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Prof. Dr. Barbieri UNIDADE I Engenharia e Meio Ambiente Desde o início da história da humanidade, as populações utilizavam plantas nativas, animais e minerais, que eram transformados em ferramentas, vestuário e outros produtos (artesanal). Evolução na era pré-industrial: com a evolução da ciência na era pré-industrial, as fontes de energia estavam aflorando na sociedade rural, que foi surgindo e se desenvolvendo até os dias atuais. Definição das fontes de energia: fontes de energia são elementos que podem produzir ou multiplicar o trabalho: Músculos , o sol ,, o fogo, , o vento etc. Sociedade, engenharia e desenvolvimento Fonte: comendadorgomes. mg.gov.br, 2021 Histórico da utilização das fontes de energia......... Fogo: energia que o homem utilizou (~ 50.000 a.C.); Roda como fonte de energia: movida pelos homens, por bois (~ 3500 a.C.); Vento: principalmente para a navegação (~2000 a.C.); Força hidráulica: para mover moinhos (~ século II a.C.); Carvão mineral (a hulha, inicialmente): formado há milhões de anos, começou a ser explorado como combustível durante a Idade Média (~1000 d.C.). Sociedade, engenharia e desenvolvimento A produção, por mais primitiva que fosse, era sempre constituída por um sistema aberto com fluxo linear de materiais: Por séculos, utilizaram-se minerais e metais para a fabricação de ferramentas, moedas e armas. Na era pré-industrial, a antroposfera era considerada integrada com os demais elementos do sistema natural, e a humanidade como parte do ecossistema era: Sustentável. Sociedade, engenharia e desenvolvimento Fonte: livro-texto Energia ilimitada Matéria-prima ilimitada Resíduos ProdutosPROCESSO Revolução Industrial: transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Foi a transição de métodos de produção artesanais para a produção industrial, tais como: Novos produtos químicos, Processos de produção de ferro, Maior eficiência da energia da água, Uso crescente da energia a vapor, Substituição da madeira por biocombustíveis (carvão). A revolução teve início no Reino Unido e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos. Sociedade, engenharia e desenvolvimento Eletricidade: surge o desenvolvimento dos motores à gasolina ou demais derivados (final do século XIX). Petróleo: um notável desenvolvimento nas explorações petrolíferas. O primeiro poço de petróleo foi perfurado no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, por Edwin Drake, um maquinista aposentado, em 1859. Energia nuclear: utilizada inicialmente para fins militares, durante a 2a Guerra Mundial (meados do século XX). A enorme participação das fontes não renováveis na oferta mundial de energia coloca a sociedade diante de um desafio: a busca por fontes alternativas de energia. Sociedade, engenharia e desenvolvimento Os sistemas produtivos são uma organização particular de fluxos de matéria, energia e informação. Sua evolução deveria ser compatível com o funcionamento dos ecossistemas; São inúmeras as evidências do atual padrão destrutivo do sistema produtivo e, lamentavelmente, muitas delas irreversíveis, como as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade. Sociedade, engenharia e desenvolvimento Energia ilimitada Matéria-prima ilimitada Resíduos ProdutosPROCESSO FONTES DE POLUIÇÃO Pontual Difusa Descarga distribuída Descarga concentrada Curso d’água Curso d’água Descargas pontuais ou difusas Fonte: livro-texto O desenvolvimento de um sistema está limitado a seus recursos energéticos; Para sobreviver, os sistemas geram ordem por meio de retroalimentações (reaproveitamento) de energia e matéria (processo autocatalítico). Sociedade, engenharia e desenvolvimento estímulo para crescimento de alta energia 40 anos k c a l Estruturas do homem e da natureza estímulo para crescimento produção Reserva de combustível Energia solar depreciação 1019 Estrutura Combustíveis Declínio; Transição Fonte: livro-texto Limite para o desenvolvimento sustentável (depende somente de energia renovável) Modelo representativo de nossa sociedade Dispersão de calor O modelo de desenvolvimento atual, baseado em fontes de energia não renováveis, gerou enormes problemas ambientais percebidos a partir dos anos 1970; Desenvolvimento sustentável se tornou um conceito utilizado para expressar essa necessidade de manter o equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental em escala global. O clima está mudando rapidamente como consequência: Os oceanos estão morrendo; As calotas polares estão derretendo; Cerca de 2/3 de todas as espécies de plantas e animais podem extinguir-se ao longo das próximas décadas; Bilhões de pessoas ao redor do mundo terão uma vida marcada pela sede, fome, pobreza e conflito. Sociedade, engenharia e desenvolvimento Outro agravante é a variedade de materiais descartados. É relativamente fácil controlar a emissão de gases ou a saída de efluentes líquidos de uma fábrica, mas o descarte, como no caso de herbicidas e pesticidas na agricultura, mostra-se difícil de controlar e também de quantificar. O excesso de embalagens descartáveis, aliado ao modo de vida urbano, é outro fator gerador de resíduos e da degradação ambiental. O aumento da atividade humana leva: Esgotamento das fontes de energia; Acúmulo de resíduos; Formação de substâncias tóxicas dissipadas no ambiente; Redução da saúde e da qualidade de vida dos indivíduos. Sociedade, engenharia e desenvolvimento A partir da década de 1950, o aumento nas atividades humanas tornou-se mais significativo, mostrando que foi um período de mudança sem precedentes na história humana (fig. A). Sociedade, engenharia e desenvolvimento Fonte: livro-texto População h a b x 1 0 9 Ano Ano Uso de água (m 3 /a n o ) x 1 0 3 Ano Veículos n º x 1 0 6 População urbana Ano h a b x 1 0 9 Ano Consumo de papel Investimentos externos PIB Figura A. Aumento das taxas de mudança de atividade humana, desde o início da Revolução Industrial. U S $ x 1 0 9 Ano McDonald’s Ano n º x 1 0 3 Turismo Internacional Ano U S $ x 1 0 1 2 T u ri s ta s x 1 0 6 Ano Ano Ano N u tr ie n te s ( t x 1 0 3 ) R e p re s a s x 1 0 3 Consumo de fertilizantes Represamento de rios Esse crescimento também resulta em aumento dos níveis de poluição, esgotamento dos recursos, perda de espécies e degradação dos ecossistemas (fig. B). Sociedade, engenharia e desenvolvimento Fonte: livro-texto C O 2 ( p p m v ) Atmosfera CO2 Ano Ano Atmosfera N20 Ano Ano Ano Atmosfera CH4 Atmosfera ozônio Clima temperatura média U S $ X 1 0 1 2 C H 4 (p p b v ) P e rd a d a c o lu n a d e o z ô n io ( % ) V a ri a ç ã o ( ºC ) F re q u ê n c ia % p e s q u e ir o s to ta lm e n te e x p lo ra d o s Ano Clima enchentes Ano Ano P ro d u ç ã o d e c a m a rã o (t x 1 0 9 ) Zona costeira % d o v a lo r d e 1 7 0 0 Biodiversidade Ano AnoAno % d a á re a t o ta l E s p é c ie s e x ti n ta s 1 0 3 Figura B. Mudança em escala global no sistema terrestre como resultado do aumento das atividades humanas. Ecossistemas terrestres Perda de florestas Ecossistemas terrestres Terra ocupada Ecossistemas marinhos Segundo Elisabeth e Howard Thomas Odum, estamos numa transição para um futuro de baixa energia. Pois, um ciclo de crescimento tem quatro fases: crescimento; clímax-transição; declínio e restauração com baixa energia. Sociedade, engenharia e desenvolvimento Em um sistema natural, como uma floresta, após o crescimento rápido (estágio 1), A diversidade e a complexidade aumentam (estágio 2). No estágio 3, os estoques de reserva começam a diminuir, porque o crescimento utilizou todos os recursos disponíveis. Por um outro meio, o sistema declina para se adaptar a uma etapa de baixa energia (estágio 4), sendo um declínio catastrófico e inevitável. Fonte: livro-texto clímax-transiçãocrescimento declínio E N E R G IA E N E R G IA E N E R G IA E N E R G IA TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO restauração com baixa energia Howard T. Odum e Elisabeth (2001) consideram a transição para um futuro de baixa energia. Para os autores, a primeira premissa para o declínio é que: Os combustíveis fósseis estão sendo utilizados mais rapidamente do que a Terra pode recuperá-los e que também não existem novas fontes de energia com tanta energia como os combustíveis fósseis. A segunda ideia é que: A civilização humana pode ter um declínio próspero para este mundo em que vivemos (de mais baixa disponibilidade de energia). O ideal é a procura ou utilização de fontes renováveis e conseguir o equilíbrio no sistema de vida sustentável em nossa sociedade. Sociedade, engenharia e desenvolvimento A figura A mostra a base de produção em interação com as reservas de combustível, a energia constante de origem solar e o feedback (retroalimentação) do trabalho realizado na estrutura do sistema. A figura B é a simulação computacional desse modelo do nosso mundo e podemos considerar quais alternativas verdadeiras? I. À medida que o reservatório de combustível é drenado, um estado de declínio e um estado estacionário após o período de crescimento são inevitáveis. II. Após o esgotamento da fonte de energia não renovável, a sociedade pode continuar no mesmo ritmo de crescimento. III. Este modelo macroscópico simples mostra que a nossa sociedade depende fortemente da energia disponível (a solar e a proveniente das fontes não renováveis, como o petróleo). Interatividade a) Somente I é verdadeira. b) Somente II é verdadeira. c) Somente III é verdadeira. d) Somente I e III são verdadeiras. e) Todas as afirmações são verdadeiras. Interatividade Fonte: livro-texto Estrutura Combustíveis Dispersão de calor 40 anos K c a l 1019 Depreciação Produção Estímulo para crescimento Energia solar Reserva de combus- tível A B Estímulo para crescimento de alta energia Estruturas do homem e da natureza a) Somente I é verdadeira. b) Somente II é verdadeira. c) Somente III é verdadeira. d) Somente I e III são verdadeiras. e) Todas as afirmações são verdadeiras. Resposta Fonte: livro-texto Estrutura Combustíveis Dispersão de calor 40 anos K c a l 1019 Depreciação Produção Estímulo para crescimento Energia solar Reserva de combus- tível A B Estímulo para crescimento de alta energia Estruturas do homem e da natureza Com a crescente atividade humana desde o início da Revolução Industrial surgiram algumas manifestações atmosféricas. Pode-se dizer que a evolução da poluição acompanhou a evolução do homem em sua ação como agente transformador de matéria-prima e produtos. A crescente necessidade de mecanização determinou a evolução tecnológica do homem. Essa evolução foi obtida pelo aumento da transformação de matéria-prima em máquinas e utensílios, que é gerada por meio de processos que geram: Poluição atmosférica Prevenção à poluição e ecoeficiência Poluição atmosférica (definição): considerada como qualquer condição atmosférica na qual substâncias estejam presentes em concentrações suficientemente altas acima dos níveis normais, para causar efeitos indesejáveis ao homem e ao meio ambiente. A poluição do ar pode ser decorrente de: Emissões em níveis superiores aos níveis aceitáveis (Conama) ou Decorrência de condições atmosféricas desfavoráveis para a dispersão de poluentes. Prevenção à poluição e ecoeficiência Fonte: commons.wikimedia.org, 2021. A ideia de produzir bens e serviços sem desperdícios deve fazer parte de nossas preocupações cotidianas; As constatações de permanentes e variadas agressões ao ambiente podem ser associadas ao desperdício de energia e ao uso excessivo dos recursos naturais; Movimentos, certificações e campanhas ambientais surgiram em muitos lugares do Planeta na década de 1990 em diante, visando cristalizar conceitos como o desenvolvimento sustentável e transformando-os em prática de gestão. Atualmente, notam-se conceitos e práticas de responsabilidade de gestão, e isso se consolida como uma atividade profissional, principalmente por parte dos engenheiros. Prevenção à poluição e ecoeficiência Reduzindo a pressão sobre o meio ambiente A busca das empresas pelo equilíbrio de suas ações nas áreas econômica e ambiental, visando à sua sustentabilidade tem sido cada vez mais efetiva à sociedade. Para medir esse equilíbrio, alguns modelos e ferramentas, globalmente aceitos, têm sido utilizados no dia a dia empresarial para o aperfeiçoamento de seus processos e ações. Essas ferramentas atendem as necessidades dessas organizações em diversas etapas de produção, contribuindo para processos de: Aprendizagem, Autoavaliação, Prestação de contas e Responsabilidade ambiental nas suas atividades. Prevenção à poluição e ecoeficiência Final de tubo (end of pipe) Antigamente, utilizavam-se apenas práticas de remediação e de tratamento para lidar com os resíduos e as emissões de um processo, qual era esse processo? Sistemas de final de tubo (end of pipe), ou seja, o tratamento de resíduos e efluentes. Nesse tipo de abordagem, o tratamento e o controle dos poluentes ocorrem depois que esses são gerados. Os sistemas de final de tubo podem incluir o tratamento de água, de ar e de resíduos sólidos. Prevenção à poluição e ecoeficiência Final de tubo (end of pipe) As mais variadas tecnologias foram desenvolvidas nesse sistema com esse objetivo como: Sistemas químicos e biológicos para tratamento de água (efluentes líquidos), Sistemas de filtração para água e ar (emissão gasosa), Métodos de compostagem e aterros para resíduos sólidos (resíduos sólidos). Para cada efluente haverá, provavelmente, várias opções de tratamentos, igualmente aceitáveis, com diferenças na qualidade, no custo e no desempenho ambiental. Prevenção à poluição e ecoeficiência Final de tubo (end of pipe) Entretanto, ações desse tipo trazem implícita a ideia de que a quantidade de matéria-prima e de energia do planeta é ilimitada e que o ambiente apresenta capacidade também ilimitada de absorver resíduos, sejam eles tratados ou não (figura abaixo). O sistema funcionava em processo linear; Esse tipo de ação é chamado de “comando e controle” e se manteve como única forma de controle do meio ambiente até o final dos anos 1970; Ao longo do tempo, porém, essas práticas se mostraram insuficientes para lidar com o problema ambiental. Prevenção à poluição e ecoeficiência Fonte: livro-texto Processo Matéria-prima ilimitada Energia ilimitada Produto Processo Prevenção da poluição (PP ou P2) Definição de P2: refere-se a qualquer prática, processo, técnica que visem à redução ou eliminação em volume, concentração e toxicidade dos poluentes na fonte geradora. Um passo no controle de emissões e resíduos foi o Programa de Prevenção à Poluição, lançado pela Agenda de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA), dos Estados Unidos. Prevenção à poluição e ecoeficiência Fonte: Seal of the United States Environmental Protection Agency.svg, 2021 Prevenção da poluição (PP ou P2) Para o Programa de Prevenção à Poluição, deveria considerar os seguintes aspectos: Redução ou total eliminação de materiais tóxicos; Substituição de materiais no processo de produção; Instalação de equipamentos de processo; Implantação de ciclos fechados de reciclagem; Desenvolvimento de novastécnicas que auxiliem na implantação de programas de prevenção à poluição. Prevenção à poluição e ecoeficiência Prevenção da poluição (PP ou P2): ciclo de reciclagem. No ciclo aberto, o resíduo é aproveitado por terceiros para produção de um novo produto. No ciclo fechado, o resíduo é reutilizado no próprio processo. Prevenção à poluição e ecoeficiência Matéria-prima Produção Descarte CICLO FECHADO CICLO ABERTO Produção de 1 Produção de 2Reciclagem Matéria-prima Matéria-prima Reciclagem Descarte Descarte Fonte: acervo pessoal Prevenção da poluição (PP ou P2): ciclo de reciclagem. Prevenção à poluição e ecoeficiência CICLO ABERTO SUPRIMENTO PARA OUTROS PRODUTOS CICLO FECHADO AUTOSSUPRIMENTOProdutores de resina de PET Fabricantes de garrafa PET Envasadores de bebidas Mercado Coleta Sucateiros Recicladores Envasadores de bebidas Produtores da liga de alumínio Fabricante da lata alumínio Mercado Coleta Sucateiros Recicladores Fibras têxteis, cordas, garrafas sem uso para alimentos Fonte: acervo pessoal Prevenção da poluição (PP ou P2): Junto aos programas de prevenção, pode-se citar três estratégias para ações que melhoram a imagem da empresa: Os sistemas de gerenciamento ambiental (SGA) – sistema interno numa indústria; A certificação ISO 14001 – desenvolvida dentro da série ISO 14000, pela Internacional Organization for Standardization (ISO). Os relatórios públicos ambientais – que consistem numa apresentação ambiental de organizações e empresas correspondente a um período específico, como o ano fiscal. Prevenção à poluição e ecoeficiência Ecoeficiência (definição): define-se pelo trabalho direcionado a minimizar impactos ambientais devido ao uso minimizado de matérias-primas: produzir mais com menos. Em termos simples, atinge-se a ecoeficiência pela eficiente utilização de reserva em processos econômicos. A ecoeficiência seria então alcançada pela: Produção de bens e serviços a preço competitivo; Redução progressivamente ao impacto ambiental e Exploração de reservas para um nível suportável pela capacidade estimada do planeta. Prevenção à poluição e ecoeficiência Ecoeficiência O Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable Development – WBCSD) utiliza o conceito de ecoeficiência de modo fortemente associado ao impacto dos negócios no ambiente, por meio de sete ideias centrais: Reduzir a quantidade de matéria em bens e serviços; Reduzir a quantidade de energia em bens e serviços; Reduzir a dispersão de material tóxico; Aumentar a reciclagem de material; Maximizar o uso de fontes renováveis; Aumentar a durabilidade dos produtos; Aumentar a quantidade de bens e serviços. Prevenção à poluição e ecoeficiência Um passo no controle de emissões e resíduos foi o Programa de Prevenção à Poluição, lançado pela Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA), dos Estados Unidos. Essa iniciativa visava reduzir a poluição por meio de esforços cooperativos entre indústrias e agências governamentais, com base na troca de informações e na oferta de incentivos. De acordo com a EPA, um programa de prevenção à poluição deve considerar: a) A substituição de materiais no processo de produção para a redução ou total eliminação de materiais tóxicos. b) A implantação de ciclos abertos de reciclagem. c) O desenvolvimento de novas técnicas que auxiliem na remediação dos efluentes. d) O tratamento de resíduos no final do processo. e) A incineração para recuperação de energia. Interatividade Um passo no controle de emissões e resíduos foi o Programa de Prevenção à Poluição, lançado pela Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA), dos Estados Unidos. Essa iniciativa visava reduzir a poluição por meio de esforços cooperativos entre indústrias e agências governamentais, com base na troca de informações e na oferta de incentivos. De acordo com a EPA, um programa de prevenção à poluição deve considerar: a) A substituição de materiais no processo de produção para a redução ou total eliminação de materiais tóxicos. b) A implantação de ciclos abertos de reciclagem. c) O desenvolvimento de novas técnicas que auxiliem na remediação dos efluentes. d) O tratamento de resíduos no final do processo. e) A incineração para recuperação de energia. Resposta Em 1989, a expressão “Produção mais Limpa” foi lançada pela Unep (United Nations Environment Program) e pela DTIE (Division of Technology, Industry and Environment), que diz que: “A Produção mais Limpa é a aplicação contínua de uma estratégia integrada de prevenção ambiental a processos, produtos e serviços, para aumentar a eficiência de produção e reduzir os riscos para o ser humano e para o ambiente.” A Produção mais Limpa visa melhorar a eficiência, a lucratividade e a competitividade das empresas enquanto protege o ambiente, o consumidor e o trabalhador. A implementação de práticas de Produção mais Limpa resulta numa redução significativa de resíduos, emissões e custos. Produção mais Limpa Em geral, as melhorias e as inovações advêm de um programa simples de gerenciamento e ocorrem como resposta às condições reais enfrentadas pelos indivíduos envolvidos no processo. Não são considerados parte da Produção mais Limpa: o tratamento de efluentes; a incineração; a reciclagem de resíduos fora do processo de produção. Esses processos não implicam diminuição da quantidade de poluentes na fonte geradora, mas atuam somente de forma corretiva sobre o impacto causado pelo resíduo gerado (final de tubo). Produção mais Limpa Os esforços, dentro de cada processo separado, têm prioridade pela Produção mais Limpa, e reciclagem externa é considerada como última solução. Para a economia de matérias-primas e a redução dos resíduos, almejam-se as intervenções no processo. Entre as ações da Produção mais Limpa que têm o objetivo de diminuir o impacto do processo sobre o meio ambiente, podemos citar: Substituição de materiais, Mudanças parciais do processo, Redução da emissão de substâncias tóxicas e Melhorias na fabricação de produtos. Produção mais Limpa Geralmente, as práticas de Produção mais Limpa, que reduzem a quantidade de reagentes tóxicos descartados no ambiente, são simples e de fácil execução. Consistem em aperfeiçoar processos isolados e em fazer com que materiais, como água e matéria-primas, circulem o máximo possível dentro do processo antes do descarte, resultando em melhor aproveitamento de matéria-prima e energia. A implementação de processos de reciclagem ou produção de subprodutos aumenta o fluxo de materiais dentro da unidade industrial e tem como consequência a diminuição da geração de resíduo. Produção mais Limpa Fonte: livro-texto Energia Matéria-prima Produto Subproduto Resíduo Tratamento Processo 1 Reciclagem Processo 2 Reciclagem Como aplicar os conceitos de Produção mais Limpa Com o objetivo de minimizar ou reduzir o uso de materiais e energia, reduzindo a quantidade dos resíduos é fundamental que se conheça profundamente a empresa em que a Produção mais Limpa será aplicada. Deve-se seguir uma metodologia que inclui os seguintes passos: Produção mais Limpa Fonte: livro-texto Fluxo de massa Fluxo de energia Custos Projeto em P+L Coleta de dados Reflexão Opções Viabilidade Implantação Controle Um projeto de Produção mais Limpa segue uma metodologia que inclui os seguintes passos: Coleta de dados (fluxos de massa/energia e custos): Produção mais Limpa A coleta de dados é a etapa mais importante e a mais básica, e também a que consome mais tempo. Quanto melhores os procedimentos para coleta de dados, mais fácil será a escolha da melhor opção de Produção mais Limpa a ser aplicada. PROJETO EM P+L COLETADE DADOS REFLEXÃO OPÇÕES VIABILIDADE IMPLANTAÇÃO CONTROLE fluxo de massa fluxo de energia custos Fonte: livro-texto Um projeto de Produção mais Limpa segue uma metodologia que inclui os seguintes passos: Reflexão: Produção mais Limpa Onde e por que a empresa gera resíduos? Após a primeira etapa, os dados coletados são analisados e, então, deve-se fazer uma reflexão de acordo com os princípios da Produção mais Limpa. PROJETO EM P+L COLETA DE DADOS REFLEXÃO OPÇÕES VIABILIDADE IMPLANTAÇÃO CONTROLE fluxo de massa fluxo de energia custos Fonte: livro-texto Um projeto de Produção mais Limpa segue uma metodologia que inclui os seguintes passos: Opções: Produção mais Limpa Após refletir sobre os dados coletados, várias opções para a aplicação de Produção mais Limpa podem surgir; Nesse momento, podem surgir opções para reduzir os resíduos na fonte, para mudanças na organização da produção e para a reciclagem (interna ou externa). PROJETO EM P+L COLETA DE DADOS REFLEXÃO OPÇÕES VIABILIDADE IMPLANTAÇÃO CONTROLE fluxo de massa fluxo de energia custos Fonte: livro-texto Um projeto de Produção mais Limpa segue uma metodologia que inclui os seguintes passos: Viabilidade: Produção mais Limpa Uma vez selecionadas as opções de Produção mais Limpa, deve-se fazer um estudo da viabilidade econômica, técnica e ecológica para sua aplicação. PROJETO EM P+L COLETA DE DADOS REFLEXÃO OPÇÕES VIABILIDADE IMPLANTAÇÃO CONTROLE fluxo de massa fluxo de energia custos Fonte: livro-texto Um projeto de Produção mais Limpa segue uma metodologia que inclui os seguintes passos: Implantação: Produção mais Limpa Nessa etapa, a opção de Produção mais Limpa é aplicada. Algumas vezes, quando as vantagens e a viabilidade são óbvias, essa passa a ser a primeira etapa após a coleta de dados. PROJETO EM P+L COLETA DE DADOS REFLEXÃO OPÇÕES VIABILIDADE IMPLANTAÇÃO CONTROLE fluxo de massa fluxo de energia custos Fonte: livro-texto Um projeto de Produção mais Limpa segue uma metodologia que inclui os seguintes passos: Controle: Produção mais Limpa Essa etapa é, provavelmente, a mais desafiadora, pois permite que a melhoria seja contínua, caso seja baseada no controle, no ajuste da aplicação e no estabelecimento de novas metas. PROJETO EM P+L COLETA DE DADOS REFLEXÃO OPÇÕES VIABILIDADE IMPLANTAÇÃO CONTROLE fluxo de massa fluxo de energia custos Fonte: livro-texto Depois de coletar os dados, deve-se estar apto a responder às seguintes questões: Qual a quantidade de matéria-prima, materiais e energia usada nesse determinado processo? Qual a quantidade de resíduos e emissões? De qual parte dos processos vêm os resíduos e as emissões? Quais resíduos são tóxicos e devem ser controlados? Por que devem ser controlados? Qual a parte da matéria-prima que se torna resíduo? Qual a parte da matéria-prima ou dos materiais utilizados se perde na forma de emissões voláteis? Quais são os custos para descartar os resíduos e a perda de matéria-prima? Produção mais Limpa Exemplo: Realizando Produção mais Limpa numa empresa de cerveja: Baseando-se num período de um ano, é possível utilizar planilhas para estabelecer quais são os principais produtos ou serviços, as principais matérias-primas, os materiais auxiliares, os resíduos e as emissões. Produção mais Limpa Fonte: livro-texto Planilha 1. Exemplos de principais produtos da fabricação de cerveja Principais produtos Unidade Quantidade anual Cerveja em garrafa L 160.000 Cerveja em barril (chope) L 65.000 Cerveja em lata L 25.000 Planilha 2. Alguns exemplos de matérias-primas e materiais auxiliares empregados na fabricação de cerveja Matérias-primas e materiais auxiliares Unidade Uso Quantidade anual Custo de aquisição (US$) Cevada t MP 4.700 136.000 Lúpulo t MP 7.600 152.000 Ácido lático t MA 9.5 494.000 Rótulos unidades embalagem 120.000 23.750 Tampas unidades embalagem 120.000 30.000 Garrafas unidades embalagem 120.000 90.000 Latas unidades embalagem 20.000 12.000 Água m3 MP 272.000 136.000 Óleo t Caldeiras 700 350.000 Eletricidade MWh Total da empresa 2.500 248.000 MP – matéria-prima; MA – material auxiliar Exemplo: Realizando Produção mais Limpa numa empresa de cerveja: Produção mais Limpa Planilha 3. Alguns exemplos de resíduos sólidos e emissões líquidas na fabricação de cerveja Resíduos sólidos, emissões líquidas Unidade Quantidade anual Custo de descarte (US$) Resíduo de cevada t 220 44.700 Rótulos inutilizados unidades 50 60 Pallets descartados t 24 10.500 Garrafas quebradas t 92 12.000 Resíduos de óleo kg 1.000 4.200 Água m3 244.000 122.000 Resíduos de tinta (latas) kg 50 405 Fonte: livro-texto Resíduos Exemplo: Realizando Produção Mais Limpa numa empresa de cerveja: Produção mais Limpa Planilha 4. Algumas sugestões para a prevenção da geração de resíduos e emissões Sugestões Água Garrafas quebradas Rótulos Óleo Pallets Troca da embalagem X X Reciclagem interna X X X Treinamento de pessoal X X X X X Melhoria na tecnologia X X Fonte: livro-texto Aplicação da Produção + Limpa A Produção mais Limpa prioriza os esforços dentro de cada processo isolado, colocando a reciclagem externa entre as últimas opções a considerar. Busca-se maximizar as intervenções no processo, com vistas à economia de matérias-primas e à minimização dos resíduos. Entre as ações da Produção mais Limpa, podemos citar: a) A substituição de materiais. b) Mudanças parciais do processo. c) Redução da emissão de substâncias tóxicas. d) Melhorias na fabricação de produtos que, direta ou indiretamente, diminuem o impacto do processo sobre o meio ambiente. e) Todas as anteriores. Interatividade A Produção mais Limpa prioriza os esforços dentro de cada processo isolado, colocando a reciclagem externa entre as últimas opções a considerar. Busca-se maximizar as intervenções no processo, com vistas à economia de matérias-primas e à minimização dos resíduos. Entre as ações da Produção mais Limpa, podemos citar: a) A substituição de materiais. b) Mudanças parciais do processo. c) Redução da emissão de substâncias tóxicas. d) Melhorias na fabricação de produtos que, direta ou indiretamente, diminuem o impacto do processo sobre o meio ambiente. e) Todas as anteriores. Resposta Definição: balanços de massa e energia são ferramentas que auxiliam o engenheiro a conhecer: O processo, Identificar os fluxos de materiais e energia que atravessam o processo, Estabelecer os principais locais de geração de resíduos ou de desperdício de energia. Balanços de massa e energia MATÉRIAS- PRIMAS MÃO DE OBRA RECURSOS RESÍDUOS PRODUTO Fonte: acervo pessoal Somente com o conhecimento detalhado desses fluxos é possível propor opções para minimização de resíduos, emissões e consumo de energia. Balanços de massa e energia Fonte: livro-texto. ENTRADAS SAÍDAS MATERIAIS ENERGIA PRODUTOS EMISSÕES PERDAS DE ENERGIA Administração Processo A Processo B Processo C Manutenção As quantidades de material que são processadas nas indústrias podem ser descritas por: balanços de massa; obedecer ao princípio de conservação da massa. Do mesmo modo, quantidades de energia que são processadas nas indústrias podem ser descritas por: balanços energéticos; obedecer ao princípio da conservação de energia. Se não houver um acúmulo/armazenamento, o que entra em um processo deve sair. Qual a parte da matéria-prima ou dos materiais utilizados se perde na forma de emissões voláteis? “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Antoine Lavoisier Balanços de massa e energia Fonte: autoria própria, 2021. MASSA QUE ENTRA ACÚMULO MASSA QUE SAISistema Análise de fluxo de materiais Balanço de material (massa): é fundamental para o controle da transformação, particularmente no controle dos rendimentos de cada produto.Esse balanço de material pode ser empregado: Na fase exploratória de um novo processo, Na melhoria de uma unidade piloto em que um processo está sendo planejado e testado, Na operação da planta e como instrumento de controle de produção contínua. Balanços de massa e energia Análise de fluxo de materiais Em qualquer unidade da operação, seja qual for a sua natureza, os balanços de material e energia podem ser representados esquematicamente como uma caixa, como mostrado na figura abaixo: Balanços de massa e energia Representação esquemática dos balanços de massa e energia. Fonte: livro-texto. Matérias-primas Energia MASSA QUE ENTRA ACÚMULO MASSA QUE SAI Sistema Materiais armazenados Energia armazenada Total de produtos Total de resíduos Total de energia incorporada nos produtos Total de energia que sai com os resíduos Total de energia perdida para as vizinhanças OPERAÇÃO UNITÁRIA PROCESSO OU EMPRESA Análise de fluxo de materiais O princípio de conservação de massa determina o chamado balanço de matérias ou balanço de massa. Massa de entrada = Massa de saída + Massa armazenada Matérias-primas = Produtos + Resíduos + Materiais armazenados Então pode-se dizer que: m mp = mp + mr + mar Em que: mmp = mmp1 + mmp2 + mmp3 = total de matérias-primas mp = mp1 + mp2 + mp3 = total de produtos mr = mr1 + mr2 + mr3 = total de resíduos mar = mar1 + mar2 + mar3 = total de matérias armazenadas Balanços de massa e energia Análise de fluxo de materiais Empresas deverão criar um sistema de informação que permita aos engenheiros seguir os fluxos de material, possibilitando o controle sobre esses fluxos e garantindo a eficiência de cada um deles. Para efetuar uma análise de fluxo de materiais é necessário seguir os seguintes passos (roteiro): 1) Definição das variáveis a considerar 2) Limitação do espaço de análise (etapas) 3) Limitação do tempo de análise 4) Representação gráfica dos fluxos: Qualitativa/quantitativa 5) Interpretação e conclusão Exemplo da equação geral do balanço: análise de fluxo de massa de um processo de pintura de bicicletas. Balanços de massa e energia Fonte: livro-texto. Fonte: livro-texto. Exemplo de uma análise de fluxo de massa de um processo de pintura de bicicletas. 1) Variáveis a considerar: tinta, solventes e outros materiais auxiliares 2) Espaço: pré-tratamento, câmara de pintura e secagem 3) Tempo: 1 ano 4) Representação qualitativa dos fluxos: figura abaixo Balanços de massa e energia Fonte: livro-texto. Após a identificação dos componentes do processo, pode-se representar cada etapa da operação com retângulos e os fluxos de materiais são representados por setas. Bicicleta sem pintura tinta, solventes materiais auxiliares Bicicleta sem pintura pré-tratamento, secagem. aplicação do primer e pintura, Balanços de massa e energia Desengraxante usado Thinner usado Limite do sistema Thinner Tinta Thinner Fita-crepe Filtro Ar Filtro, tinta, ar e Thinner Ar e thinner Filtro Ar, tinta e thinner Pré- tratamento Secagem Primer pintura Vapor Limpeza Água desengraxante Fonte: livro-texto. Análise de fluxo de materiais 4) Todos os materiais que entram em cada etapa do processo devem sair na forma de produto, resíduo ou emissões (princípio da conservação de massa), como mostra a figura abaixo: Balanços de massa e energia Fonte: livro-texto. Análise de fluxo de materiais 4) Conhecendo-se os caminhos dos materiais por meio do processo, pode-se atribuir nomes a cada fluxo (figura abaixo). Balanços de massa e energia Fonte: livro-texto. Limite do sistema Filtro Pré- tratamento Secagem Primer pintura Vapor Limpeza Ar e thinner Ar, tinta e thinner E9 E8 S5 E7 E1 E2 E3 E4 E6 E5 S2 S3 S4 S1 S6 Análise de fluxo de materiais 4) Representação quantitativa dos fluxos: tabela abaixo Balanços de massa e energia DESCRIÇÃO UN. QUANT. DESCRIÇÃO UN. QUANT. E1 Peça sem pintura kg 20.400 S1 Peça pintada kg 20.800 E2, E3 Tinta + Solvente kg 4.000 S2, S3 Ar + tinta+thinner m3 101.000.000 E4 Fita-crepe rolos 1.200 S4 Filtro usado kg 270 E5 Ar m3 101.000.000 S5 Desengraxante usado (água + detergente) kg 50.400 E6 Filtro de ar kg 100 S6 Solvente usado m3 1.400 E7 Água m3 49.500 E8 Detergente L 60 E9 Thinner kg 2.000 Fonte: livro-texto. Análise de fluxo de materiais 5) Interpretação e conclusões: Calcular a eficiência da pintura, dividindo-se a massa de tinta seca aplicada à peça pela quantidade de matéria-prima que entra no processo de produção. ɳ= (20.800 – 20.400)kg / (2.000)kg = 0,20 ou 20% tinta seca sai tinta seca entra (tinta-solvente, assumindo 50% de cada) Balanços de massa e energia S1 – E1 E2 Compara-se esse valor com dados de referência e aplica- se a P+L e recalcula-se essa eficiência para verificar a melhora. ɳ= massa seca aplicada / massa de tinta na entrada ɳ= Sai / Entra, no caso da pintura da bicicleta: DESCRIÇÃO UN. QUANT. DESCRIÇÃO UN. QUANT. E1 Peça sem pintura kg 20.400 S1 Peça pintada kg 20.800 E2, E3 Tinta + Solvente kg 4.000 S2, S3 Ar + tinta+thinner m3 101.000.00 0 E4 Fita-crepe rolos 1.200 S4 Filtro usado kg 270 E5 Ar m3 101.000.000 S5 Desengraxante usado (água + detergente) kg 50.400 E6 Filtro de ar kg 100 S6 Solvente usado m3 1.400 E7 Água m3 49.500 E8 Detergente L 60 E9 Thinner kg 2.000 Análise de fluxo de materiais 5) Interpretação e conclusões: Após a observação do processo, o fabricante identificou o desengraxe das peças como um ponto fraco do processo: Para melhorar essa etapa, deve-se diminuir o gasto de tinta e evitar que os defeitos na pintura fossem encaminhados para a etapa de limpeza, reduzindo o consumo desengraxante (S5) e de thinner (S6). O objetivo da análise pode ser o de melhorar o processo como: Utilização do sistema produção mais limpa; ou Conhecer todos os principais fluxos de materiais que compõem o sistema de pintura. Balanços de massa e energia Análise de fluxo de energia Balanço de energia Na física, o balanço energético é uma apresentação sistemática dos fluxos de energia e as transformações em um sistema. A base teórica para um balanço energético é a primeira lei da termodinâmica que diz que: a energia não pode ser criada ou destruída, apenas modificada na sua forma. 1ª Lei da Termodinâmica Em engenharia, balanços energéticos são utilizados para quantificar a energia utilizada ou produzida por um sistema. Balanços de massa e energia Fonte: Gordon J. Van Wylen (1995). Análise de fluxo de energia O balanço energético de um sistema é muito semelhante a um balanço de massas, porém existem algumas diferenças, como: 1) Um sistema específico pode ser fechado em um balanço de massas, mas sempre aberto para o balanço energético; e 2) Embora seja possível ter mais de um balanço de massas para um sistema energético, só pode haver um balanço energético. Em um balanço do total de energia: ENTRADA = SAÍDA + ARMAZENADO Balanços de massa e energia Análise de fluxo de energia Da mesma forma que a massa se conserva, também se conserva a energia. A energia que entra em um sistema produtivo deve ser igual à energia que sai mais a energia que fica armazenada. Energia de entrada = Energia de saída + Energia armazenada + Perdas (produto + resíduo) ΣEmp = ΣEp + Σ Er + ΣEar + ΣEL Em que: ΣEmp = Total de energia que entra ΣEp = Total de energia incorporada nos produtos ΣE r = Total de energia que sai com os resíduos ΣEar = Total de energia armazenada ΣEL = Total de energia perdida para as vizinhanças Balanços de massa e energia Análise de fluxo de energia O diagrama Sankey é uma ferramenta muito útil para representar os fluxos de entrada e saída de energia de qualquer equipamento ou sistema, como caldeiras, aquecedores ou fornos após realização do balanço energético (fig.abaixo). Esse diagrama representa visualmente as várias saídas e as perdas da energia que possam se concentrar em encontrar e priorizar melhorias. Balanços de massa e energia Fonte: livro-texto. Perda no gás de escape 20-50% Pré-aquecedor Perdas pelas paredes do forno 3-10% Perdas na abertura do forno 1-2% Saída 30-60% Perdas por resfriamento 5-10% calor armazenado 2-5% Energia reaproveitada 10-30% Forno 100% energia recuperada Análise de fluxo de energia A partir do diagrama de Sankey, fica claro que as perdas dos gases de escape são uma área- chave para uma atenção prioritária: Uma vez que fornos operam em altas temperaturas, os gases de escape saem do forno a altas temperaturas, resultando em diminuição da eficiência. Quanto menor a temperatura dos gases de escape que deixam o pré-aquecedor, maior será a eficiência do forno. Balanços de massa e energia Fonte: livro-texto. Energia reaproveitada 10-30% Perdas no gás de escape 20-50% Pré-aquecedor Perdas pelas paredes do forno 3-10% Balanços de massa e energia são ferramentas que auxiliam o engenheiro a conhecer um processo, a identificar os fluxos de materiais e energia que atravessam o processo, a estabelecer os principais locais de geração de resíduos ou de desperdício de energia de forma quantitativa. Somente com o conhecimento detalhado desses fluxos é possível propor opções para minimização de resíduos e emissões ou de consumo de energia. Para coletar os dados e calcular os custos de descarte dos resíduos ou a perda de matéria-prima, deve-se estar apto a identificar: a) Qual a quantidade de matéria-prima, materiais e energia usados nesse determinado processo. b) Qual a quantidade de resíduos e emissões e de qual parte dos processos vêm os resíduos e as emissões. c) Qual a parte da matéria-prima que se torna resíduo. d) Qual a parte da matéria-prima ou dos materiais utilizados se perde na forma de emissões voláteis. e) Todas as anteriores. Interatividade Balanços de massa e energia são ferramentas que auxiliam o engenheiro a conhecer um processo, a identificar os fluxos de materiais e energia que atravessam o processo, a estabelecer os principais locais de geração de resíduos ou de desperdício de energia de forma quantitativa. Somente com o conhecimento detalhado desses fluxos é possível propor opções para minimização de resíduos e emissões ou de consumo de energia. Para coletar os dados e calcular os custos de descarte dos resíduos ou a perda de matéria-prima, deve-se estar apto a identificar: a) Qual a quantidade de matéria-prima, materiais e energia usados nesse determinado processo. b) Qual a quantidade de resíduos e emissões e de qual parte dos processos vêm os resíduos e as emissões. c) Qual a parte da matéria-prima que se torna resíduo. d) Qual a parte da matéria-prima ou dos materiais utilizados se perde na forma de emissões voláteis. e) Todas as anteriores. Resposta ODUM, H. T.; ODUM, E. A prosperous way down: principles and policies. Oklahoma: Oklahoma Press University, 2001. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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