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2020-tcc-jccmoreira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA 
 
 
 
 
 
JOÃO CARLOS COSTA MOREIRA 
 
 
 
 
 
SAZONALIDADE DE PREÇOS DE FRUTAS E HORTALIÇAS-FRUTO PRODUZIDAS 
NO CEARÁ COM MAIOR VOLUME DE COMERCIALIZAÇÃO NA CEASA-CE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA-CE 
2020 
 
 
 
 
 
 
JOÃO CARLOS COSTA MOREIRA 
 
 
 
 
 SAZONALIDADE DE PREÇOS DE FRUTAS E HORTALIÇAS-FRUTO PRODUZIDAS 
NO CEARÁ COM MAIOR VOLUME DE COMERCIALIZAÇÃO NA CEASA-CE. 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Agronomia do 
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do 
Ceará, como parte das exigências da Atividade AC0510 
– Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito para 
a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. 
Orientador: Prof. Dr. Francisco José Silva Tabosa 
 
 
 
 
 
FORTALEZA CE 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO CARLOS COSTA MOREIRA 
 
 
SAZONALIDADE DE PREÇOS DE FRUTAS E HORTALIÇAS-FRUTO PRODUZIDAS 
NO CEARÁ COM MAIOR VOLUME DE COMERCIALIZAÇÃO NA CEASA-CE. 
 
 
 
 
 
Relatório final, apresentado a Universidade Federal 
do Ceará, como parte das exigências para a obtenção 
do título de Engenheiro agrônomo. 
 
 
 Fortaleza, 28 de Setembro de 2020. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
________________________________________ 
Prof. D.Sc. Francisco José Silva Tabosa(Orientador) 
Universidade Federal Do Ceará(UFC) 
 
 
 
 
________________________________________ 
Eng.agronômo M.Sc. Alfredo Mendonça De Sousa 
Universidade Federal Do Ceará(UFC) 
 
 
 
 
________________________________________ 
Prof. D.Sc. Vitor Hugo Miro Couto Silva 
Universidade Federal Do Ceará(UFC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À Deus. 
 
A minha família que em tudo me tem apoiado, em 
especial aos meus pais e irmãos, pelo cuidado amor e 
confiança em todos os momentos da vida. 
 
A meus orientadores que contribuíram na minha 
formação e aprendizado. E aos amigos que estiveram 
comigo nessa jornada. 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
À Deus pelo dom da vida e por ter me guiado e dado sabedoria em todos os momentos, 
por intermédio de sua graça. 
Aos meus pais Joaquim Moreira e Regina Costa Moreira pelo empenho, dedicação e 
carinho para comigo sem vocês não teria chegado até aqui, agradeço aos meus irmãos, em especial 
meu irmão Antônio Moreira Barroso Neto, que em tudo tem me ajudado em todos os momentos. 
 Agradeço aos meus amigos das comunidades cristãs em que participei na universidade, 
Cru campus e Vidas para Cristo, Entre eles Elias, Danton, Airlane, Pedro e tantos outros que me 
foram como irmãos me instruindo e ajudando em muitas ocasiões. 
Agradeço aos meus amigos de curso, Stênio wellington, Elayne cristina ,Pedro Henrique, 
que estiveram em muitos momentos de minha vida acadêmica, que Deus lhes abençoe ricamente em 
tudo e que nossa amizade perdure. Agradeço também minha prima Larissa e a Eliscia, pela amizade 
e parceria em muitos momentos. 
Agradeço pela disponibilidade e paciência de meu orientador Prof. Dr. Francisco José 
Silva Tabosa, que me ajudou bastante na reta final de conclusão do curso, que Deus lhe abençoe 
abundantemente. 
Agradeço ao meu amigo Alfredo Mendonça de Sousa, pela disponibilidade e prontidão 
em todos os momentos, sem sua ajuda esse trabalho não seria possível, que Deus lhe abençoe em 
tudo. 
Agradeço a todos que contribuíram para minha formação nos grupos de pesquisa e estudo 
da UFC, Nepal, Neon, Lera e Agronômica em que tive o prazer de frequentar e adquirir muitas 
experiências durante o tempo de academia. 
Agradeço aos meus professores do curso de agronomia que contribuíram para o meu 
aprendizado e foram responsável pela minha formação acadêmica neste curso, disponibilizando 
sempre seu tempo e dedicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que faz a felicidade não é o repouso, 
mas o esforço. Não é a facilidade mas a 
dificuldade. 
 
Thomas Atkinson 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
O estudo sobre o comportamento dos preços das frutas é fator preponderante para um melhor 
planejamento da produção agrícola, indicando aos produtores os melhores períodos para se iniciar o 
cultivo ou realizar a estocagem de determinado produto, melhorando, desta forma, a logística e a 
eficiência econômica da atividade. Neste sentido, objetivou-se analisar a sazonalidade das culturas 
de maior volume comercializado na Ceasa-CE, Sede Maracanaú, oriundas do Ceará, avaliando o 
comportamento dos preços de tais culturas no Estado. Como fonte de informações, utilizou-se os 
históricos de volumes comercializados e preços disponibilizados no site da Ceasa-CE. Com base 
nessa fonte foram encontradas as culturas de maior volume comercializado ,cuja procedência foi o 
estado do Ceará, sendo elas a banana prata e pacovan, o mamão formosa e hawaí, o tomate longa vida 
e cajá e o pimentão . O período analisado para todas as culturas contempla os anos de 2010 à 2019. 
De posse dos históricos de preços, procedendo-se a deflação dos valores verificados com base no 
IGP-DI calculado pela FGV, base de dezembro de 2019. Fez-se uso do método da média móvel 
centralizada para identificação dos índices sazonais das culturas estabelecendo os períodos de safras 
e entressafras das mesmas. A maioria das culturas apresentaram períodos de entressafra 
predominantes no primeiro semestre do ano, durante os meses de março, abril, maio e junho sendo 
isto resultado do período chuvoso já que a maior umidade nessa época favorece o surgimento de 
pragas. 
 
Palavras-chave: Sazonalidade, Planejamento Agrícola, Ceasa-ce, preços, período chuvoso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The study on the behavior of fruit prices is a preponderant factor for better planning of agricultural 
production, indicating to producers the best periods to start cultivating or stocking a certain product, 
thus improving logistics and economic efficiency. of the activity. In this sense, the objective was to 
analyze the seasonality of the crops with the highest volume sold in Ceasa-CE, Sede Maracanaú, from 
Ceará, evaluating the behavior of the prices of such crops in the State. As a source of information, we 
used the history of volumes sold and prices available on the Ceasa-CE website. Based on this source, 
the crops with the highest volume of commercialization were found, whose origin was the state of 
Ceará, which were the silver banana and pacovan, the papaya formosa and hawaii, the long-lived 
tomato and cajá and the pepper. The period analyzed for all cultures covers the years 2010 to 2019. 
In possession of historical prices, proceeding to the deflation of the values verified based on the IGP-
DI calculated by FGV, base of December 2019. Use was made the centralized moving average 
method to identify the seasonal indices of the crops, establishing the periods of harvests and off-
seasons. Most of the crops presented periods of off-season predominant in the first semester of the 
year, during the months of March, April, May and June, this being the result of the rainy season as 
the higher humidity at that time favors the appearance of pests. 
 
Keywords: Seasonality. Agricultural Planning, Ceasa-ce, prices, rainy season 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Evolução dos preços de banana pacovan e prata...............................................................23 
Figura 2 - Evolução dos preços do tomate longa vida e tomate cajá.................................................24Figura 3 - Evolução dos preços do mamão formosa e hawaí.............................................................25 
Figura 4- Evolução dos preços do pimentão amarelo e vermelho.......................................................25 
Figura 5 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da banana pacovan, relativos à variação 
de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020............................................28 
Figura 6 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da banana prata, relativos à variação de 
preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020.................................................30 
Figura 7 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da mamão formosa, relativos à variação 
de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020............................................31 
Figura 8 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da mamão Hawaí, relativos à variação de 
preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020.................................................33 
Figura 9 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores do tomate longa vida, relativos à variação 
de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020.............................................35 
Figura 10 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da tomate cajá, relativos à variação de 
preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020..................................................36 
Figura 11 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores do pimentão amarelo, relativos à variação 
de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE,2020..............................................38 
Figura 12 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores do pimentão vermelho, relativos à 
variação de preços calculada para o período 2013 - 2019, CEASA - CE, 2020.................................39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Volume comercializado (em toneladas) dos principais produtos comercializados na 
CEASA-CE, Sede Maracanaú............................................................................................................20 
Tabela 2 - Estatística descritiva por cultura da série mensal de preços analisada..............................26 
Tabela 3 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade de 
banana pacovan, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE................27 
Tabela 4 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade de 
banana prata, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE.....................29 
Tabela 5 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade de 
mamão formosa, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE...............30 
Tabela 6 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade de 
mamão hawaí, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE...................32 
Tabela 7 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
do tomate longa vida, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE........34 
Tabela 8 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
do tomate cajá, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE...................35 
Tabela 9 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
do pimentão amarelo, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE........37 
Tabela 10 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
do pimentão vermelho, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE......38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................12 
2 OBJETIVOS..................................................................................................................................13 
2.1 Objetivo geral...............................................................................................................................13 
2.2 Objetivos específicos....................................................................................................................13 
3 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................................14 
3.1 Análise de Sazonalidade de preços agrícolas...............................................................................14 
3.2 Caracterização climática no estado do Ceará...............................................................................15 
3.3 caracterização agronômica e econômica das culturas analisadas.................................................16 
3.3.1 Cultura: banana (pacovan e prata)........................................................................................16 
3.3.2 Cultura do mamão(formosa e hawaí) ...................................................................................17 
3.3.3 Cultura do tomate (longa vida e cajá)...................................................................................18 
3.3.4 Cultura do pimentão(amarelo e vermelho)...........................................................................19 
4. METODOLOGIA.........................................................................................................................20 
4.1. Fonte de Dados............................................................................................................................20 
4.2. Análise de sazonalidade..............................................................................................................21 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................23 
5.1. Análise de Sazonalidade da Banana Pacovan e Prata...........................................................27 
5.2. Análise de Sazonalidade do mamão Formosa e Hawaí.........................................................30 
5.3. Análise de Sazonalidade do Tomate Longa vida e Cajá.......................................................33 
5.4. Análise de Sazonalidade do Pimentão Amarelo e Vermelho................................................37 
6.CONCLUSÕES.............................................................................................................................40 
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................41 
 
12 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A economia cearense tem crescido e se diversificado bastante nos últimos anos, 
apresentando crescimento do PIB acima da média nacional. Neste cenário, a agricultura cearense tem 
sido um dos setores que mais tem contribuído para esse crescimento, apresentando grandes avanços 
no que se refere a aumento de produtividade e eficiência econômica, o que refletiu em aumento no 
valor agregado dos produtos, saindo de uma produção simples, muitas vezes rudimentar, para uma 
produção com mais fatores de capital e tecnologia, além de maior presença de profissionais com 
maior qualificação técnica (IPECE, 2017). 
Adicionalmente, o setor agrícola cearense constitui-se em importante fonte de renda para 
as famílias do interior do estado, o que favorece também a fixação no campo e o desenvolvimento 
local. Nesse sentido, a fruticultura tem sido o setor da agricultura que tem apresentado a maior 
tecnificação e desenvolvimento nos últimos anos, tendo os seus produtos uma boa qualidade e alto 
valoragregado, sendo comercializados internamente no Ceará bem como também sendo exportados 
para outros estados e para outros países, gerando emprego e renda para os habitantes e economia local 
(CHAVES et al., 2009; FACHINELLO et al., 2011). 
A fruticultura cearense se apresenta bastante diversificada, produzindo e comercializando 
uma grande variedade de produtos que, de acordo com o regime de chuvas, apresentam uma maior 
ou menor disponibilidade para comercialização nas centrais de distribuição. 
Flutuações de preços ou variações estacionais referentes a um produto agrícola são 
geralmente ligadas a um padrão comum de comportamento nos mesmos meses em anos sucessivos 
(MARQUES e AGUIAR, 1993). Todavia, além da variação estacional de uma série de preços, podem 
existir, em determinados anos, movimentos irregulares ou aleatórios relativos a eventos casuais 
(SPIEGEL, 1993). Nesse aspecto, variações nos níveis pluviométricos que ocorrem em determinada 
região podem constituir-se em relevante fator de variação dos preços de produtos agrícolas. 
(FRANCISCO et al., 2007). 
 Nesse contexto, o presente trabalho busca analisar a sazonalidades das culturas de maior 
volume comercializado na CEASA de Maracanaú/CE sendo estas: a banana prata e pacovan, mamão 
formosa e hawaí, tomate longa vida e cajá e o pimentão. De posse de tais conhecimentos, busca-se 
proporcionar aos produtores, informações que serão de grande valia para o planejamento da produção 
e comercialização de seus produtos. 
 
 
13 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
2.1 Objetivo Geral 
Analisar o comportamento sazonal dos preços da banana prata e pacovan, tomate longa 
vida e cajá, mamão formosa e hawaí e do pimentão, comercializados na CEASA-CE, Sede 
Maracanaú. 
2.2 Objetivos específicos 
• Caracterizar as culturas em relação a seus aspectos gerais e de mercado; 
• Apresentar, na forma de gráficos, a evolução de preços reais para todas as culturas; 
• Determinar índices sazonais de preços para as principais culturas oriundas do Ceará e 
comercializadas no CEASA – CE; 
• Determinar períodos de safra e entressafra para as culturas citadas no item anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
3. REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 Análise de sazonalidade de preços agrícolas 
Conhecer o comportamento das variáveis econômicas, especialmente os preços, é 
imprescindível para o planejamento e financiamento de cultivos estratégicos (GONTIJO et al., 
2011). Com o conhecimento da variação sazonal dos preços dos produtos agrícolas os produtores 
podem se planejar e definir quais são as melhores épocas para se produzir, alocando de forma mais 
eficiente os recursos disponíveis, proporcionando um aumento das receitas no campo. 
No contexto da análise dos preços dos produtos agrícolas a metodologia mais amplamente 
utilizada é a análise de sazonalidade, realizada a partir de séries individuais de preços abrangendo um 
determinado período, buscando-se estabelecer uma tendência a longo prazo (DJAU et al., 2014). 
Pode-se definir sazonalidade como um fenômeno que ocorre de ano em ano, apresentando variações 
nesse período, assim como ocorre com a produção agrícola (MORETTIN & TOLOI, 2006) 
Do ponto de vista da oferta de um produto agrícola, pode-se dizer que a causa básica para 
as variações sazonais são condições climáticas associadas às estações do ano (FRANCISCO et al., 
2007). Estas variáveis climáticas condicionam a época de plantio e colheita dos produtos 
agropecuários; esse ciclo produtivo induz sazonalidade da oferta do produto e consequentemente dos 
preços nos diferentes níveis de comercialização, conforme destaca Pino (2014) em relação à cultura 
da soja, mas que aplica-se às demais culturas agrícolas de uma forma geral. 
Vários são os autores com trabalhos na área de sazonalidade. Lamonier (2007) analisou 
a sazonalidade nos preços do café brasileiro, Gallo (2007), por sua vez, avaliou a sazonalidade do 
preço de tomate de mesa na grande Florianópolis. Ainda nessa abordagem, Conceição(2016) estudou 
a variação estacional do preço do abacaxi no estado da Bahia; Fernandes,(2017) Analisou a 
sazonalidade e tendência de preços das culturas de banana (pacovan e prata) e tomate no mercado 
cearense, contribuindo ainda mais para enriquecer a literatura relacionada a esse tema. 
Zugaib (2015) ao avaliar a variação sazonal do preço e da produção de cacau no estado 
da Bahia afirmou que estes padrões de sazonalidade são de grande utilidade, na formulação de 
políticas de estocagem, à nível de produtor e intermediários, pois conhecido o padrão de 
estacionalidade de preços e o custo acumulado de estocagem, ao longo da entressafra, podem-se 
determinar os períodos viáveis e ótimos (de máximo lucro) de estocagem de produtos. 
Souza(2017) analisando o padrão sazonal e a variação dos preços do milho no Estado de 
São Paulo, percebeu que aconteceram diversas variações bruscas nos preços cujas causas foram 
perdas de safras, crises econômicas e fatores climáticos. Diante disso, percebe-se que é de suma 
importância o estudo da sazonalidade dos preços e suas influências, o que justifica o presente trabalho. 
15 
 
 
 
3.2 Caracterização climática do estado do Ceará 
A caracterização climática tem por objetivo identificar e agrupar diversos elementos 
climáticos em uma combinação singular, de maneira a definir áreas com características climáticas 
relativamente uniformes em diversos lugares do planeta (AYOADE, 2003). Afim de se definir o 
comportamento climático de uma região, a Organização Meteorológica Mundial (OMM, 2011) 
recomenda a utilização da série histórica dos últimos 30 anos. 
No Brasil existem vários institutos que coletam estas informações climáticas e servem de 
subsídio para tomada de decisão para ações em instituições públicas ou privadas. Dentre os institutos, 
destaca-se a Fundação Cearense de Meteorologia (FUNCEME), que dispõe no território do estado do 
Ceará, de séries históricas com poucas falhas, disponíveis para o período recomendado, sendo 
possível atingir uma boa densidade de postos bem distribuídos espacialmente no estado do Ceará, 
podendo-se então definir um padrão climático para o estado. 
O clima predominante no território cearense é o tropical quente semiárido, abrangendo 
98 das 184 sedes municipais. Esse tipo climático apresenta características de escassez e irregularidade 
pluviométrica associada a altas taxas de evapotranspiração. Essas condições tornam o estado 
susceptível ao fenômeno das secas (IPECE, 2012). 
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o sistema indutor responsável pelo 
período de precipitação mais intensa no estado, consistindo em uma banda de nuvens que se forma 
devido a "pseudotensão do vento", um fenômeno caracterizado pela confluência dos ventos alísios de 
nordeste e dos ventos alísios de sudeste, havendo formação de cumulonimbus, responsáveis por 
eventos pluviométricos intensos no Nordeste do Brasil (XAVIER, 2000). 
Além da Zona de Convergência Intertropical – ZCIT, que atua nos meses de março e 
abril, há também os Vórtices Ciclônicos em Altos Níveis troposféricos – VCAN, que atuam entre 
janeiro e fevereiro provocando precipitações durante a pré-estação chuvosa. Além destes dois 
sistemas indutores de chuvas, as regiões litorâneas e maciço de Baturité são influenciadas pela 
atuação de linhas de instabilidade e de ondas de leste, responsáveis por chuvas nos meses de maio a 
agosto, no estado do Ceará. (SANTOS et al., 2014). 
O conhecimento do comportamento dos sistemas indutores de chuvas no Estado é 
fundamental para que se possa compreender a possível influência destes na produtividade agrícola e, 
consequentemente, na sazonalidade dos preços das culturas produzidas e comercializadas no Estado 
do Ceará. 
 
 
16 
 
 
 
3.3 Caracterização agronômica e econômica das culturas analisadas: 
3.3.1 Cultura: banana (pacovan e prata)A bananeira (Musa spp.) é um vegetal herbáceo completo, apresentando caule (rizoma), 
raiz, folhas, flores, frutos e sementes. É uma cultura perene, uma vez que novos perfilhos nascem da 
base da planta-mãe. O sistema radicular é fasciculado com as raízes saindo diretamente do rizoma 
(MEDEIROS 2012). A cultura possui centro de origem na Ásia, apresentando também centros 
secundários na África oriental em algumas ilhas do pacífico, apresentando considerável variabilidade 
genética.(OLIVEIRA, 2010). 
A cultura é propagada vegetativamente, sendo as mudas obtidas principalmente a partir 
do desenvolvimento natural de filhotes ou por técnicas de fracionamento de rizoma. A utilização de 
mudas de alta qualidade genética e fitossanitária é fundamental para o sucesso da cultura 
(SALOMÃO et al., 2016). 
 A banana possui grande importância econômica, social e cultural. Seus frutos além de 
possuírem boas características sensoriais apresentam também elevado valor nutricional, contendo 
vitaminas A, C e do complexo B, fibras, proteínas, carboidratos, cinzas, lipídeos, potássio, 
fósforo, magnésio, sódio, dentre outros minerais em menores quantidades (NERIS et al..2018). 
 O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, produzindo na safra de 2019 cerca de 7,11 
milhões de toneladas, em uma área colhida de 456,9 mil hectares, e rendimento médio de 15,56 
ton./ha (IBGE, 2019). No Brasil, a bananicultura constitui-se numa atividade que gera, segundo 
estimativas, em torno de 500 mil empregos diretos e indiretos, movimentando a economia nas regiões 
rurais, gerando melhoria de vida e geração de renda para as famílias no campo (SEBRAE,2008). 
 No Ceará, segundo o IBGE, a produção em 2019 foi 406.333 ton., sendo o agropolo 
Jaguaribe-Apodi uma das principais regiões produtoras devido a boa disponibilidade de água, que é 
uma exigência da cultura. As cultivares mais produzidas e comercializadas no estado do Ceará são a 
Pacovan e a Prata (CEASA, 2019). 
 A cultivar Prata Conhecida também como Prata-comum, possui porte alto (4 a 6 m). Os 
cachos pesam de 9 a 12 kg e possuem, em média, 7,5 pencas. Os frutos apresentam em torno de 100 
gramas e possuem sabor agridoce agradável. A cultivar Pacovan por sua vez é a mais cultivada no 
Norte e Nordeste do país, possui porte alto, os cachos são cônicos, com peso de 16 kg em média, os 
frutos são quinas salientes e casca grossa (CEPLAC, 2001). 
 
 
17 
 
 
 
3.3.2 Cultura: mamão (formosa e hawaí) 
 O mamão Carica papaya L. (Caricaceae), é uma espécie frutífera nativa da América 
Tropical, sendo uma planta perene de grande porte, herbácea com uma taxa de crescimento rápida, 
apresenta sistema radicular pivotante, com raiz principal bastante desenvolvida. (KOEHLER, 2004). 
 A cultura desenvolve-se satisfatoriamente em locais com temperatura média anual de 
25ºC, com limites entre 21 ºC e 33 ºC, solos de textura areno-argilosa e pH de 5,5 a 6,7. A sua 
propagação pode ser por meio de sementes, estacas e enxertia, sendo a propagação por sementes a 
mais utilizada. Sistemas de plantio comercial costumam ser realizados em cova, no sulco e em 
camalhões (EMBRAPA, 2013). 
 É considerada uma das frutíferas mais cultivadas e consumidas nas regiões tropicais e 
subtropicais do mundo. Seus frutos, conhecidos como mamão ou papaya, são excelentes fontes de 
cálcio, pró-vitamina A e vitamina C (ácido ascórbico), por isso são amplamente utilizados em dietas 
alimentares (SERRANO, 2010). 
 A produção mundial de mamão atingiu 12,5 milhões de toneladas em 2013, tendo como 
principais produtores a Índia, Brasil, Indonésia, Nigéria e México. O Brasil, com uma produção anual 
de 1,5 milhões de toneladas, ocupa a segunda posição mundial, respondendo por 12,6% da produção 
global da fruta (FAOSTAT, 2015).Além disso o país é também um dos principais exportadores da 
fruta, para a Comunidade Europeia (Holanda, Portugal, Espanha, Reino Unido, França, Itália, 
Alemanha e Suíça) e para os Estados Unidos (HF BRASIL,2019). 
 As cultivares mais exploradas no Brasil são Solo (Ex: Sunrise solo, improved Sunrise 
solo) e Formosa (ex: Tainung) (DIAS et al., 2011). A cultivar Sunrise solo também conhecida como 
Havaí, apresenta formato de pêra e a polpa de coloração vermelha-alaranjada com cavidade interna 
estrelada, tendo produção média de 40 t/ano. Já a variedades Tainung 1 apresenta casca de coloração 
verde-clara e cor de polpa laranja-avermelhada (EMBRAPA,2013). 
 O Nordeste é a principal região produtora com mais de 565 mil ton. produzidas sendo 
responsável pela maior participação na produção total do país, cerca de 53,3%, seguido pelas regiões 
sudeste (39,3%), Norte (5,5%), Centro oeste (1,6%) e Sul (0,3%). Os estados que apresentam maior 
volume de produção são: Espírito Santo (354.405 ton.), Bahia (337.151) e Ceará (100.033 ton). 
(IBGE 2018). 
 No Ceará o cultivo de mamão constitui em grande fonte geradora de renda para as famílias 
agricultoras sendo as variedades mais cultivadas a Formosa e Havaí (CEASA-CE,2019). O principal 
pólo de cultivo do mamão no Estado do Ceará está localizado no Baixo Acaraú, nas áreas irrigadas 
do Distrito de Irrigação do Perímetro Araras Norte (Dipan), com concentração da produção nos 
18 
 
 
 
municípios de Varjota e Reriutaba. Outra região em que a produção de mamão vem crescendo é o 
Vale do Jaguaribe, nos distritos de irrigação Jaguaribe-Apodi (EMBRAPA,2016). 
3.3.3 Cultura: tomate (longa vida e cajá) 
 O tomate (Solanum lycopersicum L.) é uma solanácea herbácea, de caule flexível e piloso, 
cuja arquitetura natural apresenta abundante ramificação natural o que a torna incapaz de suportar o 
peso dos frutos e manter-se na sua posição vertical (FILGUEIRA, 2000). Sua origem remonta a 
América do Sul tendo como principais centros de distribuição, Bolívia, Chile, Equador e Peru 
(ALVARENGA, 2013). A cultura floresce e frutifica nas condições climáticas mais variáveis se 
desenvolvendo bem em climas do tipo tropical de altitude, subtropical e temperado, permitindo seu 
cultivo nas diferentes regiões do globo (CEASA PARANÁ, 2017) 
 Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a 
produção mundial de tomates em 2017 foi de aproximadamente 130 milhões de toneladas ano, das 
quais cerca de 88,0 milhões de toneladas foram destinadas ao consumo do fruto in natura e as outras 
42,0 milhões de toneladas destinadas a indústria (FAO, 2019) 
 O tomate pode ser destinado ao consumo in natura, ou para o processamento industrial, 
sendo este utilizado como matéria-prima para as indústrias processadoras de derivados (SANTOS, 
2018). Classificado como um dos mais importantes produtos do agronegócio, em nível nacional e 
mundial, o tomate para processamento corresponde à principal atividade geradora de renda para um 
grande número de produtores, tornando-se significativa fonte de renda regional (VILELA et al., 
2012). A cultura é responsável por 16% do PIB nacional da produção de hortaliças, gerando cerca de 
300 mil empregos no setor agrícola brasileiro, e contribuindo para a fixação do homem no campo 
(ABCSEM, 2010) 
 O Brasil encontra-se na nona posição mundial com 2,5% da produção global de tomates, 
onde são plantados anualmente aproximadamente 57.166 hectares de tomateiros. A região sudeste é 
a maior produtora com 1,7 milhões de toneladas produzidas, seguida pelas regiões Centro-oeste e 
Nordeste. Entre os estados que apresentam maior produção se destacam Goiás, São Paulo, Minas 
Gerais e Bahia, em ordem decrescente (IBGE, 2018). 
 No estado do Ceará a produção de tomate é bastante expressiva, sendo as variedades mais 
comercializadas o tomate longa vida e cajá. O estado é o segundo maior produtor do Nordeste estando 
atrás somente da Bahia. Segundo o IBGE (2018), o Ceará ocupa a nona posição no país na produção 
de tomate, com volume de 134.932 ton. produzidas em uma áreaplantada de 2.398 ha. A região da 
Serra da Ibiapaba é a principal região produtora do Estado, sendo os municípios de maior produção, 
Guaraciaba do norte, Ubajara e Tianguá (CEASA/CE,2019). 
19 
 
 
 
3.3.4 Cultura: pimentão (amarelo e vermelho) 
 O pimentão (Capsicum annuum L.) é uma planta arbustiva originária do continente 
americano, com sistema radicular pivotante e profundo, atingindo até 120 cm de profundidade. É 
uma cultura que exige suprimento regular de água durante todo o ciclo, porém o acúmulo de água 
deve ser evitado para não favorecer o surgimento de doenças que podem causar apodrecimento do 
colo e raízes, assim como o abortamento e queda de flores (CARVALHO et al., 2016). 
 A cultura apresenta elevado valor nutritivo com grande quantidade de agentes 
antioxidantes, além de ser rico nas vitaminas A, C, B1, B6 e E. Além, disso apresenta grande 
quantidade de minerais e também triptofano, ácido fólico, molibdênio, cobre, manganês e potássio, 
aspecto de grande importância para o organismo humano (RINALDI, 2008). 
 A produção mundial de pimentão e pimentas no ano de 2014 teve como principais regiões 
produtoras a Ásia (67,3%), as Américas (13,3%) e a África (10%), destacando-se como maior 
produtor a China, seguida pelo México, Turquia e Indonésia (FAOSTAT, 2017). 
 O pimentão é considerado também uma hortaliça de grande importância socioeconômica 
no Brasil, sendo comercializado como fruto verde, vermelho, amarelo, laranja, creme e roxo 
(LANA,2010). De acordo com o último censo do IBGE, em 2017, a produção brasileira de pimentão 
foi de 224.286 ton., produzidas em 32.507 estabelecimentos agropecuários. 
 A região sudeste concentra a maior parte da produção nacional de pimentões sendo São 
Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os maiores produtores regionais. A região Nordeste vem logo 
em seguida, ocupando a segunda posição no país, com 57 239 ton. produzidas, e tendo como maiores 
produtores os estados da Bahia e do Ceará (IBGE, 2017). 
 O estado do Ceará, ocupa a sexta posição nacional, sendo responsável pela produção de 
15.704 ton. de pimentões em 2086 estabelecimentos agropecuários (IBGE, 2017). No Ceará, 
especificamente, seu valor se deve não somente em razão da forte participação na culinária doméstica 
e empresarial, como também devido ao aspecto social que assume, principalmente na Serra da 
Ibiapaba, maior região produtora da hortaliça no Estado, oriunda, principalmente, de cultivos 
efetuados por pequenos produtores em campo aberto (COSTA, 2018). 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
4. METODOLOGIA 
4.1 Fonte de Dados 
 A base de dados utilizada para a construção dos índices e indicadores necessários à 
realização das análises de sazonalidade dos preços dos principais produtos agrícolas foi o histórico 
de oferta e preços de comercialização destes produtos, disponíveis no Site oficial das Centrais de 
Abastecimento do Ceará (CEASA1). 
 Para selecionar os produtos agrícolas de maior volume comercializado na Ceasa-CE, Sede 
Maracanaú, filtrou-se os históricos de ofertas obtidos com base em sua procedência, de forma a obter 
os volumes cuja origem se deu no estado do Ceará, obtendo-se, assim, os produtos de maior volume 
comercializado sob essa condição. Os produtos selecionados foram a banana prata e pacovan, o 
tomate longa vida e cajá, o mamão formosa e hawaí e o pimentão. 
 Na tabela 1 a seguir constam os respectivos produtos selecionados e seus volumes 
comercializados na CEASA-CE, Sede Maracanaú. 
TABELA 1 - Volume comercializado (em toneladas) dos principais produtos comercializados na 
CEASA-CE, Sede Maracanaú. 
Produto Grupo Vol. Comercializado/2019(ton.) 
Banana Prata Fruta 33803,94 
Tomate (longa vida e cajá) Hortaliça fruto 18819,48 
Banana Pacovan Fruta 18502,75 
Mamão (formosa e hawaí) Fruta 14229,16 
Pimentão Hortaliça fruto 13807,53 
 Fonte: Elaboração pelo autor 
O período considerado como horizonte de avaliação para as análises de sazonalidade foram 
os anos de 2010 à 2019, buscando-se assim obter os preços mensais de todo os anos. 
Os preços de cada produto foram obtidos em unidades de comercialização distintas, sendo a 
banana prata e pacovan comercializada em cento, o mamão formosa e hawaí em kg, o tomate longa 
vida e cajá em caixas de 25 kg, e o pimentão em caixas de 10 kg. 
As séries de preços utilizadas, foram compostas pelos preços mensais em todo o período 
analisado, obtidas em tabelas de históricos de preços disponibilizados pela CEASA-CE. Os preços 
 
1 Site Oficial da CEASA, disponível em: <http://www.ceasace.com.br/index.php/historicoofertas> **Site Oficial da 
Fundação Getúlio Vargas(FGV), disponível em: <http://portal.fgv.br>. 
 
 
21 
 
 
 
foram deflacionados através do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna - (IGP-DI) 
calculados pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. 
 Assim foram determinados o Índices superiores e inferiores de preços, Índices sazonais, 
desvio padrão e coeficientes de variação afim de se entender o comportamento das culturas com 
relação aos preços e se definir os períodos de safra e entressafra. 
 
 
4.2 Análise de sazonalidade 
 
Para a realização da análise de sazonalidade fez-se uso, a fim de determinar os índices 
estacionais de preços, do método da média aritmética móvel. Em Santana (2003) e Mendes (2007) 
pode-se verificar exemplos da aplicação deste método. 
Inicialmente procedeu-se a deflação dos valores nominais (com inflação) para valores reais 
(sem inflação) utilizando-se a tabela de IGP-DI calculada pela FGV (base: dezembro de 2019). 
Definida a base a ser utilizada aplicou-se a seguinte fórmula para a obtenção dos preços reais: 
𝑃. 𝑅𝑒𝑎𝑙 = (𝐼𝐺𝑃 − 𝐷𝐼 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠 𝑏𝑎𝑠𝑒/𝐼𝐺𝑃 − 𝐷𝐼 𝑑𝑒 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠) ∗ 𝑃. 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 (1) 
De posse dos históricos de preços deflacionados, procedeu-se a determinação das médias 
aritméticas móveis centradas em doze meses. Tal determinação foi realizada conforme equação 2 a 
seguir: 
MMC = (iΣ6 − i + 6 Pi) / 13 (2) 
Em que, 
MMC = Média Móvel centralizada; 
ΣPi = Somatório do mês i (mês analisado), os seis meses anteriores ao mês i e os seis meses posteriores ao 
mês i. 
 Esta média apresenta a mesma tendência da série de preços originais mostrando as 
flutuações cíclicas em torno da série de preços. Outra característica interessante à cerca da média 
aritmética móvel é que ela elimina as flutuações de curto prazo ou aleatórias que se apresentam na 
série de preços original. 
 A média móvel centralizada foi calculada para todos os meses considerando todo período 
de 2010 à 2019 para cada cultura analisada. 
 Com as médias determinadas calculou-se o IEP (índice estacional de preço) através da 
seguinte fórmula: 
22 
 
 
 
IEP = (P / MMC) ∗ 100 (3) 
em que, 
IEP = Índice estacional de Preço, em %; 
P = Preço no mês analisado, em R$; 
MMC = Média Móvel Centralizada, em R$. 
Após o cálculo do IEP, procedeu-se a determinação do índice sazonal. Para isso, calculou-
se inicialmente o IEP médio para cada cultura considerando os 12 meses do ano (vale ressaltar que 
estes meses representam a média dos meses correspondentes para todo o período analisado), caso o 
valor da média calculada não seja igual a 100, cada índice mensal deve ser ajustado por meio da 
multiplicação de um fator de correção conveniente, definido através da seguinte equação: 
Fator de Correção = (100 / (IEPmédio))(4) 
 Após o cálculo do fator de correção, realizou-se a multiplicação deste com o IEP de cada 
mês, obtendo-se, desta forma, os índices de sazonalidade. 
 Após a determinação dos índices de sazonalidade, determinou-se os limites superiores e 
inferiores de cada mês, além do desvio padrão e os respectivos coeficientes de variação para cada 
período analisado. 
O coeficiente de variação é uma medida que representa a variação dos dados obtidos em 
relação à média. Quanto menor for o seu valor, mais homogêneos serão os dados. O coeficiente de 
variação é considerado baixo (apontando um conjunto de dados bem homogêneos) quando for menor 
ou igual a 25%,. Para a obtenção do coeficiente de variação aplicou-se a seguinte fórmula: 
 
𝐶𝑉 = 𝐷𝑉/ (𝑀é𝑑𝑖𝑎 + 𝐿. 𝑆𝑢𝑝 + 𝐿 𝐼𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟) ∗ 100 (5) 
 
O uso dos limites superiores e inferiores adicionalmente na formula padrão possui como 
objetivo, obter valores mais uniformes de coeficientes de variação, afim de eliminar possíveis 
discrepâncias nesses dados. 
Esses dados foram utilizados para a confecção de gráficos onde é possível verificar a 
variação dos índices sazonais para identificação de períodos de safras e entressafras. Os gráficos e 
tabelas obtidas a partir das análises descritas constam na seção de resultados deste trabalho. 
 
 
 
23 
 
 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 A partir das informações de histórico de preços das culturas produzidas no ceara e de 
maior volume comercializado na CEASA-CE, sede Maracanaú, pode-se elaborar gráficos da 
variação mensal dos preços durante o período de janeiro de 2010 à dezembro de 2019. 
 A apresentação das Figuras 1, 2 e 3 foi realizada em gráficos distintos afim de facilitar a 
visualização e o entendimento visto que os produtos analisados possuem unidades de comercialização 
distintas, havendo uma grande variação dos níveis de preços dos produtos por exemplo enquanto o 
cento da banana equivale a R$ 12,00 em dezembro de 2019, a caixa de 25 Kg de tomate longa vida 
apresenta valor de R$ 49,00 e o quilo do mamão formosa apresentou o valor de R$ 1,36 no mesmo 
período apresentado. Assim o mais adequado foi agrupar os gráfico por variedades de uma mesma 
cultura com mesma unidade de comercialização. 
FIGURA 1- Evolução dos preços de banana pacovan e prata. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Observando as curvas de preços da banana prata e pacovan pode-se perceber que ambas 
as variedades apresentam uma evolução semelhante ao longo dos anos, não havendo diferenças muito 
significativas quando se compara os preços por unidade de comercialização de ambas ao longo do 
tempo. A partir de janeiro/2017 essa semelhança de preços se acentua, atingindo uma maior 
aproximação em outubro/2017 onde o cento da variedade prata atinge o valor de R$ 22,57 e a 
variedade pacovan o valor de R$ 22,62. 
0.00
5.00
10.00
15.00
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25.00
30.00
35.00
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45.00
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pacovan Preço (R$) prata Preço (R$)
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 O mesmo se observa nas curvas de preços do tomate longa vida e cajá, onde se percebe 
oscilações bruscas na curva dos preços de ambas variedades durante os anos, porém, quando 
comparadas as duas variedades, estas apresentam uma semelhança ainda maior na evolução e valor 
dos preços por unidade de comercialização durante o tempo. 
FIGURA 2- Evolução dos preços do tomate longa vida e tomate cajá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Ao se comparar as curvas de variações dos preços, por unidade de comercialização, do 
mamão formosa e hawaí pode-se perceber uma diferença nítida de preços entre as duas variedades, 
onde o mamão formosa apresenta um valor inferior à R$ 1,00 kg-1 até janeiro de 2016 e o mamão 
hawaí apresenta um valor em torno de R$ 2,00 kg-1 até janeiro de 2016 , sendo que a partir desse 
período ambas as variedade apresentam um aumento brusco do preços, onde a variedade formosa 
atinge um pico em torno de R$ 4,62 kg-1 em maio/2016 sofrendo um leve queda e posterior 
estabilização e a variedade hawaí atinge um pico de R$ 2,70 kg-1 em maio/2016 apresentando 
posteriormente também uma queda seguida de uma maior estabilização. 
 
 
 
 
0.00
20.00
40.00
60.00
80.00
100.00
120.00
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longa vida Preço (R$) tomat.cajá Preço (R$)
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FIGURA 3- Evolução dos preços do mamão formosa e hawaí. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Analisando detalhadamente os gráficos pode-se perceber também que ,no decorrer dos 
anos a medida que a média dos preços vai aumentando, ocorre concomitantemente a esse processo, 
uma nítida oscilação caracterizada pela subida e rebaixamento dos preços no decorrer do tempo que 
pode ser explicado pelos períodos de maior e menor disponibilidade do produto para venda e também 
do nível de demanda no mercado. 
FIGURA 4- Evolução dos preços do tomate pimentão vermelho e amarelo. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
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formosa Preço (R$) hawaí Preço (R$)
40
60
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120
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160
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vermelho amarelo
26 
 
 
 
A Tabela 2, a seguir apresenta uma estatística descritiva dos preços para cada cultura 
analisada 
TABELA 2 - Estatística descritiva por cultura da série mensal de preços analisada 
CULTURA MÉDIA(R$) MÍNIMO(R$) MÁXIMO(R$) 
DESVIO 
PADRÃO 
 
COEFICIENTE DE 
VARIAÇÃO(%) 
BAN.PACOVAN(CENTO) 19,06 8,33 38,92 15,52 23,41 
BAN.PRATA(CENTO) 16,38 4,70 37,72 16,74 28,48 
MAMÃO FORMOSA(kg) 1,22 2,70 0,39 1,17 27,19 
MAMÃO HAWAÍ(kg) 2,95 1,05 5,08 2,02 22,21 
TOMAT.LONG.VIDA(25kg) 43,35 12,48 112,83 51,40 30,47 
TOMATE CAJÁ(25kg) 37,46 11,55 96,02 43,27 29,84 
PIMENTÃO AMAR.(10kg) 113,20 51,25 225 88,05 22,61 
PIMENTÃO VERM.(10kg) 111,62 52,38 225 87,71 22,54 
 Fonte: Elaborado pelo Autor 
 
 Os valores médios apresentados na Tabela 2 foram obtidos considerando toda a série 
mensal de preços, ou seja, cada valor foi obtido pelo somatório dos preços de todos os meses do 
período de 2010 à 2019 dividido pela quantidade total de meses do período no caso 120 meses, 
obtendo-se assim a média de preços de cada cultura para todo o período analisado. 
 O coeficiente de variação, medida de dispersão que representa o desvio-padrão 
expressoem porcentagem da média, de cada cultura analisada, foi obtido dividindo-se o desvio 
padrão pelo somatório da média de preços, com limite superior e inferior de preços. Com este valor 
expressando o desvio padrão em porcentagem da média, foi possível analisar comparativamente a 
oscilação em torno da média, obtendo-se assim a oscilação dos preços ao longo do tempo. 
 Verificando-se a Tabela 2, pode se observar que as variedades de tomate longa vida e cajá 
apresentaram os maiores valores de coeficientes de variação, com valores de 30,47%, e 29,84% 
respectivamente. Em seguida aparecem a banana prata e o mamão formosa com 28,48% e 27,19% e 
por último com os menores valores estão a banana pacovan e o mamão hawaí com 23,41% e 22,21% 
respectivamente. 
 Os maiores ou menores valores de coeficiente de variação podem ter correlação com 
variáveis ambientais e climáticas, além de ter influência de padrões de comportamento dos 
consumidores e produtores que influenciam no mercado (SOUSA, 2015). 
 Observando a tabela, pode-se perceber que existe grande variação entre as culturas e suas 
variedades, ressaltando-se o tomate que apresentou desvio padrão acima de 40, chegando até 51,40 
no tomate longa vida. As variedades de banana pacovan e prata apresentaram índices de desvio padrão 
27 
 
 
 
mais moderados e semelhantes entre si ,com 15,52 e 16,74 respectivamente. As culturas de mamão 
formosa e hawaí apresentaram os menores índices: 1,17 e 2,02, respectivamente. 
 Pode-se perceber também, analisando a Tabela 2, que as culturas que apresentaram as 
maiores variações entre o limite superior e inferior foram o tomate longa vida e cajá. Esses limites 
superiores e inferiores foram determinados para cada cultura levando-se em conta todos os meses de 
todo o período analisado. Foi observado que a maior diferença entre os índices superiores e inferiores 
correspondem aos maiores valores de coeficientes de variação apresentados na Tabela 2, o que ocorre 
no caso do tomate longa vida e cajá que apresentaram coeficientes de variação de 30,47% e 29,84%, 
respectivamente. 
 Cabe salientar que os valores dos índices de coeficientes de variação foram obtidos 
levando-se em conta a média geral, o limite superior e o limite inferior de preços de toda a série 
mensal analisada dos anos de 2010 à 2019. 
5.1. Análise de Sazonalidade da Banana Pacovan e Prata. 
 Com o objetivo de se identificar os períodos de safras e entressafras e de altas e baixas de 
preços dos produtos na Ceasa-Ce foram elaboradas tabelas e gráficos com base na série de preços dos 
anos de 2010 à 2019. Na tabela abaixo, estão apresentados os valores mensais dos índices sazonais, 
limites inferiores e limites superiores mensais do IEP para a variedade de banana pacovan. 
TABELA 3- Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
de banana pacovan, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019,CEASA-CE 
Meses 
Limite 
Inferior 
Índice 
Sazonal 
Limite 
Superior 
Desvio 
Padrão CV% 
Jan 8,47 74,30 139,38 65,45 29,46 
Fev 8,54 76,84 168,49 80,26 31,61 
Mar 65,52 124,54* 258,30 98,78 22,03 
Abr 16,40 133,47* 345,33 166,72 33,67 
Mai 1,73 111,12* 224,74 111,52 33,03 
Jun 30,08 148,53* 300,37 135,49 28,29 
Jul 10,96 73,70 233,02 114,48 36,04 
Ago 9,83 96,12 202,38 96,45 31,28 
Set 3,10 127,41* 240,76 118,87 32,02 
Out 13,77 75,08 162,21 74,59 29,71 
Nov 7,12 92,96 203,82 98,61 32,45 
Dez 28,88 65,92 118,03 44,78 21,04 
Na coluna dos índices sazonais, os valores seguidos de asteriscos (*) correspondem à períodos de entressafra, 
isto é, índice sazonal maior que 100. 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
28 
 
 
 
 A partir da análise da Tabela 3 acima, pode-se verificar que no início do ano 
nos meses de janeiro, fevereiro, a banana pacovan apresentou índices sazonais com valores abaixo da 
média, isto é, possuem preços mais baixos no início do ano conforme observaram também DJAU et 
al. (2014) ao analisar essa tendência de queda de preços no início do ano em relação a banana 
comercializada na Ceasa-Ce. Esse mesmo comportamento é possível observar nos meses de julho à 
agosto e outubro à dezembro o que caracteriza os períodos de safra e maior disponibilidade da fruta 
no mercado. Nos meses de março a junho e no mês de setembro, os valores apresentam índice sazonal 
acima de 100 caracterizando os períodos de entressafra. 
 É possível observar que quanto maior os índices sazonais maiores também os valores de 
desvio padrão, havendo uma correlação entre ambos, e que o maior coeficiente de variação mensal 
indica uma variação brusca nos índices sazonais de junho à julho representando também uma 
transição brusca de uma entressafra para uma safra. Pode-se observar também que os limites 
superiores e inferiores variam na mesma proporção que os índices sazonais dos meses 
correspondentes, conforme pode ser observado na figura a seguir. 
FIGURA 5 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da banana pacovan, relativos à variação 
de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 A análise do gráfico da Figura 5, da banana pacovan, permite observar que, como citado, 
ela inicia o ano em baixa de preços, porém no mês de março os preços já atingem níveis acima da 
média e se mantendo assim até o mês de junho , quando declina novamente e apresenta uma 
momentânea alta no mês de setembro que pode ser explicada por decisões do produtor de exportar a 
fruta para o exterior o que pode reduzir a disponibilidade da mesma no mercado interno. 
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
400.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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l
Meses do Ano
Banana pacovan
Índice Sazonal Limite Superior Limite Inferior
29 
 
 
 
 Cabe salientar também que anualmente em torno de 90% das frutas comercializadas na 
Ceasa-Ce é oriunda do estado do Ceará sendo o município de limoeiro do norte, no baixo Jaguaribe, 
responsável anualmente pelo abastecimento em torno de 70% desse volume, o que torna o Ceará 
dependente de uma única região, assim fatores como doenças, pragas e alterações no clima nessas 
regiões podem influenciar drasticamente na disponibilidade da fruta obrigando a importação da 
mesma de outros estados afim de manter a oferta, o que pode afetar diretamente nos preços da fruta 
no mercado e determinar períodos de safra e entressafra (CEASA, 2019). 
 Na Tabela 4, estão apresentados os valores mensais dos índices de sazonais, limites 
inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedades de banana prata. 
TABELA 4 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
de banana prata, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE. 
Meses 
Limite 
Inferior 
Índice 
Sazonal 
Limite 
Superior 
Desvio 
Padrão CV% 
Jan 8,19 70,41 126,18 59,02 28,82 
Fev 9,07 74,27 162,00 76,74 31,28 
Mar 61,26 124,54* 264,27 103,88 23,08 
Abr 13,47 130,76* 344,00 167,57 34,32 
Mai 1,87 115,84* 221,71 109,95 32,39 
Jun 31,49 162,69* 313,12 140,92 27,78 
Jul 10,77 75,39 241,14 118,82 36,30 
Ago 9,92 95,78 197,37 93,84 30,96 
Set 3,23 122,63* 235,67 116,24 32,15 
Out 14,23 71,16 151,87 69,16 29,15 
Nov 7,11 91,00 199,82 96,62 32,43 
Dez 30,78 65,52 115,05 42,35 20,04 
Na coluna dos índices sazonais, os valores seguidos de asteriscos (*) correspondem à períodos de entressafra, 
isto é, índice sazonal maior que 100.Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Ao se analisar a tabela 4 com os índices sazonais da banana prata pode-se verificar um 
comportamento semelhante ao que ocorre com a banana pacovan, onde os períodos de entressafra e 
alta dos preços ocorre nos meses de março a junho e no mês de setembro. Já os períodos de safra e 
de queda nos preços ocorre nos meses de junho e julho e no fim do ano, de outubro a dezembro, se 
mantendo esses índices sazonais abaixo da média até o início do ano, em janeiro e fevereiro. 
 
 
 
 
30 
 
 
 
FIGURA 6 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da banana prata, relativos à variação de 
preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Analisando a figura 6, acima é possível observar que a variedade de banana prata 
demonstra um comportamento semelhante ao da pacovan, com picos de preços nos períodos de maio 
a junho seguida por uma queda nos meses subsequentes, com exceção de setembro, delineando assim 
os períodos de entressafra no início do ano e safra no final do ano. 
 A banana de uma forma geral é uma fruta produzida o ano inteiro, sendo o estado do 
Ceará o maior fornecedor da fruta para a Ceasa-Maracanaú, porém, reduções no fornecimento da 
fruta produzida no estado pode favorecer o aumento de importações de outros estados como 
Pernambuco, o que leva há um aumento nos preços da fruta, em virtude de haver um maior custo com 
frete e outras despesas até a mesma chegar nas centrais de distribuição. 
 Esses fatores podem explicar algumas variações e picos atípicos nos preços de ambas as 
variedades de banana no decorrer dos meses do ano como é o caso do mês de setembro em que ocorre 
uma entressafra isolada com o aumento dos preços da fruta. 
5.2. Análise de Sazonalidade do mamão Formosa e Hawaí 
 Analisando a Tabela 5 abaixo, pode-se observar que o mamão formosa apresenta períodos 
de entressafra nos meses de março a junho, sendo encontrados também entressafras nos meses de 
setembro e novembro. Os períodos de safra e maior disponibilidade da fruta no mercado são 
encontrados nos meses de janeiro e fevereiro e nos meses de julho e agosto, sendo possível encontrar 
uma safra isolada em outubro. 
 
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
400.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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Meses do Ano
Banana prata
Índice Sazonal Limite Superior Limite Inferior
31 
 
 
 
TABELA 5 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
de mamão formosa, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE. 
Meses 
Limite 
Inferior 
Índice 
Sazonal 
Limite 
Superior 
Desvio 
Padrão CV% 
Jan 8,99 80,20 130,78 61,18 27,81 
Fev 9,47 69,27 145,32 68,09 30,39 
Mar 63,58 110,92* 269,67 107,95 24,30 
Abr 13,46 124,56* 256,23 121,53 30,83 
Mai 1,86 107,54* 263,73 131,75 35,31 
Jun 38,49 132,42* 270,57 116,74 26,44 
Jul 12,28 63,50 203,13 98,78 35,42 
Ago 23,61 99,49 201,54 89,28 27,50 
Set 3,67 142,97* 301,65 149,10 33,26 
Out 18,85 82,01 200,84 92,40 30,63 
Nov 8,75 104,27* 200,97 96,11 30,61 
Dez 37,83 82,84 166,58 65,34 22,75 
Na coluna dos índices sazonais, os valores seguidos de asteriscos (*) correspondem à períodos de entressafra. 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 A cultura apresenta um comportamento semelhante ao da banana, com exceção de uma 
entressafra atípica no mês setembro e novembro. Outra semelhança observada em relação a banana 
são os coeficientes de variação que apresentam o maior valor no mês de julho, definindo também uma 
transição brusca de uma entressafra do primeiro semestre com uma safra no segundo. 
Figura 7 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da mamão formosa, relativos à variação 
de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 
 Observando o gráfico na Figura 7 acima, pode-se observar que os índices sazonais se 
mantêm baixos no início do ano seguindo uma tendência desde dezembro, determinando uma safra e 
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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Meses do Ano
Mamão Formosa
Índice Sazonal Limite Superior Limite Inferior
32 
 
 
 
consequente redução de preços da fruta. Posteriormente a curva sazonal se acentua e permanece 
estável acima da média, em quatro meses consecutivos, de março à junho, o que caracteriza a 
entressafra e alta nos preços. A partir desse período ocorre uma queda acentuada na curva em julho e 
agosto, seguida de picos que caracterizam entressafras isoladas em setembro e novembro. 
 Na tabela 6 , a seguir, estão apresentados os valores mensais dos índices sazonais, limites 
inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedades de mamão hawaí estabelecendo os 
períodos de safras e entressafras de acordo com a média sazonal. 
TABELA 6 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
de mamão hawaí, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE. 
Meses 
Limite 
Inferior 
Índice 
Sazonal 
Limite 
Superior 
Desvio 
Padrão CV% 
Jan 12,11 81,98 145,43 66,69 27,84 
Fev 9,40 76,03 174,68 83,15 31,97 
Mar 56,64 112,06* 237,32 92,56 22,80 
Abr 12,20 119,39* 279,21 134,37 32,71 
Mai 1,96 100,84* 212,03 105,09 33,38 
Jun 32,27 142,26* 320,84 145,64 29,40 
Jul 10,43 71,99 241,83 119,85 36,96 
Ago 10,39 97,82 209,53 99,82 31,41 
Set 3,06 130,20* 240,29 118,72 31,78 
Out 15,10 79,93 191,46 89,20 31,14 
Nov 8,31 109,67* 197,59 94,72 30,01 
Dez 34,46 77,83 146,93 56,73 21,88 
Na coluna dos índices sazonais, os valores seguidos de asteriscos (*) correspondem à períodos de entressafra, 
isto é, índice sazonal maior que 100. 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Como observado na tabela 6 percebe-se que a variedade de mamão hawaí apresenta 
períodos de safra e entressafra coincidentes com a variedade formosa com a predominância de 
entressafras no primeiro semestre e safras com presença maior no segundo semestre, sendo contudo 
possível observar safras em janeiro e fevereiro também. 
 Essas safras em períodos distintos podem ter relação com os períodos de amadurecimento 
do fruto, já que a cultura possuí ciclo produtivo intermediário podendo ter mais de uma colheita ao 
ano, conforme observa Djau et al. (2014). 
 Pode-se perceber também que a presença de uma entressafra mais continua no início do 
ano pode ser explicada pela presença da quadra invernosa, já que o excesso de chuvas pode favorecer 
o surgimento de pragas e influenciar na oferta da fruta no mercado, causando aumento de preços. 
33 
 
 
 
 A figura 8 a seguir apresenta as oscilações dos limites superiores e inferiores de preços, 
bem como as variações dos índices sazonais, delimitando assim esses períodos de maior e menor 
disponibilidade da fruta na Ceasa de Maracanaú. 
FIGURA 8 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores do mamão hawaí, relativos à variação 
de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Analisando-se o gráfico acima, pode-se perceber que ao menos no início do ano existe 
uma relação entre os índices pluviométrico e os índices sazonais, onde a medida que a quadra chuvosa 
se aproximao índice sazonal ultrapassa a média iniciando um período de entressafra e aumento do 
preços. Já no segundo semestre do ano, é difícil estabelecer uma relação direta com período chuvoso, 
podendo essas variações ter relação com outros fatores como: decisões do produtor em relação ao 
armazenamento para venda em períodos com baixa disponibilidade no mercado, maior consumo 
interno e aumento exportações da fruta. 
5.3. Análise de Sazonalidade do Tomate Longa vida e Cajá. 
 Ao analisar a tabela 7 abaixo, pode-se perceber que o tomate longa vida apresenta 
comportamento distinto com as culturas de banana prata e pacovan e mamão formosa e hawaí, 
analisadas anteriormente, pois o mesmo possuí períodos de safra e entressafra bem definidos, sendo 
as safras entre os meses de julho à dezembro e de janeiro a fevereiro já as entressafras possuem um 
período mais curto que vai de março a junho. 
 
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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l
Meses do Ano
Mamão Hawaí
Índice Sazonal Limite Superior Limite Inferior
34 
 
 
 
 
Tabela 7 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
do tomate longa vida, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE. 
Meses 
Limite 
Inferior 
Índice 
Sazonal 
Limite 
Superior 
Desvio 
Padrão CV% 
Jan 7,18 97,86 275,02 136,23 35,84 
Fev 6,57 79,97 169,27 81,48 31,85 
Mar 47,70 136,69* 298,02 126,89 26,30 
Abr 22,16 143,97* 356,22 169,06 32,36 
Mai 2,18 120,94* 242,11 119,97 32,85 
Jun 47,07 153,17* 232,19 92,89 21,48 
Jul 13,12 72,85 285,28 143,04 38,53 
Ago 7,80 75,08 208,15 101,96 35,03 
Set 2,23 89,47 178,34 88,06 32,61 
Out 12,74 59,77 121,01 54,29 28,05 
Nov 6,27 90,53 163,15 78,51 30,20 
Dez 34,62 79,69 128,71 47,06 19,36 
Na coluna dos índices sazonais, os valores seguidos de asteriscos (*) correspondem à períodos de entressafra, 
isto é, índice sazonal maior que 100. 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Observando-se a figura 9 a seguir, pode-se visualizar os períodos bem definidos de safras 
e entressafras, onde a cultura apresenta índices sazonais acima da média de março a junho, 
representando a menor disponibilidade da fruta no mercado e aumento dos preços. Durante o restante 
do ano há uma inclinação da curva abaixo da média sazonal, caracterizando as safras e maior 
disponibilidade da fruta na Ceasa-Maracanaú e consequentemente redução dos preços da mesma. 
 Resultados semelhantes foram observados em outros trabalhos, como em Sousa (2015) 
que ao analisar a sazonalidade das hortaliças fruto da Ceasa-Maracanaú, observou que a fruta 
apresenta períodos bem definidos de safras e entressafras e que os períodos de aumento dos preços 
ocorriam no primeiro semestre, justamente durante os períodos de maiores chuvas no estado do 
Ceará, em virtude da maior susceptibilidade da produção as pragas e doenças decorrentes da maior 
umidade que caracteriza esse período. 
 
 
 
 
35 
 
 
 
FIGURA 9 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores do tomate longa vida, relativos à 
variação de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Na tabela 8 abaixo, estão apresentados os valores mensais dos índices de sazonais, 
limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade de tomate cajá. 
TABELA 8 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a 
variedade do tomate cajá, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE. 
Meses 
Limite 
Inferior 
Índice 
Sazonal 
Limite 
Superior 
Desvio 
Padrão CV% 
Jan 7,52 95,95 274,06 135,76 35,96 
Fev 5,86 87,04 197,40 96,14 33,12 
Mar 43,61 135,28* 279,08 118,69 25,92 
Abr 22,99 135,45* 311,46 145,40 30,94 
Mai 1,96 122,98* 251,27 124,67 33,14 
Jun 44,96 148,12* 248,39 101,72 23,04 
Jul 14,31 75,00 295,72 148,10 38,46 
Ago 9,39 74,80 218,34 106,88 35,33 
Set 2,07 92,48 198,99 98,57 33,58 
Out 13,13 60,69 134,93 61,39 29,41 
Nov 6,02 90,66 185,52 89,80 31,82 
Dez 31,47 81,55 140,87 54,77 21,57 
Na coluna dos índices sazonais, os valores seguidos de asteriscos (*) correspondem à períodos de entressafra, 
isto é, índice sazonal maior que 100. 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 O tomate cajá apresenta um comportamento semelhante com a variedade longa vida o 
que demonstra que ambas as variedades apresentam índices de preços semelhantes no decorrer do 
ano e períodos de safras e entressafras coincidentes. Observa-se também que os limites superiores e 
inferiores variam em proporção semelhante aos índices sazonais e que os coeficientes de variação 
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
400.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Ín
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 S
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l
Meses do Ano
Tomate Longa vida
Índice Sazonal Limite Superior Limite Inferior
36 
 
 
 
atinge pico 38,46% no mês de julho, indicando o início de uma safra e a queda nos preços da cultura. 
A figura 10 abaixo expressa claramente esse comportamento. 
FIGURA 10 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da tomate cajá, relativos à variação de 
preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 
 Outros autores obtivem resultados semelhantes, como Fernandes (2017) que ao analisar 
a sazonalidade do tomate na Ceasa-Ce percebeu que o período de queda nos preços da hortaliça-fruto 
ocorre no segundo semestre do ano durante a safra e o aumento dos preços ocorre durante a quadra 
invernosa do início do ano. Sendo possível assim observar que o excesso de chuvas tem efeitos de 
aumento de preços semelhantes aos causados pela seca nas culturas agrícolas. 
 A influência da quadra chuvosa na produtividade da cultura, ocorre devido ao período de 
molhamento foliar a que são submetidas as culturas que são cultivadas em campo, essa umidade 
favorece pragas, infecções e a disseminação de doenças, causando elevadas perdas na produção e 
aumento dos preços no mercado conforme cita Gallo et al. (2002). 
 Assim a alta umidade nesse período proporciona um ambiente susceptível a essas doenças 
o que ocasiona a redução da produtividade das cultura ,proporcionando redução da oferta do produto 
e aumento dos preços na Ceasa-ce, o que caracteriza as entressafras nesse período. 
 
 
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Ín
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Meses do Ano
Tomate Cajá
Índice Sazonal Limite Superior Limite Inferior
37 
 
 
 
5.3. Análise de Sazonalidade do Pimentão amarelo e vermelho. 
 Ao se analisar a tabela 9 abaixo pode-se perceber que o pimentão da variedade amarela 
apresenta o comportamento sazonal com uma entressafra bem definida entre os meses de março e 
junho e no segundo semestre com duas entressafras atípicas nos meses de agosto a setembro e outra 
isolada no mês de novembro caracterizando assim uma alta de preços nesses períodos. 
TABELA 9 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade 
do pimentão amarelo, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-CE. 
Meses 
Limite 
Inferior 
Índice 
Sazonal 
Limite 
Superior 
Desvio 
Padrão CV% 
Jan 0,94 89,73 180,35 89,71 33,10 
Fev 8,15 73,05 170,49 81,71 32,46 
Mar 46,21 105,65* 263,32 112,20 27,02 
Abr 11,24 109,46* 250,65 120,35 32,41Mai 1,84 100,09* 198,07 98,11 32,70 
Jun 29,19 131,82* 283,37 127,87 28,77 
Jul 11,24 79,59 310,40 156,76 39,07 
Ago 10,99 106,76* 219,12 104,18 30,93 
Set 3,80 140,62* 256,22 126,36 31,54 
Out 19,66 78,44 183,02 82,74 29,43 
Nov 6,07 105,83* 206,74 100,34 31,49 
Dez 39,68 78,96 153,58 57,85 21,25 
Na coluna dos índices sazonais, os valores seguidos de asteriscos (*) correspondem à períodos de entressafra, 
isto é, índice sazonal maior que 100. 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 As safras da variedade podem ser encontradas no início do ano nos meses de janeiro e 
fevereiro sendo que no segundo semestre são encontradas safras isoladas em três meses atípicos em 
julho, outubro e dezembro. Esse período de safras caracteriza uma maior oferta do pimentão amarelo 
no mercado e consequentemente uma queda nos seus preços. 
 A figura 11 a seguir, apresenta na forma de gráficos esse comportamento sazonal da 
cultura, além dos limites inferiores e superiores de preços no decorrer dos meses do ano durante 
período de 2010 à 2019. Pode-se observar no gráfico que as entressafras se concentram no início do 
ano, também durante o período chuvoso assim como ocorre com as variedades de tomate cajá e longa 
vida especificados no tópico anterior. 
 
 
38 
 
 
 
FIGURA 11 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores da tomate cajá, relativos à variação de 
preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Na tabela 10 abaixo, estão apresentados os valores mensais dos índices sazonais, limites 
inferiores e limites superiores mensais de IEP para a variedade do pimentão vermelho. 
TABELA 10 - Índices sazonais, limites inferiores e limites superiores mensais de IEP para a 
variedade do pimentão vermelho, relativos a variação de preços do período de 2010 à 2019, CEASA-
CE. 
Meses 
Limite 
Inferior 
Índice 
Sazonal 
Limite 
Superior 
Desvio 
Padrão CV% 
Jan 9,64 90,14 176,38 83,39 30,20 
Fev 8,12 72,65 169,39 81,17 32,45 
Mar 44,98 105,61* 263,33 112,71 27,23 
Abr 11,25 110,35* 255,18 122,67 32,56 
Mai 1,81 99,58 191,23 94,73 32,37 
Jun 29,44 131,74* 279,26 125,59 28,51 
Jul 11,30 81,76 312,10 157,32 38,83 
Ago 10,97 109,74* 220,41 104,78 30,72 
Set 3,77 139,42* 256,22 126,34 31,63 
Out 18,01 78,13 182,25 83,10 29,85 
Nov 6,97 105,70* 206,54 99,79 31,26 
Dez 39,70 75,18 117,23 38,82 16,72 
Na coluna dos índices sazonais, os valores seguidos de asteriscos (*) correspondem à períodos de entressafra, 
isto é, índice sazonal maior que 100. 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 Observando os índices sazonais da variedade de pimentão vermelho pode-se perceber que 
no primeiro semestre do ano as safras da cultura se encontram nos meses de janeiro e fevereiro e 
maio evidenciando uma redução dos preços, já as entressafras nesse semestre são encontradas em 
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Ín
d
ic
e
 S
a
z
o
n
a
l
Meses do Ano
Pimentão amarelo
Índice Sazonal Limite Superior Limite Inferior
39 
 
 
 
março, abril e junho. Nota-se uma diferença em relação ao pimentão amarelo, já que no mês de maio 
o amarelo apresenta uma entressafra e no pimentão vermelho ocorre uma safra atípica nesse caso. No 
segundo semestre os períodos de safra e entressafras da variedade vermelha seguem o mesmo padrão 
da variedade amarela, sendo observada a mesma tendência em ambas as variedades. 
 O gráfico representado abaixo na figura 12, representa bem esse comportamento cm 
índices superiores e inferiores de preços para a variedade de pimentão vermelha durante os anos de 
2010 à 2019. 
FIGURA 12 - Índices sazonais, limites inferiores e superiores do pimentão vermelho, relativos à 
variação de preços calculada para os 10 anos, 2010 - 2019, CEASA - CE, 2020. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor 
 O comportamento sazonal observado para a cultura no início do ano para ambas as 
variedades de pimentão, pode ter explicação semelhante ao que ocorre com a cultura do tomate, ou 
seja o período chuvoso é fator preponderante na produção e qualidade dos frutos produzidos e 
comercializados no mercado, isso influência na disponibilidade de frutos no mercado e como 
consequência na elevação dos níveis de preços (LÚCIO, 2004); (SOUSA, 2015). 
 
 
 
 
 
0.00
50.00
100.00
150.00
200.00
250.00
300.00
350.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Ín
d
ic
e
 S
a
z
o
n
a
l
Meses do Ano
Pimentão vermelho
Índice Sazonal Limite Superior Limite Inferior
40 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 As culturas de banana prata e pacovan, mamão formosa e hawaí, tomate longa vida e cajá, 
e pimentão amarelo apresentam períodos de entressafra predominantes no primeiro semestre do ano, 
durante os meses de março, abril, maio e junho. Existem contudo períodos de entressafras atípicos na 
banana prata e pacovan no mês de setembro e nas cultura de mamão formosa e hawaí nos meses de 
setembro e novembro. 
 As culturas de tomate longa vida e cajá apresentam períodos de entressafras e safras bem 
definidos, sendo as entressafras de março a junho e as entressafra no restante do ano. A variedade de 
pimentão amarelo além das entressafras de maio à junho apresenta períodos de entressafra atípicos 
em julho, agosto e novembro. O pimentão vermelho apresenta comportamento semelhante ao amarelo 
porém no mês de maio, apresenta índice sazonal um pouco abaixo de 100, o que evidencia uma safra 
atípica. 
 A predominância das entressafras no início do ano na maior parte da culturas têm relação 
com o período chuvoso, pois o excesso de chuvas pode favorecer o surgimento de doenças e pragas 
e interferir na produtividade das culturas influenciando negativamente na sua disponibilidade no 
mercado causando alta dos preços. 
 As entressafras atípicas no segundo semestre do ano têm relação com o comportamento 
dos produtores que armazenam os produtos agrícolas para que nos períodos de menor produção possa 
vendê-los no mercado, além disso a exportação das frutas em determinadas épocas do ano favorece 
essa menor disponibilidade e consequentemente as entressafras. Pode-se também sugerir outros 
estudos afim de se compreender com mais precisão o comportamento atípico de algumas dessas 
culturas no segundo semestre do ano na CEASA-CE. 
 Os resultados encontrados no presente trabalho possibilitam um melhor planejamento por 
parte dos produtores rurais, o que pode orientá-los sobre o melhor período de armazenamento desses 
produtos afim de vende-los em tempos de maior demanda e baixas ofertas afim maximizar a 
lucratividade na comercialização das culturas aqui apresentadas. 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
ABCSEM- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO COMÉRCIO DE SEMENTE E MUDAS < 
http://www.abcsem.com.br/releases/284/tomate-lidera-crescimento-e-lucratividade-no-setor-de-
hortalicas- > Acesso em: 20 março.2020. 
ALVARENGA, M.A.R. Tomate: Produção em Campo, Casa de Vegetação e Hidroponia. 2º ed. 
Lavras: Ed. Lavras, 2013. p. 13-14. 
AYOADE, J.O (2003).Dos Santos, Maria Juraci Zani. Introdução à climatologia para os trópicos. 
9 ed. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 2003. 
CARVALHO, J. de A., Rezende, F. C., Oliveira, E. C., & Aquino, R. F. (2016). Pimentão cultivado 
em ambiente protegido sob diferentes tensões de água no solo. Revista engenharia na agricultura 
- reveng, 24(3), 236-245. 
CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO CEARÁ - CEASA.2019. Disponível em:< 
https://www.ceasa-ce.com.br/analise-conjuntural/

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