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FARMACOLOGIA O sistema nervoso é responsável por capturar, interpretar e arquivar informações e estímulos, especificando as reações que o organismo deve realizar..Sua função inclui estimular as respostas referentes aos movimentos, às sensações e constatações. Esse sistema divide-se em SNC e sistema nervoso periférico. O primeiro recebe e transmite informações recebidas para todos os sistemas do organismo; já o segundo é responsável por conectar o SNC ao restante do corpo por meio dos nervos e realizar suas ações somáticas e autônomas. O SNC se inicia no cérebro, especificamente no encéfalo, e se prolonga por toda a medula espinal, sendo composto de cérebro, cerebelo e tronco encefálico ENCÉFALO Possui cerca de 35 bilhões de neurônios e o peso aproximado de 1,4 kg.O cérebro é o principal órgão do sistema nervoso. O cérebro se encarrega de coordenar as ações motoras, comanda os estímulos sensoriais e as atividades neurológicas do organismo, como a memória, a aprendizagem, o pensamento e a fala. A estrutura do cérebro é composta de duas metades denominadas hemisférios direito e esquerdo. O cérebro possui lobos, regiões responsáveis por coordenar as funções específicas do organismo e que se dividem em lobo frontal, temporal, parietal e occipital. Já ligadas ao córtex cerebral, existem pequenas estruturas que se conectam à base do cérebro, como diencéfalo, tálamo e hipotálamo. O lobo frontal, também conhecido como córtex motor, é uma estrutura localizada na frente do encéfalo e que ocupa a maior parte do córtex cerebral.O lobo frontal cumpre as funções centrais no processamento das informações e se divide em múltiplas regiões, que possuem diversas ações. Entre elas, o córtex motor, responsável pelas ações motoras e funções de movimento do corpo; e o córtex pré-frontal, encarregado dos processos executivos, como tomada de decisões e regulação das emoções. Conhecido como córtex auditivo e olfatório, o lobo temporal é uma estrutura localizada nos dois lados do cérebro acima das orelhas. Suas principais funções incluem o discurso, a memória, o processamento visual, as funções olfativas, a leitura, as respostas emocionais e o feedback auditivo. O lobo parietal é uma estrutura localizada perto do topo do cérebro, no centro do córtex cerebral, atrás e acima dos demais lobos. O córtex parietal posterior se trata da estrutura que processa os estímulos visualizados e, a partir disso, coordena todos os movimentos do corpo. O lobo parietal superior faz a orientação espacial e as habilidades motoras finas; e o inferior relaciona as expressões faciais às emoções, sendo fundamental para realizar as operações matemáticas e executar a linguagem ou a expressão corporal. A área sensorial primária, por sua vez, se encarrega do processamento das informações associadas às sensações da pele, como calor, frio e dor. Assim, por meio dessas cinco regiões, o lobo parietal participa dos processos sensoriais e perceptivos dos indivíduos. O lobo occipital ( córtex visual) processa estímulos visuais. Ele possui diversas subáreas responsáveis por processar os dados visuais, com zonas especializadas na visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância. Essas porções são chamadas de área visual primaria. Depois de processada, identifica e compara o que foi visualizado. Quando ocorre uma lesão nessa área, a pessoa fica impossibilitada de reconhecer objetos, palavras e rostos. Quanto às pequenas estruturas que se ligam à base do cérebro, há o telencéfalo (integrado pelos lóbulos da olfação e os hemisférios cerebrais) e diencéfalo, sendo este visto apenas na porção mais inferior do cérebro e se constitui de tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. No tálamo alguns de seus núcleos são responsáveis por transmitir os impulsos para áreas sensoriais do cérebro, assim: *o núcleo geniculado medial é responsável por transmitir os impulsos auditivos; *núcleo geniculado lateral é responsável por transmitir os impulsos visuais; *o núcleo geniculado ventral posterior é responsável por transmitir os impulsos para o paladar e as sensações somáticas, como o tato, a pressão, a vibração, o calor, o frio e a dor. O tálamo é responsável por classificar as informações e direcioná- las para regiões específicas para mais interpretação. Nesse sentido, ele faz as funções relacionadas ao comportamento emocional, ao estado de alerta, à motricidade, à sensibilidade e à ativação do córtex. O hipotálamo é uma área pequena localizada abaixo do tálamo, relacionada às funções importantes. Ele se trata de uma das áreas mais importantes do sistema nervoso e se constitui, na maior parte, por uma substância cinzenta que se agrupa em núcleos. O hipotálamo é responsável por realizar o controle do sistema nervoso autônomo; a regulação da temperatura corporal, do comportamento emocional, do sono, da vigília, da ingestão de alimento e água, da diurese, do sistema endócrino; além da geração e regulação dos ritmos circadianos. O epitálamo, por sua vez, é uma estrutura que possui três partes: o trígono da habênula( área triangular na parte de trás do tálamo perto da glândula pineal.) o corpo pineal ( se encarrega de secretar o hormônio melatonina e faz o ajuste do relógio biológico do organismo) e a comissura posterior( consiste em um feixe de fibras arredondadas que cruzam a linha média na junção do aqueduto com o terceiro ventrículo anterior e cranial com o cálice superior). Subtálamo: Uma lesão no seu núcleo provoca nos indivíduos uma síndrome chamada de hemibalismo, que se caracteriza pelos movimentos anormais das extremidades. O cerebelo também é conhecido no organismo humano como metencéfalo, sendo responsável por regular a manutenção e equilíbrio do corpo, bem como coordenar os tônus muscular e o desenvolvimento motor dos indivíduos. O cerebelo também é constituído de dois hemisférios, separados por uma faixa bem estreita conhecida como vérmis.. O cerebelo está relacionado à integração sensório motora, participa dos movimentos da cabeça, dos olhos e dos membros, coordena todos os movimentos do corpo, bem como controla o equilíbrio durante a caminhada. O tronco encefálico (respostas sensoriais, motoras e autônomas da cabeça e do pescoço) é composto de três partes chamadas de mesencéfalo, ponte e bulbo. Há ainda, na sua constituição, uma rede de neurônios que se compõe de modo reticular e se envolve na coordenação das atividades cardíacas e respiratórias. O mesencéfalo é a menor parte do tronco encefálico, conectando a ponte e o cerebelo com o telencéfalo. Ele ainda recebe informações sobre os músculos e participa no controle das contrações musculares e postura corporal. A ponte está localizada entre o mesencéfalo e o bulbo, possui um sulco transversal demarcando a separação entre as duas estruturas O bulbo também é chamado de medula oblonga, sendo que na porção inferior, ele está ligado à medula espinal e, na parte superior, liga-se à ponte. Nele, você pode encontrar os centros vitais, responsáveis pelo controle da respiração e dos batimentos cardíacos. Medula espinal A parte mais alongada do SNC é a medula espinal. Ela se localiza dentro das vértebras ou espinhas. Elas realizam uma conexão de forma mais grossa com as raízes nervosas que formam o plexo braquial e lombossacral, os quais se destinam à inervação dos membros superiores e inferiores. A medula espinal é responsável por inervar tanto os aspectos motores como sensoriais das mais diversas áreas do corpo. Essa inervação ocorre devido aos nervos espinais que se originam da medula espinal e da coluna vertebral, percorrendo o organismo até a região alvo. Outro ponto importante para se destacar sobre este aspecto da medula espinal é que, embora a inervação dos membros inferiores seja realizada pelos nervos espinais conectados às vértebras lombares e sacrais, as estruturas nervosas que transportam informações e estímulos elétricos dessas regiões percorrem um longo caminho dentro da medula espinal até chegar ao encéfalo. Ao ocorrer um dano na medula (geralmente causado por grandes traumas na colunavertebral, como acidentes de trânsito, ferimentos por armas de fogo, quedas, etc.), pode acontecer uma interrupção dos tratos aferentes (que levam a informação da periferia ao cérebro) e dos eferentes (que levam o estímulo ao movimento do cérebro à periferia), provocando prejuízos tanto na sensibilidade como na capacidade de movimentação corporal. As lesões medulares são classificadas de acordo com o nível da vértebra ferida e, nas repercussões mais graves, ocorre o acometimento dessa vértebra em diante. Os danos nas vértebras cervicais tornam-se os mais graves, considerando que todas as estruturas inervadas por nervos espinais, que se originam nas vértebras mais distais que a lesionada, serão afetadas. Nesse caso, de uma lesão nas vértebras cervicais, as consequências mais graves podem resultar na paralisia de todos os membros (tetraplegia), bem como afetar o tronco. Já as lesões na vértebra T12 provocam paralisia apenas dos membros inferiores (paraplegia), mas os superiores seguem intactos, pois o dano na medula não afetou os pontos de origem desses nervos. Devido à grande importância do ponto de vista fisiológico, a medula espinal e todo o SNC são revestidos por membranas que fazem o isolamento e a proteção do sistema nervoso, as quais se chamam meninges e se dividem em três: dura-máter, aracnoide e pia-máter. A membrana dura-máter é conhecida como a mais externa, mais espessa e mais resistente do organismo. Sua porção mais externa fica em contato com os ossos, como uma luva, recebendo o nome de saco dural. Nesse sentido, ela faz o contato de toda a medula espinal e de parte dos seus nervos com as vértebras. Já a aracnoide é considerada a intermediária, porque está sempre entre a dura-máter e a pia-máter. Ela tem esse nome devido à sua estrutura, que lembra a constituição de uma teia de aranha. A membrana pia-máter, por sua vez, é a mais delicada das três e mais interna, realizando o contato direto com o SNC. Ela ainda adere ao tecido superficial da medula e penetra na fissura mediana anterior. 3- PSICOFARMACOLOGIA Existem casos em que os psicofármacos podem não ser a melhor opção, sendo recomendado o uso de psicoterapias, assim como há aqueles em que pode haver combinação de ambas as terapêuticas. Ansiolíticos Os fármacos ansiolíticos são indicados no tratamento de quadros de ansiedade, além de serem bons indutores do sono, hipnóticos, relaxantes musculares e anticonvulsivante. Para compreender seu mecanismo de ação, é necessário que você entenda o papel do GABA no corpo humano. Considerado o principal neurotransmissor inibitório do SNC, o GABA é responsável pela redução/inibição das atividades neuronais, sendo assim, o uso dos ansiolíticos é capaz de reduzir os sintomas de ansiedade, induzir o sono e outros efeitos repercutidos pela inibição/redução das atividades neuronais em nível de SNC. Dentre os fármacos ansiolíticos, a classe mais utilizada é a dos benzodiazepínicos. A buspirona representa um fármaco ansiolítico não benzodiazepínico para uso alternativo, visto que não apresenta inconvenientes como sedação e dep endência, comuns no uso dos benzodiazepínicos. Antidepressivos Importante ressaltar que todas as classes de antidepressivos potencializam os efeitos do álcool sobre o SNC e a suspensão do seu uso deve ocorrer de maneira gradual. Por atuar na concentração de neurotransmissores na fenda sináptica, as ações dos antidepressivos são efetivas no tratamento dos transtornos depressivos, mas também podem ser utilizados em transtornos ansiosos, de pânico e obsessivocompulsivo, bulimia e anorexia, dor n europática, fibromialgia, dentre outros sinais e sintomas. Antipsicóticos Os fármacos antipsicóticos podem ser classificados como típicos ou atípicos. Segundo Tavares, eles podem ser utilizados nos seguintes casos: a) tratamento da Esquizofrenia (episódios agudos, tratamento de manutenção, prevenção de recaídas); b) transtornos delirantes; c) Psicoses agudas; d) Transtornos esquizoafetivos; e) Episódios agudos de mania com sintomas psicóticos ou agitação; f) Transtorno bipolar; g) Depressão psicótica; h) Psicoses induzidas por drogas; i) Psicoses cerebrais orgânicas; j) Controle da agitação e agressividade em pacientes com deficiência intelectual ou demência; k) Transtorno de Tourette e l) Transtorno de personalidade Borderline NEUROTRANSMISSORES A funcionalidade do sistema nervoso depende da comunicação entre neurônios. Os neurotransmissores desempenham um papel fundamental na eficiência dessa comunicação. Qualquer modificação em sua liberação, conexão com receptores ou recaptação compromete, de forma mais ou menos severa, o estado físico e mental do individuo. Os neurotransmissores atuam como mediadores químicos na comunicação intercelular. Devido a inúmeras definições existentes de neurotransmissores foram estabelecidos critérios para determinar se uma substância química é considerada um neurotransmissor . neurônios préA substância deve ser (1) sintetizada em sinápticos; (2) armazenado em vesículas nas terminações sinápticas; (3) liberado após um estí mulo nervoso; (4) atuar em receptores pré ou póssinápticos específicos; (5) removido ou degradado após exercer sua ação, e (6) sua aplicação exógena deve imitar o efeito pós sináptico. Apesar da grande variedade neurotransmissores, eles podem ser divididos em três categorias: (1) monoaminas, como acetilcolina, serotonina e histamina; (2) catecolaminas, tais como dopamina, epinefrina e norepinefrina; e (3) aminoácidos, tais como glutamato, GABA e glicina . Os neurotransmissores ligam-se aos receptores e alteram a função neuronal pós-sináptica. Existem dois tipos de receptores neurotransmissores: (1) os receptores ionotrópicos, quando ativados, induzem mudanças rápidas na permeabilidade e potencial de membrana do neurônio pós-sináptico; e (2) receptores metabotrópicos, que, ao contrário dos receptores ionotrópicos, desencadeiam respostas pós-sinápticas mais lentas porque esses receptores regulam indiretamente a abertura e o fechamento dos canais iônicos e estão ligados à proteína G. Drogas de abuso, como cocaína ou heroína, têm a capacidade de afetar a via de recompensa do cérebro, seja alterando diretamente a maneira como a dopamina atua no sistema dopaminérgico ou modificando a atividade de outros neurotransmissores que têm um efeito modulado. O sistema nervoso, junto com o sistema endócrino, é responsável pela maioria das funções de controle do corpo. As células principais que compõem todo esse sistema chegam a bilhões e são chamadas de neurônios. Do corpo de cada neurônio existem extensões que são chamadas de dendritos, e o axônio. Essas extensões funcionam como se fossem fios que transportam impulsos nervosos captados pela visão, olfato, audição, tato e paladar, portanto, quando um neurônio recebe um determinado impulso, pode transmitir um estímulo, excitatório ou inibidor, a outro neurônio distante. Os impulsos nervosos para passar de um neurônio a outro, através do axônio, devem passar por um espaço entre eles, que é chamado de fenda sináptica. Esta função de passar e receber o estímulo é chamada de sinapses. Os nervos podem passar por esse espaço, o primeiro neurônio, por meio de impulsos que chegam ao seu término, liberando substâncias químicas que estimulam ou inibem o próximo. Esses produtos químicos, sintetizados e liberados pelos neurônios, são chamados de neurotransmissores. Os quais têm um papel fundamental no nosso sistema nervoso. Apresentamos, agora, a descrição dos neurotransmissores bem como as funções fisiológicas: Aminoácidos: os aminoácidos de interesse para a farmacologia enquadram-se em duas categorias: o aminoácido ácido glutamato e os aminoácidos neutros glicina e GABA. Todos esses compostos estão presentes em altas concentrações no SNC. Dopamina : as principais vias que contêm dopamina são a projeção que liga a substância negra ao neoestriado e a projeção que liga a região tegmentar ventral às estruturas límbicas, particularme nte o córtex límbico. Todos os receptores de dopamina são metabotrópicos.Em geral, a dopamina exerce uma ação inibitória lenta sobre os neurônios do SNC. Norepinefrina: Os neurônios noradrenérgicos são encontrados principalmente no locus ceruleus ou na área tegmentar lateral da formação reticular . T odos os subtipos de receptores noradrenérgicos são metabotrópicos. Em muitas regiões do SNC, a norepinefrina aumenta os impulsos excitatórios por mecanismos diretos e indiretos. A facilitação da transmissão sináptica excitatória está de acordo com muitos dos processos comportamentais que se acredita que envolvam vias noradrenérgicas, como a atenção e o despertar. Na maior parte das áreas do SNC, a 52019). HT exerce forte ação inibitória. Essa ação é media da pelos receptores 5HT1A e está associada à hiperpolarização da membrana. A serotonina é encontrada em altas concentrações nas células enterocromafins distribuídas por todo o trato gastrointestinal, nas plaquetas e amplamente dispersa pelo SNC. . O subgrupo dos receptores 5HT1 estão expressos no hipocampo e na amígdala, re giões do SNC associadas ao humor e à ansiedade. Fluoxetina e buspirona são exemplos de fármacos que atuam na neurotransmissão serotoninérgica, respectivamente, para o trata mento de depressão e ansiedade. Ondasentrona e granisentrona são exemplos de fármacos que atuam como antagonistas de receptores 5HT3 e são usados no tratamento de náuseas e vômitos induzidos por quimioterápicos antineoplásicos , sumatriptana, trazodona e cetancerina são exemplos de fármacos que atuam na neurotransmissão serotoninérgica e, respectivamente, são úteis no tra tamento de enxaqueca, depressão e esquizofrenia. Histamina: no SNC, a histamina é exclusivamente produzida por neurônios no núcleo tuberomamilar no hipotálamo posterior. Esses neurônios se projetam amplamente por todo o cérebro e medula espinhal, onde modu lam o estado de alerta, a atenção, o comportamento alimentar e a memória. Neuropeptídeos: efeitos tanto no c foram descobertos inúmeros peptídeos do SNC que produzem omportamento animal, como na atividade de neurônios isolados. Em muitos casos, os hormônios peptídicos descobertos na periferia também atuam como neurotransmissores no SNC. Mecanismo de ação dos neurotransmissores Os neurotransmissores são armazenados em vesículas neuronais. Assim que ocorre a liberação, essas vesículas se desintegram na fenda sináptica e reagem diretamente com os receptores localizados nas membranas do neurônio seguinte. Para que a recuperação ocorra, o neurotransmissor liberado pelo próprio neurôn io deve ser recebido. Também é possível que outra parte do neurotransmissor seja metabolizada ou destruída por enzimas e seus produtos sejam excretados no corpo. Os neurônios devem sempre ter esses neurotransmissores disponíveis para poder sintetizálos a qualquer momento. AGONISTAS E ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS A neurotransmissão em neurônios colinérgicos envolve seis etapas (5) d : (1) síntese, (2) armazenamento, (3) liberação, (4) ligação da ACh ao receptor, egradação do neurotransmissor na fenda sináptica e (6) reciclagem de colina e acetato. Uma vez sintetizada, a ACh é transportada do onde é armazenada. A ligação ao receptor leva a uma reação fisiológica dentro da cé aparecimento de um impulso nervoso na fibra póslula, como o ganglionar ou a ativação de enzimas específicas em células efetoras mediadas por moléculas de segundo mensageiro Receptores colinérgicos Os receptores de nicotina formam uma superfamília de canais iônicos controlados por ligante. A ligação de duas moléculas de ACh causa uma mudança . conformacional que permite a entrada de íons sódio, resultando na despolarização da célula efetora A nicotina em concentração baixa estimula o receptor; em concentração alta, o bloqueia CLASSES FARMACOLÓGIC AS DE MEDICAMENTOS Q UE ATUAM NO SNC Inúmeras classes de medicamentos em uso clínico exercem seus efeitos farmacológicos por meio de mecanismos envolvendo neurotransmissores que atuam no SNC e eles podem atuar por efeitos específicos ou inespecíficos. O efeito de um fármaco no SNC é considerado específico quando ele afeta um mecanismo molecular reconhecível e único para as células alvo que apresentam receptores para esse composto. Por outro lado, o efeito de um fármaco é considerado inespecífico quando produz efeitos em uma variedade de células alvo diferentes, afetando, assim, um conjunto diverso de sistemas neurobiológicos. Mesmo que o fármaco seja altamente específico, quando testado em concentrações baixas, ele pode produzir ações in específicas com doses mais altas. Em geral, quanto mais potente é o fármaco em seu alvo desejado, menor é a probabilidade de ele exercer efeitos diferentes do alvo. Por exemplo, os sedativos, os hipnóticos e os anestésicos gerais poderiam ter pouquíssima utilidade se os neurônios centrais que controlam os sistemas respiratório e cardiovascular fossem particularmente sensíveis às suas ações. Embora o alívio da dor seja a meta ao se administrar um opiáceo, deve se também enfrentar os potenciais efeitos fora do alvo, como depressão Depressores gerais (inespecífi cos) do SNC : apud BRUNTON, 2019). esse grupo inclui os gases e os vapores anestésicos, os álcoois alifáticos e alguns fármacos hipnótico Esses compostos têm em comum a capacidade de deprimir os tecidos esedativos. xcitáveis em todos os níveis do SNC, resultando na redução da quantidade de transmissores liberados por cada impulso nervoso, assim como na depressão geral da reatividade pós sináptica e no transporte iônico. A estimulação pode ser induzida por dois mecanismos gerais: (1) bloqueio da inibição ou (2) excitação neuronal direta, que pode envolver o aumento da liberação de transmissores ou o prolongamento da ação dos transmissores, como ocorre quando é inibida a recaptação de um transmissor As principais classes de fármacos com ações no SNC são: anticonvulsivantes, agentes usados no tratamento da doença de Parkinson, analgésicos opioides e não opioides, supress ores do apetite, antieméticos, analgésicosantipiréticos, alguns estimulantes, agentes antidepressivos, antimaníacos e antipsicóticos, tranquilizantes , sedativos e hipnóticos e fármacos usados no tratamento da doença de Alzheimer (inibidores da colinestera se e neuroprotetores antiglutamato FARMACOLOGIA DOS ANTIDEPRESSIVOS Observawreducacional.com se na prática clínica que a maioria dos antidepressivos aumenta direta ou indiretamente a ação da norepinefrina (NE) e / ou da serotonina (5HT) no sistema nervoso central (SNC), o que sustenta a teoria das aminas biogênicas. Q ue hipotetiza que a de serotonina e NE no SNC pressão é devido a uma diminuição da serotonina e NE no SNC. Os medicamentos mais comumente usados, muitas vezes denominados de antidepressivos de segunda geração, são os ISRSs e os IRSNs, que têm maior eficácia e segurança em relação à maioria dos medicamentos mais antigos. De forma geral, o modo de ação dos antidepres sivos está relacionado ao aumento da neurotransmissão noradrenérgica ou serotoninérgica. Inibidores da recaptação inibem tanto o transpo rtador neuronial de serotonina (SERT) quanto o transportador neuronial de NE (NET), ou ambos. ISRSs Os ISRSs constituem um grupo de fármacos antidepressivos que inibem seletivamente a recaptação da 5-HT e como representantes de tal classe temos fluoxetina (protótipo do grupo), sertralina, citalopram, escitalopram, fl uvoxamina e paroxetina. Essas drogas são bem absorvidas por via oral e metabolizadas no fígado, com meia-vida de 18 a 24 horas, mas a fluoxetina forma um metabólito ativo com meia-vida de vários dias. A dose de todos os ISRSs deve ser reduzida em pacientes com insuficiência hepática. Mecanismo de ação Os ISRSs bloqueiam a recaptação de 5-HT, levando, assim, ao aumento da concentração do neurotransmissor na fenda sináptica. Geralmente, leva duas semanas para produzir qualquer melhora significativa no humor, e os benefícios máximos podem durar até 12 semanas ou mais. O principal uso terapêutico dos ISRSs é no tratamento da depressão, para a qual eles são tão eficazes quanto os ADTs. Também são úteisem outros distúrbios psiquiátricos, incluindo TOC, transtornos de pânico, de ansiedade generalizada, de estresse póstraumático, de ansiedade social e disfórico pré-menstrual, além de bulimia nervosa (para a qual apenas a fluoxetina está aprovada). Embora os ISRSs apresentem efeitos adversos menos graves do que os ADTs e os IMAOs, eles não são isentos de efeitos adversos, como cefaleia, sudorese, ansiedade e agitação, náuseas, êmese, diarreia, fraqueza e cansaço. Disfunções sexuais, incluindo perda de libido, ejaculação retardada e anorgasmia, são comuns com os ISRSs. O manejo de tais efeitos pode ser realizado por meio da troca por outro antidepressivo ( como bupropiona ou mirtazapina). Mecanismo de ação Os IRSNs, apresentam vantagem sobre os ADTS, pois têm pouca atividade em receptores adrenérgicos α, bem como pouca atividade em receptores muscarínicos ou histamínicos. Interações medicamentosas Duloxetina é um inibidor moderado da isoenzima CYP2D6 e pode aumentar a co ncentração de fármacos biotransformados por essa via, como os antipsicóticos. Importante considerar possível interação entre IRSN e IMAO. Embora seja sugerido um período de 14 dias para o término do tratamento com IMAO e o início do tratamento com venlafax ina, um intervalo de apenas sete dias após a suspensão da venlafaxina é considerado seguro antes de iniciar um IMAO. Os ADTs e os IMAOs foram os primeiros antidepressivos a serem empregados na clínica no tratamento da depressão. Efeitos adversos Os apud BRUM, 2018 ). antidepressivos tricíclicos apresentam inúmeros efeitos adversos em razão da ação em outros neurotransmissores: a) bloqueio dos receptores colinérgicos muscarínicos causa visão turva, xerostomia (boca seca), retenção urinária, taquicardia, constipação e ag ravamento do glaucoma de ângulo fechado; b) bloqueio dos receptores αadrenérgicos causa hipotensão ortostática, tonturas e taquicardia reflexa; e c) bloqueio dos receptores H1 histamínicos causa sedação, que pode ser significativa, especialmente durante a s primeiras sema 2019). nas do tratamento. Além disso, os ADTs estão relacionados com o aumento de peso. Também estão relacionados à disfunção sexual, porém em uma minoria de pacientes, e a incidência é menor do que a associada com o ISRSs. IMAOs Os IMAOs são bem absorvidos por administração oral, são biotransformados no fígado e excretados rapidamente na urina. Antidepressivos atípicos constituem um grupo de fármacos que diferem na estrutura química e no mecanismo de ação, não estando relacionados aos ADTs ou ISRSs, mas que, por outro lado, têm demonstrado melhor perfi l de efi cácia e efeitos adversos, quando comparados a tais classes de fármacos. Exemplos de antidepressivos atípicos incluem bupropiona, mirtazapina, trazodona, nefazodona, vilazodona e vortioxetina. FÁRMACOS ANSIOLÍTICOs Transtornos de ansiedade englobam inúmero classificados sintomas e podem ser transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno do pânico, transtorno de estresse pós fobias específi cas e estresse agudo. traumático-- , fobia social, Os sinais de ansiedade também estão repet idamente associados à depressão . Inúmeros fármacos e classes de fármacos apresentam efeitos ansiolíticos e têm sido empregados no tratamento farmacológico dos transtornos de ansiedade, como antidepressivos das classes dos inibidores seletivos de recap tação de serotonina (ISRSs), inibidores de recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs), benzodiazepínicos, buspirona e antagonistas βadrenérgicos (como propranolol). Os benzodiazepínicos são ansiolíticos eficazes tanto no tratamento agudo quanto crônico, porém, deve haver cautela quanto à sua utilização, em razão do seu pote ncial para uso abusivo e dependência, bem como pelos seus efeitos prejudiciais na cognição e memória Benzodiazepínicos Os b enzodiazepínicos continuam a ser amplamente usados para o tratamento dos estados de ansiedade. Exemplos de fármacos benzodiazepínicos incluem alprazolam, clordiazepóxido, clonaz epam, clorazepato, diazepam, fl lorazepam, midazolam, oxazepam, temaze urazepam, pam e triazolam. Efeitos adversos: os efeitos adversos mais comuns com o uso dos benzodiazepínicos é a sonolência e a confusão, causando alteração na coordenação motora e, dessa forma, podendo interferir em tarefas que exigem concentração e atenção, como o ato de dirigir. Também pode ocorrer comprometimento cognitivo. Os benzodiazepínicos devem ser usa dos com cautela em pacientes com insuficiência hepática e devem ser evitados em pacientes com glaucoma de ângulo estreito. Buspirona. Fármacos hipnóticos e sedativos Os benzodiazepínicos também são úteis no tratamento da insônia primária e dos distúrbios do sono. O fármaco a ser selecionado deve permitir o início rápido do sono (redução da latência do sono) e ter duração adequada, com poucos efeitos de “ressaca”, como sonolência, disforia e depressão mental ou incoordenação motora no dia seguinte. Sedação: benzodiazepínicos, barbituratos e sedativo-- hipnóticos mais antigos exercem efeito calmante com a redução simultânea da ansiedade em doses relativamente baixas. Entretanto, na maioria dos casos, as ações ansiolíticas dos sedativo hipnóticos são acompanhadas pela redução dos efeitos sobre as funções psicomotoras e cognitivas. Eles também exercem efeitos de amnésia anterógrada (incapacidade de lembrar eventos que ocorreram durante a ação do fármaco), dependendo da dose. Hipnose: todos os fármacos sedativohipnóticos induzirão ao sono se forem administ rados em uma dose elevada. Os efeitos dos sedativohipnóticos nos estágios do sono dependem de vários fatores, como dose e frequência da administração do fármaco. Os efeitos dos ben zodiazepínicos e hipnóticos mais antigos sobre os padrões do dos sedativossono normal estão relacionados a menor latência para o início do sono, aumento do movimento não rápido dos olhos (NREM) e redução do movimento rápido dos olhos (REM). Barbituratos Os fármacos da classe dos barbituratos, conhecidos como barbitúricos, foram amplamente utilizados no passa do para sedar ou para induzir e manter o sono, porém, em razão da sua elevada capacidade em induzir depressão grave do SNC, causar coma e causar dependência física, eles foram substituídos na clínica pelo emprego dos benzodiazepínicos. Efeitos adversos: no SNC, os barbitúricos causam sonolência, dificuldade de concentração e lassidão. Também estão relacionados com “ressaca farmacológica” e dependência física. A retirada abrupta dos barbitúricos causa síndrome de abstinência caracterizada por tremores, ansiedade, náuseas, convulsões, delírio e parada cardíaca, podendo levar o paciente à morte. FARMACODEPENDÊNCIA A dependência de drogas e/ou de fármacos é consider ada uma síndrome comportamental que acontece quando o indivíduo perde a capacidade de controlar, de forma voluntária, o consumo dessas substâncias. O indivíduo perde a capacidade de consumir apenas ocasionalmente e de forma controlada o fármaco/droga e pas sa a usar essas substâncias compulsivamente. A dependência acontece por consequência de modificações cerebrais causadas por essas substâncias. Critérios para o diagnóstico de dependência O diagnóstico de dependência acontece baseado em alguns critérios estabelecidos pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10), elaborada pela OMS, e pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Desorders), elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA). Esses critérios foram criados para auxiliar os profissionais da saúde a classificar os problemas relacionados ao uso de substâncias . No Brasil, o critério do Sistema Único de Saúde (SUS) é a CID10, que abrange todas as doenças, inclusive os transtornos mentais. De acordo com a CID10, uma pessoa só pode ser diagnosticada definitivamente como dependente se atender a três ou mais dos seguintes critérios, que ocorrem a qualquer momento dentro do período de 12 meses Forte desejo ou compulsão para consumir a substância. Dificuldade em controlar o uso da substância em termos de iniciação, cessação e nível de uso. Estado de abstinência fisiológica, quando o uso da substância foi interrompido ou diminuído, ou quando a mesma substância é usada com a intenção de aliviar ou prevenir os sintomas de abstinência. Evidência de tolerância, quando o uso de doses crescentes da substância psicoativa é requerido para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas. Abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em favor do uso da substância psicoativa.. Persistência do consumo de substâncias apesar de indicações claras de con sequências prejudiciais, como danos ao fígado devido ao consumo excessivo de álcool; humores deprimidos; Períodos de uso excessivo de substâncias; funções cognitivas prejudicadas, etc O DSM. realmente conhecidos (ou 5 contempla apenas os transtornos mentais e é mais utilizado em centros de pesquisa. Segundo o DSM5, o indivíduo pode ser classificado como dependente se manifestar pelo menos dois dos seguintes meses Tolerância causada pela necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para atingir a intoxicação ou o efeito desejado, ou pela acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância. Síndrome de abstinência manifestada pela síndrome de abstinência característica para a substância. É consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência. Desejo persistente ou esforços malsucedidos no senti o uso da substância. do de reduzir ou controlar. A substância é frequentemente consumida em grandes quantidades ou por um período de tempo mais longo do que o pretendido. Problemas legais recorrentes rela a está em uso, ou cionados ao uso de substâncias. Uso recorrente da substância, resultando no fracasso em desempenhar papéis importantes no trabalho, na escola ou em casa. Uso continuado da substância, apesar de problemas sociais e interpessoais persistentes ou recorrentes, causados por seus efeitos. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância. Uso recorrente da substância em situações nas quais representa perigo para a integridade física. Mecanismos moleculares da dependência As alterações comportamentais observadas nos quadros de dependência, como perda de controle e compulsão, desenvolvemos episódios repetidos de administraçã se de forma progressiva durante o das drogas ou fármacos. Esses comportamentos são duradouros, podendo permanecer por meses e até anos após a retirada da substância. Essa estabilidade das anormalidades comportamentais, que caracterizam a dependência, está relacionada com alterações na expressão gênica: o uso repetido de drogas e fármacos de abuso pode causar alterações tanto na quantidade quanto no tipo de genes expressos em regiões específicas do encéfalo. Consequentemente, pode levar a mudanças na síntese de proteínas nesses locais. Como essas proteínas podem afetar a função neuronal, acabam repercutindo em alterações no comportamento do indivíduo Estágios da dependência Estudos mostram que o início da dependência é caracterizado pela liberação de dopamina no NAc. O uso repetido de drogas ou fármacos causa o recrutamento gradual do córtex préfrontal e de seus eferentes glutamatérgicos para o accumbens. Essa transição da dopamina para o glutam ato mostra que o desenvolvimento da drogadição ocorre por meio de uma sequência cronológica, em que diferentes partes do circuito se tornam proeminentes, assim como as adaptações celulares também acontecem em uma sequência cronológica. Existem três estágios da dependencia, 1. Efeito agudo das drogas: os efeitos agudos de recompensa da droga estão relacionados com a liberação exacerbada da dopamina através do circuito ATVNAc, causando modificações na sinalização celular. Ao se ligar ao seu receptor D1, a dopamina ativa o AMPc (segundo mensageiro), que ativa a proteína cinase A (PKA). A PKA se mobiliza para o núcleo da célula e fosforila o CREB, que induz a transcrição de genes como o cFos. Essa indução do cFos promove alterações neuroplásticas que persistem por horas ou dias, não mediando alterações comportamentais mais duradouras associadas à dependência. Transição do uso recreativo para padrões de dependência (vício): essa transição está relacionada com o efeit o cumulativo de mudanças na função neuronal, em resposta à exposição repetida a drogas/fármacos, e diminuem após dias ou semanas sem o uso dessas substâncias. Estágio final da dependência, caracterizado pela vontade excessiva de obter a droga, diminuída capacidade de controlar a busca e reduz ido prazer ou recompensa: a maior vulnerabilidade a recaídas observada no estágio final da dependência perdura por anos, como consequência das alterações celulares causadas pelo uso repetido de drogas. Interessantemente, as alterações no conteúdo e na funç ão de proteínas nesse estágio se tornam maiores com o passar do tempo; quanto maior o período de abstinência, mais intensos os comportamentos de busca pelas drogas. Essa característica possivelmente está associada às mudanças de expressão de proteínas que medeiam o estágio anterior (transição para dependência), pois essas proteínas podem converter a vulnerabilidade a recaídas da forma reversível para irreversível. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA. A dependência e a síndrome de abstinência são manifestações diferentes e, portanto, não podem ser confundidas. Na dependência, o indivíduo perde a capacidade de controlar voluntariamente o consumo de drogas e fármacos, passando a usar esses compostos de forma compulsiva, voltada ao alívio ou para evitar sintomas de abstinência. Por outro lado, a síndrome de abstinência é caracterizada por manifestações físicas causadas pela falta da droga ou fármaco. Nesse contexto, é possível que o indivíduo seja dependente sem que tenha síndrome de abstinência, assim como é possível que tenha a síndrome sem ter a dependência A administração de drogas e fármacos de forma prolongada induz a adaptações no cérebro e em outros tecidos. Essas adaptações são moduladas pelo estimulo de processos fisiológicos que contrapõem os efeitos causados por esses compostos, processo conhecido como contra adaptação. No entanto, com a retirada desses fármacos, essas alterações podem persistir e dar origem a uma hiperexcitabilidade de rebote, que consiste em uma síndrome de abstinência. Essas manifestações físicas podem incluir desde tremores, sonolên cia, irritabilidade e alucinações até convulsões. A intensidade da síndrome de abstinência é diretamente proporcional às mudanças adaptativas que foram induzidas pelo uso de determinada droga ou fármaco. O CID CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS A Classificação Estatística I nternacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, mais conhecida como CID, é uma das ferramentas epidemiológicas mais importantes na prática médica diária. O uso da substância continua, apesar do conhecimento de que eles têm um problema físico ou psicológico contínuo ou recorrente, causado ou exacerbado por tal uso. Em maio de 2019, a Organização Mundial da Saúde publicou a nova Classificação Internacional de Doenças (CID), a décima primeira revisão. Como uma contribuição para essa transição, o objetivo deste texto é apresentar as mudanças mais importantes em comparação com a versão revisada da classificação e identificar os desafios mais urgentes. Após 30 anos após a publicação da CID10, os principais desafios estão sendo identificados em relação à nova classificação que foi submetida para adoção pelos Estados membros e entrará em vigor em janeiro de 2022. A principal função da CID é monitorar a incidência e prevalência de doenças por meio de uma padronização universal de doenças, problemas de saúde pública, sinais e sintomas, enfermidades, causas externas de lesões e c ircunstâncias sociais, e apresentar um amplo panorama da situação e sua população A CID11 é criada no contexto de uma realidade que as sociedades nunca experimentaram.A integração global nunca foi tão possível graças ao advento dos sistemas de comunicação computadorizados e à capacidade de acessar informações relevantes quase em tempo real. Na realidade, a CID11 foi desenvolvida com o intuito de reduzir erros de notificação, aumentar a praticabilidade e abranger melhor as informações catalogadas. Essa versão é totalmente digital.