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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
MESTRADO ACADÊMICO EM FARMACOLOGIA
ANTÔNIO CLÁUDIO BARROS BARRETO
PREVENÇÃO PELO ÁCIDO LÁURICO DE ALTERAÇÕES MANIA SÍMILE EM
MODELO EXPERIMENTAL INDUZIDO POR D-ANFETAMINA
FORTALEZA - CEARÁ
2020
ANTÔNIO CLÁUDIO BARROS BARRETO
PREVENÇÃO PELO ÁCIDO LÁURICO DE ALTERAÇÕES MANIA SÍMILE EM MODELO
EXPERIMENTAL INDUZIDO POR D-ANFETAMINA
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Acadêmico em Farmacologia do Programa de
Pós-Graduação em Farmacologia do Faculdade
de Medicina da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial à obtenção do título de
mestre em Farmacologia. Área de Concentração:
Neurofarmacologia
Orientadora: Profa. Dra. Danielle Ma-
cêdo Gaspar - UFC
FORTALEZA - CEARÁ
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
B26p Barreto, Antônio Cláudio Barros.
 Prevenção pelo Ácido Láurico de alterações mania símile em modelo experimental induzido por D-
Anfetamina. / Antônio Cláudio Barros Barreto. – 2020.
 54 f. : il. color.
 Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-
Graduação em Farmacologia, Fortaleza, 2020.
 Orientação: Profa. Dra. Danielle Macêdo Gaspar.
 1. Transtorno bipolar. 2. Mania. 3. Ácido Láurico. 4. Anfetamina. 5. Óleo de Coco. I. Título.
 CDD 615.1
ANTÔNIO CLÁUDIO BARROS BARRETO
PREVENÇÃO PELO ÁCIDO LÁURICO DE ALTERAÇÕES MANIA SÍMILE EM MODELO
EXPERIMENTAL INDUZIDO POR D-ANFETAMINA
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Acadêmico em Farmacologia do Programa de
Pós-Graduação em Farmacologia do Faculdade
de Medicina da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial à obtenção do título de
mestre em Farmacologia. Área de Concentração:
Neurofarmacologia
Aprovada em: Fevereiro de 2020
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Danielle Macêdo Gaspar - UFC (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará – UFC
Profa. Dra. Samira da Silva Valvassori
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
Dra. Ana Isabelle de Gois Queiroz
Hospital Geral Waldemar de Alcântara
À minha família particular, Elenita e Micael,
pelo grande amor e cuidado. Minha amada Ele-
nita, suas palavras de incentivo, as tuas orações
e a tua presença marcante me proporcionam a
alegria imprescindível para o sucesso.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente ao Único Deus Verdadeiro; na Pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ao
SENHOR toda a Glória e Louvor!
Aos meus pais, Antônio Rodrigues Barreto (in memorian) e Rozilda Silva Barros e às minhas
irmãs Rosângela, Patrícia e Fernanda pela amizade, cuidado e apoio.
Sempre vou lembrar do esforço, da coragem, do amor, da firmeza, da vontade, da fé e devoção
do meu saudoso pai Antônio Rodrigues Barreto, que trabalhou exaustivamente para garantir a
melhor educação possível para mim e minhas irmãs. Muito obrigado meu pai.
À minha esposa e ao meu filho, Elenita Barreto e Micael Barreto, pelo amor, incentivo e
dedicação. O apoio e cuidado de vocês em todos os momentos, de alegria e adversidades, foram
decisivos para esta vitória memorável.
À Profa. Danielle Macêdo Gaspar, minha orientadora, por seu carisma esplendoroso, profis-
sionalismo, dedicação, paciência e incentivo. Muito obrigado professora pela maravilhosa
oportunidade que a senhora me concedeu. Serei eternamente grato por sua orientação, apoio e
confiança.
A todos os professores do programa de Pós-graduação em Farmacologia por me proporcionarem
uma melhor formação profissional. Em especial, a Profa. Cléa, Profa. Silvânia, Prof. Davi e
Prof. Fábio.
Aos amigos e companheiros do Laboratório de Neuropsicofarmacologia pelo incentivo e contri-
buições: Tatiane Araújo, Isabelle Queiroz, Adriano Chaves, Camila Nayane, Rafael Santana,
Nayana Soares, Dino César, Talita, Raica, Larissa, Pedro, Rafa, Germana, Aline Monte, Jales,
Roberta, Wesley, Eliclécio, Paloma, Michelle, Levi e Marylane Viana.
Aos bolsistas de iniciação científica e colegas da pós-graduação em farmacologia pelo comparti-
lhamento de conhecimentos e experiências; decisivos para a realização dos experimentos.
Aos técnicos do laboratório de Neuropsicofarmacologia: Arnaldo e Vila pelas contribuições
sempre solícitas.
Aos meus colegas e companheiros de trabalho da Farmácia onde exerço a função de farmacêutico,
pelo apoio, incentivo e compreensão, em especial: Flávio Soares, Tiago Brito, Loren Dionízio,
Wânia Melo, Bruno Ripardo, Ismael Sena, Socorro Bandeira, Liliane Soares, Ana Cristina,
Midian, Lorena, Eduardo, Jane Maria, Jonas, Laiz, Regina, Ítalo, Carmen, Erick, Airton, Jack,
Sebastian, Andressa e Lucivânia.
A todos os obreiros, membros e congregados da Igreja Evangélica Assembleia de Deus (IEADTC)
no bairro de Parquelândia em Fortaleza/CE, congregação da qual sou pastor, e a todos os irmãos
e amigos, em especial: Alysson Moreira, Antonio Valério, Adoaldo, Hélder, Jonathan, Laércio,
Luís, Wesley, Weverson e irmã Fátima; agradeço pelas orações e compreensão nos momentos de
ausência devido aos estudos e experimentos.
Meus agradecimentos especiais ao querido amigo e irmão, MSc. Alysson Moreira, grande
ajudador na formatação do texto final deste trabalho.
À Universidade Federal do Ceará por ter feito parte da minha graduação em Farmácia e agora
mestrado em Farmacologia.
Ao (CNPQ) pelo apoio financeiro.
Muitíssimo obrigado!!!
"Não desampares a sabedoria, e ela te guardará;
ama-a, e ela te conservará. A sabedoria é a coisa
principal, adquire, pois, a sabedoria; sim, com
tudo o que possuis, adquire o conhecimento."
(Provérbios 4:6,7)
RESUMO
O transtorno bipolar (TB) é um distúrbio psiquiátrico grave, crônico e prevalente afetando
entre 1-2% da população do mundo. O transtorno se manifesta na forma de sintomas maníacos
(agitação, hiperatividade, impulsividade) e/ou depressivos (humor deprimido, fadiga, perda de
energia, tendência ao isolamento) com elevado risco de suicídio. Os estabilizantes do humor são
os fármacos utilizados para seu tratamento embora apresentem importantes efeitos colaterais.
Vale destacar que estratégias de prevenção das crises de humor são de grande importância para o
tratamento do TB evitando a neuroprogressão. Diante disto, novas pesquisas apontam o Ácido
Láurico (LA), ácido graxo mais abundante no óleo de coco,como sendo o principal componente
de uma dieta suplementar (pobre em açúcares e rica em gorduras boas) que funcionaria como
uma estratégia promissora de controle do transtorno. Vale destacar que nos últimos anos, este
tipo de suplementação dietética tem apresentado resultados positivos no combate aos sintomas
de humor, embora por mecanismos ainda pouco conhecidos. Assim, neste estudo avaliamos a
prevenção dos sintomas mania-símile, bem como alterações neurobiológicas em ratos submetidos
ao modelo de mania induzido pela administração repetida de d-anfetamina (AMPH). Para tanto,
no protocolo de prevenção, os animais ratos Wistar machos adultos entre 250 g e 300 g de peso,
receberam ácido Láurico (LA) ou a combinação LA20+Li (LA de 10 ou 20 mg/kg/dia v.o);
Lítio em única dose diária (47,5 mg/Kg/dia i.p) ou salina por 14 dias e entre o 8o e o 14o dia
receberam AMPH (2mg/Kg/dia) ou salina.A avaliação comportamental foi feita através do teste
de campo aberto (atividade locomotora), labirinto em Y (avaliação da memória de trabalho) e
odor do gato (comportamento de risco). Também foram determinadas alterações oxidativas pela
determinação dos níveis de glutationa reduzida (GSH), peroxidação lipídica e nitrito, bem como
da neurotrofina Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF) no córtex pré-frontal (CPF),
corpo estriado (CE) e no hipocampo. Os resultados dos testes comportamentaismostraram
que AMPH promoveu um aumento da atividade locomotora, prejuízo na memória de trabalho
e aumento da exposição ao risco, compatíveis com o fenótipo de mania do TB. LA preveniu
as alterações locomotoras e na memória de trabalho, principalmente no tratamento combinado
LA20+Li. O comportamento de risco foi atenuado em todas as doses estudadas. Nas alterações
neuroquímicas avaliadas, o LA preveniu a redução dos níveis de GSH principalmente no CPF
quando combinado ao Li, bem como o aumento da peroxidação lipídica e aumento dos níveis do
nitrito induzidos por AMPH (LA sozinho). Houve aumento dos níveis de BDNF no HC na dose
mais baixa de LA e Li. Os resultados encontrados sugerem a possibilidade do LA, ser utilizado
como terapia preventiva para o TB, através de mecanismos antioxidantes e neurotróficos.
Palavras-chave: Transtorno bipolar.Mania.Ácido Láurico.Lítio.Anfetamina. Óleo de Coco.
ABSTRACT
PREVENTION BY THE LAURIC ACID OF MANIA SIMILAR CHANGES IN EXPERIMEN-
TAL MODEL INDUCED BY D-AMPHETAMINE
Bipolar disorder (TB) is a severe, chronic and prevalent psychiatric disorder affecting 1-2% of
the world’s population. The disorder manifests as manic (agitation, hyperactivity, impulsivity)
and / or depressive (depressed mood, fatigue, loss of energy, tendency to isolation) symptoms
with a high risk of suicide. Mood stabilizers are the drugs used for their treatment although they
have important side effects. It is worth mentioning that mood crisis prevention strategies are of
great importance for the treatment of TB avoiding neuroprogression. In this context, lauric acid
(LA), the most abundant fatty acid in coconut oil being the main component of the ketogenic
diet (low in sugars and high in good fats) is a promising strategy. It is noteworthy that in recent
years the ketogenic diet has shown positive results in combating mood symptoms, although
by mechanisms still little known. In this context, in this study we evaluated the prevention
of mania-like symptoms as well as neurobiological changes in rats submitted to the repeated
d-amphetamine (AMPH) induced mania model. Therefore, lauric acid (LA) was used in two
doses, 10 mg / kg and 20 mg / kg, orally, in adult male Wistar rats. These animals received saline
solution (control group); amphetamine (2 mg / kg, i.p. - mania group); LA (10 or 20 mg / kg) or
Lithium (Li - 47.5 mg / kg, i.p. - standard mood stabilizer), or with the LA + Li combination
for 14 consecutive days. Behavioral assessment was done through open field test (locomotor
activity), Y-maze (working memory assessment) and cat odor (risk behavior). Oxidative changes
were also evaluated by determining levels of reduced glutathione (GSH), lipid peroxidation and
nitrite, as well as neurotrophin Brain Derived Neurotrophic Factor (BDNF) in the prefrontal
cortex (CPF), striated body (EC) and hippocampus. Behavioral test results showed that AMPH
promoted increased locomotor activity, impaired working memory, and increased risk exposure,
consistent with the TB mania phenotype. LA prevented locomotor and working memory changes,
especially in the combined treatment LA20 + Li. Risk behavior was attenuated at all doses
studied. In the neurochemical alterations evaluated, LA prevented the reduction of GSH levels
mainly in CPF when combined with Li, as well as the increase of lipid peroxidation and increase
of AMPH-induced nitrite levels (LA alone). There was an increase in BDNF levels in HC at the
lowest dose of LA and Li. Taken together, the results suggest the possibility of LA being used as
a preventive therapy for TB based on its antioxidant and neurotrophic mechanisms.
Keywords: Bipolar Disorder.Mania.Lauric Acid.Lithium.Amphetamine.Coconut Oil
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Episódios de humor no transtorno bipolar (Extraido de BOSAIPO; JU-
REMA, 2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 2 – Fisiopatologia do Transtorno Bipolar. (Extraído de KAPCZINSKI;
QUEVEDO,2015). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 3 – Mecanismos Moleculares no Transtorno Bipolar. (Extraído de JR et al.,
2005). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 4 – Estrutura química do Ácido Láurico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 5 – Representação esquemática do procedimento experimental. . . . . . . . 24
Figura 6 – Tabela dos Grupos que foram Tratados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 7 – Teste de Campo Aberto. Modelo de aparato utilizado para avaliação
da atividade locomotora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 8 – Modelo de aparato labirinto em Y utilizado para avaliação desempenho
cognitivo (memória de trabalho). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 9 – Teste do Odor do Gato. Aparato utilizado para o teste de estímulo
olfativo aversivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 10 – Peso dos animais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 11 – Atividade locomotora. Protocolo de Prevenção. Número de crossings. . 33
Figura 12 – Atividade locomotora. Protocolo de Prevenção. Número de rearings. . 33
Figura 13 – Atividade locomotora. Protocolo de Prevenção. Número de groomings. 34
Figura 14 – Memória de trabalho. Protocolo de Prevenção. Número de alternân-
cias corretas no teste Y- maze. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 15 – Teste do Odor do Gato. Submissão ao risco. Protocolo de prevenção. . . 36
Figura 16 – Níveis de GSH do Córtex Pré-Frontal no Protocolo de Prevenção. . . . 37
Figura 17 – Níveis de GSH no Corpo Estriado no Protocolo de Prevenção. . . . . . 37
Figura 18 – Níveis de MDA no Córtex Pré-Frontal no Protocolo de Prevenção. . . . 38
Figura 19 – Níveis de MDA no Corpo Estriado no Protocolo de Prevenção. . . . . . 39
Figura 20 – Níveis de Nitrito no Córtex Pré-Frontal dos animais, no Protocolo de
Prevenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 21 – Níveis de Nitrito no Corpo Estriado dos animais, no Protocolo de Pre-
venção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 22 – Níveis de BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro) nos Hipo-
campos dos animais, no Protocolo de Prevenção. . . . . . . . . . . . . . 41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AMPH Anfetamina
ANOVA Análise de Variância
Bax Gene regulador pró-apoptótico
Bcl-2 Família de genes e proteínas anti-apoptóticos.Linfoma de células B-2
BDNF Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro
BSA Albumina Sérica Bovina
CE Corpo Estriado
CEPA Comitê de Ética e Pesquisa Animal
CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CPF Córtex Pré-Frontal
DA Dopamina
DC Dieta Cetogênica
DNA Ácido Desoxirribonucleico
DSM-V Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais
DTNB Ácido 5,5-ditio-bis-(2-nitrobenzóico).Reagente de Ellman
EDTA Ácido Etilenodiamino Tetra-Acético.Agente quelante
ELISA Ensaio de Imunoabsorção Enzimática
Erk Proto-oncógene de diferenciação celular
EROs Espécies Reativas de Oxigênio
FFAR Receptor de ácido graxo livre
GDNF Fator Neurotrófico Derivado da Glia
GPx Glutationa peroxidase
GSH Glutationa Reduzida
GSK 3-beta Glicogênio Sintase Quinase 3-beta
H2SO4 Ácido Sulfúrico
HC Hipocampo
i.p. Intraperitoneal
IL-2 Interleucina-2
IL-6 Interleucina-6
IMC Índice de Massa Corporal
LA Ácido Láurico
LA10 Ácido Láurico na dose de 10 mg/Kg
LA20 Ácido Láurico na dose de 20 mg/Kg
Li2CO3 Carbonato de Lítio
Mapk Proteína-quinase ativada por mitógenos associada à apoptose
MDA Malondialdeído
mM Milimol
NaNO2 Nitrato de Sódio
NO Óxido Nítrico
NO-2 Nitrito
NO-3 Nitrato
OMS Organização Mundial da Saúde
PGE2 Prostaglandina E2
Phospho Ser 9 GSK 3-beta Fosfo serina 9 glicogênio sintase quinase 3 beta
PI3-quinase Fosfatidilinositol 3-quinase
SAL Salina
TB Transtorno Bipolar
TBARS SubstanciasReativas ao Ácido Tiobarbitúrico
TCL Triglicerídeo de Cadeia Longa
TCM Triglicerídeo de Cadeia Média
Tris-HCl Solução de equilíbrio iônico
TWEEN 20 Monolaurato de polioxietilenossorbitan. Agente Emulsificante
v.o. Via Oral
VCO Óleo de Coco Virgem
Y-Maze Labirinto em forma de Y
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1 EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO BIPOLAR
(TB) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.2 ÓLEO DE COCO E ÁCIDO LÁURICO (LA) COMO POSSÍVEIS ALTER-
NATIVAS TERAPÊUTICAS PARA O TRANSTORNO BIPOLAR . . . . . 18
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1 OBJETIVO GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1 ANIMAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 MODELO EXPERIMENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 DESENHO EXPERIMENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.4 TESTES COMPORTAMENTAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.4.1 CAMPO ABERTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.4.2 Y MAZE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.4.3 ODOR DO GATO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4 TESTES BIOQUÍMICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.1 AVALIAÇÃO DE DANO OXIDATIVO PELA CONCENTRAÇÃO DE GSH
- GLUTATIONA REDUZIDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.2 AVALIAÇÃO DE DANO OXIDATIVO PELA DETERMINAÇÃO DOS NÍ-
VEIS DE ESPÉCIES REATIVAS AO ÁCIDO TIOBARBITÚRICO - (TBARS) 28
4.3 AVALIAÇÃO DE DANO OXIDATIVO PELA DETERMINAÇÃO DOS
NÍVEIS DE NITRITO - NO-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.4 AVALIAÇÃO DA NEUROPLASTICIDADE PELA DOSAGEM DO FA-
TOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO (BDNF) NA ÁREA
HIPOCAMPAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.1 PESO DOS ANIMAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.2 ATIVIDADE LOCOMOTORA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.3 MEMÓRIA DE TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.4 COMPORTAMENTO DE RISCO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.5 NÍVEIS DE GLUTATIONA REDUZIDA (GSH) . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.6 PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA (MDA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.7 NÍVEIS DE NITRITO (NO2-) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.8 NEUROPLASTICIDADE PELOS NÍVEIS DO FATOR NEUROTRÓFICO
DERIVADO DO CÉREBRO (BDNF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6 DISCUSSÃO DE RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
7 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO BIPOLAR (TB)
Inicialmente é preciso considerar que o Transtorno Bipolar (TB) é um distúrbio
psiquiátrico comprovadamente incapacitante e de elevada morbidade entre todas as doenças
psiquiátricas já descritas(MAGALHÃES; FRIES; KAPCZINSKI, 2012).Trata-se de uma pertur-
bação mental caracterizada pela alternância entre períodos de depressão e períodos de ânimo
intenso. O ânimo intenso é denominado mania ou hipomania(KAPCZINSKI; QUEVEDO, 2015).
Algumas propriedades clínicas muito comuns no fenômeno de ciclagem entre humor deprimido
e o humor maníaco são: anedonia, dificuldade de concentração, retardamento psicossomático,
bem como ideação suicida e distúrbios do sono; além de euforia, insônia, hiperatividade e grande
otimismo para realização de projetos de vida com alto grau de dificuldade, demonstrando de
maneira clara um terrível prejuízo na capacidade de julgamento (KAPCZINSKI; QUEVEDO,
2015). (Figura 1.)
Figura 1 – Episódios de humor no transtorno bipolar (Extraido de BOSAIPO; JUREMA, 2017).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve o Transtorno Bipolar como uma
dos dez problemas de saúde mais incapacitantes no mundo(COSTA, 2008).Atinge homens e
mulheres e acomete em torno de 1,5% das pessoas no mundo inteiro(BALLONE, 2005). Devido
a natureza crônica e incapacitante desta doença há a necessidade de descoberta de terapias
eficazes, inclusive dietéticas, para intensificação dos cuidados de médio e longo prazo visando
manter de forma importante a estabilidade do paciente.
Segundo o Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-V) o TB
17
é dividido em três subtipos principais: Tipo I, Tipo II e o Ciclotímico. O tipo I é a forma clássica
em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os episódios depressivos.
As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, ou as
depressivas por maníacas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de
hipomania com depressão. A hipomania apresenta as mesmas características da mania, porém
não há prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional, bem como hospitalização ou
psicose (KAPCZINSKI; QUEVEDO, 2015).Já o transtorno ciclotímico envolve muitos períodos
de hipomania e de depressão de duração e gravidade menos pronunciada com prejuízos menores
para a rotina dos pacientes(BOSAIPO; BORGES; JURUENA, 2017).
O TB continua com fisiopatologia indefinida e complexa levando a várias hipóteses
sobre sua origem e evolução (ROSENBLAT et al., 2015). No entanto, estudos indicam a
existência de alterações anatômicas e fisiológicas, bem como danos oxidativos e variação na
neuroplasticidade em pacientes bipolares (FREY et al., 2004). (Figura 2.)
Figura 2 – Fisiopatologia do Transtorno Bipolar. (Extraído de KAPC-
ZINSKI; QUEVEDO,2015).
Cita-se em seguida alguns fatores extremamente relevantes envolvidos na fisiopa-
tologia do TB: Estresse oxidativo; concentração do fator neurotrófico derivado do cérebro
(BDNF); concentração do fator neurotrófico derivado da glia (GDNF); alterações de volume
de determinadas áreas cerebrais e neuroplasticidade induzidas pela modulação da concentração
18
da importante enzima cerebral multifatorial chamada glicogênio sintase quinase 3-beta)(GSK
3-beta) e sua forma inativa Fosfo serina 9 glicogênio sintase quinase 3 beta (Phospho Ser 9 GSK
3-beta).(KAPCZINSKI; QUEVEDO, 2015).
Assim, novos tratamentos que resultam de uma melhor compreensão dos mecanis-
mos moleculares subjacentes ao TB são esperados; principalmente aprofundando também a
compreensão de respostas neuronais adaptativas ao estresse; às propriedades antioxidantes e
anti-inflamatórias associados ao metabolismo energético no cérebro(KIM et al., 2017).(Figura
3).
Figura 3 – Mecanismos Moleculares no Transtorno Bipolar. (Extraído de JR et al., 2005).
1.2 ÓLEO DE COCO E ÁCIDO LÁURICO (LA) COMO POSSÍVEIS ALTERNATIVAS
TERAPÊUTICAS PARA O TRANSTORNO BIPOLAR
O óleo de coco é extraído do coco, fruto que pertence à família das Arecaceae, cujo
o nome científico da palmeira é Cocos nucífera L., conhecido popularmente como coqueiro. A
composição química é de ácidos graxos de cadeia média (TCM), que mesmo sendo gorduras satu-
19
radas, são de fácil metabolização pelo organismo. Também sofrem menos oxidação no ambiente
e em nosso organismo. A composição química percentual do óleo bruto de coco já foi determi-
nada, sendo constituída em média por: 40,8 % de ácido láurico; 4,1 % de ácido cáprico; 4,7%
de ácido caprílico; 20,3% de ácido mirístico; 12,3 % de ácido palmítico; 9,9% de ácido oleicoe 3,6 % de ácido linoleico e 4,3% de outros ácidos graxos(MCCARTY; DINICOLANTONIO,
2016)(CORREIA et al., 2014).
O fruto coco é considerado um alimento rico em nutrientes e com propriedades
benéficas já identificadas para o organismo humano, tais como: antioxidante; antifúngico;
antibacteriano; calmante; emoliente e hidratante(JÚNIOR et al., 2013).Vale destacar também
que, o ácido láurico (LA), o componente mais abundante do óleo de coco, está presente no
leite materno humano e estudos demonstram que ele auxilia no fortalecimento imunológico do
recém-nascido através da liberação de (IL-2), que está associada à indução da capacidade da
medula óssea de fabricar mais linfócitos, o que torna benéfico para pacientes com imunidade
comprometida. Além disso, o ácido láurico age como anti-inflamatório pela inibição da síntese
local de prostaglandina (PGE2) e (IL-6), que são mediadores pró-inflamatórios(SILVA et al.,
2007)(COSTA; SABARENSE, 2010)(FREITAS, 2016).
O óleo de coco virgem (VCO) é um suplemento alimentar que contém 91% de ácidos
gordurosos saturados e em que 72% são TCMs, tal como o ácido láurico. LA representa mais de
40% dos TCMs e tem sido relacionado a vários benefícios de promoção da saúde por ingestão de
óleo de coco. LA é encontrado em uma grande variedade de alimentos, como frutas, sementes e
como um componente do leite humano. A estrutura de LA permite sua fácil absorção no intestino
quando é clivado pela enzima lipase pancreática e transformado em monolaurina(MCCARTY;
DINICOLANTONIO, 2016). Apesar da atividade anti-inflamatória já descrita no LA, alguns
estudos sugerem que, porque é um ácido graxo saturado, sua alta concentração na dieta poderia
promover maior risco de desenvolver doença arterial coronariana(VALENTE et al., 2018). No
entanto, um relevante estudo que envolveu a participação de 38 mulheres obesas, após 38
semanas de consumo de óleo de coco virgem e com consequentes concentrações séricas de ácido
láurico aumentadas, não tiveram os níveis dos principais marcadores de risco cardiometabólicos
acresecentados, tais como: LDL e colesterol total(VALENTE, 2017).
O ácido dodecanóico ou ácido láurico é um ácido gordo saturado com fórmula
estrutural CH3(CH2)10COOH. É o ácido principal do leite de coco, óleo de coco e do óleo da
semente de palma. Tem grande ação anti-inflamatória. É também encontrado no leite humano,
no leite de vaca e leite de cabra.Fórmula: C12H24O2;Massa molar: 200,3178 g/mol;Ponto
20
de fusão: 43,2 ◦C;Ponto de ebulição: 298,9 ◦C;Densidade: 880 kg/m3;Fórmula molecular:
C12H24O2(CORREIA et al., 2014).
Figura 4 – Estrutura química do Ácido Láurico.
Estudos indicam que o LA tem vários benefícios para a saúde, incluindo redução de
lipídios, antioxidantes e atividade anti-inflamatória(ILLAM; NARAYANANKUTTY; RAGHA-
VAMENON, 2017). Atua no estresse oxidativo reparando o processo químico de oxidação e
com isso o dano importante que está implicado no desenvolvimento de radicais livres, e na
etiologia de vários estados patológicos, dentre eles incluem os transtornos psiquiátricos. Esse
reparo acontece prevenindo que espécies reativas de oxigênio atuem influenciando na morte
celular(RAHIM et al., 2017).
LA é uma substância que também pode ser associada a uma dieta cetogênica (DC).
Essencialmente, neste tipo de dieta há uma grande restrição ao consumo de carboidratos e
indução de síntese de corpos cetônicos pelo organismo através da quebra de gorduras pelo
fígado(FIGUEIRA, ); e também processamento de gorduras que podem ser inseridas na alimen-
tação, como o óleo de coco, por exemplo;nesse sentido, estudos podem ser desenvolvidos no
futuro, já que um série de efeitos positivos no campo neuronal foram evidenciados em ensaios
pré-clínicos: aporte de energia em neurônios; diminuição de disfunção mitocondrial;diminuição
de estresse oxidativo após lesão em cérebros de ratos; diminuição na frequencia de crises
convulsivas(GRECO et al., 2016)(NOH; KIM; CHOI, 2008)
Há também indícios de atividade neuroprotetora com influência em parâmetros cog-
nitivos e de memória, através justamente da ação moduladora em processos que causam a morte
celular, como o de estresse oxidativo e consequentemente também prevenindo o desequilíbrio
bioquímico de macromoléculas como no (DNA). Atuando de forma a regular processos de invia-
bilidade celular, como o aumento da expressão de vias de apoptose (Bcl-2/ (Bax, (Erk)(Mapk)/,
(PI3-quinase, bem como a via da GSK3 beta(RAHIM et al., 2017).
21
O presente trabalho visou avaliar a atuação farmacológica sinérgica com Lítio, do
(LA) como estabilizador de humor ou como agente causador de algum benefício terapêutico
detectável, comparativamente ao fármaco clássico carbonato de Lítio (Li2CO3), em ratos sob
protocolo de prevenção, submetidos ao modelo animal de mania induzido por d-anfetamina,
tendo como outro propósito, também identificar como a associação dessas substâncias (Li+LA)
poderia atuar positivamente ou não no controle de sintomas mania-símile.
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
Este estudo justifica-se pela necessidade de descoberta de novas opções terapêuticas
preventivas, dietéticas, de fácil aquisição e eficácia demonstrada para o tratamento de TB. Há
necessidade de esclarecimento das vias neuroquímicas e possíveis mecanismos bioquímicos
associados aos principais marcadores biológicos. Destaca-se aqui, a investigação dos efeitos
do (LA) como uma alternativa viável e de baixo custo. Os atuais fármacos estabilizadores do
humor não são eficazes no tratamento de todas as fazes do humor (mania, depressão e estados
mistos do humor), além de serem associados a importantes efeitos adversos que limitam a
adesão terapêutica(KAPCZINSKI; QUEVEDO, 2015).Portanto,a busca de novos alvos para o
desenvolvimento de drogas estabilizadoras do humor reveste-se de importância para o manejo de
pacientes com TB. Merece especial referência neste trabalho o fato de ainda não haver estudos
pré-clínicos publicados descrevendo algum efeito do ácido láurico nos episódios mania-símile e
possíveis mecanismos neurobiológicos envolvidos.
22
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Verificar a potencial influência farmacológica do ácido láurico (LA). O mesmo
LA foi administrado individualmente e de forma sinérgica com o estabilizante do humor lítio,
em animais submetidos à indução de mania por d-anfetamina (AMPH); visando avaliar se
administrado dessa forma, pode ser uma opção de tratamento preventivo, resultando em maior
eficácia e menos riscos de efeitos colaterais em pacientes durante o estado maníaco.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Avaliar a ação preventiva do ácido láurico (LA) em alterações relacionadas ao
comportamento locomotor e comportamento de risco em ratos submetidos a
administração de d-anfetamina.
b) Determinar os níveis de (GSH), (MDA) e (NO-2) no córtex pré-frontal e estriados
de ratos adultos submetidos ao modelo animal de mania.
c) Identificar a ação do ácido láurico nos níveis de estresse oxidativo (GSH, MDA e
NO-2), em ratos desenvolvendo estado de mania símile induzido por d-anfetamina.
d) Investigar e avaliar a presença de alterações na memória de trabalho causadas
pela AMPH e o efeito terapêutico de LA por via oral; isolado e de forma sinérgica
com meia dose diária do Lítio. (i.p.), em protocolo de prevenção.
e) Avaliar o efeito da administração oral de LA e da combinação LA+Li, nos níveis
hipocampais de BDNF.
23
3 METODOLOGIA
3.1 ANIMAIS
Foram utilizados ratos Wistar machos adultos (60-70 dias após o nascimento) de
acordo com (GOTTSCHALK et al., 2013)(GESSA et al., 1995) provenientes do Biotério Central
da Universidade Federal do Ceará (UFC), mantidos a um ciclo claro/escuro de 12 h e ambientados
em grupos de 8 animais com livre acesso a comida e água. O projeto foi iniciado após aprovação
do Comitê de ética e pesquisa animal (CEPA) da UFC e os experimentos foram conduzidos de
acordo com o Guia de Cuidados e Usos de Animais de Laboratório do Departamento de Saúde eServiços Humanos dos Estados Unidos da América.
3.2 MODELO EXPERIMENTAL
O modelo animal de mania foi induzido através da administração de 2 mg/kg/dia
de AMPH (Sigma-Aldrich, EUA) via intraperitonial (i.p.), diluída em solução salina (FREY
et al., 2006). Os animais, no protocolo de prevenção, foram tratados por 14 dias consecutivos
entre às 8 e às 10 horas da manhã. Foi feito tratamento com duas doses de (LA10)(10 mg/Kg) e
(LA20)(20 mg/kg/dia) (v.o.) baseados em estudos prévios que indicaram o efeito de redução do
estresse oxidativo com óleo de coco ou LA (RAHIM et al., 2017)(ALVES et al., 2017). Devido
a abaixa hidrofilicidade do LA, o mesmo foi diluído na preparação com salina (NaCL 0,9%),
para administração v.o., com um acréscimo de (TWEEN 20) na proporção de 2:1 (ALVES et al.,
2017). A droga anti-maníaca padrão escolhida foi o Carbonato de Lítio (Sigma-Aldrich, EUA)
47,5 mg/Kg/dia i.p., diluído em água destilada(FREY et al., 2006). Todas as preparações foram
feitas diariamente e a administração se deu de 8 até às 10 h horas da manhã diariamente os 14
dias do protocolo. Com o objetivo de investigar, foi decidido que o protocolo contemplaria uma
única dose diária de lítio (47,5 mg/Kg/dia i.p.) para posterior avaliação de resultados.
3.3 DESENHO EXPERIMENTAL
Os experimentos foram conduzidos de acordo com o protocolo de prevenção previa-
mente determinado, onde a fase de manutenção do tratamento na crise maníaca do TB, induzida
no modelo de d-anfetamina, foi conduzida (FREY et al., 2006). Foi administrado aos animais
LA; Lítio ou Salina durante os 14 dias de tratamento, e entre o 8o e 14o dia, acrescentou-se a
24
Anfetamina ou Salina, Figura 5.
Figura 5 – Representação esquemática do procedimento experimental. LA10: Ácido
Láurico 10 mg/Kg; LA 20:Ácido Láurico 20 mg/Kg; Sal: Salina; Li: Lítio;
AMPH: Anfetamina.
Os grupos experimentais estão discriminados na tabela a seguir. (Figura. 6).
Figura 6 – Tabela dos Grupos que foram Tratados. Legendas: SAL = Salina; LA10
= Ácido Láurico 10 mg/Kg; LA20 = Ácido Láurico 20 mg/Kg; AMPH = d –
anfetamina 2 mg/kg i.p.; Li = Lítio 47,5 mg/Kg i.p.
Os animais foram submetidos aos testes comportamentais duas horas após a última
administração das drogas (FREY et al., 2006). Logo após, foram submetidos ao sacrifício. Após
a decapitação, foram extraídas as seguintes áreas cerebrais: área do córtex pré-frontal; área do
Estriado e área hipocampal. Estas áreas devidamente acondicionadas foram armazenadas num
freezer a -80 oC.
3.4 TESTES COMPORTAMENTAIS
Os animais foram transportados, em suas caixas, para a sala de experimentação
entre às 10 h e 16 horas para a realização dos testes de comportamento. Foram manipulados
cuidadosamente pela base da cauda. Antes do início dos testes ocorreu a ambientação por meia
25
hora. Durante a execução dos experimentos, o ambiente estava submetido ao controle luminoso
com luz vermelha de baixa intensidade.
3.4.1 CAMPO ABERTO
O teste de campo aberto serviu para avaliar a atividade locomotora(ARCHER, 1973).
A arena feita de material acrílico nas dimensões de 50 cm x 50 cm rodeado por paredes de 50 cm
de altura. A parte do chão da arena, denominada campo aberto, estava dividida em quatro partes
iguais por linhas pretas devidamente pintadas. Com manipulação cuidadosa, os animais foram
colocados no centro do campo, com 1 minuto de período de habituação. Logo em seguida foram
contabilizados: número de crossings (cruzamentos das linhas pretas horizontais que determina a
atividade horizontal) e também a atividade vertical denominada rearing (levantamento em duas
patas), bem como a atividade de autolimpeza denominada de grooming, por um período de 5
min. A preparação antisséptica da arena foi feita com álcool à 70%..
Figura 7 – Teste de Campo Aberto. Modelo de aparato utilizado para avaliação da
atividade locomotora. Visão frontal e superior do aparato. Foto extraída
de Research Gate.
3.4.2 Y MAZE
Para identificação da melhora cognitiva dos animais, em termos de memória de
trabalho, foi utilizado o teste (Y-Maze)(YAMADA et al., 1996). Foi utilizado um labirinto em
forma de Y construído por três braços idênticos, com um ângulo entre eles de 120o, cujas as
dimensões são (50 cm de comprimento, 25 cm de altura e 12 cm de largura) para cada braço,
formando assim, um triângulo central (Figura 8). Os animais após serem colocados em um
dos braços, são observados atentamente para a contagem da sequência de alternâncias entre
26
os braços (1,2,3).O objetivo é identificar, precisamente, o número de alternâncias corretas no
período de tempo de 8 minutos. São padronizadas como alternâncias corretas aquelas, onde
os braços visitados pelos animais, não se repetem. A porcentagem de alternâncias corretas foi
calculada como a soma do número de alternâncias certas, de cada animal, dividida pelo número
total de entradas nos braços menos dois.
Figura 8 – Modelo de aparato labirinto em Y utilizado para
avaliação desempenho cognitivo (memória de tra-
balho). Extraído de https://docplayer.com.br
3.4.3 ODOR DO GATO
A avaliação do comportamento de risco dos ratos Wistar foi realizada através do
teste do odor do gato. As informações relevantes que foram contabilizadas foram: o número
de contatos com o pano; o tempo de contato com o pano com odor e sem o odor do gato; o
número de vezes que os animais visitaram o abrigo, bem como a duração de tempo que os
animais ficaram nesta área protegida. O contato de tecido foi estabelecido como contato direto
ou sentindo o odor < 5cm do tecido. A busca de proteção na área de abrigo foi estabelecida
quando o animal ficava com as quatro patas na área protegida(DIELENBERG; MCGREGOR,
2001). O experimento foi realizado sob iluminação de luz vermelha em uma arena de teste
27
transparente medindo 40 cm de comprimento x 27 cm de largura x 36 cm de altura. Os animais
foram expostos a duas condições: presença de odor do gato em um pedaço de tecido e não
presença de odor em outro pedaço de tecido (odor neutro).No dia marcado para o experimento,
o odor do felino foi obtido esfregando um pano úmido (18 x 22 cm) contra a pele de uma gata
doméstica por 5 min. Para o teste de odor neutro foi um usado um pedaço de pano de mesmas
dimensões sem contato com a gata. Cada pano foi utilizado uma única vez. Vale destacar que,
as exposições de odor neutro ocorreram antes das exposições com odor do gato, a fim de evitar
qualquer odor de gato que influenciem o grupo de odor neutro. Os animais ficaram na arena para
avaliação pelo tempo de 5 min(KIRSTEN et al., 2011).
Figura 9 – Teste do Odor do Gato. Aparato utilizado para o teste de estímulo olfa-
tivo aversivo. Avaliação individual e subsequentemente, contando com um
tecido (T), impregnado ou não, com o odor do gato. Do lado oposto tem-
se a área do ABRIGO (A). https://www.frontiersin.org/ articles/ 10.3389/f-
nins.2015.00276/full
28
4 TESTES BIOQUÍMICOS
4.1 AVALIAÇÃO DE DANO OXIDATIVO PELA CONCENTRAÇÃO DE GSH - GLUTATI-
ONA REDUZIDA
Para a determinação dos níveis de GSH foi utilizado o método de reação com
(DTNB)(reagente de Ellman) com grupos tiol livre. As áreas do Córtex pré-frontal e Estriado
foram diluídas em tampão de 0,02 M de (EDTA) (10% w/v) e adicionadas a uma solução de
ácido tricloroacético a 50%. A centrifugação (3000 rpm/15 min), foi realizada e o sobrenadante
do homogenato foi separado e os níveis de GSH foram obtidos. Sintetizando, as amostras
foram misturadas com tampão (Tris-HCl)0,4 M, pH 8,9 e 0,01 M de DTNB. Os níveis de GSH
foram determinados por espectrofotometria a 412 nm, calculada com base numa curva padrão de
glutationa e expressos como ng de GSH/g de tecido úmido (SEDLAK et al., 1982)(ELLMAN,
1959).
4.2 AVALIAÇÃO DE DANO OXIDATIVO PELA DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE
ESPÉCIES REATIVAS AO ÁCIDO TIOBARBITÚRICO - (TBARS)
As áreas cerebrais estudadas foram: Córtex pré-frontal e Estriados dos animais. A
peroxidação lipídica foi descrita pela identificação das quantidades de substâncias tiobarbitúricasácido-reativas (TBARS) nos homogenatos. As amostras foram homogeneizadas com tampão
fosfato de potássio monobásico 50 mM pH 7,4, 63 uL do homogenato foi misturado a 100 uL de
Ácido Perclórico 35%, logo depois foram centrifugadas (7000 rpm/15 min), no qual 150 uL do
sobrenadante foram separados e misturados com 50 uL de ácido tiobarbitúrico 1,2%, logo depois,
estas amostras foram aquecidas em um banho de água fervente por 30 min. Após o resfriamento,
a peroxidação lípídica foi determinada por absorbância a 535 nm e foi expressa como umol de
malonaldeído (MDA)/g de tecido tendo como base uma curva padrão (DRAPER et al., 1993).
4.3 AVALIAÇÃO DE DANO OXIDATIVO PELA DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE
NITRITO - NO-2
Para esta determinação foram utilizadas as áreas cerebrais: córtex pré-frontal e corpo
estriado. Verificou-se os níveis de nitrito em homogenatos dessas respectivas áreas cerebrais
dos ratos Wistar. Ocorreu a centrifugação (800 x g/10 min), o sobrenadante do homogenato
29
foi separado e a produção de NO foi determinada com base na reação de Griess. No caso em
estudo, 100 uL do reativo de Griess foi adicionado a 100 uL do sobrenadante do homogenato
tecidual e incubado a temperatura ambiente por 10 min. A curva padrão foi elaborada com várias
concentrações de (NaNO2) (variando de 0,75 a 100 (mM)sob as mesmas condições. Os brancos
foram preparados pela adição de 100 uL de reativo de Griess a 100 uL do tampão usado para
homogenato e absorbância foi medida em leitor de microplasmas em 560 nm. O resultado foi
expresso em nM de nitrito/g de tecido úmido(FREITAS et al., 2004)(TASKIRAN et al., 1997).
4.4 AVALIAÇÃO DA NEUROPLASTICIDADE PELA DOSAGEM DO FATOR NEURO-
TRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO (BDNF) NA ÁREA HIPOCAMPAL
A neuroplasticidade foi avaliada levando em consideração a quantificação do BDNF
nos hipocampos dos animais submetidos ao protocolo de tratamento de prevenção com Ácido
Láurico e Carbonato de Lítio e pela combinação dessas substâncias. Os níveis de BDNF foram
quantificados nos hipocampos por (ELISA) através de ensaio imunoenzimático (kit DuoSet
RD Systems, EUA). Sintetizando, as placas para ELISA de 96 poços foram incubados com o
anticorpo de captura para BDNF por 18 horas em temperatura ambiente com 100 uL de anticorpo
para cada poço. Posteriormente, as placas foram lavadas três vezes com 200 uL de tampão de
lavagem (RD Systems, EUA) e bloqueadas com 200 uL de (BSA) 1% (RD Systems, EUA) por
1 hora; depois, 100 µL das amostras foram adicionadas em cada poço e incubadas por duas
horas em temperatura ambiente. As placas foram lavadas três vezes com 200 uL de tampão de
lavagem e depois incubadas com anticorpo de detecção para BDNF em temperatura ambiente
por 2 horas. Posteriormente, as placas foram lavadas novamente por por três vezes com 200 uL
de tampãp de lavagem e incubadas com 100 uL de Estreptavidina em temperatura ambiente por
20 minutos. Novamente as placas foram lavadas três vezes com 200 uL de tampão de lavagem.
Posteriormente, 100 uL da solução substrato para revelação foram adicionadas em cada poço
e incubadas por 20 min à temperatura ambiente protegidas da luz. A reação enzimática foi
acessada, adicionando 50 uL de solução de parada (H2SO4). Assim, a absorbância foi medida
à 450 nm. O resultado foi expresso em pg de BDNF/g de tecido, tendo por base uma curva
padrão.(HYMAN et al., 1991).
30
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise dos dados foi realizada através do software GraphPad Prism, versão 6.0
para Windows (GraphPad Software, San Diego, Califórnia, EUA). Os resultados foram expressos
como média ± erro padrão da média e analisados através de one-way (ANOVA) seguido do teste
de Tukey.Os dados do protocolo de prevenção para o teste do odor do gato foram analisados com
ANOVA de duas vias seguido pelo teste de comparações múltiplas de Tukey. Os valores foram
considerados significativos quando p<0,05.
31
5 RESULTADOS
5.1 PESO DOS ANIMAIS
Dentre o conjunto de resultados encontrados neste estudo, merece inicial atenção
a parte de evolução do peso dos animais experimentais durante a pesquisa. É fato marcante
que ocorreu diminuição significativa de acréscimo de peso nos animais tratados com LA, com
p<0,0001 para todas as combinações de tratamentos com Ácido Láurico. Já foi descrito em
alguns estudos o fato de que uma dieta rica em determinados tipos de gorduras saturadas (TCM)
ter poder de propiciar a redução e o controle de aumento de peso em animais experimentais e
em seres humanos. Este tipo de suplementação apresentou benefícios em vários parâmetros
de análise corpora, tais como redução de (IMC), gordura subcutânea e gordura visceral em
ensaio clínico randomizado com 27 participantes de ambos os sexos e acima de 35 anos de
idade(TEODÓZIO, 2014). Um estudo também demonstrou que alguns atletas obtiveram rápida
perda de peso sem prejudicar o desempenho da força; ou seja, uma redução da gordura corporal
sem causar perda de músculos (KIENS; ASTRUP, 2015).
Figura 10 – Peso dos Animais. As barras representam a média e erro padrão da média da percentagem
de variação do peso de cada grupo (n=8 animais) entre o dia de início e o dia final
do protocolo experimental.(SAL=salina; LA10=Ác. Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20=Ác.
Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF= Anfetamina; Li=Lítio). P***<0,0001. De acordo com a
análise de variância, seguida pelo teste post-hoc de Tukey. Barras em destaque indicam
variação de perda de peso. As demais barras em branco e preto indicam a redução no
percentual de ganho de peso relacionado ao controle.
32
5.2 ATIVIDADE LOCOMOTORA
A partir da avaliação dos resultados no protocolo de prevenção, percebe-se que a an-
fetamina, como era esperado, gerou o aumento da atividade locomotora horizontal (crossings)(p<
0,0001); vertical (rearings)(p < 0,05) e autolimpeza (grooming) (p< 0,0005) quando os grupos
foram comparados ao grupo controle [SAL+AMPH: crossings (52.40 ± 3.458) rearings(15.43±
1.110) grooming (4.571± 0.5281)]; Controle: crossings (22.00±1.528) rearings(10.67±1.145)
grooming (1.714± 0.2857)](Figura 10,11 e 12). O modelo de mania do TB, caracterizado pelo au-
mento de crossing (atividade horizontal) e rearing (atividade vertical) foi claramente evidenciado
e avaliado (MACÊDO et al., 2012) As doses estudadas de LA e do Lítio revelaram, de forma clara,
uma tendência de prevenir o aumento da atividade de locomoção; crossing, rearing e grooming,
induzido pela AMPH (P<0,0001), entretanto, a significância estatística verificou-se, apenas, na
comparação entre os grupos:(SAL+AMPH x LA10+AMPH e SAL+AMPH x LA20+Li+AMPH
para crossing; e SAL+AMPH x LA20+Li+AMPH para rearing; e SAL+AMPH x Li+AMPH
e SAL+AMPH x LA20+Li+AMPH para grooming [LA10+AMPH:crossings (36.33± 2.940)
rearings(13.50± 0.9916) grooming (4.571± 0.4809);LA20+Li+ANF: crossings (24.00±2.408)
rearings(5.857±0.5948) grooming (2.571±0.3689); Li+ANF: grooming (2.429±0.4286)]. A
dose menor de LA, sozinha, gerou aumento significativo de crossing (p <0,05). A dose maior
de LA, sozinha, diminuiu a atividade vertical (rearing) (p < 0,05). O Lítio sozinho aumen-
tou atividade de autolimpeza (grooming),todos, quando comparados ao grupo controle (p <
0,05)[LA1+SAL:crossings (29.83±1.973) rearings(12.13±0.8115) grooming (2.286±0.2857);
LA20+SAL:crossings (24.29±1.358) rearings(6.714±0.5654) grooming (1.625±0.2631); Li
+ SAL:crossings (28.00±1.789) rearings(8.667±0.8028) grooming (3.000±0.3651)]. Figura
10,11 e 12.
33
Figura 11 – Atividade locomotora. Protocolo de Prevenção. Número de crossings. As barras
representam a média erro padrão da média do número de cruzamentos (n = 8 animais por
grupo); (Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20 = Ácido Láurico 20
mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p *** < 0,0001 (LA20+SAL x LA20+ANF);
(SAL+ANF x LA20+Li+ANF) de acordo com a análise de variância, seguida pelo teste
post-hoc de Tukey.
Figura 12 – Atividade locomotora. Protocolo de Prevenção. Número de rearings. As barras represen-
tam a médiaerro padrão da média do número de cruzamentos (n = 8 animais por grupo);
(Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20 = Ácido Láurico 20 mg/Kg/dia;
ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p *** < 0,0001 (SAL+ANF) x LA2+Li+ANF). p* <
0,05 (SAL+ SAL x SAL+ANF) de acordo com a análise de variância, seguida pelo teste
post-hoc de Tukey.
34
Figura 13 – Atividade locomotora. Protocolo de Prevenção. Número de groomings. As barras
representam a média erro padrão da média do número de cruzamentos (n = 8 animais por
grupo); (Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20 = Ácido Láurico 20
mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p *** < 0,0001 (SAL+ SAL) x SAL+ANF).
p* < 0,05 (SAL+ ANF x LA20+Li+ANF) de acordo com a análise de variância, seguida
pelo teste post-hoc de Tukey.
5.3 MEMÓRIA DE TRABALHO
O teste y Maze revelou que a cognição, identificada pela memória de trabalho, apre-
sentou um deficit com o uso de AMPH no protocolo de prevenção.(Figura 13). A porcentagem
de alternâncias corretas dos grupos tratados com AMPH foi inferior ao grupo controle (p <
0,001)[Controle(61.06± 4.730) e SAL+AMPH(36.67±2.779)]. Devido ao fato de que todas
as doses estudadas de LA, bem como a combinação de tratamento preventivo de LA em dose
mais alta com Lítio, apresentaram efeitos positivos; sugere-se fator de proteção cognitiva para
os animais comparativamente ao grupo que recebeu apenas AMPH; evidenciando-se assim,
a recuperação de alternâncias corretas para os níveis do controle ou até percentual acima do
nível do grupo controle no caso da combinação LA20+Li. Percebe-se potencialização da me-
mória de trabalho (melhora cognitiva)[F (8, 60) = 6.781;p < 0.0001]. Os animais tratados,
apenas com LA e Lítio, não diferiram de forma relevante no número de alternâncias corretas
quando comparados ao grupo controle [LA10+SAL(62.02±2.106); LA20+SAL(57.58±3.349);
Li+SAL(61.61±3.671)].
35
Figura 14 – Memória de trabalho. Protocolo de Prevenção. Número de alternâncias corretas no teste
Y- maze. As barras representam a média erro padrão da média do número de alternâncias
(n = 8 animais por grupo); (Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20 =
Ácido Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p ** < 0,001 (SAL+ SAL)
x (SAL+ ANF). p**** < 0,0001 (SAL+ ANF) x (LA20+Li+ANF) de acordo com a análise
de variância, seguida pelo teste post-hoc de Tukey.
5.4 COMPORTAMENTO DE RISCO
O teste do odor do gato revela, de forma inequívoca, que todos os animais tratados
com AMPH tem sua exposição ao risco aumentada, pois o número de contatos com o pano,
que tem o cheiro do felino, aumenta significativamente quando comparados ao grupo controle
[F (8, 125) = 1.906;p < 0.05]. As doses estudadas de LA e o tratamento com Lítio reverteram
essa tendência mórbida de exposição ao risco, no protocolo de prevenção, no modelo de mania
induzida por AMPH neste experimento (p<0,001)[F (8, 125) = 2.224; p = 0.0299]. (Figura 14).
36
Figura 15 – Teste do Odor do Gato. Submissão ao risco. Protocolo de prevenção. As barras
representam a média erro padrão da média do número de contatos com um pedaço
de pano impregnado com o cheiro ou não impregnado com o cheiro de um gato. (n =
8 animais por grupo); (Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20
= Ácido Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p * < 0,05 (SAL+
SAL) x (SAL+ ANF). p***< 0,001 (SAL+ ANF ) x (LA20+Li+ANF) de acordo
com a análise de variância, seguida pelo teste post-hoc de Tukey.
5.5 NÍVEIS DE GLUTATIONA REDUZIDA (GSH)
Percebe-se uma diminuição da concentração de GSH pelo tratamento com AMPH
no corpo estriado, mas a significância estatística nessa redução só foi observada no córtex pré-
frontal(CPF) quando comparados ao grupo controle (p < 0,001)[Córtex pré-frontal: SAL+AMPH
(564.0±33.31); Controle (1240±302.7); Corpo Estriado: SAL+AMPH (934.2±149.7); Controle
(1055±252.6)]. O tratamento com lítio (Li+AMPH) e com a combinação (Li+LA20+AMPH)
preveniu significativamente as alterações nos níveis de GSH induzidas pelo tratamento com
AMPH no córtex pré-frontal (p<0,0001).A combinação (Li+LA20+AMPH) se mostrou muito
mais relevante no sentido de recuperar os níveis de GSH no córtex pré-frontal comparativamente
as doses de LA em estudo: (LA10+AMPH) E (LA20+AMPH) sozinhas (p<0,0001).Verificou-se
uma tendência de aumento das concentrações de GSH no corpo estriado dos grupos tratados com
(LA20+AMPH) e (Li+LA20+AMPH) quando comparados com o grupo (SAL+AMPH),mas a sig-
nificância estatística verificou-se apenas no tratamento com a combinação (Li+LA20+AMPH)(p<0,01)
[Córtex pré-frontal:Li+AMPH (1183± 97.37);Li+LA20+AMPH(1922±231.6);LA10+AMPH(837.3±
43.34); LA20+AMPH(699.7±59.23);Corpo Estriado:LA20+AMPH (2074±553.5);Li+LA20+AMPH
37
(1776±256.5]. LA e Lítio, administrados isoladamente, promoveram uma tendência, não signifi-
cativa, de aumento dos níveis de GSH na área do Corpo Estriado(CE) quando comparados ao
grupo controle (Figuras 15 e 16).
Figura 16 – Níveis de GSH do Córtex Pré-Frontal no Protocolo de Prevenção. As barras repre-
sentam a média erro padrão da média do número de cruzamentos (n = 8 animais por
grupo); (GSH = Glutationa reduzida; Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia;
LA20 = Ácido Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p *** < 0,0001
(SAL+ANF x LA20+Li+ANF). p* < 0,05 (SAL+ SAL x SAL+ANF) de acordo com a
análise de variância, seguida pelo teste post-hoc de Tukey.
Figura 17 – Níveis de GSH no Corpo Estriado no Protocolo de Prevenção. As barras representam
a média erro padrão da média do número de cruzamentos (n = 8 animais por grupo);
(GSH = Glutationa reduzida; Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20
= Ácido Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p * < 0,05 (Li+SAL x
LA10+ANF) de acordo com a análise de variância, seguida pelo teste post-hoc de Tukey.
38
5.6 PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA (MDA)
Na prevenção, observou-se aumento significativo da peroxidação lipídica nos ani-
mais tratados com AMPH, constatado pelos níveis elevados de MDA desses animais no cór-
tex pré-frontal( p<0,05) e corpo estriado (p<0,05) quando comparados aos animais controle.
Observaram-se diferenças significativas entre os grupos Controle e SAL+AMPH no corpo estri-
ado e córtex pré-frontal[Córtex pré-frontal:SAL+AMPH(269.6±18.28);Controle(203.1± 21.21);
Estriado:SAL+AMPH(268.5±29.79);Controle(178.8±26.75)].(Figuras 17 e 18). O tratamento
preventivo combinado de LA20+Li+AMPH preveniu significativamente o aumento de MDA
no córtex pré-frontal(p<0,005)[SAL+AMPH(269.6± 18.28);LA20+Li+AMPH(150.6±26.31)].
Observou-se efeito de LA na redução da peroxidação lipídica no corpo estriado em todas as doses
estudadas. Ocorreu prevenção do aumento de MDA induzido pela AMPH nas doses de 10 mg/Kg
(p<0,05) e 20 mg/Kg (p<0,001)[LA20+AMPH(147.2± 24.14); LA10+AMPH(152.4±11.74)].
O Lítio e LA na dose 20mg/Kg apresentaram aumento da peroxidação lipídica na área do CPF
quando foram administrados com salina a partir do 8o dia de protocolo, em comparação ao grupo
controle (p<0,005) [SAL+LA20(288.5±26.94);SAL+Li(305.3± 18.51)].
Figura 18 – Níveis de MDA no Córtex Pré-Frontal no Protocolo de Prevenção. As barras represen-
tam a média erro padrão da média do número de cruzamentos (n = 8 animais por grupo);
(MDA = Malonaldeído; Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20 = Ácido
Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p * < 0,05 (Controle x Li+SAL) e
p** 0,0032 (SAL+ANF x LA20+Li+ANF) de acordo com a análise de variância, seguida
pelo teste post-hoc de Tukey.
39
Figura 19 – Níveis de MDA no Corpo Estriado no Protocolo de Prevenção. As barras representam
a média erro padrão da média do número de cruzamentos (n = 8 animais por grupo);
(MDA = Malonaldeído; Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20 = Ácido
Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p * < 0,05 (Controle x SAL+ANF)
e (SAL+ANF x LA20+ANF) de acordo com a análise de variância, seguida pelo testepost-hoc de Tukey.
5.7 NÍVEIS DE NITRITO (NO2-)
Os níveis de nitrito foram significativamente reduzidos no córtex pré-frontal e no es-
triado quando, no protocolo de prevenção, inserindo-se apenas AMPH; comparado ao grupo con-
trole (p<0,0001)[Córtex pré-frontal:Controle(198.2± 11.43); SAL+AMPH(34.44±3.348);Corpo
estriado:Controle(174.5±14.41); SAL+AMPH(53.13± 3.022)].(Figuras 19 e 20). As duas doses
em estudo de LA e o Lítio foram significativamente eficientes em diminuir os níveis de nitrito no
córtex pré-frontal[F=113,7; df=3; p<0,0001)] e no estriado[F=25,68; df=3; p<0,0001)] quando
comparados os grupo controle. Em relação ao tratamento combinado de LA20+Li+AMPH,
tem-se que ocorreu um aumento significativo dos níveis de nitrito quando se compara este
grupo com todos os demais grupos que receberam AMPH no córtex pré-frontal[F=3,523; df=4;
p<0,001)] e no corpo estriado[F=23,80; df=4; p<0,001)].
40
Figura 20 – Níveis de Nitrito no Córtex Pré-Frontal dos animais, no Protocolo de Prevenção. As
barras representam a média erro padrão da média do número de cruzamentos (n = 8
animais por grupo). Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20 = Ácido
Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p * < 0,05 (Controle x LA20+ANF)
e (SAL+ANF x LA20+Li+ANF) de acordo com a análise de variância, seguida pelo teste
post-hoc de Tukey.
Figura 21 – Níveis de Nitrito no Corpo Estriado dos animais, no Protocolo de Prevenção. As
barras representam a média erro padrão da média (n = 8 animais por grupo). Sal = Salina;
LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20 = Ácido Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF =
Anfetamina; Li = Lítio). p *** 0,0001(Controle x SAL+ANF) e p****0,0001 (SAL+ANF
x LA20+Li+ANF) de acordo com a análise de variância, seguida pelo teste post-hoc de
Tukey.
5.8 NEUROPLASTICIDADE PELOS NÍVEIS DO FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO
DO CÉREBRO (BDNF)
No protocolo de prevenção estudado, verificou-se redução do nível hipocampal de
BDNF nos grupos SAL+AMPH; LA20+AMPH e na combinação LA20+Li+AMPH, quando
comparados ao grupo controle, entretanto, a significância estatística não foi confirmada[F=1,197;
df=3; p>0,05)]. O Lítio apresentou tendência de prevenir a redução de BDNF induzida pela
AMPH, verificando-se os seguintes valores da comparação entre os grupos Li+AMPH x Con-
trole[F=4,256; df=11; p>0,05] e Li+AMPH x SAL+AMPH[F=5,203; df=11; p<0,05]significante,
41
portanto, neste último caso. Verificou-se que entre as doses de LA avaliadas, a dose menor
(LA10) gerou um aumento relevante nos níveis de BDNF no (HC), comparativamente ao grupo
controle e também na comparação com o grupo SAL+AMPH[F=27,78; df=2; p<0,0001].(Figura
21).
Figura 22 – Níveis de BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro) nos Hipocampos dos
animais, no Protocolo de Prevenção. As barras representam a média erro padrão da
média n = 8 animais por grupo). Sal = Salina; LA10 = Ácido Láurico 10 mg/Kg/dia; LA20
= Ácido Láurico 20 mg/Kg/dia; ANF = Anfetamina; Li = Lítio). p **** 0,0004 (controle
versus LA10+ANF), de acordo com a análise de variância, seguida pelo teste post-hoc de
Tukey.
42
6 DISCUSSÃO DE RESULTADOS
O controle e a redução de peso corporal a partir de determinados tipos de dietas
ricas em alguns tipos de gorduras foi verificado em alguns estudos acadêmicos relevantes, como
por exemplo, a ingestão de TCMs é benéfica para pacientes com síndrome metabólica porque
são absorvidos de forma mais eficiente potencializando o transporte intracelular mitocondrial,
portanto são mais cetogênicos que os (TCL),entretanto este tipo de dieta não pode se prolongar
por longos períodos devido a grande quantidade de gorduras e baixa ingestão de micronutrientes
(SAMPAIO, 2018)(MORAIS et al., ). A verificação que a administração de LA na alimentação
dos animais deste estudo culminou com redução do ganho de peso ou até levou a perda de
peso, foi clara; corroborando com recente revisão da literatura que identificou 26 artigos e 5
livros-textos publicados entre 2006 e 2016 evidenciando que dieta rica em gordura saturada é
estratégia confirmada e eficiente para induzir perda de peso e alterações benéficas do perfil do
metabolismo corpóreo em humanos(GOMES et al., 2017).
Este estudo demonstrou de forma marcante o efeito positivo do Ácido Láurico
na prevenção de episódios de hiper-locomoção gerado por AMPH; e esse efeito maníaco da
anfetamina já foi anteriormente descrito na literatura (MAGALHÃES; FRIES; KAPCZINSKI,
2012)(MACÊDO et al., 2012)(MACÊDO et al., 2013).
Destaca-se o fato de que a dose menor de LA e a combinação da dose maior mais o
lítio, em única administração diária, foram efetivas em diminuir o número de cruzamentos, que
aumentaram significativamente pela administração de anfetamina.
O óleo de coco ou o LA purificado podem ser considerados novas alternativas
de tratamento preventivos do TB e existem trabalhos que buscam confirmar essas opções de
suplementações dietéticas ricas em ácidos graxos saturados com fins psicoterapêuticos. Mais
estudos nessa área são ansiosamente aguardados, uma vez que efeito anticonvulsivante; no
neurotrofismo e na redução de estresse oxidativo, já foram descritos (BRIETZKE et al., 2018).
Voltando a considerar a atividade locomotora e analisando o número de levantamen-
tos, percebeu-se que a combinação da dose maior de LA mais o Lítio, no protocolo de prevenção,
resultou na diminuição significativa no número de rearings após indução com anfetamina, isto
portanto aponta, para a possibilidade de aplicação terapêutica dietética do óleo de coco.
O número de ações de auto-limpeza (grooming) também foi afetado pela combinação
LA2+Li, levando ao mesmo nível de resposta terapêutica do Lítio+anfetamina. Estes resultados,
demonstram de maneira inédita, que LA apresenta uma potencialização no efeito terapêutico
43
do estabilizador de humor convencional Lítio em ensaio pré-clínico. Assim, há necessidade de
testes apropriados para confirmação destes efeitos em humanos.
O presente estudo também evidenciou um efeito significativamente positivo de
LA sobre o rendimento cognitivo dos animais. Sabe-se que importantes estudos tem buscado
identificar o valor positivo de uma dieta rica em determinados tipos de gorduras saturadas para
o controle da doença de Alzheimer, onde resultados positivos já foram descritos, mas sem
elucidação do mecanismo de ação na interferência positiva de correção da cognição(TAYLOR
et al., 2018). É fato incontestável que pacientes com TB apresentam degeneração cognitiva
em períodos depressivos e maníacos, interferindo de maneira muito séria nas rotinas diárias
deles;e que os atuais tratamentos convencionais, com Lítio e Valproato, não estão impedindo
este prejuízo neuronal tão grave(KAPCZINSKI et al., 2009).
No modelo em estudo, sabe-se que AMPH é neurotóxica para os animais, levando
a sério prejuízo na velocidade de processamento neuronal(VALVASSORI et al., 2010)(GIL-
DENGERS et al., 2013). Assim, os resultados do presente estudo foram positivos, já que
evidenciou-se uma melhora significativa na memória de trabalho dos animais[p<0,0001]. Tem-se
com os resultados obtidos um fator de proteção neuronal, especialmente evidenciado no tra-
tamento combinado e preventivo de LA na dose maior com o Lítio. Já foi demonstrado que
o óleo de coco rico em LA pode estimular a cetogênese hepática fornecendo uma fonte de
energia importante para neurônios com metabolismo da glicose prejudicado, além do mais, pode
ocorrer a ativação de astrócitos, indicando que o consumo de óleo de coco pode melhorar a saúde
cerebral(NONAKA et al., 2016).
A funcionalidade dos ácidos graxos presentes na dieta é ampla e tem influência
importante no metabolismo de células e tecidos, função e capacidade de resposta a sinais
hormonais; relevantes regulações são realizadas tais como: estrutura e função de membranas
celulares; sinalização intracelular e expressão gênica(CALDER, 2015).
Os dados obtidos no presente trabalho, portanto, corroboram a hipótese de queo
Ácido Láurico pode ser uma estratégia viável de prevenção das perdas cognitivas geralmente
presentes em pacientes bipolares, no entanto, mais pesquisas nesse campo precisam ser feitas.
Vale destacar que, a melhora da proteção cognitiva gerada pelo tratamento com o Lítio em
modelos animais de mania do TB induzida por AMPH, pode ser justificada pela melhora das
ações neutróficas que já foram demonstradas na literatura(CASTRO et al., 2012)(MACÊDO et
al., 2012).O que se percebe de novo neste trabalho é a perspectiva de aprimoramento e tentativa
de obtenção da somação de efeitos benéficos preventivos de prejuízos cognitivos pela terapia
44
com LA+Li.
O teste do odor do gato, é um experimento válido para avaliar a tendência de exposi-
ção ao risco por animais em modelo de mania tratados com anfetamina(WILLIAMS; BARBER,
1990); e sabe-se que; AMPH aumenta consideravelmente a tendência de maior exposição a
riscos indicando um comportamento estereotipado(MARKHAM et al., 2006).Portanto, neste
trabalho verifica-se um aumento significativo da exposição ao pano com o cheiro do predador,
quando os animais são tratados com AMPH (Fig.14); e essa tendência de aumento à exposição ao
risco é apaziguada de maneira significativa quando os animais são tratados com Ácido Láurico
nas doses estudadas, com lítio e com a combinação LA2+Li.Assim, estes resultados indicam a
importante capacidade preventiva de modulação dos comportamentos associados ao medo e a
ansiedade nos animais experimentais.
Outro aspecto importante que foi observado, trata-se das concentrações de GSH iden-
tificadas nas áreas cerebrais: córtex pré-frontal e corpo estriado. Sabe-se que este componente
químico intracelular, o GSH, é importante substância antioxidante reguladora das reações de
oxidação e redução nos cérebros(KULAK et al., 2013).Já foi plenamente demonstrado que esta
substância é importante para a obtenção de um mecanismo de proteção celular onde a Glutationa
peroxidase (GPx) é obtida, evitando assim, danos celulares oxidativos causados por espécies
reativas de oxigênio (EROs), espécies reativas de nitrogênio e para a neutralização de toxinas e
metabólitos reativos, além de contribuição moduladora do ciclo celular, ativação de receptores e
transdução de sinais(KULAK et al., 2013).
O prejuízo nos níveis de GSH foi encontrado quando há a administração de AMPH,
algo previamente descrito na literatura(FREY et al., 2006)(MACÊDO et al., 2012),mas uma
tendência evidente de recuperação das reservas produzidas de GSH, quando os animais experi-
mentais receberam doses preventivas de LA; no entanto; a significância só ocorreu no Córtex
pré-frontal quando LA foi combinado com Lítio. No corpo estriado observou-se apenas uma
tendência clara de recuperação dos níveis com a dose maior de LA e a dose maior combinada
com Lítio e por muito pouco não se alcançou a significância estatística na diferença das médias
quando compara-se os grupos SAL+ANF x LA20+ANF (p=0,0544).Portanto, isto indica que LA
pode funcionar como uma substância que protege os mecanismos cerebrais de dano oxidativo.
O processo de peroxidação lipídica também é extremamente importante para indicar
danos oxidativos nos cérebros dos animais. Sabe-se que a geração de EROs pode estar associada
a possíveis reações com ácidos graxos poliinsaturados presentes nas membranas celulares e com
lipoproteínas transmembrana, e que, radicais livres derivados podem levar a ruptura da membrana
45
celular, disfunção e morte celular(MYLONAS; KOURETAS, 1999); alterações no DNA também
são possíveis(MARNETT, 1999). Portanto, destaca-se o papel relevante do marcador biológico,
espécie reativa do ácido tiobarbitúrico (TBARS), chamado malondialdeído (MDA) que é um
dos mais utilizados para indicar peroxidação lipídica(NIKI, 2009). Este trabalho apresentou
resultados inéditos, devido a redução dos níveis de MDA para abaixo dos níveis de controle;
com destacada relevância estatística (p<0,005) no CPF com o tratamento combinado LA2+Li no
protocolo de prevenção. Na área do CE os resultados também foram relevantes para prevenir
o aumento das taxas de MDA no tratamento isolado com LA10 e LA20, corroborando com
trabalho, já publicado, que indica benefícios da ingesta aumentada de alguns tipos de gorduras
que reduziram o estresse oxidativo e melhoraram a capacidade antioxidante do sangue de alguns
atletas(RHYU; CHO; ROH, 2014).
O NO é outro marcador neuroquímico relevante para identificar processos patológi-
cos onde há neurodegeneração(LIBERATORE et al., 1999).O subprodutos de NO, tais como:
nitrito(NO-2) e nitrato (NO-3) podem ser quantificadas em determinadas áreas cerebrais; e o
aumento dessas frações indicam possibilidade de aumento de reações redox com radicais livres,
contribuindo para agravamento de doenças psiquiátricas(OZYURT et al., 2014).Outra publicação
indicou a relação direta entre o aumento das concentrações de (NO) e o aumento dos níveis de
dopamina (DA) na área do corpo estriado(WEST; GRACE, 2000), portanto, o NO tem influencia
relevante nos desequilíbrios neuroquímicos. Além do que, em processo inflamatório confirmado
há um aumento bem definido na produção de NO, e, subprodutos decorrentes dessa produção
aumentada intensificam o processo neurodegenerativo(DUNCAN; HEALES, 2005).
Em suma, a avaliação dos níveis de nitrito deste trabalho indicou a influência positiva
de LA preventivo, no córtex pré-frontal, nas duas doses estudadas,pois, há uma tendência de
diminuição nos níveis de NO2- no protocolo com adição isolada de salina, quando comparado
ao controle e uma redução com significância, quando LA é administrado isolado antes da admi-
nistração parenteral de AMPH comparativamente ao controle. O Lítio também foi similarmente
efetivo. No córtex pré-frontal, a combinação LA20+Li mostrou a ocorrência da permanência
dos níveis de NO-2 em patamar idêntico ao do controle. Já na área estriatal percebeu-se o efeito
positivo de LA nas duas doses aplicadas previamente a AMPH. O Lítio foi tão eficiente quanto as
doses isoladas de LA. No entanto, a combinação LA20+Li aplicados previamente a AMPH não
foram farmacologicamente eficientes comparadas as doses isoladas de LA porque ocorreu uma
recuperação significativa dos níveis de NO-2.Assim, como já foi demonstrado que em pacientes
com TB há uma alteração nas vias metabólicas da arginina-NO levando a concentrações de NO-2
46
muito acima dos níveis normais(YANIK et al., 2004).
Considerando agora os aspectos neuroanatômicos, sabe-se que o surgimento de alte-
rações importantes tais como: Diminuição da massa cinzenta no córtex pré-frontal e alargamento
dos ventrículos laterais, podem estar diretamente associadas a alterações cognitivas em paciente
com TB. Este prejuízo direto interfere na conecção entre os neurônios, e assim, consolidam um
grande prejuízo na neuroplasticidade(KAPCZINSKI; QUEVEDO, 2015). Nesse contexto, tem-se
a participação importante do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), uma neurotrofina,
coordenando um conjunto de processos durante o desenvolvimento neuronal. As atividades
de neurogênese e restauração neuronal, por esta molécula, são conhecidas e bem expressas na
área hipocampal do cérebro de animais, onde suas concentrações, ou níveis de expressão, estão
diretamente associadas a melhora da memória geral(STRAKOWSKI; DELBELLO; ADLER,
2005).
Um grande escopo de evidências confirmam que o BDNF é uma neurotrofina funda-
mental nos mecanismos anotomoneurofisiopatológicos associados ao TB, e que, nos episódios
agudos do transtorno psiquiátrico em estudo, principalmente na fase de mania, ocorre diminuição
das concentrações desta proteína de sobrevivência e desenvolvimento neuronal(MACÊDO et al.,
2013)(KAUER-SANT’ANNA et al., 2009)(FERNANDES et al., 2011).
Em modelo de mania induzido por d-AMPH verifica-se uma redução dos níveis
de BDNF na área hipocampal e esse prejuízo é prevenido ou revertido com estabilizadores
clássicos de humor tais como Lítioe Valproato de sódio(JORNADA et al., 2010)(FREY et al.,
2006)(FUKUMOTO et al., 2001).
Este trabalho obteve um resultado significativo para a dose LA1 preventiva no sentido
de aumentar as concentrações de BDNF. E também, LA parece exercer efeitos relevantes evitando
decréscimos prejudiciais nos níveis de BDNF nos animais que foram expostos a AMPH. No
entanto, existem sérias evidências que apontam para um prejuízo causado por uma dieta rica
em gorduras saturadas, culminando com uma diminuição significativa dos níveis de BDNF,
comprometendo, assim, a neuroplasticidade e a cognição(WU; YING; GOMEZ-PINILLA,
2004).Outro trabalho também mostrou este prejuízo da dieta rica em gordura; que diminuiu
a neurogênese hipocampal e, prejudicou sobremaneira, a proliferação de células progenitoras
neurais devido ao aumento da peroxidação lipídica(PARK et al., 2010). A aparente contradição
pode resultar do fato de que o LA é um ácido graxo de cadeia média e que a estrutura molecular
desta gordura boa, de alguma forma ainda não esclarecida, modula reações do balanço energético
da célula e do estresse oxidativo levando a uma otimização do funcionamento celular em nível
47
molecular, trazendo benefícios. Este efeito benéfico corrobora com um importante estudo
realizado com o ácido graxo Ômega-3 que se mostrou positivo para a modulação dos níveis de
BDNF em um modelo de camundongo para doença de Parkinson(BOUSQUET et al., 2009).Além
do mais, sabe-se que ácido graxos livres, como LA por exemplo, presentes na dieta contribuem
para importantes funções fisiológicas através de determinadas moléculas de sinalização mediadas
pelo receptor (FFAR)(Receptor de ácido graxo livre) que é acoplado e proteína G.Análises
funcionais revelaram que os FFARs são essenciais para as funções metabólicas, como secreção
de hormônios; processo inflamatório e homeostase energética(MIYAMOTO et al., 2016).
48
7 CONCLUSÕES
Em suma, a administração de LA causou redução de ganho de peso corporal e até
perda de peso nos animais durante o experimento. LA sozinho ou combinado com o Li foi
capaz de prevenir alterações comportamentais como hiperlocomoção, bem como na memória
de trabalho dos animais. Estes efeitos se justificam, pelo menos parcialmente, pelos efeitos
antioxidantes cerebrais e neurotróficos deste ácido observados no presente estudo. Vale destacar
que estes resultados são inéditos para o avanço da compreensão dos efeitos estabilizantes
do humor observados pelo uso da suplementação dietética com ácido graxo de cadeia média
denominado Ácido Láurico ou Ácido dodecanóico. Entratanto, mais estudos são necessários
para o entendimento dos possíveis efeitos tóxicos da combinação entre LA e Li. Estas evidências
são importantes na condução de novos estudos pré-clínicos moleculares e de mecanismo de ação
para posteriores estudos clínicos sobre a atividade de LA no transtorno bipolar.
49
REFERÊNCIAS
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