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Avaliacao-do-Uso-de-Sistemas-Ecologicos-em-Fortaleza

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL 
AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMAS ECOLÓGICOS EM 
FORTALEZA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PRÁTICAS 
ATUAIS E VISÃO DOS EMPREENDEDORES PARA AS 
CONSTRUÇÕES DO FUTURO 
Patrícia Pinto Gonçalves 
FORTALEZA- CE 
Novembro-2009 
PATRÍCIA PINTO GONÇALVES 
AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMAS ECOLÓGICOS EM 
FORTALEZA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PRÁTICAS 
ATUAIS E VISÃO DOS EMPREENDEDORES PARA AS 
CONSTRUÇÕES DO FUTURO 
Monografia submetida à Coordenação do 
Curso de Engenharia Civil da Universidade 
Federal do Ceará, como requisito parcial para 
obtenção do grau de Engenheiro Civil. 
Orientador: Prof. André Bezerra dos Santos, Ph.D 
FORTALEZA- CE 
2009 
 
A Deus, pela vida. 
Aos meus pais, pela força e apoio a mim 
dedicados em todos os anos de vida 
acadêmica. 
À minha irmã, pelo carinho, cuidado e atenção 
que sempre teve comigo. 
À minha avó, pelo carinho e apoio nos 
momentos difíceis 
Aos meus amigos da faculdade, pela amizade e 
pelos dias de estudos. 
Aos meus primos, pelo apoio e incentivo. 
Aos meus tios, que sempre torceram por mim. 
 
AGRADECIMENTOS 
Ao professor André Bezerra dos Santos pela orientação deste trabalho e, em especial, 
pela dedicação, paciência, conselhos e amizade dedicados nesta graduação. 
A professora Thaís Costa Lago Alves pela co-orientação deste trabalho. 
Ao grupo GERCON pela oportunidade de estágio em trabalho científico durante a 
graduação. 
Aos meus amigos da faculdade: Paulo Rogério, Pedro Rodolfo, Vanessa, Marisônia, 
Maria Micheline, Márcio Anderson, Euclides, Emanoel, Amanda e Karla pela amizade e pelo 
apoio durante toda a caminhada universitária. 
Aos engenheiros Hudson Silva, Madalena Soares e Eugênio Montenegro pela 
compreensão e paciência que tiveram comigo durante meu estágio. 
Ao engenheiro Geraldo Magela, pela oportunidade de entrevistá-lo. 
Aos corretores Felipe Rabelo Pinto e Leandro Rabelo Pinto, pelo apoio profissional. 
Aos meus amigos da comunidade face de cristo: Carla, Cabral, Anderson e Vanessa 
pelas orações e pela valorização do ser humano. 
Aos meus amigos de infância: Maria Clara, Paula, Carina, Mariana, Raíssa, Isabel, 
Cecília, Tássia, Luiza, Lívia e Lia pelo carinho e compreensão. 
A Universidade Federal do Ceará, em especial, ao curso de Engenharia Civil. 
A Deus, que sempre esteve ao meu lado. 
 
RESUMO 
O momento atual de desequilíbrio ecológico pelo qual passa o mundo exige que empresas de 
todos os ramos adotem e pratiquem técnicas sustentáveis, ou seja, elas devem reduzir os 
desperdícios dos recursos naturais como forma de perpetuá-los e garantir a sobrevivência das 
espécies hoje existentes na terra. O presente estudo tem como objetivo investigar as práticas 
sustentáveis atuais em Fortaleza, um estudo de caso, bem como entender a visão de 
empreendedores do ramo de construção quanto à tendência delas. O método de pesquisa foi 
dividido em seis etapas: inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica. Em seguida, foi 
elaborado um questionário com o objetivo de abordar questionamentos sobre a aplicação e 
filosofia sustentável. A terceira etapa envolveu a seleção da empresa cujos empreendimentos 
foram alvos de estudos de casos desse trabalho. A quarta etapa tratou-se da entrevista com o 
engenheiro da empresa selecionada a fim de obter a visão da empresa sobre construções 
futuras, bem como identificar a prática de sistemas ecológicos. A penúltima etapa envolveu a 
busca pelo perfil do comprador dos empreendimentos citados neste trabalho, como uma forma 
de verificar se o consumidor exigia a presença de práticas sustentáveis no imóvel e se isso 
motivava o empreendedor. Ao final, foram feitas críticas a alguns pontos analisados durante a 
entrevista. Entre as principais conclusões deste estudo, está a constatação de que as principais 
práticas ecológicas encontradas em construções de Fortaleza são: reúso de água, técnica de 
uso da energia solar para aquecimento de água e sistemas inteligentes de iluminação. Outra 
conclusão importante deste estudo é de que tem crescido o interesse de construtores por 
técnicas sustentáveis, ainda que não seja acompanhada, no mesmo ritmo, pelo interesse de 
consumidores em empreendimentos deste tipo. 
Palavras-chave: Práticas sustentáveis; Construção; Empreendedores. 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Esquema de reúso de águas pulviais ....................................................................... 17 
Figura 2 - Cisterna de polietileno usada no armazenamento de águas pluviais ...................... 18 
Figura 3 Esquema do sistema de reuso de águas cinzas em residências .............................. 21 
Figura 4 - Sistema de energia fotovoltaica ligada a bateria. .................................................... 23 
Figura 5 Esquema de uma placa de aquecimento de água solar ........................................... 24 
Figura 6 - Sistema de aquecimento solar de água ................................................................... 25 
Figura 7 Reservatório térmico - Boiler ................................................................................. 26 
Figura 8 - Esquema de aquecimento auxiliar a gás. ................................................................ 27 
Figura 9 Países da América Latina líderes na capacidade de receber energia ..................... 31 
Figura 10 - Desenho da seção dos jardins suspensos (século V a.c). ...................................... 32 
Figura 11 - Antigo Ministério da Educação e Saúde ............................................................... 33 
Figura 12 - Estrutura de um telhado verde. ............................................................................. 35 
Figura 13 - Fachada da obra A ................................................................................................ 42 
Figura 14 - Canteiro do empreendimento A ............................................................................ 43 
Figura 15 - Planta baixa do empreendimento A ...................................................................... 43 
Figura 16 - Localização do empreendimento B....................................................................... 47 
Figura 17 - Célula fotovoltáica usada para fins de aquecimento ............................................. 48 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Matriz de questões elaboradas .............................................................................. 41 
Quadro 2 - Descrição do empreendimento A .......................................................................... 44 
Quadro 3 - Comentários do entrevistado ................................................................................. 51 
Quadro 4 - Tabela referente ao empreendimento C ................................................................ 53 
Quadro 5 - Tabela referente ao empreendimento D ................................................................ 53 
Quadro 6 Tabela imobiliária do empreendimento B ............................................................ 54 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11 
1.1 Justificativa do tema ............................................................................................... 12 
1.2 Problema da pesquisa ............................................................................................. 13 
1.3 Objetivos .................................................................................................................. 13 
1.3.1 Geral ............................................................................................................... 13 
1.3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 13 
1.4 Estrutura do trabalho .............................................................................................14 
2 SISTEMAS ECOLÓGICOS ........................................................................................... 15 
2.1 Gerenciamento de resíduos .................................................................................... 15 
2.2 Reaproveitamento de água ..................................................................................... 16 
2.2.1 Reaproveitamento de Água Pluvial ............................................................... 16 
2.2.2 Reúso da Água Cinzas ................................................................................... 20 
2.3 Energia solar ........................................................................................................... 22 
2.3.1 A utilização da energia solar .......................................................................... 22 
2.3.2 Conversão elétrica .......................................................................................... 23 
2.3.3 Conversão Térmica ........................................................................................ 24 
2.4 Iluminação natural ................................................................................................. 27 
2.5 Sistemas Inteligentes ............................................................................................... 28 
2.6 Outros sistemas ecológicos ..................................................................................... 29 
2.6.1 Energia eólica ................................................................................................ 29 
2.6.2 Telhados verdes ............................................................................................. 31 
2.6.3 Vidro .............................................................................................................. 35 
 
 
10 
2.6.4 Insolação e ventilação .................................................................................... 37 
3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 39 
3.1 Delineamento da pesquisa ...................................................................................... 40 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................... 42 
4.1 Empreendimento A ................................................................................................. 42 
4.1.2 Descrição da estrutura .................................................................................... 43 
4.1.3 Elementos de sustentabilidade ....................................................................... 44 
4.2 Empreendimento B ................................................................................................. 46 
4.2.1 Descrição da estrutura .................................................................................... 46 
4.2.2 Elementos de sustentabilidade ....................................................................... 47 
4.3 Entrevista ................................................................................................................. 49 
4.4 Comparação de preço entre empreendimentos circunvizinhos .......................... 52 
4.5 Perfil dos compradores dos empreendimentos A e B .......................................... 54 
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS .................. 55 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 57 
ANEXOS ................................................................................................................................ 59 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O nosso planeta possui recursos finitos, tais como água, ar, solo, energia, que precisam 
ser protegidos e preservados tanto quantitativamente como qualitativamente para que a 
sobrevivência humana e de outras espécies não seja ameaçada. Esse é o conceito de 
sustentabilidade que surgiu na década de 1980 (NÓBILE, 2003). Tal definição tornou-se um 
padrão seguido mundialmente e cada vez mais infiltrado em ramos econômicos e sociais, 
visto que a humanidade tem experimentado das conseqüências danosas de desequilíbrios 
ambientais. 
Silva (2007) menciona que a construção civil contribui para esses desequilíbrios durante 
toda sua cadeia produtiva, desde a extração de matérias primas como, minerais, madeiras e 
rochas, passando pela construção, manutenção e demolição. 
Para reduzir os impactos ambientais ocasionados pelas construções, adotam-se técnicas 
sustentáveis de produção. A comprovação dos benefícios adquiridos através dessas medidas 
sustentáveis pode ser vista em citações como a de Santicci (2007 apud CIPRIANI, 2007) que 
menciona a economia de bilhões de dólares no setor de construções, que é responsável por 
30% a 40% do consumo mundial de energia. 
É por essas e outras vantagens que empreendimentos sustentáveis são cada vez mais de 
interesse de grandes empresas no mundo. Para atender a essa crescente demanda, o mercado 
brasileiro tem disponibilizado produtos e técnicas que auxiliam empresários na implantação 
dos conceitos de sustentabilidade (KROTH, 2007). Entretanto, ainda é possível observar a 
carência de soluções globais. Nesse sentido, uma implantação de redes sinérgicas integrando 
as esferas industrial, profissional e acadêmica, poderá promover uma abordagem mais 
abrangente sobre o problema ocasionado por esta carência, resultando no oferecimento de 
soluções também abrangentes e de métodos e instrumentos eficientes para sua avaliação. 
Assim, uma avaliação sobre as práticas sustentáveis na construção junto às construtoras e a 
visão dos construtores acerca das tecnologias verdes faz-se necessário. 
 
 
12 
O presente trabalho foi realizado em uma empresa de construção civil que atua na 
Região Metropolitana de Fortaleza. A seguir, é apresentada uma breve descrição desta 
empresa que participou do estudo e a justificativa para a seleção da mesma. 
Empresa A 
A empresa selecionada, baseada no nosso conhecimento de mercado, se configura como 
a primeira da área de construção civil a lançar empreendimentos ecológicos e a criar suítes 
diferenciadas que privilegiam o conforto e a privacidade do casal. A cada lançamento, a 
empresa vem procurando aliar novas tecnologias e novos conceitos imobiliários às exigências 
dos atuais consumidores e seus familiares. A construtora é a única a possuir o Personal Space, 
um sistema único que permite que cada cliente planeje seu próprio apartamento, escolhendo 
entre as várias opções disponíveis de projeto e de acabamentos. Estes benefícios, aliados a 
busca pela qualidade e a visão empreendedora, conferiram a empresa a certificação ISO 9001 
no que se refere à incorporadora e construtora. 
1.1 Justificativa do tema 
Neste trabalho, busca-se estimular construtores e compradores de empreendimentos a 
investirem em como uma forma de minimizar a destruição do 
meio-ambiente que se torna cada vez mais iminente e irreversível. 
 
naturais sem comprometer a demanda dos mesmos em futuras gerações. 
Para este trabalho foram escolhidos quatro sistemas ecológicos a serem aprofundados: 
Gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), sistemas inteligentes de 
iluminação, sistemas de uso da energia solar e reaproveitamento de água. Estes sistemas são 
normalmente os sistemas mais utilizados nos diagnósticos de sistemas ecológicos no Brasil e 
no mundo. 
A escolha do sistema inteligente de iluminação deve-se aos grandes benefícios 
econômicos e ecológicos que esse sistema traz, pois com a instalação de sensores é possível 
utilizar somente o necessário de energia. 
 
 
13 
O uso da energia fotovoltaica trata-se de uma forma de garantir o abastecimento de 
energia para a população, e diminuir a poluição gerada pelas formas de energia 
convencionais, que utilizam em sua maioria o petróleo, gás natural e energia hidráulica. No 
caso da cidade de Fortaleza, ela sugereuma satisfação ainda maior, pois a incidência solar é 
demasiada nesta localidade, o que faz com que o aproveitamento energético seja máximo. 
O Reaproveitamento de Água, quer pela captação das águas de chuva quer pelo reúso de 
águas cinzas, foi escolhido por se tratar de um sistema que visa o maior aproveitamento 
possível dos recursos naturais. É uma grande solução para reduzir o consumo de água da 
concessionária, e minimizar o lançamento de esgotos nas redes coletoras. 
1.2 Problema da pesquisa 
Diante da justificativa apresentada, o problema da pesquisa deste trabalho de conclusão 
de curso é representado pela seguinte questão: qual é a posição dos empresários do ramo de 
construção em Fortaleza frente a esses sistemas ecológicos? Quais são as práticas ecológicas 
mais usadas em Fortaleza? 
1.3 Objetivos 
1.3.1 Geral 
Investigar algumas práticas sustentáveis de construção habitacional em Fortaleza, assim 
como avaliar a visão dos empreendedores acerca das tecnologias verdes de construção. 
1.3.2 Objetivos específicos 
 Desenvolver e aplicar um questionário que avalie o uso e visão dos construtores de 
Fortaleza sobre as construções sustentáveis. 
 Buscar dados que apontem se a inclusão desses conceitos torna as construções mais 
caras. 
 Identificar o perfil dos compradores de edifícios concebidos de forma sustentável. 
 
 
14 
 Conhecer os principais princípios da sustentabilidade aplicados nas edificações 
analisadas. 
 Adquirir conhecimento sobre a gestão e eficiência da sustentabilidade no ambiente 
construído. 
1.4 Estrutura do trabalho 
Cap. 1 Introdução 
Neste capítulo, é abordado o tema do projeto explorando a justificativa e o problema de 
pesquisa bem como, os objetivos e a estrutura do trabalho. 
Cap. 2 Pesquisa bibliografia 
No capítulo 2, são discutidas as principais tecnologias disponíveis no âmbito da 
sustentabilidade em construções, visando fundamentar a análise do cenário que será 
conhecido com a entrevista de campo. 
Cap. 3 Método de pesquisa 
No capítulo 3, é apresentado o método de pesquisa do trabalho. São descritos as etapas e o 
plano de ação da pesquisa. 
Cap. 4 Apresentação dos resultados 
No capítulo 4, são apresentadas as práticas adotadas pela empresa nos empreendimentos 
avaliados, a visão do diretor técnico da construtora com relação a futuras construções, uma 
comparação de preços entre empreendimentos convencionais e ecológicos e o perfil dos 
clientes dessas construções. 
Cap. 5 Discussão sobre os resultados 
No capítulo 5, são discutidos os dados obtidos no capítulo anterior. 
Cap. 6 Conclusões e recomendações para estudos futuros 
No capítulo 6, são apresentadas as conclusões do trabalho e recomendadas algumas diretrizes 
de estudo para trabalhos futuros. 
 
2 SISTEMAS ECOLÓGICOS 
O homem não pode viver sem ciência nem tecnologia, tal como não pode viver contra a 
natureza. O que, entretanto, necessita de maior atenção, é o ajuste da exploração natural, do 
consumo humano e da densidade de ocupação humana perante a capacidade de suporte dos 
ecossistemas locais (NÓBILE, 2003). 
As tecnologias estudadas, neste trabalho, ajudam a ajustar essa relação entre exploração 
dos recursos naturais pelos homens e o equilíbrio que estes ocasionam em ecossistemas. 
2.1 Gerenciamento de resíduos 
Segundo Silva (2007), a fim de definir as responsabilidades do poder público e dos 
agentes privados em relação aos Resíduos da Construção e Demolição (RCD), o Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), criou a resolução no. 307. Deixando nítido que o 
produtor de resíduo é o responsável pelo destino dele, devendo, portanto, elaborar projetos de 
gerenciamento destes gerados no canteiro de obras, que passam a ser obrigatórios e devem ser 
apresentados ao poder público para aprovação destes projetos, de modo a impedir a 
continuidade de procedimentos prejudiciais ao meio ambiente. As diretrizes, critérios e 
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil estabelecidos pela resolução no. 
307, visam: 
(a) a responsabilidade ambiental dos profissionais na elaboração dos projetos por meio 
da redução e minimização do desperdício de materiais, exigência de manejos para a 
eliminação dos impactos ambientais, diminuição dos custos finais dos empreendimentos; 
(b) a responsabilidade ambiental dos profissionais nos canteiros de obras por meio da 
limpeza do canteiro, segregação dos resíduos gerados e garantia de controle sobre o destino 
dos resíduos em agentes legalmente licenciados, resultando numa maior limpeza e 
organização, maior economia e segurança para o trabalhador, assim como facilitação da 
triagem dos resíduos e seu aproveitamento; 
 
 
16 
(c) a responsabilidade ambiental dos transportadores por meio de um correto manejo e 
destinação dos resíduos, obedecendo a legislação municipal e aos dispositivos que 
regulamentam as questões do meio ambiente; 
(d) a responsabilidade ambiental dos receptores dos RCD por meio de áreas receptoras 
definidas como: área de transbordo e triagem licenciada pelo poder público municipal, área 
de reciclagem e aterros de RCD e resíduos inertes licenciados pelos órgãos estaduais do 
meio ambiente. 
Apesar de não ter sido feita uma avaliação da produção de RCD, as construções 
sustentáveis devem minimizar a produção dos resíduos e promoverem a reciclagem do que 
puder ser reciclado e dar um correto destino da outra fração, preferencialmente em aterros 
sanitários. 
2.2 Reaproveitamento de água 
A água é um recurso limitado e precioso. Além disto, a distribuição desigual da água 
pelas diferentes regiões do planeta faz com que haja escassez do recurso em várias regiões, 
incluindo o estado do Ceará, que se localiza na região Semi-árida. Algumas das soluções 
adotadas para preservar este recurso natural são: 
2.2.1 Reaproveitamento de Água Pluvial 
O sistema de reúso de águas pluvial, em linhas gerais, funciona da seguinte forma: as 
águas captadas são transferidas para um reservatório isolado através de um sistema simples e 
de baixo custo (tubulação de PVC, caixa d´água...), onde serão filtradas e armazenadas, 
sendo, quando necessário, bombeadas para uma caixa d´água na cobertura da edificação, 
conforme mostrado na Figura 1 . 
Segundo Kroth (2007), existem duas formas conhecidas de captação de água de chuva: 
a primeira é aproveitando a cobertura da casa, e a segunda é revestindo o subsolo de uma 
região de encosta com plástico e canalizando a água pré-filtrada pelo solo até uma caixa ou 
reservatório. 
 
 
17 
De acordo com Neves et al. (2006), a armazenagem da água da chuva pode ser feita em 
uma caixa separada ou diretamente na cisterna, caixa central do seu estabelecimento (Lares na 
cidade, fazenda, sítios, chácaras etc.) ou ainda em cisternas secas e abandonadas, 
reaproveitando-as, conforme pode ser visto na Figura 2 . 
 
Figura 1 - Esquema de reúso de águas pulviais 
Fonte: Acqua Save (2009) 
 
 
18 
 
Figura 2 - Cisterna de polietileno usada no armazenamento de águas pluviais 
Fonte: Acqua Save (2009) 
Conforme Neves et al. (2006), o dimensionamento da caixa de captação vai depender de 
sua utilização. Se o objetivo for o abastecimento em água potável durante, por exemplo, o 
período de seca, o volume da caixa a ser construída deverá ser determinado em função de 
alguns fatores, tais como: 
1- O consumo necessário de água para abastecer uma família durante o ano ou num 
período curto (dias, semanas ou meses), na medida que podem existir no local, outras fontes 
de água (cisterna, mina ou nascente, etc.); 
2- A quantidade de água de chuva que a cisterna pode captar e armazenar, durante este 
mesmo período, sendo dependente: 
2.1- A quantidade de chuva da região (regime pluviométrico); 
2.2- A área disponível para a captação, que por sua vez dependerá: do tipo de material, 
ou seja, se é telha de barro, plástico, etc.; da superfície em que é captada, que pode ocorrerperdas. 
Pode-se usar este volume de água em potencial que se tem na região como fator 
limitante do dimensionamento da caixa de captação, ou não; tudo dependerá de seu objetivo 
em captar este tipo de água, e das condições financeiras disponíveis para realizá-lo. 
 
 
19 
De acordo com Neves et al. (2006), a escolha do local para a construção da caixa ou 
reservatório de captação deverá atender aos seguintes requisitos: 
1. A caixa deve ser montada no lugar mais baixo, podendo receber por gravidade á água 
escoada de todos os lados do telhado. No caso de se usar o plástico enterrado, a água que 
escorrerá por toda a extensão do mesmo, também deverá estar acima da caixa; 
2. Buscar solos de preferência arenosos ou sem pedras grandes. O tipo do terreno 
estabelece a profundidade possível para a escavação, que pode levar a caixa a ter um volume 
reduzido. Por outro lado, a presença de material duro no fundo da caixa a ser construída, 
torna-a mais segura; 
3. Deve-se procurar um local afastado de árvores ou arbustos cujas raízes possam 
provocar rachaduras e conseqüente vazamento na parede da caixa; 
4. Para prevenir o perigo de contaminação da água armazenada, a caixa deve ser 
implantada a, pelo menos, 10 a 15 metros de distância de fossas, latrinas, currais e depósitos 
de lixo; 
5. A caixa de captação ou armazenamento quando for usada como uma cisterna, ou seja, 
usando balde para retirar a água, poderá ser construída próxima da cozinha para facilitar o 
acesso à água pela dona de casa. 
E, ainda, de acordo com Neves et al. (2006), a água armazenada na caixa pode sofrer 
contaminação de duas maneiras: 
1. Água muito tempo armazenada sem cloração; 
2. Água que entra no reservatório já com contaminação, proveniente da sua passagem 
pelo telhado da casa. É fato que o telhado recebe vários tipos de depósitos trazidos pelo vento, 
como folhas, papel, lixo, etc., além da poeira. É também o lugar de passagem de animais 
como ratos, pássaros e insetos. 
Pelo risco apresentado acima, é recomendável limpeza e inspeção das caixas e dos 
demais componentes envolvidos no sistema freqüentemente. 
 
 
20 
2.2.2 Reúso da Água Cinzas 
Águas cinzas, como define Lamine et. al. (2007 apud VALENTINA, 2009), trata-se 
daquele volume residuário sem contribuição de efluentes das bacias sanitárias, sendo assim, 
diz respeito apenas ao volume de água produzido por chuveiros, lavatórios, máquinas de 
lavar, pias de cozinha e tanques. 
As características das águas cinza, assim como o volume de água consumida em um 
domicílio, variam regionalmente. Três fatores que afetam significativamente a composição 
das águas cinza são: qualidade da água de abastecimento, tipos de rede de distribuição tanto 
da água cinza quanto da água potável e os usos da água nas residências (LAMINE et al. 2007 
apud VALENTINA, 2009). 
Conforme Valentina (2009), o sistema de reúso de água cinzas, em suma, funciona da 
seguinte forma: com exceção a das cozinhas, o volume de água advindo de aparelhos tais 
como: chuveiro, pias, máquinas de lavar e tanques que são abastecidos pela companhia 
responsável, é deslocado através de tubulações de PVC para uma Estação de Tratamento de 
Águas Cinzas (ETAC), que de uma forma geral trata-se de uma Estação de Tratamento de 
Esgoto (ETE). O tratamento de águas cinza deve cumprir quatro critérios: segurança da saúde, 
qualidade estética e viabilidades técnica e econômica. Após a saída da estação, a água cinza 
tratada passa por um processo de desinfecção com cloro que ocorre, dentro de um reservatório 
inferior de água de reúso. A partir desse ponto, a água cinza tratada e desinfetada é bombeada 
para a caixa d´água que fica na cobertura da construção, sendo esta diferente daquela que 
armazena água potável, como pode ser visto na Figura 3. Ao ser armazenado nesse nível 
superior do empreendimento, a água cinza tratada será disponibilizada principalmente para: 
 Descarga de bacias sanitárias; 
 Uso da água para irrigar jardins; 
 Uso da água para lavar carros. 
Assim parte da água residencial, cerca de 30% segundo Cipriani (2007), deixará de ser 
recebida da distribuidora local. É preciso atentar, entretanto, a um ponto especial do sistema 
 
 
21 
que é a do tratamento da água que contem o sabão e matéria orgânica humana que, se parada 
por alguns dias, inicia um processo de decomposição. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 Esquema do sistema de reuso de águas cinzas em residências 
Fonte: Valentina (2009) 
Segundo Gonçalves (2006), a implantação de sistemas de reúso de águas cinza requer 
segregação de tubulações, ou seja, faz-se necessário que as águas cinzas escoem para a 
estação de tratamento por tubulações diferentes das águas provenientes de vasos sanitários, 
para não haver contaminação. Se as águas cinza, após tratadas, forem utilizadas para descarga 
de vasos sanitários, devem também ser transportada por uma tubulação específica para esse 
abastecimento, ou seja, há uma rede dupla de abastecimento domiciliar: uma rede de 
abastecimento com água potável, para atender a pias, chuveiros, tanques, máquinas de lavar e 
outra de água de reúso, abastecendo vasos sanitários. 
As tubulações devem possuir cores distintas e não ter nenhuma interligação entre elas. É 
recomendável que as válvulas e os registros de cada rede possuam abertura e fechamentos 
diferenciados. No caso de falta de água de reúso, os vasos sanitários devem ser abastecidos 
com água potável (GONÇALVES, 2006). 
ET
E 
Á gua 
pot á vel
Á gua 
re ú so
Irrigação 
Esgoto sanitária 
ET
E 
Ar condicionado
Água 
potável 
Água 
reuso Descarga 
sanitária
 
 
22 
2.3 Energia solar 
Segundo Kroth (2007), energia solar trata-se da energia luminosa captada do Sol, que é 
transformada em alguma outra forma de energia utilizável pelo homem, seja diretamente para 
aquecimento de água ou ainda como energia elétrica ou mecânica. 
Ainda segundo Cipriani (2007), a Terra recebe 1410 W/m2 de energia, medição feita 
numa superfície normal (em ângulo reto) com o sol durante seu movimento de translação ao 
redor do Sol. Dessa energia, cerca de 19% é absorvida pela atmosfera e 35% é refletida. 
Trata-se, portanto, de uma energia não poluente, em abundância em países tropicais e cuja 
fonte, o Sol, é gratuita. 
2.3.1 A utilização da energia solar 
Segundo Cipriani (2007), o aumento cada vez maior da demanda por abastecimento 
energético tem sido uma das principais características de nossa sociedade, ao menos sob um 
ponto de vista prático e material. Pois indústria, meios de transporte e até mesmo a agricultura 
e a vida urbana necessitam de energia para seu funcionamento e desenvolvimento. 
Ainda de acordo com Cipriani (2007), mais de 98% de nossa energia procede de 
combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás natural. As reservas destes combustíveis fósseis 
são limitadas como todos os recursos naturais e, como a exploração deles está muito acelerada 
por causa do crescente consumo, é possível prever a falta destes recursos para a continuidade 
de práticas atuais. 
Cada vez mais, pessoas comuns são mais bem informadas, devido à crescente eficiência 
dos meios de comunicação, o que gera um fortalecimento da consciência comum, quanto à 
necessidade da manutenção de nossas reservas esgotáveis de energia e do desenvolvimento 
tecnológico no setor de aproveitamento de fontes de energia alternativas. 
Frente a esta realidade, seria irracional não buscar, por todos os meios tecnicamente 
possíveis, aproveitar uma fonte de energia limpa, inesgotável e gratuita, como a energia solar, 
os métodos de captação dela e possíveis usos e aplicações. 
 
 
23 
Assim, são apresentados métodos de conversão térmica e elétrica da energia solar, bem 
como seus usos e aplicações. 
2.3.2 Conversão elétrica 
Segundo Kroth (2007), a utilização deste sistema é de grande importância em zonas 
afastadas dos centros urbanos desprovidas de redes de transmissão deenergia elétrica. Na 
zona urbana do Brasil, seu custo benefício ainda é desfavorável, comparado às formas de 
energia convencionais, mas os materiais empregados na sua fabricação estão em via de 
tornarem-se cada vez mais econômicos. Este sistema depois de instalado praticamente não dá 
custos de manutenção e diminui drasticamente o consumo de energia. As placas fotovoltaicas 
devem ser encaradas como o futuro da energia residencial para o país (KROTH, 2007). 
Estes sistemas possibilitam a geração de energia elétrica capaz de suprir toda a demanda 
de uma residência se corretamente dimensionados. O sistema, na Figura 4, mostra como 
funciona a energia fotovoltaica ligada a baterias. 
 
Figura 4 - Sistema de energia fotovoltaica ligada a bateria. 
Fonte: Heliodinamica (2009) 
A energia solar é convertida em eletricidade pelas células semi-condutoras presentes nas 
placas fotovoltaicas. A radiação solar incide sobre a célula, esta por sua vez libera elétrons no 
seu interior que se deslocam para uma das superfícies tratadas da célula, gerando uma 
diferença de potencial e voltagem, entre as duas superfícies da célula, de onde é obtida a 
corrente elétrica desejada. Um módulo do painel solar é o conjunto de várias destas células. 
Os módulos solares são ligados em série e geram corrente contínuas (RIERA, 2003 apud 
KROTH, 2007). 
Na seqüência dos painéis solares, há um regulador de carga, responsável pelo controle 
do nível de carga das baterias, para evitar uma sobrecarga ou descarga excessiva nas mesmas. 
 
 
24 
A energia, então, é destinada para o banco de baterias, responsável por acumular a energia 
necessária para o uso à noite ou em momentos de pouca insolação. Estas baterias podem ser 
do tipo estacionário (deep-cycle) ou automotivo (HELIODINAMICA, 2009). 
Nesta etapa, a energia ainda não está pronta para ser utilizada pelas redes elétricas 
residenciais, pois a corrente gerada pelas placas é contínua de 12, 24 ou 48 volts, e precisando 
ser transformada em 110 ou 220 volts de corrente alternada. O aparelho responsável por esta 
transformação é o inversor, outro papel importante deste aparelho é prevenir que anomalias na 
rede ou na geração da energia causem danos ao sistema elétrico da casa, em caso de 
anomalias o sistema desconecta a rede das baterias (HELIODINAMICA, 2009). 
É possível o uso de baterias sem os inversores, porém os equipamentos abastecidos 
deverão funcionar necessariamente em 12 volts, como no caso das lâmpadas fluorescentes 
compactas, TVs, aparelhos de som e bombas hidráulicas (HELIODINAMICA, 2009). 
2.3.3 Conversão Térmica 
Esse sistema, segundo Quinteros (2001), funciona da seguinte forma: os raios de sol 
atravessam a tampa do coletor, feita de vidro, incidem em aletas feitas de cobre ou alumínio 
pintadas com uma tinta especial e escura, gerando a máxima absorção da radiação solar 
(Figura 5). 
 
Figura 5 Esquema de uma placa de aquecimento de água solar 
Fonte: Quinteros (2001) 
 
 
25 
Então o calor captado é transferido por condução para a água que passa no interior da 
placa em tubos de cobre em forma de serpentina e, posteriormente, vão ao reservatório 
térmico. No caso do reservatório estar em um nível superior aos coletores o fluxo da água é 
um fenômeno físico devido à diferença de densidade da água quente e da água fria, conforme 
mostrado na Figura 6. A água que está na serpentina é aquecida e ao diminuir sua densidade 
fica mais leve, encaminhando-se em direção do reservatório, dando assim lugar à água mais 
fria e mais pesada (KROTH, 2007). 
 
 
Figura 6 - Sistema de aquecimento solar de água 
Fonte: Quinteros (2001) 
Se o reservatório possuir grande volume ou estiver em um nível com pouca diferença de 
cota, o fluxo de água pode ser forçado através de uma bomba hidráulica. Neste caso, o 
reservatório deve ser diferenciado para suportar as pressões atuantes pela água no sistema 
(QUINTEROS 2001). 
 
 
26 
O reservatório térmico, Boiler (Figura 7), tem como característica principal manter a 
temperatura da água o mais quente possível; em dias normais a temperatura da água dentro do 
sistema, mesmo no período da noite, fica acima da temperatura de uso, sendo necessária a 
mistura com água fria. Isto garante a não necessidade de sistema auxiliar em períodos em que 
não há sol. Os cilindros são feitos de cobre, inox ou polipropileno e, posteriormente, são 
revestidos com isolante térmico. Os reservatórios vendidos no mercado variam de tamanho, e 
devem ser dimensionados de acordo com o uso diário da água quente na residência. O 
principal fator de dimensionamento é a quantidade de banhos e seu tempo médio, porém, 
também são levados em conta todos os pontos de uso, como a cozinha, pias de lavatórios e 
lavanderia (QUINTEROS 2001). 
 
Figura 7 Reservatório térmico - Boiler 
Fonte: Quinteros (2001) 
Todo sistema de aquecimento solar necessita de um sistema auxiliar de aquecimento 
para períodos em que a demanda de sol não é suficiente ou haja excesso de uso. Estes 
sistemas podem ser elétricos, no próprio boiler, ou a gás, esquematizado na Figura 8, ou 
podem ser instalados nos pontos de uso, como é o caso do chuveiro e torneiras elétricas 
(QUINTEROS, 2001). 
 
 
27 
 
Figura 8 - Esquema de aquecimento auxiliar a gás. 
Fonte: Solarminas (2009) 
2.4 Iluminação natural 
A iluminação natural pode ser utilizada sem acrescentar um excesso de carga térmica 
no ambiente. Segundo Cipriani (2007), soluções como as prateleiras horizontais refletoras, ou 
os protetores solares externos de rastreamento azimutal, são ferramentas de projeto, viáveis e 
disponíveis. Comenta também sobre a existência de ferramentas computacionais que auxiliam 
projetos e reformas a contemplar a melhor forma de usar a luz natural. Elas são capazes de 
aliar a modelagem computacional, elaborando modelos em três dimensões (3D) ou, ainda, a 
maquete eletrônica, e associar as características físicas da luz com os procedimentos 
analíticos, calculando desde a entrada da luz natural por uma abertura até as interações ou 
múltiplas e inúmeras reflexões entre as diversas superfícies, materiais, cores e, inclusive, 
fontes de luz. 
A partir da estimativa da iluminação natural, pode-se projetar a luz artificial, que será 
complementar, e apenas acionar o que for absolutamente necessário. Pode haver a conjugação 
com sensores de forma a automatizar tal controle. 
Afinal, é de se esperar que escritórios de Arquitetura e Engenharia, incorporadores, 
órgãos públicos e empresas privadas interessadas em qualidade ambiental e eficiência 
 
 
28 
energética passem a adotar a tecnologia para, além de seduzir o cliente e o usuário pelos 
aspectos visuais das apresentações, utilizarem tais ferramentas e a luz como instrumentos a 
serviço da qualidade do ambiente construído, do conforto nas condições de trabalho e do bem-
estar da sociedade, com economia de recursos energéticos, por um desenvolvimento 
sustentável e por uma arquitetura ecologicamente correta. 
2.5 Sistemas Inteligentes 
Segundo Cipriani (2007), a designação de edifício inteligente começou a ser utilizada 
no Brasil há cerca de 10 anos atrás, no sentido de nomear o "caminho contemporâneo", 
voltado para a elevação da qualidade da arquitetura do setor comercial e conseqüentemente 
para a redução no consumo de energia. Apostou-se na automação como se ela fosse uma 
ferramenta suficiente para resolver todos os problemas e insuficiências arquitetônicas. 
A maioria dos edifícios projetados, desde então, possuem um equipamento de 
monitoramento ou supervisionamento para poderem ser comercializados como "inteligentes". 
Cipriani (2007) faz uma crítica a classificação de edifícios inteligentes para construções cujos 
processos de automação predial não estão acompanhados de uma variável pouco considerada, 
mas essencial à categoria. A variável é a arquitetura inteligente, pois para a implantação do 
sistema de monitoramento dequalquer que seja o circuito é preciso extinguir todas as 
possibilidades que as tecnologias passivas oferecem. De acordo com Cipriani (2007), elas são: 
A forma; 
A correta escolha dos materiais em função da forma; 
As condições climáticas locais; 
Os edifícios vizinhos e sua influência no projeto; 
Os quadrantes de maior radiação; 
Os protetores solares exteriores; 
 A possibilidade de captação da luz natural sem elevar excessivamente a carga; 
 Térmica; 
 
 
29 
 A contribuição das cargas internas; 
 A amplitude térmica local; 
 A unidade relativa média do ar; 
 A direção e a velocidade dos ventos predominantes. 
Depois de esses requisitos estarem satisfatórios, Cipriani (2007) cita as condicionantes 
da etapa de tecnologias ativa: 
1. Divisão espacial dos circuitos; 
2. Escolha de lâmpadas; 
3. Escolha de luminárias; 
4. Escolha dos ambientes com controle individual das condições de conforto; 
5. Iluminação de emergência; 
6. Viabilidade de implantação de iluminação de tarefa ou iluminação setorizada; 
7. Localização correta dos sensores do condicionamento ambiental; 
8. Controladores de demanda de pico; 
9. Gerenciamento dos elevadores entre outros. 
Após a resolução destas variáveis, pode-se falar em automação predial, que terá como 
atividade primordial o gerenciamento dessas variáveis. 
2.6 Outros sistemas ecológicos 
2.6.1 Energia eólica 
Segundo o Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas 
(CERPCH), denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em 
movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre através da conversão da energia cinética de 
 
 
30 
translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também 
denominadas aerogeradores, para a geração de energia elétrica, ou através de cataventos e 
moinhos para trabalhos mecânicos, como bombeamento de água. 
O custo dos equipamentos, que era um dos principais entraves ao aproveitamento 
comercial da energia eólica, caiu muito entre os anos 1980 e 1990 (CERPCH, 2009). 
A avaliação do potencial eólico de uma região requer trabalhos sistemáticos de coleta e 
análise de dados sobre velocidade e regime de ventos. Geralmente, uma avaliação rigorosa 
requer levantamentos específicos, mas dados coletados em aeroportos, estações 
meteorológicas e outras aplicações similares podem fornecer uma primeira estimativa do 
potencial bruto ou teórico de aproveitamento da energia eólica. 
Diversos levantamentos e estudos realizados e em andamento (locais, regionais e 
nacionais) têm dado suporte e motivado a exploração comercial da energia eólica no Brasil. 
Os primeiros estudos foram feitos na Região Nordeste, principalmente no Ceará e em 
Pernambuco. Com o apoio da ANEEL e do Ministério de Ciência e Tecnologia MCT, o 
Centro Brasileiro de Energia Eólica CBEE, da Universidade Federal de Pernambuco 
UFPE publicou em 1998, a primeira versão do Atlas Eólico da Região Nordeste. Com o 
auxílio de modelos atmosféricos e simulações computacionais, foram feitas estimativas para 
todo o país, dando origem a uma versão preliminar do Atlas Eólico Brasileiro que foi 
concluído pelo CBEE em 2002 (CERPCH, 2009). 
A Figura 9 apresenta a classificação dos países líderes da América Latina em relação à 
capacidade para receber energia eólica e o potencial instalado. 
 
 
31 
 
Figura 9 Países da América Latina líderes na capacidade de receber energia 
Fonte: Ecodesenvolvimento (2009) 
2.6.2 Telhados verdes 
Segundo Lohmann (2008), civilizações antigas do Rio Tigre e Eufrates já usavam 
técnicas de cobertura ajardinadas e entre os séculos XIV a.C e VI a.C, construções chamadas 
de Zigurates, que eram de pedra e acessadas por um conjunto de escadas com vegetação no 
topo, conforme mostra a Figura 10. Os Zigurates foram descobertos pelo arqueólogo ingleses 
Sir Leonard Woolley. Essas técnicas de construção tinham o objetivo de reduzir o calor das 
planícies da Mesopotâmia. 
 
 
32 
 
 
Figura 10 - Desenho da seção dos jardins suspensos (século V a.c). 
Fonte: Lohmann (2008) 
Os telhados vivos caracterizam-se pela aplicação de vegetação sobre a cobertura de 
edificações com impermeabilização e drenagem adequadas. Ao agir positivamente sobre os 
subsistemas termodinâmico (conforto ambiental), físico-químico (qualidade do ar) e 
hidrometeórico (impacto pluvial), a utilização dos telhados vivos proporciona o aumento da 
qualidade de vida da população. Eles também contribuem na redução de problemas 
ambientais, especialmente os ligados à poluição e às enchentes e inundações, causados pela 
alta carga pluvial. 
De acordo com Lohmann (2008), os telhados vegetais contemporâneos tiveram o 
começo do seu desenvolvimento em países de língua germânica. Isso se deveu a combinação 
da pressão de grupos ecologistas com o aumento da produção científica nas áreas de 
construção e sócio-ambientais, e tem apresentado excelentes resultados, sendo adotadas não 
só em empreendimentos residenciais como também comerciais e industriais. Até mesmo em 
prédios de construtoras e empreendedoras os telhados vivos têm sido aplicados em função da 
alta rentabilidade decorrente do aumento da durabilidade da impermeabilização da cobertura. 
Vale ressaltar que o sucesso da experiência alemã fez com que vários estados e municípios 
acrescentassem na legislação ambiental e no código de obras, aspectos relativos a esse tipo de 
telhado. 
No Brasil, principalmente sob a influência das idéias modernistas de Le Corbuseir, 
construiu-se o Ministério da Educação e Saúde, entre 1936-43, como mostra a Figura 11. O 
 
 
33 
jardim da cobertura foi uma das primeiras obras realizadas por Roberto Burle Marx, em 1938. 
Já o projeto arquitetônico foi elaborado por Lúcio Costa, Affonso Reidy, Jorge Moreira, 
Carlos Leão, Ernani Vasconcellos e Oscar Niemeyer, baseados em oficinas ministradas por 
Le Corbusier e em alguns esboços feitos durante a sua estadia no Brasil em 1936 (BRUAND, 
1984 apud LOHNMANN, 2008). 
 
 
Figura 11 - Antigo Ministério da Educação e Saúde 
Fonte: Lohmann (2008) 
Algumas das vantagens do uso dos telhados vivos são: 
 Redução do stress térmico e da recepção da radiação ultravioletas da cobertura da 
edificação; 
 Diminuição da carga térmica da edificação, diminuindo a demanda de ar 
condicionado; 
 Diminuição de águas pluviais, não sobrecarregando a rede de esgotos; 
 
 
34 
 Redução da poluição do ar, através da absorção da radiação solar e transformação do 
CO2 em O2 pela fotossíntese; 
 Absorção de ruídos; 
 Bastantes adequados a cidades de clima tropical. 
De acordo com Lohmann (2008), os telhados vivos têm duas classificações: intensivos 
ou extensivos. A diferença entre essas categorias está na função da escolha da vegetação. Os 
telhados intensivos caracterizam-se pelo uso de plantas que demandam maior consumo de 
água, adubo e manutenção geral. Já os telhados extensivos se caracterizam pela alta 
resistência às variações pluviais, tornando praticamente desnecessária sua manutenção. Nesse 
último caso, também o uso de camadas mais estreitas e leves de substratos minimizam os 
custos com a estrutura. 
De acordo com Lohmann (2008), os telhados vivos são compostos por várias camadas, 
cada qual com uma função específica (Figura 12): 
Camada de impermeabilização: para impedir a infiltração de água na laje; 
Camada de proteção: para impedir danos na impermeabilização; 
 Camada de drenagem: responsável pela regulagem da retenção de água e por uma 
camada de drenagem rápida; 
 Camada de filtragem (facultativo): impede a passagem dos substratos para a camada 
de drenagem o que prejudicaria o sistema de drenagem e a circulação do ar; 
 Camada de substrato: camada onde se encontram os nutrientes dando suporte à 
vegetação, retendo e absorvendo água. O tipo de substrato bem como a altura do 
mesmo irá variar conforme a vegetação escolhida e o tipo de telhado. Em se tratandode telhados extensivos, normalmente a altura do substrato varia entre 4 e 19 cm.; 
 Camada de vegetação: consiste na cobertura vegetal propriamente dita e que vai 
depender do tipo de telhado. Nos telhados extensivos as espécies que podem ser 
utilizadas apresentam menor variação uma vez que se trata de plantas mais rústicas 
que não demandam maiores cuidados com manutenção. 
 
 
35 
 
Figura 12 - Estrutura de um telhado verde. 
Fonte: Cipriani (2007) 
2.6.3 Vidro 
Através do desenvolvimento tecnológico, o vidro tem se tornado mais sofisticado e 
dotado de características que contribuem para aperfeiçoar o desempenho energético-ambiental 
dos edifícios. Como as áreas envidraçadas são os pontos de maior contato entre o interior da 
habitação e o clima exterior, o aumento da seletividade em relação ao que passa do exterior 
para o interior (e vice versa), tem permitido maiores áreas envidraçadas em proporção às áreas 
opacas da fachada para obter, no interior, um maior grau de luminosidade, sem prejudicar o 
desempenho energético-ambiental do edifício. 
Para se alcançar um excelente desempenho energético-ambiental, o projetista dará os 
contributos quantitativos, tanto no que diz respeito à dimensão dos vãos, como à especificação 
do sistema, sempre sujeito a desenvolvimento tecnológico. O que permanece à vista de todos, 
é apenas a característica do vidro incolor, ainda a escolha preferencial para edifícios de 
habitação, uma vez que permite a entrada de toda a luminosidade disponível para o interior da 
habitação (CIPRIANI, 2007). 
Ainda, de acordo com Cipriani (2007), existe um conjunto de qualidades novas que 
resultam do desenvolvimento tecnológico do vidro que é extremamente importante ter em 
consideração no momento de selecionar criteriosamente este material para um dado projeto. A 
especificação do vidro varia consoantes os contextos específicos em que se pretende aplicar o 
painel de vidro duplo, dado este representar, cada vez mais, o papel de um filtro que 
 
 
36 
transmite, tanto para o interior como para o exterior, apenas uma parte controlável da 
radiação. 
Sobretudo nos projetos ou reabilitações em que se pretende aumentar a luminosidade 
nas divisões e, conseqüentemente, aumentar as áreas envidraçadas, é importante considerar os 
seguintes aspectos técnicos (CIPRIANI, 2007): 
 O coeficiente de transmissão térmica do vão envidraçado (designado por fator U) 
depende de três aspectos fundamentais: as características técnicas dos próprios 
vidros duplos, a qualidade da caixilharia e o grau de proteção oferecido pelo sistema 
de sombreamento exterior; 
 O fator solar do vidro resulta da soma do fluxo transmitido e do fluxo irradiado pelos 
raios solares que incidem sobre o vão e deve ser o adequado para o contexto 
específico em que o vidro é aplicado; 
 O coeficiente de transmissão luminosa do vidro deve ser o adequado para as 
atividades que se exercem no interior; 
 A relação entre a transmissão luminosa e o fator solar é muito relevante sendo 
designada por índice de seletividade e calculada, dividindo a transmissão luminosa 
pelo fator solar; 
 As propriedades de segurança e de resistência mecânica do painel de vidro duplo, em 
que pelo menos um dos vidros deve resistir ao impacto mecânico do vento e 
precaver a intrusão ou mesmo a quebra; 
 O grau de resistência à sujidade do vidro exterior, que contribui para reduzir a 
manutenção, bem como a utilização de produtos químicos a empregar na sua 
limpeza. 
Algumas indicações úteis para a especificação do vidro, sempre duplo, num projeto de 
edifício em contexto urbano, novo ou a reabilitar, em que as áreas envidraçadas não 
ultrapassam os 25% da área útil da habitação e em que, pelo menos, as paredes externas são 
maciças, capazes de armazenar os ganhos solares térmicos. Para facilitar a manutenção e 
 
 
37 
limpeza é importante que todas as janelas proporcionem o acesso a ambas as faces e que se 
especifique um vidro que tenha elevada resistência à sujidade (CIPRIANI, 2007). 
2.6.4 Insolação e ventilação 
Segundo Cipriani (2007), a correta utilização dos recursos passivos, como o efeito da 
insolação, do sombreamento, da evaporação da água, da variação de temperatura entre o dia e 
a noite e da ventilação natural, além de conferir valor de conforto às estruturas, também as 
deixam mais bela. 
Utilizar tecnologias solares passivas significa obter os maiores benefícios possível do 
clima, dos materiais de construção, dos princípios clássicos de transferência de calor e das 
propriedades térmicas das envolventes exteriores. Tais benefícios, apesar de não suprirem 
completamente as necessidades de edifícios do setor terciário, podem reduzir enormemente 
influência das cargas externas nas cargas internas. Alguns desses exemplos são: 
 Ar condicionado e aquecimento artificial. Em algumas localidades o uso de 
intervenções artificiais é a solução mais adequada. Nestes casos, a correta instalação 
e a adoção de equipamentos mais eficientes, tais como: ar condicionado de janela e 
split, ventiladores, são cuidados necessários; 
 O uso da cor. Cores escuras em superfícies externas absorvem mais o calor solar 
(bom para locais que necessitam de aquecimento). O contrário também é válido, já 
cores claras têm maior reflexão da radiação, reduzindo os ganhos de calor dos 
fechamentos opacos. Assim como, cores claras no interior da edificação podem ser 
usadas estrategicamente junto com sistemas de iluminação artificial e/ou natural. 
 Sistema de aberturas: tem importantíssima função na busca do conforto. A promoção 
de ventilação cruzada, renovação do ar por bandeiras basculantes no frio, ou ganho 
de calor solar, direcionando as aberturas para a incidência do sol, são estratégias 
fundamentais. 
Há também a possibilidade do uso dessas estratégias de maneira combinada, ou seja, 
por meio de aberturas que ora aquecem, ora resfriam. Uma janela voltada ao sol, por exemplo, 
 
 
38 
pode aquecer no inverno, mas também pode apresentar uma proteção (brises móveis) para os 
dias quentes do verão. 
Cipriani (2007) sempre que a análise bioclimática do local indicar períodos de calor, 
essas proteções são necessárias. 
 Uso da vegetação como sombreamento: É possível que uma proteção solar não seja 
suficiente para sombrear adequadamente uma abertura. Na fachada oeste, por 
exemplo, um brise adequado às necessidades de sombreamento no verão deveria, em 
alguns casos, bloquear completamente a radiação solar. Em algumas horas da tarde o 
sol estará quase perpendicular à fachada, o que induziria a uma proteção que 
praticamente obstruísse a abertura. Para efeito de iluminação, isso não seria adequado, 
pois acarretaria necessidade de iluminação artificial (CIPRIANI, 2007). 
 
3 METODOLOGIA 
O método de pesquisa utilizado no desenvolvimento deste trabalho pode ser dividido em 
seis etapas. 
a) Revisão bibliográfica; 
b) Elaboração de questionário (ver anexo); 
c) Seleção da empresa a ser analisada; 
d) Entrevista com um engenheiro da empresa selecionada; 
e) Busca pelo preço de empreendimentos convencionais na mesma região dos 
empreendimentos sustentáveis analisados; 
f) Busca pelo perfil do comprador dos empreendimentos sustentáveis analisados; 
g) Conclusões e recomendações para trabalhos. 
Na primeira etapa do trabalho, foram estudados diversos trabalhos sobre concepção, 
implantação e uso dos sistemas ecológicos. Em seguida, foi elaborado um questionário, 
conforme detalhado no Anexo, abordando assuntos sobre tecnologias ecológicas. 
Para aplicar esse questionário, foi necessária uma etapa de seleção da empresa para o 
estudo de caso, a qual se configurava como a primeira da área de construção civil a lançar 
empreendimentos ecológicos. 
A quarta etapa consistiu em uma entrevista onde foi aplicado na empresa selecionada o 
questionário elaborado durante as etapas anteriores. Durante esse momento, buscou-se 
diagnosticaras práticas adotadas pela empresa em suas obras e a visão dos empreendedores 
quanto às futuras construções. 
 
 
40 
A quinta etapa tratou-se da busca pelo custo de unidades de construções convencionais 
na mesma região a das obras sustentáveis analisadas, de forma a se identificar se o custo de 
construções consideradas mais ecológicas eram maiores. 
A sexta etapa tratou-se da busca pelo perfil do consumidor, ou seja, quais foram os 
principais critérios ou principais motivações que levaram esses compradores a buscarem 
construções mais ecológicas. 
No final, foram apontadas as críticas sobre o panorama atual da sustentabilidade na 
construção civil em Fortaleza e, também, as iniciativas bem sucedidas. No apontamento das 
críticas foram propostas melhorias na área de sustentabilidade do ambiente construído. 
3.1 Delineamento da pesquisa 
Visto que a pesquisa consistia em conhecer e analisar os sistemas ecológicos utilizados 
por uma empresa construtora na cidade de Fortaleza, se fez necessário buscar alinhar idéias e 
conhecimentos adquiridos na etapa de revisão bibliográfica, com a elaboração de perguntas 
que de fato levassem a entender o sistema empregado pela Empresa A, ou seja, as práticas e 
visão dos sistemas ecológicos no futuro. Por fim, as perguntas foram compiladas em uma 
matriz de questões como ilustra o Quadro 1 abaixo: 
ÁREA PERGUNTA 
Filosofia 
Sustentável 
A empresa tem em sua missão e visão a sustentabilidade, construir e 
promover o desenvolvimento do país em equilíbrio com o meio 
ambiente? 
A empresa já adotou as técnicas sustentáveis em quantos 
empreendimentos? 
A empresa se preocupa em trabalhar com empresas que buscam 
sustentabilidade (fornecedores de materiais com autorização ambiental, 
subempreiteiros...) ? 
Como a empresa conheceu as técnicas sustentáveis em construções? 
Sistema de Reúso 
de Água 
A empresa faz uso da tecnologia de reúso de águas cinza no 
empreendimento? Por quê? 
E quanto ao reúso de águas pluviais? Por quê? Em caso afirmativo, qual a 
aplicação da água reutilizada? 
Qual a tecnologia de tratamento de efluente mais utilizada? 
A empresa estaria disposta a inclusão do reúso de águas cinzas mesmo 
não havendo ainda a normatização? 
Sistema de 
conforto térmico 
Os projetos arquitetônicos e estruturais contemplam o melhor 
aproveitamento da iluminação natural no empreendimento? 
 
 
41 
e energético 
 
O formato e a orientação da edificação são projetados para maximizar a 
exposição da edificação às brisas do verão? (Orientando corretamente o 
projeto, e aplicando alguns recursos à forma do edifício. Ainda, o estudo 
da forma e da orientação pode explorar a iluminação natural e favorecer 
os ganhos de calor solar) 
Que tipo de vidro é usado nas janelas? A escolha deste vidro é baseada na 
busca por uma maior eficiência energética? (O tipo de vidro também 
pode ser escolhido visando uma maior eficiência, de acordo com a 
utilização do ambiente. Existem vidros reflexivos, duplos ou triplos, 
espectralmente seletivos etc. Em climas quentes, deve-se evitar o uso de 
películas absorventes. Em climas frios podem-se usar vidros que 
permitam a entrada do calor solar (ondas curtas), mas impeçam a saída 
das ondas longas) 
Que outra(s) destas técnicas energéticas e de conforto térmico é adotada 
pela empresa em sua obra? 
Sistema de 
energia solar 
A empresa faz uso de energia solar? Qual a forma de conversão? Por 
quê? 
Sistema de 
Telhado Verde 
A empresa conhece e/ou aplica a técnica de telhado verde? Se não, pensa 
em fazê-la? 
Outros sistemas 
Existem outras técnicas, além das comentadas neste questionário, 
adotadas pela empresa que são consideradas sustentáveis? Por que as 
adota? Como é aplicada? Como as conheceu? 
Visão do 
empreendedor 
Qual a visão da empresa a cerca das construções do futuro? 
Sistema de 
Gerenciamento 
de Resíduos 
A empresa faz agregação do RCD e a reutilização do mesmo de alguma 
forma? O que está se fazendo com o gesso? Qual o destino final 
normalmente dado? 
A empresa durante a entrega da obra estimula o programa de coleta 
seletiva? 
Quadro 1 - Matriz de questões elaboradas 
 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 Foi feita uma pesquisa sobre as aplicações de técnicas sustentáveis: práticas atuais e 
visão dos empreendedores sobre construções futuras em uma determinada empresa. 
4.1 Empreendimento A 
Lançado na cidade de Fortaleza e trata-se um empreendimento considerado sustentável 
em vários aspectos, apesar de não possuir a certificação de empreendimento sustentável 
(LEED), conforme mostrado na Figura 13 e Figura 14. 
 
Figura 13 - Fachada da obra A 
Fonte: Encarte fornecido pela empresa A 
 
 
 
 
43 
 
Figura 14 - Canteiro do empreendimento A 
4.1.2 Descrição da estrutura 
O empreendimento tem duas torres de quatorze andares, cada qual com quatro 
apartamentos e quatro opções de plantas, como mostra o quadro 2 e a Figura 15 abaixo: 
 
Figura 15 - Planta baixa do empreendimento A 
 Fonte: Encarte fornecido pela empresa 
 
 
44 
Opção 1 Opção 2 Opção 3 Opção 4 
3 suítes (sendo 1 
reversível) 
2 suítes (sendo 1 
master e 1 reversível) 
+ gabinete 
1 suíte (máster 
ampliada)+ gabinete 
3 suítes (sendo 1 
master e 1 reversível) 
4 vagas na garagem 4 vagas na garagem 4 vagas na garagem 4 vagas na garagem 
142,36m2 71,18m2 71,18m2 71,18m2 
Quadro 2 - Descrição do empreendimento A 
Sua entrega está prevista para dezembro de 2010. Todos os apartamentos foram 
vendidos em 21 dias. Dentro da infra-estrutura do condomínio podemos contar com: 
 Área de lazer para adolescentes e adultos: 
Sala de ginástica e musculação;S 
QuQ adra poliesportiva; 
Salão de festas com bar, copa, cozinha e lavaboS ; 
Salão de jogos equipado;S 
Piscina com raia aquecida eP deck; 
 Churrasqueira na varanda. 
 Área de lazer só para crianças: 
 Playground e playbaby. 
4.1.3 Elementos de sustentabilidade 
Dentro de sua infra-estrutura pode-se contar com os seguintes elementos sustentáveis: 
 Água
 Medição individual de águaM fria, água quente e de água potável; 
 Aproveitamento total da água do poço profundo com tratamento específico; 
 
 
45 
Ponto de água potável na cozinha;P 
 Tratamento de águas utilizadas para reaproveitamento nos jardins e lavagens. 
Todas as águas de chuveiros, lavatórios e drenos de ar condicionado serão tratadas em 
estação de tratamento de esgoto e reutilizadas no local, o que representará uma redução de 
40% no consumo de água do referido prédio. O sistema funciona de maneira simples: a água é 
captada por um sistema de tubulação distinto do que vai para o sumidouro (fossa). Em 
seguida, é conduzida para um sistema de filtragem, que elimina materiais sólidos em 
suspensão. Enquanto a água limpa vai para uma caixa d´água destinada para o aproveitamento 
da água, o resíduo líquido e sólido da etapa de filtração segue para a canalização de drenagem 
de águas pluviais. Tal concepção tende a diminuir de forma significativa os esgotos 
produzidos. Os chuveiros e lavatórios terão redutores de vazão com o intuito de diminuir o 
consumo de água. 
 Energia 
 Energia solar convertida em elétrica através de células fotovoltaicas para 
iluminação dos acessos de veículos e pedestres; 
EnergiE a solar para aquecimento da água da piscina; 
Energia solar para aquecimento da água dos chuveiros;E 
 Energia eólica convertida em elétrica para halls de entrada. 
O dimensionamento energético da fachada e um projeto luminotécnico integrado com 
automação predial irão minimizar a utilização de ar condicionado e aumentar o conforto 
térmico dos moradores. O uso desses elementos contribui para que o condomínio se torne 
mais barato, pois há um menor consumo de recursos vindo de concessionárias. 
 Geral
 Sala de coleta seletiva para o condomínio; 
 Uso de materiais de reduzido custo e manutençãoU ; 
 Uso de dry Wall; 
 
 
46 
Coleta seletiva durante a fase da obraC ; 
Shaft´sS com previsão para melhorias,adequação e fácil manutenção; 
 Localização privilegiada. 
4.2 Empreendimento B 
Depois de lançar o empreendimento anterior, a empresa lançou esse outro 
empreendimento com a mesma linha estrutural do primeiro. 
4.2.1 Descrição da estrutura 
Será construído em uma área de 2.860 mil m², com duas torres, cada qual com vinte e 
dois andares e quatro apartamentos por andar, este têm cerca de 98,76 m² de área, são 
voltados para o nascente e têm duas vagas na garagem. Lançado em outubro de 2009, com 
previsão de entrega para outubro de 2012. A venda de 75% deste empreendimento se deu em 
27 dias. O condomínio conta com: 
 
Sala de ginástica e musculação;S 
Quadra poliesportiva;Q 
Salão de festas com bar, copa, cozinha e lavaboS ; 
Salão de jogos equipado;S 
Piscina com raia aquecida,P deck, sauna, bar; 
 Churrasqueira na varanda. 
 Área de lazer só para crianças: 
 Parque aquático infantil eP deck molhado; 
 Muro para escalada; 
 
 
47 
 Playground e playbaby; 
 Muro decorado; 
 Área pedagógica. 
4.2.2 Elementos de sustentabilidade 
Ainda na fase de construção serão implantadas diversas ações de preservação ambiental 
relativas a resíduos, uso da água do poço profundo com tratamento específico e redução do 
consumo de Energia no empreendimento. Está sendo adotada uma série de ações para a 
construção e aquisição de materiais tendo como foco principal a construção sustentável tendo 
em mente que os recursos naturais são finitos e os ganhos sócio-ambientais com um 
empreendimento podem ser de grande valia para a sociedade. O empreendimento contará 
ainda com o uso de materiais de reduzido custo de manutenção. 
Nos conceito sustentável destacam-se: 
a) Localização 
A localização do terreno é um dos pontos de alta sustentabilidade deste 
empreendimento, uma vez, que o mesmo fica situado em um raio de 400m de lojas, 
supermercados, praças, escolas, etc., conforme mostrado na Figura 16. Isso reduzirá 
deslocamentos dos moradores, reduzindo a emissão de CO2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16 - Localização do empreendimento B 
Fonte: Encarte fornecido pela empresa 
Empreendimento B 
 
 
48 
b) Uso da água de poço profundo; 
c) Uso de energia solar para aquecimento da água da piscina e dos chuveiros da suíte 
máster e reversível; 
d) Uso de energia solar transformada em elétrica para iluminação dos acessos dos 
veículos, dos pedestres e garagens dos pilotis; 
O funcionamento do sistema solar é composto pelas células fotovoltaicas (Figura 18) e 
reservatórios térmicos. Quando há a radiação solar aumenta a temperatura, a água fica mais 
leve, sobe, passa pelos coletores e retorna ao reservatório mais quente do que ela saiu. Esse 
sistema fica circulando enquanto tem sol. O sistema complementar (gás) funciona por 
automação que é acionado para controle de temperatura. Se o sol não consegue atingir 50º, 
que é a temperatura de uso dessa água, entra o sistema complementar automaticamente para 
compensar a diferença, que pode variar de 1 a 30ºC. A posição dessas células no 
empreendimento, ainda, é incerta visto que os profissionais envolvidos nele não chegaram a 
um consenso. 
 
Figura 17 - Célula fotovoltáica usada para fins de aquecimento 
 Fonte: Encarte fornecido pela empresa 
e) Uso de energia eólica transformada em elétrica suficiente para iluminar o hall do 
pilotis; 
Neste empreendimento utilizar-se-á a energia eólica para mover turbinas conhecidas 
como aerogeradores, estes equipamentos também não têm localização certa ainda. O 
engenheiro Geraldo Magela prevê que eles ficarão na cobertura do edifício, para confirmar 
isso, falta o aval do calculista. 
f) Aproveitamento total da água do poço profundo com tratamento específico; 
 
 
49 
g) Ponto de água potável na cozinha; 
h) Esquadrias de PVC com vidro duplo e ar incorporado; 
Esse tipo de material proporcionará ao morador um conforto térmico e acústico visto 
que se trata de um produto com características isolantes e reguladoras. 
j) Coleta seletiva durante a fase da obra e manual de gerenciamento Ambiental para 
condomínio. 
Durante a execução da obra e após a sua entrega será adotada a coleta seletiva de 
resíduos. Foi projetada uma sala específica de separação de materiais e será entregue aos 
moradores um manual de gerenciamento ambiental do empreendimento, para o bom uso das 
tecnologias empregadas no empreendimento. 
Outras inovações adquiridas pela empresa neste empreendimento são: 
k) Uso de gás natural; 
l) Medição individual de água fria, água quente, de água potável e de gás natural; 
m) Triturador de resíduos orgânicos na pia da cozinha; 
n) Coleta seletiva de lixo nos pavimentos; 
o) Receptor adequado para lixo selecionado no pilotis; 
p) Porta de acesso à suíte máster com isolamento acústico; 
q) Moderno sistema de automação para controle de iluminação das áreas comuns 
externas e para acionamento das bombas das piscinas. 
4.3 Entrevista 
Segundo o diretor técnico da empresa na qual foi feita a entrevista, a aceitação dos dois 
empreendimentos sustentáveis foi bastante satisfatória, tanto que a empresa planeja dar 
continuidade a esse tipo de construção. Por meio da entrevista foi possível avaliar a visão do 
engenheiro sobre diversos aspectos, tais como os observados no quadro a seguir: 
ÁREA 
COMENTÁRIOS DO DIRETOR TÉCNICO DA 
EMPRESA SELECIONADA 
A empresa e as obras sustentáveis 
A obra A foi o primeiro empreendimento da 
empresa com a preocupação de inovação ecológica, o 
qual foi lançado há 2 anos. Tem previsão de ser 
 
 
50 
 
-se que pelo sucesso obtido com as vendas 
desses dois empreendimentos... muitos outros desse 
tipo serão feitos. O engenheiro espera uma resposta 
das universidades 
 
Fornecedores de materiais com 
autorização ambiental, 
subempreiteiros... 
está sendo feito em todas as áreas... você pergunta se 
eu só tenho fornecedores que trabalham com material 
reciclado... não! Porque a indústria de reciclados, no 
Brasil, ainda é lenta e cara... iríamos depender da 
eficiência dos outros. Procuramos trabalhar de 
 
Fontes de informação sobre as 
técnicas sustentáveis 
pesquisa de todos os meios e criatividades... 
arquitetos não entraram nisso... as tecnologias estão 
aí... meios de comunicação e internet ajudaram, bem 
 
 
Reúso de água 
fomos obrigados a usar uma estação, parte desse 
esgoto tratado será usado no aguamento de plantas no 
 
 
compradores, o que a empresa teria feito... que, em 
um futuro próximo, pode-se fazer... esse esgoto 
tratado voltaria para uma caixa seccionada em duas e 
essa água tratada voltaria a ser usada nas bacias 
sanitárias. Mas, a empresa tem que ter a 
cumplicidade dos compradores, essa água que viria, 
 
 
Águas pluviais 
-se de uma região onde chove pouco... essa 
 
 
 
 
- a 
pessoa deitada na cama teria a ventilação direcionada 
para ela... esquadria cara e o pessoal não utilizam por 
excesso de ventilação. Fecham a janela, colocam 
 
 
Vidro . 
 
 
 
51 
Energia Solar 
através da energia captada nas células fotovoltaicas 
 
 
será revertida em ganhos em favor dos moradores. 
Com o aquecimento da água dos chuveiros, por 
exemplo, os clientes serão beneficiados com a 
 
 
Telhado Verde 
-la, 
nesses empreendimentos, pois as células 
fotovolt 
 
 
 
 
 
Energia Eólica 
 os sistemas de placas de 
captação de energia eólica e solar irão gerar cerca de 
900 watts/hora. A energia também irá servir para o 
 
 
fontes alternativas de energia está 
deixando de ser uma opção e tende a se tornar uma 
necessidade. Além de poupar o uso de combustíveis 
fósseis e diminuir a emissão de carbono, estes 
recursos aproveitam fontes naturais como a energia 
 
 
Qual a visão da empresa acerca das 
construções do futuro? 
a gente sente e vê... como a devastação você ainda 
não vê e sente pouco você não se preocupa... só agora 
estamos começando a nos preocupar... 
 
Daqui a 10 anos, as pessoas esclarecidas de hoje, 
serão consumidoras de inteligênciaecológica... a 
 
em manter as pessoas em casa... evitar assaltos e uso 
de ca 
Coleta Seletiva da obra... só é preciso atitude por parte do 
 
 Quadro 3 - Comentários do entrevistado 
Ao analisar as respostas obtidas nesta entrevista, é possível identificar que consciência 
ecológica não é a principal motivação da implantação de sistemas ecológicos por parte da 
empresa. Uma amostra disso é a adoção de reúso de água no empreendimento A que tem 
como principal incentivo a ausência de rede de esgoto pública na região onde está localizado. 
Obrigatoriamente, a empresa teria que colocar uma estação (ETE) e, já que iria fazê-lo, 
 
 
52 
aproveitou para incrementar com o reúso de uma parte desse esgoto tratado na irrigação dos 
jardins. 
A ausência do sistema de reúso de água no empreendimento B é outra justificativa para 
essa conclusão, pois apesar de se tratar de um sistema que promove benefícios ecológicos, 
não foi adotado. Outros fatores, tais como, falta de espaço, presença de rede coletora, foram 
mais decisivos para não adotar o sistema. 
A propaganda de baratear o condomínio com os sistemas ecológicos presentes nas obras 
da empresa é bastante interessante. Entretanto, não é o fator mais atrativo para o cliente que 
coloca, como primeiro critério de avaliação, o preço do empreendimento. 
A empresa se compromete em colocar lixeiras de segregação de resíduos nas 
construções, mas não menciona sobre a divulgação de cartilhas ou qualquer outro meio de 
informação sobre educação ambiental e conceitos desse sistema. Isso, provavelmente, 
comprometerá o bom uso das lixeiras, pois sem esse trabalho informativo, pessoas sem o 
conhecimento da importância e funcionamentos delas, irão desrespeitá-las ou mesmo ignorá-
las. 
Outro ponto em que a empresa precisa rever, pois é alvo de critica, é a questão de ver o 
reaproveitamento de águas pluviais como um marketing enganativo . Segundo André 
Bezerra dos Santos, professor adjunto da Universidade Federal do Ceará, há pesquisas que 
mostram as vantagens de se adotar esse sistema em cidades como Fortaleza. 
4.4 Comparação de preço entre empreendimentos circunvizinhos 
Alguns dos valores imobiliários, fornecidos pelo corretor Felipe Rabelo Pinto, Felipe 
Rabello Imóveis, de empreendimentos próximos aos analisados neste trabalho, com uma infra 
estrutura de lazer similar ao dos empreendimentos analisados, entretanto, não apresentam 
sistemas ecológicos em sua estrutura, trata-se de empreendimentos convencionais. 
 
 
 
 
53 
1) Empreendimento C Empresa B 
A seguir, no quadro 4, as informações sobre esse empreendimento convencional. A fim 
de fazer um comparativo, foi dividido o valor da unidade pela área privativa. Neste 
empreendimento, obtivemos por volta de R$ 3820,00/m2. 
Aptos Área privativa Preço Total 
101/102 232,81m2 R$ 890.000,00 
Especificações do Apartamento 
Os apartamentos tipo serão constituídos de varanda com churrasqueiras, sacadas, sala de estar e jantar, 
quatro suítes, closet, copa, área de serviço, dependência completa de empregada e área de 
compressores. 
Prazo de Entrega 
Junho de 2012 
Localização 
Av. Engenheiro Santana Junior 2977 - Cocó 
Obs: Dados obtidos da tabela imobiliária correspondente ao mês de setembro de 2009. Podem ser 
modificados conforme orientação da construtora. 
Quadro 4 - Tabela referente ao empreendimento C 
2) Empreendimento D Empresa C 
A seguir, no quadro 5, as informações sobre esse empreendimento convencional. A fim 
de fazer um comparativo, foi dividido o valor da unidade pela área privativa. Neste 
empreendimento, obtivemos por volta de R$ 2970,00/m2. 
Aptos Área privativa Preço Total 
101/102 136m2 R$ 404.824,56 
Especificações do Apartamento 
Os apartamentos tipo serão constituídos de lavabo, sala de estar e jantar, varanda, três suítes, rouparia, 
copa, área de serviço, dependência completa de empregada. 
Prazo de Entrega 
Dezembro de 2011 
Localização 
Rua Tertuliano Potiguar 1092 - Aldeota 
Obs: Dados obtidos da tabela imobiliária correspondente ao mês de setembro de 2009. Podem ser 
modificados conforme orientação da construtora. 
Quadro 5 - Tabela referente ao empreendimento D 
 
 
54 
3) Empreendimento B Empresa A 
A seguir, no quadro 6, as informações sobre esse empreendimento sustentável. A fim de 
fazer um comparativo, foi dividido o valor da unidade pela área privativa. Neste 
empreendimento, obtivemos por volta de R$ 3.075,00/m2. 
Aptos Área privativa Preço Total 
101/102/103/104 98,76m2 R$ 303.638,97 
Especificações do Apartamento 
Ver capítulo 4, empreendimento B 
Prazo de Entrega 
Outubro de 2012 
Localização 
Rua Professor Francisco Gonçalves 1311 - Cocó 
Obs: Dados obtidos da tabela imobiliária correspondente ao mês de setembro de 2009. Podem ser 
modificados conforme orientação da construtora. 
Quadro 6 Tabela imobiliária do empreendimento B 
Comparando os valores por metro quadrado dos empreendimentos acima e 
considerando que eles estão localizados em uma mesma região, pode-se constatar que os 
empreendimentos convencionais possuem valores próximos ao empreendimento com adoção 
de sistemas ecológicos. Não quer dizer que os sistemas ecológicos adotados pela empresa A 
não encareçam a obra, mas que de alguma forma a empresa amenizou o repasse desses custos 
adicionais (em comparação com uma obra convencional) aos clientes. 
4.5 Perfil dos compradores dos empreendimentos A e B 
Segundo Camila Mareco, funcionária do setor de planejamento e controle da empresa 
A, e o corretor Felipe Rabelo, Felipe Rabello Imóveis, as inovações construtivas, tais como as 
aplicadas nos empreendimentos A e B, são absorvidas apenas como bônus pelos clientes. 
Eles, em geral, visam principalmente à localização e o preço. Ainda, de acordo com Camila 
o empreendimento A e B, não se teve um número significativo de compradores 
estrangeiros, apenas alguns de fora do estado . 
 
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS 
FUTUROS 
O trabalho apresentou os principais sistemas ecológicos empregados por uma empresa 
pioneira em construções sustentáveis. São eles: reúso de água, técnica de uso da energia solar 
para aquecimento de água e sistemas inteligentes de iluminação. 
Verificou-se também, através deste estudo, que o conhecimento de práticas sustentáveis 
e a disseminação de informações relacionadas à minimização de impactos ambientais podem 
melhorar a qualidade do ambiente construído e até baratear custos de operação do 
empreendimento. Todos os agentes envolvidos no processo de construção devem se 
conscientizar e buscar uma integração entre eles para que os princípios da sustentabilidade 
façam parte dos empreendimentos. 
Não foi possível ter acesso ao orçamento das construções, mas, foi possível constatar 
que os sistemas ecológicos têm custos elevados em sua implantação, entretanto a empresa 
analisada comprometeu parte de seus lucros para implantá-los e não repassar os custos 
adicionais deles aos clientes. Durante este estudo, também foi possível chegar a conclusão de 
que os clientes desses empreendimentos aprovam as inovações sustentáveis, no entanto, não 
as têm como principal motivação de compra, visam em primeiro plano o valor da unidade e a 
localização dele. 
Constatou-se também que a incorporação de diretrizes e metas sustentáveis pelo 
mercado poderá ocorrer por diversos fatores, como: aspectos de responsabilidade social das 
empresas, busca de oportunidades e de novos mercados, redução de custos á longo prazo e 
maior lucratividade, agregação de valor ao produto oferecido, melhoria da imagem 
corporativa e reconhecimento dos esforços dispensados a sustentabilidade. Diante do cenário 
atual, a competitividade e a permanência no mercado são fatores decisivos capazes de levar as 
empresas do setor à adoção de novas práticas de construção. Como sugestão para trabalhos 
futuros, tem-se: 
 
 
56 
 Analisar os custos de implantação desses sistemas ecológicos;

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