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O Manifesto Comunista (fev. 1848). Escrito por Marx e Engels em fevereiro de 1848, Londres - Inglaterra. Encomendado pela liga das nações em 1847 e pedido de Engels por uma forma mais fácil e curta de comunicação com o proletariado, diferente da forma mais filosófica de outros textos cunhados pelo Marx. Sumário Contexto Histórico ................................................................................................................... 2 1848 Primavera dos povos ................................................................................................ 2 Unificação Alemã 1866-1871 ............................................................................................. 4 Unificação da Itália 1848-1870 .......................................................................................... 5 Anotações .................................................................................................................................. 7 Princípios básicos do comunismo 1847 ........................................................................ 7 Prefácio Sabrina Fernandes (2021) ................................................................................. 9 150 anos do Manifesto comunista – Oswaldo Coggiola. ......................................... 10 O Manifesto comunista 1848 ............................................................................................... 11 Capítulo I: Burgueses e proletários .............................................................................. 11 Capítulo II: Proletários e comunistas ............................................................................ 13 Capítulo III: Literatura socialista e comunista ............................................................ 15 Capítulo IV: Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição ................................................................................................................................................. 15 Contexto Histórico 1848 Primavera dos povos - Tambem chamada de Revoluções de 1848. - Ideais burgueses vigentes desde 1789. 1815: Derrota de Napoleão e tratado de Viena, que buscava a manutenção e a recuperação do Ancient régime na Europa a partir da chamada Santa Aliança formada pelos países ainda absolutistas Prússia, Rússia e Áustria. Na França: Luis Filipe I retoma o poder com ajuda da burguesia, no entanto teve um governo absolutista. Fazendo com que a burguesia se sentisse traída. - Os proletariados, influenciado pelos ideais marxistas, também se opuseram ao governo de Luis Felipe I. - Neste momento, existem os primeiros bonapartistas, que pediam a ascensão do poder de Napolão III (que Marx escreve como um golpe de estado em 18 de brumário de Luis Bonaparte). - Após a abdicação de Luis Filipe I feita pela imensa oposição, justamente Luis Bonaparte alcança o poder. - Tendo iguais oposições, Luis Bonaparte não aguenta a pressão, suprime o congresso e se auto declara imperador da França, tendo apoio da alta burguesia. Na Alemanha: - Divulgação das ideias de pangermanismo. - Guerras de Unificação da Alemanha 1866-1871. - Guerra Franco-prussiana contra Napoleão III, vencida por Von Bismark, unificando a Alemanha a partir da dominação de Alsácia-Lorena. Na Itália: - Guerras de unificação italiana (1848-1871). Império Austro-Hungaro - Ideal imperialista, dominando pequenos países e se expandindo sobre os povos eslavos. No Brasil: - Revolução Praieira de 1848. - Lutando pelo fim do poder moderador de D. Pedro II, liberdade de imprensa e expulsão dos estrangeiros (principalmente portugueses) do Brasil. Unificação Alemã 1866-1871 Ou pangermanismo - Alemanha era dividido em vários estados e ducados como Prússia, Baviera e Hessen. - Tentativa de proteção contra o Imperialismo europeu, cunhou uma ideologia de necessidade de proteção das regiões com mesma etnia. - No entanto, a própria unificação da Alemanha se dá como uma medida imperialista do reino da Prussia. - O Império Austro Húngaro foi contra a unificação. - Projeto aduaneiro assinado pelos povos que queriam se unificar: Permite o livre comércio entre os reinos germânicos, excluindo a Áustria. 1861: Nomeação de Von Bismarck como primeiro ministro pelo rei Guilherme I. 1864: Guerra dos Ducados: Prussia e Áustria se juntam contra a Dinamarca, Prussia fica com o território de Schleswig e Áustria anexa o território de Holstein. 1866: Guerra Austro-Prussiana. Prussia e Austria se chocam, onde a Prussia mesmo sendo menos desenvolvida economicamente consegue tomar boa parte dos territórios da Áustria. 1871: Guerra Franco-Prussiana. Disputa pela sucessão do trono espanhol. Napoleao III tinha interesses opostos sobre a sucessão, diante disso, Von Bismarck declara guerra a França, dominando os territórios de Alsácia- Lorena. Unificando a Alemanha, tornando rei Guilherme I o chanceler do segundo Reich (1871-1918). - Após a unificação, Alemanha se insere na corrida imperialista. Unificação da Itália 1848-1870 - Também chamado de ressurgimento. - Após 1815, com a derrota de Napoleao e o Congresso de Viena, a Italia ficou fragmentada em vários reinos. Tendo fragilidade no contexto de imperialismo europeu. - Vários grupos compondo a região, propõe a unificação em diferentes modelos políticos: Neoguelfos: Monarquia papal, Vicenzo Gioberti. Carbonária: regime republicano liberal, Giuseppe Mazzini. Mais força no sul da Itália. Monarquia: apoio da Monarquia de Piemonte Sardenha de Rei Emanuel II, com forte presença liberal. Mais força no Norte Italiano. - Diferença do Sul ao Norte: Norte era mais desenvolvido e no sul tinha uma economia agrária e pouco desenvolvida. Neste contexto de guerra que imigrantes do sul italiano fogem para o Brasil. - Piemonte-Sardenha (norte italiano) ataca a Áustria em busca de novos territórios, mas perde a guerra. - em 1859 Conde Cauvor, primeiro ministro do reino de Piemonte-Sardenha consegue apoio de Napoleao III da França em troca dos territórios de Nice e Saboia. - Italia com apoio da França conquista a Lombardia, território da Áustria. - A partir de então, outras regiões da Áustria, através de plebiscitos votam e aderem a unificação italiana, como foi a região de Parma e Toscana. - 1861: Garibaldi conquista o reino das duas Sicílias no sul da italia e a anexa ao norte italiano. - A partir da anexação das duas Sicílias, Emanuel II se auto proclama o rei da Itália. - Em 1871, no contexto da guerra franco-prussiana, o rei da Italia, Emanuel anexa os estados pontifícios que até então pertencia a França, tomando a Roma como capital da Italia. - A igreja católica só reconhece a Italia como um país unificado no tratado de Latrão, onde Mussolini cede o Vaticano como estado independente da Italia para a igreja católica. Anotações Princípios básicos do comunismo 1847 ENGELS, Friedrich. Princípios básicos do comunismo. Nov. 1847. Que é o comunismo? O comunismo é a doutrina das condições de libertação do proletariado. O proletariado é aquela classe da sociedade que tira o seu sustento única e somente da venda do seu trabalho e não do lucro de qualquer capital; aquela classe cujo bem e cujo sofrimento, cuja vida e cuja morte, cuja total existência dependem da procura do trabalho e, portanto, da alternância dos bons e dos maus tempos para o negócio, das flutuações de uma concorrência desenfreada. Numa palavra, o proletariado ou a classe dos proletários é a classe trabalhadora do século XIX. O trabalho é uma mercadoria como qualquer outra, e daí que o seu preço seja determinado precisamente pelas mesmas leis que o de qualquer outra mercadoria. [...] Como se diferencia o proletário do escravo? O escravo está vendido de uma vez para sempre; o proletário tem dese vender a si próprio diariamente e hora a hora. [...]. O proletário liberta-se abolindo a concorrência, a propriedade privada e todas as diferenças de classes. Que curso de desenvolvimento tomará essa revolução? Ela estabelecerá, antes do mais, uma Constituição democrática do Estado, e com ela, directa ou indirectamente, o domínio político do proletariado. [...]. A democracia seria totalmente inútil para o proletariado se ela não fosse utilizada imediatamente como meio para a obtenção de outras medidas que ataquem directamente a propriedade privada e assegurem a existência do proletariado. [...] As medidas principais, tal como decorrem, já agora, como consequência necessária, das condições existentes, são as seguintes: 1. Restrição da propriedade privada por meio de impostos progressivos, altos impostos sobre heranças, abolição da herança por parte das linhas colaterais (irmãos, sobrinhos, etc.), empréstimos forçados, etc. 2. Expropriação gradual dos latifundiários, fabricantes, proprietários de caminhos-de-ferro e armadores de navios, em parte pela concorrência da indústria estatizada, em parte, directamente, contra indemnização em papéis do Estado. 3. Confiscação dos bens de todos os emigrantes [latifundiários e capitalistas que fugirem para o estrangeiro] e rebeldes contra a maioria do povo. 4. Organização do trabalho ou ocupação dos proletários em herdades nacionais, fábricas e oficinas, pela qual se elimina a concorrência dos operários entre si e os fabricantes são obrigados, enquanto ainda subsistirem, a pagar o mesmo salário elevado que o Estado. 5. Igual obrigação de trabalho para todos os membros da sociedade até à completa abolição da propriedade privada Formação de exércitos industriais, sobretudo, para a agricultura. 6. Centralização do sistema de crédito e da banca nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e repressão de todos os bancos privados e banqueiros. 7. Multiplicação do número de fábricas, oficinas, caminhos-de-ferro e navios nacionais, cultivo de todas as terras e melhoramento das já cultivadas, na mesma proporção em que se multiplicarem os capitais e os operários que se encontram à disposição da nação. 8. Educação de todas as crianças, a partir do momento em que podem passar sem os cuidados maternos, em estabelecimentos nacionais e a expensas do Estado. Combinar a educação e o trabalho fabril. 9. Construção de grandes palácios nas herdades nacionais para habitações colectivas das comunidades de cidadãos que se dedicam tanto à indústria como à agricultura, e que reúnam em si tanto as vantagens da vida citadina como as da rural, sem partilhar da unilateralidade e dos defeitos de ambos os modos de vida. 10. Destruição de todas as habitações e bairros insalubres e mal construídos. 11. Igualdade de direito de herança para os filhos ilegítimos e legítimos. 12. Concentração de todo o sistema de transportes nas mãos da nação. Naturalmente, nem todas estas medidas podem ser empreendidas de uma só vez. Porém, uma arrasta sempre atrás de si a outra. Uma vez realizado o primeiro ataque radical contra a propriedade privada, o proletariado ver-se-á obrigado a seguir sempre para diante, a concentrar cada vez mais nas mãos do Estado todo o capital, toda a agricultura, toda a indústria, todo o transporte, toda a troca. É para aí que todas estas medidas apontam; e elas tornar-se-ão aplicáveis e desenvolverão as suas consequências centralizadoras na precisa medida em que as forças produtivas do país sejam multiplicadas pelo trabalho do proletariado. Finalmente, quando todo o capital, toda a produção e toda a troca estiverem concentrados nas mãos da nação, a propriedade privada desaparecerá por si própria, o dinheiro tornar-se-á supérfluo e a produção aumentará tanto e os homens transformar-se-ão tanto, que poderão igualmente tombar as últimas formas de intercâmbio da antiga sociedade. Poderá esta revolução realizar-se apenas num único país? Não. [...]. Ela é uma revolução universal e terá, portanto, também um âmbito universal. [...] A prostituição repousa, porém, sobre a propriedade privada, e cai com ela. Portanto, a organização comunista, em vez de introduzir a comunidade das mulheres, muito pelo contrário, suprime-a. Qual será a atitude da organização comunista face às nacionalidades existentes? Fica. Qual será a sua atitude face às religiões existentes? Fica. Prefácio Sabrina Fernandes (2021) MARX, ENGELS. Manifesto Comunista. São Paulo: Paz e Terra, 2021 [digital]. Diferentemente do célebre primeiro volume de O capital, publicado por Marx em 1867, ou do aguçado Anti-Dühring de Engels, de 1878, O manifesto comunista se encarrega de comunicar a missão do proletariado para derrubar e superar o capitalismo com linguagem mais agitadora, própria para transcender os círculos daqueles dedicados à produção intelectual. S.P. No desfecho do século xx, cientistas políticos anunciavam também “o fim da história”. A colocação de Francis Fukuyama, em 1989, de que a conclusão da Guerra Fria também marcaria o fim da história, situação vista como o ponto de chegada da humanidade à “universalização da democracia liberal ocidental”.¹ Não é preciso ser comunista para constatar quão errado estava Fukuyama, afinal, as lutas do século xxi apontam cada vez mais as fraquezas da democracia liberal e sua tolerância inicial (e até mesmo parcial) em relação ao surgimento e ressurgimento de movimentos fascistas. S. P. 150 anos do Manifesto comunista – Oswaldo Coggiola. MARX, ENGELS. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo 1º Ed., 1998. O Manifesto coincidiu com o início da esperada revolução. Ela estourou na Suíça, espalhou-se rapidamente para Itália e França, depois para Renânia, Prússia e, em seguida, para Áustria e Hungria. P 10. - Contexto de revoluções na Europa (primavera dos povos) que contextualizam a frase “um espectro ronda a Europa”. A influencia do movimento cartista foi, portanto, decisiva para o surgimento do “comunismo operário”. P 14. A conquista da democracia exige, portanto, uma revolução, cujo primeiro passo é, como em toda revolução, a destruição da máquina repressiva que é a essência do antigo regime de exploração, sem o que a democracia não passa de uma fachada da ditadura da classe exploradora. P 22. - Antecedente do Manifesto são os Princípios básicos do Comunismo de Engels. O Manifesto comunista 1848 MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. São Paulo: Editora Boitempo 5º ed., 2007 [1848]. “Um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo. Todas as potencias da velha Europa unem-se numa Santa Aliança para conjura-lo: o papa e o czar, Metternich e Guizot, os radicais na França e os policiais da Alemanha”. P 39. “Que partido de oposição não foi acusado de comunista por seus adversários no poder?” P 39. Capítulo I: Burgueses e proletários “A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes”. P 40. “A burguesia não pode existir sem revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais. A conservação inalterada do antigo modo de produção era, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais anteriores. Essa subversão contínua da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem- se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções de ideias secularmente veneradas; as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes de se consolidarem. Tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigadosfinalmente a encarar sem ilusões a sua posição social e as relações com os outros homens”. P 43. “Com o rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e o constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia arrasta para a torrente da civilização todas as nações, até mesmo as mais bárbaras. [...] Sob pena de ruína total, ela obriga todas as nações a adotarem o modo burguês de produção, constrangendo-as a abraçar a chamada civilização, isto é, a tornarem burguesas. Em uma palavra, cria um mundo à sua imagem e semelhança. A burguesia submeteu o campo à cidade. Criou grandes centros urbanos; aumentou prodigiosamente a população das cidades em relação à dos campos, e com isso, arrancou uma grande parte da população do embrutecimento da vida rural. Do mesmo modo que subordinou o campo à cidade, os países bárbaros ou semibárbaros aos países civilizados, subordinou os povos camponeses aos povos burgueses, o Oriente ao Ocidente. A burguesia suprime cada vez mais a dispersão dos meios de produção, da propriedade e da população. Aglomerou as populações, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos”. P 44. “A sociedade vê-se subitamente reconduzida a um estado de barbárie momentânea; como se a fome ou uma guerra de extermínio houvessem lhe cortado os meios de subsistência; o comércio e a indústria parecem aniquilados. E por quê? Porque a sociedade possui civilização em excesso, meios de subsistência em excesso, indústria em excesso, comércio em excesso. As forças produtivas de que dispõe não mais favorecem o desenvolvimento das relações burguesas de propriedade; pelo contrário, tornara-se poderosas demais para estas condições, passam a ser tolhidas por elas; e assim que se libertam dessas entraves, lançam na desordem a sociedade inteira e ameaçam a existência da propriedade burguesa. O sistema burguês tornou-se demasiado estreito para conter as riquezas criadas em seu seio. E de que maneira consegue a burguesia vencer essas crises? De um lado, pela destruição violenta da grande quantidade de forças produtivas; de outro, pela conquista de novos mercados e pela exploração mais intensa dos antigos. A que leva isso? Ao preparo de crises mais extensas e mais destruidoras e à diminuição dos meios de evita-las”. P 45. “Esses operários, constrangidos a vender-se as retalho, são mercadoria, artigo de comércio como qualquer outro; em consequência, estão sujeitos a todas as vicissitudes da concorrência, a todas as flutuações do mercado”. P 46. “O proletariado passa por diferentes fases do desenvolvimento. Sua luta contra a burguesia começa com a sua existência”. P 47. “Todo o movimento histórico esta desse modo concentrado nas mãos da burguesia e qualquer vitória alcançada nessas condições é uma vitória burguesa”. P 47. “Mas toda luta de classes é uma luta política”. P 48. Todos os movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias. O movimento proletário é o movimento autônomo da imensa maioria em proveito da imensa maioria. P 50. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Seu declínio e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis. P 51. Capítulo II: Proletários e comunistas “Os comunistas não formam um partido à parte, oposto aos outros partidos operários. Não têm interesses diferentes dos interesses do proletariado em geral”. P 51. “O que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas a abolição da propriedade burguesa. [...] nesse sentido os comunistas podem resumir sua teoria numa única expressão: supressão da propriedade privada”. P 52. “Na sociedade comunista o trabalho acumulado é um meio de ampliar, enriquecer e promover a existência dos trabalhadores”. P 53. “Na sociedade burguesa o passado domina o presente; na sociedade comunista o presente que domina o passado”. P 53. “Horrorizai-vos porque queremos suprimir a propriedade privada. Mas em vossa sociedade a propriedade privada está suprimida para nove décimos de seus membros”. P 54. “O comunismo não priva ninguém do poder de se apropriar de sua parte dos produtos sociais; apenas suprime o poder de subjugar o trabalho de outros por meio dessa apropriação.” P 54. “Alega-se ainda que com a abolição da propriedade privada toda a atividade cessaria, uma inércia geral apoderar-se ia do mundo. Se isso fosse verdade, há muito que a sociedade burguesa teria sucumbido à ociosidade, pois os que no regime burguês trabalham não lucram e os que lucram não trabalham”. P 54. “Supressão da família! Até os mais radicais se indignam com esse proposito infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? Sobre o capital, sobre o ganho individual. [...] Censurai-nos por querermos abolir a exploração das crianças pelos seus próprios pais? Confessamos este crime”. P 55. “O palavreado burguês sobre a família e a educação, sobre os doces laços que unem a criança aos pais, torna-se cada vez mais repugnante à medida que a grande indústria destrói todos os laços familiares dos proletários e transforma suas crianças em simples artigos de comércio, em simples instrumentos de trabalho”. P 55. “[...] é evidente que com a abolição das atuais relações de produção desaparecerá também a comunidade das mulheres que deriva dessas relações, ou seja, a prostituição oficial e não-oficial”. P 56. “Os comunistas também são acusados de querer abolir a pátria, a nacionalidade. Os operários não tem pátria. Não se lhes pode tirar aquilo que não possuem”. P 56. “À medida que for suprimida a exploração do homem pelo homem será suprimida a exploração de uma nação por outra”. P 56. “As ideias dominantes de uma época sempre foram as ideias da classe dominante”. P 57. “Vimos antes que a primeira fase da revolução operária é a elevação do proletariado a classe dominante, a conquista da democracia”. P 58. “Quando, no curso do desenvolvimento, desaparecerem os antagonismos de classe e toda a produção for concentrada nas mãos dos indivíduos associados, o poder publico perderá seu caráter político. O poder político é o poder organizado de uma classe para a opressão da outra” P 58-59. Capítulo III: Literatura socialista e comunista “Do mesmo modo que o padre e o senhor feudal marcharam sempre de mãos dadas, o socialismo clerical marcha lado a lado com o socialismo feudal”. P 60. “Nada é mais fácil que recobrir a doutrina cristã com a verniz socialista. O cristianismo também não se ergueu contra a propriedade privada, o matrimonio, o Estado? E em seu lugar não pregou a caridade e a pobreza, o celibato e a mortificação da carne, a vida monástica e a igreja? O socialismo cristão não passa de uma água benta com que o padre abençoa o desfeito da aristocracia”. P 60-61. Capítulo IV: Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição “Em resumo, os comunistas apoiam em toda parte qualquer movimento revolucionário contra a ordem social e política existente”. P 69. “Finalmente, os comunistas trabalham pela união e pelo entendimento dos partidos democráticos de todos os países. Os comunistas se recusam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder a não ser as suas correntes! Têm um mundo a ganhar. Proletário de todo o mundo, uni-vos!” P 69.
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