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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FERNANDO DE FARIA VECCHIO LINS COMPARATIVOS ENTRE MODELOS ESTRUTURAIS INTEGRADOS DE ANÁLISE, FORMADOS POR PÓRTICO ESPACIAL E GRELHA, APLICADOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE EDIFÍCIOS DE MULTIPLOS PAVIMENTOS FORTALEZA 2010 ii FERNANDO DE FARIA VECCHIO LINS COMPARATIVOS ENTRE MODELOS ESTRUTURAIS INTEGRADOS DE ANÁLISE, FORMADOS POR PÓRTICO ESPACIAL E GRELHA, APLICADOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE EDIFÍCIOS DE MULTIPLOS PAVIMENTOS Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador: Profa. Dra. Magnólia Maria Campelo Mota. Co-orientador: Prof. Dr. Augusto Teixeira de Albuquerque. FORTALEZA 2010 L731c Lins, Fernando de Faria Vecchio Comparativos entre modelos estruturais integrados de análise formados por pórtico espacial e grelha, aplicados em estruturas de concreto armado de edifícios de múltiplos pavimentos / Fernando de Faria Vecchio Lins. – Fortaleza, 2010. 124 f. il.; color. enc. Orientadora: Profa. Dra. Magnólia Maria Campelo Mota Co-orientador: Prof. Dr. Augusto Teixeira de Albuquerque Monografia (graduação) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Depto. de Engenharia Estrutural e Construção Civil, Fortaleza, 2010. 1. Concreto armado 2. Edifícios 3. Teoria estrutural I. Mota, Magnólia Maria Campelo (orient.) II. Albuquerque, Augusto Teixeira de (co-orient.) III. Universidade Federal do Ceará – Graduação em Engenharia Civil. IV. Título CDD 620 iii FERNANDO DE FARIA VECCHIO LINS COMPARATIVOS ENTRE MODELOS ESTRUTURAIS INTEGRADOS DE ANÁLISE, FORMADOS POR PÓRTICO ESPACIAL E GRELHA, APLICADOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE EDIFÍCIOS DE MULTIPLOS PAVIMENTOS Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. iv Dedico esse trabalho à minha referência de ética profissional, meu pai que tanto amo, Fernando Lins, juntamente a minha mãe e irmão que também tanto amo, Ana Lúcia e Luiz Claudio Vecchio. v AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a todas as pessoas que contribuíram de forma direta e indiretamente não penas para a conclusão desse trabalho, mas também para a concretização desse sonho, que a é a obtenção do grau de engenheiro civil. Quero inicialmente agradecer a Deus que me amparou nos momentos mais difíceis do curso. Em especial meu pai, Fernando Lins, exemplo de profissional que pretendo me espelhar sempre, minha mãe, Ana Lúcia Vecchio, pelo fervoroso apoio e incentivo, meu melhor amigo, que tanto me ajudou durante todo esse período, meu irmão, Luz Cláudio Lins, minha namorada e companheira de todos os momentos, sempre muito compreensível, Julia Wolfgang e todos da minha família que eu tanto amo. Agradecer aos amigos que eu fiz ao longo dessa jornada, onde muitas vezes dividimos noites em claro e semanas de preocupação, fazendo trabalho e estudando para as provas. São eles: Arthur William, Carlos Eduardo, Danilo Jorge, Elmo Rola, Felipe Linard, Maria Fabíola, Mateus Herculano, Raul Machesi, Renato Gadelha e todos os outros. Não poderia esquecer dos meus amigos de longa data, Bruno Melo, Felipe Gomes, Felipe Napoleão, Gabriel Neto, Harson Nishimura, João Victor Oliveira, Nelson Sandes e Pedro Martins . Agradecer a todos os professores, que contribuíram não apenas para a formação dos conhecimentos, mas também com a doação de bons valores que espero guardar com muito zelo durante a minha vida pessoal e profissional. Em especial agradecer minha orientadora, professora Magnólia Maria Campelo Mota, pelo apoio e incentivo de prosseguir com o desenvolvimento e conclusão do trabalho, como também aos professores Augusto Teixeira de Albuquerque e Joaquim Eduardo Mota pela valiosa ajuda. Não poderia me esquecer do professor Aldo de Almeida Oliveira, pelo qual tenho muito apreço e admiração. Citar também as duas secretárias da coordenação da engenharia civil, Selimar e Léo que sempre me receberam com muito carinho. vi “Seja a mudança que você quer ver no mundo.” Mahatma Gandhi vii RESUMO O comparativo entre os dois modelos integrados, presentes no software de projeto estrutural, amplamente utilizado em escritórios no Brasil, o CAD/TQS, será o foco dos estudos desse trabalho. A engenharia estrutural está constantemente em processo de adaptação a novidades impostas pelas evoluções tecnológicas. Inovações que precisam ser aferidas, tendo como base as tecnologias já consagradas no meio técnico. Os modelos integrados, denominados modelo III e IV, seguem esse mesmo dilema, ambos apresentam uma similaridade em sua essência ao incorporarem modelos integrantes, representados pelo pórtico espacial e grelha. Porém cada um faz diferentes considerações quanto à aplicabilidade desses modelos integrantes. Tomando como base o que foi exposto anteriormente, o presente trabalho tem como principal finalidade promover um comparativo, através de um estudo de caso, entre um modelo estrutural integrado, no caso o modelo III, já difundido em vários escritórios de projeto de estrutura de concreto armado e o modelo IV, mais atual e refinado. Objetivando identificar o que melhor se aplica na analise de edifícios de múltiplos pavimentos de concreto armado. Palavras-chaves: análise estrutural, edifícios de múltiplos pavimentos e modelos integrados. viii ABSTRACT The comparison between the two integrated models, present in the structural design software that it’s widely used in offices in Brazil, the CAD / TQS, will be the focus of studies of this work. The structural engineering is constantly in adjustment process by the new technological developments that are imposed. Innovations that need to be recomputed based on the already established technologies in technical means. The integrated models, called model III and IV, follow this same dilemma, both have a resemblance in essence by incorporating integral models, represented by the space portico and grid. Nevertheless each one has different considerations about the integral models applicability. Based on what has been previously exposed, the present paper mainly aim is promoting a comparison, through a study case, between an integrated structural model, in this case the model III, already widespread in several design offices of concrete structure and model IV, the most current and refined one. Aiming the identification of the most applicable multi-floor reinforced concrete buildings’ analysis. Key-words: Structural analysis,multi-floor buildings and integrated models. ix LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Pórtico simplificado para a obtenção dos coeficientes (NBR 6118: 2003). .......... 9 Figura 2.2 – Ligações entre elementos lineares (NBR 6118: 2003). ..................................... 12 Figura 4.1 – Opção selecionada dos esforços do cálculo do γz (CAD/TQS). ......................... 32 Figura 4.2 – Opção selecionada da consideração automática do γz na transferência (CAD/TQS). ........................................................................................................................ 32 Figura 4.3 – Opção selecionada das cargas verticais para o cálculo de momentos de segunda ordem (CAD/TQS)............................................................................................................... 33 Figura 4.4 – Opção selecionada dos coeficientes para a consideração da deslocabilidade da estrutura (CAD/TQS). .......................................................................................................... 33 Figura 5.1- Fluxograma do modelo III (CAD/TQS). ............................................................. 35 Figura 5.2 - Fluxograma do modelo III (CAD/TQS). ............................................................ 35 Figura 5.3 – Seleção do redutor do coeficiente de mola (CAD/TQS). ................................... 36 Figura 5.4 – Seleção do redutor para o coeficiente de mola para apoios elásticos (CAD/TQS). ............................................................................................................................................ 37 Figura 5.5 – Seleção do multiplicador da largura equivalente de pilar nos apoios elásticos independentes (CAD/TQS). ................................................................................................. 37 Figura 5.6 – Seleção do modelo de apoio padrão (CAD/TQS). ............................................. 38 Figura 5.7 – Seleção do modo de calculo do pé-direito para coeficiente de mola (CAD/TQS). ............................................................................................................................................ 38 Figura 5.8 – Seleção da consideração de seção T (CAD/TQS). ............................................ 39 Figura 5.9 – Seleção do redutor da inércia de torção para vigas sem predominância de torção (CAD/TQS). ........................................................................................................................ 39 Figura 5.10 – Seleção do redutor de inércia do comando torção (CAD/TQS). ...................... 40 Figura 5.11 – Seleção do fator engastamento parcial das vigas (CAD/TQS). ........................ 40 Figura 5.12 – Seleção do apoio elástico independe da laje no pilar (CAD/TQS). .................. 41 Figura 5.13 – Seleção do limite de extensão para apoio elástico independente (CAD/TQS). . 42 Figura 5.14 – Seleção do divisor de torção (CAD/TQS). ...................................................... 43 Figura 5.15 – Seleção do momento Wood-armer (CAD/TQS). ............................................. 43 Figura 5.16 – Seleção da plastificação dos apoios sobre as vigas (CAD/TQS). ..................... 44 Figura 5.17 – Seleção da plastificação sobre os pilares internos (CAD/TQS). ....................... 45 Figura 5.18 – Seleção da opção de vigas com seção T (CAD/TQS). ..................................... 46 Figura 5.19 – Seleção do redutor de inércia torção (CAD/TQS). .......................................... 47 Figura 5.20 – Seleção da opção de rigidez lateral das vigas (CAD/TQS). ............................. 47 Figura 5.21 – Seleção do fator de engastamento parcial das vigas (CAD/TQS)..................... 48 Figura 5.22 – Seleção do Offset rígido nas ligações viga pilar (CAD/TQS). ......................... 49 Figura 5.23 – Seleção da opção de flexibilização das ligações viga pilar (CAD/TQS). ......... 49 Figura 5.24 – Seleção das opções de considerações da área da seção transversal dos pilares (CAD/TQS). ........................................................................................................................ 50 Figura 5.25 – Seleção do coeficiente de mola padrão (CAD/TQS) ....................................... 50 Figura 5.26 – Seleção das opções referentes ao estado limite último (CAD/TQS). ................ 51 Figura 6.1 – Modelo tridimensional da estrutura (CAD/TQS)............................................... 54 Figura 6.2 – Critérios de cálculo da ação do vento na estrutura modelo (CAD/TQS) ............ 63 Figura 7.1 – Modelo da viga V18. ....................................................................................... 72 Figura 7.2 – Modelo da viga V26. ........................................................................................ 73 Figura 8.1 - Modelo genérico de uma viga com apenas um vão sobre apoios elásticos.......... 87 Figura 8.2 - Modelo genérico de uma viga com apenas um vão sobre apoios flexibilizado. .. 88 Figura 8.3 - Modelo genérico de uma viga com dois vãos sobre apoios elástico. .................. 88 x Figura 8.4 - Modelo genérico de uma viga com dois vãos sobre apoios flexibilizados ......... 88 Figura A.1 - Planta arquitetônica do pavimento térreo (Araújo: 2009). ................................. 93 Figura A.2 - Planta arquitetônica do pavimento tipo (Araújo: 2009). .................................... 94 Figura A.3 - Planta arquitetônica da coberta e da casa de máquinas (Araújo: 2009). ............. 95 Figura A.4 - Corte arquitetônico A-A (Araújo: 2009). .......................................................... 96 Figura A.5 - Corte arquitetônico B-B (Araújo: 2009). .......................................................... 97 Figura B.1 - Planta de forma do pavimento térreo (Araújo: 2009)......................................... 98 Figura B.2 - Planta forma do pavimento tipo (Araújo: 2009). .............................................. 99 Figura B.3 - Planta de forma da coberta e da casa de máquinas (Araújo: 2009). ................. 100 Figura B.4 - Planta de forma da mesa dos motores (Araújo: 2009). .................................... 101 Figura B.5 - Planta de forma do teto da casa de máquinas (Araújo: 2009). ......................... 101 Figura B.6 - Planta de forma do fundo do reservatório elevado (Araújo: 2009). .................. 102 Figura B.7 - Planta de forma da tampa do reservatório elevado (Araújo: 2009). ................. 102 Figura C.1 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do pavimento térreo - kN/m (Araújo:2009). ................................................................................................................... 103 Figura C.2 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do pavimento tipo - kN/m (Araújo:2009). .......................................................................................................................................... 104 Figura C.3 - Cargas permanentes atuantes nas vigas da coberta e da casa de máquinas - kN/m (Araújo:2009). ................................................................................................................... 105 Figura C.4 - Cargas permanentes atuantes nas vigas na mesa do motor - kN/m (Araújo:2009). .......................................................................................................................................... 106 Figura C.5 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do barrilete - kN/m (Araújo:2009). .... 106 Figura D.1 - Planta de carga do modelo III para todas as cargas verticais (CAD/TQS). ...... 107 Figura D.2 - Planta de carga do modelo IV para todas as cargas verticais (CAD/TQS). ...... 108 Figura D.3 - Planta de carga do modelo III para ação do vento incidindo a 180º (CAD/TQS). ..........................................................................................................................................109 Figura D.4 - Planta de carga do modelo IV para ação do vento incidindo a 180º (CAD/TQS). .......................................................................................................................................... 110 xi LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 – Coeficientes de solidariedade entre as vigas e os pilares externos (NBR 6118: 2003). .................................................................................................................................... 9 Tabela 3.1 – Valores do coeficiente γf = γf1 . γf3 (NBR 6118: 2003) ................................... 21 Tabela 3.2 – Valores do coeficiente γf2 (NBR 6118: 2003). ................................................. 21 Tabela 3.3 – Combinações geradas pelo CAD/TQS para o pórtico espacial (TQS) ............... 25 Tabela 3.4 – Combinações geradas pelo CAD/TQS para grelha (TQS) ................................. 26 Tabela 6.1 – Classe de agressividade ambiental da estrutura modelo. ................................... 55 Tabela 6.2 – Cargas de serviço das lajes do pavimento do pavimento tipo – kN/m² (Araujo: 2009). .................................................................................................................................. 57 Tabela 6.3 – Cargas de serviço nas lajes da cobertura e piso da casa de maquinas – kN/m² (Araujo: 2009). .................................................................................................................... 58 Tabela 6.4 – Carga de serviço da mesa do moto e do barrilete – kN/m² (Araujo: 2009). ....... 58 Tabela 6.5 – Cargas das lajes do reservatório – kN/m² (Araujo: 2009) .................................. 59 Tabela 6.6 – Reações das escadas nas vigas que a sustentam – kN/m. (Araujo: 2009)........... 62 Tabela 7.1 – Parâmetros de estabilidade global pelo modelo III. ........................................... 65 Tabela 7.2 – Parâmetros de estabilidade global pelo modelo IV. .......................................... 65 Tabela 7.3 – Comparativo dos parâmetros de estabilidade global. ........................................ 66 Tabela 7.4 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para todas as cargas verticais (Fz). ....................................................................................................................... 69 Tabela 7.5 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (Fz). 70 Tabela 7.6 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (Fx). ............................................................................................................................. 71 Tabela 7.7 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (My)............................................................................................................................. 71 Tabela 7.8 – Envoltória de momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. ........... 74 Tabela 7.9 – Envoltória de momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. ........... 74 Tabela 7.10 – Envoltória de esforço cortante da viga V18 para os modelos III e IV. ............. 74 Tabela 7.11 – Envoltória de esforço cortante da viga V26 para os modelos III e IV. ............. 75 Tabela 7.12 – Comparativo da envoltória de momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. ................................................................................................................................ 75 Tabela 7.13 – Comparativo da envoltória de momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. ................................................................................................................................ 75 Tabela 7.14 – Comparativo da envoltória de esforços cortantes da viga V18 para os modelos III e IV. ................................................................................................................................ 76 Tabela 7.15 – Comparativo da envoltória de esforços cortantes da viga V26 para os modelos III e IV. ................................................................................................................................ 76 Tabela 7.16 – Momentos fletores da viga V18 pelos modelos III e IV. ................................. 78 Tabela 7.17 – Momentos fletores da viga V26 pelos modelos III e IV. ................................. 78 Tabela 7.18 – Esforços cortantes da viga V18 pelos modelos III e IV. .................................. 79 Tabela 7.19 – Esforços cortantes da viga V26 pelos modelos III e IV. .................................. 79 Tabela 7.20 – Comparativo dos momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. ... 80 Tabela 7.21 – Comparativo dos momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. ... 81 Tabela 7.22 – Comparativo dos esforços cortantes da viga V18 para os modelos III e IV. .... 82 Tabela 7.23 – Comparativo dos esforços cortantes da viga V26 para os modelos III e IV. .... 82 Tabela 8.1 – Comparativo entre as plantas de cargas verticais dos modelos III e IV com o exemplo do livro .................................................................................................................. 86 xii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 1.1 Considerações iniciais ............................................................................................ 1 1.2 Problemática .......................................................................................................... 2 1.3 Objetivo .................................................................................................................. 3 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 3 1.3.2 Objetivo específico ......................................................................................... 4 1.4 Estrutura do trabalho ............................................................................................ 4 2 CONCEITOS INICIAIS .............................................................................................. 6 2.1 Tipos de elementos estruturais .............................................................................. 6 2.2 Tipos de modelos estruturais ................................................................................. 7 2.2.1 Viga continua.................................................................................................. 7 2.2.2 Pórtico plano ................................................................................................... 9 2.2.3 Pórtico espacial ............................................................................................. 10 2.2.4 Grelha ........................................................................................................... 11 2.3 Trechos rígidos ..................................................................................................... 11 2.4 Largura colaborante de vigas de seção T ............................................................ 12 2.5 Diafragma rígido .................................................................................................. 13 2.6 Tipos de análise estrutural................................................................................... 14 2.6.1 Análise linear ................................................................................................ 14 2.6.2 Análise linear com redistribuição .................................................................. 15 2.6.3 Análise plástica ............................................................................................. 16 2.6.4 Análise não linear .........................................................................................17 2.6.5 Análise através de modelos físicos ................................................................ 17 3 AÇÕES EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO ..................................... 18 3.1 Estados limites...................................................................................................... 18 3.1.1 Estado limite último (ELU) ........................................................................... 19 3.1.2 Estado de limite de serviço (ELS) ................................................................. 19 3.2 Coeficientes de ponderação das ações ................................................................. 20 3.2.1 Coeficientes de ponderação das ações para o ELU ........................................ 20 3.2.2 Coeficientes de ponderação das ações para o ELS ......................................... 21 3.3 Combinações das ações ........................................................................................ 21 3.3.1 Combinações últimas .................................................................................... 22 3.3.1.1 Combinações últimas normais ................................................................. 22 3.3.1.2 Combinações últimas especiais ................................................................ 22 3.3.1.3 Combinações últimas excepcionais .......................................................... 23 3.3.2 Combinações de serviço ................................................................................ 23 3.3.2.1 Combinações quase permanentes de serviço ............................................ 24 3.3.2.2 Combinações freqüentes de serviço.......................................................... 24 3.3.2.3 Combinações raras de serviço ................................................................. 24 3.3.3 Combinações consideradas no software ........................................................ 25 3.4 Ação do vento ....................................................................................................... 26 4 ESTABILIDADE ESTRUTURAL ............................................................................ 28 4.1 Estabilidade global ............................................................................................... 28 4.2 Parâmetros de estabilidade global ....................................................................... 28 4.2.1 Parâmetros de instabilidade α ........................................................................ 29 4.2.2 Coeficiente γz ............................................................................................... 29 4.2.2.1 Consideração da não linearidade física ................................................... 30 4.2.2.2 Formulação de segurança ....................................................................... 30 xiii 4.3 Análise de estruturas de nós fixos ....................................................................... 31 4.4 Análise de estruturas de nós móveis .................................................................... 31 4.5 Critérios de estabilidade global do software ........................................................ 31 4.5.1 Esforços do cálculo do γz .............................................................................. 32 4.5.2 Consideração automática do γz na transferência ............................................ 32 4.5.3 Cargas verticais para o cálculo de momentos de segunda ordem.................... 33 4.5.4 Coeficiente para a consideração da deslocabilidade da estrutura .................... 33 5 CRITÉRIOS DA ANÁLISE ESTRUTURAL DO EDIFÍCIO MODELO ............... 34 5.1 Modelos estruturais integrados ........................................................................... 34 5.1.1 Modelo III .................................................................................................... 34 5.1.2 Modelo IV .................................................................................................... 35 5.2 Critérios de grelha ............................................................................................... 35 5.2.1 Rigidez de apoio ........................................................................................... 36 5.2.1.1 Redutor do coeficiente de mola ................................................................ 36 5.2.1.2 Redutor para o coeficiente de mola para apoios elásticos ........................ 37 5.2.1.3 Multiplicador da largura equivalente de pilar nos apoios elásticos independentes ........................................................................................................... 37 5.2.1.4 Modelos de apoios padrão ....................................................................... 38 5.2.1.5 Modo de calculo do pé-direito para coeficiente de mola. ......................... 38 5.2.2 Inércia de vigas ............................................................................................. 39 5.2.2.1 Seção T .................................................................................................... 39 5.2.2.2 Redutor da inércia de torção para vigas sem predominância de torção ... 39 5.2.2.3 Redutor de inércia do comando torção .................................................... 40 5.2.2.4 Fator engastamento parcial das vigas. ..................................................... 40 5.2.3 Apoios .......................................................................................................... 41 5.2.3.1 Apoio elástico independe da laje no pilar ................................................ 41 5.2.3.2 Limite de extensão para apoio elástico independente. .............................. 42 5.2.4 Plastificações ................................................................................................ 42 5.2.4.1 Divisor de torção ..................................................................................... 43 5.2.4.2 Momento Wood-armer ............................................................................. 43 5.2.4.3 Plastificação dos apoios sobre as vigas ................................................... 44 5.2.4.4 Plastificação sobre os pilares internos ..................................................... 45 5.3 Critérios do pórtico espacial ................................................................................ 45 5.3.1 Rigidez das vigas .......................................................................................... 46 5.3.1.1 Vigas com seção T ................................................................................... 46 5.3.1.2 Redutor de inércia torção ........................................................................ 47 5.3.1.3 Rigidez lateral das vigas .......................................................................... 47 5.3.1.4 Fator de engastamento parcial das vigas ................................................. 48 5.3.2 Rigidez dos pilares ........................................................................................ 48 5.3.2.1 Offset rígido nas ligações viga pilar ........................................................ 49 5.3.2.2 Flexibilização das ligações viga pilar ...................................................... 49 5.3.2.3 Considerações da área da seção transversal dos pilares .......................... 50 5.3.2.4 Coeficiente de mola padrão ..................................................................... 50 5.3.3 Estado limite último ...................................................................................... 51 6 DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA MODELO ............................................................ 52 6.1 Descrição arquitetônica do edifício modelo ........................................................ 52 6.2 Concepção estrutural ........................................................................................... 53 6.3 Descrição dos materiais componentes da estrutura ............................................55 6.4 Ações verticais atuantes na estrutura.................................................................. 56 6.4.1 Lajes ............................................................................................................. 56 xiv 6.4.1.1 Pavimento tipo ......................................................................................... 56 6.4.1.2 Cobertura e casa de máquinas ................................................................. 57 6.4.1.3 Mesa do motor e barrilete ........................................................................ 58 6.4.1.4 Reservatório ............................................................................................ 59 6.4.2 Vigas ............................................................................................................ 59 6.4.2.1 Térreo ...................................................................................................... 59 6.4.2.2 Pavimento tipo ......................................................................................... 60 6.4.2.3 Cobertura e casa de maquinas ................................................................. 60 6.4.2.4 Mesa do motor ......................................................................................... 61 6.4.2.5 Barrilete .................................................................................................. 61 6.4.2.6 Reservatório ............................................................................................ 61 6.4.2.7 Escadas ................................................................................................... 61 6.5 Ação do vento atuante na estrutura .................................................................... 62 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO ...................................... 64 7.1 Estabilidade global da estrutura ......................................................................... 64 7.1.1 Processamento dos parâmetros de estabilidade global ................................... 65 7.1.2 Resultados dos parâmetros de estabilidade global.......................................... 65 7.1.3 Comparativo dos parâmetros de estabilidade global ...................................... 66 7.2 Resultante do carregamento dos pilares ............................................................. 67 7.2.1 Resultado da resultante do carregamento dos pilares ..................................... 67 7.2.1.1 Todas as cargas verticais ......................................................................... 68 7.2.1.2 Ação do vento a 180º ............................................................................... 68 7.2.2 Comparativo da resultante do carregamento dos pilares ................................ 68 7.2.2.1 Todas as cargas verticais ......................................................................... 68 7.2.2.2 Ação do vento a 180º ............................................................................... 70 7.3 Esforços das vigas ................................................................................................ 72 7.3.1 Esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados ........................ 73 7.3.1.1 Resultados dos esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados 73 7.3.1.1.1 Momento fletor ..................................................................................... 74 7.3.1.1.2 Esforço cortante ................................................................................... 74 7.3.1.2 Comparativo dos esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados 75 7.3.1.2.1 Momento fletor ..................................................................................... 75 7.3.1.2.2 Esforço cortante ................................................................................... 76 7.3.2 Esforços pelos modelos integrados ................................................................ 77 7.3.2.1 Resultados dos esforços pelos modelos integrados ................................... 77 7.3.2.1.1 Momento fletor ..................................................................................... 77 7.3.2.1.2 Esforço cortante ................................................................................... 79 7.3.2.2 Comparativos dos esforços pelos modelos integrados .............................. 80 7.3.2.2.1 Momento fletor ..................................................................................... 80 7.3.2.2.2 Esforço cortante ................................................................................... 81 8 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 84 8.1 Estabilidade global da estrutura ......................................................................... 84 8.2 Resultante das cargas nos pilares ........................................................................ 85 8.3 Esforços das vigas ................................................................................................ 87 8.4 Considerações finais ............................................................................................. 89 8.5 Sugestões para trabalhos complementares ......................................................... 89 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 91 ANEXOS ............................................................................................................................ 92 1 1 INTRODUÇÃO O primeiro capítulo desse trabalho tem como principal finalidade fazer a apresentação das intenções, previsões e importância relativas ao tema em estudo, como também da metodologia utilizada na definição da estruturação do mesmo, por intermédio dos itens componentes do capítulo, representados pelas considerações iniciais, problemática, objetivo e estrutura do trabalho. 1.1 Considerações iniciais Segundo a NBR6118 (ABNT, 2003), o objetivo da análise estrutural é determinar o efeito das ações em uma determinada estrutura, com a finalidade de efetuar verificações de estado limite último e de serviço. Portanto os modelos estruturais buscam, matematicamente, representar o comportamento real de uma estrutura, apesar de incluírem em seus processos, simplificações, com o intuito de tornar o método acessível aos profissionais, tendo em vista que são modelos utilizados de forma comercial para o desenvolvimento de projetos estruturais, aliando qualidade e simplicidade. Juntamente com o desenvolvimento dos microcomputadores os modelos estruturais também foram sendo aprimorados ao longo do tempo, permitindo, a partir de novos recursos como softwares de análise e dimensionamento, expressar de forma mais realista o comportamento das estruturas, diminuindo o número de simplificações, e proporcionando resultados mais refinados. Hoje, a tendência dos programas computacionais de análise de estruturas segundo Fontes (2005) é evitar a decomposição da estrutura, buscando realizar uma análise integrada dos elementos estruturais, levando em consideração o efeito monolítico, peculiaridade típica das estruturas de concreto armado, moldada in loco. Os modelos que estão em destaque, em programas computacionais utilizados por escritórios de projeto estrutural de concreto armado, que levam em consideração o que foi descrito anteriormente, é o modelo de pórtico espacial e grelha. O primeiro contempla a análise conjunta dos dois elementos unidimensionais, pilares e vigas, enquanto que o segundo pode ser utilizado na análise de lajes e vigas. 2 O presente trabalho tem o intuito de desenvolver um estudo de caso comparativo da análise de elementos unidimensionais de concreto armado, utilizando dois modelos integrados, formados pelos modelos de grelha e pórtico espacial com distintas consideraçõesde ações. Esses modelos integrados, para efeito de nomenclatura, serão citados, no presente texto, como Modelo III e Modelo IV, fazendo alusão à denominação apresentada no software, que será utilizado no estudo de caso. No Modelo III, segundo o manual do programa TQS (2009), a estrutura é analisada por pórtico espacial, porem não é capaz de flagrar os esforços provenientes do equilíbrio espacial do edifício gerado pelas cargas verticais, pois somente os resultados das ações horizontais no pórtico espacial são transferidos para o dimensionamento de vigas e pilares. No Modelo IV os esforços solicitantes decorrentes da aplicação das ações verticais e horizontais são levados em consideração na análise realizada pelo pórtico espacial para o dimensionamento das vigas e pilares. 1.2 Problemática Em toda área técnica e cientifica em que o desenvolvimento de novas técnicas e tendências ocorre de forma ágil, trazendo melhorias aos processos anteriores já consagrados, existe a questão das comparações e aferição das novas soluções, de modo a criar certa resistência inicial às novidades. Na engenharia estrutural não é diferente. Advinda com desenvolvimento dos softwares, as novidades em relação aos processos e modelos de análise estrutural estão em plena renovação. Tendência essa que é impulsionada pela busca da aproximação do ideal, ou seja, tentar similar a realidade através de modelos sem esquecer a questão da eficiência e funcionalidade. As inovações nessa área são acompanhada, por parte de alguns profissionais do ramo, com certo receio, haja vista que modelos menos refinados já consagrados possuem resultados já validados no meio técnico. Tomando como base o que foi exposto anteriormente, o presente trabalho tem como principal finalidade promover um comparativo, através de um estudo de caso, entre um modelo estrutural integrado, no caso o modelo III, em que sua aplicação já está difundida em 3 vários escritórios de projeto de estrutura de concreto armado com um modelo mais atual e refinado representado pelo modelo IV. A comparação entre os modelos tentará apresentar as diferenças entre os dois modelos quanto a certos fatores como: estabilidade global, resultantes dos carregamentos dos pilares e esforços nas vigas, ficando dessa forma, outras comparações entre os modelos com indicação para futuros trabalhos complementares do tema. 1.3 Objetivo No presente item serão apresentados de forma resumida os objetivos que se espera com o desenvolvimento do trabalho, como também os objetivos de âmbito geral de caráter parcial, que proporcionam subsídios que auxiliem a concretização dos objetivos específicos. 1.3.1 Objetivo geral Pelo fato do tema proposto ser um estudo de caso, se faz necessário, como em toda pesquisa, moldar conhecimentos referentes ao universo do tema, adquiridos a partir de uma revisão bibliográfica, que dêem suporte e uma análise critica de qual o caminho deve ser traçado para a concretização dos objetivos específicos. Inicialmente será dada ênfase à identificação dos dois modelos estruturais que serão abordados ao longo do trabalho, de modo à melhor compreenderem o funcionamento dos modelos integrados. Outro ponto muito importante é conhecer o programa computacional de analise, entendendo como o mesmo funciona, e que considerações deverão ser feitas nos critérios de ajuste do mesmo para proporcionar uma análise final confiável e representativa dos resultados. 4 1.3.2 Objetivo específico O objetivo específico do trabalho é justamente a obtenção dos resultados do estudo de caso propriamente dito. Comparativo que será feito entre os esforços e deslocamento de uma mesma edificação, submetida às mesmas solicitações e analisadas pelos modelos integrados III e IV. O intuito é identificar dentre os dois modelos integrados, qual deles proporcionam, quanto aos esforços e deslocamentos, os melhores resultados para o comportamento de edifícios de múltiplos pavimentos de concreto armado. 1.4 Estrutura do trabalho No decorrer do desenvolvimento do trabalho buscou-se dispor os assuntos e informações sempre com a preocupação em atender uma seqüencial lógica de formação do conhecimento, graduando o mesmo, ao longo dos capítulos, sempre do patamar geral para o específico. O trabalho está dividido basicamente em oito capítulos, sendo eles: introdução, conceitos iniciais, ações em estruturas de concreto armado, estabilidade estrutural, critérios de análise estrutural do edifício modelo, descrição da estrutura modelo, análise dos resultados do estudo de caso e conclusão. Cada um dos capítulos é subdividido em itens e subitens com a principal finalidade de promover, de forma seqüencial, a organização de toda a temática que será enfatizada no trabalho. A seguir será apresentada uma pequena consideração para cada um dos capítulos citados anteriormente: a) o primeiro capítulo envolve as informações iniciais, com o intuito de tanto apresentar o tema proposto quanto contextualizar o mesmo, sendo composto pelos seguintes itens: considerações iniciais, problemática, objetivo e estrutura do trabalho; b) o segundo capítulo aborda conceituação geral básica do trabalho a partir dos seguinte itens:tipos de elementos estruturais, tipos de modelos estruturais, trechos rígidos, largura colaborante de viga de seção T, diafragma rígido e tipos de análise; 5 c) o terceiro capítulos faz referência as ações e combinações que são consideradas pela norma de projeto de estruturas de concreto, sendo composto pelos itens: estados limites, coeficiente de ponderação das ações, combinações das ações e ação do vento; d) o quarto capítulo apresenta informações a respeito da estabilidade estrutural e é representados pelos seguintes itens: estabilidade global, parâmetros de estabilidade global, análise de estruturas de nós fixos, análise de estruturas de nós móveis e critérios de estabilidade do software; e) o quinto capítulo tem como finalidade definir e explicar os critérios definidos nos software de análise para os modelos de pórtico espacial e grelha, que será utilizado no estudo de caso, sendo discriminados através dos itens: modelos estruturais integrados, critérios de grelha e critérios do pórtico espacial; f) o sexto capítulo conta com a descrição da estrutura do edifício modelo, sendo estruturado da seguinte forma: descrição arquitetônica do edifício modelo, concepção estrutural, descrição dos materiais utilizados na estrutura, ações verticais atuantes na estrutura e ações do vento atuantes na estrutura; g) o sétimo capítulo apresenta os resultados e comparativos do estudo de caso, estando estruturado da seguinte forma: estabilidade global da estrutura, resultante dos carregamentos dos pilares e esforços das vigas; h) e por último o oitavo capítulo, onde serão avaliados os dados determinados nos estudos de caso, sendo o mesmo organizado da seguinte forma: estabilidade global da estrutura, resultante das cargas nos pilares, esforços nas vigas, considerações finais e sugestões para trabalhos complementares. 6 2 CONCEITOS INICIAIS Será dada, no presente capítulo, uma abordagem introdutória referente aos conceitos iniciais sobre os tipos de elementos estruturais e tipos de modelos estruturais como também considerações sobre trechos rígidos, largura colaborante de viga de seção T e diafragma rígido. 2.1 Tipos de elementos estruturais Os elementos estruturais podem ser interpretados como sendo partes componentes de uma estrutura, que possuem uma teoria de cálculo já consolidada no meio técnico. A classificação desses elementos é feita a partir de sua configuração geométrica e do esforço resistido pelo mesmo. Os elementos lineares, também denominados barras, têm como característica geométrica predominante a presençade uma dimensão com ordem de grandeza superior as outras duas, que compõem a seção transversal da peça. O critério utilizado para realizar tal distinção consiste em tomar a dimensão longitudinal como referencias, pois se a mesma for maior ou igual ao triplo da maior dimensão transversal do elemento, então o elemento pode ser dito linear. Os elementos de barra são representados, para efeito de análise, apenas pelo seu eixo longitudinal, e sua ligação com outros elementos estruturais se da quando é idealizada a interceptação entre os eixos dos elementos. Os elementos de superfície, diferentemente dos lineares, possuem uma de suas dimensões, no caso a espessura, bem menor do que as demais. Sua representação se resume ao seu plano médio, na qual, podem surgir, dependendo da orientação das ações que os solicitam, duas denominações: placas ou chapas. Nas chapas, as ações estão incidindo diretamente no plano médio, enquanto que nas placas, as ações se orientam normais ao mesmo. Os elementos de volume possuem todas as dimensões com a mesma ordem de grandeza. Na realidade, todos os elementos relacionados anteriormente são elementos de volume, já que todos possuem três dimensões, porem, não seria interessante do ponde de vista 7 da análise estrutural tal consideração, pois haveria a necessidade de utilizar modelos de cálculos mais complexos. Um edifício usual de concreto armado é composto por todos esses elementos relacionados anteriormente. Os elementos lineares representados pelas vigas, pilares e tirantes, enquanto que os elementos de superfície são relacionados às lajes e os elementos de volume por sua vez compreendem os blocos e fundações. 2.2 Tipos de modelos estruturais Os modelos estruturais podem ser interpretados como sendo a composição de um ou mais elementos estruturais, que por sua vez podem ser combinados de várias formas, dando origem a diferentes modelos. Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003), os modelos estruturais têm como principal finalidade flagrar os efeitos das ações, de uma determinada estrutura, com a finalidade efetuar as verificações dos estados limites último (ELU) e de serviço (ELS). Um mesmo elemento estrutural pode fazer parte de vários arranjos estruturais, e dependendo do arranjo estrutural o elemento pode está sujeito a esforços distintos. Portanto para poder prever todos os esforços, para um determinado elemento, muitas vezes se faz necessário a utilização de mais de um modelo estrutural, modelos que segundo Fusco (1976 apud FONTES, 2005, p. 9), são numerados hierarquicamente segundo a relevância do esforço aplicado no elemento. A NBR 6118 (ABNT, 2003), em seu capítulo quatorze, relaciona uma gama de modelos estruturais que podem ser empregados na análise para o desenvolvimento de projeto de estruturas de concreto. Dentre os modelos estão: viga contínua, pórtico plano, pórtico espacial e grelha. 2.2.1 Viga continua Modelos mais simples e mais aplicados nas décadas passadas, para análise de vigas, em escritórios de projeto de estruturas de concreto. Segue a estratégia de divisão da 8 estrutura global em pequenas frações com o intuito de facilitar o processo manual de análise. O modelo consiste em isolar as vigas de edifícios, que estão sujeitas as ações verticais provenientes do seu peso próprio, lajes, alvenarias, outras vigas, entre outros. As cargas são aplicadas normalmente ao seu eixo de simetria, que por sua vez está apoiada sobre pontos de apoio. Por estar inserida em um plano, o modelo de viga continua não prevê esforços torção, sendo necessário a utilização de um modelo secundário para os casos que os mesmos sejam determinantes para o pleno equilíbrio da viga. Portanto o presente modelo apenas tem a capacidade de determina momentos fletores e esforços cortantes. Os esforços normais não são representativos podendo ser desconsiderado da análise. As vigas, normalmente, se apóiam em pilares ou em outras vigas, que na idealização do modelo estrutural, podem ser considerados como apoios de primeiro e segundo gênero, rotulados, e apoios do terceiro gênero, engastados. Ainda existem apoios que não permitem a plena rotação da viga, ditos semi-rígidos, são simulados, no modelo estrutural, por mola, na qual a sua rigidez fica em função das características da geometria e da resistência do material do apoio. Para cada configuração da estrutura pode-se utilizar uma idealização de apoio para viga continua que melhor se adéqüe, pois mesmos os modelos mais simplificados quando bem utilizados rendem resultados muitos satisfatórios. A utilização do método clássico de vigas é permitida na NBR 6118 (ABNT, 2003) desde que sejam respeitadas certas exigências: a) não devem ser considerados momentos positivos menores que os que se obteriam se houvesse engastamento da viga nos apoios; b) quando a viga for solidária com o pilar intermediário e a largura do apoio, medida na direção do eixo da viga, for maior que a quarta parte da altura do pilar, não pode ser considerado momento negativo de valor absoluto menor do que o engastamento perfeito nesse apoio; c) quando não for realizado o cálculo exato da influência da solidariedade dos pilares com a viga, deve ser considerado, nos apoios extremos, momento fletor igual ao momento de engastamento perfeito multiplicado pelos coeficientes estabelecidos nas seguintes relações dispostas na Tabela 2.1. Outra forma de considerar as exigências normativas feitas para o caso de apoios extremos é aplicação do pórtico simplificado exposto na Figura 2.1. 9 Figura 2.1 – Pórtico simplificado para a obtenção dos coeficientes (NBR 6118: 2003). Tabela 2.1 – Coeficientes de solidariedade entre as vigas e os pilares externos (NBR 6118: 2003). Com o grande avanço tecnológico computacional, a análise de edifícios passou ser realizada por intermédio de modelos mais refinados, na qual não há necessidade de fracionar a estrutura para poder analisá-la, conferindo resultados mais condizentes com a realidade, em um tempo de processamento reduzido, esses entre outros motivos, torna a análise por intermédio de viga continua defasado dos demais. 2.2.2 Pórtico plano O pórtico plano, igualmente as vigas e como está caracterizado na sua definição, está inserido em um plano e é formado pela associação de elementos unidimensionais representados por pilares, tirantes e vigas. A ligação entre os elementos estruturais podem ser classificadas, como nas vigas, em rígida, semi-rígida e flexível, conforme o grau de restrição de movimento causado pelo apoio, que por sua vez é representado, para efeito de analise, por um nó. Pelo fato do modelo de pórtico plano considerar um maior número de elementos em sua análise, tornam-se mais precisos seus resultados, frente aos esforços da estrutura, quando a mesma é submetida às ações tanto verticais quanto horizontais. Por está contido em um plano, o pórtico plano não flagra esforços de torção na estrutura, restringindo a análise aos esforços de normais e cortantes, e momentos fletores. 10 Uma das vantagens do presente modelo é justamente aproveitar sua capacidade de analisar esforços na estrutura proveniente de ações horizontais, como o vento. Segundo Fontes (2005), com auxílios de certos artifícios, pode-se fazer a associação de vários outros pórticos planos, que estejam na mesma direção, por intermédio de barras articuladas nas extremidades, com o intuito de compatibilizar os deslocamentos, tanto de translação como de rotação, no plano do pavimento. 2.2.3 Pórtico espacial O pórtico espacial se assimila aos pórticos planos pelo fato de serem formados por elementos lineares, que, de forma similar, possuem as mesmas condições de ligações, rígida semi-rígida e flexível. No pórtico espacial a análise estrutural se configura de forma mais precisa já que engloba todosos esforços em seu processo de cálculo, como os esforços normais e cortantes e os momentos fletores e de torção em cada uma de seus elementos. Por se tratar de um modelo inserido no espaço tridimensional, permitem que a aplicação das ações sejam idealizadas em qualquer parte da estrutura, portanto, tanto as ações verticais quando as horizontais podem atuar de forma conjunta e variada, promovendo resultados combinados de esforços. Os benefícios que cercam a análise de uma estrutura pelo modelo de pórtico espacial são acompanhados por uma formulação mais complexa, já que passa a existir uma infinidade de nós, na qual possuem seis graus de liberdade cada, envolvendo rotações e translações em todos os eixos. Portanto se faz necessário o uso de ferramentas computacionais que disponham de análise matricial. Segundo Fontes (2005) a consideração da compatibilidade de deslocamentos a nível de pavimento, com o intuito de simular as lajes como diafragma rígido, é determinado a partir de certos artifícios computacionais. 11 2.2.4 Grelha As grelhas são estruturas contidas em um plano, composta por barras, paralelas aos dois eixos, e podem ser aplicadas na análise estrutural de pavimentos de uma edificação, simulando vigas ou lajes, tendo suas ligações, de forma similar aos demais modelos citados no presente capítulo, formados por nós, classificados com rígido ou articulados. A aplicação do modelo de grelha na análise de lajes consiste em fazer uma correlação entre a rigidez a torção e flexão da malha de barras geradas com o correspondente trecho de laje que está sendo representada, tornando o método mais preciso à medida que vão diminuindo o espaçamento das barras na discretização das lajes. No entanto segundo Stramandinoli e loriggio (2004 apud FONTES, 2005, p.16), em lajes maciças, quanto menor for o espaçamento entre as barras que compõe a grelha, menor será o valor do momento de inércia a torção da barra. De modo prático é feito um ajuste com base no momento de inércia a flexão com J=2I. A NBR 6118 (ABNT, 2003) permite uma redução da rigidez a torção em 15%, já que há uma diminuição de rigidez das peças fletidas de concreto pelo motivo de fissuração. As grelhas recebem as ações normais ao seu plano, ou seja, cargas verticais, podendo as mesmas estarem distribuídas ao longo das barras de equivalência ou incidindo nos nós de interseção entre duas barras perpendiculares. 2.3 Trechos rígidos Nas estruturas ditas articuladas, ou seja, formadas por elementos lineares, quando ocorre a interceptação entre seus eixos se forma uma ligação, que pode ser representada por nós. Quando as dimensões desses elementos que estão interagindo são significativas, quando comparados com vão e pés-direitos, a representação da ligação, entre eles, por nós passa a não representar mais com fidelidade o comportamento da estrutura, pois a ligação passa a impedir certos deslocamentos, na maioria dos casos à rotação, culminando, dessa forma, no aparecimento de esforços localizados. Portando, para levar em consideração o que foi exposto acima, é comum a substituição das ligações nodais por elementos com certa rigidez, de forma a melhor simular a ligação. 12 Nas ligações entre vigas e pilares, em edifícios de concreto armado, Fontes (2005) afirma, que é mais comum a adoção dos trechos rígidos nas vigas que nos pilares devido as dimensões características usuais adotadas em cada uma deles. O critério utilizado para a adoção e consideração de trechos rígidos em ligações entre elementos lineares é baseado no prescrito pela norma NBR 6118 (ABNT, 2003) e pode ser interpretada na Figura 2.2. Figura 2.2 – Ligações entre elementos lineares (NBR 6118: 2003). Na modelagem por pórtico espacial, a representação de vigas e pilares é feita através de barras, os trechos rígidos por sua vez, de forma análoga, são representados por barras, porem adicionais, com rigidez elevada, ou seja, barras rígidas, simulando dessa forma o efeito dos elementos estruturais pertencentes à ligação (offset-rígido). Segundo Kimura (2007) as técnicas de barra rígida e offset-rígido proporcionam resultados satisfatórios e equivalentes, porém o artifício do offset-rígido exige computacionalmente menos do processamento de uma estrutura já que o artifício não necessita da adição um nó a mais ao modelo. 2.4 Largura colaborante de vigas de seção T Devido ao processo de execução de estruturas de concreto armado, as lajes e vigas são concretadas conjuntamente, garantido dessa forma um monolitismo entre os dois elementos. Portanto a viga pode contar com a incorporação de uma determinada fração da laje a sua seção transversal, compatibilizando, na região considerada, as deformações. Então a distribuição de esforços internos, tensões, deformações e deslocamentos, dependem da solidariedade entre os dois elementos estruturais. 13 Esses trechos de interseção de viga e lajes podem ser modelados por meio de grelhas, no qual a barra que compõe o modelo considera as características referentes a uma inércia equivalente de ambos os elementos estruturais. A adoção de critérios para mensurar o quanto da laje pode ser incorporada ao modelo da viga é ditada pelas prescrições da NBR 6118: (ABNT, 2003), no qual os 10% da distância “a” que acresse a largura da viga faz alusão às considerações dos pontos de momento fletor nulo do tramo, para cada lado da viga em que houver laje colaborante. Portanto, para facilitar o processo de obtenção da largura colaborante da viga permite estabelecer uma relação entre o ponto de momento nulo e as considerações de apoio do tramo, como está relacionado a seguir: a) vigas simplesmente apoiadas: a = 1,0.l; (2.1) b) tramo com momento em uma extremidade: a = 0,75.l; (2.2) c) tramo com momento nas duas extremidades: a = 0,6.; (2.3) d) tramo em balanço: a = 2,0.l. (2.4) A NBR 6118 (ABNT, 2003) ainda faz referência ao limite para a adoção da parcela da laje que compõe o modelo de viga, sendo função da distância livre entre as faces das vigas e extremidade de bordos livres. Do ponto de vista do dimensionamento, a consideração de uma parcela da laje solidária a viga provoca um aumento na rigidez da mesma, já que a laje reforça a componente a compressão do binário resistente da viga. 2.5 Diafragma rígido Perante as ações horizontais as lajes juntamente aos vigamentos do pavimento proporcionam uma alta rigidez axial que pode ser considerado como um diafragma rígido. Conforme a analogia do fenômeno apresentada por Fontes (2005), a laje pode ser tomada como uma viga de grande altura, submetida à flexão. A consideração do diafragma rígido na estrutura implica que irá haver uma compatibilização dos deslocamentos horizontais de translação e rotação por parte de todos os pontos componentes do pavimento incluindo pontos pertencentes a pilares e vigas. A NBR 6118 (ABNT, 2003) faz algumas considerações ao comportamento de estruturas que consideram a aplicação do diafragma rígido, como também os critérios para a 14 adoção de tal artifício. Então é determinada na norma, citada acima, que as placas que forem considerados diafragmas rígidos tem que serem tomadas como rígidas em seu plano e não podem apresentar aberturas consideráveis. Em relação às dimensões, as lajes têm que se configurar de modo que o maior lado do retângulo circunscrito ao pavimento, em planta, não supere em três vezes o valor do seu lado menor. A consideração das lajes como diafragmas rígidos podem ser dispostos de diferentes formas em uma modelagem de um edifício, na qual irá depender do modelo estrutural adotado. 2.6 Tipos de análise estrutural Serão apresentadosos tipo de análise estrutural abordadas na NBR 6118 (ABNT, 2003), representadas pelas análises: linear, linear com redistribuição, plástica, não linear e através de modelos físicos. 2.6.1 Análise linear É um tipo de análise que tem como pré-requisito a utilização de materiais elástico- lineares. Um material é dito elástico quando ele consegue restituir sua forma inicial ao cessarem as ações externas que estejam agindo sobre o ele. Então se o material consegue restituir por completo a sua forma original ao cessarem as ações externas, o mesmo pode se classificado como perfeitamente elástico. Porem se a restituição as configurações iniciais forem parciais, o material é tido como parcialmente elástico. A análise linear considera uma relação de proporcionalidade entre as componentes de tensão e deformação do material, na qual é expressa por uma constante denominada módulo de elasticidade, módulo esse próprio de cada material. A teoria que envolve tal relação foi descoberta pelo cientista inglês Robert Hooke (1635-1703) onde em 1678 foi estabelecia a expressão Eq. (2.5) que define a teoria dos materiais elásticos lineares. (2.1) 15 A partir de um determinado nível de tensão em um determinado material passam a existir deformações residuais, ou seja, um ponto em que as configurações iniciais dos matérias ditos elásticos lineares não são restituídos, ponto esse denominado limite elástico, na qual passam a existir uma desproporcionalidade entre tensão e deformação, não obedecendo mais a teoria descrita por Hook. Abaixo do limite elástico há também uma proporcionalidade entre as deformações longitudinais e transversais. A constante que rege essa teoria é dita coeficiente de Poisson. No concreto esse valor segundo Fontes (2005) varia de 0,15 a 0,25, sendo de praxe a adoção de um valor médio de 0,2. O módulo de elasticidade adotado para projeto de estruturas de concreto é função da resistência característica do mesmo, e é expressa pelas expressões Eq. (2.6) e Eq. (1.7), porém o ideal seria que o módulo de elasticidade fosse realizado segundo ensaios descritos na NBR 8522 (ABNT, 1984). (2.6) (2.7) A análise linear é utilizada geralmente nas verificações do estado limite de serviço e do estado limite último na qual o último somente pode ser verificado quando garantir a ductilidade dos elementos estruturais. 2.6.2 Análise linear com redistribuição Em estruturas de concreto, pode-se perceber que as configurações dos esforços nos elementos estruturais não seguem um comportamento plenamente linear, passa a existir redistribuição dos esforços, idealizados na análise linear, decorrente da variabilidade das rigidezes entre os elementos estruturais. Quando um elemento estrutural passa do estádio I para o estádio II de deformação, passam a surgir fissuras no mesmo, acarretando uma diminuição de sua rigidez, forçando, dessa forma, a estrutura assumir um rearranjo dos esforços, diferentes dos idealizados com base na analise linear. Um exemplo clássico do efeito da redistribuição se dá em vigas continuas, onde o gráfico de momento fletor mostra picos de esforços localizados sobre os apoios, locais esses 16 na qual a viga passa para o estádio II de deformação, reduzindo assim a sua rigidez. Portanto a redistribuição dos esforços se desenvolve com a migração dos mesmos dos apoios para o vão. Então o processo de análise com redistribuição é um artifício utilizado para que não seja necessário a utilização de um modelo de análise plástica mais refinada. 2.6.3 Análise plástica A análise plástica toma como base o comportamento do material constituinte de um elemento estrutural, no qual o mesmo, ao ser submetido a certa intensidades de ações, atinge o seu limite elástico, acarretando, dessa forma, o aparecimento de deformações residuais, quando as ações são suspensas. As deformações residuais são denominadas plásticas. Portanto a deformação total do material que constitui o elemento estrutural será composta por duas parcelas, uma correspondente pela parcela permanente plástica e outra pela recuperável elástica. A plasticidade do material se faz muito relevante no comportamento de uma estrutura para considerar tal comportamento se faz a utilização de hipóteses de análise que incorpore a teoria da plasticidade, podendo classificar o material como elastoplástico perfeito ou elastoplástico com encurtamento. Tanto o comportamento elastoplástico perfeito quanto o elastoplástico com encurtamento idealizam uma fase, no comportamento do material, em que se mantém certa proporcionalidade entre tensões e deformações, ou seja, até o material atingir o seu limite elástico. O que difere os dois tipos de comportamento é justamente na sua fase plástica, onde no primeiro existe uma fase, após o limite de elasticidade, em que o material sofre escoamento sem aumento de tensão, já na segunda hipótese, o material escoa com aumento de tensão, ou seja, quando o material é descarregado é necessária uma tensão maior para que o material volte a plastificar. Segundo Fontes (2005), há um melhor aproveitamento dos materiais quando são consideradas as hipóteses de análises plásticas, pois passa-se a fazer uma análise limite da estrutura. Uma das principais aplicações da teoria da plasticidade dos matérias, na análise de estruturas em concreto armado, se faz com a consideração das rótulas plásticas. Quando o concreto armado é solicitado, por ações externas, que provoquem um acréscimo de tensões até que se atinja o limite de plasticidade, o material plastifica e passam a serem idealizadas, nesses pontos, articulações ou rótulas plásticas. 17 2.6.4 Análise não linear A não linearidade de um material está atrelada ao seu comportamento quanto à relação entre tensão e deformação, na qual, diferentemente das hipóteses vistas anteriormente, não obedece a uma relação de proporcionalidade entre as duas variantes. A consideração da não linearidade de uma estrutura de concreto armado torna a análise da mesma muito mais refinada, portanto, a analise linear, por ser mais simples, é mais utilizada em escritórios de projetos de estruturas de concreto armado. A realização da análise não linear tem com o intuito proporcionar a verificação tanto do estado de limite último quanto de serviço para os elementos lineares, de superfície e volume. A análise não linear consiste em determinar os esforços de uma estrutura a partir das características finais das mesmas referentes à geometria e ao arranjo das armaduras no interior dos elementos estruturais. A análise representa um processo interativo, onde as verificações são realizadas até que se consiga obter um resultado compatível entre os esforços e os arranjos geométricos e de detalhamento. Existem dois tipos e análise não linear. A não linearidade física faz referência do comportamento do material frente a relação entre tenção e deformação. A não linearidade geométrica considera a relação não linear entre deformações e deslocamentos, e o equilíbrio na posição deformada da estrutura. 2.6.5 Análise através de modelos físicos Consiste em representar e analisar uma estrutura por intermédio de um modelo físico seja em escada reduzida ou escala natural. O protótipo deve possuir todas as características presentes na estrutura real, apresentando dessa forma uma compatibilidade nos resultados finais do estudo. A garantia da proporcionalidade dos efeitos é garantida pela escolha adequada do material constituinte bem com da geometria equivalente dos elementos estruturais representados. 18 3 AÇÕES EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO No presente capítulo será, inicialmente,conceituada e explicitada a consideração dos estados limites adotada pela NBR 6118 (ABNT, 2003) com o intuito de fundamentar a temática das ações em estruturas de concreto armado. Essa temática irá contar com a determinação dos coeficientes de ponderação das ações atuantes na estrutura, como também as combinações normatizadas pela NBR 8681 (ABNT, 2003) e a geração das mesmas através do software de análise. 3.1 Estados limites Os modelos de cálculo dos estados limites começaram a serem adotados pela NBR 6118, a partir da edição de 1978, seguindo dessa forma a proposta do modelo da CEB/FIP, de 1972, sendo a combinação dos métodos dos estados limites e dos probabilísticos. No método dos estados limites a segurança passa por uma verificação através da comparação das solicitações, que são majoradas por coeficientes de segurança, com os esforços resistentes nas seções dos elementos estruturais na qual a resistência de seus materiais constituintes são ponderados por coeficientes minoradores. O método estatístico considera variáveis os parâmetros de segurança, tomando como base uma representação que considera a aleatoriedade das variáveis envolvidas na segurança estrutural. O método convencionado na NBR 6118 (ABNT, 2003) é descrito com um método de Estados Limites Semiprobabilístico, pela impossibilidade de dar um pleno tratamento estatísticos a todos os valores que cercam a garantia da segurança da estrutura de concreto armado. Os estados limites estão subdivididos, dentro da norma brasileira, em Estado Limite Último e Estado Limite de Serviço, na qual cada um dos modelos conta com distintas considerações quanto a sua aplicação e objetivo. 19 3.1.1 Estado limite último (ELU) O estado limite último é o limite pelo qual a estrutura deixa de atender aos requisitos de segurança, resultando na paralisação, em parte ou em toda estrutura. A verificação da segurança estrutural segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003) devem ser sempre verificadas em relação aos seguintes Estados de Limite Último: a) estado limite último da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido, b) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte, devido às solicitações normais e tangenciais, admitindo-se a redistribuição dos esforços internos, desde que seja respeitada a capacidade de adaptação plástica, e admitindo-se, em geral, as verificações separadas das solicitações normais e tangenciais, c) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte, considerando os efeitos de segunda ordem, d) estado limite último provocados pelas solicitações dinâmicas, e) estado limite último de colapso progressivo, f) outro estados limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais. 3.1.2 Estado de limite de serviço (ELS) Estado limite de serviço corresponde às condições de pleno funcionamento da estrutura, e está relacionada a requisitos de durabilidade das estruturas, aparência, conforto do usuário e a bom funcionamento de equipamentos. Os estados limites de utilização estão divididos na NBR6118 (ABNT, 2003) em: a) estado limite de formação de fissuras (ELS-F): estado em que se inicia a formação de fissuras. b) estado limite de abertura de fissuras (ELS-W): estado em que as fissuras apresentam com aberturas iguais aos maximos para a utilização normal. c) estado limite de deformação excessiva (ELS-DEF): Estado onde as deformações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal. d) estado limite de descompressão (ELS-D): Estado no qual em um ou mais pontos da seção transversal a tensão normal é nula, não havendo tração no restante da seção. 20 e) estado limite de descompressão parcial (ELS-DP): estado no qual garante-se a compressão na seção transversal, na região onde existem armaduras ativas. f) estado limite de compressão excessiva (ELS-CE): estado em que as tensões de compressão atingem o limite convencional estabelecido pela norma. g) estado limite de vibração excessiva (ELS-VE): Estado em que as vibrações atingem os limites estabelecidos pela norma. 3.2 Coeficientes de ponderação das ações O coeficiente de ponderação tem como principal finalidade majorar as ações que estão atuando nas estruturas. O coeficiente de ponderação representado pelo símbolo γf é composto pelo produto de mais três coeficientes sendo eles, γf1, que considera a variabilidade das ações, o γf 2, que leva em consideração a simultaneidade das ações e γf3, que considera os possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações, como representado na Eq. (3.1). Os coeficientes podem combinar-se de vários modos, com o intuito de promover uma gama de combinações, simulando diversos casos de carregamento, tanto para o estado limite último quanto o de serviço. O índice da simbologia do ponderador pode ser adaptado para os tipos de ações que estão sendo consideradas seja para as ações permanentes (γg), variáveis diretas (γq), protensão (γp) e ações indiretas (γe). (3.1) 3.2.1 Coeficientes de ponderação das ações para o ELU Os ponderadores do estado limite último estão descrito nas Tabela 3.1 e Tabela 3.2 de forma análoga ao presente na NBR 6118 (ABNT, 2003) descriminando os coeficientes γf1, γf2 e γf3. 21 Tabela 3.1 – Valores do coeficiente γf = γf1 . γf3 (NBR 6118: 2003) Tabela 3.2 – Valores do coeficiente γf2 (NBR 6118: 2003). 3.2.2 Coeficientes de ponderação das ações para o ELS Para o estado limite último o ponderador é geralmente formado apenas por γf2, ou seja γf é o próprio γf2, isso ocorre devido a variabilidade de combinações que se pode obter no presente coeficiente já que o mesmo é formado pelos fatores de redução ψ1 e ψ2 que estão presentes na Tabela 3.2. 3.3 Combinações das ações Em uma determinada estrutura, várias são as ações que nela atuam, portanto, devido tal consideração, são previstas pela NBR 8681 (ABNT, 2003) a combinação das ações 22 que estão sujeitas a certa probabilidade de atuarem conjuntamente sobre a estrutura em um determinado período. As combinações das ações têm como principal intuito solicitar uma estrutura de modo a proporcionar uma configuração mais desfavorável de esforços, para que possam ser realizadas as verificações de segurança em ralação ao estado limite último e de serviço, a partir das combinações ultimas e de serviço respectivamente. 3.3.1 Combinações últimas As combinações últimas, como descritas anteriormente, representam as combinações que devem ser consideradas na verificação do estado de limite último da estrutura, tendo como principal peculiaridade a presença das ações permanentes com sues valores característicos majorados. As combinações dispostas na NBR 8681 (ABNT, 2003) são classificadas como combinações últimas normais, especiais e excepcionais. 3.3.1.1 Combinações últimas normais São previstas nas combinações últimas normais a ponderação das ações permanentes, diretas e indiretas, por coeficientes majoradores. Dentre as ações variáveis que atuam na estrutura é selecionada uma para ser classificada como principal, na qual atua com seu valor característico, enquanto que as secundárias são minoradas, por coeficientes que levam em consideração a simultaneidade das ações, como indicado na Eq. (3.2). (3.2) 3.3.1.2 Combinações últimas especiais As combinações últimas especiais se configuram de forma quase análoga as normais, descritas anteriormente. Podendo também ser denominada ações ultimas de 23 construção, tem como característica priorizar o efeito das ações permanentes a partir de coeficientes majoradores.