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A Ciência da Macroeconomia M AC RO EC O N O M IC S - E CO 53 0 - 1 .1 Must University/2018 A Ciência da Macroeconomia • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Entender a macroeconomia como uma forma de investigação da realidade econômica que busca construir modelos de interpretação. A Ciência da Macroeconomia Conteúdo organizado por Adauto Damasio do livro A Concise Guide to Macroeconomics: What Managers, Executives, and Students Need to Know by David A. Moss, 2007 https://player.vimeo.com/video/253590466 https://player.vimeo.com/video/253590466 https://player.vimeo.com/video/266119271 A Ciência da Macroeconomia • 3/12 Introdução Podemos definir economia como o estudo das forças que influenciam a economia como um todo. Como qualquer ciência, a economia busca respostas para uma série variada de perguntas, tais como: • Por quais motivos alguns países têm altas taxas de inflação? • Por quais motivos alguns países apesentaram rápido crescimento econômico e outros permanecem estagnados na pobreza? • Por quais motivos todos os países passam por períodos de recessão e estagnação econômica? • De quais formas as ações governamentais podem reduzir a frequência e gravidade desses episódios? A macroeconomia busca compreender esses acontecimentos, entre tantas outras questões, tentando responder os seus fatores causais. Mas de quais maneiras a macroeconomia faz isso? Claro que as políticas econômicas são resultados das posturas dos líderes dos países. Porém, buscando explicar o funcionamento da economia em sua totalidade, os economistas elaboram modelos de interpretação. A elaboração de modelos é uma estratégia comum à todas as ciências, pois objetiva entender alguma padronização de comportamento, algum aspecto constante na realidade que está sendo investigada. Muitos economistas elaboram modelos a partir, por exemplo, de análises matemáticas. Considerando que a chamada “ciência econômica” é uma ciência humana, é preciso pensar que estamos pressupondo certas expectativas em relação ao comportamento humano. Tais modelos explicativos e analíticos da realidade possuem, fundamentalmente, duas espécies variáveis: os exógenos e os endógenos. Variáveis endógenas são aquelas que o modelo tenta explicar. A Ciência da Macroeconomia • 4/12 Variáveis exógenas são aquelas que o modelo pressupõe como dados, ou seja, são dados pela realidade pesquisada e mensurada. O objetivo central de um modelo é demonstrar como as variáveis exógenas afetam as variáveis endógenas. Em outras palavras, as variáveis exógenas são oriundas de fora do modelo e servem como insumo para ele, já as variáveis endógenas são determinadas no âmbito de aplicação do modelo. Para exemplificar tais ideias, vamos tomar um exemplo: o modelo de oferta e demanda. Para tal, iremos supor que um economista está interessado em analisar os fatores que determinam os preços da pizza e a quantidade de pizzas vendidas. Tal análise deveria considerar vários fatores, tais como o comportamento dos consumidores de pizza e a interação entre eles e o mercado de pizza. Poderíamos pressupor que a quantidade de pizzas vendidas depende do preço da pizza e da renda agregada dos seus consumidores. A Ciência da Macroeconomia • 5/12 Renda agregada é a soma das remunerações das diversas atividades de produção de um país (salários, lucros, juros, entre outros). Os institutos de pesquisa medem a renda agregada de forma periódica. Do ponto de vista contábil, renda agregada é igual ao Produto Interno Bruto. Nesse modelo explicativo, as variáveis exógenas são a renda agregada e o preço da matéria-prima e, nessa perspectiva, não se busca explicá-las, mas apenas tomá-las como dados da realidade. As variáveis endógenas são os preços da pizza e a quantidade de pizzas comercializadas, que são as variáveis que o modelo busca explicar. Assim, com o uso de equações e gráficos, poderíamos criar um modelo explicativo para o mercado de pizzas. Nele, poderíamos verificar o preço e a demanda por pizzas. Dessa forma, o uso desse modelo demonstra que o aumento da renda agregada produz um aumento na demanda pelo produto, bem como os seus preços. De forma alternativa, se os preços da matéria-prima aumentam, o preço também aumenta, e a oferta diminui, bem como a sua demanda. O que um modelo simples como esse demonstra? Demonstra que as variações da renda agregada nos preços das matérias-primas afetam os preços e a quantidade de pizzas no mercado. Notemos que tal modelo simplifica a realidade dinâmica da vida econômica. Considere, por exemplo, as práticas de mercado de uma pequena cidade onde só existe uma única pizzaria, onde a tendência será a de imposição do preço em função da ausência de concorrência. Considere a possibilidade de que o mercado de pizzas em uma cidade seja objeto da ação de um cartel. Considere também a questão da localização das pizzarias: uma pizzaria localizada em um bairro habitado por indivíduos de classe média, com maior segurança e conforto para estacionamento dos veículos dos consumidores poderá vender suas pizzas por um preço maior, pois ela não concorre com outras pizzarias localizadas em locais distintos ao seu. A Ciência da Macroeconomia • 6/12 Cartel é um acordo implícito ou explícito entre empresas concorrentes para fixação de preços ou cotas de produção. Em realidades diferenciadas, um determinado modelo explicativo não consegue explicar as variáveis que compõem a relação entre oferta e demanda e lembremos que todas as realidades são diferenciadas, nas várias culturas que permeiam a humanidade em todo o globo terrestre. Como reagir à falta de realismo do modelo? Simplesmente ignorá-lo ou propor seu aprimoramento? A resposta depende de nossas perguntas, de nossas intenções, dos nossos propósitos ao investigar uma questão econômica. Se o objetivo for comparar a variação do preço do trigo e a quantidade de pizza vendida, é provável que a diversidade de preços não seja tão importante. Nas palavras de Mankiw (2015, p. 58): Os economistas utilizam modelos para abordar todas essas questões, mas nenhum modelo, isoladamente, é capaz de apresentar res postas para todos esses questionamentos. Assim como os carpinteiros utilizam diferentes ferramentas para executar diferentes tarefas, os economistas utilizam diferentes modelos para explicar diferentes fenômenos econômicos. Os estudantes de macroeconomia, por tanto, devem ter em mente que não existe um único modelo “correto” que possa sempre ser aplicado. Ao contrário, existem muitos modelos, cada um dos quais é útil para lançar luz sobre uma diferente faceta da economia. O campo da macroeconomia se assemelha a um canivete suíço — um conjunto de ferramentas complementares, embora distintas, que podem ser aplicadas de diferentes maneiras em diferentes circunstâncias. A Ciência da Macroeconomia • 7/12 Assim, é preciso que conheçamos vários modelos de interpretação da realidade econômica para buscar entender a sua realidade. Um outro conceito importante para os macroeconomistas diz respeito ao “ajuste de mercado”, que pode auxiliar na explicação da variação da oferta e demanda da pizza. A premissa do “ajuste de mercado” pressupõe que os mercados estão normalmente em equilíbrio de tal modo que o preço de um bem ou serviço têm um ponto de cruzamento entre oferta e demanda. A Ciência da Macroeconomia • 8/12 Saiba Mais Quer saber mais sobre a política macroeconômica? Então acesse: <https://www.gov.br/fazenda/pt-br/assuntos/politica- macroeconomica/atuacao-spe>. Em Resumo Os economistas propõem modelos explicativos que buscam entender a realidade econômica, em especial no que diz respeito às relações entre preço e demanda. Tais modelos podem ser mais ou menos eficientes, porém são sempre reajustados em função de novas realidades que se apresentam como dados, as variáveis exógenas. A premissa do ajuste de mercado pressupõe que os mercados estão normalmente em equilíbriode tal modo que o preço de um bem ou serviço possuem um ponto de cruzamento entre oferta e demanda. https://www.gov.br/fazenda/pt-br/assuntos/politica-macroeconomica/atuacao-spe A Ciência da Macroeconomia • 9/12 Na ponta da língua Referências Bibliográficas MANKIW, N. G. (2015). Macroeconomia. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC. https://player.vimeo.com/video/253590535 https://player.vimeo.com/video/253590466 https://player.vimeo.com/video/266119346 A Ciência da Macroeconomia • 12/12 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: A Concise Guide to Macroeconomics: What Managers, Executives, and Students Need to Know by David A. Moss, 2007 Dados da Macroeconomia M AC RO EC O N O M IC S - E CO 53 0 - 1 .2 Must University/2018 Dados da macroeconomia • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Entender como são construídos os dados do Produto Interno Bruto, bem como as taxas de inflação e de desemprego. Dados da macroeconomia Conteúdo organizado por Adauto Damasio do livro A Concise Guide to Macroeconomics: What Managers, Executives, and Students Need to Know by David A. Moss, 2007 Dados da macroeconomia • 3/11 Introdução Qualquer cientista tem o desejo de conhecer aquilo que está acontecendo ao seu redor. Essa curiosidade é da natureza da ciência. Para tal objetivo, os cientistas desenvolvem teorias e observações. Qualquer teoria busca entender determinado acontecimento. Mas a teoria, em qualquer ciência, não se sustenta sem a devida comprovação empírica, sem a prática. Então, como um economista deve buscar os dados necessários para fundamentar suas teorias? No passado, eles buscavam esses dados em observações parciais e casuais para dar sequência aos seus estudos. Tratavam-se de informações fragmentadas que eram obtidas de sua relação com o cotidiano de suas vidas. Atualmente, os economistas e pensadores de uma forma geral possuem uma grande massa de dados que são pesquisados por órgãos governamentais e privados, proporcionando condições para a formulação de teorias e análises muito mais próximas da realidade. Tais dados auxiliam na elaboração e aplicação de políticas econômicas governamentais, bem como nos projetos do setor privado. Analisaremos, aqui, três elementos básicos nos quais os economistas se concentram para a formulação dessas análises: o Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e a taxa de desemprego. Dados da macroeconomia • 4/11 PIB – Produto Interno Bruto O Produto Interno Bruto (PIB) costuma ser considerado como o melhor indicador de desempenho de uma economia. Nos países em geral, o seu resultado é pesquisado por órgãos governamentais. Por exemplo, nos Estados Unidos da América, ele é pesquisado e anunciado pelo Departamento de Comércio. No Brasil, é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quem pesquisa e divulga esses resultados. Podem existir duas formas de calcular o PIB de uma nação. Uma delas considera a renda total de todos os que participam das relações econômicas. Outra forma considera o total de gastos em termos de produção de bens e serviços na economia. De uma forma ou de outra, o índice avalia a vitalidade econômica de um país num determinado período de tempo. O intervalo de tempo pode variar de um país para outro, mas são comuns as medições trimestrais e anuais do PIB. Em suma, os índices do PIB buscam captar a quantidade de riqueza que um país produz, o que pode ser medido pela renda nacional ou pela produção de bens e serviços. Existem várias regras técnicas e matemáticas para o cálculo do PIB em um determinado intervalo de tempo. Por exemplo, os pesquisadores tratam de forma diferente estoques invendáveis de uma empresa e estoques que podem ser vendidos no futuro. Os economistas, além de se preocuparem com a produção nacional de bens e serviços, também se preocupam com a distribuição desses elementos e seus usos. Assim, as chamadas contas nacionais se dividem em quatro categorias de despesas: • Consumo; • Investimentos; • Compras do governo; • Exportações líquidas. Dados da macroeconomia • 5/11 Assim, o PIB também pode ser definido como a soma do consumo, investimentos, compras do governo e exportações líquidas. Essa soma também é conhecida como “identidade das contas nacionais”. O consumo é a soma dos bens e serviços adquiridos pelas famílias. Investimentos são bens adquiridos para uso futuro. Compras do governo são bens e serviços adquiridos pelos governos federal, estaduais e municipais. Exportações líquidas são a diferença entre bens e serviços vendidos pelo país aos países estrangeiros menos os bens e serviços comprados pelo país de outros países. IPC – Índice de Preços ao Consumidor Uma preocupação central dos economistas, dos governos, das empresas e das famílias é a inflação. A inflação pode ser definida de várias maneiras, mas em geral é entendida como o aumento dos preços das mercadorias que os cidadãos compram em seu cotidiano, tais como alimentos, combustível, aluguéis, entre outros. Existem vários indicadores para o cálculo da inflação, mas um dos mais utilizados é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). De qual forma esse índice é calculado? Poderíamos simplesmente somar todos os aumentos de preços e extrair uma média aritmética para calculá-lo? Certamente não, pois existem produtos que são mais consumidos do que outros. O preço de uma dúzia de ovos certamente é muito mais importante para as famílias do que o preço do chocolate suíço. Os institutos de pesquisa comparam os preços de uma determinada cesta de bens e serviços em determinado mês em relação aos meses anteriores. Os dados coletados para cálculo do IPC são fundamentais numa economia nacional, pois impactam decisivamente na política de juros do Banco Central. Em tese, quanto maior a inflação, maior serão os juros para empréstimos determinados pelo Banco Central. Dados da macroeconomia • 6/11 Taxa de desemprego Sem dúvida, a força de trabalho é um dos componentes mais importantes de uma economia nacional. Manter uma economia que ofereça oportunidades de trabalho para sua população deve ser uma preocupação central de todos os governos. A taxa de desemprego é o índice percentual das pessoas que desejam trabalhar e não conseguem emprego. As pesquisas que medem a taxa de desemprego são realizadas por dados amostrais e a metodologia varia em função das especificidades de cada país. Normalmente, ela é feita a partir de perguntas à população com mais de 16 anos e a partir das respostas, essa população é dividida em três categorias. • Empregados: essa categoria inclui os indivíduos que trabalhavam, na data de pesquisa, como funcionários remunerados, em seus próprios negócios ou atuavam como trabalhadores não remunerados em negócios da própria família, mesmo que sem remuneração. • Desempregados: essa categoria inclui indivíduos que não estavam empregadas, na data de pesquisa, e que tinham buscado um emprego nas últimas quatro semanas anteriores à pesquisa. • Fora da força de trabalho: essa categoria inclui pessoas que não se enquadram nas duas primeiras, tais como estudantes, donas de casa e aposentados. Dados da macroeconomia • 7/11 A força de trabalho é a soma da população que está empregada e pessoas desempregadas. Em vários países, tais estatísticas incluem cálculos percentuais comparativos para homens e mulheres, brancos e negros, trabalhadores adolescentes, entre outros. Portanto, num cálculo simples, exemplifiquemos: Força de Trabalho: 80 milhões (empregados) + 9 milhões (desempregados) = 89 milhões Taxa de desemprego: 9 milhões / 89 milhões = 8,9% Saiba Mais Quer saber mais sobre Produto Interno Bruto? Leia a matéria disponível no link a seguir: <https://economictimes.indiatimes.com/ definition/gross-domestic-product> Em Resumo O Produto Interno Bruto (PIB) mede a renda de todas as pessoas de uma economia e, de forma equivalente, os recursos gerados pela produçãode bens e oferta de serviços de um país. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mede a evolução dos preços de bens e serviços de uma cesta fixa de bens e serviços em um determinado intervalo de tempo. Os índices de desemprego medem o percentual de pessoas que estão desempregados, considerando o total da força de trabalho. https://economictimes.indiatimes.com/definition/gross-domestic-product https://economictimes.indiatimes.com/definition/gross-domestic-product Dados da macroeconomia • 8/11 Na ponta da língua Referências Bibliográficas MANKIW, N. G. (2015). Macroeconomia. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC. https://player.vimeo.com/video/253590573 https://player.vimeo.com/video/266119434 Dados da macroeconomia • 11/11 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Hospital and Healthcare Security by Tony W. York and Don MacAlister Butterworth-Heinemann © 2015 Renda Nacional M AC RO EC O N O M IC S - E CO 53 0 - 1 .3 Must University/2018 Renda Nacional • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Entender a relação entre consumo, investimentos e compras do governo a partir das definições de fatores de produção e funções de produção. Renda Nacional Conteúdo organizado por Adauto Damasio do livro A Concise Guide to Macroeconomics: What Managers, Executives, and Students Need to Know by David A. Moss, 2007 Renda Nacional • 3/11 Introdução A variável econômica mais importante é o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB mede a produção total de bens e serviços de toda nação, bem como o total da renda dessa nação. Para avaliarmos o significado do PIB, basta examinar rapidamente os dados internacionais: em comparação com outros países mais pobres, os países com PIB per capito mais alto desfrutam de todas as coisas, de uma melhor nutrição na infância até um maior número de aparelhos de televisão por família. Um PIB elevado não garante que todos os cidadãos de uma nação sejam felizes, mas pode representar a melhor receita para felicidade que os macroeconomistas têm a oferecer. Quais são as relações entre a produção das empresas e a renda total de uma nação? Quem compra o produto da economia? Quanto as famílias compram para consumo? Quanto as famílias e as empresas compram para fins de investimento? Quanto o governo compra para propósitos públicos? A produção de bens e serviços em uma economia (PIB) depende da quantidade de seus insumos, conhecidos como fatores de produção, e da sua capacidade de transformar insumos em produtos, conforme representado pela função de produção. Fatores de produção são os recursos utilizados para a produção de bens e serviços. Os dois fatores de produção mais importantes são capital e mão de obra. Capital é o conjunto de ferramentas que os trabalhadores utilizam como o guindaste do operário de construção civil, a calculadora do contador e o computador deste autor. Mão de obra é o tempo que as pessoas gastam no trabalho. A tecnologia de produção disponível determina o quanto se produz a partir de uma determinada quantidade de capital e de mão de obra. Os economistas expressam essa relação usando uma função de produção. A função de produção reflete a tecnologia disponível para transformar capital e mão de obra em produção. Se alguém inventa uma maneira mais eficiente de produzir um determinado bem o resultado é um maior volume de produção com a mesma quantidade de capital e mão de obra. Portanto, uma mudança tecnológica altera a função de produção. Renda Nacional • 4/11 Os fatores de produção e a função de produção, em conjunto, determinam a quantidade ofertada de bens e serviços, que, por sua vez, é igual ao total da produção na economia. Se todas as empresas da economia são competitivas e visam à maximização de seus lucros, cada um dos fatores de produção é remunerado com base em sua respectiva contribuição marginal para o processo de produção. A renda que sobra depois das empresas terem remunerado os fatores de produção é o lucro econômico dos proprietários das empresas. Já identificamos os quatro componentes do PIB: • Consumo (C); • Investimento (I); • Compras do governo (G); • Exportações líquidas (NX). Renda Nacional • 5/11 Para simplificar a análise, vamos partir do pressuposto de que nossa economia é uma economia fechada: um país que não realiza transações comerciais com outros países. Consequentemente, as exportações líquidas são sempre iguais a zero. As famílias consomem uma parcela do total da produção da economia: as empresas e as famílias utilizam uma parcela da produção para fins de investimento e o governo compra uma parte da produção para finalidades públicas. Queremos ver como o PIB é distribuído entre esses três usos. Consumo Quando ingerimos um alimento, vestimos roupas ou vamos a um cinema, estamos consumindo uma parcela da produção total da economia. Todas as formas de consumo, em conjunto, constituem aproximadamente dois terços do PIB. Como o consumo é muito grande, os macroeconomistas dedicaram muita energia ao estudo das decisões de consumo pelas famílias. Tanto as empresas quanto as famílias adquirem bens de investimento. As empresas adquirem bens de investimento com o objetivo de fazer aumentar seu estoque de capital e de substituir o capital existente, à medida que este vai se deteriorando. As famílias adquirem novas moradias, que também fazem parte do investimento. Renda Nacional • 6/11 Investimentos A quantidade demandada de bens de investimento depende da taxa de juros, que mede o custo dos recursos utilizados para financiar o investimento. Para que um projeto de investimento seja lucrativo, seu retorno (a receita decorrente da maior produção futura de bens e serviços) deve superar o custo (os pagamentos pelos recursos financeiros tomados a título de empréstimo). Se a taxa de juros aumenta, uma menor quantidade de projetos de investimento passa a ser lucrativa, e a quantidade demandada de bens de investimento diminui. Compras do governo As compras do governo são o terceiro componente da demanda por bens e serviços. O governo federal compra armamentos, mísseis e os serviços dos funcionários públicos. Os governos municipais compram livros para as bibliotecas, constroem escolas e contratam professores. Os governos, em todas as instâncias, constroem estradas e realizam outras obras públicas. Todas essas transações constituem as compras do governo de bens e serviços, que, nos Estados Unidos, são responsáveis por aproximadamente 20% do PIB. Essas compras representam somente um tipo de gasto do governo. O outro tipo diz respeito a pagamentos de transferências para famílias, como assistência social para os pobres e pagamentos de aposentadorias e pensões aos idosos. A demanda por aquilo que é produzido na economia tem sua origem no consumo, no investimento e nas compras do governo. O consumo depende da renda disponível, o investimento depende da taxa de juros real e as compras do governo e os impostos representam as variáveis exógenas definidas pelos formuladores da política econômica. Renda Nacional • 7/11 Saiba Mais O arquivo disponível no link a seguir conta sobre a Renda Nacional produzido pelo economista Antonio Dias Leite Jr. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50478.pdf> Em Resumo Os fatores e a tecnologia da produção determinam a produção de bens e serviços da economia. O aumento de um dos fatores de produção ou um avanço tecnológico aumentam a produção. As empresas competitivas, que visam à maximização de seus lucros, contratam mão de obra até o ponto em que o produto marginal da mão de obra se iguala ao salário real. De maneira análoga, essas empresas arrendam capital até que o produto marginal do capital seja equivalente ao preço real de seu aluguel. A produção da economia é utilizada para fins de consumo, investimento e compras do governo. O consumo depende positivamente da renda disponível. O investimento depende negativamenteda taxa de juros real. As compras do governo e os impostos são variáveis exógenas inerentes à política fiscal. A taxa de juros real se ajusta de modo a equilibrar a oferta e a demanda correspondentes ao produto da economia. Um decréscimo na poupança nacional, talvez em decorrência do aumento das compras do governo ou da diminuição dos impostos, reduz a quantidade de equilíbrio para investimentos e ocasiona a elevação da taxa de juros. O aumento da demanda por investimentos, talvez em decorrência de uma inovação tecnológica ou de um incentivo fiscal para o investimento, também ocasiona a elevação da taxa de juros. O aumento da demanda por investimentos aumenta a quantidade de investimento apenas se taxas de juros mais altas estimularem a poupança adicional. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50478.pdf Renda Nacional • 8/11 Na ponta da língua Referências Bibliográficas MANKIW, N. G. (2015). Macroeconomia. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC. https://player.vimeo.com/video/253590573 https://player.vimeo.com/video/266119514 Renda Nacional • 11/11 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Hospital and Healthcare Security by Tony W. York and Don MacAlister Butterworth-Heinemann © 2015 Sistema Monetário M AC RO EC O N O M IC S - E CO 53 0 - 1 .4 Must University/2018 Sistema Monetário • 2/11 Objetivos de Aprendizagem • Entender o que é o Sistema Monetário e como funcionam os Bancos Centrais nos diversos países. Sistema Monetário Conteúdo organizado por Adauto Damasio do livro A Concise Guide to Macroeconomics: What Managers, Executives, and Students Need to Know by David A. Moss, 2007 Sistema Monetário • 3/11 Introdução Os dois braços da política macroeconômica são a política monetária e a política fiscal. A Política fiscal engloba as decisões do governo sobre gastos e impostos e a Política monetária refere-se às decisões sobre o sistema de moeda e o sistema bancário de um país. A política fiscal normalmente é definida por políticos eleitos, como o Congresso dos Estados Unidos ou o Parlamento Inglês. A política monetária é feita pelos bancos centrais, que em geral são montados por políticos eleitos, mas têm autonomia para atuar de forma independente. Entre os exemplos estão o Federal Reserve Bank dos EUA e o Bank of England. Não há dúvidas de que essas instituições têm grande influência sobre a vida dos cidadãos de todos os países do mundo. Para os economistas, moeda é um estoque de ativos que podem ser utilizados para realizar transações comerciais. Entre as funções da moeda, devemos destacar: • Reserva de valor: a moeda pode servir para transferir o poder de compra do presente para o futuro. Isso pode ser feito por meio da poupança de uma riqueza gerada no presente para ser gasta no futuro. • Unidade de conta: a moeda define parâmetros para o registro de preços e dívidas. Quando compramos um imóvel, afirmamos que ele vale 200 mil dólares e não 5 automóveis, mesmo que os valores sejam equivalentes. • Meio de troca: a moeda é aquilo que utilizamos para adquirir bens e serviços. A moeda é, assim, o ativo de maior liquidez, pois é aceita em qualquer estabelecimento comercial. Moeda fiduciária é aquela que não possui valor intrínseco, mas apenas valor simbólico. Ou seja, é a moeda que representa outras riquezas. Moeda-mercadoria é uma mercadoria que serve como meio de troca. O exemplo mais usado é o ouro. O padrão ouro foi usado no mundo todo por séculos. A quantidade de moeda disponível em uma economia é conhecida como oferta monetária. Em um sistema no qual haja moeda-mercadoria, a oferta de moeda é a quantidade dessa mercadoria. Sistema Monetário • 4/11 Em uma economia que utilize moeda fiduciária, como é o caso na maioria das economias atuais, o governo controla a oferta monetária: restrições de natureza legal concedem ao governo o monopólio sobre a impressão de moeda. Assim como o nível de tributação e o nível de compras do governo representam instrumentos de política do governo, o mesmo ocorre com a oferta monetária. O controle sobre a oferta monetária é chamado de política monetária. Nos Estados Unidos, e em muitos outros países, a política monetária é delegada a tuna instituição parcialmente independente conhecida como Banco Central. O Banco Central dos Estados Unidos é o Federal Reserve — muitas vezes conhecido apenas como Fed. Se você examinar uma nota de dólar norte- americano, verá que ela tem o nome de Federal Reserve Note. Qual é a quantidade de moeda que deve existir em um país? Se a moeda representa o estoque de ativos usados para realizar transações, a quantidade de moedas é a quantidade desses ativos. São os Bancos Centrais os responsáveis pela emissão de moeda em um determinado país. Sistema Monetário • 5/11 Porém, para além da ação dos Bancos Centrais, com papel central na emissão da moeda e na política de juros. A oferta monetária é determinada também pelo comportamento das famílias (que mantém moeda corrente em mãos) e dos bancos (nos quais a moeda é mantida). Consideremos que os bancos recebem depósitos de moeda e concedem empréstimos, por exemplo, para famílias que estejam adquirindo imóveis residenciais ou para empresas que desejem investir em novas fábricas e equipamentos. A vantagem para os bancos é que eles podem cobrar juros sobre os empréstimos. Os bancos precisam manter algumas reservas disponíveis para que elas estejam disponíveis sempre que os correntistas desejarem fazer retiradas. Porém, contanto que o montante de novos depósitos seja aproximadamente igual ao montante de retiradas, um banco não precisa manter todos os depósitos sob a forma de reserva. Consequentemente, os banqueiros passam a ter um incentivo para conceder empréstimos. Quando eles assim procedem temos a reserva bancária fracionária, um sistema no qual os bancos mantêm apenas tuna fiação de seus depósitos sob a forma de reserva. O sistema de reserva bancária fracionária cria moeda, uma vez que cada unidade de moeda a título de reserva gera muitas unidades de moeda a título de depósitos à vista. Para abrir um banco, os proprietários precisam contribuir com parte de seus próprios recursos financeiros, que passa a constituir o capital do banco. No entanto, como os bancos são fortemente alavancados, um pequeno declínio no valor de seus ativos pode exercer um impacto significativo sobre o valor do capital do banco. Os reguladores do sistema bancário exigem que os bancos tenham capital suficiente para garantir que os depósitos dos correntistas sejam reembolsados. A oferta monetária depende da base monetária, da proporção entre reserva e depósitos e da proporção entre moeda e depósitos. O aumento na base monetária leva ao aumento proporcional da oferta monetária. A diminuição da proporção entre reserva e depósitos ou da proporção entre moeda e depósitos estimula o aumento do multiplicador monetário e, consequentemente, a oferta monetária. Sistema Monetário • 6/11 O banco central modifica a oferta monetária alterando a base monetária ou a proporção de reservas e, assim, o multiplicador monetário. Pode modificar a base monetária através da compra de títulos no mercado aberto ou realizando empréstimos a outros bancos. Pode também influenciar a proporção de reserva alterando as necessidades de reserva ou modificando a taxa de juros que passa aos outros bancos pelas reservas que eles mantém. Sistema Monetário • 7/11 Saiba Mais O link a seguir conta mais sobre “O sistema do dólar e a realidade económica dos EUA no pós guerra”. Disponível em: <https://resistir. info/eua/o_sistema_do_dolar.html> Em Resumo Moeda é o estoque de ativos utilizados para transações. Funciona como uma reserva de valor, uma unidade de conta e um meio de troca. Nas economias modernas, um banco central, como é o caso do Federal Reserve nos Estados Unidos, é responsável por controlar a oferta monetária. O sistema de reserva bancáriafracionária cria moeda, uma vez que cada unidade de moeda a título de reserva gera muitas unidades de moeda a título de depósitos à vista. A oferta monetária depende da base monetária, da proporção entre reserva e depósitos e da proporção entre moeda e depósitos. O aumento na base monetária leva ao aumento proporcional da oferta monetária. O banco central modifica a oferta monetária modificando a base monetária ou a proporção de reservas e, assim, o multiplicador monetário. https://resistir.info/eua/o_sistema_do_dolar.html https://resistir.info/eua/o_sistema_do_dolar.html Sistema Monetário • 8/11 Na ponta da língua Referências Bibliográficas MANKIW, N. G. (2015). Macroeconomia. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC. https://player.vimeo.com/video/253590573 https://player.vimeo.com/video/266119573 Sistema Monetário • 11/11 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Hospital and Healthcare Security by Tony W. York and Don MacAlister Butterworth-Heinemann © 2015 Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais M AC RO EC O N O M IC S - E CO 53 0 - 1 .5 Must University/2018 Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais • 2/10 Objetivos de Aprendizagem • Entender as causas da inflação e seus efeitos sobre toda a economia. Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais Conteúdo organizado por Adauto Damasio do livro A Concise Guide to Macroeconomics: What Managers, Executives, and Students Need to Know by David A. Moss, 2007 Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais • 3/10 Introdução A taxa de inflação é o percentual de variação do nível geral de preços. Algumas economias se caracterizam pela estabilidade de preços durante um longo período de tempo, mas temos exemplos de países que conviveram com um cenário de hiperinflação durante anos. O exemplo extremo de hiperinflação é a Alemanha em 1923, país onde os preços aumentavam, em média, 500% ao mês. O Brasil, no final do século XX, também foi marcado pela hiperinflação. Para entender as causas da inflação, é preciso entender as características da moeda: o que é, o que afeta sua oferta e demanda e sua influência sobre a economia. Já aprendemos que a oferta de moeda é a quantidade disponível de moeda no mercado. A oferta de moeda é determinada pelas políticas dos Bancos Centrais e pelas práticas dos bancos. Para avançar na análise dos efeitos da política macroeconômica, é preciso buscar uma teoria que nos explique quais são as relações entre a quantidade de moeda disponível e as outras variáveis econômicas. Para tal objetivo, usaremos a Teoria Quantitativa da Moeda. Fundamentalmente, ela enuncia que o Banco Central, que controla a oferta monetária, exerce o controle definitivo sobre a taxa de inflação. Se o Banco Central mantém estável a oferta monetária, o nível de preços permanece estável. Se o Banco Central aumenta rapidamente a oferta monetária, o nível de preços sobe rapidamente. Essa teoria se baseia em três fundamentos centrais: • Os fatores de produção e a função da produção determinam o patamar da produção de bens e serviços; • A oferta monetária determina o valor nominal da produção e o nível da produção; • O nível de preços é, assim, a proporção entre o valor nominal da produção e o nível da produção. De outra forma, a capacidade produtiva da economia determina o PIB real e a quantidade de moeda determina o PIB nominal. Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais • 4/10 A receita da emissão da moeda Vimos então que o Banco Central de qualquer país e as práticas do sistema bancário determinam a oferta da moeda e, portanto, a inflação. Mas quais são os fatores que poderiam levar o Banco Central a produzir e ofertar mais moeda para o mercado? Os governos de todos os países do mundo gastam dinheiro com compra de bens, oferta de serviços, pagam funcionários públicos, entre outros. De qual forma os governos conseguem dinheiro? A. Cobrança de impostos; B. Venda de títulos emitidos pelo governo; C. Emissão de moeda pelo Banco Central. Quando o governo emite moeda, aumentando sua oferta, ele causa inflação. Essa inflação pode ser considerada um imposto: o imposto inflacionário que é pago por todos que possuem moeda. Senhoriagem é a receita que o governo arrecada com a emissão de moeda. Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais • 5/10 Taxa de juros e inflação Quando um cidadão deposita suas economias em um banco que lhe paga juros pelo depósito por um determinado tempo, ele recebe, após esse tempo, um valor adicional em função dos juros acordados. De fato, parte desse valor adicional pode ser considerado uma adição de valor na conta corrente do cidadão, mas uma outra parte nada mais foi do que a reposição do índice de inflação no mesmo período. A taxa de juros que o banco remunera é chamada de taxa de juros nominal, enquanto o aumento de seu poder de compra (aumento de valor) é conhecido como taxa de juros real. Os custos sociais da inflação Inúmeros são os custos da inflação nas economias. Altas taxas de inflação desorganizam as empresas, fazendo com que seus custos aumentem e que seus preços sejam realinhados periodicamente. Além disso, processos inflacionários desorganizam as contas públicas, pois dificultam a exata avaliação do setor público no realinhamento dos recursos necessários para a gestão do Estado. Outro custo é o de viver num mundo onde os preços variam constantemente, desorganizando a vida das famílias. Porém, o mais alto tributo que um sistema econômico pode cobrar da sociedade é a hiperinflação, pois ela desorganiza toda a cadeia produtiva, o consumo e as finanças públicas de uma economia. Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais • 6/10 Em Resumo A teoria quantitativa da moeda pressupõe que a velocidade da moeda é estável e conclui que o PIB nominal é proporcional ao estoque monetário. A taxa de crescimento da quantidade de moeda determina a taxa de inflação. Senhoriagem é a receita que o governo arrecada com a emissão de moeda. Trata- se de um imposto sobre a retenção de moeda. Embora seja quantitativamente pequena na maioria das economias, a senhoriagem é, com frequência, uma importante fonte de receita para o governo em economias que passam por períodos de hiperinflação. A taxa de juros nominal é a taxa de juros real (a taxa de juros conforme reportada normalmente) corrigida pela inflação. Os custos da inflação esperada incluem todos os custos de desorganização da economia e dos esforços dos cidadãos e empresas para se adequarem à realidade inflacionária. Além disso, a inflação não esperada causa redistribuições arbitrárias da riqueza entre devedores e credores. Durante períodos de hiperinflação, a maior parte dos custos da inflação torna- se bastante grave. As hiperinflações geralmente começam quando os governos financiam grandes déficits orçamentários, por meio da emissão de moeda. Elas terminam quando as reformas fiscais fazem com que cesse a necessidade de senhoriagem. Saiba Mais No link a seguir, você conhecerá um pouco mais sobre a história da inflação no Brasil. Disponível em: <https://br.advfn.com/economia/ inflacao/brasil/historia> https://br.advfn.com/economia/inflacao/brasil/historia https://br.advfn.com/economia/inflacao/brasil/historia Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais • 7/10 Na ponta da língua Referências Bibliográficas MANKIW, N. G. (2015). Macroeconomia. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC. https://player.vimeo.com/video/253590573 https://player.vimeo.com/video/266119681 Inflação: Causas, Efeitos e Custos Sociais • 10/10 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Hospital and Healthcare Security by Tony W. York and Don MacAlister Butterworth-Heinemann © 2015
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