam o mosto para a última etapa: a fermentação.
2 ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO
A produção da cerveja envolve várias etapas: a moagem do malte; produção 
do mosto; a fermentação alcoólica; a maturação; a clarificação; a carbonatação; e, 
finalmente, o acondicionamento da bebida. 
26
2.1 MOAGEM DO MALTE, MOSTURAÇÃO, BRASSAGEM, 
DECOCÇÃO, FILTRAÇÃO DO MOSTO
A primeira etapa do processo de produção da cerveja envolve cinco etapas: a 
moagem do malte; a mosturação ou preparo do mosto; a brasagem; a decocção; e a 
filtração do mosto.
 
A moagem do malte e dos ingredientes adjuntos é a quebra dos grãos de ce-
vada, permitindo que a parte interior dos grãos fique exposta. Ela pode ser realizada por 
meio de rolos, mantendo a casca dos grãos ou por meio de moinho, havendo a pulve-
rização dos grãos. O grão pode atingir diferentes tipos de granulação após triturado, e 
desse fato dependerá o tipo de filtração que deverá ser utilizada. 
Vale ressaltar que depois do processo de tritura dos grãos, estes não poderão 
ser armazenados por muito tempo, dessa forma, o processo de moagem dos grãos deve 
ser realizado pouco antes da mosturação.
Na mosturação, a adição de água ao malte moído determina o início do 
processo de mosturação, esse processo juntamente com a variação da temperatura 
provoca formação de uma mistura adocicada juntamente com o bagaço do malte. 
Essa mistura é chamada de mosto, que é filtrado por meio por meio de filtros verticais, 
cuja porosidade influencia no rendimento do mosto. O açúcar formado nessa etapa do 
processo participará da fermentação alcoólica. 
FIGURA 12 – MOAGEM DOS GRÃOS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/technological-process-grinding-malt-
seeds-mill-2001967352>. Acesso em: 18 jul. 2021.
27
A brasagem representa um conjunto de processo que ocorrem na sala de 
fabricação da cerveja. Esse conjunto de processos é constituído pela moagem do malte 
juntamente com seus adjuntos. Seguido da mistura do malte com a água, posteriormente 
é realizado o aquecimento para facilitar a mistura ou dissolução dos componentes, essa 
etapa é chamada de mosturação.
 Em seguida, é realizada a transformação do amido em monossacarídeos por 
meio das enzimas presentes no malte. A temperatura deve ser mantida em 72 °C para 
evitar a inativação das enzimas. Após, é realizada a filtração para retirar as casacas do 
malte e dos componentes adjuntos, sendo comumente utilizado um filtro tipo prensa. 
Em seguida é realizada a lavagem da torta, que contém o açúcar fermentável, obtendo-
se uma mistura denominada de mosto. 
FIGURA 13 – ADIÇÃO DO LÚPULO
FONTE: <https://image.shutterstock.com/z/stock-photo-hop-addition-into-a-beer-575770156.jpg>. 
Acesso em: 14 jul. 2021.
Posteriormente, é adicionado ao mosto o lúpulo, seguido de fervura do mosto, 
para facilitar a dissolução do lúpulo. Vale ressaltar que a forma mais comum de 
utilização do lúpulo é na forma de pellets, que são pequenos cilindros obtidos mediante 
a prensagem das flores. Esse aquecimento permite a solubilização de óleos essenciais, 
isto é, o aroma do lúpulo e isomerização dos alfa-hidroxiácidos em isoalfa-hidroxiácidos 
e esterilização.
Para finalizar o processo de brasagem, é realizado resfriamento, em equipamentos 
chamados de trocadores de calor, que são mantidos a temperaturas entre 9 e 15 °C. 
O passo antes da fermentação corresponde à aeração, que representa a injeção de 
oxigênio da atmosfera, permitindo que se forme a condição ideal para que a levedura 
realize a fermentação. 
28
FIGURA 14 – DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE BRASAGEM
FONTE: A autora
A decocção representa a etapa do processo de produção da cerveja que 
corresponde a uma baixa fermentação do mosto, que ocorre incialmente a baixas 
temperaturas (40 °C), seguido de sucessivos aquecimentos por etapas até 75 °C. A baixa 
fermentação do mosto resulta em modificações sucintas no mosto, não resultando na 
formação de grandes quantidades de proteínas (AMARO JR. et al., 2009).
A filtração do mosto consiste na separação entre o bagaço e o mosto. A 
retirada da parte sólida do mosto é constituída pelo bagaço da parte líquida. O objetivo 
é a obtenção de uma mistura líquida límpida e com baixa turbidez. Essa etapa do 
processo de fabricação da cerveja tem como o objetivo retirar o máximo de extratos 
do mosto, por meio do uso de filtros, por exemplo, filtros de terra diatomácea e até por 
meio de centrífugas. 
O bagaço do malte é retirado do processo de produção da cerveja, mas pode ser 
vendido para fabricação de ração animal, também pode ser fortificado com proteínas e 
cereais e utilizado na alimentação humana, por possuir alto valor nutritivo e grande teor 
de fibras (AMARO JR. et al., 2009). 
29
FIGURA 15 – PROCESSO DE LIMPEZA DO FILTRO DO MOSTO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/worker-brewery-cleans-wort-filters-
workflow-1558858811>. Acesso em: 14 jul. 2021.
A etapa de filtragem do mosto ocorre sob aquecimento, para facilitar a 
solubilização de todos os açúcares fermentescíveis. Por outro lado, a temperatura 
não pode ser muito alta, pois ocasiona o arraste do tanino presente no bagaço 
do malte. Esse composto resulta em sabor amargo e adstringente para a cerveja. 
Por esses motivos, recomenda-se que a filtração do mosto seja realizada 
entre 72 e 78 °C, pois essa faixa de temperatura permite a total extração dos 
açúcares, aumentando, por consequência, o rendimento dessa etapa do processo 
(PIMENTA et al., 2020).
2.2 FERVURA DO MOSTO, CARACTERIZAÇÃO DO MOSTO, 
TRATAMENTO E RESFRIAMENTO DO MOSTO
A fervura do mosto, contendo o lúpulo, ocorre a 100 °C durante duas horas, 
algumas vezes o lúpulo é acrescentado durante o processo de fervura, essa medida 
é adotada para minimizar a perda dos compostos voláteis presentes no lúpulo que 
são constituídos por óleo essenciais. Vale ressaltar que se o xarope ou açúcares 
fermentescíveis forem utilizados como adjuntos do malte, devem ser acrescentados no 
final do processo de fervura (AMARO JR. et al., 2009). 
30
FIGURA 16 – FERVURA DO MOSTO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/boiling-wort-home-brewed-brown-
ale-488683777>. Acesso em: 12 jul. 2021.
A fervura garante a esterilização do mosto e determina a coloração final da 
cerveja, além de eliminar odores não desejados. Por esse motivo deve ocorrer a fervura 
intensa e posterior adição do lúpulo, como: coagulação proteica; aromatização do 
mosto; concentração e esterilização do mosto; e caramelização dos açúcares.
A fervura do mosto dura até queseja atingida a concentração de açúcares de-
sejada, e esse ponto é atingido entre 60 e 90 minutos de fervura (PIMENTA et al., 2020). 
O mosto é constituído, basicamente, por carboidratos, compostos nitrogenados 
e proteínas. A caracterização do mosto consiste em determinar o teor de carboidratos, 
compostos nitrogenados, proteínas e lipídios. 
31
QUADRO 10 – CARACTERÍSTICAS DO MOSTO
FONTE: Adaptado de Amaro Jr. et al. (2009, p. 68)
Durante a fervura do mosto, ocorre a formação do trup, que representa um 
aglomerado de proteínas que se decantam no fundo do fermentador. Após a fervura 
do mosto, visando à decantação do trup e do lúpulo, é realizado um procedimento que 
auxilia na decantação desses materiais, que se encontram em suspensão no mosto. 
O procedimento é chamado de whirlpool, que consiste em agitar a cerveja, formando 
um redemoinho na mistura que constitui o mosto filtrado, favorecendo a decantação 
das partículas em suspensão e tonando o mosto mais límpido. Após esse processo, a 
mistura permanece em decantação por 90 minutos (PIMENTA et al., 2020).
32
O tratamento e resfriamento do mosto visam a retirada de materiais sólidos em 
suspensão, seguido do resfriamento do mosto até 10 °C, para dar início à fermentação. 
O processo de resfriamento contribui para impedir a contaminação do meio e também a 
formação de odores não desejados. Em seguida, é realizada a injeção de oxigênio, que 
proporciona a aeração do mosto. Posteriormente, inicia-se a fermentação.
33
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• As etapas iniciais do processo de produção da cerveja, são constituídas pela 
preparação do mosto, fervura do mosto e resfriamento do mosto. 
• A preparação do mosto é constituída pelas seguintes etapas: moagem do mosto; 
germinação do mosto; filtragem e lavagem do mosto; adição do lúpulo; e decocção 
do mosto.
• Após a decocção, é realizada a fervura do mosto que ocorre a 100 °C durante duas 
horas, seguido do resfriamento, entre 9 e 15 °C e da aeração. O resfriamento e a 
aeração preparam o mosto para a última etapa: a fermentação.
• A primeira etapa do processo de produção da cerveja corresponde à moagem do 
malte, que representa a trituração da cevada juntamente com os adjuntos da cerveja. 
Em seguida, é acrescentada água ao material moído para provocar a germinação 
(etapa de mosturação). 
• Posteriormente, a mistura é filtrada e a fase liquida é acrescentada. A esta mistura é 
adicionado o lúpulo, e a mistura segue para a fervura de 100 °C durante duas horas. Em 
seguida, o mosto é resfriado a 10 °C, facilitando a retirada de sólidos em suspensão. 
Depois, o mosto é aerado com oxigênio e segue para o processo de fermentação.
34
AUTOATIVIDADE
1 O processo de fabricação da cerveja consiste no preparo de uma das principais 
matérias-primas: a cevada; para compor o mosto. Com base nas definições estudadas 
do processo de fabricação da cerveja, em relação às etapas de fabricação do produto, 
assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Na etapa de maturação da cerveja, que ocorre após a fermentação, são adicionados 
alguns adjuvantes da cerveja, como os estabilizantes e antioxidantes.
b) ( ) A mosturação consiste na trituração dos grãos de cevada, juntamente com os 
adjuvantes para a produção do mosto.
c) ( ) A fervura garante a esterilização do mosto e também determina a coloração final 
da cerveja, além de eliminar odores não desejados. 
d) ( ) A etapa de brasagem representa um conjunto de etapas, que ocorre no 
laboratório da fábrica, uma dessas etapas consiste na fervura do mosto, seguida 
do resfriamento e da aeração do mosto.
2 O processo de produção da cerveja é constituído por várias etapas, como: moagem do 
malte; mosturação; decocção; filtração; fervura; resfriamento do mosto; fermentação; 
maturação; acabamento; e envase. Com base na etapa de mosturação, analise as 
sentenças a seguir: 
I- É realizada após a fermentação. Nesta etapa, ocorre a fermentação complementar 
da cerveja, permitindo a formação do aroma e do sabor.
II- Permite, além da formação de aroma e sabor, o aumento do teor de açucares 
presente na cerveja. 
III- Caracteriza-se pela a fermentação longa, complementar a etapa de fermentação, 
nesta fase, pode ser adicionado um antioxidante para impedir a ação do oxigênio.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
35
3 A fervura da cerveja é uma etapa imprescindível para a produção da bebida. Sobre a 
etapa da fervura, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: 
( ) A cerveja é constituída por mais de 80% de água, dessa forma, a fervura ocorre a 
temperatura constante, atingindo a temperatura de ebulição da água a 1 atmosfera, 
110 °C. 
( ) A fervura garante a esterilização do mosto e também determina a coloração final 
da cerveja, além de eliminar odores não desejados, por este motivo, deve ocorrer a 
fervura intensa e posterior adição do lúpulo.
( ) As leveduras, ou fermentos, são utilizadas na produção da cerveja e adicionadas 
na etapa de fervura. Esta matéria-prima pode ser preparada previamente em 
laboratório, ou inoculada no fermentador.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A caracterização do mosto consiste em determinar o teor de carboidratos, compostos 
nitrogenados, proteínas e lipídios. Defina a composição do mosto.
5 O processo de produção da cerveja é constituído de várias etapas. Descreva a etapa 
de moagem na produção do chope de coloração escura.
36
37
TÓPICO 3 - 
ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO: 
PARTE 2
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1
Acadêmico, no Tópico 3, daremos prosseguimento às etapas do processo de 
fabricação da cerveja. Iniciaremos falando da preparação do inóculo, que é o fermento 
ou levedura, utilizada na transformação dos açucares em álcool. Posteriormente, 
abordaremos a etapa mais importante da produção da cerveja: a fermentação. 
Em seguida, estudaremos a etapa de maturação da cerveja que é essencial 
para formação das características da bebida. A maturação representa a etapa entre a 
fermentação e o envase da cerveja, que é essencial para a formação do sabor e odor 
final da bebida.
Posteriormente, compreenderemos as etapas finais do processo produtivo da 
cerveja, que corresponde ao acabamento da bebida, etapa que ocorre após a maturação. 
Além disso, abordaremos o envase da cerveja, que representa a distribuição da bebida, 
nos recipientes apropriados, para comercialização. Na última etapa do processo, a 
cerveja passa pelo processo de pasteurização. 
2 CONTINUAÇÃO DAS ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO
Agora, falaremos das etapas finais de produção da cerveja, a etapa mais 
importante que é a fermentação, seguida da maturação e do acabamento. Antes da 
fermentação é preparado o inóculo, que representa a ativação do fermento que será 
adicionado ao mosto dando início a fermentação.
A etapa de maturação permite que se forme a cerveja acabada, ou seja que 
sejam produzidos os aromas e sabores finais da cerveja. Em seguida, a cerveja é 
clarificada, por meio da decantação das impurezas. 
E, posteriormente, a cerveja segue para etapa de carbonatação, envase e da 
pasteurização da cerveja. A pasteurização corresponde a um tratamento térmico antes 
do envasamento da cerveja ou por meio de túneis com a cerveja engarrafada.
38
2.1 PREPARO DO INÓCULO E FERMENTAÇÃO E 
MATURAÇÃO 
A preparação do inóculo consiste em preparar a levedura ou o fermento 
para, em seguida, inseri-lo no fermentador, que já se encontra o mosto. Pode ser 
realizado no laboratório, neste caso, é acrescentado o inóculo em um meio contendo 
pouca quantidade de nutrientes, e essa mistura é mantida em condições ideais para 
o desenvolvimento do microrganismo. Após atingir o estado de fermentação intensa, 
o inóculoserá transferido gradativamente para recipientes maiores, contendo maior 
quantidade de nutriente. 
O preparo do inóculo também pode ocorrer no próprio fermentador, esse 
processo é mais comum no preparo das bebidas alcoólicas. Neste caso, o equipamento 
encontra-se vazio, acrescenta-se o fermento prensado ao fermentador, contendo 
pequenas porções do meio. Quando for verificada a fermentação intensa do inóculo, 
acrescenta-se a mistura que constitui o mosto de forma gradativa. Esta etapa é de 
fundamental importância para o preparo da cerveja, sendo necessário o controle 
rigoroso da temperatura para que o fermento proporcione a produção da cerveja com o 
sabor desejado.
FIGURA 17 – PREPARAÇÃO DO INÓCULO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/loaf-rye-bread-fresh-sourdough-
on-1723387471>. Acesso em: 23 jul. 2021.
A fermentação é a fase mais importante do processo de produção da cerveja, 
é nesta fase que se formam os produtos com características organolépticas, que definem 
o paladar da cerveja. A fermentação inicia-se após o resfriamento do mosto, seguido da 
adição da levedura ou fermento ao mosto. 
39
A fermentação ocorre em grandes recipientes, tanques, fermentadores ou 
dornas. Esses equipamentos possuem camisa de resfriamento contendo um fluído 
refrigerante, que pode ser amônia ou etileno glicol, haja vista que, durante o processo 
de fermentação, ocorre o aquecimento do meio, característica típica das reações 
exotérmicas, a mistura deve permanecer entre 10 e 12 horas a baixas temperaturas, em 
torno de 18 °C. É importante o controle da temperatura, que geralmente fica entre 10 
e 25 °C, pois essas condições permitirão a produção da cerveja com o sabor desejado 
(ROSA; AFONSO, 2015). 
O processo de fermentação pode ser modificado a depender das características 
da cerveja, de forma geral podemos classificar a fermentação como alta ou baixa. A 
fermentação alta é característica das cervejas tipo Ale. Nessa etapa, o fermento 
permanece no topo do tanque. Nas de baixa fermentação, o fermento tende a se 
localizar no fundo do fermentador, por exemplo, cervejas tipo Lager (AMBEV, 2021).
FIGURA 18 – TANQUES MODERNOS DE FABRICAÇÃO DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/modern-beer-factory-rows-steel-
tanks-622172558>. Acesso em: 12 jul. 2021.
O processo de fermentação ocorre da seguinte forma: a levedura consome os 
carboidratos produzindo álcool (etanol) e dióxido de carbono, na reação principal. Ou seja, 
o fermento consome o açúcar do mosto transformando-o em dióxido de carbono em 
álcool, pois, dessa forma, o fermento obtém a energia necessária para sua sobrevivência. 
Essa reação também forma produtos secundários que são os ésteres e os álcoois com 
cadeias maiores que o etanol, que são chamados de álcoois superiores. Esses compostos 
transmitem características organolépticas à cerveja (ROSA; AFONSO, 2015). 
40
As cervejas podem ser divididas em cervejas de baixa fermentação, neste caso 
as leveduras (Saccharomyces uvarum) permanecem na parte inferior do fermentador 
durante o processo. Já cerveja de alta fermentação (Saccharomyces cerevisiae), as 
leveduras localizam-se na parte superior do fermentador (ROSA; AFONSO, 2015).
A maturação é a etapa do processo que se inicia depois da fermentação e que 
leva, em média, de seis a 30 dias, dependendo das características da cerveja. Mas ao 
finalizar essa fase, a cerveja está concluída, isso em termos das características, como os 
aromas e o sabor, concluídas, o que caracteriza a cerveja como madura. Essa é a etapa 
chamada de afinamento da cerveja, pois esse período permite que o gosto (sabores) da 
cerveja se forme completamente (MORTON, 2018; ROSA; AFONSO, 2015). 
A espuma da cerveja é constituída por proteínas com alta massa 
molecular. As proteínas são provenientes do malte e também de 
resinas advindas do lúpulo. Problemas na formação da espuma pode 
ser consequência da contaminação da cerveja com material de limpeza, 
por exemplo. Outros fatores como a filtração com excesso de material 
adsorvente (terra de diatomácea), ou o tratamento com excesso de 
enzimas proteolíticas (ROSA; AFONSO, 2015).
Nessa etapa, ocorre a fermentação secundária, ocasionada pela presença de 
carboidratos e de resíduos de levedura. As leveduras também metabolizam compostos 
indesejados, como o sulfeto de dietila e transforma em sulfatos inorgânicos e etanol. 
Acrescenta-se antioxidantes para impedir a ação do oxigênio residual e oxidação dos 
componentes (ROSA; AFONSO, 2015)
2.2 ACABAMENTO E EMBALAGEM
Após o processo de maturação a cerveja, passa pela filtração e também é 
adicionado um material para remoção das partículas em suspensão, a terra diatomácea. 
As partículas em suspensão são constituídas por leveduras, proteínas, resíduos do lúpulo 
(ROSA; AFONSO, 2015; AMARO JR. et al., 2009).
IMPORTANTE
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FIGURA 19 – TANQUES TRADICIONAIS USADOS NA PRODUÇÃO DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/old-traditional-beer-distillery-modern-
clean-1426188548>. Acesso em: 12 jul. 2021.
Essa etapa inclui a clarificação e a carbonatação da cerveja. O processo consiste 
em resfriar o produto proveniente da fermentação, a 0 °C. Em seguida, a levedura é 
separada por decantação. 
A clarificação corresponde ao processo de precipitação de compostos 
indesejáveis como: proteínas; leveduras; e resinas. Ele é potencializado por meio do 
resfriamento da cerveja a 0 °C. Feito o resfriamento, é injetado dióxido de carbono na 
cerveja (carbonatação). Posteriormente, a cerveja é filtrada com o uso de filtro de terra 
diatomácea e de filtro prensa. Para finalizar, a cerveja descansa por 24 horas e, em 
seguida, é embalada (ROSA; AFONSO, 2015).
O livro A revolução da cerveja, de Hindy (2015), conta a história da cerveja 
artesanal nos Estados Unidos, enfatizando como o mercado cervejeiro 
cresceu nos últimos 50 anos. O crescimento está atribuído a um grupo 
de homens visionários, que criaram um movimento em defesa da cerveja 
puro malte: a cerveja forte e saborosa. Características que desafiavam as 
cervejas mais vendidas e tradicionais da época, a cerveja tipo Lager.
DICAS
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Após a filtração, é adicionado à cerveja um composto estabilizante, que mantém 
as características da espuma da cerveja, também é adicionado um antioxidante para 
impedir ou prevenir a oxidação dos constituintes da cerveja pelo oxigênio, como: os 
ésteres; o álcool; proporcionando o aumento do tempo de validade da cerveja (ROSA; 
AFONSO, 2015; AMARO JR. et al., 2009).
FIGURA 20 – ETAPAS DO ACABAMENTO
FONTE: A autora
A etapa de pasteurização da cerveja é fundamental para manter o prazo 
de validade da bebida, tendo em vista que a cerveja é um meio propício para o 
desenvolvimento de microrganismos, pois possui álcool, oxigênio, dióxido de carbono 
e pH baixo. Esses fatores favorecem o desenvolvimento de microrganismos que 
a deterioraram, ocasionando a formação de mal odor, mudança na turbidez e sabor 
desagradável. Os microrganismos Gram-positivos, Gram-negativos e as leveduras 
selvagem ocasionam a degradação da cerveja. Essa etapa deve ser realizada no menor 
tempo possível, para que o aquecimento não ocasione a degradação da bebida (SOUZA; 
FAVERO, 2017).
 A pasteurização tem como objetivo promover a estabilização da cerveja por 
meio da eliminação dos microrganismos (AMARO JR. et al., 2009). A pasteurização 
ocorre de acordo com as seguintes etapas:
• incialmente, a cerveja é envasa;
• em seguida, passa por tuneis pasteurizadores a temperatura máximas de 60 °C;
• depois, as cervejas são submetidas a baixas temperaturas;
• para finalizar, as cervejas são conduzidas para etiquetagem e armazenamento.
43
A cerveja, após o processo de acabamento, é armazenada nos tanques e em 
seguida é envasada. Posteriormente, o produto é pasteurizado, o que corresponde 
ao aquecimento do recipiente entre 60 e 70 °C, para eliminar os micro-organismos, 
permitindo que a bebida tenha validade de até seis meses. 
FIGURA 21 – PROCESSOSPARA A FABRICAÇÃO DA CERVEJA
FONTE: A autora
Nesta etapa do processo, a cerveja é rapidamente aquecida e depois resfriada, 
esse choque térmico visa garantir a validade do produto. Vale ressaltar que o processo 
de pasteurização pode ocorrer antes do engarrafamento da cerveja, tomando-se os 
devidos cuidados para não haver fuga do dióxido de carbono, com o aquecimento. 
Por esse motivo, a pasteurização pode ser realizada por meio do aquecimento da 
bebida, acondicionada em tanque pressurizados. Para finalizar, a cerveja é resfriada. 
Posteriormente, ela é liberada para o setor de expedição que irá encaminhar o produto 
para os clientes (MORTON, 2018).
A cerveja não pasteurizada pode ser armazenada em barris. Nestas condições, 
a cerveja é chamada de chope e possui validade de apenas dez dias para o 
chope claro e 15 dias para o chope escuro.
ATENÇÃO
44
Portanto, podemos resumir o processo produtivo da cerveja da seguinte forma: 
incialmente, é realizada a preparação do mosto, por meio da mistura do malte com os 
componentes adjuntos, seguido da trituração dessa mistura. Posteriormente, é realizado 
a mosturação, que consiste na adição da água à mistura que constituirá o mosto, para 
favorecer a germinação do mosto. 
Em seguida, é realizado a decocção do mosto que consiste na fermentação 
lenta do mosto. Após, ocorre a filtração do mosto, seguido do resfriamento do mosto. Em 
seguida, realiza-se a preparação do inóculo. Prepara-se a fermentação por meio da adição 
do fermento ao mosto. Após a fermentação, ocorre a maturação. Posteriormente, ocorre 
o acabamento do mosto que consiste em várias etapas: resfriamento a 0 °C; clarificação 
1; carbonatação; clarificação 2; adição de estabilizante para espuma e antioxidantes à 
cerveja; descanso da cerveja por 24 horas; envase da cerveja, pasteurização da cerveja 
e comercialização.
45
CERVEJA ARTESANAL: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER
Capitão Barley
Vamos começar o texto com uma pergunta: o que é de fato cerveja artesanal? 
O conceito é amplo e gera discussão, pois para alguns mais radicais cerveja artesanal 
é apenas aquela produzida em pequena ou microescala, com equipamentos simples, 
não automatizados e utilizando ingredientes bem definidos — como água, malte 
de cevada (e alguns outros grãos malteados ou não), lúpulo e levedura (também 
conhecida como fermento).
Há outros que consideram cerveja artesanal toda aquela produzida em pequena 
ou média escala, mas que prioriza a qualidade em detrimento dos lucros.
Eu fico neste segundo bloco de cervejeiros: considero cerveja artesanal muitas 
produzidas por cervejarias já nem tão pequenas, sejam cervejarias brasileiras ou 
do exterior, além, obviamente, das produzidas em pequena ou microescala como as 
fabricadas por cervejeiros caseiros (homebrewers).
Se o foco é a qualidade, para mim é cerveja artesanal! Há cervejarias que 
produzem em grande escala, muitos litros por mês, mas que prezam pela qualidade e 
sempre terão meu respeito.
Sou mais adepto do termo “cerveja especial” do que de “cerveja artesanal”, acho 
que abrange outros fatores de avaliação e fica de mais fácil entendimento.
De qualquer modo o que é importante saber sobre cerveja artesanal é que ela 
existe, está conquistando cada vez mais mercado no Brasil (e no mundo!) e você não 
pode ficar de fora desta brincadeira de bom gosto.
Estilos de cerveja artesanal
No mundo cervejeiro há diversas famílias e estilos de cervejas.
No Brasil o estilo mais consumido é o American Light Lager, que por aqui 
chamamos erroneamente de Pilsen. Se agora você sabe que existem vários outros tipos 
de cerveja artesanal, por que então beber sempre a Pilsen e não provar outros sabores?
LEITURA
COMPLEMENTAR
46
A maior divisão entre estilos de cerveja artesanal está no tipo de sua fermentação, 
que são 3: Lager, Ale e híbrida. Antes de explicar cada uma delas vamos te dizer o que 
é fermentação!
É o processo em que micro-organismos vivos (levedura ou fermento, são a 
mesma coisa) consomem o açúcar de algo e transformam, no caso da cerveja, em álcool 
e gás carbônico (além de outros subprodutos).
Na fermentação Lager, a levedura consome o açúcar presente no mosto 
cervejeiro na parte de baixo do fermentador, por isso são chamadas de cervejas de 
baixa fermentação.
Muito se confunde sobre isto, pessoas costumam acreditar que cervejas de 
baixa fermentação são menos alcoólicas pelo termo “baixa”, o que não é verdade.
O termo está relacionado apenas à altura em que a fermentação acontece 
dentro do fermentador.
Já as cervejas de fermentação Ale são de alta fermentação, ou seja, a levedura 
consome o açúcar do mosto na parte superior do líquido no fermentador.
As cervejas de fermentação híbrida podem tanto usar os dois tipos de fermento 
(Ale e Lager) ou usar um tipo com fermentação em temperatura de uso característico 
no outro tipo de fermentação.
Exemplo: cerveja com fermento Lager fermentando em temperatura comum de 
fermentação para o fermento Ale ou vice-versa.
Quem determina quais são as famílias ou estilos de cerveja artesanal no mundo? 
Existe um órgão chamado BJCP (Beer Judge Certification Program) que de tempos 
em tempos lança um guia de estilos baseado em muitos estudos e características de 
cervejas produzidas no mundo inteiro.
Cada estilo reúne uma série de características como cor, sabores, aromas, 
sensação na boca, índice de amargor, ingredientes usados, densidade da cerveja 
(famoso “corpo”, quando falam que a cerveja é “encorpada”), porcentagem de álcool por 
volume, dentre outras.
Viu só como o mundo de cerveja artesanal ou cerveja especial é muito mais 
amplo do que o das cervejas convencionais?
Nós fizemos uma Tabela Periódica da Cerveja com base no Guia BJCP 2015, 
onde dividimos as cervejas por tipo de fermentação, depois por famílias e por fim por 
estilos. Veja a imagem abaixo!
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Nesta tabela é possível encontrar características de cada estilo de cerveja 
artesanal como a gravidade inicial da cerveja (medida antes da fermentação), gravidade 
final (medida depois da fermentação), cor, porcentagem de álcool por volume (famosa 
graduação alcoólica) e índice de amargor.
Em cada selo de estilo existem os limites aceitáveis na cerveja artesanal para 
que ela se enquadre dentro daquele estilo. Hoje já há um guia mais atual do BJCP mas 
nossa tabela periódica e nossa série de vídeos foi baseada no de 2015 mesmo.
Veja só que curioso descobrir que Pilsner (ou Pilsen) é o nome de uma família 
inteira de cervejas e que o que consumimos no Brasil das marcas comuns sequer faz 
parte desta família, mas sim da família das Light Lagers!
Os principais estilos de cerveja artesanal conhecidos pela maioria dos brasileiros 
são as das famílias Pilsner, Stout, Porter e os estilos Weiss (as famosas “de trigo”) ou Witbier.
Agora o mercado está crescendo e cada vez mais gente se interessando por 
novos estilos, sendo dos preferidos os da família India Pale Ale, com uma carga maior 
de lúpulo que gera mais aroma e amargor mais intenso.
Outros estilos que caíram no gosto dos cervejeiros um pouco mais experimentados 
em 2017 e 2018 foram as Sours (mais azedas) e as New England IPAs ou Juice IPAs 
(vertente de India Pale Ale mas com cargas absurdas de lúpulos e o uso da levedura 
Conan, que geram sabores e aromas florais e frutados absurdamente evidentes).
Família Pilsner – cervejas de cor clara, com graduação alcoólica entre 4,2% e 
6%, baixo amargor e corpo baixo. Os estilos de Pilsner no guia BJCP 2015 são German 
Pilsner, Bohemian Pilsner e Classic American Pilsner.
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Família Stout – cervejas escuras, com graduação alcoólica entre 4% e 12%, 
amargor de médio a alto e corpo de baixo a médio. Os estilos mais conhecidos desta 
família são Dry Stout, Oatmeal Stout e Russian Imperial Stout.
Família Porter – cervejas escuras, com graduação alcoólica entre 4% e 9,5%, 
amargor médio e corpo de baixo a médio. Brown Porter é o estilo mais conhecido 
nesta família.
Estilo Weiss – criado no sul da Alemanha, na região da Baviera,o estilo usa trigo 
na receita, que deixa a cerveja com leve turbidez. Ao contrário do que muitos pensam 
os sabores a aromas de banana e cravo não estão presentes por conta de adição destas 
frutas na cerveja, mas sim por origem da fermentação, vindos de subprodutos da 
fermentação característicos do fermento utilizado.
Estilo Witbier – estilo também conhecido como Belgian White, da Bélgica, com 
tradução como Cerveja Branca. Uma cerveja leve, que usa trigo, semente de coentro e 
casca de laranja que trazem um frescor sensacional ao sabor.
Família India Pale Ale – agora com vários estilos, a família cresce cada vez mais. 
Característica por usar maiores cargas de lúpulo, a família tem graduação alcoólica entre 
5% e 10%, amargor de médio a alto e corpo de baixo a médio. Novos estilos da família 
podem ter características diferentes, como as Session IPA´s que tem baixa graduação 
alcoólica ou as Imperial IPA´s, que tem alto volume de álcool e amargor muito acentuado.
Os ingredientes
O principal grão usado para a produção é o malte de cevada e mesmo dele 
temos uma enorme diversidade de tipos, que variam de acordo com o tipo da planta 
cevada ou até de sua malteação e torrefação.
Além do malte de cevada outros grãos são usados na produção da cerveja 
artesanal, como aveia, trigo, centeio etc, sendo estes malteados ou não.
O processo de malteação dos grãos é usado para preparar os grãos para 
germinação sob condições controladas. Os grãos malteados têm maior índice de açúcar, 
o que otimiza o uso para a produção da cerveja artesanal.
O que é mosto cervejeiro?
É praticamente um chá feito usando água e malte de cevada (ou malte de 
outros grãos, ou grãos não malteados) onde se extrai dos grãos o amido que se quebra 
em açúcares menores quando exposto a determinadas temperaturas da água deste 
chá. Ufa! Deu pra entender?! Enfim, o mosto é o “chá do malte de cevada coado, com 
os açúcares fermentáveis produzidos durante o cozimento e com adição de lúpulo”. A 
partir daí coloca-se a levedura e quem faz a mágica são estes bichinhos maravilhosos.
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As leveduras (ou fermento) são microorganismos vivos e existem, também, 
assim como os lúpulos, em uma série de tipos. São fungos estudados e cruzados há 
muitos e muitos anos, assim criaram-se várias espécies de levedura e cada qual traz 
características diferentes à cerveja artesanal. Há as que deixam a cerveja com sabor 
mais seco, por exemplo, outras que trazem aromas e sabores de frutas (como no caso 
dos sabores de banana e cravo característicos das cervejas de trigo Weiss, originárias 
do sul da Alemanha).
A Saccharomyces cerevisiae é utilizada tanto na produção de pães como de 
cerveja artesanal. Leveduras podem ser mais ou menos resistentes ao álcool, mas são 
elas que consomem o açúcar do mosto cervejeiro e transformam-no em dois principais 
produtos importantíssimos para a cerveja artesanal: álcool e gás carbônico.
Então, amigos, quem “coloca o álcool na cerveja” não são os humanos que a 
fabricam, mas sim a levedura! Como ela também produz gás carbônico, é usada para 
refermentação da cerveja já na garrafa e, neste caso, responsável pela carbonatação 
(colocar gás) da cerveja também.
Outra forma de carbonatação da cerveja é a forçada, colocando a cerveja em 
um recipiente fechado como o fermentador, por exemplo, e injetando gás carbônico 
através de um cilindro do gás comprimido.
O lúpulo citado acima é uma planta da família Cannabaceae, da espécie 
Humulus Lupulus, curiosamente “prima” da Cannabis Sativa, a maconha.
Existem muitas espécies de lúpulos e os principais produtores são países 
europeus, como Alemanha e Inglaterra, ou de outras regiões como a Austrália e 
Estados Unidos.
No Brasil estamos “engatinhando” na produção, mas já existem pequenos 
produtores e estudos sobre a viabilidade da plantação em nosso território, já que o 
lúpulo é uma planta sensível a vários fatores climáticos.
A parte usada do lúpulo para a produção da cerveja artesanal é a flor.
Cada espécie de lúpulo traz características diferentes à cerveja artesanal, 
podendo ser sabores, sensações na boca e aromas completamente diferentes.
Lúpulos ingleses puxam o sabor mais para o terroso, tradicionalmente, e 
os lúpulos americanos, por exemplo, são desenvolvidos para trazer aspectos mais 
herbáceos, florais e frutados.
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Além do tipo de lúpulo o que vai influenciar o que ele trará à cerveja artesanal é 
o momento em que ele é utilizado na produção, podendo ser durante a fervura do mosto 
cervejeiro (em cada momento traz uma característica diferente, por exemplo no começo 
da fervura trará mais amargor e mais para o final dela trará mais aromas e sabores), após 
a fervura ainda com o mosto quente, durante a fermentação da cerveja ou durante sua 
maturação a frio.
A água cervejeira antigamente tinha sua origem como algo muito importante. 
Hoje com a tecnologia de produção e conhecimentos químicos é possível reproduzir a 
água com as características necessárias para a produção da cerveja artesanal.
Os principais fatores estão no Ph e dureza da água, influenciados pela quantidade 
de alguns sais minerais. As características da água usada na produção influenciam 
muito nas características finais da cerveja artesanal.
Agora já falamos dos principais ingredientes cervejeiros: água, malte, lúpulo e 
levedura! Podemos entrar em mais detalhes em outros textos.
O mercado da cerveja artesanal
Há quem diga que cerveja artesanal custa caro, mas posso afirmar e garantir 
que a experiência vale cada centavo investido.
De fato, são cervejas mais caras do que as convencionais, mas isto porque usam 
processos mais adequados para a produção com qualidade, insumos e matérias-primas 
importadas de qualidade indiscutível, além de não utilizarem técnicas de aceleração de 
fermentação, ingredientes conservantes, estabilizantes ou até milho transgênico.
Outro “detalhe”: nenhuma cervejaria artesanal ganha milhões de incentivo de 
governo municipal, estadual ou federal, muito pelo contrário!
O mercado de cerveja artesanal no Brasil significa 1% do consumo total de 
cerveja no país em volume. Isso mostra o quanto ainda podemos aprender e quanta 
gente ainda pode provar a cerveja artesanal por aqui.
O número de cervejarias artesanais (fábricas, não bares!) no Brasil cresceu 91% 
de 2014 a 2017, passando de 356 a 659, segundo o Ministério da Agricultura, órgão que 
regula o mercado cervejeiro nacional. Outro fato curioso é que a cerveja artesanal gera 
mais empregos, proporcionalmente, do que as grandes cervejarias.
FONTE: <https://capitaobarley.com.br/cerveja-artesanal/>. Acesso em: 27 jul. 2021.
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• A fase final de produção da cerveja é constituída pela fermentação, maturação, 
acabamento e envase. A fermentação é a etapa mais importante do processo de 
produção dessa bebida e que é seguida pela maturação, pelo acabamento e envase 
da cerveja. O que diferencia a cerveja do chope é a etapa de envase e pasteurização. 
• O processo de maturação da cerveja permite que a cerveja envelheça e que se forme 
os sabores e odores finais da bebida, permitindo a formação da cerveja completa. 
A etapa de acabamento da cerveja é constituída pela clarificação da cerveja, pela 
carbonatação da cerveja. Nessa etapa a cerveja recebe os adjuntos finais e segue 
para etapa de envase.
• A etapa de envase da cerveja é constituída pelo engarrafamento da cerveja, seguido 
da pasteurização da cerveja. Esse processo corresponde a um tratamento térmico 
antes do envasamento da cerveja, ou através de e túneis com a cerveja engarrafada.
52
AUTOATIVIDADE
1 Com base nas definições estudadas do processo de fabricação da cerveja, 
especificamente da etapa da fabricação, assinale a alternativa CORRETA:
 
a) ( ) A etapa de maturação da cerveja ocorre após a fermentação são adicionados 
alguns adjuvantes da cerveja, como os estabilizantes e antioxidantes.
b) ( ) A mosturação consiste na trituração dos grãos de cevada, juntamente com osadjuvantes para a produção do mosto.
c) ( ) A fervura constitui o processo mais importante da produção da cerveja. É nessa 
etapa que os açucares presentes nos mostos irão se transformar em álcoois, 
falando da produção das bebidas alcoólicas.
d) ( ) A produção dos chopes consiste nas mesmas etapas do processo produtivo da 
cerveja, sendo que após a etapa de pasteurização o produto é armazenado em 
barris, ao invés de garrafas e não é pasteurizado.
2 O processo de produção da cerveja é constituído por várias etapas, entre elas, a 
moagem do malte, a mosturação, a decocção, a filtração, fervura e resfriamento do 
mosto, a fermentação, a maturação, o acabamento e o envase. Sobre essas etapas, 
analise as sentenças:
I- A maturação é a etapa do processo que se inicia depois da fermentação e que 
leva, em média, de seis a 30 dias, dependendo das características da cerveja. Mas 
ao finalizar essa fase, a cerveja está concluída, isso em termos das características, 
como os aromas e sabor concluídas, que caracterizam a cerveja como madura. 
II- A etapa de maturação permite, além da formação de aroma e sabor, o aumento do 
teor de açucares e de malte presente na cerveja. 
III- A etapa de maturação da cerveja permite a fermentação longa, complementar 
à etapa de fermentação, nessa fase, pode ser adicionado um antioxidante para 
impedir a ação do oxigênio.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I está correta.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
53
3 As matérias-primas da cerveja são constituídas por componentes imprescindíveis 
à produção dessa bebida. Sobre esse assunto, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas: 
( ) A cerveja é constituída por mais de 80% de água, que deve ser potável, insípida e 
inodora para não influenciar nas características da cerveja, como gosto e aroma. 
( ) O lúpulo é uma matéria prima utilizada no processo de moagem da cerveja, e é 
triturada juntamente com os compostos adjuvantes e, em seguida, é germinada 
para a possibilitar a liberação dos açucares.
( ) As leveduras, ou fermentos, são utilizadas na produção da cerveja e adicionadas ao 
produto do mosto na etapa de fermentação. Essa matéria prima pode ser preparada 
previamente em laboratório, ou inoculada no fermentador.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Sabemos que no processo de produção da cerveja existem as matérias-primas 
principais e os adjuvantes da cerveja, descreva a fase inicial de produção da cerveja 
até a fermentação.
5 O processo de produção da cerveja é constituído de várias etapas. Descreva a etapa de 
fermentação e acabamento da cerveja na produção do chope de coloração escura.
54
REFERÊNCIAS
AMARO JR, A. et al. Processo de produção de cerveja. Revista Processos Químicos, 
Goiânia, v. 3, n. 6, p. 61-71, 2009.
BRASIL. É muita água na cerveja. Agência Nacional de Águas, Brasília, DF, abr. 
2019. Disponível em: https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/a-muita-a-gua-na-
cerveja.2019-03-15.6149061964. 
Acesso em: 13 jul. 2021.
BOULTON, C.; QUAIN, D. Brewing yeast and fermentation. Hoboken: Wiley, 2008.
D’AVILA, R. S. et al. Adjuntos utilizados para produção de cerveja: características e 
aplicações. Estudos Tecnológicos em Engenharia, São Leopoldo, v. 8 n. 2, p. 60-
68, 2012.
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contaminada. Revista Exame, São Paulo, 16 jan. 2020. Disponível em: https://exame.
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view/252. Acesso em: 19 jul. 2021. 
56
57
CONTROLE DO PROCESSO 
PRODUTIVO DA CERVEJA
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• descrever os equipamentos utilizados no processo produtivo e os pontos críticos 
de controle;
• identificar os instrumentos utilizados na produção da cerveja;
• reconhecer os controladores pid e os microcontroladores;
• descrever o controle de temperatura do cozimento e da fermentação.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INSTRUMENTAÇÃO
TÓPICO 2 – TIPOS DE CONTROLADORES
TÓPICO 3 – CONTROLE DE TEMPERATURA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
58
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
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59
TÓPICO 1 — 
INSTRUMENTAÇÃO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, estudaremos a instrumentação industrial, que é a base 
da automação industrial, e aprenderemos os tipos de plantas industriais, desde as mais 
simples, descritas por meio de diagramas de blocos (Block Flow Diagram), até as mais 
complexas, descritas por maio de fluxogramas de processo (Process Flow Diagram). 
Além disso, compreenderemos as simbologias utilizadas nos diagramas de blo-
cos efluxogramas de processo e a designação dos instrumentos, com ênfase para os 
equipamentos e o controle existente nas cervejarias. Para finalizar, abordaremos a im-
portância do controle de temperatura nas plantas de produção da cerveja, aprofundan-
do no controle de temperatura nas etapas de cozimento e fermentação da cerveja.
2 A INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL
Os instrumentos estão presentes nas plantas industriais acoplados a 
equipamentos e tubulações industriais e são responsáveis por: indicar; analisar; 
transmitir; e controlar as variáveis de interesse. As variáveis podem ser dívidas em: 
variável medida; variável manipulada; e variável controlada, conceitos fundamentais 
para a rotina industrial. 
60
FIGURA 1 – PROCESSO DE ENGARRAFAMENTO DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brewery-bottling-beer-glass-bottles-
on-1485983522>. Acesso em: 8 jul. 2021.
A instrumentação e o controle de processos estão presentes em todo o lugar, 
desde o controle de temperatura dos fornos caseiros e das geladeiras, até no controle de 
sistemas complexos, que funcionam em condições críticas de temperatura e pressão. Há 
sistemas que produzem toneladas de produtos por dia e, por isso, necessitam de controle 
rigoroso para que não haja o decréscimo na qualidade do produto. 
2.1 DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DA PLANTA INDUSTRIAL 
E DOS PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE 
Os equipamentos utilizados no processo produtivo da cerveja são basicamente 
tanques de armazenamento, tanques de aquecimento e fermentadores.
Por isso, é fundamental conhecer as características dos principais equipamentos, 
como: os equipamentos presentes na moagem dos grãos; na maltagem da cerveja; na 
secagem do malte; na fermentação; e na filtração da cerveja.
A maceração dos grãos ocorre em tanques cilíndricos chamados de moinhos de 
maltes que possuem fundos cônicos. Durante o processo de moagem, os tanques podem 
ficar abertos, pois possuem dispositivos para agitação, aeração forçada, escoamento da 
água e remoção das impurezas (AQUARONE et al., 1983).
61
FIGURA 2 – TANQUES CILÍNDRICOS DE CEVADA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/silos-granary-modern-warehouse-
wheat-other-1181322541>. Acesso em: 8 jul. 2021.
A maltagem pode ser tradicional, na qual os grãos macerados são distribuídos 
em superfícies lisas (pisos), formando camadas de 30 a 40 cm. Em seguida, a água é 
borrifada sobre esses grãos macerados. Posteriormente, esses grãos são revirados para 
obter melhor aeração (AQUARONE et al., 1983).
A maltagem também pode ser mecânica, neste caso, o objetivo é aumentar a 
produção e reduzir os custos, reduzir o espaço necessário para a secagem. Mas não 
acelerar a transformação do material em malte. O processo de maltagem mecânica 
consiste nas seguintes etapas:
• o grão macerado é colocado num recipiente;
• o ar úmido é introduzido pelas laterais do recipiente;
• hélices verticais revolvem os grãos lentamente (AQUARONE et al., 1983). 
Outra forma de maltagem mecânica é por meio do uso de tambores (galland) 
os quais os cereais macerados são acondicionados, em longas peneiras cilíndricas, 
possibilitando a circulação do cereal sendo injetado ar saturado úmido (AQUARONE et 
al., 1983).
62
FIGURA 3 – ESPALHAMENTO DOS GRÃOS DE CEVADA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/barley-malt-on-malting-floor-
distillery-1127744825>. Acesso em: 8 jul. 2021.
A secagem do malte verde é realizada em um forno e ocorre em duas etapas, 
considerando que o malte verde retém 50% de umidade, e que o processo de secagem 
visa: retirar a umidade do malte verde; interromper a etapa de germinação, preservando 
as enzimas formadas e permitindo o armazenamento do malte.
FIGURA 4 – FORNO DE SECAGEM DO MALTE
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/view-on-metal-open-furnace-
dried-387787789>. Acesso em: 8 jul. 2021.
63
As etapas de secagem visam a redução da umidade de aproximadamente 50% 
para de 4 a 5%. Vejamos as diferenças entre as duas etapas. 
• Etapa 1 (pré-secagem):  temperatura: 20 para 70 °C; com um tempo de 
aproximadamente 20 minutos; e umidade obtida: 8 a 12%.
•	 Etapa	2	(secagem	final	ou	cura): a temperatura de 70 para 95 °C; com um tempo 
de doía a três minutos para maltes claros (cerveja Lager) e de cinco minutos para 
maltes escuros (cerveja ale); e umidade obtida: 4 a 5%.
Na etapa de fermentação da cerveja são utilizados tanques fermentadores, que 
podem ser de três formas: tanque aberto em batelada; tanque fechado em batelada; e 
tanque fechado e contínuo. 
No tanque aberto em batelada, o tempo de fermentação é superior ao do 
tanque fechado, entre oito e dez dias. Porém, ele apresenta algumas desvantagens, 
como: a perda de dióxido de carbono paro o meio ambiente, podendo ocasionar asfixia 
dos operadores; e perda de etanol, por consequência do escape de gás carbônico.
FIGURA 5 – PROCESSO DE FERMENTAÇÃO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/detail-inside-mash-tun-while-
making-183432398>. Acesso em: 8 jul. 2021.
64
O tanque fechado em batelada possui elevada velocidade de fermentação 
e o controle da temperatura é efetivo. As perdas de dióxido de carbono e etanol são 
desprezíveis e o processo de fermentação não há formação da capa de levedura que 
adsorve as resinas do lúpulo, como no tanque aberto, por esse motivo, há maior absorção 
do lúpulo. Outra vantagem é que o excesso de dióxido de carbono formado, ocasiona 
a formação de uma corrente que mistura o sistema e as leveduras se sedimentam na 
região cônica do tanque. 
FIGURA 6 – TANQUE DE FERMENTAÇÃO DE FUNDO CÔNICO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/fermenter-stainless-steel-tank-yeast-
vessel-1601761648>. Acesso em: 8 jul. 2021.
Por fim, o tanque fechado e contínuo de fermentação e maturação apresentam 
um conjunto de tanques contendo agitadores utilizados em série. No primeiro tanque, é 
adicionado à levedura e, em seguida, é alimentado com o mosto em fluxo contínuo. Após 
a fermentação, a mistura é bombeada para o segundo tanque, o que mínima limpeza.
Entretanto, esse modelo de tanque apresenta algumas desvantagens, como: 
um alto tempo de fermentação é requerido por consequência da alta complexidade para 
atingir o equilíbrio. Por esse motivo, o nível de fermentação desejada só é atingido após 
duas ou três semanas. Além disso, há uma facilidade de contaminação do mosto por 
meio do desenvolvimento de leveduras selvagens e a obtenção do aroma homogêneo 
é dificultada.
65
FIGURA 7 – TANQUES DE FERMENTAÇÃO CONTÍNUA EM SÉRIE
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/fermentation-vats-little-creatures-
fremantle-western-446106832>. Acesso em: 8 jul. 2021.
Outra etapa importante é a filtração, na qual os filtros contendo terra de 
diatomácea são utilizados após a etapa de carbonatação da cerveja. A carbonatação 
consiste na injeção do dióxido de carbono até que a concentração desse gás atinja de 
0,45% a 0,52% v/v. O dióxido de carbono expulsa o oxigênio do meio, conferindo maior 
estabilidade à cerveja. Os filtros utilizados contendo terra diatomácea podem ser:
• filtro vertical;
• filtro horizontal;
• filtro com placa e suporte;
• filtro à vela.
O filtro à vela possui estrutura cilíndrica vertical por discos estruturados sob 
uma hélice central oca. A filtração é processada por meio da retenção das camadas de 
impurezas sob os discos, recobrindo-os. 
66
FIGURA 8 – CORTE VERTICAL DE UM FILTRO DE VELA
FONTE: Adaptada de Piccini, Moresco e Munhos (2002)
Este filtro apresenta algumas características específicas, como: a pressão 
no sistema tem que ser inferior a três bares; é estabelecida uma contrapressão 
correspondente a um bar para impedir a fuga do dióxido de carbono; a temperatura 
do sistema de filtração é controlada entre 62 a 65 °C, por meio do encamisamento do 
sistema de filtragem. Temperaturas superiores a 70 °C não devem ser atingidas, pois 
ocasionam o escurecimento de um componente da cerveja, a lecitina.
FIGURA 9 – FILTRO
FONTE:<https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/filtration-machinery-modern-brewery-
production-line-1336991378>. Acesso em: 8 jul. 2021.
67
O filtro de placas, em seu princípio da filtração, consiste em acrescentar terra 
diatomácea no meio filtrante por meio do bombeamento. A essa terra é acrescentadas 
camadas de grãos mais finos. Após o perfeito empacotamento do meio filtrante com a 
terra, bombeia-se a cerveja. Entretanto, as desvantagens para sua utilização são: a terra 
se satura rapidamente com as impurezas presentes na cerveja; forma-se uma capa 
na parte externa do meio filtrante contendo as impurezas da cerveja, após passagem 
pelo interior das placas a cerveja é conduzida para o sistema de descarga (PICCINI; 
MORESCO; MUNHOS, 2002).
2.2 DEFINIÇÕES UTILIZADAS NAS PLANTA INDUSTRIAL
Um sistema de medição e controle de variáveis são constituídos por dispositivos 
que fornecem informações sobre as variáveis de interesse, o Quadro 1 mostra os 
conceitos utilizados nas designações da instrumentação e do controle industrial.
QUADRO 1 – CONCEITOS BÁSICOS
FONTE: Adaptado de Pavani (2011, p. 11) e Bojorge (2014, p. 14)
68
Nas plantas industriais utiliza-se diagramas que apresentam características 
específicas das plantas industriais (BOJORGE; 2014), exemplo de diagramas temos:
• Fluxograma de Utilidade (Utility Flow Diagram – UFD).
• Fluxograma de Engenharia (Engineering Flow Diagram – EFD).
• Fluxograma Mecânico (Mechanical Flow Diagram – MFD.
• Fluxograma de Sistema (System Flow Diagram – SFD).
• Fluxogramas de Blocos (Block Flow Diagrams – BFD).
• Fluxograma de Processo (Process Flow Diagram – PFD).
• Diagrama de Processo e Instrumento (Process Instrumentation Diagram – P&ID).
A sala de controle é o local onde são monitorados todos os equipamentos. A partir 
das salas de controle, são comandadas, remotamente, todas as operações que ocorrem 
no campo (planta industrial). Um software descreve em tempo real as condições de 
operação, isto é, inúmeros dados monitorados, que, a depender da dimensão da fábrica, 
pode ser dividida em área. E cada área é comandada por um coordenador de produção 
que realiza o monitoramento dos dados pelo Controle Móvel Programável (CLP), que é um 
computador programado para realizar as ações de controle da automação industrial.
FIGURA 10 – SALA DE CONTROLE INDUSTRIAL
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/power-plant-control-room-780849049>. 
Acesso em: 8 jul. 2021.
69
A descrição dos processos é realizada por meio dos diagramas de bloco e 
fluxogramas de processo, que fornecem informações visuais e representam, de forma 
clara, o processo industrial, facilitando a interpretação dos processos químicos. Sendo 
esses diagramas imprescindíveis para os engenheiros, pois facilitam visualizar o 
processo como um todo, localizar com facilidade os pontos que requerem atualização, 
melhorias ou correções. O diagrama mais detalhado que apresenta os equipamentos, os 
instrumentos industriais e as linhas de reagentes, produtos e utilidades é chamado de 
Diagrama de Processo e Instrumentação ou Process Instrumentation Diagram (P&ID).
Os diagramas de processo e instrumentação são úteis na etapa de projeto 
das plantas industriais, pois detalham os instrumentos, controle e a disposição 
dos equipamentos. O P&ID é o desenho mais completo, pois consta toda a parte de 
instrumentação e de equipamentos. Ele só é desenhado na etapa final do projeto, tendo 
em vista que será utilizado para orientar os projetista e engenheiros na etapa final do 
projeto e na etapa de montagem dos equipamentos e instrumentos. Este diagrama não 
apresenta detalhes das características do processo, como: vazão; pressão; temperatura; 
e comprimento de tubulação (BOJORGE; 2014).
FIGURA 11 – FLUXOGRAMA DE PROCESSO DE UM SISTEMA DE DESTILAÇÃO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/distillation-process-flow-chart-diagram-
technology-1192908976>. Acesso em: 8 jul. 2021.
Nos fluxogramas de processo ou Process Flow Diagram (PFD), são apresentados 
detalhes dos equipamentos, ou seja, todos os equipamentos estão dispostos em 
desenhos proporcionais ao equipamento originas. Outro fato importante é que se uma 
planta industrial estiver em processo de ampliação ou atualização, o fluxograma de 
processo apresentará o equipamento que será montado, esse aparecerá na planta com 
uma indicação enfatizando que é um equipamento em processo de instalação, podendo 
aparecer envolto por um retângulo em tracejado. 
70
No fluxograma de processo, são apresentadas as sinalizações dos fluxos, a 
simbologia dos equipamentos e o código dos equipamentos. As linhas ou tubulações 
também aparecem no fluxograma de processo, podendo constar indicação do diâmetro 
da linha, normalmente em polegadas, as linhas são numeradas. E alguns equipamentos 
são apresentados em detalhes. Uma tabela especificada pela numeração de cada linha, 
e a tag dos equipamentos é apresentada, detalhando dados operacionais apresentados 
nos processos, por exemplo, temperatura e pressão de operação, vazão de alimentação 
dos equipamentos (BOJORGE; 2014).
FIGURA 12 – PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/beer-brewery-production-process-line-
factory-709393003>. Acesso em: 8 jul. 2021.
O diagrama de blocos ou Block Flow Diagrams (BFD) fornece uma visão geral 
das características do processo ou de uma planta industrial. Esse desenho contém 
linhas e blocos, cada bloco representa um equipamento ou uma operação unitária. Esse 
diagrama não mostra detalhes dos equipamentos ou noção de tamanho (escala) dos 
equipamentos. Normalmente os blocos são conectados por meio de linhas e setas.
71
O Quadro 2 mostra a descrição da simbologia dos diagramas de blocos e em 
fluxograma de processo. Por exemplo, em um fluxograma ou em um diagrama pode 
haver uma sequência de equipamentos que estão dispostos na planta industrial de forma 
amontoada, por esse motivo, é necessário o uso da indicação de linhas cheias e pontilhadas 
que indicam a presença de tubulações sobrepostas. 
QUADRO 2 – DESCRIÇÃO DA SIMBOLOGIA DO DIAGRAMA DE BLOCOS
FONTE: Adaptado de Manzano (2004, p. 22)
O fluxograma de processo da produção da cerveja, equipamentos, envolve a 
sequência lógica das operações unitárias, como: os equipamentos; as correntes de 
reagentes; e os produtos. Os instrumentos necessários para a circulação dos fluidos 
são: bombas; válvulas; e reduções e expansões que interconectam os equipamentos. 
72
FIGURA 13 – FLUXOGRAMA DE PROCESSO DE UMA CERVEJARIA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/brewing-process-infographic-beer-
design-elements-691077901>. Acesso em: 8 jul. 2021.
No processo produtivo, por meio do diagrama de blocos, é possível observar 
que cada bloco corresponde a uma operação unitária e as setas mostram o sentido das 
operações. Um diagrama bem elaborado apresenta os instrumentos, que interconectam 
os equipamentos e as condições operacionais, como: temperatura e pressão de operação 
de cada equipamento. Normalmente, no projeto da planta industrial, desenvolve-se um 
diagrama de blocos e, em seguida, é produzido o fluxograma de processo com os detalhes 
operacionais. Os desenhos direcionarão os engenheiros e os projetistas durante o projeto 
e a montagem teste dos equipamentos.
O controle do processo tem como objetivo manter as variáveis ou condição no 
valor desejado. No controle de processo automático, inicialmente, a variável é medida. 
Em seguida, comparada com o valor desejado (set point). Por meio dessa comparação 
determina-se o desvio da variável, por meio do desvio, determina-se um sinal de 
correção para a variável. Para finalizar, aplica-se o sinal de correção ao sistema, com o 
objetivo de eliminar o desvio (FERRAMENTAS [...], 1999).
73
FIGURA 14 – SISTEMA DE CONTROLE DA ETAPA DE ENVASE DAS LATAS DE CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/canning-another-brand-beer-
pedernales-brewing-1780779779>. Acesso em: 8 jul. 2021.Para o profissional que atua na planta industrial, é fundamental compreender as 
sequencias de ações realizadas desde a medida até o controle de temperatura de uma 
planta industrial. Inicialmente, a temperatura é medida em um conjunto de instrumentos 
constituído pelo termômetro acoplado ao sistema e pelo tubo de Bourdon. 
FIGURA 15 – TUBO DE BOURDON
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/manometer-pressure-
measurement-235552732 >. Acesso em: 8 jul. 2021.
74
O tubo de Bourdon é constituído por uma estrutura em espiral, sensível a 
dilatação do fluido, dessa forma, dilatação ou contração do fluido conduz o tubo de 
Bourdon a enrolar ou desenrolar a hélice. Os movimentos do tubo são marcados em uma 
escala de temperatura, sendo medida, dessa forma, a temperatura do fluído.
Após a medida da variável (temperatura) esse valor é comparado com o valor 
desejado, que representa o set point do equipamento. Caso a temperatura ultrapasse 
o valor desejado será desligada a resistência de aquecimento, interrompendo o 
fornecimento de calor, consequentemente, reduzindo a temperatura. Dessa forma, 
a correção da temperatura ocorre por meio de outra variável, a interrupção do calor. 
Assim, o controle de temperatura (variável controlada) ocorre por meio da interrupção 
do fornecimento do calor (variável manipulada). 
Para controlar a temperatura do sistema, o controle efetuado possui duas 
funções: liga ou desliga, que corresponde ao controle tipo on-off. Esse tipo de 
controlador atua de forma mais simples, pois não determina o desvio da variável em 
relação ao set. Ao realizar a ação, o sinal do controlador on-off só pode assumir dois 
valores (FERRAMENTAS [...], 1999).
FIGURA 16 – DIAGRAMA DE BLOCOS DO SISTEMA DE CONTROLE DE TEMPERATURA
FONTE: Adaptada de Ferramentas [...] (1999, p. 9)
2.3 COMPONENTES DA INSTRUMENTAÇÃO
No diagrama de bloco, cada bloco corresponde a uma função do processo e 
pode corresponder a um ou mais equipamentos. Alguns símbolos específicos (tags) 
estão presentes nos fluxogramas para indicar as características de variáveis ou tipos de 
equipamentos.
75
QUADRO 4 – ABREVIATURAS DOS INSTRUMENTOS INDUSTRIAIS
FONTE: Adaptado de Pavani (2011, p. 56)
O Quadro 5 apresenta um resumo das abreviaturas utilizadas na instrumenta-
ção industrial, normalmente, os instrumentos são designados por meio de tags, uma 
sequência de número e letras.
76
QUADRO 5 – ABREVIATURAS DOS INSTRUMENTOS INDUSTRIAIS
FONTE: Adaptado de Pavani (2011, p. 56)
A instrumentação é a parte da engenharia que trata dos instrumentos industriais, 
os instrumentos podem possuir diversas funções, como: medir; registrar; e indicar. As 
ações dos instrumentos estão relacionadas com as variáveis medidas, que podem ser: 
a pressão, a temperatura, a vazão, o pH e o nível. O Quadro 6 mostra as funções dos 
instrumentos (RIBEIRO, 2002).
QUADRO 6 – FUNÇÃO DOS INSTRUMENTOS
FONTE: Adaptado de Ribeiro (2002, p. 2)
77
O sinal entre instrumentos medidores ou registradores e o sistema de controle 
ou indicação, também é apresentado por meio de linhas pontilhadas, conforme 
apresentado no trecho do fluxograma. 
Outros símbolos são utilizados para descrever os tipos de abreviações que indicam 
a presença de utilidades na planta industrial, que são: ar; vapor d’agua; e nitrogênio. 
Esses elementos, normalmente, são suprimentos utilizados em equipamentos, por 
exemplo, o vapor d’água, que é produzido na caldeira e utilizado nos trocadores de calor 
para aquecer um produto.
QUADRO 7 – ABREVIAÇÕES DAS LINHAS DE UTILIDADES
ABREVIAÇÕES SIGNIFICADO 
AS Suprimento de ar (air supply) 
ES Suprimento elétrico (electric supply) 
GS Suprimento de gás (gas supply) 
HS Suprimento hidráulico 
NS Suprimento de nitrogênio 
SS Suprimento de vapor (steam supply) 
WS Suprimento de água (water supply) 
FONTE: Ribeiro (2002, p. 7)
Os instrumentos são utilizados nos equipamentos industriais e nas linhas de 
produção, com o objetivo de indicar os valores das variáveis de processo e controlar 
estas variáveis, eles são utilizados visando manter a qualidade e a gestão do processo 
com êxito (PAVANI, 2011). 
Já sabemos que os instrumentos são identificados por tags que descrevem, 
por meio de sequências numéricas e de letras, o tipo de instrumento e a área que esse 
instrumento pertence. 
Ao analisarmos um tanque de armazenamento de água, que possui uma 
entrada e uma saída, o equipamento também possui um controlador de nível, que 
está conectado a uma válvula situada na linha de alimentação do tanque. Vejamos na 
Figura 17. 
78
FIGURA 17 – TANQUE DE ARMAZENAMENTO DE FLUÍDO
FONTE: Ferramentas [...] (1999, p. 17)
Podemos caracterizar o processo de armazenamento do fluído definindo as 
variáveis de entrada, as variáveis de saída e as variáveis controladas. 
QUADRO 8 - DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS DE ENTRADA, CONTROLADA E DE SAÍDA
FONTE: Adaptado de Ferramentas [...] (1999, p. 17)
A vazão de entrada (Qe) do tanque é a variável controlada, pois, se mantivermos 
a vazão de saída e aumentarmos a vazão de entrada do fluído, teremos um nível maior 
no tanque. Dessa forma, a vazão de entrada é chamada de variável controlada. Por outro 
lado, se alterarmos a vazão de saída (Qs), o nível do tanque se alterará, essa variável não é 
controlada pelo sistema, não existe uma ação que acione ou não a bomba, que dependa 
do nível do tanque, essa variável é chamada de variável perturbadora. Vale ressaltar que, 
tanto a variável de entrada como a variável de saída, são variáveis independentes, a 
variação de uma delas ou de ambas influencia diretamente no nível do tanque.
79
FIGURA 18 – CONTROLE DA TEMPERATURA DO TANQUE
  Portanto, ao observarmos o controle de temperatura de um tanque de 
armazenamento de fluidos, haverá os seguintes instrumentos: 
• elemento sensor: TE;
• transmissor: TT;
• controlador: TC;
• válvula de controle: TV;
• indicador: TI.
Inicialmente, um sensor converte a variável de processo (variável medida, 
temperatura) em um sinal eletrônico ou mecânico. Em seguida, o sinal é enviado para o 
transmissor que o converte em 4 a 20 mA cc, quatro a vinte miliamperes de corrente 
continua, que corresponde a uma percentagem entre 0% (4 mA) e 100% (20 mA). 
FONTE: Ribeiro (2002, p. 19)
80
Em seguida, esse sinal é enviado para um instrumento receptor que pode ser 
um controlador, um registrador ou um indicador de temperatura. Vale ressaltar que 
o instrumento receptor pode estar no campo ou na sala de controle. Para finalizar, o 
controlador emite uma correção, se necessário. O sinal de correção do controlador vai para 
um atuador eletrônico que pode ser uma válvula, uma bomba ou um aquecedor. No 
caso do exemplo, o sinal de correção é enviado para a bomba localizada na tubulação 
de saída do tanque (RIBEIRO, 2002).
81
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• No processo de produção da cerveja são utilizados equipamentos específicos 
para cada etapa. Na etapa de moagem são utilizados os moinhos. A etapa de 
maceração pode ocorrer de forma manual ou mecânica. Já na etapa de secagem 
do malte verde, utiliza-se fornos e visa a redução da umidade do malte de 50% para 
aproximadamente 5%.
• Na etapa de fermentação existem três opções de tanques fermentadores: os tanques 
abertos; os tanques fechados; e ambos em batelada. O tanque fechado é utilizado no 
processo contínuo. Nos sistemas contínuos, são utilizados um conjunto de tanques em 
série, que possibilitam tanto a fermentação como a maturação da cerveja. Os filtros de 
terra diatomácea são utilizados após a etapa de carbonatação da cerveja, podem ser 
filtros verticais, filtros horizontais, filtros com placas e suportes ou filtros à vela.
• As plantas industriais podem ser retratadas de forma simplificada, por meio dos 
diagramas de blocos. Podem ser retratadas por meio dos fluxogramas de processo, 
que apresentam os equipamentos, as direções dos fluxos e as condições operacionais. 
Também podem apresentar os equipamentos, os instrumentos, as malhasde controle 
como nos fluxogramas de processo e instrumentação. 
• As abreviaturas utilizadas nos instrumentos e nos equipamentos presentes nas 
plantas industriais são chamadas de tags. Nos instrumentos, os tags estão 
relacionados com a variável medida e com a função de cada instrumento. O controle 
do processo é uma ferramenta imprescindível para a obtenção dos produtos com a 
qualidade desejada, no menor tempo e com o menor custo. 
82
AUTOATIVIDADE
1 “No início de 1950, P&I significava Piping and Instruments (Tubulação e Instrumentos). 
Atualmente, P&I passou a significar Process and Instruments. Há também a forma 
mais extensa, P&ID, na qual D é diagrama. A norma ISA 5.1 é aplicada nos P&I. Em 
português é usado Diagrama de Processos e Instrumentação e/ou Fluxograma” 
(RIBEIRO, 2001, p. 8-9, grifo nosso). Sobre o exposto, marque a alternativa CORRETA: 
FONTE: RIBEIRO, M. A. Controle de processo teoria e 
aplicações. 7. ed. Salvador: Tek Treinamento & Consultoria, 2001.
a) ( ) O diagrama de blocos mostra os tipos de equipamentos utilizados e as etapas do 
processo.
b) ( ) No diagrama de blocos, as operações unitárias são mostradas interligadas por 
flechas.
c) ( ) O diagrama de blocos apresenta o processo de forma mais detalhada que o 
fluxograma de processo.
d) ( ) As características de cada bloco (operações unitárias) são detalhadas no 
diagrama de bloco.
 
2 Os diagramas são fundamentais para os engenheiros, principalmente quando este 
é solicitado para resolver um problema ou diagnosticar um sinistro. O registro do 
layout dos equipamentos presente nos diagramas, apesar de simplificado orienta o 
profissional de engenharia e seus colaboradores a visualizar toda planta industrial. 
Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O balanço de energia e da massa estão enfatizados no conjunto de blocos do 
diagrama.
b) ( ) As condições de operação da planta industrial são visualizadas nos diagrama de 
blocos.
c) ( ) O conjunto de blocos dos diagramas orientam na confecção dos fluxogramas.
d) ( ) A quantificação do consumo de energia da indústria pode ser realizada por meio 
do diagrama de blocos.
3 O diagrama de blocos descreve a sequência de operações presentes no processo, a 
seguir, apresentaremos um diagrama de blocos do processo de produção de garrafas, 
neste diagrama, cada bloco representa uma operação unitária. Sobre o exposto, 
assinale a alternativa CORRETA:
83
FIGURA – DIAGRAMA DE BLOCOS
FONTE: A autora
a) ( ) No bloco recepção dos engradados, realiza-se o controle de qualidade das peças.
b) ( ) O bloco reciclagem é utilizado para os produtos fora da especificação.
c) ( ) O diagrama de blocos descreve um processo de produção de garrafas PETs.
d) ( ) O bloco inspeção das garrafas é realizado a separação e rotulagem das peças.
4 Uma planta industrial descreve o conjunto de equipamentos que compõe o processo 
químico. Disserte sobre as plantas industriais.
5 A cerveja é uma bebida fermentada produzida a partir de uma sequência de etapas. 
Disserte sobre a etapa de filtração da cerveja.
84
85
TIPOS DE CONTROLADORES
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
Acadêmico, no Tópico 2 estudaremos os tipos de controladores, as ações 
desses controladores e a importância do uso do controle de processo para a obtenção 
de produtos com maior qualidade e com menor intervenção humana.
Falaremos dos tipos de controladores: automático; auto operado; em cascata; 
feedforward; split-range. 
Em seguida, enfatizaremos as ações dos controladores que podem ocorrer de 
forma separada: controle proporcional, controle derivativo e controle integral; ou de 
forma associada: controle proporcional e integral, controle proporcional e derivativo e 
controle proporcional, integral e derivativo. 
Para finalizar, falaremos dos distúrbios que ocorrem em uma malha aberta 
ocasionando o atraso no sistema de controle da variável. E dos microcontroladores, 
que são computadores em miniaturas. Os microcontroladores correspondem a uma 
alternativa mais barata e compacta que os controladores convencionais.
2 TIPOS DE CONTROLADORES UTILIZADOS 
NAS PLANTAS INDUSTRIAIS
  Os tipos de controle que podem ser utilizados nas plantas industriais são: 
controle manual e automático; controle auto operado; controle de malha aberta e malha 
fechada (FERRAMENTAS [...], 1999). 
Os sistemas de controle industriais são imprescindíveis para a obtenção do(s) 
produto(s) nas condições desejas, no menor tempo e com menores custos. Esses 
equipamentos exercem o controle das variáveis de processo, permitindo que a planta 
industrial opera nas condições operacionais desejadas.
O Quadro 9 apresentar as características de cada tipo de controle e algumas 
definições usadas no controle dos equipamentos.
86
QUADRO 9 – DEFINIÇÕES DO CONTROLE DE PROCESSO
FONTE: Adaptado de Ferramentas [...] (1999, p. 10-11)
Um sistema de controle representa a junção de vários componentes. Dessa 
forma, esse sistema é descrito por meio de relações matemáticas, que correspondem a 
uma equação específica para cada controlador, conforme apresentadas nas equações 
a seguir. Vale lembrar que os controladores podem atuar individualmente: controlador 
proporcional, controlador integral e controlador derivativo. Ou associados, controlador 
proporcional e integral; controlador proporcional e derivativo; controlador proporcional, 
integral e derivativo (FERRAMENTAS [...]; 1999).
• Uma equação proporcional: 
MV = KP. DV + SO Equação (1)
Em que:
MV = Sinal de saída do controlador.
KP = Constante de proporcionalidade ou ganho proporcional.
DV = Desvio = |VP - SV|.
SO = Sinal de saída inicial.
VP = Variável do processo (PV).
SP = SV = Valor Setado (Desejado).
87
• Uma equação diferencial:
MV=Tddedt+S0 Equação (2)
Em que:
de/dt = Taxa de variação do desvio.
SO = Saída para desvio zero.
Td = Tempo derivativo.
• Uma equação integral: 
MVt= 1Ti0TPV-SPdt Equação (3)
O sinal de saída do controlador integral será proporcional ao erro calculado com 
a diferença entre a variável de saída e o set point (PV-SP).
• Controladores combinados tipo PID (equação 4):
MVt=KP.E+KI.0tEdt+KP.KD.dEdt.S0 Equação (4)
O controle é realizado pela ação de controles, a equação é mais complexa e 
fornece maior eficiência no controle da variável.
Em que:
E = DV = desvio.
KD = TD = ganho derivativo (tempo derivativo).
Esta equação na prática pode ser simplificada para
MV = KP.E+KP.K .E.T+KP.KD.VC
Em que:
T = tempo.
Vc = velocidade do desvio.
Em um sistema que funciona em malha aberta, o processo é controlado sem a 
realimentação. Vamos usar como exemplo uma máquina de lavar roupas em que todos 
os ciclos de lavagem são controlados. Mas nenhuma variável é medida e comparada 
com o valor do set point, consequentemente, não são calculados erros para que uma 
variável seja controlada. 
A ação dos controladores funcionando de forma separada ou associadas, após 
a ocorrência de um distúrbio em malha aberta, pode ser da seguinte forma: distúrbios 
em degrau, pulso, rampa e senoidal.
88
2.1 CONTROLADORES PID
Os controladores PID são baseados nas constantes proporcional, integral 
e derivativa. É o algoritmo de controle mais utilizado nas indústrias por ser de fácil 
implementação e versatilidade, produzindo resultados satisfatórios mesmos em 
processos que possuem grandes variações e distúrbios (GARCIA, 2017). Os controladores 
digitais desempenham uma serie de tarefas, tais como:
• recebe o valor da variável medida;
• calcula o desvio entre essa variável e o set point;
• determina o valor apropriado para a variável manipulada com base no desvio do set point;
• emite um sinal de saída para o equipamento a ser manipulado, como elemento final 
de controle.
Os controladores digitais têm como desvantagem a existência do tempo 
morto mas esses controladores apresentam precisão no controledas variáveis. Os 
controladores PID possuem três ações de controle (RIBEIRO, 2002):
• a ação proporcional que estabiliza o processo, ocasionando uma correção instantânea, 
proporcional ao valor do erro;
• a ação integral, que auxiliara a anterior, produz a eliminação dos desvios permanentes, 
produzindo correção proporcional a duração do erro;
• a ação derivativa apressa a correção do erro, gerando ação proporcional a velocidade 
de variação do erro, antes da ação proporcional.
  Nos processos industriais, existem fatores relacionados à medição da variável 
e ao momento no qual a ação do controlador atua nessa medida. Por esse motivo foram 
definidos fatores que descrevem essa diferença de tempo e minimizam essa interferência. 
Por exemplo, pensando em um processo que possui características, que 
ocasionam atrasos tanto na transferência de energia como na transferência de 
massa, impedindo a ação imediata do controlador. Nesse exemplo, é imprescindível o 
engenheiro projetista considerar essas características no projeto do sistema de controle 
dos equipamentos, tais como: o tempo morto, a capacitância e a resistência (PAVANI, 
2011; RIBEIRO, 2002).
89
QUADRO 10 – ATRASOS NOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
FONTE: Adaptado de Ferramentas [...] (1999, p. 13-14)
O objetivo dos controladores é controlar o calor de uma variável medida por 
meio da ação da comparação com um valor de referência, correção com base no valor 
do desvio (erro) obtido. Visando gerar economia e aumento de qualidade numa fábrica 
de produção de cerveja, Santiago et al. (2019) utilizaram um controlador tipo PID na 
redução do consumo de dióxido de carbono realizado na etapa de engarrafamento 
da cerveja. Os ajustes da vazão de CO2 foram realizados por meio de uma válvula de 
controle. Com a implementação do sistema PID atingiu-se redução no consumo de CO2 
correspondente a 40%.
2.2 MICROCONTROLADORES
De forma resumida, podemos definir os microcontroladores como um pequeno 
computador (computador em miniatura) constituído por um chip, que executa 
funções específicas através de um software. Os microcontroladores surgiram por ser 
mais compacto e barato substituir a lógica dos sistemas digitais por um conjunto 
de processador e software. Os componentes dos microcontroladores são (PENIDO; 
TRINDADE, 2013):
• CPU (Unidade de Processamento Central), que interpreta os dados.
• Memória PROM (Memória Programável Somente de Leitura), local onde são gravadas 
as instruções do programa.
• Uma memória RAM (Memória de Acesso Aleatório) que memoriza as variáveis 
utilizadas pelo programa.
• Um conjunto de LINHAS de I/O para controlar dispositivos externos ou receber 
impulsos de sensores, interruptores.
• Um conjunto de dispositivos auxiliares ao funcionamento, como: geradores, 
contadores, UASART para comunicação.
90
Os microcontroladores podem ser do tipo on-off, nestes a ação liga-desliga 
ocorre de forma discreta, ligando ou desligando o controlador a depender do valor da 
variável medida. A saída do controlador só assume o valor on (0%) ou off (100%), se este 
estiver acoplado a uma válvula, esse equipamento também assumirá duas posições, 0 
ou 100%, totalmente fechada ou totalmente aberta, oscilando entre o valor máximo e o 
valor mínimo (RIBEIRO, 2002). 
91
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Os tipos de controladores são: controle automático; controle auto operado; controle 
em cascata; feedforward; split-range.
• A ação dos controladores pode ocorrer de forma separada: controle proporcional; 
controle derivativo; e controle integral ou de forma associada; controle proporcional 
e integral; controle proporcional e derivativo; e controle proporcional, integral e 
derivativo. 
• Os distúrbios que ocorrem em uma malha aberta, ocasionando o atraso no sistema 
de controle da variável, podem ser dos seguintes tipos: tempo morto; capacitância; e 
resistência.
• Os microcontroladores são computadores em miniaturas. Os microcontroladores 
correspondem a uma alternativa mais barata e compacta que os controladores 
convencionais.
92
AUTOATIVIDADE
1 Alguns processos apresentam variações ao longo do tempo. Sendo imprescindível 
a medida e o controle de diferentes variáveis ao mesmo tempo. Pois a viabilidade 
econômica desses processos depende diretamente do efetivo controle das variáveis. 
Com base nessas informações e nos estudos sobre controle de processo, classifique 
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) Se o controle simples presente não responde de forma satisfatória instala-se o 
controle em cascata.
b) ( ) É também conhecido como controle feedforward ou controle por antecipação.
c) ( ) Representa um sistema de controladores que usa dois elementos finais de 
controle.
d) ( ) O erro ou desvio do valor desejado é determinado mediante comparação entre as 
variáveis de entrada e saída.
2 “O tempo morto pode ser tomado como o parâmetro de referência para o estudo do 
grau de dificuldade de controle do processo. Por exemplo, o controle de pH (potencial 
hidrogeniônico) é um dos mais complexos e difíceis, pois envolve funções não 
lineares, grande tempo morto e grande tempo característico” (RIBEIRO, 2001, p. 8). 
Sobre o tempo morto, analise as sentenças a seguir:
FONTE: RIBEIRO, M. A. Controle de processo teoria e aplicações. 7. 
ed. Salvador: Tek Treinamento & Consultoria, 2001.
I- É o tempo gasto para comparar o valor atual com o valor desejado e calcular o desvio.
II- É a grandeza operada com a finalidade de manter a variável controlada no valor desejado.
III- É o sinal que tende a afetar adversamente o valor da variável controlada.
IV- Corresponde a um intervalo de tempo entre o instante em que o sistema sofre uma 
perturbação e o instante em que esta começa a ser detectada.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença IV está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
93
3 “O controlador split-range permite estender ou dividir a faixa de medida de uma 
variável, isso significa alterar a faixa normal de um elemento final da que ele dispõe, 
aumentando ou diminuindo-a. Por exemplo, se considerarmos uma válvula que opera 
entre 20 e 100 kPa (normal), com o controlador split-range ela passa a operar entre 
20 e 60 kPa (metade inferior) ou entre 60 e 100 kPa (metade superior)” (RIBEIRO, 
2001, p. 8-9). Em relação a isso, assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: RIBEIRO, M. A. Controle de processo teoria e aplicações. 7. 
ed. Salvador: Tek Treinamento & Consultoria, 2001.
a) ( ) O mesmo sinal realiza o comando, ao mesmo tempo, dos dois elementos finais de 
controle.
b) ( ) Se processo possuir uma perturbação periódica, é recomendado o uso desse 
controlador.
c) ( ) Para minimizar o erro entre a variável de entrada e a variável de saída, estas são 
medidas e comparadas possuindo efeito decisivo sob ação do controlador.
d) ( ) A atuação do controlador independe da variável de saída.
4 O controle dos processos industriais é de fundamental importância para a obtenção 
do produto desejado, com a qualidade esperada e com menor custo. Disserte sobre 
os microcontroladores.
5 O controle de temperatura nos processos produtivos é de fundamental importância 
para obtenção do produto desejado obedecendo os níveis de qualidade de interesse. 
Disserte sobre o cozimento das cervejas, como ocorre o processo de aquecimento 
nessa etapa.
94
95
TÓPICO 3 - 
CONTROLE DE TEMPERATURA
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 2
Acadêmico, no Tópico 3, daremos prosseguimento às etapas do processo de 
fabricação da cerveja. Iniciaremos falando o processo de produção de uma cerveja 
artesanal, em seguida, falaremos dos mecanismos de controle utilizados na produção 
dessa cerveja, mas etapas de cozimento e fermentação da cerveja.
A cerveja é a bebida alcoólica mais vendida no Brasil e no mundo, esse fato 
impulsionou a busca por processos produtivos eficientes, cujo sistemade controle das 
variáveis de processo permita a manutenção da qualidade sensorial do produto. 
Neste tópico, vamos relembras as características de cada etapa do processo 
produtivo da cerveja e enfatizaremos a fermentação, que é a etapa mais importante da 
produção da cerveja. 
Além disso, abordaremos as estratégias utilizadas para o controle de temperatura 
na fermentação e no cozimento da cerveja. Também aprenderemos sobres os pontos 
críticos existentes no processo produtivo da cerveja.
2 CONTROLE DE TEMPERATURA NOS 
PROCESSOS PRODUTIVOS
O controle de temperatura nos processos produtivos é de fundamental 
importância para obtenção do produto desejado obedecendo os níveis de qualidade 
de interesse. 
Visando realizar o controle de temperatura no processo de produção das 
cervejas artesanais, foram utilizadas ferramentas de controle e automação. 
A sequência das operações unitárias realizadas no processo será descrita no 
Quadro 11. 
96
QUADRO 11 – PROCESSO PRODUTIVA DE CERVEJA ARTESANAL
FONTE: Adaptada de Melo (2019, p. 44) e Morton (2018, p. 22)
A descrição de um sistema de automação e controle de uma microcervejaria 
foi feita por Fernandes e Franzen (2011). Nas etapas de brasagem, filtração, fervura 
e resfriamento, foram realizados o controle de temperatura e de tempo, conforme 
apresentado no Gráfico 1.
97
GRÁFICO 1 – RAMPA DE AQUECIMENTO DA PRODUÇÃO DA CERVEJA ARTESANAL
FONTE: Fernandes e Franzen (2011, p. 6)
Os pontos críticos que ocorrem nas etapas do processo descritos no Gráfico 1, 
estão diretamente relacionados com os pontos que podem necessitar de intervenção 
rápida. Conforme mostrados no Gráfico 2.
GRÁFICO 2 – PONTOS CRÍTICOS DA PRODUÇÃO DA CERVEJA
FONTE: Fernandes e Franzen (2011, p. 6)
Dentre os tipos de controle automatizado, on-off, proporcional, PD e PID. O PID 
mostrou-se mais eficiente para controlar rampas de temperatura de um tanque para 
receitas de uma microcervejaria.
98
2.1 CONTROLE DE TEMPERATURA NO COZIMENTO
O controle da etapa de fervura da cerveja foi realizado por meio de um sistema de 
supervisão e controle. Esse sistema possibilitou o controle do tempo e da temperatura 
do processo por meio do software executado no controle lógico programável (CLP).
FIGURA 19 – COZIMENTO DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/handsome-adult-brewer-inspecting-
process-brewing-1433953739>. Acesso em: 5 ago. 2021.
A etapa de fervura se inicia após a filtração do mosto. Sendo realizado o controle 
do tempo, pois essa variável influencia diretamente na coloração da bebida, pois a cor é 
fornecida pelo lúpulo e está diretamente relacionada com o tempo e a temperatura de 
cozimento. Sendo a adição do lúpulo considerada um dos pontos críticos do processo 
produtivo. Um sistema de controle tipo on-off foi utilizado para manter a temperatura a 
100 °C (FERNANDES; FRANZEN, 2011).
2.2 CONTROLE DE TEMPERATURA DA FERMENTAÇÃO
A fermentação é a etapa mais importante do processo de produção da cerveja. E 
o controle de temperatura dessa etapa foi realizado por meio do uso de modelagem 
matemática e simulação computacional (CARNEIRO; MALEIRO, 2011).
99
O processo de secagem do malte verde é chamado de kilning stage. Este 
termo vem da palavra kilne (estufa ou forno). Dessa forma a expressão 
“malte kilned” significa que o malte verde já passou pelo processo de 
secagem que pode ocorrer numa estufa ou num forno.
A análise da demanda energética da fermentação conduziu os estudos para o 
desenvolvimento de uma estratégia de controle capaz de aquecer e resfriar o tanque de 
fermentação. Por meio do uso das equações diferenciais que relacionaram o consumo 
dos açucares, os parâmetros cinéticos, o crescimento da biomassa, a formação de etanol, 
a formação de dióxido de carbono e o balanço energético, durante a fermentação. Por 
meio do estudo desses parâmetros e da simulação do processo, os autores perceberam 
que o sistema de controle deveria atuar no aquecimento e no resfriamento do tanque de 
fermentação (CARNEIRO; MALEIRO, 2011).
A fermentação possui um comportamento exotérmico, e por esse motivo, a 
maior parte dos sistemas realizam o controle do resfriamento do fermentador, em alguns 
momentos é necessário o aumento da temperatura do sistema (aquecimento). Dessa 
forma, o sistema de controle de temperatura da fermentação passou a ser acionado, 
tanto para aquecer, quanto para resfriar o tanque de fermentação, visando manter a 
temperatura do fermentador em 12 °C (CARNEIRO; MALEIRO, 2011).
NOTA
100
FIGURA 20 – FERMENTADOR COM SISTEMA DE AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO
FONTE: Adaptada de Carneiro e Maleiro (2011, p. 34)
A Figura 20 mostra que o controle de temperatura do processo de fermentação, 
no fermentador, foi acrescentado um trocador de calor, cuja água é o fluido térmico, 
circulando na jaqueta do fermentador. Dessa forma, o aquecimento e o resfriamento 
do fermentador foi realizado por meio de um trocador de calor. O sistema mostrou-
se eficiente no controle da temperatura conforme apresentado na figura (CARNEIRO; 
MALEIRO, 2011).
101
CERVEJA BRILHANTE
Marcos de Oliveira
Uma fonte de luz inserida na fase de fermentação acelera o metabolismo das 
leveduras e aumenta a produção.
LEITURA
COMPLEMENTAR
Ícones recentes do mundo da eletrônica, presentes em telas de TV ou de 
computadores, ou ainda usados para substituir lâmpadas comuns, os LEDs acabam 
de ganhar uma nova e inusitada função. Eles agora servem também para acelerar a 
fase de fermentação na produção de cerveja, reduzindo o tempo gasto nesse processo 
de 15% a 20% sem alterar a qualidade da bebida. Isso acontece quando fontes de 
LEDs, diodos emissores de luz fabricados com material semicondutor na forma de 
dispositivos semelhantes a lanternas, são mergulhadas nas dornas em que as leveduras 
Saccharomyces cerevisiae se nutrem dos carboidratos do malte de cevada para produzir 
álcool, gás carbônico e consequentemente cerveja. A novidade foi elaborada no Instituto 
de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) e já está em uso na 
microcervejaria Kirchen na mesma cidade.
Os pesquisadores da USP descobriram que sob determinados comprimentos 
de onda característicos de uma faixa do espectro vermelho e de outra do infravermelho 
o metabolismo da levedura se acelera. “A luz melhora a permeabilidade da membrana 
celular da Saccharomyces e isso favorece a troca entre o meio interno e externo da 
levedura. Assim ela metaboliza de forma mais rápida o açúcar contido no malte e excreta 
etanol e CO2 para fora do meio celular”, diz o pesquisador Éverton Estracanholli. 
102
Ele teve a ideia de usar a luz no processo de fabricação de cerveja enquanto fazia 
seu doutorado no IFSC, desenvolvendo pesquisas junto com os professores Vanderlei 
Bagnato, orientador da tese, e Igor Policarpov. O alvo era o uso de luz para quantificar 
carboidratos em amostras de mosto cervejeiro na fase de fermentação.
O mosto é formado por água e malte, além de outros cereais dependendo 
da cerveja, que são misturados e aquecidos até a formação de um caldo açucarado. 
Depois da separação dos grãos, o mosto recebe o lúpulo (inflorescência de uma planta 
aromática em forma de pellets), que confere o amargor e parte do aroma da bebida, e é 
fervido. Então, ele segue para a fermentação em que são adicionadas as leveduras. “A 
incidência da luz nas células da levedura facilita a troca de elétrons no ciclo de Krebs, que 
é uma sequência de reações químicas associada ao processo respiratório das células. 
Assim os elétrons ficam pulando de uma cadeia para outra e aceleram as reações”, diz 
o pesquisador.
“Ao interagir com a luz, vários tipos de moléculas apresentam estados 
eletrônicos excitados, o que altera o processo biológico no nível molecular”, diz 
Bagnato. “A reação química que ocorre dentro do mosto cervejeiro envolve grandes 
transferências de elétrons de certas moléculas para outras e a luz aumenta a velocidade 
dessas transferências”, explica. “Mas não é qualquer luzque serve, é preciso determinar 
os parâmetros, porque existem doses e faixas de luz que matam as leveduras. Nosso 
estudo identificou as cores [comprimentos de onda], a intensidade de luz utilizada, a 
dose fornecida e o tempo de iluminação necessária”, explica Estracanholli.
A fotoestimulação em sistemas biológicos é um fenômeno conhecido. A 
utilização de lasers e LEDs em leveduras como a própria Saccharomyces ou Endomyces 
magnusii, ou bactérias como a espécie Escherichia coli, já demonstrou ser estimulante 
da atividade respiratória desses microrganismos e assim favorecer a reprodução celular. 
“Porém, até agora, não encontramos na literatura científica citações sobre o uso de 
radiação eletromagnética [a luz visível ou infravermelho] para acelerar os processos de 
fermentação, sejam alcoólicos ou não alcoólicos”, diz o pesquisador. 
O novo processo gerou um depósito de patente com os três pesquisadores 
como inventores e a USP como provedora. O físico que já tinha o hobby de fazer cerveja 
em casa herdado do pai resolveu utilizar os LEDs em sua produção caseira que logo se 
transformou na microcervejaria Kirchen. Estudioso do assunto, ele chegou a ganhar um 
prêmio como a melhor cerveja do tipo Irish Red Ale – cerveja de cor vermelho-escura 
com sabor seco e de malte bem acentuado – na edição 2012 do Concurso Nacional das 
Acervas, as associações regionais de cervejeiros artesanais.
Outro experimento realizado no IFSC e com depósito de patente dos mesmos 
três pesquisadores e a USP é a aplicação de técnicas de análise para monitorar e 
quantificar a presença de carboidratos e álcool, em curto espaço de tempo, na produção 
de cerveja. A técnica que eles desenvolveram determina a quantidade de açúcares e 
103
álcool presente no mosto em fermentação. “Ela age a partir da absorção obtida pela 
reflexão da luz incidida sobre uma amostra de cerveja ou qualquer alimento industrial, 
como massa de tomate, por exemplo.” Os pesquisadores também acreditam que o uso 
será possível na indústria sucroalcooleira tanto para monitorar produção de etanol como 
para verificar a quantidade de açúcar presente na cana ainda no campo. A emissão de 
luz sobre o caule, a análise da resposta espectral, que é a parte de luz absorvida pelo 
material, e o consequente processamento das informações por um computador, em 
poucos segundos, podem mostrar a hora certa do corte da cana. Os primeiros protótipos 
desses aparelhos deverão ser iniciados ainda neste ano.
“Durante a elaboração da tese de doutorado de Éverton, ele demonstrou a 
viabilidade de monitoramento em tempo real do álcool e dos carboidratos. Agora, por 
meio do convênio da USP com a empresa que ele constituiu, deverá ser dado um passo 
adiante para mostrar a funcionalidade desse conceito. Na produção-piloto que ele está 
montando, que já é diferente de um pequeno protótipo de laboratório, a ideia é gerar 
um equipamento que possa ser empregado na fabricação de vários tipos de bebida”, diz 
Bagnato. “O objetivo é usar feixes de fibras ópticas que levarão a luz até o material a ser 
analisado e farão a coleta dos componentes da luz que não foram absorvidos. Com isso 
será possível fazer o monitoramento em tempo real do processo produtivo”, diz. 
O sistema também utiliza redes neurais artificiais que são programas baseados 
em neurônios biológicos capazes de aprender por meio de exemplos utilizando 
interconexões computacionais e matemáticas.
104
A 
pr
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105
Dentre os processos de fermentação possíveis de serem analisados com 
arranjos de LEDs em faixas de luz visível e infravermelho estão a fermentação de caldo 
de cana para obtenção de etanol combustível ou produtos destilados como a cachaça, 
além de vinagres e derivados. Na produção específica de cerveja o novo sistema de 
análise em tempo real na linha de produção poderá quantificar os principais carboidratos 
presentes na fermentação do mosto da bebida, como glicose, maltose, maltotriose e 
dextrina, além do etanol.
A prática fabril atual em todo o mundo é a coleta de amostras na linha de 
produção e a posterior análise em laboratório, que quase sempre está dentro da própria 
fábrica. “A realização dessas análises na própria linha de produção é pouco ou quase 
nada usada”, diz Bagnato. Para o professor Waldemar Venturini Filho, da Faculdade de 
Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) na cidade de Botucatu, 
que trabalha há mais de 20 anos com fermentação e estudos de cerveja – e também 
participou da banca de doutorado de Estracanholli –, o novo equipamento de análise 
em tempo real da produção é fantástico e deve favorecer principalmente o controle 
da fermentação alcoólica, considerado o coração do processamento da cerveja. “É um 
sistema promissor e poderá inclusive ser usado na academia em estudos dos processos 
fermentativos”, diz Venturini.
APOIO DA UNIVERSIDADE
Difusores na ponta dos LEDs deixam todo o líquido iluminado. Ao lado, 
experimento na empresa Kirchen, em São Carlos.
106
O professor Bagnato acredita que o projeto em parceria da USP com a Kirchen 
poderá gerar um produto inovador. “Quem sabe, no futuro, combinar a análise em tempo 
real com a estimulação fotônica deverá produzir uma forma totalmente diferente de 
promover e controlar a fermentação. Assim, a luz injetada no sistema se tornará um 
novo parâmetro na área”, diz. “A minha filosofia é que as empresas nascentes devem ter 
apoio dos laboratórios que as produziram, no caso o IFSC. A empresa do Éverton não 
poderá de imediato ter toda a infraestrutura que temos na USP. Dessa forma, é essencial 
que tenhamos uma colaboração, disponibilizando nossos equipamentos para que ele 
realize as caracterizações e outros estudos que se tornam difíceis de outro modo. Essa 
é a verdadeira forma de gerar um spin-off no meio acadêmico”, acredita Bagnato, que 
também é coordenador-geral da Agência USP de Inovação.
Os equipamentos de controle e estimulação fotônicos deverão servir, 
principalmente no início, às microcervejarias, um ramo que cresce no país levado 
pela curiosidade dos consumidores brasileiros e pela melhor aceitação de cervejas 
premium ou gourmet. Elas são mais caras porém feitas com ingredientes mais 
refinados, maiores porcentagens de malte e lúpulos especiais, além do maior tempo 
na maturação, a fase final da fermentação da cerveja, responsável pela harmonização 
do sabor e aroma da bebida. No Brasil, existem cerca de 180 microcervejarias, além de 
30 cervejarias de médio porte com mais de 60 marcas. Juntas, elas ainda estão longe 
da produção das grandes cervejarias como Ambev – detentora das marcas Brahma, 
Antarctica, Skol e Bohemia –, Schincariole Heineken, também proprietária das marcas 
Kaiser e Bavaria. “Nosso mercado futuro tanto para o equipamento que leva o LED 
para acelerar a fermentação como o que faz análise em tempo real da produção está 
voltado principalmente para as microcervejarias, mas também deve atingir unidades 
da grande indústria”, prevê Estracanholli.
Ao saber do potencial da estimulação de LEDs nas leveduras durante o processo 
de fermentação, André Oliveira, sócio da microcervejaria Mão na Roda, de Botucatu, há 
dois anos no mercado, disse que seria muito bom ter um equipamento desse porquê a 
produção poderia crescer sem a necessidade de aumentar a área da fábrica. “Acredito 
que para as grandes empresas o uso dos LEDs na fermentação também poderá ser uma 
boa novidade”, diz Estracanholli. “Não existe equipamento semelhante no mercado.”
107
Microcervejarias que produzem cervejas especiais ou premium podem ser as 
primeiras fábricas a experimentar os LEDs na produção.
Conforme o relatório Global Beer Consumption by Country in 2010, do Instituto 
de Alimentação e Estilo de Vida, da empresa de bebidas Kirin do Japão, que em 2011 
comprou a brasileira Schincariol, o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do 
mundo, com 12,1 bilhões de litros produzidos em 2010, atrás da China, 44,6 bilhões, e 
dos Estados Unidos, 24,1 bilhões, e ficando à frente da Rússia e da Alemanha.
Em consumo per capita de cerveja os brasileiros estão em 27º lugar, com 65 
litros por habitante, enquanto os líderes são a República Tcheca com 131 litros, seguida 
da Alemanha, com 106, Áustria, 105, e Irlanda, 103. A líder em produção, a China, está 
em 49º lugar com 31 litros em consumo. Segundo a Kirin, o crescimento da produção 
cervejeira no Brasil foi de 16% em relação a 2009. No total, o faturamento das vendas 
totais de cerveja no país atingiu a marca de R$ 62 bilhões em 2010.
FRUTAS TROPICAIS E MEL
A relação cerveja e academia também já ganhou outros caminhos, além da 
presença da bebida nos centros acadêmicos. Os estudos têm se concentrado em encontrar 
formulações inovadoras e agregar novos adjuntos cervejeiros, como são chamados os 
outros ingredientes que substituem parte do malte de cevada e servem para diminuir o 
custo de produção e tornar a bebida mais leve. As grandes cervejarias utilizam milho e arroz 
para esse fim. Eles aparecem nos rótulos como cereais não maltados. 
108
Banana, cajá, umbu-cajá e arroz-preto estão entre os ingredientes que podem 
substituir parte do malte de cevada nas cervejas e são objeto de pesquisa acadêmica. 
EDUARDO CESAR / FÁBIO COLOMBINI / IAC.
Para estudar essas composições ele montou uma minicervejaria no Laboratório 
de Fermentação da UEFS dentro do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem) 
com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia e Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Queremos trazer 
microcervejarias e fortalecer a agricultura familiar na região”, diz Carvalho. Os estudos 
com cerveja começaram no seu doutorado na Escola de Engenharia de Lorena da USP. 
Sob a orientação do professor João Batista de Almeida e Silva, ele desenvolveu uma 
cerveja pilsen tendo banana como adjunto misturado em forma de suco ao mosto 
cervejeiro. Além de um leve gosto da fruta na bebida, ela possui alto teor de potássio. 
“Ela tem 600 miligramas [mg] de potássio ante 200 mg em 1 litro de uma pilsen comum”, 
diz Carvalho. “Publicamos dois artigos em revistas científicas internacionais e agora ela 
já está sendo fabricada na Costa Rica”, diz o professor, revelando que foi inocente ao não 
fazer uma patente do processo. Para as próximas ele já cuida da propriedade intelectual. 
O professor Almeida e Silva acreditam que esse tipo de cerveja seria ideal 
se tivesse até 1% de álcool porque serviria para repor nutrientes em esportistas. Ele 
também já fez experimentos com o uso de arroz-preto, do Instituto Agronômico (IAC) 
No Brasil, o caminho mais recente em pesquisa de adjuntos cervejeiros em 
ambiente acadêmico vem da Bahia. Um grupo de pesquisadores na Universidade 
Estadual de Feira de Santana (UEFS) estuda a produção de cerveja, com frutas 
encontradas no semiárido nordestino, como umbu, cajá e cacau, entre outras. 
“Queremos aproveitar a alta fonte de carboidratos encontrados nessas frutas e também 
os compostos aromáticos que podem incrementar as cervejas feitas nesta região do 
país”, diz o professor Giovani Brandão Carvalho, coordenador do grupo.
109
de Campinas, como adjunto de cerveja. “Nosso intuito foi aproveitar a perda de até 25% 
do arroz-preto durante o beneficiamento, que se quebra facilmente e não tem valor de 
mercado. O resultado foi uma cerveja tipo pilsen um pouco escura, quase marrom, que 
possui o processo patenteado”, diz.
Em um projeto com a Universidade Estadual do Amazonas, ele já experimentou 
com bons resultados a semente da palmeira pupunha, muito utilizada para extração 
de palmito. “A semente é pouco aproveitada e tem alto teor de amido”, diz. Entre os 
atuais experimentos do professor Almeida e Silva estão o uso do pinhão e do caldo de 
cana, também como adjuntos. Outro experimento, dessa vez realizado pelo professor 
Waldemar Venturini Filho, da Unesp de Botucatu, resultou em uma cerveja com mel na 
formulação. “Para uma bebida ser considerada cerveja pela legislação brasileira é preciso 
que ela tenha pelo menos 55% de malte. Assim, entre as cervejas do tipo comum, extra 
e forte, definidas pelo tempo de maturação e teor alcoólico crescente, apenas a última 
apresentou sabor e aroma mais evidente em relação ao mel”, diz Venturini Filho. “Nas 
cervejarias industriais os adjuntos, milho e arroz, devem ser neutros e não conferir sabor 
e aroma à cerveja. Nas microcervejarias os adjuntos, como frutas, mel e outros, são 
usados para enriquecer o aroma e o sabor da cerveja.”
 FONTE: <https://revistapesquisa.fapesp.br/cerveja-brilhante/>. Acesso em: 17 jul. 2021. 
110
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• O controle do processo é imprescindível para o êxito do processo produtivo, neste 
sentido, enfatizamos a importância do controle de temperatura para os processos 
produtivos. O processo de produção da cerveja artesanal é constituído pelas 
seguintes etapas: moagem dos grãos; malteação; cozimento; fervura; resfriamento; 
fermentação; maturação; carbonatação e envase.
• A variação de temperatura ocorre em diversos processo de produção da cerveja. 
Vimos, a partir da análise gráfica, que o sistema, inicialmente, à temperatura ambiente 
(23 °C), é aquecido até 70 °C para o processo de brasagem. Após a brasagem, a 
mistura é aquecida até 78 °C com o objetivo de desativar as enzimas. Posteriormente, 
a mistura entra no processo de fervura sendo aquecida até 100 °C. Para finalizar, a 
mistura é resfriada até 23 °C. 
• Alguns pontos do processo produtivo da cerveja são considerados pontos críticos. 
Estas etapas são: adição do malte; início da filtragem; adição do lúpulo; início do 
resfriamento; transferência do malte para o fermentador. 
• O controle on-off mostrou-se satisfatório para o controle de temperatura das etapas 
de cozimento e fermentação da cerveja, utilizando um microcontrolador.
111
AUTOATIVIDADE
1 Diagramas de processo são utilizados pelos engenheiros principalmente no diagnós-
tico de problemas na planta industrial e para visualizar os efeitos das ampliações, atu-
alizações e instalação de equipamentos nas plantas industriais. Considerando essas 
informações e o conteúdo estudado, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O diagrama de blocos serve de base para a produção dos fluxogramas.
b) ( ) O diagrama de blocos descreve o balanço de massa do processo
c) ( ) O diagrama de blocos conta as condições operacionais do processo.
d) ( ) Por meio do diagrama de blocos, estima-se o consumo enérgico da fábrica.
2 O fluxograma de processo é construído com base no diagrama de blocos, e descreve 
o processo industrial de forma detalhada, nele as operações unitárias retratadasem 
blocos no diagrama são descritas em termos de equipamentos, linhas e acessórios. 
Considerando as informações da figura e o conteúdo estudado sobre fluxograma de 
processo, assinale a alternativa CORRETA:
FIGURA – FLUXOGRAMA DE PROCESSO
FONTE: Adaptada de P&ID ([201-], p. 7)
a) ( ) O fluxograma descreve o sistema de aquecimento e medição do nível de um 
equipamento.
b) ( ) O fluxograma descreve a análise e o controle de temperatura de um equipamento.
c) ( ) O diagrama descreve, de forma detalhada, as variáveis controladas na planta 
industrial.
d) ( ) O diagrama apresenta um equipamento que é controlado a temperatura e a vazão.
112
3 O processo produtivo da cerveja é constituído por várias etapas. Porém, existem 
alguns pontos que são considerados críticos. Considerando essas informações, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Adição do malte.
( ) Inicio da germinação.
( ) Inicio do resfriamento.
( ) Carbonatação da cerveja.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
4 Sabemos que no processo de produção da cerveja existem sistemas de controle 
de variáveis, e que, atualmente, se utiliza os microcontroladores por serem um 
sistema compacto e mais barato que os convencionais. Qual é o conceito dos 
microcontroladores e quais são os constituintes desse equipamento?
5 No controle industrial, existem processos que possuem características que ocasionam 
atrasos tanto na transferência de energia como na transferência de massa, impedindo 
a ação imediata do controlador. Nesse caso, é imprescindível o engenheiro projetista 
considerar essas características no projeto do sistema de controle dos equipamentos. 
Descreva essas características.
113
REFERÊNCIAS
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MANZANO, J. A. N. G. Revisão e discussão da norma ISO 5807 – 1985 (E) Proposta para 
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PAVANI, S. A. Instrumentação Básica. 3. ed. Santa Maria: Universidade Federal de 
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RIBEIRO, M. A. Instrumentação. 9. ed. Salvador: Tek Treinamento & Consultoria, 2002.
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Manutenção). Disponível em: http://www.dequi.eel.usp.br/~felix/Controle.pdf. Acesso: 
18 jul. 2021.
115
ANÁLISE E PADRONIZAÇÃO 
DO PROCESSO PRODUTIVO
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• caracterizar as análises físico-químicas e microbiológicas da cerveja;
• descrever o uso de ferramentas de qualidade na produção da cerveja;
• compreender a gestão de produção da cerveja.
• conhecer as ferramentas utilizadas no monitoramento e controle de todas as etapas 
do processo produtivo da cerveja.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar 
o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA 
TÓPICO 2 – ANÁLISE MICROBIOLÓGICAS
TÓPICO 3 – PADRONIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
116
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
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117
TÓPICO 1 — 
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos as principais análises realizadas para o 
controle de qualidade da cerveja, dando ênfase para as análises físico-químicas e micro-
biológicas. Abordaremos, também, as etapas de padronização dos processos produtivos.
Aprenderemos que as análises de controle de qualidade da cerveja consistem 
em determinações que visam monitorar e prever a estabilidade da cerveja. Essas análises 
são constituídas de determinações físico-químicas, sensoriais e microbiológicas. 
Abordaremos as análises físico-químicas e microbiológicas. Enfatizaremos os tipos de 
leveduras, bactérias e microrganismos que causam a degradação da cerveja. 
Para finalizar, falaremos das etapas de padronização dos processos produtos, da 
importância do uso de ferramentas de qualidade e das formas de gestão da produção 
da cerveja. Vamos aprender a importância do uso das ferramentas de qualidade para o 
monitoramento, o controle e a correção de variáveis do processo industrial. Ferramentas 
de qualidade como: 5W2Q; sistema just in time; ciclo PDCA; diagrama de Ishikawa; fluxo-
grama; e folhas de gestão. Também aprenderemos a matriz de desdobramento da função 
qualidade, nome que vem do termo em inglês Quality Function Deployment (QFD), que é 
uma ferramenta útil para caracterizar a aceitação de mercado de novos produtos ou até 
modificações em produtos existentes que conduzirão a maior aceitação dos clientes.
Entenderemos como essas ferramentas são imprescindíveispara o 
monitoramento e controle de todas as etapas do processo produtivo, desde a compra 
dos insumos (matérias-primas) e dos equipamentos até o monitoramento do estoque e 
o controle de qualidade do produto. A obtenção de produtos com qualidade e a preços 
competitivos são imprescindíveis para o sistema produtivo em um mundo globalizado.
118
2 COMO É FEITA A ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
As análises físico-químicas são realizadas nas diversas etapas do processo 
produtivo da cerveja, cada uma delas requer parâmetros que atestem o controle de 
qualidade dos produtos intermediários e do produto final. 
Na etapa da moagem é verificado o grau de moagem e o teor de pó. Já na 
brasagem, é medido o pH do mosto, a coagulação de proteínas, a cor, aspectos visuais 
e olfato. Por fim, no processo da fermentação, é medido o grau de fermentação, extrato 
aparente e teor de diacetil.
FIGURA 1 – ANÁLISES QUÍMICAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/researcher-glass-laboratory-chemical-
test-tubes-1445340467> Acesso em: 14 jul. 2021.
Na etapa de mosturação, outras análises são realizadas, por exemplo, cor, 
extrato aparente, oxigênio dissolvido e diacetil. Na filtração, é determinado o teor 
de oxigênio dissolvido, o teor de dióxido de carbono, amargor e aspectos visuais. No 
envase, é medido o teor de oxigênio, teor de dióxido de carbono, a cor, aspectos da 
espuma e teste de pasteurização. Já no engarrafamento, é determinado o teor de 
oxigênio dissolvido, o teor de dióxido de carbono, a turbidez e a cor.
A instrução normativa nº 65, de 10 de dezembro de 2019, estabelece os padrões de 
identidade e qualidade para os produtos de cervejaria. O decreto estabelece as definições 
e classificação das matérias-primas e dos produtos cervejeiros. Além disso, estabelece os 
parâmetros de identidade e controle de qualidade da cerveja (BRASIL, 2019). 
• Parâmetros microbiológicos (teor de coliformes).
• Parâmetros físico-químicos (teor alcóolico, percentagem de extrato primitivo; 
percentagem de adjuntos da cerveja; teor de corantes artificiais; teor de edulcorantes).
119
• Aspectos sensoriais (límpido ou turvo, com ou sem presença de sedimentos próprios).
• Parâmetros organolépticos (aromas, sabores, presença de sedimentos).
• Presença de contaminantes (arsênio, chumbo, cadmio e estanho).
A quantidade de cervejas artesanais vem crescendo cada vez mais no Brasil. 
A comercialização das cervejarias artesanais deve ocorrer após o registro do 
estabelecimento no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 
FONTE: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65-de-
10-de-dezembro-de-2019-232666262>. Acesso em: 28 ago. 2021.
2.1 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH) e AMARGOR
As cervejas podem ser classificadas de várias formas, uma delas refere-se ao 
grau de fermentação da bebida. Ela pode fermentar e maturar durante um período de 
sete a dez dias e em uma faixa de temperatura ente 7 e 15 °C. Neste caso, a cerveja é 
classificada como Ale. Ou a cerveja pode fermentar e maturar durante um período mais 
curto, entre três e cinco dias, e em uma temperatura mais alta, entre 18 e 22 °C, que são 
as características da cerveja Lager (MELLO; SILVA, 2020).
FIGURA 2 – CARACTERÍSTICAS DA CERVEJA 
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/assorted-beers-flight-ready-
tasting-259774457>. Acesso em: 12 ago. 2021. 
ATENÇÃO
120
Por consequência das características da fermentação, os sabores, aromas, 
cor de cada uma das cervejas possuem características diferentes, por exemplo, a de 
fermentação e maturação prolongada e processada à baixa temperatura possui os 
sabores mais intensos. 
As características relativas à aparência da cerveja são: cor; turbidez; e 
uniformidade da espuma. Já as características relativas ao aroma estão diretamente 
relacionadas ao teor alcoólico, ao tipo de malte, às características, à quantidade de lúpulo e 
à presença de frutas (MELLO; SILVA, 2020).
FIGURA 3 – DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/reading-value-hydrometer-used-
determining-specific-1598543947>. Acesso em: 25 jul. 2021. 
As características relativas ao sabor da cerveja sofrem influência de vários 
fatores, tais como: o teor alcoólico; características do malte; carbonatação; e notas de 
frutas. O sabor da bebida pode possuir características doce, amarga, ácida, residual 
da cerveja. Outra característica refere-se à textura, que pode ser encorpada, o que diz 
respeito às características da densidade da bebida (MELLO; SILVA, 2020).
As características das propriedades da cerveja influenciam no aumento ou 
diminuição de cada especificidade do sabor. O potencial hidrogeniônico, por exemplo, 
é uma determinação imprescindível para muitos processos químicos. Essa medida é 
determinada em escala logarítmica, varia de 1 a 14.
121
FIGURA 4 – PHMETRO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/woman-rubber-gloves-holding-glass-
electrode-1779461255>. Acesso em: 28 jul. 2021.
 É possível determinar com precisão utilizando um equipamento chamado 
pHmetro (medidor de pH). Ele é um aparelho que possui um eletrodo, que é inserido na 
solução de interesse e mostra o valor do pH. Vale ressaltar que se o pH for menor que 
sete é chamado de pH ácido. Se a solução fornecer pH maior que sete será denominado 
básico ou alcalino.
FIGURA 5 – PAPEL INDICADOR DE PH
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/person-wearing-gloves-testing-ph-
chemical-523213690>. Acesso em: 23 ago. 2021.
122
O valor do pH influencia em várias propriedades ao longo do processo produtivo 
da cerveja. A alcalinidade representa uma condição de uma solução entre pH 7 e 14. Na 
água da cerveja, a principal fonte de alcalinidade é a presença dos íons bicarbonatos 
(HCO3
-). No processo contínuo de fermentação da cerveja, que ocorre em tanques 
fechados e contínuos, o reaproveitamento da levedura proveniente do fermentador 
é realizado após a retirada das impurezas com a redução do pH do meio, conforme 
apresentado a seguir: 
• incialmente, a levedura proveniente do fermentador que contém impurezas, o trup, é 
lavada com água ácida;
• o processo de lavagem consiste em acrescentar ao produto da fermentação água de 
lavagem com pH em torno de 2,5. Esse processo também inibe a ação das bactérias;
• em seguida, realiza-se a centrifugação da mistura;
• para finalizar, ocorre a separação de fases, fase constituída pela levedura mais leve, 
permanece a fase superior. Já o trup, mais pesado, se deposita no fundo da centrifuga 
(PALMER, 2017).
O inconveniente da lavagem da levedura é que a água ácida pode ocasionar a 
desativação (inibição) da levedura. Dessa forma, recomenda-se a lavagem com água 
fervida (fria), permitindo que a levedura pura permaneça saudável (branca).
Os íons cálcio ocasionam a redução do pH da água nas etapas de 
maceração e fervura. Porém, a presença de íons bicarbonatos e 
carbonatos ocasionam o aumento do pH. Sendo os últimos íons duas 
vezes mais eficientes no aumento do pH da água que os íons cálcio na 
redução do pH.
Outra característica da produção da cerveja é a influência do pH no que diz 
respeito à dureza. Sabemos que a dureza da água está diretamente relacionada à 
concentração de íons cálcio e magnésio presente no líquido. 
A dureza da água é balanceada pela alcalinidade, uma vez que é pelo caráter 
alcalino, que contém íons bicarbonatos. Dessa forma, na determinação do pH, na etapa 
de brasagem da cerveja, é imprescindível o conhecimento das concentrações de íons 
cálcio, magnésio e da alcalinidade da água. 
O Quadro 1 mostra alguns fatores que alteram o pH em diferentes etapas da 
fabricação da cerveja.
IMPORTANTE
123
QUADRO 1 – FATORES QUE INFLUENCIAM O PH
FONTE: Adaptado de Silva e Faria (2008, p. 36-37).
O amargor da cerveja é ocasionado pela presença dos iso-α-ácidos provenientes 
da isomerização dos α-ácidos. Esses ácidos são provenientes do lúpulo e do processo 
da isomerização, que ocorre duranteo aquecimento do lúpulo. O ácido isomerizado é 
responsável por cerca de 70% do amargor da cerveja (SILVA; FARIA, 2008). 
FIGURA 6 – CERVEJA E LÚPULO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cold-beer-hops-decoration-644736865>. 
Acesso em: 11 ago. 2021.
124
O amargor tem a concentração expressa em Bitterness Units (BU), a 
determinação refere-se ao teor total dos iso-α-ácidos, que são retirados da cerveja 
por meio da extração por solventes, e a concentração é determinada por meio da 
espectrometria, sendo a metodologia adotada nos Estados Unidos e Europa. Mas o teor 
desse ácido também pode ser determinado por meio da cromatografia líquida, dada em 
miligramas por litros (mg.L-) ( SILVA; FARIA, 2008).
A determinação do amargor em BU utiliza de fatores para o volume da receita (V), 
densidade do mosto e tempo de fervura. O tempo e densidade do mosto se expressam 
como utilização (U). A equação para o IBUs, Equação (1), será (PALMER, 2017):
IBU = AAU x U x 75/V Equação (1)
Em que:
• AAU corresponde as unidades de alfa ácidos (AAUs) de cada lúpulo que é dado pela 
Equação (2):
AAU = Peso (G.)x % alfa ácidos Equação (2) 
• 75 é uma constante para a conversão de unidades inglesas ao sistema métrico. A 
unidade apropriada para o IBU é miligramas por litro.
As características do lúpulo, o tipo de malte, a concentração e qualidade do 
malte são algumas características que influenciam nas propriedades (atributos) da 
cerveja, tais como: a aparência; o aroma; o sabor; e a textura. 
A cor é um elemento importante para a caracterização da bebida, pois é o DNA 
de cada cerveja. Por isso, temos cervejas pretas tipo Malzbier, Stout que é marrom 
escuro ou preta e Pilsen que é amarela claro. 
A coloração está diretamente ligada às características do malte. Vale ressaltar 
as cervejas que sofrem adição de xarope, adjunto que também acrescenta cor à cerveja. 
O parâmetro cor é medido em uma escala que poderá seguir dois padrões: o dos 
Estados Unidos, Standard Research Method (SRM); ou da Europa, European Brewery 
Convention (EBC). A mais utilizada é a dos Estados Unidos (SRM).
125
FIGURA 7 – COLORAÇÃO DAS CERVEJAS 
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/set-many-beer-glasses-different-
isolate-1078052174>. Acesso em: 14 ago. 2021.
Para a determinação da cor utilizando a escala SEM, deve-se quantificar a 
quantidade de luz que incide em um tubo retangular de quartzo (cubeta), contendo 
uma altura correspondente a 1 cm da amostra. A amostra é analisada por meio do 
espectrofotômetro, no comprimento de onda selecionado em 430 nm. A amostra é 
lida e, após a leitura, obtém-se um valor em absorbância. A medida é comparada com 
os valores presentes em uma curva de calibração, desenvolvida com os dados de cor 
padrão. Pode-se utilizar a equação do SRM e calcular o valor, Equação (3) (PIMENTA et 
al., 2020).
SRM = 12,7 x D x A430 Equação (3)
Em que: 
• D é o fator de diluição (D = 1 para cerveja sem diluição; e D = 2 para cerveja diluída);
• A é a absorbância lida pelo espectrofotômetro.
Outra classificação da cor da cerveja, classifica a bebida em cerveja claras e 
escuras, utilizando as European Brewery Convention (EBC). Sendo cerveja clara, a que 
tiver cor correspondente a menos de 20 unidades EBC. E a cerveja escura, a que tiver 
cor correspondente a 20 ou mais unidades EBC (RABELLO, 2009).
A turbidez pode ser definida como a turvação (névoa) de uma solução ocasionada 
pela presença de uma substância que ocasiona a dispersão da luz (HAGE;CARR, 2012). 
Alguns compostos presentes no malte da cerveja ocasionam a turvação da bebida, 
como: a presença de fenóis e polifenóis; a ocorrência de reações de protease; a presença 
do tanino; a presença de aceto bactérias; a presença de amido residual; a presença de 
leveduras de baixa floculação; e a queda rápida da temperatura após a fervura. 
126
QUADRO 2 – FATORES QUE OCASIONAM A TURVAÇÃO DA CERVEJA
FONTE: Adaptado de Palmer (2017, p .6) e Rosa e Afonso (2015, p. 98)
Para medir a turvação da cerveja, utiliza-se uma metodologia chamada de 
turbidimétrica, que define o grau de turvação do líquido com base em uma escala de 
cores, o resultado é expresso em EBC (ROSA; AFONSO, 2015).
Os sais de magnésio, por serem mais solúveis em água que os sais de cálcio, 
interferem menos no pH do mosto. Porém, podem provocar a formação 
de gosto amargo e ácido na cerveja. Dessa forma, recomenda-se que a 
concentração de íons magnésio não deve ultrapassar 100 ppm.
Como formas de remediar a turvação da cerveja, pode-se acrescentar agentes 
de refino após a etapa de fermentação. Nas cervejas com 100% de grãos recomenda-se 
a adição do irish moss após a fervura (PALMER, 2017).
A quantidade de álcool varia de acordo com o tipo de cerveja, se ao malte for 
misturado adjuntos que possuem maior teor de açúcares, como o xarope, contribuem 
para que, na etapa da fermentação alcoólica, a concentração do álcool aumente. As 
ATENÇÃO
127
leveduras (fermento) convertem os açúcares em álcool (etanol) e dióxido de carbono, 
por meio da fermentação alcoólica (PIMENTA et al., 2020). Quanto ao teor alcoólico, este 
pode ser ranqueado da seguinte forma (Quadro 3).
QUADRO 3 – CLASSIFICAÇÃO DO TEOR ALCOÓLICO DA CERVEJA
FONTE: Adaptado de Rabello (2009, p. 145)
A cerveja pode ser classificada em: cerveja sem álcool e com álcool. A bebida 
com teor alcoólico inferior a meio por cento em volume (0,5%v/v) é classificada 
como cervejas sem álcool. Vale ressaltar que, para este tipo de cerveja, não existe 
obrigatoriedade de declaração no rotulo. 
A cerveja com álcool, quando seu conteúdo em álcool for igual ou superior a meio 
por cento em volume (0,5%v/v), deve obrigatoriamente constar no rótulo o percentual 
de álcool em volume (RABELLO, 2009).
O consumo de cerveja no Brasil é 35 vezes maior que o consumo de vinho. O Brasil é o 17º 
consumidor da bebida no mundo, com 1,7 litros per capita tomados por ano, sendo que 
o consumo de cerveja é de 60,4 litros por pessoa anualmente. O elevado 
consumo da bebida tem motivados as fabricas de cerveja a preferir 
embalagens em latas de alumínio em detrimento das garrafas de vidro. 
Por haver reciclagem em massa das latas, reduzindo o impacto ambiental. 
FONTE: LAGO, M. M. Cervejas em latas suplantam as embaladas em vidro. 
Revista Higiene Alimentar. [s.l] v.32, p. 284-285, 2018. 
A classificação do Ministério da agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) 
descreve a graduação alcoólica da cerveja em percentagem volumétrica, classificando 
como cerveja alcoólica a que contém entre 0,5% v/v e 54% v/v. E a cerveja sem álcool, a 
que contém uma porcentagem inferior a 0,5% v/v/ de álcool (BRASIL, 2019).
IMPORTANTE
128
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• As análises físico-químicas são realizadas nas diversas etapas do processo produtivo 
da cerveja. Haja vista que cada etapa do processo produtivo requer parâmetros que 
atestem o controle de qualidade dos produtos intermediários e do produto final.
• A determinação das propriedades, como pH; cor; turbidez; e do teor alcoólico nas 
diversas etapas de fabricação da cerveja, são de fundamental importância para 
garantir a qualidade do produto.
• O teor alcoólico varia de acordo com o tipo de cerveja, se ao malte for misturados 
adjuntos que possuem maior teor de açúcares, como o xarope, a concentração do 
álcool aumenta.
129
RESUMO DO TÓPICO 1 AUTOATIVIDADE
1 As análises físico-químicas são realizadas nas diversas etapas do processo produtivo 
da cerveja. Haja vista que cada etapa do processo produtivo requer parâmetros que 
atestem o controle de qualidade dos produtos intermediários e do produto final. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A cor da cerveja está diretamente relacionada ao tipo de malte.
b) ( ) A cerveja é considerada clara se a cor possuir até 15 unidades EBC.
c) ( ) A cerveja é considerada escura se possuir a partir de40 unidades EBC.
d) ( ) A cor da cerveja está diretamente relacionada com o tempo de fermentação.
2 As características padrões das cervejas são: tipos de adjuntos; classificação quanto ao 
teor alcóolico; e elementos específicos. Dado o exposto, analise as sentenças a seguir:
I- Cerveja sem álcool possui teor alcoólico inferior a 0,5% v/v.
II- Cerveja alcoólica contém entre 0,8% v/v e 54% v/v.
III- Na determinação do amargor em BU, utiliza-se o volume da receita, a densidade do 
mosto e tempo de fervura.
IV- Como formas de remediar a turvação da cerveja, acrescenta-se estabilizantes.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) Somente a sentença I está correta.
3 O conhecimento das características da cerveja é de fundamental importância para a 
obtenção de produtos com qualidade. Dessa forma, na etapa de moagem, é verificado 
o grau e o teor de pó. Na etapa de brasagem, é medido o pH do mosto, a coagulação 
de proteínas, a cor, aspectos visuais e olfato. Analise as sentenças a seguir.
I- O pH mede o grau de alcalinidade ou acidez de uma solução, no qual o valor 7 
representa neutralidade.
II- A cor da cerveja está diretamente relacionada com o tipo de fermento.
III- A presença de leveduras que possuem baixa floculação ocasionam o aumento do pH.
IV- A turbidez pode ser definida como a névoa de uma solução ocasionada pela 
dispersão da luz.
130
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
c) ( ) Apenas a sentença III está correta.
d) ( ) Apenas a sentença I está correta.
4 As análises físico-químicas da cerveja são imprescindíveis para a manutenção do 
controle de qualidade da bebida. Dessa forma, descreva a caracterização da cerveja 
em termos do pH e amargor.
5 Os valores das propriedades físico-químicas da cerveja estão diretamente 
relacionados à influência de vários fatores. Descreva três fatores que influenciam na 
turvação e no pH da cerveja.
131
ANÁLISE MICROBIOLÓGICAS
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 3 TÓPICO 2 - 
Agora, no Tópico 2, abordaremos alguns conceitos que serão fundamentais 
para o entendimento dos microrganismos que se proliferam na cerveja. Aprenderemos 
as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Em seguida, falaremos das leveduras e 
dos bolores.
As análises microbiológicas de controle que são realizadas na água cervejeira, 
a fim de se evitar contaminações no produto, como: coliformes totais e fecais; bolores; 
e leveduras. Vale ressaltar que as cervejas presentes nos mercados não apresentam 
muitos problemas com contaminação microbiológica. As maiores contaminantes da 
cerveja são as bactérias lácticas.
Além das leveduras utilizadas na etapa de fermentação, pode ser verificado 
o surgimento de outros microrganismos, nas outras etapas da produção da cerveja, 
devido à fermentação, que é uma etapa lenta, por consequência da assepsia deficiente 
dos equipamentos. Os agentes microbiológicos podem ocasionar a turvação da cerveja, 
alterar o odor e o sabor da bebida.
 O desenvolvimento dos microrganismos é potencializado em pH acima de 4,5 
e quando a concentração de oxigênio na bebida é alta. Outro fator a ser considerado 
é quando a concentração do lúpulo é baixa, pois, como já aprendemos, a presença do 
lúpulo, além de conferir amargor e odor à cerveja, possui poder bacteriostático, ou seja, 
inibe o crescimento das bactérias. Alguns fatores podem ocasionar a degradação da 
cerveja, tanto no processo produtivo como durante a etapa de armazenamento. Vamos 
falar das bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e dos bolores e leveduras.
2 BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS
 A cerveja é considerada uma bebida com estabilidade microbiana, porém, 
algumas espécies de microrganismos se desenvolvem na cerveja, como: as bactérias 
Gram-positivas e Gram-negativas. Na etapa de fermentação, formam-se álcool, dióxido 
de carbono, e o pH do meio é reduzido de em média 5,3 para 4,1. Considerando que 
os açúcares, os aminoácidos e as vitaminas diminuem neste período, forma-se um 
ambiente propício para o desenvolvimento de microrganismos (DRAGONE et al., 2007).
132
FIGURA 8 – BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/bacteria-gram-realistic-top-view-
petri-1897648045>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Na detecção dos microrganismos, recomenda-se o uso de testes rápidos, como 
os descritos no Quadro 4.
QUADRO 4 – TESTES RÁPIDOS PARA DETECÇÃO DOS MICRORGANISMOS
FONTE: Dragone et al. (2007, p. 248).
133
A metodologia Gram é uma técnica que as bactérias são coradas e 
classificadas em dois grupos: Gram-positivas e Gram-negativas. As principais 
bactérias Gram-positivas são as derivadas de ácido láctico (espécies de 
Lactobacillus e Pediococcus) e possuem crescimento potencializado em 
condições microaerofílicas e, algumas vezes, anaeróbicas. Em adicional, algumas 
espécies Gram-positivas são favorecidas pela presença de dióxido de carbono 
(DRAGONE et al., 2007). 
Os odores desagradáveis ocasionados pela presença das bactérias 
lácticas, possuem características doce, amanteigada ou de mel. São 
ocasionados pela presença de diacetil e ou cetonas vicinais. Em alguns 
casos, ocorre a formação de composto glutinoso que torna a cerveja 
mais viscosa. Por consequência da formação dos heteropolímeros, que 
são compostos contendo glicose, manose e ácidos nucleicos.
FONTE: DRAGONE, G. et al. Produção de Cerveja: microrganismos 
deteriorantes e métodos de detecção. Braz. J. Food Technol., Campinas, 
v. 10, n. 4, p. 242-249, out./dez. 2007.
As bactérias ácido lácticas são responsáveis, em média, por 70% dos problemas 
de contaminação da cerveja, como consequência da presença desses microrganismos 
na cerveja, temos: turvação da cerveja; aumento da acidez; e formação de odores 
desagradáveis (DRAGONE et al., 2007).
FIGURA 9 – CARACTERIZAÇÃO DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/quality-control-expert-inspecting-beer-
laboratory-1128073403>. Acesso em: 12 ago. 2021.
IMPORTANTE
134
Uma espécie de bactérias do gênero Micrococcus (M. kristinae) também 
foi verificada nas cervejas com as seguintes características: baixo teor alcoólico; pH 
superior a 4,5; baixa concentração de lúpulo. Apesar de ser característicos do gênero 
Micrococcus, a respiração aeróbica, a M. kristinae possui potencial de multiplicação e 
crescimento em ambientes aeróbios e anaeróbios. 
Como consequência da presença dela, é verificada a formação de odores 
frutados atípicos na bebida (DRAGONE et al., 2007). 
FIGURA 10 – BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/close-gramnegative-bacteria-growth-
on-macconkey-1691409148>. Acesso em: 12 ago. 2021.
Existe uma variedade de espécies de bactérias Gram-negativas que ocasionam 
a degradação da cerveja, como: as bactérias dos gêneros Pectinatus, Megasphaera, 
Zymomonas e certos membros da família Enterobacteriaceae, cujas características 
serão apresentadas no Quadro 5.
135
QUADRO 5 – CARACTERÍSTICAS DAS BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS
FONTE: Dragone et al. (2007, p. 244-245).
As cervejas podem ser contaminadas por bolores, mediante a disseminação de 
esporos existentes no ar, que são dos gêneros Fusarium spp., Aspergillus spp., Penicillium 
spp. e Rhizopus spp. Algumas leveduras são chamadas de leveduras selvagens, que são 
qualquer levedura que não seja a utilizada na fermentação da cerveja. As leveduras 
selvagens são divididas em não-Saccharomyces e Saccharomyces. Aqui chamaremos 
a levedura própria da cerveja de levedura de cultivo. 
136
QUADRO 6 – CARACTERÍSTICAS DAS LEVEDURAS SELVAGENS
FONTE: Dragone et al. (2007, p. 245-246)
Não-Saccharomyces 
(Brettanomyces, 
Candida, Cryptococcus, 
Debaryomyces, Dekkera, 
Endomyces, Filobasidium, 
Hanseniaspora, 
Hansenula, Kloeckera, 
Kluyveromyces, 
Pichia, Rhodotorula, 
Schizosaccharomyces, 
Torulaspora,Torulopsis e 
Zygosaccharomyces)
Saccharomyces (S. 
diastaticus, S. pastorianus, 
S. ellipsoideus e S. 
Willianus)
Apesar dos inconvenientes ocasionados pelas leveduras selvagens, não existe 
uma forma de detecção específica para cada uma sem a interferência da levedura de 
cultivo. Recomenda-se as seguintes ações:
• combinação de meio de cultivo com o objetivo de propiciar o crescimento da levedura 
selvagem e detecção, a combinação de MYGP (Malt extract, Yeast extract, Glucose, 
Peptone agar) com 200 ppm de CuSO4, um meio não seletivo incubado a 37 °C 
durante quatro dias;
• o uso de XMACS, que corresponde à formação de um meio contendo os seguintes 
componentes: a xilose, o manitol, o adonitol, a celobiose e o sorbitol. Ou por meio 
da formação de uma mistura contendo lisina, chamada de sistema (meio) CLEN, 
esse meio é constituído pelos seguintes componentes: cadaverina, lisina, etilamina 
e nitrato. Vale ressaltar que esse meio de cultivo das leveduras permite a detecção 
da maior parte das leveduras Saccharomyces e não-Saccharomyces, que são as 
leveduras selvagens (DRAGONE et al., 2007).
137
FIGURA 11 – LEVEDURAS SELVAGENS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wild-yeast-brettanomyces-fermenting-
home-brewed-1572747988>. Acesso em: 14 ago. 2021.
A avaliação dos contaminantes presentes em latas de cervejas vendidas em 
quiosques, bares e restaurantes foram avaliadas por Firme e Ueno (2018), no que diz 
respeito aos teores de microrganismos, da seguinte forma:
• contagem total de bolores e leveduras;
• Escherichia coli;
• coliformes totais, coliformes termotolerante;
• contagem total de bactérias aeróbias mesófilas.
Os resultados da análise de uma amostra constituída por 60 latas de cervejas, 
30 seladas e 30 não seladas revelaram a contaminação com os mais diversos tipos de 
microrganismos, conforme apresentado no Quadro 7. 
QUADRO 7 – DETERMINAÇÃO DA CARACTERIZAÇÃO MICROBIANA DAS LATAS DE CERVEJA
Escherichia coli 
FONTE: Firme e Ueno (2018, p. 104).
138
Em adicional, foi encontrado que cerca de 2,2% das amostras estavam 
contaminadas por coliformes tolerantes ao calor (termotolerantes), curiosamente, foram 
encontradas concentrações correspondentes a cerca de 4 e 7 NMP/cm², nas latas de 
cerveja seladas coletadas nos bares. Os resultados mostram que foram verificadas 
contaminações em latas seladas e não seladas, e os maiores níveis de contaminações 
foram verificadas nas bebidas comercializadas pelos ambulantes em embalagens de 
isopor contendo água e gelo (FIRME; UENO, 2018).
139
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• A etapa de fermentação da cerveja é um meio propício para o desenvolvimento de 
microrganismos.
• As principais bactérias Gram-positivas são derivadas de ácido láctico.
• Os odores desagradáveis ocasionados pela presença das bactérias lácticas, possuem 
características doce, amanteigada ou de mel.
• As leveduras selvagens são divididas em não-Saccharomyces e Saccharomyces. E 
ocasionam a degradação da cerveja provocando, por exemplo, o aumento da turvação 
da cerveja, a formação de sabor acético e a formação de odores fenólicos.
140
AUTOATIVIDADE
1 O conhecimento das características da cerveja é de fundamental importância para a 
obtenção de produtos com qualidade. Dessa forma, na etapa de moagem é verificado 
o grau e o teor de pó. Na etapa de brasagem, é medido o pH do mosto, a coagulação 
de proteínas, a cor, aspectos visuais e olfato. Na etapa de fermentação é medido o 
grau de fermentação, extrato aparente, teor de diacetil. Analise as sentenças a seguir.
I- Odores desagradáveis da cerveja são consequências da formação de diacetil e 
acetonas vicinais.
II- As leveduras selvagens, tipo Saccharomyces, ocasionam a formação de odor 
adocicado.
III- As bactérias Gram-positivas ocasionam a formação de odores com características 
amanteigadas.
IV- Bactérias Gram-negativas produzem elevadas quantidades de ácidos propionicos.
 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) I e II são verdadeiras.
b) ( ) I, III e IV são verdadeiras.
c) ( ) I, II e IV verdadeiras.
d) ( ) I e IV são verdadeiras.
2 A cerveja está susceptível à degradação quando em contato com uma variedade 
de microrganismos, leveduras selvagens e bactérias. Sobre esse assunto, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) ( ) As Pectinatus representam as bactérias Gram-positivas.
b) ( ) As Lactobacillus são bactérias Gram-positivas.
c) ( ) As Brettanomyces são leveduras Saccharomyces.
d) ( ) As Pastorianus são leveduras não-Saccharomyces.
3 As análises microbiológicas de controle que são realizadas na água cervejeira, a fim 
de se evitar contaminações no produto, são: coliformes totais e fecais, bolores e 
leveduras.
I- A cerveja é considerada uma bebida com estabilidade microbiana.
II- Na etapa de fermentação da cerveja, formam-se álcool e dióxido de carbono.
III- A determinar a mudança da impedância em um meio de cultivo, analisa-se as 
bactérias gram-positiva e Gram-negativas
IV- Por meio da microscopia fluorescente quantifica-se as leveduras selvagens.
141
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) I e II são corretas
b) ( ) II, III e IV são corretas
c) ( ) I, II e IV são corretas
d) ( ) I, II e III são corretas.
4 As cervejas podem ser contaminadas por leveduras, microrganismos e bactérias. 
Sobre esse assunto, descreva as características das leveduras selvagens.
5 Existem uma variedade de espécie de bactérias Gram-negativas, que ocasionam a 
degradação da cerveja, como: as bactérias dos gêneros Pectinatus, Megasphaera, 
Zymomonas e certos membros da família Enterobacteriaceae. Descreva as 
características das bactérias Gram-negativas.
142
143
TÓPICO 3 - 
PADRONIZAÇÃO DO 
PROCESSO PRODUTIVO
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 3
No Tópico 3, abordaremos as ferramentas utilizadas nos processos produtivos 
cervejeiros, compreendendo como é realizada a gestão da produção. Estudaremos a 
gestão de qualidade que integrou, inicialmente, o cotidiano das organizações de todos 
os portes, atividades e alcance de atuação.
A gestão da qualidade não significa apenas o controle da produção, a qualidade 
intrínseca de bens e serviços, a aplicação isolada de ferramentas e métodos de gestão 
ou uma assistência técnica apropriada. Numa visão mais ampla, os conceitos associados 
à gestão da qualidade passaram a significar modelo de gerenciamento que busca a 
eficiência e a eficácia organizacionais. 
As sete ferramentas básicas do controle de qualidade são um conjunto de 
técnicas identificadas por serem muito úteis na resolução de problemas de qualidade. 
São denominadas básicas porque podem ser aplicadas por pessoas sem treinamentos 
formais em estatística, e porque podem ser usadas para resolver a grande maioria dos 
obstáculos relacionados à qualidade que são encontrados nas empresas. 
2 FERRAMENTAL DE QUALIDADE 
O crescente aumento da competitividade no mercado levou as organizações a 
buscarem maneiras de otimizar seus processos, com a finalidade de reduzir custos. Uma 
das formas para se obter essa redução está na melhoria do controle e gerenciamento 
de estoque (ARAGÃO et al., 2016).
Segundo Barros et al. (2020, p. 214), “[...] a garantia da qualidade nas 
organizações é uma ferramenta que se faz muito importante, pois é através dela que 
se pode identificar todos os produtos seguindo os padrões de qualidade exigidos no 
mercado”. A implementação de um programa de gestão de qualidade precisa de um 
planejamento financeiro dentro das empresas, tendo em vista que envolve custos 
diretos. Entretanto, os resultados são satisfatórios, já que otimiza o processo e garante 
a qualidade no serviço (BARROS et al., 2020). 
144
As ferramentas de qualidade representam um conjunto de técnicas que são 
utilizadas com o objetivo de resolver problemas existentes em um determinado setor. 
Elas são denominadas de: diagrama de Ishikawa, diagrama de Pareto, fluxograma, carta 
de controle, histograma, gráficos de Dispersão, que podem ser aliados com o ciclo 
planejar,fazer, checar e agir (PDCA). 
FIGURA 12 – CICLO PDCA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pdca-plan-do-act-check-
business-2016928469>. Acesso em: 12 ago. 2021.
O diagrama de Ishikawa, mais conhecido como diagrama de causa-efeito, é 
uma ferramenta muito utilizada em qualidade, seu objetivo é organizar o raciocínio em 
gráficos, de modo a solucionar problemas primordiais. O seu principal campo de atuação 
é na produção industrial. 
FIGURA 13 – DIAGRAMA DE ISHIKAWA OU ESPINHA DE PEIXE
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/fishbone-ishikawa-diagram-identify-
cause-effect-1455536138>. Acesso em: 12 ago. 2021.
O PDCA representa um ciclo utilizado com eficiência na resolução de problemas. 
O ciclo é composto pelas seguintes etapas: plan; do; check; e action. 
145
2.1 GESTÃO DA PRODUÇÃO
No processo industrial, é necessário haver controle desde o projeto da planta 
até a inspeção dos produtos finais. Por meio de um programa de qualidade que realize 
não somente a inspeção da matéria-prima, mas também dos produtos, dos clientes, 
dos fornecedores. Para permitir a obtenção de produtos de qualidade e a redução dos 
custos (BARROS et al., 2020).
Dessa forma, a gestão da produção deve iniciar no recebimento dos equipa-
mentos e matérias-primas, pois a baixa qualidade dos insumos e peças pode ocasionar 
a parada da unidade industrial, o retrabalho e a obtenção de produtos sem qualidade. 
Assim, evidenciando a importância do setor de compra, que deve realizar a inspeção dos 
materiais para garantir produtos com a qualidade desejada e menor custo.
O correto gerenciamento do estoque de um sistema produtivo ou de um 
estabelecimento comercial tem uma importância essencial na redução dos custos de 
produção e comercialização dos produtos, por exemplo, na produção e comercialização 
de produtos farmacêuticos. O gerenciamento permite a previsão do prazo de validade 
dos insumos, evitando a deterioração do material durante a estocagem e a paralização 
da produção, tendo em vista que, muitas vezes, os fornecedores dos insumos não se 
encontram na mesma região da fábrica (RIBEIRO, 2009).
• Plan (planejamento): consiste no estabelecimento da meta ou objetivo a ser 
alcançado, e do método, ou plano, para se atingir este objetivo; 
• Do (execução): é o trabalho de explicação da meta e do plano, de forma que todos os 
envolvidos entendam e concordem com o que se está propondo ou foi decidido; 
• Check (verificação): durante e após a execução, deve-se comparar os dados obtidos 
com a meta planejada, para se saber se está indo em direção certa ou se a meta foi 
atingida; 
• Action (ação): transformar o plano que deu certo na nova maneira de fazer as coisas 
(SAVEDRA et al., 2021).
A folha de verificação consiste em uma planilha na qual é anotado ou registrado 
dados. A folha facilita a coleta de dados, pois já existe local específico para cada vari-
ável, as condições do processo, local e data da coleta de dados (MAICZUK; ANDRADE 
JÚNIOR, 2013).
O perfeito conhecimento das etapas do processo produtivo permite a 
análise e a resolução dos problemas de forma mais rápida. Os fluxogramas, isto é, os 
diagramas de blocos, são constituídos pela sequência de etapas do processo produtivo, 
representando, de forma simples, fácil e ordenada, as etapas do processo produtivo 
(MAICZUK; ANDRADE JÚNIOR, 2013).
146
Um dos objetivos do controle de estoque é reduzir os custos proveniente da 
manutenção e da aquisição do estoque. A administração do estoque representa a base 
para o controle da cadeia produtiva, tendo em vista que as matérias-primas usadas na 
produção permanecem armazenadas no almoxarifado, setor responsável por compra e 
logística. As etapas de aquisição e disponibilização dos produtos para os clientes deve 
ser realizada com rapidez, permitindo a redução dos custos e fidelização dos clientes 
(RIBEIRO, 2009; BALLOU, 2001).
Sendo assim, é essencial adotar ferramentas que auxiliem o controle dos 
estoques nas empresas, pois elas permitem que, de maneira rápida e eficiente, obtenha-
se informações valiosas, como: volume de dinheiro aplicado em estoques; rotatividade 
dos estoques, custo da mercadoria; e a média de compras e/ou vendas em determinado 
período (MARQUES, 2010; REIS et al., 2016).
O Planejamento e Controle da Produção (PCP) tem como objetivo a produção 
com menor custo e qualidade exigida pelo cliente. É o setor da indústria responsável 
pelo monitoramento, gerenciamento e controle da produção. O PCP corresponde a um 
departamento que presta apoio à gerência da fábrica. O objetivo principal é coordenar e 
administrar os recursos produtivos, visando atender a demanda da melhor forma possível. 
A ausência do setor na indústria pode ocasionar aumento de custo de produção, atrasos, 
retrabalho e sobrecarga dos funcionários (BARROS et al., 2020). Dentre as atribuições do 
PCP, podemos citar:
• planejamento e gerenciamento da produção ligando a produção com os fornece-
dores de serviços, com os fornecedores dos insumos, com as necessidades (de-
manda) dos clientes;
• suporte técnico para que todas as atividades da produção sejam executadas com êxito;
• bons resultados por meio do bom planejamento, do cumprimento de todas as etapas 
da programação e do controle de todas as etapas do processo e da logística de 
compra de insumos e venda dos produtos.
A globalização tornou o gerenciamento da produção um diferencial por 
proporcionar redução de custos de produção, tornando os produtos completivos. 
Por consequência, o PCP vem implantando técnicas que facilitam o gerenciamento 
da produção, como: Lean Manufacturing, Kaizen, Kaban, Just in Time, 5W2H 
(MOLINA;REZENDE, 2006).
O Kaizen visa a redução de custos de produção, tornando os produtos 
completivos, agregando maior valor com o mínimo de desperdício ao processo, isto é, 
busca a melhoria contínua do processo. O Kaban representa a sinalização realizada com 
o objetivo de controlar o fluxo de produtos por meio de cartões, sendo uma estratégia 
de comunicação visual.
147
 O Just in Time representa o fluxo contínuo, permite a produção ágil. Não 
havendo a interrupção da produção, nem a formação de estoques intermediários ou 
super estoques, diminuição do tempo de parada das máquinas (ESTEVES, 2014). 
Ele tem como objetivo suprir a necessidade instantânea, sem haver desperdício, 
dos insumos, das horas trabalhadas pelos colaboradores, realizando a produção 
mediante a solicitação do cliente, ou seja, a produção por encomenda. O Just in Time 
está baseado nos seguintes princípios (RIBEIRO, 2009): 
• princípios de qualidade;
• princípio da velocidade; 
• princípio da confiabilidade; e 
• princípio da flexibilidade e compromisso. 
O 5W2H é uma ferramenta que descreve o plano de ação de forma clara, res-
pondendo as seguintes questões: o que (what), quem (who), quando (when), onde 
(where), porque (why) e como (how). Já o Lean Manufacturing surgiu no Japão, 
após a Segunda Guerra Mundial. O seu principal intuito é produção limpa, sem des-
perdício, reduzindo o tempo entre o pedido e o prazo de entrega ao cliente (ARAUJO; 
RENTES, 2006).
O uso do ciclo PDCA, em conjunto com as ferramentas de qualidade, foi visando 
padronizar a produção de uma fábrica de cerveja artesanal. Dessa forma, os aspectos 
relacionados à cor e ao amargo da bebida foram monitorados (SAVEDRA et al., 2021).
Sabemos que tanto os parâmetros cor quanto amargor da cerveja estão 
diretamente relacionados ao lúpulo. Porém, foram utilizadas equações matemáticas 
que relacionam a quantidade de malte e o rendimento da brasagem. 
Os parâmetros de interesse foram utilizados visando medir e padronizar os 
aspectos da qualidade da bebida. Seguindo as diretrizes do programa de certificação da 
cerveja, o Beer Judje Certification Program (BJCP). 
O peso total do malte que será usado na brasagem foi determinado utilizando 
a Equação (4):
PTM = 5 * Vol * (OG-1) Equação (4)
Em que: 
• Sendo PTM o peso total de malte.• Vol o volume total em litros.
• OG a densidade original.
148
Após o cálculo do peso total do malte, é calculada a quantidade de cada tipo 
específico de malte que será utilizado. Em seguida, foi calculada a cor, por meio da 
Equação (5):
 Equação (5)
Em que: 
• Sendo Cor i a cor inicial.
• Cor a cor do malte em SEM. 
• Pm o peso do malte.
• Vf o volume final.
Os valores de cor obtidos por meio da Equação (5) foram comparados com os 
dados fornecidos pelo espectrômetro. O amargor foi determinado utilizando a unidade 
internacional que caracteriza o amargor, medida pela International Bitterness Units 
Scale (IBU), Equação (1).
Os resultados obtidos foram analisados por meio do ciclo PDCA. Na etapa de 
planejamento (P), utilizou-se o gráfico de controle de médias para identificação do 
problema, permitindo visualizar o nível de variabilidade das propriedades: cor e amargor. 
Na fase D, foram verificados dados de cor e amargor fornecidos pela planta industrial.
Na fase C, verificou-se se as medidas tomadas estão sendo efetivas. Dessa 
forma, foram implementadas ações que descreviam um plano de ação para padronização 
da coloração, especificando parâmetros, como as causas para a variação da coloração, 
diferentes fornecedores e diferentes quantidades de malte usado. E cujas ações 
recomendadas foram a compra exclusiva do fornecedor B e a padronização da quantidade 
de malte usado em 35 kg. A verificação da fase C ocorreu mediante a comparação dos 
dados de coloração antes e depois da implementação das medidas de padronização.
A fase A do ciclo PDCA aplicada para a coloração da cerveja (padronizar), 
consistiu em eliminar definitivamente as causas da variação da coloração. Ao final dessa 
fase, foi construído o diagrama de árvore (Figura 14), que estabeleceu os seguintes 
parâmetros: padronização do fornecedor, da quantidade de malte utilizado e o valor alvo 
da coloração média em SEM.
149
FIGURA 14 – DIAGRAMA DE ÁRVORE DA PADRONIZAÇÃO DA COLORAÇÃO DA CERVEJA PILSEN 
POR MEIO DO CICLO PDCA
FONTE: Baseada em Sevedra et al. (2021, p. 14)
Na figura estão apresentadas as etapas de implementação do ciclo PDCA para o 
controle da coloração da cerveja, que foram padronizadas da seguinte forma: por meio 
da escolha de um fornecedor dos insumos (malte da cerveja); por meio da seleção de 
uma quantidade fixa de malte a ser utilizada em todas as bateladas de produção de 35 
kg; e pela determinação da coloração em SRM.
Uma ferramenta utilizada na etapa de gestão do desenvolvimento dos produtos 
é o desdobramento da função da qualidade que vem da sigla em inglês QFD (Qualitty 
Function Deployment). Essa ferramenta visa satisfazer a demanda dos clientes com base 
nas diretrizes dos consumidores finais (MELLO; SILVA, 2020).
FIGURA 15 – DESDOBRAMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/flat-design-people-qfd-quality-
function-2006293520>. Acesso em: 10 ago. 2021.
150
O QFD é chamado de casa da qualidade, por consequência da apresentação 
gráfica visual da ferramenta. Ele traduz a forma como os clientes visualizam os 
requisitos dos produtos. Dessa forma, essa ferramenta permite a identificação de 
possíveis oportunidades e de deficiências do processo produtivo. Dentre as atribuições 
da ferramenta a análise dos dados deve ser realizada seguindo as etapas a seguir:
• análise da viabilidade do desenvolvimento e/ou alterações/ descarte de um produto;
• definir as características (níveis) da qualidade que se deseja atingir;
• investigação do tempo de validade de um produto ou ciclo de vida;
• elaborar uma planilha (tabela) com os grãos de importância de cada parâmetro de 
qualidade, que normalmente é dado por meio da escala de Libert (um a cinco);
• quantificar o grau de qualidade de cada produto (grau de desempenho). 
• determinar quais itens serão utilizados no processo de incrementação das vendas. 
Realizando perguntas da seguinte forma: se aumentar o nível de qualidade desse 
produto em x%, aumentaria as vendas em quantos %?
• quantificar a influência de cada fator de qualidade por meio do peso absoluto, que 
será o produto entre o grau de importância de um determinado produto vezes o plano 
de qualidade desse produto vezes o argumento de venda. 
• determinar o peso relativo que representa a razão entre o peso absoluto e a somatória 
de todos os pesos absolutos.
• determinar o peso absoluto referente às características da qualidade (PCQ), que é 
determinado mediante a multiplicação do peso absoluto da qualidade exigida pelo 
peso da ponderação e agregado a coluna referente a todas as características da 
qualidade (MELLO; SILVA; 2020).
FIGURA 16 – MATRIZ DA GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS
FONTE: Baseada em Mello e Silva (2020, p. 43)
151
Observando a matriz da gestão de desenvolvimento do produto (Figura 16) 
podemos realizar as seguintes interpretações:
• o Campo 1 está relacionado às necessidades do cliente, esse item possibilita analisar 
a necessidades do cliente e transformá-las em demanda;
• o Campo 2 organiza a demanda do cliente obedecendo o grau de importância;
• o Campo 3 refere-se ao benchmark que realiza a comparação entre os produtos já 
existentes;
• o Campo 4 refere-se aos requisitos que o produto precisa possuir;
• o Campo 5 a matriz de relacionamento compara as propriedades do produto com 
relação aos requisitos especificados na demanda do cliente;
• no Campo 6 as características ou requisitos do produto são quantificadas por meio da 
análise do grau de intensidade e do nível de importância de cada requisito;
• para finalizar, é construída, no Campo 7, a matriz de correlação (MELLO; SILVA, 2020).
Observando o resultado da matriz QFD para a cerveja Lager analisada por 
Mello e Silva (2020), a análise foi baseada na qualidade exigida pelo cliente e foram 
observados os seguintes aspectos:
• a aparência da cerveja, que está relacionada com a cor a turbidez e a uniformidade da 
espuma. Dentro os aspectos mostrados o que apresentou maior grau de importância 
foi a cor (3,89);
• o aroma, que está relacionado com o álcool, o malte, o lúpulo e as frutas. O malte 
apresentou maio grau de importância (4,27);
• analisando os aspectos relativos ao sabor da cerveja (álcool, malte, residual da 
cerveja, doce, acido, amargo, frutas e carbonatação), o malte apresentou maior grau 
de importância (4,39);
• analisando a textura da cerveja que é influenciada pela qualidade encorpada, recebeu 
o grau de importância correspondente a 4,63;
• para finalizar, o último aspecto listado foi o preço que recebeu grau de importância 
de 4,27.
O objetivo do desenvolvimento da matriz QFD foi determinar, dentre os aspectos 
exigidos pelo cliente, quais os aspectos que possuem maior grau de importância. A 
análise geral de todos os aspectos mostrou que os aspectos mais importantes, na ordem 
de importância, para o cliente são: aroma do malte; sabor do malte; textura encorpada; 
e preço. 
A análise levou em consideração os requisitos que atingiram o peso relativo, 
transformando-se em prioridade para o desenvolvimento de uma nova marca de 
cerveja artesanal, que conduzirá a satisfação dos clientes e, consequentemente, maior 
aceitação do mercado. 
Dessa forma, conclui-se que a realização da pesquisa QFD é importante 
para quantificar a aceitação de mercado de um novo produto ou pesquisar possíveis 
alterações em produtos existentes, que conduzirão a maior aceitação dos clientes ou 
consumidores (MELLO; SILVA, 2020).
152
INOVAÇÕES E CERVEJEIRAS
Investimento em pesquisa e em novas tecnologias melhora a qualidade da cerveja 
brasileira e os custos de produção
João Batista de Almeida e Silva
INTRODUÇÃO
O Brasil é o terceiro maior produtor e um dos grandes consumidores de cerveja 
do mundo. São fabricados 13,8 bilhões de litros por ano, o que coloca o país no ranking 
global atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Na última década, o consumo 
aumentou a uma taxa média de 5% ao ano,com destaque para o segmento de cervejas 
artesanais, que teve uma evolução anual em torno de 20%. Com um mercado tão 
robusto, várias iniciativas inovadoras são fomentadas nas universidades, cervejarias, 
institutos de pesquisa e por agricultores. Unidos em um esforço conjunto para melhorar 
a qualidade do produto e reduzir os custos de fabricação, eles são responsáveis por 
um leque de inovações relacionadas tanto ao processo produtivo quanto ao cultivo no 
país dos principais ingredientes da bebida, além da água: cevada, lúpulo e levedura. “A 
indústria cervejeira brasileira é formada por mais de 50 complexos fabris com tecnologia 
de padrão mundial”, diz Paulo Petroni, diretor-executivo da Associação Brasileira da 
Indústria da Cerveja (CervBrasil), entidade que reúne os maiores fabricantes do país.
Um exemplo do esforço inovativo do setor ocorre com a cevada, principal 
fonte de amido da bebida. Mais de 90% do grão plantado no país é fruto de pesquisa 
nacional. Criado há 40 anos, o programa de melhoramento genético liderado pela 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) já lançou no mercado 30 novos 
cultivares de cevada cervejeira adaptados às condições de clima e solo. “Com os nossos 
cultivares, conhecidos pela sigla BRS, a produtividade mais do que triplicou. Nos anos 
1970, colhíamos por volta de 1 tonelada de cevada por hectare e agora chegamos a 3,5 
toneladas por hectare”, informa o engenheiro-agrônomo Euclydes Minella, responsável 
pelo programa na Embrapa Trigo, em Passo Fundo (RS). “As novas variedades do grão 
que desenvolvemos ajudaram a consolidar a lavoura de cevada cervejeira. Hoje, temos 
cultivares mais produtivos, com perfil superior de resistência a doenças e de melhor 
qualidade industrial. Dificilmente, sementes de cevada importadas vingam no país. As 
variedades desenvolvidas aqui são muito competitivas comercialmente.”
LEITURA
COMPLEMENTAR
153
Quando foi criado, o programa pretendia substituir a cevada usada pelas 
cervejarias que, naquela época, era toda importada. Esse objetivo ainda não foi 
atingido. A produção nacional de 300 mil toneladas por ano (t/ano) do grão, de acordo 
com a Embrapa, atende a 43% da necessidade da indústria brasileira para produção 
de malte, nome dado ao cereal germinado seco usado na fabricação da bebida. Para 
suprir a demanda dos fabricantes, o Brasil compra cerca de 400 mil t/ano de cevada de 
produtores argentinos, europeus, norte-americanos e canadenses.
NOVAS FRONTEIRAS
Gramínea parecida com o trigo, a cevada (Hordeum vulgare) é originária do 
Oriente Médio. Foi domesticada inicialmente na antiga Mesopotâmia, região onde hoje 
estão o Iraque e a Síria. É uma cultura anual, com a semeadura no Brasil de maio a julho 
e a colheita entre setembro e novembro. Na última década, o plantio se concentrou no 
Rio Grande do Sul e Paraná, estados que têm características climáticas propícias ao 
pleno desenvolvimento da planta. Juntos, respondem por mais de 90% da produção 
nacional. Por meio das pesquisas da Embrapa, a lavoura tem ampliado suas fronteiras 
e hoje já é possível produzir o grão em escala comercial em São Paulo, Goiás e Minas 
Gerais. “Lançamos até 2013, em parceria com a Malteria do Vale, de Taubaté [SP], as 
variedades BRS, Sampa, Manduri e Itanema para cultivo nas lavouras irrigadas de São 
Paulo”, conta Euclydes Minella. “Em São Paulo, responsável por cerca de 5% da produção 
do grão, 100% das plantações são formadas por cultivares da Embrapa.”
A cooperação entre a Embrapa e produtores, maltarias (fábricas que transformam 
a cevada em malte) e fabricantes de cerveja, segundo Minella, está na base do sucesso 
do programa Embrapa de melhoramento da cevada. “As quatro maltarias instaladas no 
país – duas da Ambev, no Rio Grande do Sul, uma da Cooperativa Agrária Industrial, em 
Guarapuava [PR], e uma da Malteria do Vale, em São Paulo – são parceiras da Embrapa”, 
informa Minella. 
Outro fator que explica o êxito da iniciativa é a tecnologia por trás da criação dos 
novos cultivares. “Pelo método tradicional de melhoramento genético, um novo cultivar 
leva pelo menos seis anos para fixar suas características genéticas. Depois disso, são 
necessários mais quatro anos em testes de campo para avaliação de rendimento, da 
qualidade do grão e de resistência a doenças”, explica Minella. Na Embrapa Trigo, os 
cientistas usam a técnica de haplodiploidização, com o desenvolvimento in vitro de 
plantas derivadas de gametas (células reprodutivas), portadoras da metade do genoma, 
que de forma espontânea ou artificial dá origem a linhagens duplo-haploides. “Assim, 
alcançamos uma nova linhagem pura geneticamente em apenas uma geração, ao invés 
de seis ou mais com o processo convencional, obtendo um novo cultivar em sete anos.”
Assim como a cevada, o lúpulo (Humulus lupulus), outro ingrediente essencial 
na receita da cerveja, também é alvo de intensa pesquisa agronômica. Responsável 
pelo amargor da bebida, a planta é uma trepadeira de origem europeia, muito difícil 
154
de ser cultivada no país. Apenas as flores da planta fêmea, ricas em resinas amargas 
e óleos essenciais, entram na composição da bebida. Ela tem uma folha no formato 
de palma e cresce se enrolando em fios. Atinge 6 metros de altura e, no auge de seu 
desenvolvimento, cresce até 30 centímetros por dia. Por ser uma cultura típica de 
regiões de clima temperado do hemisfério Norte, ela nunca se adaptou às condições 
do país, que importa todo o lúpulo usado pelas cervejarias nacionais – em torno de 2,4 
mil toneladas por ano, ao custo de cerca de US$ 35 milhões. Até poucos anos atrás, 
a produção nacional de lúpulo era inexistente, mas o trabalho de pesquisadores e 
pequenos produtores está mudando esse cenário.
“Ter um lúpulo produzido no Brasil é importante não apenas para não 
dependermos mais de sua importação, mas, principalmente, para formação de uma 
escola cervejeira nacional”, diz o engenheiro-agrônomo Felipe Francisco, que desde 
2012 estuda a planta. Dono de uma consultoria agrícola com sede em Curitiba (PR), ele 
pesquisou o lúpulo durante o mestrado concluído há dois anos na Universidade Federal 
do Paraná (UFPR). Além de baixas temperaturas – essenciais para que a trepadeira 
brote –, outro desafio para o cultivo no país é o tempo de exposição diária à luz solar. 
“No Brasil, o fotoperíodo, ou seja, a duração do dia, varia pouco ao longo do ano. E isso 
não é bom para a planta”, diz Francisco.
O pesquisador explica que, para o lúpulo produzir em quantidade e qualidade 
desejada, no tempo certo, é necessário haver uma variação no tempo de exposição ao sol 
no decorrer de seu ciclo de crescimento, de um mínimo de 9,5 horas de luz solar por dia 
a um máximo de 14,5 horas. “Ao perceber que o período de insolação está aumentando, 
a planta naturalmente passa a produzir um hormônio, chamado giberelina ou GA, que 
acelera seu crescimento. Já quando os dias começam a encurtar – no hemisfério Sul, a 
partir de 21 de dezembro –, a produção de GA diminui e ela começa a florar. Em poucas 
semanas, em fevereiro ou março, é hora de colher as flores para produzir o lúpulo”, afirma 
Francisco. A saída encontrada no Brasil foi “enganar” a planta, simulando o fotoperíodo 
ideal ao seu desenvolvimento. Para isso, o produtor instala refletores na lavoura e, com 
a luz artificial, cria dias mais longos e reduz a iluminação quando necessário.
Há dois anos, Francisco presta consultoria a agricultores do Rio Grande do Sul, 
Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Bahia para viabilizar 
produções em pequena escala de lúpulo. “Para nossa surpresa, colhemos lúpulo nas 
últimas duas safras. Todos com boa qualidade, menos na Bahia e Mato Grosso, com 
qualidade média, mas aceitável. A produtividade média foi de 1 tonelada por hectare, 
cerca de um terço da europeia, o que não é ruim.”
Em São Bento do Sapucaí, município paulista na serra da Mantiqueira, vizinho a 
Campos do Jordão, o engenheiro-agrônomo Rodrigo Veraldi também persegue,há mais 
de uma década, o objetivo de criar um plantio nacional de lúpulo. Foi por um lance do 
acaso que ele teve sucesso. “Em 2005, iniciei uma lavoura com sementes de um lúpulo 
canadense fornecidas por um amigo. Algumas mudas cresceram em uma estufa, mas 
quando as transferi para o campo nenhuma delas vingou”, recorda-se Veraldi.
155
O agrônomo jogou o material fora, na compostagem de seu sítio, e esqueceu 
do assunto. Tempos depois, percebeu que uma trepadeira brotara no local. “Era um pé 
de lúpulo sobrevivente. Ele deve ter sofrido alguma mutação genética que o tornou 
adaptado ao intenso regime de chuvas da Mantiqueira e resistente ao ataque de 
fungos. Foi um feliz acaso botânico”, conta. Veraldi multiplicou esse indivíduo e deu 
início a um dos primeiros – senão o primeiro – cultivo comercial de lúpulo do país em 
escala muito pequena.
Em 2014, a cervejaria nipo-brasileira Brasil Kirin, fabricante das marcas 
Schincariol, Devassa, Eisenbahn, entre outras, interessou-se pela experiência de 
Veraldi e estabeleceu uma parceria para fomentar a produção. “Nosso objetivo foi 
estimular o cultivo de um lúpulo brasileiro, contribuindo para o fortalecimento da 
cultura cervejeira nacional”, conta o engenheiro químico Rubens Mattos, gerente de 
Pesquisa e Desenvolvimento da Brasil Kirin. Naquele mesmo ano, amostras da variedade 
experimental de Veraldi foram usadas em uma edição especial de 15 anos na Baden 
Baden, cervejaria da empresa em Campos do Jordão.
“Desde esse primeiro teste, estamos investindo continuamente na melhoria 
da produção, fornecendo apoio tecnológico e envolvendo cientistas do Japão, sede 
da Kirin, e de universidades brasileiras, como USP [Universidade de São Paulo] e 
UFPR”, diz Mattos. Em 2015, a cervejaria comprou a variedade de Veraldi e expandiu o 
plantio para outras regiões do país. A expectativa é colher até 1.500 quilos de flor em 
2017 e lançar uma cerveja feita com um lúpulo totalmente nacional. Segundo Mattos, 
a quantidade de lúpulo e malte varia com o tipo de cerveja. “Apenas como referência, 
para o tipo pilsen, no mercado brasileiro, são 8 quilos de malte e 300 gramas de lúpulo 
para cada 100 litros de cerveja.”
A Brasil Kirin, segundo Mattos, planeja registrar a variedade no Serviço Nacional 
de Proteção de Cultivares (SNPC), do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento 
(Mapa). Para isso, faz análises a fim de definir se realmente se trata de um novo cultivar. 
“Nossa aposta é que as plantas cruzaram novamente, de forma espontânea, e deram 
origem a uma nova variedade. Estudos genéticos vão elucidar essa questão”, avalia Mattos.
O cultivo de lúpulo no país pode beneficiar especialmente os pequenos 
fabricantes de cervejas especiais, aquelas com características exclusivas, tais como 
cor, aromas e sabores atípicos, produzidas de forma artesanal. Com a produção limitada, 
essas microcervejarias precisam de quantidades reduzidas de lúpulo. Atualmente, elas 
acabam pagando mais pelo lúpulo importado, que é cotado em dólar, do que os grandes 
fabricantes, que compram maiores quantidades do produto.
O Brasil vive uma explosão de microcervejarias. Esse movimento, iniciado no 
início deste século, ganhou impulso nos últimos anos e, segundo a Associação Brasileira 
de Microcervejarias (Abracerva), já existem no país por volta de 420 estabelecimentos 
do gênero. Juntas, elas respondem por cerca de 1% do volume consumido no país. “As 
156
microcervejarias oxigenaram o setor cervejeiro nacional. Durante anos, as grandes 
cervejarias fabricaram basicamente um tipo de bebida, a American Stardard Lager, uma 
cerveja leve, de coloração clara e fácil de beber. Nos anos 1990, principalmente em São 
Paulo, começou um movimento de importar cervejas de outros tipos, com sabores mais 
acentuados, ainda de forma tímida e restrita a poucos bares e supermercados. Com o 
surgimento dos pequenos produtores, o portfólio se ampliou e foi lançada uma gama de 
bebidas que o brasileiro desconhecia: cervejas com diferentes teores alcoólicos, novos 
ingredientes, sabores e aromas variados e diversos níveis de amargor”, destaca o biólogo 
Luís Henrique Poleto, consultor e mestre-cervejeiro da A Tutta Birra, microcervejaria de 
Piracicaba (SP) que fabrica cinco tipos diferentes de cerveja.
Autor de uma tese da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da 
USP sobre envelhecimento de cerveja em barril de madeira, Poleto lembra que outra 
linha de pesquisa que empolga o setor está relacionada à busca por novas leveduras. 
Durante a fabricação da bebida, esses microrganismos desempenham um papel 
fundamental, o de digerir os açúcares presentes no mosto cervejeiro – como maltotriose, 
maltose e glicose –, transformando-os em álcool. Mosto é o caldo formado pela cevada 
e água, que é aquecido e depois fervido no início do processo de fabricação da bebida. 
Historicamente, emprega-se no processo a levedura Saccharomyces cerevisae, mas 
a tentativa de criar cervejas com diferentes perfis tem estimulado especialistas a 
avaliarem o uso de microrganismos não convencionais que permitam novas abordagens 
de processamento.
“Leveduras não-Saccharomyces têm suscitado especial interesse na 
indústria por demonstrar bom desempenho fermentativo e capacidade de contribuir 
com compostos aromáticos diferentes, assim como outros aspectos organolépticos 
[percebidos pelos sentidos humanos como olfato, paladar etc.] do produto”, afirma o 
biólogo Cauré Barbosa Portugal, especialista em bebidas fermentadas, que fez um 
estágio de pós-doutorado em processos fermentativos alternativos da cerveja e da 
cachaça na Esalq-USP. “Buscamos isolar e caracterizar outras espécies de levedura 
para a elaboração de cervejas especiais. Nosso grupo de pesquisa revelou algumas 
possibilidades de exploração desses microrganismos para produção de bebidas com 
novas abordagens de bioaromatização – incorporação de compostos aromáticos por 
vias biológicas, além de cervejas funcionais, aquelas com baixo teor alcoólico e maior 
concentração de fibras, vitaminas e minerais.”
Com o bom resultado obtido nas pesquisas, Cauré decidiu criar uma empresa 
para oferecer leveduras customizadas ao mercado de bebidas. “Uma possibilidade 
inovadora é o emprego de blends de leveduras, que é a utilização de mais de um 
microrganismo no processo fermentativo. Algumas proporcionam mais aromas, 
enquanto outras são mais neutras. Ao empregar mais de uma levedura de forma conjunta 
ou sequencial – primeiro um certo microrganismo e, em seguida, outro –, podemos 
modular o processo fermentativo e criar uma cerveja diferente, com características 
próprias”, informa o pesquisador. Batizada de Smart Yeast (levedura inteligente), a 
startup encontra-se em fase de projeto.
157
A ESTABILIDADE PROTETORA
A busca por uma cerveja de excelência também tem levado pesquisadores a 
estudar detalhes da estrutura do líquido, como sua espuma. Essa é a linha de pesquisa 
do engenheiro de alimentos Flávio Luís Schmidt, professor da Faculdade de Engenharia 
de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA-Unicamp). “O objetivo é 
melhorar a estabilidade da espuma da cerveja industrializada por meio da adição de 
hidrocoloides”, conta Schmidt. Hidrocoloides são polissacarídeos de alto peso molecular 
extraídos de plantas, algas ou produzidos por síntese microbiana.
A espuma varia conforme o tipo de cerveja e, além de aprisionar aromas e 
perfumes, ela atrasa o processo de oxidação, que altera o sabor da bebida, ao impedir 
que a luz incida diretamente sobre o líquido. “Quanto mais estável for a espuma, mais 
tempo ela permanecerá no copo. As cervejas fabricadas no Brasil, com altos níveis de 
adjuntos não maltados, perdem proteína em sua composição e, com isso, estabilidade 
de espuma”, diz Schmidt. “O foco do trabalho foi dar outras opções de estabilização de 
espuma, fora o estabilizante mais comum, o alginato de propilenoglicol (APG).”
Os resultados do estudo mostraram que o APG foi o hidrocoloide com melhor 
desempenho na estabilizaçãoda espuma, porém, a pectina de alta viscosidade (originada 
da camada interna da casca da laranja) e a goma locusta (um tipo de carboidrato de 
origem vegetal), em associação com o APG, também se mostraram viáveis.
O TOQUE DOS ADJUNTOS
Na Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP) da Universidade de São Paulo, o 
foco das pesquisas são os chamados adjuntos cervejeiros, uma miríade de ingredientes 
usados na formulação da bebida para substituir alguma proporção do malte. Essas 
fontes alternativas podem ser ingredientes sólidos, como cereais não maltados (milho, 
arroz, trigo, sorgo, aveia e centeio), ou líquidos, entre eles xaropes, melados e açúcar da 
cana ou beterraba. Além de reduzir o custo da produção – já que os adjuntos tendem 
a ser mais baratos do que o malte da cevada –, o uso permite a fabricação de cervejas 
com sabores e aromas diversos.
“Aqui em Lorena, estudamos adjuntos não convencionais, diferentes daqueles 
usados pelas grandes cervejarias, como o milho e o arroz”, explica o engenheiro 
químico João Batista de Almeida e Silva, professor de Tecnologia de Bebidas e líder 
do Laboratório Planta-Piloto de Bebidas da instituição. O primeiro adjunto pesquisado 
foi o arroz preto, um cereal rico em compostos fenólicos e com elevados teores de 
proteína e fibra. “No processo convencional de beneficiamento desse arroz, verifica-se 
a quebra de até 35% dos grãos. Usamos esses resíduos, sem valor de mercado, como 
adjunto cervejeiro. As características aromáticas do cereal passaram para a cerveja”, 
explica o pesquisador. O estudo, feito pelo aluno de doutorado Claudio Marcelo 
Andrade, gerou um pedido de patente.
FONTE: <https://revistapesquisa.fapesp.br/inovacoes-cervejeiras>. Acesso em: 31 jul. 2021.
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• O PCP permite a produção com menor custo e com a qualidade exigida pelo cliente.
• O perfeito conhecimento das etapas do processo produtivo permite a análise e a 
resolução dos problemas de forma mais rápida.
• As ferramentas de qualidade representam um conjunto de técnicas que são utilizadas 
com o objetivo de resolver problemas existentes em um determinado setor.
• O ciclo PDCA é composto pelas seguintes fases: planejamento; execução; verificação; 
e ação.
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AUTOATIVIDADE
1 Em um processo industrial, é necessário haver um controle desde o projeto da 
planta até a inspeção dos produtos finais, por meio de um programa de qualidade 
que realize não somente a inspeção da matéria-prima, mas também dos produtos, 
dos clientes, dos fornecedores. Analise as sentenças a seguir:
I- O PCP tem como objetivo a produção com menor custo e com a qualidade exigida 
pelo cliente.
II- São perguntas realizadas pela ferramenta 5W2H: o que (what), quem (when), quando 
(who), onde (where), porque (why), como (how) e quanto custa (how much).
III- O Kaban agrega maior valor com o mínimo de desperdício ao processo e representa 
a melhoria contínua do processo.
IV- O Lean Manufacturing visa a produção limpa, sem desperdício, reduzindo o tempo 
entre o pedido e o prazo de entrega ao cliente.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e III estão corretas
c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas
d) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
2 As sete ferramentas básicas do controle de qualidade são um conjunto de técnicas 
identificadas por serem muito úteis na resolução de problemas de qualidade. São 
denominadas básicas porque podem ser aplicadas por pessoas sem treinamentos 
formais em estatística, e porque podem ser usadas para resolver a grande maioria 
dos obstáculos relacionados à qualidade que são encontrados nas empresas. Analise 
as sentenças a seguir.
I- Por meio do diagrama de causa-efeito, analisa-se e identifica-se as principais causas 
de variação do processo ou da ocorrência de um problema.
II- De acordo com o ciclo PDCA, durante e após a execução, deve-se comparar os 
dados obtidos com a meta planejada, para se saber se está indo em direção certa 
ou se a meta foi atingida.
III- A folha de verificação permite perfeito conhecimento das etapas do processo 
produtivo, e permite a análise e a resolução dos problemas de forma mais rápida.
IV- Planejamento e controle da produção interligando a produção, o fornecimento dos 
produtos e serviços com a demanda do cliente.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, II e III são verdadeiras.
b) ( ) As sentenças III e IV são verdadeiras
c) ( ) As sentenças I, II e IV são verdadeiras.
d) ( ) As sentenças I e II são verdadeiras.
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3 O PCP vem implantando técnicas que facilitam o gerenciamento da produção, como: 
Lean Manufacturing, Kaizen, Kaban, Just in Time, 5W2H. Assinale a alternativa CORRETA.
a) ( ) O 5W2H é uma ferramenta visa descrever o plano de ação de forma clara, 
respondendo cinco questões.
b) ( ) O Kaban surgiu no Japão e visa a produção limpa, sem desperdício, reduzindo o 
tempo entre o pedido e o prazo de entrega ao cliente.
c) ( ) O Kaizen representa o fluxo contínuo e permite a produção ágil, não havendo a 
interrupção da produção, nem a formação de estoques.
d) ( ) O Kaban visa a globalização tornou o gerenciamento da produção um diferencial 
por proporcionar redução de custos de produção, tornando os produtos 
completivos.
4 As sete ferramentas básicas do controle de qualidade são um conjunto de técnicas 
identificadas por serem muito úteis na resolução de problemas de qualidade. Defina 
o ciclo PDCA.
5 A garantia da qualidade nas organizações é uma ferramenta que se faz muito 
importante, pois é através dela que se pode identificar todos os produtos seguindo os 
padrões de qualidade exigidos no mercado. Defina o diagrama de espinha de peixe.
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