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Furto Roubo Apropriação Indébita Dano Estelionato 2023

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F U R T O 
 ART. 155, CP 
“Subtrair, para si ou para outrem, coisa 
alheia móvel: Pena – reclusão de um a 
quatro anos, e multa”. 
Subtrair é furtar, pegar, tomar para si 
alguma coisa pertencente a alguém. 
FURTO – Art. 155, CP 
• Subtrair: apossar-se, 
apoderar-se de coisa 
pertencente a outrem. 
• Ladrão que furta ladrão 
• Bem deve ser retirado da 
posse do legítimo 
possuidor 
• Coisa = objetos 
inanimados ou 
semoventes, desde que 
possuam algum valor 
econômico. 
• Furto implica em retirar o 
objeto da posse e 
vigilância do seu legítimo 
proprietário, o qual deverá 
permanecer na posse 
mansa e tranquila do 
agente, ainda que por 
breve período de tempo. 
• Coisa de estimação (res 
estimatio) – não configura 
crime (mas pode ser 
reparado na esfera cível). 
 
 
FURTO – Art. 155, CP 
• Coisa pode ser: 
Furtada (res furtiva) – art. 
155, CP; 
Perdida (res amissa) – art. 
169, II, CP; 
Esquecida (res oblitus) – 
art. 155, CP; 
Abandonada (res derelicta) 
– fato atípico; 
De ninguém (res nullius) – 
fato atípico. 
Princípio da 
Insignificância 
• Furto Famélico 
Cadáver: (reliquiae 
humani ) somente será coisa 
móvel de furto se pertencer a 
um museu ou Faculdade 
Medicina, que o exibe p/ fins 
didáticos ou científicos. Caso 
contrário, poderá configurar o 
crime do art. 211, CP; ou, 
ainda, o art. 14, Lei nº 
9.434/97. 
 
 
Furto 
Furto em Supermercado: 
Caso uma pessoa esconder 
uma mercadoria retirada da 
prateleira do supermercado sob 
sua blusa, ou na bolsa, ao sair 
do estabelecimento será presa 
por tentativa de furto. Esta é a 
posição majoritária da 
doutrina e da jurisprudência. 
É claro que os funcionários do 
Supermercado estavam-na 
vigiando por câmeras, e a 
esperaram sair sem efetuar o 
pagamento da mercadoria. 
• Havendo agressão aos 
seguranças, o furto se 
transformaria em roubo 
impróprio. 
• Existem alguns 
posicionamentos 
jurisprudenciais isolados 
reconhecendo, na hipótese 
citada, o chamado crime 
impossível. Seria mais, na 
verdade, uma situação 
igual ao flagrante 
esperado. 
FURTO 
• Furto Famélico: é 
aquele praticado quando 
o agente se encontrava 
em total estado de 
penúria, e subtrai, p.ex., 
pequena quantidade de 
alimento para saciar a 
fome. Trata-se de 
excludente de ilicitude, 
em virtude do estado de 
necessidade do autor. 
Pode configurar, também, o 
furto famélico: o agente que 
subtrai um cobertor para não 
morrer de frio, ou um 
medicamento para não morrer 
em razão da doença, um pão, 
para não morrer de fome etc. 
O furto famélico restará 
caracterizado quando o 
agente não dispunha de 
outros meios para 
conseguir o alimento, o 
remédio ou o cobertor. 
FURTO 
• Furto de uso, desde que a 
restituição da coisa seja: 
rápida, integral e sem dano, 
e antes que a vítima 
comunique o fato 
• Furto em túmulos e 
sepulturas: arts. 155, 210, 
211, CP 
• Alarme disparado: Neste 
caso estaremos diante de 
uma tentativa de furto. 
• Autorressarcimento de 
dívida e furto = art. 345, 
CP 
• Subtração através de 
trombada (roubo). 
• Coisa móvel deve ser alheia, 
ou seja, deve pertencer a 
outra pessoa, que tenha a 
posse ou a propriedade da 
mesma. 
• Subtrair folha de cheque, 
fazendo-se passar pelo 
correntista = estelionato; se 
o cheque estiver preenchido 
e assinado = furto; cheque 
em branco que não será 
utilizado = atipicidade (STF e 
STJ). 
FURTO 
• Causa de Aumento de 
Pena - § 1º 
Repouso Noturno: vai 
do pôr do sol ao seu 
nascer. 
Incidência apenas no 
furto simples, não 
incide no qualificado. 
 
 
• Furto Privilegiado - § 2º 
Primariedade, ou seja, não ser o 
agente reincidente. Não se 
exige bons antecedentes. 
Pequeno valor, 
jurisprudencialmente fixado 
em até um salário mínimo – 
R$ 1.100,00, vigente à época 
do crime. 
• Possível aplicar-se o 
privilégio ao furto 
qualificado (§ 4º)? Não. STJ 
e STF já decidiram ao contrário, 
que pode, apesar da disposição 
topográfica do dispositivo. 
• É possível aplicar-se os §§ 
1º e 2º concomitantemente ao 
mesmo fato? Sim. 
FURTO 
• Furto de energia 
elétrica - § 3º 
• A energia elétrica é 
equiparada à coisa móvel. 
• Trata-se de crime 
permanente. 
• Sinais de TV a cabo ou de 
pulsos telefônicos têm sido 
reconhecidos pelos 
Tribunais, como extensão 
da norma. 
 
• Qualificadoras - § 4º 
Inc. I – Destruição ou 
Rompimento de Obstáculo: 
gangue da marcha a ré; 
quebrar vidro do veículo 
para furtá-lo; 
Furto Qualificado – Art. 155, § 4º, 
• Inc. II – Abuso de Confiança: confiabilidade, 
credibilidade; empregada doméstica. 
• Esta confiança decorre da amizade, parentesco, 
coleguismo no trabalho, namoro, noivado etc. É 
o caso do tesoureiro da empresa; da 
empregada doméstica etc. 
 
FURTO QUALIFICADO – Art. 155, § 4º, II 
Fraude: engano, engodo: 
como no caso de uma 
pessoa que distrai o único 
vendedor da loja para que o 
comparsa furte objetos da 
mesma; ou aquele que 
desliga a energia de uma 
casa, e depois faz-se passar 
por funcionário para efetuar o 
conserto. Temos, ainda, o 
caso daqueles que criam 
sites falsos de bancos para 
terem acesso aos dados da 
vítima. 
• Diferença entre a fraude 
do furto qualificado e a 
fraude do estelionato: No 
estelionato o 
despojamento do bem é 
voluntário e a entrega do 
bem é desvigiada; no 
furto, ocorre por erro, e a 
entrega é vigiada. 
• Entregar o carro na porta 
do restaurante para ser 
estacionado (trata-se de 
estelionato) 
 
Fraude do Furto e Fraude do Estelionato 
Comerciante que recebe 100 
notebooks, e o agente simula 
ser policial, dizendo que os 
aparelhos são falsificados; 
apreende os aparelhos e os 
leva à suposta Delegacia, na 
companhia da vítima. No 
caminho simula defeito na 
viatura, e pede para a vítima 
empurrar, quando sai com o 
carro deixando a vítima 
sozinha. FURTO MEDIANTE 
FRAUDE. 
Realizar test drive em veículo, e 
desaparecendo com o mesmo, é 
Furto mediante fraude. 
Sacar dinheiro de caixa eletrônico 
com cartão clonado é Furto 
mediante fraude. 
Fazer compras com cartão de 
crédito clonado, enganando o 
vendedor da loja, é Estelionato. 
O entendimento firmado pela 
Terceira Seção desta Corte 
Superior é no sentido de que a 
realização de saques indevidos na 
conta corrente da vítima, sem o 
seu consentimento, seja por meio 
de clonagem de cartão e/ou senha, 
seja por meio de furto do cartão, 
seja via internet, configuram o 
delito de furto mediante fraude. 
Precedentes. 
(AgRg no AREsp 829.276/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, 
SEXTA TURMA, julgado em 17/10/2017, DJe 23/10/2017) STJ 
Fraude do Furto e Fraude do 
Estelionato 
Da mesma forma, aquele que no supermercado esconde 
um relógio da exposição numa caixa com água mineral, o 
crime será o de furto mediante fraude, se o agente sair do 
estabelecimento pagando apenas pela água. 
Fraude do Furto e Fraude do 
Estelionato 
Entretanto, se o agente trocar etiqueta de preço, 
e conseguir sair do estabelecimento pagando pelo 
produto mais caro o menor valor, é um típico caso 
de estelionato. 
No primeiro caso houve subtração, no segundo 
caso houve a obtenção de vantagem indevida com 
prejuízo alheio. 
 
FURTO QUALIFICADO 
• Escalada: é subir, pular 
ou galgar um local mais 
alto. Remover as telhas 
de uma casa. 
• Destreza: é agilidade, 
habilidade, como no caso 
do batedor de carteira. 
• Inc. III – Chave Falsa: 
aquela que guarda 
semelhança com a 
original. Sendo a chave 
verdadeira, será por 
abuso de confiança. 
• Inc. IV – Concurso de 
duas ou mais pessoas 
(art. 29, CP). 
Qualificadora 
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 
(quatro) a 10 (dez) anos e multa, 
se houver emprego de explosivo 
ou de artefato análogo que cause 
perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 
 
 
 
CRIMES HEDIONDOS – LEI Nº 8.072/90 
IX - furto 
qualificado pelo 
emprego de 
explosivo ou de 
artefato análogo
que cause perigo 
comum (art. 155, 
§ 4º-A); 
§ 4º-A, Art. 155, CP: A 
pena é de reclusão 
de 4 (quatro) a 10 
(dez) anos e multa, 
se houver emprego 
de explosivo ou de 
artefato análogo que 
cause perigo 
comum. (Incluído pela Lei nº 
13.654, de 2018 
LEI Nº 14.155, DE 27 DE MAIO DE 2021 
Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
(Código Penal), para tornar mais graves os crimes de 
violação de dispositivo informático, furto e estelionato 
cometidos de forma eletrônica ou pela internet; e o 
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de 
Processo Penal), para definir a competência em 
modalidades de estelionato. 
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 
(oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude 
é cometido por meio de dispositivo eletrônico 
ou informático, conectado ou não à rede de 
computadores, com ou sem a violação de 
mecanismo de segurança ou a utilização de 
programa malicioso, ou por qualquer outro 
meio fraudulento análogo. 
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, 
considerada a relevância do resultado 
gravoso: 
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois 
terços), se o crime é praticado mediante a 
utilização de servidor mantido fora do 
território nacional; 
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se 
o crime é praticado contra idoso ou vulnerável. 
FURTO – Art. 155, CP 
• Qualificadora - § 5º 
Quando o veículo furtado tiver sido levado para outro 
Estado da Federação, ou outro País. Se permanecer na 
mesma unidade federativa o furto será simples. 
Se houver incidências dos §§ 4º e 5º, ao mesmo tempo, 
aplica-se apenas a qualificadora do § 5º, servindo o § 4º 
como critério definidor da pena-base. 
O legislador esqueceu-se do Distrito Federal. 
A definição do que vem a ser veículo automotor deve 
ser buscada no CTB. 
 
Art. 155, CP 
§ 6o A pena é de 
reclusão de 2 (dois) a 
5 (cinco) anos se a 
subtração for de 
semovente 
domesticável de 
produção, ainda que 
abatido ou dividido 
em partes no local da 
subtração. (Incluído 
pela Lei nº 13.330, de 2016) 
§ 7º A pena é de 
reclusão de 4 (quatro) a 
10 (dez) anos e multa, se 
a subtração for de 
substâncias explosivas 
ou de acessórios que, 
conjunta ou 
isoladamente, 
possibilitem sua 
fabricação, montagem ou 
emprego. (Incluído pela 
Lei nº 13.654, de 2018) 
Furto de Coisa Comum 
Art. 156, CP – Furto de Coisa Comum. 
• Crime próprio: cometido por condômino, 
coerdeiro ou sócio. 
 
 Roubo – art. 157, CP 
É um furto associado a outras 
figuras típicas: ameaça ou lesão 
corporal. 
• Trata-se de crime 
complexo, pois atinge 
diversos bens jurídicos 
penalmente tutelados: o 
patrimônio, a incolumidade 
física ou a liberdade individual. 
• Princípio da Insignificância: 
não possui aplicabilidade. 
• Roubo em estado de 
necessidade: admitido pela 
doutrina e jurisprudência. 
Formas de Violência: 
• Vis corporalis; 
• Vis compulsiva; 
• Vis praesumptionis. 
“ou qualquer outro meio” 
= interpretação analógica 
extensiva. 
Boa noite cinderela 
Hipnose 
Embriaguez etc 
 
Roubo – art. 157, CP 
Roubo Próprio = 
caput do art. 157, CP 
A violência ocorre 
antes da subtração, 
para conseguir a 
coisa; 
Roubo Impróprio = § 
1º, art. 157, CP. 
A violência ocorre 
após a subtração, 
para assegurar a 
detenção da coisa. 
 
• Causas de Aumento de 
Pena = § 2º: A pena 
aumenta-se de 1/3 (um 
terço) até 1/2: 
Seis casos: 
1º concurso de duas ou 
mais pessoas. Pode um dos 
agentes ser menor de 18 
anos ou doente mental. 
Basta a participação 
intelectual ou assistencial 
(olheiro). Se houver 
associação criminosa (art. 
288, CP), afasta-se a 
qualificadora, restando 
concurso material de crimes 
(art. 155 e 288, CP). 
 
 
Causas de Aumento de Pena do Roubo 
2º - se a vítima está em serviço de 
transporte de valores e o agente 
conhece tal circunstância. 
Valores: dinheiro, selos, pedras ou 
metais preciosos etc). Assalto a 
carro-forte configura esta 
qualificadora. 
Os roubos de cargas não 
configuram a qualificadora. 
3º - Se a subtração for de veículo 
automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou 
para o exterior. 
O legislador esqueceu-se do Distrito 
Federal. 
A definição do que vem a ser veículo 
automotor deve ser buscada no CTB. 
 
4º - Se o agente mantém a vítima 
em seu poder, restringindo sua 
liberdade. 
Cerceamento de Liberdade: 
a) O agente segura a vítima por 
breve tempo, até tomar-lhe o bem = 
roubo simples; 
b) O agente segura a vítima por 
tempo superior ao necessário = 
roubo com aumento de pena; 
c) O agente, além de subtrair o 
veículo da vítima, tem a nítida 
intenção de privar sua liberdade 
para subtrair-lhe outros bens = 
sequestro relâmpago (art. 158, § 
3º). 
 
Causas de Aumento de Pena do Roubo 
5º - se a 
subtração for de 
substâncias 
explosivas ou de 
acessórios que, 
conjunta ou 
isoladamente, 
possibilitem sua 
fabricação, 
montagem ou 
emprego. 
 
Ocorre no caso do 
agente subtrair 
dinamites de 
pedreiras, ou de 
depósitos de armas 
das Forças Armadas 
ou do interior de 
Fóruns ou Delegacias 
de Polícias, onde 
explosivos estejam 
apreendidos. 
Causas de Aumento de Pena do Roubo 
 6º - se a violência ou grave ameaça 
é exercida com emprego de arma 
branca. 
Essa norma foi introduzida pelo pacote anti- 
crime da Lei nº 13.964/19. 
Antes dessa norma o uso de arma branca 
não configurava o aumento de pena, 
apenas a figura simples. 
Incidência de Causas de 
Aumento de Pena 
• Critério aritmético jurisprudencial no caso de incidirem 
mais de uma causa de aumento de pena ao mesmo 
crime: 
1 causa = aumenta 1/3 
2 causas = aumenta 3/8 
3 causas = aumenta 2/5 
4 causas = aumenta .... 
5 causas = aumenta .... 
6 causas = aumenta 1/2 
 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 
(dois terços): 
 I – se a violência ou 
ameaça é exercida com 
emprego de arma de fogo 
Arma deve ser própria, 
pois, se imprópria, não 
incidirá no aumento da 
pena. 
Configura roubo simples: 
arma imprópria, arma de 
brinquedo; uso de dedo sob 
as vestes; arma defeituosa 
absolutamente ineficaz. 
Configura roubo agravado: 
arma desmuniciada ou 
relativamente eficaz. 
 
 II – se há destruição ou 
rompimento de obstáculo 
mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato 
análogo que cause 
perigo comum. 
Como ocorre, 
comumente, nos casos 
de explosões de caixas 
eletrônicos, em que 
resulta perigo comum. 
Aumento de Pena do Roubo 
 § 2º-B. Se a violência ou grave 
ameaça é exercida com emprego 
de arma de fogo de uso restrito ou 
proibido, aplica-se em dobro a pena 
prevista no caput deste artigo. 
Arma de brinquedo: 
Não intimidativa: art. 
17, CP. 
Crime Impossível 
Arma de 
brinquedo: Se 
intimidativa: 
art. 157, caput, 
CP. 
Armas brancas 
Arma branca: Art. 
157, § 2º, VII, CP 
Aumento de pena de 
1/3 a 1/2 
ARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDO 
Arma de Fogo uso 
permitido: Art. 157, § 2º-A, 
CP 
Aumento de pena de 2/3 
ARMAS DE FOGO DE USO RESTRITO 
Arma de fogo de uso 
restrito ou proibido: Art. 
157, § 2º-B, CP 
Aumento de pena dobro 
ARMAS DE FOGO DE USO PROIBIDO 
Arma de fogo de 
uso restrito ou 
proibido: Art. 
157, § 2º-B, CP 
Aumento de pena 
dobro 
Crimes Hediondos 
• II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
a) circunstanciado pela restrição de liberdade 
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); Aumento de 
pena 
b) circunstanciado pelo emprego de arma de 
fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego 
de arma de fogo de uso proibido ou restrito 
(art. 157, § 2º B); Aumento de pena 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal 
grave ou morte (art. 157, § 3º); (Latrocínio) 
 
Qualificadoras 
 § 3º Se da violência resulta: 
 I – lesão corporal grave, a pena é de 
reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e 
multa; 
 II – morte, a pena
é de reclusão de 20 
(vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
Roubo Qualificado pela Morte – art. 157, § 3º, II, CP 
• Latrocínio - § 3º: Quando o 
agente mata para roubar. Neste 
caso a morte é um meio para a 
subtração do bem. 
Trata-se de crime hediondo e 
preterdoloso. Moderna doutrina 
entende que o resultado morte 
também pode ocorrer a título de dolo 
ou culpa. 
O resultado morte deve decorrer do 
emprego da violência física, pois se 
oriundo da grave ameaça (onde a 
vítima sofre um infarto), não se 
caracterizará o latrocínio. 
O latrocínio pode decorrer do roubo 
próprio ou impróprio. 
Vítima não necessita ser a pessoa 
roubada. Pode ser terceira pessoa, 
policial, guarda noturno etc 
 
Se um ladrão acaba matando o 
comparsa que participava do roubo, 
não estaremos diante do latrocínio, 
pois o agente que morreu não pode 
ser considerado vítima de um 
latrocínio e autor ao mesmo tempo do 
roubo. O que o matou responderá por 
homicídio em concurso material 
com o roubo. Há entendimento 
diverso no sentido de que caracteriza 
o latrocínio. Agora, se o autor errou 
o tiro disparado contra a vítima 
(dolosamente), acertando o 
comparsa (culposamente), aí será 
latrocínio (art. 73, CP). 
Se houver concomitância dos §§ 2º 
e 3º, aplica-se apenas o § 3º, 
funcionando as causas do § 2º como 
circunstâncias judiciais do art. 59. 
 
 
 
 
 
 
Roubo Qualificado pela Morte – art. 157, § 3º, II, CP 
Haverá latrocínio quando o 
agente apenas amordaçar a 
vítima para que esta não grite, 
não querendo sua morte, mas a 
vítima acaba morrendo por 
asfixia, o autor responderá por 
latrocínio a título preterdoloso. 
 
Caso a morte da vítima decorrer 
da grave ameaça, onde a mesma 
vem a sofrer um infarto, o agente 
responderá por roubo agravado 
pelo emprego da arma de fogo 
em concurso formal com o 
homicídio culposo, consoante o 
art. 70, CP. 
 
Caso o agente, ao roubar um 
carro, venha a manter a vítima ao 
seu lado, e na sequência 
provocar um acidente de trânsito, 
com a morte da vítima, 
responderá por roubo em 
concurso material com o art. 302, 
CTB. Excluído estará o latrocínio, 
uma vez que a morte não 
decorreu da violência empregada 
pelo roubador. 
Agora, se a vítima está sendo 
assaltada, e ao fugir correndo vier 
a ser atropelada e morta, 
ensejará na responsabilização do 
autor por roubo apenas. 
Roubo Qualificado pela Morte – art. 157, § 3º, CP 
Se o ladrão mata a vítima no 
momento do roubo para assegurar 
a sua impunidade (dolo direto ou 
eventual), o crime será o latrocínio; 
mas se matar dias depois, 
responderá por roubo em concurso 
material com homicídio qualificado. 
Havendo desígnios autônomos 
entre o roubo e o homicídio é que 
podemos falar em homicídio 
doloso. 
Crime único contra o patrimônio, 
com multiplicidade de vítimas = 
crime único de latrocínio. 
Entretanto, se houver dois crimes 
contra o patrimônio, com duas 
pessoas mortas, haverá dois 
latrocínios. 
Se o agente ao roubar um Banco, 
percebe a presença de um inimigo 
entre os clientes, e aproveitando o 
ensejo decide matá-lo, não 
responderá por latrocínio ( 
homicídio em concurso material 
com o roubo; uma vez que não 
matou para viabilizar o roubo , nem 
para assegurar sua impunidade). 
Pode ocorrer tentativa de 
latrocínio? SIM 
RC + HT = LT 
RT + HT = LT 
RC + HC = LC 
RT + HC = LC 
Vide Súmula 610, STF. 
 
Súmula 610 
Há crime de latrocínio, quando o homicídio 
se consuma, ainda que não realize o 
agente a subtração de bens da vítima. 
 
● Consumação do crime de latrocínio e dispensa da subtração 
patrimonial 
Quanto à configuração típica, observo, inicialmente, que, superado o 
questionamento probatório, não há divergência no que se refere ao cerne 
dos fatos: em um assalto contra dois motoristas de caminhão, um foi 
alvejado e faleceu e o outro sofreu ferimentos, mas sobreviveu. O 
Recorrente, diante da tentativa de fuga dos motoristas, efetuou disparos de 
arma de fogo em sua direção, vindo a atingi-los. Não foi esclarecido na 
denúncia ou na sentença e acórdão, se o Recorrente logrou obter a 
subtração patrimonial. Entretanto, a questão perde relevância diante da 
morte de uma das vítimas, incidindo na espécie a Súmula 610 desta 
Suprema Corte: "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, 
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima". 
[RHC 107.210, voto da min. Rosa Weber, 1ª T, j. 10-9-2013, DJE 210 de 
23-10-2013.] 
Art. 158 - EXTORSÃO 
• O verbo constranger denota 
forçar, obrigar alguém, através 
de violência ou grave ameaça, 
e com a intenção de obter para 
si ou para outrem indevida 
vantagem econômica, a 
fazer, tolerar que se faça ou 
deixar de fazer alguma coisa. 
• Muito parecido com roubo. 
• No roubo a coisa está à 
mão; na extorsão depende 
da colaboração do ofendido. 
É um crime patrimonial 
semelhante ao roubo. Na 
extorsão existe a participação 
ativa do ofendido, enquanto que 
no roubo a vítima assume papel 
meramente passivo. No roubo o 
autor exibe uma arma à vítima e 
determina que a mesma saia do 
veículo; na extorsão o agente 
exibe a arma ao filho da vítima, 
obrigando-a a buscar o carro 
na garagem. 
Art. 158 - EXTORSÃO 
• O texto legal fala em indevida 
vantagem econômica, pois 
se a vantagem a ser auferida 
for devida, o delito será outro 
(art. 345, CP – exercício 
arbitrário das próprias razões). 
• Vantagem sexual – art. 213; 
• Vantagem pessoal não 
econômica – art. 146. 
• Trata-se de crime comum, 
formal, instantâneo, de dano. 
Admite a tentativa. 
• A extorsão somente será 
considerada crime hediondo 
se for qualificada pela morte. 
 
• O simples constrangimento, 
sem qualquer atuação do 
ofendido (participação) não 
passa de uma tentativa. A 
consumação ocorre quando a 
vítima age, após o 
constrangimento do autor, sem 
a necessidade de que este 
obtenha para si ou para 
outrem a indevida vantagem 
econômica (Súmula 96, STJ). 
• Agente funcionário público = 
a exigência (sem violência ou 
grave ameaça) é concussão 
• Sequestro relâmpago: art. 
158, § 3º, CP. 
CRIMES HEDIONDOS – LEI Nº 8.072/90 
O texto legal fala em indevida 
vantagem econômica, pois se 
a vantagem a ser auferida for 
devida, o delito será outro (art. 
345, CP – exercício arbitrário 
das próprias razões). 
Vantagem sexual – art. 213; 
Vantagem pessoal não 
econômica – art. 146. 
Trata-se de crime comum, 
formal, instantâneo, de dano. 
Admite a tentativa. 
A extorsão somente 
será considerada 
crime hediondo se for 
qualificada pela morte. 
IV - extorsão mediante 
sequestro e na forma 
qualificada (art. 
159, caput, e §§ 1o, 2o e 
3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 
1994) 
Este delito é um crime 
autônomo em relação ao art. 
148. 
O delito do art. 159 traz a 
finalidade especial do 
agente que consiste na 
obtenção de vantagem 
patrimonial, através de uma 
extorsão. 
Trata-se de crime comum, 
formal, permanente, 
hediondo, que admite a 
tentativa. 
 
Art. 159 – Extorsão Mediante Sequestro 
• Este delito é um crime 
autônomo em relação ao art. 
148. 
O delito do art. 159 traz a 
finalidade especial do agente 
que consiste na obtenção de 
vantagem patrimonial, através 
de uma extorsão. 
Trata-se de crime comum, 
formal, permanente, 
hediondo, que admite a 
tentativa. 
• Entendemos que a vantagem 
deva ser econômica, haja vista 
estarmos no contexto dos crimes 
contra o patrimônio. 
• É uma extorsão mediante o 
sequestro de uma pessoa. Pena: 
8 a 15 anos 
• A vantagem patrimonial deve 
ser indevida, pois se devida, o 
crime será o art. 148, em 
concurso material com o art. 345. 
Art. 159 – Extorsão Mediante Sequestro 
• 1ª Qualificadora: quando o 
sequestro durar mais de 24 horas, 
ou se o sequestrado for menor de 
18 anos ou maior de 60 anos, ou 
sendo o crime praticado por 
associação criminosa (não se 
trata de associação eventual de 
criminosos, mas permanente). 
• Pena: reclusão
de 12 a 20 anos. 
• A lesão grave ou a morte do 
sequestrado não precisa resultar 
da violência direta dos criminosos, 
podendo advir das condições do 
cativeiro. 
 
 
 
• 2ª Qualificadora: Ocorre em 
virtude do resultado do crime, 
caso ocorra lesão corporal de 
natureza grave ou gravíssima na 
vítima; 16 a 24 anos 
• 3ª Qualificadora: Ocorre em 
virtude do resultado morte da 
vítima, seja a violência física ou 
moral. 24 a 30 anos 
• Delação premiada: § 4º - 
Redução da pena de 1 a 2/3. 
• Lei nº 9.807/99 – Proteção de 
Testemunhas, Vítimas e 
Acusados colaboradores (arts. 13 
e 14). 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em 
seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de 
diminuição e de aumento. Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de 
diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a 
uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. 
Art. 160 – Extorsão Indireta 
• O crime de extorsão indireta 
prevê a exploração do 
crédito, em que o credor, 
além das garantias normais, 
visa uma vantagem ilícita, qual 
seja, a de poder dar causa a 
um processo criminal contra o 
devedor. Ele exige como 
garantia de seu crédito 
algum documento que 
possa dar causa a 
procedimento criminal 
contra a vítima ou terceiro. 
• Esta modalidade de extorsão 
se dá quando o agente 
determina ou aceita, como 
garantia de uma dívida, 
abusando da vítima, um 
documento que possa 
redundar em eventual 
processo crime contra alguém. 
É o caso de alguém receber 
um cheque sem fundos, de 
uma pessoa que necessita de 
empréstimo, para depois poder 
processá-la. 
Extorsão Indireta 
• Documentos que podem propiciar procedimentos 
criminais: cheque sem fundos; recibo de depósito 
inexistente; duplicata fria; termo de confissão de 
prática de crime etc. 
• Trata-se de crime de ação múltipla (exigir ou receber), 
comum, formal (exigir) ou material (receber), 
instantâneo. Admite a tentativa quando material o 
crime. 
• Sujeito passivo é o devedor ou terceira pessoa que 
poderá ser prejudicada com a apresentação do 
documento à autoridade. 
• Este crime pode dar lugar à usura (art. 4º, Lei nº 
1.521/51). 
 
ALTERAÇÃO DE LIMITES – art. 161, CP 
Consiste em eliminar ou mudar 
de lugar tapume (muros e 
alambrados), marco (pedra, 
árvore, estaca) ou qualquer 
outro sinal indicativo de linha 
divisória (valeta, curso d’água: 
interpretação analógica 
extensiva), com o fim de 
(elemento subjetivo especial do 
tipo) apropriar-se de coisa alheia 
imóvel, seja no todo, seja em 
parte. 
Trata-se de crime próprio. 
O crime é formal, de forma 
vinculada e instantâneo de 
efeitos permanentes. Admite a 
tentativa. 
Ausente o fim especial de agir 
(apropriar-se de coisa alheia 
imóvel) o crime será outro: dano 
ou exercício arbitrário das 
próprias razões. 
Na essência este crime está 
voltado para a apropriação de 
bem imóvel, com o deslocamento 
ou eliminação de marcas 
divisórias. 
Havendo violência física = art. 
161 + 129, CP. 
USURPAÇÃO DE ÁGUAS 
• Art. 161, § 1º, I 
Este crime consiste em mudar de 
direção ou represar o curso das 
águas alheias (estagnada ou 
corrente, pública ou particular, 
nascentes ou pluviais, perenes ou 
temporárias – art. 79, CC). 
Sendo a água própria não há este 
crime. 
As águas devem pertencer a pessoa 
certa e determinada. A 
propriedade de águas deve ser 
vista no Código Civil – arts. 1288 
a 1296. 
Trata-se de crime comum, formal, de 
forma livre, instantâneo de efeitos 
permanentes. Admite a tentativa. 
Ligação clandestina de água 
canalizada (art. 155, CP). 
O agente deve agir no desvio ou 
represamento de águas alheias, em 
proveito próprio ou de outrem. 
Se for por vingança, para prejudicar a 
vítima = dano ( art. 163, CP) 
Satisfazer vantagem legítima = art. 
345, CP. 
Art. 161, II, CP 
Esbulho possessório 
II - invade, com violência a pessoa ou grave 
ameaça, ou mediante concurso de mais de 
duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para 
o fim de esbulho possessório. 
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre 
também na pena a esta cominada. 
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há 
emprego de violência, somente se procede 
mediante queixa. 
 
ESBULHO POSSESSÓRIO 
• Art. 161, § 1º, II 
Este crime consiste em invadir um 
bem imóvel, utilizando-se de 
ameaça ou violência a pessoa. 
O MST que invade propriedades 
rurais com o fim de pressionar as 
autoridades a acelerar a reforma 
agrária não constitui este delito, 
porque ausente o elemento 
subjetivo especial do tipo. É ilícito 
civil. Danos e violências serão 
punidos. Existe posicionamento 
diverso, no sentido de ser 
crime. 
• Mediante o concurso de mais 
de duas pessoas: Seria o 
agente e mais três pessoas, 
ou seja, o invasor 
acompanhado de mais de 
duas pessoas (três). 
Embora o artigo 161 trate de três 
crimes distintos (alteração de 
limites, usurpação de águas e 
esbulho possessório) o tipo 
penal utilizou o modelo de 
equiparação: “Nas mesmas 
penas incorre quem”. 
Trata-se de crime comum, 
formal, instantâneo. 
Supressão ou alteração de marca em animais – art. 162, CP 
• Este crime consiste em 
retirar ou modificar do gado 
ou rebanho alheio, sinal 
(brincos e argolas) ou marca 
indicativa (feitas com ferro 
ardente ou elementos 
químicos no couro do animal) 
de propriedade. 
Trata-se de crime comum, 
formal, de forma livre, 
instantâneo e que admite a 
tentativa. 
 
• Se a modificação decorrer de 
autorização judicial ou mudança 
de propriedade, o tipo não restará 
configurado. 
• Objeto material é coletivo: gado 
ou rebanho (mais de um animal). 
Gado refere-se a animais de 
grande porte (vacas, cavalos etc) 
enquanto que rebanho os de 
pequeno porte (ovelhas, cabras 
etc). UM único animal não 
configura o delito, se 
considerado isoladamente. 
• Marcar animal alheio ainda não 
marcado = fato atípico penal. 
DANO – art. 163, caput, CP 
 Consiste em destruir, inutilizar ou 
estragar coisa alheia. 
Caso o agente soltar o pássaro 
raro de uma gaiola, ou jogar uma 
joia ao mar, somente para 
prejudicar a vítima, responderá 
apenas civilmente pelo ilícito, 
uma vez que inexistiu o ânimo 
danoso. 
Ação Penal Privada = somente 
se procede mediante queixa 
crime. 
Coisa é todo objeto inanimado ou 
semovente que possua valor 
econômico. 
Trata-se de crime comum, 
material, de forma livre, 
instantâneo e que admite 
tentativa. 
Inexiste a modalidade culposa. 
Portanto, se um pessoa cair na 
rua, amassando o capô de um 
veículo, não responderá pelo 
crime de dano, apenas no âmbito 
civil. 
 
Parágrafo único, art. 163 
• Inciso I – Com violência ou 
grave ameaça à pessoa: é a 
vis corporalis e a vis 
compulsiva. APPI 
• Inciso II – Com emprego de 
substância inflamável (que se 
converte em chamas) ou 
explosivo, se o fato não 
constitui crime mais grave. 
Ex.: explodir o carro de uma 
pessoa em local ermo (dano 
qualificado); no centro da 
cidade (explosão com perigo 
comum – art. 251, CP). APPI 
• Inciso III – Contra o 
patrimônio público ou de 
empresa concessionária de 
serviços públicos ou 
sociedade de economia mista. 
Ex.: preso que danifica a 
Cadeia para fugir responde 
pelo crime. APPI 
• Inciso IV – Por motivo 
egoístico ou com prejuízo 
considerável para a vítima. 
Ex.: Matar o cavalo do 
concorrente para ganhar a 
corrida; estragar o pintor a 
obra de outro artista. Destruir o 
interior da casa do inimigo 
causando-lhe considerável 
prejuízo. APPRIVADA 
D a n o s E s p e c i a i s 
No Código Penal, e nas Leis Penais 
Especiais, existem alguns danos 
relacionados com objetos especiais 
que devem ser enquadrados conforme 
a norma especial, que revoga a norma 
de caráter geral. Vejamos alguns deles 
a seguir: 
Conflito aparente de normas e 
Princípio da Especialidade 
Art. 208, CP – deteriorar 
objetos destinados ao culto 
religioso;
Art. 210, CP – destruir 
sepultura ou urna 
funerária; 
Art. 305, CP – Destruir, 
suprimir ou ocultar, em 
benefício próprio ou de 
outrem, ou em prejuízo 
alheio, documento público 
ou particular verdadeiro, 
de que não podia dispor; 
Art. 211 – destruir 
cadáver; 
Art. 336, CP - Rasgar 
ou, de qualquer forma, 
inutilizar ou conspurcar 
edital afixado por ordem de 
funcionário público; violar 
ou inutilizar selo ou sinal 
empregado, por 
determinação legal ou por 
ordem de funcionário 
público, para identificar ou 
cerrar qualquer objeto; 
Conflito aparente de normas e 
Princípio da Especialidade 
Art. 337, CP - 
Subtrair, ou inutilizar, 
total ou parcialmente, 
livro oficial, processo ou 
documento confiado à 
custódia de funcionário, 
em razão de ofício, ou 
de particular em serviço 
público. 
Art. 356, CP -
 Inutilizar, total ou 
parcialmente, ou deixar 
de restituir autos, 
documento ou objeto de 
valor probatório, que 
recebeu na qualidade 
de advogado ou 
procurador. 
 
 Dano em material ou aparelhamento de guerra CPM 
 Art. 262. Praticar dano em material ou aparelhamento de guerra ou de utilidade militar, ainda que em 
construção ou fabricação, ou em efeitos recolhidos a depósito, pertencentes ou não às fôrças armadas: 
 Pena - reclusão, até seis anos. 
 Dano em navio de guerra ou mercante em serviço militar 
 Art. 263. Causar a perda, destruição, inutilização, encalhe, colisão ou alagamento de navio de guerra 
ou de navio mercante em serviço militar, ou nêle causar avaria: 
 Pena - reclusão, de três a dez anos. 
 § 1º Se resulta lesão grave, a pena correspondente é aumentada da metade; se resulta a morte, é 
aplicada em dôbro. 
 § 2º Se, para a prática do dano previsto no artigo, usou o agente de violência contra a pessoa, ser-lhe-
á aplicada igualmente a pena a ela correspondente. 
 Dano em aparelhos e instalações de aviação e navais, e em estabelecimentos militares 
 Art. 264. Praticar dano: 
 I - em aeronave, hangar, depósito, pista ou instalações de campo de aviação, engenho de guerra 
motomecanizado, viatura em comboio militar, arsenal, dique, doca, armazém, quartel, alojamento ou em 
qualquer outra instalação militar; 
 II - em estabelecimento militar sob regime industrial, ou centro industrial a serviço de construção ou 
fabricação militar: 
 Pena - reclusão, de dois a dez anos. 
 Parágrafo único. Aplica-se o disposto nos parágrafos do artigo anterior. 
 Desaparecimento, consunção ou extravio 
 Art. 265. Fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustível, armamento, munição, peças de 
equipamento de navio ou de aeronave ou de engenho de guerra motomecanizado: 
 Pena - reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 Modalidades culposas 
 Art. 266. Se o crime dos arts. 262, 263, 264 e 265 é culposo, a pena é de detenção de seis meses a 
dois anos; ou, se o agente é oficial, suspensão do exercício do pôsto de um a três anos, ou reforma; se 
resulta lesão corporal ou morte, aplica-se também a pena cominada ao crime culposo contra a pessoa, 
podendo ainda, se o agente é oficial, ser imposta a pena de reforma. 
Danos ambientais: Lei nº 9.605/98 
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo 
ou decisão judicial; 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, 
instalação científica ou similar protegido por lei, ato 
administrativo ou decisão judicial: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis 
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa. 
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação 
ou monumento urbano: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
Dano em Coisa Comum 
Segundo o STF já decidiu, a destruição ou o dano da coisa 
comum num condomínio deve ser resolvido segundo as 
regras do § 2º, do art. 156, CP (analogia): 
Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para 
outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
§ 1º - Somente se procede mediante representação. 
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa 
comum fungível, cujo valor não excede a quota 
a que tem direito o agente. 
Assim, desde que a coisa não possa ser substituída por 
outra da mesma espécie, qualidade e quantidade (art. 85, 
CC), e o valor exceda a quota parte do agente, haverá 
crime de dano. 
 
Introdução ou abandono de animais em propriedade 
alheia – art. 164, CP 
• Este crime consiste em 
introduzir ou soltar animais em 
propriedade alheia, sem 
consentimento de quem de 
direito, desde que o fato 
resulte prejuízo (condicionante 
para a caracterização do 
delito). 
• Um único animal deixado em 
propriedade alheia configura 
o crime. 
 
• Elemento normativo do tipo: 
“sem o consentimento de 
quem de direito”: administrador 
da fazenda, por exemplo. 
• Trata-se de crime comum, 
material, de forma livre, 
instantâneo (introduzir) e 
permanente (deixar), de 
dano. Não admite a tentativa 
nem a modalidade culposa. 
• Ação Penal Privada (art. 167,CP). 
Arts. 165 e 166, CP 
• ART. 165, CP 
REVOGADO TACITAMENTE 
PELO ART. 62, DA LEI Nº 
9.605/98 
 
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, 
ato administrativo ou decisão judicial; 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, 
pinacoteca, instalação científica ou similar 
protegido por lei, ato administrativo ou 
decisão judicial: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e 
multa. 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a 
pena é de seis meses a um ano de 
detenção, sem prejuízo da multa. 
 
• ART. 166, CP 
REVOGADO TACITAMENTE 
PELO ART. 63, DA LEI Nº 
9.605/98 
 
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura 
de edificação ou local especialmente 
protegido por lei, ato administrativo 
ou decisão judicial, em razão de seu 
valor paisagístico, ecológico, turístico, 
artístico, histórico, cultural, religioso, 
arqueológico, etnográfico ou 
monumental, sem autorização da 
autoridade competente ou em 
desacordo com a concedida: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e 
multa. 
 
 
 
 
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural 
 
 
Art. 62 Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão 
judicial; 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica 
ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
No Brasil os bens especialmente protegidos são tombados como patrimônio cultural, através do 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da estrutura do Ministério da Cultura, do 
Governo Federal. Temos como exemplos: o Museu Histórico Nacional, o Museu Imperial e o Museu 
da República, a Biblioteca Nacional, a Bolsa do Café em Santos, a Casa de Chico Mendes, o 
Elevador Lacerda, o Centro Histórico de João Pessoa, etc. Ademais, cada Estado e Município da 
Federação resguardam seus patrimônios históricos e artísticos. No Estado de São Paulo, o órgão 
responsável pela defesa do patrimônio é o Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio 
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, ligado à Secretaria de Estado da Cultura. Na cidade de 
São Paulo, a Secretaria Municipal de Cultura mantém em sua estrutura o Departamento do 
Patrimônio Histórico (DPH). O DPH é órgão técnico de apoio ao Conpresp – Conselho Municipal de 
Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural 
e Ambiental da Cidade de São Paulo, que é órgão colegiado. 
Art. 62 
Trata-se de crime comum, material, de forma livre, comissivo, instantâneo, de 
dano. 
Trata-se de norma penal em branco em sentido lato: Lei nº 3.924/61
(Lei 
sobre bens arqueológicos e pré- históricos); Lei nº 7.347/85 (Ação Civil 
Pública); Arts. 216 e 216-A, CF/88; Lei nº 8.159/91 (Sistema Nacional de 
Arquivos Públicos e Privados); Lei nº 9.610/98 (Direitos Autorais); Decreto nº 
3.551/00 (Registro de bens culturais e imateriais). 
Este dispositivo preserva os bens culturais e imateriais integrantes do 
patrimônio cultural brasileiro (folclore, história, musicalidade, tradição culinária 
etc). 
Preserva, também, os valores de interesses histórico, turístico, artístico, 
paisagístico, ecológico, religioso, arqueológico, etnográfico e monumental 
protegido por: Lei, ato administrativo ou decisão judicial. 
 
 Art. 63 
Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por 
lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, 
ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, 
etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em 
desacordo com a concedida: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Trata-se de crime comum, material, de forma livre, comissivo, instantâneo, de dano. 
Consiste na conduta de alterar, ou seja, modificar. Com relação aos valores 
referendados no caput (paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, 
religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental), trata-se de norma com rol taxativo, 
não comportando qualquer interpretação extensiva. 
Este dispositivo revogou tacitamente o art. 166, CP. 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
Apropriação Indébita – art. 168, CP 
Neste crime a vítima entrega a 
coisa ao autor para posterior 
devolução, ocorrendo a inversão 
da posse. 
Coisa fungível: que pode ser 
trocada por outra da mesma 
espécie: dinheiro (a maioria 
entende que o empréstimo de 
dinheiro configura ilícito civil, e 
não penal). 
A posse ou detenção legítima da 
coisa alheia móvel deve ocorrer 
antes da efetiva apropriação. 
Trata-se de crime comum, 
material, instantâneo, de forma 
livre, Não admite a tentativa. 
A entrega do bem ao agente deve 
ser livre e espontânea para 
configurar a apropriação indébita, 
pois se houver fraude na entrega 
(estelionato); se houver violência 
ou grave ameaça (roubo). 
Devolução integral da coisa antes 
do recebimento da denúncia: 
arrependimento posterior (art. 16, 
CP). 
Apropriação Indébita – art. 168, CP 
Direito de retenção do locatário, 
transportador, credor pignoratício 
etc, não comete crime por exercer 
regularmente um direito estatuído 
no Código Civil (arts. 571, 578, 
742, 1.433). 
Direito de compensação, da 
mesma forma, nos termos dos 
artigos 368 e seguintes do Código 
Civil. 
Apropriação indébita de uso: 
inexiste por ausência da vontade 
de se apropriar do bem. 
• Causas de Aumento de 
Pena: § 1º (na verdade seria o 
Parágrafo único) 
Inc. I – Depósito Necessário: 
refere-se ao depósito 
miserável, efetuado por 
ocasião de calamidade 
(incêndio, inundação, 
naufrágio, saque etc), e 
depósito de bagagens de 
viajantes e hóspedes, de 
hotéis e pensões – arts. 647, I, 
649, CC. 
 
Código Civil 
Art. 578. Salvo disposição em 
contrário, o locatário goza do 
direito de retenção, no caso de 
benfeitorias necessárias, ou no 
de benfeitorias úteis, se estas 
houverem sido feitas com 
expresso consentimento do 
locador. 
Art. 742. O transportador, uma 
vez executado o transporte, tem 
direito de retenção sobre a 
bagagem de passageiro e outros 
objetos pessoais deste, para 
garantir-se do pagamento do 
valor da passagem que não tiver 
sido feito no início ou durante o 
percurso. 
 
Art. 368. Se duas pessoas 
forem ao mesmo tempo 
credor e devedor uma da 
outra, as duas obrigações 
extinguem-se, até onde se 
compensarem. 
Art. 369. A compensação 
efetua-se entre dívidas 
líquidas, vencidas e de 
coisas fungíveis. 
Compenso minha dívida 
com a dívida do meu credor 
 
Apropriação Indébita – art. 168, CP 
• Inc. II – Na qualidade de: 
Tutor – aquele que cuida dos bens 
do menor de 18 anos; 
Síndico – encarregado de 
administrar a falência; Hoje se fala 
em administrador judicial da 
falência. 
Liquidatário – encarregado da 
liquidação de determinada 
empresa; Esta figura foi extinta 
pela Lei de Falências. 
Inventariante – administra o espólio 
até a partilha dos bens; 
Testamenteiro – aquele que 
cumpre as disposições de 
última vontade do falecido; 
Depositário Judicial – aquele 
que é nomeado pelo juiz com 
a incumbência de guardar os 
objetos até a decisão judicial. 
ESTE ROL É TAXATIVO, não 
exemplificativo. 
Apropriação Indébita – art. 168, CP 
• Inc. III – Em razão de 
Ofício: sapateiro, alfaiate, ourives 
(Ex.: sapateiro que se apropria 
dos sapatos da vítima deixados 
para conserto, ou o ourives que 
se apropria do ouro das alianças, 
deixadas para a confecção de 
nova joia); 
Emprego: doméstica, operário, 
vendedor; 
Profissão: médico, advogado, 
corretor de imóveis, engenheiro. 
(Ex.: médico que recebe valor de 
cirurgia que não realizará, ou 
advogado que recebe valor de 
indenização que não repassará à 
parte interessada). 
• Caso a vítima for maior de 60 
anos, e houver apropriação de 
bens, proventos, pensão ou 
qualquer outro rendimento do 
idoso, aplica-se o art. 102, do 
Estatuto do Idoso, e não o art. 
168, CP. Inexistirá imunidade a 
parentes quando o delito 
patrimonial envolver idosos. 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
• Art. 168-A 
Consiste o crime em deixar de 
transferir à Previdência Social 
as contribuições recolhidas 
dos contribuintes. Nos termos 
da CF, art. 194, a seguridade 
social é o gênero, enquanto 
que a previdência é a espécie. 
Este tipo penal protege a fonte 
de custeio da seguridade 
social, principalmente a 
previdência social. 
• O legislador optou em 
substituir o gênero pela 
espécie. 
• A Previdência Social faz 
parte da Seguridade Social, 
junto com a Saúde e a 
Assistência Social. 
Somente a Previdência 
Social exige contribuição, e 
as outras duas não. 
• Sujeito ativo é o substituto 
tributário, ou seja, aquele 
que tem o dever de recolher 
a contribuição legalmente 
devida pelo contribuinte 
para repassá-la à 
Previdência Social. 
• Inexiste a forma culposa. O 
delito é praticado apenas 
com dolo. 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
A Previdência Social tem por finalidade cobrir as situações de 
incapacidade do trabalhador por ocasião de: doença, invalidez, 
morte ou idade (auxílios, aposentadorias, pensões etc), 
desemprego involuntário (seguro-desemprego), salário família e 
auxílio-reclusão para os segurados de baixa renda. 
Trata-se de crime próprio, ou comum (Masson), formal, de forma 
livre, omissivo, instantâneo, que não admite a tentativa. 
Competência: Justiça Federal. 
Ação Penal: Pública Incondicionada. 
Pena: Reclusão de 2 a 5 anos e multa (cumulativa) 
 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
• TIPOS ASSEMELHADOS 
§ 1º, inciso I – Deixar de arrecadar, no prazo legal (norma penal em 
branco), contribuição do segurado que deveria ser repassada à 
Previdência Social. Este tipo penal somente restará caracterizado 
se o empregador descontar a destempo a contribuição do segurado 
e não a repassar à previdência. Trata-se de crime próprio, formal, 
omissivo, instantâneo, que não admite a tentativa. 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
• § 1º, inciso II – Consiste em deixar de recolher as 
contribuições previdenciárias que tenham integrado 
despesa operacional, ou seja, se no preço final do 
produto ou serviço houve valor embutido a título de 
contribuição devida e não repassada à previdência 
social, configurado restará o crime. 
• § 1º, inciso III – Consiste em deixar de pagar benefício 
(como o salário família) que era devido ao segurado, 
uma vez que as cotas ou valores devidos pela 
Previdência já foram repassadas à empresa onde o 
mesmo trabalha. 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
• § 2º - CAUSA EXTINTIVA 
DA PUNIBILIDADE 
Ocorre quando
o substituto 
tributário espontaneamente 
(com sinceridade) declara, 
confessa e efetua o 
pagamento das 
contribuições, importâncias 
ou valores, e presta as 
informações devidas à 
previdência social, antes 
do início da ação 
fiscal. 
Diferença entre 
espontaneidade e 
voluntariedade. 
• É importante que o 
substituto tributário aja 
antes do início da ação 
fiscal pelo órgão 
competente do Fisco. 
Se o Estado não ajuizou 
ação fiscal nem penal: 
pago o débito integral 
restará extinta a 
punibilidade do agente (§ 
2º); 
Se o Estado já ajuizou 
ação fiscal, mas não a 
penal: cabe o perdão 
judicial ou o privilégio (§ 
3º, I); 
 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
• § 3º, inciso I - Perdão 
Judicial ou Privilégio. 
Requisitos gerais: primariedade e 
bons antecedentes. 
Requisitos específicos: 
O agente deve efetuar o 
pagamento de todo o 
montante devido à previdência 
social (principal e acessórios) 
antes do oferecimento da 
denúncia e depois do início da 
ação fiscal. 
• No caso do substituto tributário 
efetuar o pagamento depois do 
início da ação fiscal, já não 
cabe mais a extinção da 
punibilidade, mas sim este 
dispositivo, que permite ao 
juiz: deixar de aplicar-lhe a 
pena (perdão judicial) ou 
aplicar somente a multa 
(privilégio). 
 
Extinção da Punibilidade 
Art. 61, CPP. Em 
qualquer fase do 
processo, o juiz, se 
reconhecer extinta 
a punibilidade, 
deverá declará-lo 
de ofício. 
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do 
Estado, referente aos crimes previstos 
nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de 
dezembro de 1990, e nos arts. 
168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 – Código Penal, 
durante o período em que a pessoa 
jurídica relacionada com o agente dos 
aludidos crimes estiver incluída no regime 
de parcelamento. 
§ 1o A prescrição criminal não corre 
durante o período de suspensão da 
pretensão punitiva. 
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes 
referidos neste artigo quando a pessoa 
jurídica relacionada com o agente efetuar 
o pagamento integral dos débitos oriundos 
de tributos e contribuições sociais, 
inclusive acessórios. 
 
Lei nº 10.684/2003 
Art. 9º É suspensa a pretensão punitiva do 
Estado, referente aos crimes previstos 
nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de 
dezembro de 1990, e nos arts. 168-A e 337A do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
– Código Penal, durante o período em que a 
pessoa jurídica relacionada com o agente dos 
aludidos crimes estiver incluída no regime de 
parcelamento. 
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o 
período de suspensão da pretensão punitiva. 
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes 
referidos neste artigo quando a pessoa jurídica 
relacionada com o agente efetuar o pagamento 
integral dos débitos oriundos de tributos e 
contribuições sociais, inclusive acessórios. 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
§ 3º, inciso II – Se o montante 
devido aos cofres previdenciários 
for igual ou inferior ao valor 
estabelecido pela própria 
Previdência para a propositura 
das ações fiscais (hoje em R$ 
20.000,00), terá efeito a aplicação 
do perdão judicial. 
Quando o juiz for escolher entre o 
perdão judicial ou o privilégio, ele 
deve atentar para os requisitos 
gerais e específicos, 
além da análise meticulosa das 
circunstâncias judiciais elencadas 
no art. 59, CP. 
Parcelamento do débito: 
suspende o prazo prescricional 
da pretensão punitiva. Enquanto 
não for paga a última parcela, não 
restará extinta a punibilidade do 
agente. 
Caso o agente deixar de pagar as 
parcelas, será reiniciada a ação 
penal. 
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional aumentou para R$ 20 mil o limite mínimo para se 
ajuizar execuções fiscais por débitos para com o Fisco. Até então, o valor era de R$ 10 mil. A 
mudança se deu a partir de estudos dirigidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(Ipea) segundo os quais, em ações de execução de dívidas menores do que R$ 21,7 mil, a União 
dificilmente consegue recuperar valor igual ou superior ao custo do processo judicial. 
 
PORTARIA MF Nº 75, DE 22 DE MARÇO DE 2012 
Dispõe sobre a inscrição de débitos na Dívida Ativa da União e o 
ajuizamento de execuções fiscais pela Procuradoria-Geral da 
Fazenda Nacional.... 
Art. 2º O Procurador da Fazenda Nacional requererá o 
arquivamento, sem baixa na distribuição, das execuções 
fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor 
consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil 
reais), desde que não ocorrida a citação pessoal do 
executado ou não conste dos autos garantia útil à 
satisfação do crédito. 
 A determinação constante da Portaria MF nº 75/2012 deixa claro que o 
cancelamento vale para outros débitos junto à União, além dos tributários. 
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo 
não se aplica aos casos de parcelamento de 
contribuições cujo valor, inclusive dos 
acessórios, seja superior àquele 
estabelecido, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas 
execuções fiscais. 
Isto quer dizer que o perdão judicial ou o 
privilégio não se aplica ao parcelamento de 
débito de contribuições superiores a vinte mil 
reais. 
Apropriação de coisa havida por erro, caso 
fortuito ou força da natureza – art. 169, CP 
Erro: falsa representação da 
realidade. Depositar dinheiro na 
conta de terceiro, por errar o 
número da conta, e esta terceira 
pessoa se apropria do valor. 
Vítima manda lavar terno na 
tinturaria esquecendo 1.000,00 no 
bolso, que é apropriado pelo 
funcionário do local. 
• Caso Fortuito: animal de uma 
fazenda que passa para outra, 
e o proprietário desta última 
dele se apropria. Acidente 
viário, onde o objeto 
transportado acaba caindo na 
propriedade do agente. 
• Força da natureza: vendaval, 
enchente etc. 
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou 
força da natureza – art. 169, CP 
• Na prática inexiste diferença 
entre caso fortuito e força da 
natureza. 
• Inc. I – Apropriação de 
Tesouro. 
• Art. 1264, CC – deve haver 
divisão em partes iguais entre 
o que encontrou o tesouro e o 
dono do terreno. 
• Inc. II – Apropriação de 
Coisa Achada. 
• Coisa esquecida = furto 
• Coisa perdida = este crime 
• A lei exige a pronta restituição 
da coisa achada. 
• Elemento temporal 
condicionante = 15 dias. 
Antes caberia a apreensão da 
coisa, mas não o crime. 
 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PRIVILEGIADA 
• Aplica-se à apropriação indébita privilegiada as mesmas 
disposições pertinentes ao furto (art. 155, § 2º), ou seja: 
“Se o criminoso for primário, e de pequeno valor a coisa 
apropriada, o juiz pode: 
• SUBSTITUIR A PENA DE RECLUSÃO PELA DE 
DETENÇÃO; 
• DIMINUÍ-LA DE 1/3 A 2/3; 
• APLICAR SOMENTE A PENA DE MULTA”. 
ESTELIONATO 
Estelionato origina-se do 
vocábulo stellionatu (espécie 
de lagarto que muda de cor 
para iludir os insetos dos quais 
se alimenta). Camuflagem do 
criminoso para iludir suas 
vítimas. 
 
 
Estelionato – art. 171, CP 
• É a obtenção (alcançar, 
atingir) de vantagem ilícita, 
deixando alguma pessoa no 
prejuízo. 
• A vantagem ilícita deve ser de 
natureza econômica. 
• Meios executórios: 
ERRO, é a falsa representação 
da realidade. Agente que 
simula ter uma agência de 
veículos, vendendo-os a baixo 
preço, e recebendo sinais das 
supostas vendas; 
• ARTIFÍCIO, é astúcia, 
esperteza. O agente usa 
uniforme de uma oficina 
mecânica para que a vítima lhe 
entregue o veículo; 
• ARDIL, é a mentira, armadilha, 
cilada, estratagema. Agente que 
se apresenta num 
estacionamento de veículos 
para retirar carro que não é o 
seu, usando o nome do 
proprietário; ou que recebe 
doação de instituição de 
caridade fazendo-se passar 
pelo cobrador da mesma. 
Estelionato – art. 171, CP 
• Qualquer Outro Meio 
Fraudulento: Trata-se de 
interpretação analógica 
extensiva. É qualquer meio 
que possa ludibriar a vítima. É 
o caso
dos golpes praticados 
por meio da internet; ou 
quando o agente faz-se passar 
por fiscal sanitário em um 
restaurante, objetivando 
lucratividade. O próprio 
silêncio malicioso e 
intencional. 
Vítima deve ser certa e 
determinada, pois se indeterminada 
o crime poderá ser contra a 
economia popular, ou contra o 
consumidor, por exemplo: bomba de 
gasolina adulterada; balança de 
supermercado com peso adulterado. 
Crime comum, material, instantâneo, 
de dano e de ação livre. 
Sendo a vantagem devida: art. 345, 
CP. 
Art. 19, CF/88. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, 
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantes relações de dependência ou aliança, 
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público 
Art. 5º,VI, CF/88 - é inviolável a liberdade de consciência e de 
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de 
culto e a suas liturgias; 
Estelionato 
Trabalho espiritual 
(cartomancia, passes espirituais, 
magia negra, sem fins lucrativos, 
não é crime, caso contrário 
caracteriza) art. 19, I, CF; 
Esperteza comercial (pode ou 
não caracterizar, desde que tenha 
havido dolo inicial de vantagem 
indevida, com prejuízo alheio; 
como no caso de alguém vender 
veículo com massa na funilaria); 
 
Torpeza Bilateral (conto do 
bilhete premiado); 
Cola eletrônica (art. 311-A, CP); 
Engano grosseiro (tentar passar 
uma nota de trinta reais – crime 
impossível – art. 17, CP); 
Mendicância (Antes se cogitava 
se o agente que se fizesse passar 
por mendigo para pedir esmolas 
cometia estelionato ou 
mendicância. Hoje a mendicância 
está revogada (art. 60, LCP). 
Estelionato Judiciário pode 
ser considerado crime? 
Litigância de má-fé. Não o art. 
171, mas, em tese, o art. 304, CP 
 
REPARAÇÃO DO DANO 
Não impede a punição do agente pelo crime 
de estelionato. 
Agora, a atitude reparadora do dano pode 
gerar algumas consequências jurídicas de 
abrandamento da reprimenda penal: 
Antes do recebimento da denúncia: diminui 
a pena (art. 16, CP); 
Depois do recebimento da denúncia: 
circunstância atenuante (art. 65, III, b, CP); 
Posterior à sentença: nenhum efeito 
benéfico ao réu. 
 
Estelionato – art. 171, CP 
Princípio da insignificância difere do 
pequeno valor do prejuízo. 
Insignificância = STF exige: 
Mínima ofensividade da conduta; 
Baixo grau de reprovabilidade; 
Inexpressividade da lesão ao bem 
jurídico; 
Ausência de periculosidade social 
da ação. 
Na figura do § 3º, não há que 
se falar em insignificância. 
O princípio da insignificância enseja na 
atipicidade material da conduta, 
enquanto que o pequeno valor enseja a 
aplicação do privilégio. 
 
 
 
Estelionato Privilegiado - § 
1º 
Primariedade do agente 
(analisada à luz dos artigos 63 e 
64, CP); 
Pequeno valor do prejuízo: até R$ 
1.120,00, embora existam 
posições discordantes na doutrina 
e na jurisprudência. 
O juiz poderá, ou seja, é poder-
dever, e não poder-faculdade, 
desde que preenchidos os 
requisitos legais. 
Estelionatos Especiais 
Se a fraude do agente 
dirigir-se contra pessoa 
inexperiente como o menor, 
ou alienado ou débil mental, 
induzindo-os à quaisquer 
práticas de atos suscetíveis 
de produzirem efeitos 
jurídicos, com prejuízo 
próprio ou de terceiro, o 
crime será abuso de 
incapazes – art. 174, CP. 
Se a fraude for contra 
idoso, e o agente 
responderá pela pena 
do estelionato em 
dobro, à luz do art. 
171, § 4º, CP. Trata-
se de causa de 
aumento de pena. 
Tentativa de Estelionato 
1) Há o emprego do meio 
fraudulento, mas a 
vítima não é enganada. 
Pode ocorrer o crime 
impossível ou tentativa; 
2) Há o emprego do meio 
fraudulento, com o 
engano da vítima, mas 
sem a obtenção da 
vantagem ilícita por 
circunstâncias alheias à 
vontade do agente – 
Tentativa de 
Estelionato. 
3) Há o emprego do 
meio fraudulento, com o 
engano da vítima, e 
com a obtenção da 
vantagem ilícita, mas, 
entretanto, não houve 
prejuízo patrimonial ao 
ofendido. Tentativa de 
estelionato, que é um 
crime de duplo 
resultado (vantagem 
ilícita e prejuízo alheio). 
Estelionato Equiparado 
Trata-se de rol taxativo. 
• Inc. I – Disposição de coisa 
alheia como própria. A coisa 
pode ser móvel ou imóvel. Neste 
delito o agente se faz passar por 
dono de determinado bem, 
negociando-o com terceiro de 
boa-fé, sem autorização do 
proprietário legítimo, causando-
lhe prejuízo. 
• Trata-se de crime comum, 
material e de ação vinculada. 
Se o agente firmar um compromisso 
de compra e venda, cometerá apenas 
a figura do caput., pois o crime é de 
ação vinculada. 
 
 
Caso o ladrão vender um veículo 
furtado dias antes, cometerá 
apenas o furto, pelo princípio da 
consunção. Corrente minoritária 
entende tratar-se de furto em 
concurso material com o estelionato. 
Agora, se o agente indicar ao 
comprador que o veículo foi furtado, 
quem o adquirir responderá por 
receptação dolosa. 
Pode ocorrer, ainda, que o agente 
alugue casa que não é sua, e 
responderá por este delito. 
Os compradores ou locadores do 
imóvel, e os verdadeiros proprietários 
são as vítimas do crime. 
 
 
 
Estelionato Equiparado 
• Inc. II – Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria. 
Aqui a coisa é própria, não alheia, mas está impedida de ser vendida 
etc. É a coisa gravada de ônus: usufruto, penhor, hipoteca etc. 
É imprescindível para a caracterização do delito que o agente silencie 
a respeito da inalienabilidade da coisa, pois nisso reside a fraude. 
Consumação: ocorre com a obtenção da vantagem indevida com a 
venda, permuta, pagamento ou garantia da coisa, com prejuízo alheio. 
 
 
 
Art.171, § 2º, II, CP 
O crime ocorre quando o 
agente vende, permuta, dá em 
pagamento ou em garantia: 
• Coisa própria inalienável = 
que não pode ser vendida por 
determinação legal ou 
convencional (doação e 
disposição testamentária); 
• Coisa própria gravada de 
ônus = pois pesa sobre ela 
um direito real por cláusula 
contratual ou legal, como a 
hipoteca e a anticrese; 
 
• Coisa própria litigiosa = que 
está sendo objeto de 
discussão judicial, como no 
usucapião contestado; 
• Imóvel que prometeu vender 
a terceiro mediante 
prestações = embora o imóvel 
ainda pertença ao agente, 
pende sobre ele um 
compromisso de venda a 
prazo. 
 
Estelionato – art. 171, CP 
• Inc. III – Defraudação de 
penhor. 
 Lesar a garantia de penhor. É o 
caso do agente que dá 
determinado bem em garantia de 
penhor (pignoratícia), mas 
mantém a posse do bem, e em 
seguida aliena (vende) esse 
mesmo bem, sem o 
consentimento do credor (aquele 
para o qual o bem estaria 
penhorado). Sujeito ativo = o 
devedor; passivo = o credor 
pignoratício. 
 
Digamos que Antônio esteja 
devendo a Pedro, e por esta 
razão, dá como garantia de sua 
dívida um veículo zero 
quilômetro. Entretanto, o veículo 
permanece em poder de Antônio, 
que depois resolve vendê-lo sem 
a autorização de Pedro, para 
quem o veículo estaria 
penhorado. Houve defraudação 
do veículo penhorado. Antônio 
responde por este crime. 
Trata-se de crime próprio, 
material. 
 
Art. 171, § 2º, IV, CP 
• Inc. IV – Fraude na entrega 
de coisa. 
O crime consiste em tomar uma 
coisa por outra, em relação à: 
Substância: substituir diamante 
por pedra de zircônio; ou um 
candelabro de prata por um de 
latão; 
Qualidade: substituir uma pedra 
preciosa por outra, que contém 
maior grau de impurezas; ou 
um notebook de 8 GB, quando 
as especificações eram de 16 
GB; 
 
Quantidade: entregar um colar 
de pérolas, faltando alguns 
glóbulos; ou 101 sacas de 
café, ao invés de 103; ou, 
ainda, 9 quilos, em vez de 10. 
A consumação ocorre no instante 
em que a vítima recebe o 
objeto material fraudado. A 
tentativa ocorre quando o
agente tenta, mas não 
consegue entregar o bem. 
Este delito não está ligado à 
atividade comercial, pois 
neste caso o crime será o art. 
175, CP. 
 
Art. 171, § 2º, V, CP 
• Inc. V – Fraude para 
recebimento de indenização ou 
valor de seguro. 
A autolesão não é punida no direito 
brasileiro, exceto neste caso. 
Condição sine qua non para a 
caracterização do delito é que haja a 
existência prévia de um contrato de 
seguro em vigor, sem o qual haveria 
crime impossível. 
 
• Incriminam-se as seguintes condutas: 
Destruir ou ocultar coisa própria = 
pode ser coisa móvel ou imóvel. Ex.: 
atear fogo no próprio veículo ou na 
casa onde reside, objetivando 
receber o prêmio do seguro veicular 
ou residencial (desde que não resulte 
crime de perigo comum); 
Lesionar o próprio corpo ou a 
saúde = o agente pode se lesionar 
para que ele, ou sua família receba o 
benefício do seguro. É necessário que 
o agente sobreviva, pois no caso de 
Art. 171, § 2º, V, CP 
suicídio, haverá a extinção da 
punibilidade do agente, e sua família 
não receberá o prêmio do seguro se 
ficar comprovado o suicídio. 
Agravar as consequências da 
lesão ou doença = nesta conduta 
incrimina-se o agente pelo fato do 
mesmo agravar as consequências de 
sua lesão ou doença, como no caso 
do agente que provoca infecção em 
seu ferimento para que seu membro 
seja amputado, a fim de receber o 
valor do seguro. 
 
Em todas as condutas o crime é 
formal e próprio, ou seja, consuma-
se no instante em que o agente 
realiza uma delas (destruir, ocultar, 
lesionar ou agravar), não sendo 
necessário o efetivo recebimento do 
valor do seguro pretendido. O efetivo 
recebimento do seguro constitui o 
exaurimento do delito. 
Com o fim de haver indenização ou 
valor de seguro = elemento 
subjetivo especial do tipo. Ausente a 
finalidade o crime será outro, se 
previsto em lei. 
 
Art. 171, § 2º, VI, CP 
• Inc. VI – Fraude no pagamento 
por meio de cheque. 
Emitir é colocar em circulação. 
Interpretação restritiva. 
Condição necessária para a 
caracterização do delito é que o 
agente tenha má-fé, haja vista que a 
conduta somente é punida na 
modalidade dolosa. 
Ou seja, deve haver a deliberada 
intenção do agente em não saldar 
sua dívida (Súmula 246, STF, 
"comprovado não ter havido fraude, não 
se configura o crime de emissão de 
cheque sem fundos "). 
 
Cheque é um título de crédito, uma 
ordem de pagamento à vista. O 
cheque pré-datado não configura o 
crime de estelionato nesta 
modalidade; 
Cheque sem data ou pós-datado 
também não configura este crime, ou 
o descontado em mais de 30 dias, na 
praça; ou 60, fora dela (Lei nº 
7.357/85); 
Emissão de cheque de uma conta 
encerrada não caracteriza esta 
modalidade delituosa, mas sim, o art. 
171, caput (figura fundamental); 
 
Art. 171, § 2º, VI, CP 
• Cheque sem fundos emitido para 
substituir outro título de crédito 
vencido e não pago (promissória), 
ou para pagamento de dívida 
vencida e não paga: não configura 
o crime, pois o prejuízo era 
preexistente à conduta. 
• Uso do cheque especial: 
somente haveria o crime se o 
valor excedesse o limite bancário. 
Há pensamento contrário, pela 
inexistência do delito. 
 
Cheque sem fundos para pagamento 
de dívidas de jogos ilícitos e 
prostituição: não é crime, pois tais 
fatos não ensejam relações jurídicas, 
mas obrigações naturais. 
Cheque endossado por avalista que 
conhecia da inexistência de fundos: o 
avalista também comete o crime. 
Competência: na Comarca onde 
houver a recusa do pagamento 
(Súmula 521, STF e Súmula 244, 
STJ). 
 
Art. 171, § 2º, VI, CP 
• Súmula 244, STJ: “Compete 
ao foro do local da recusa 
processar e julgar o crime de 
estelionato mediante cheque 
sem provisão de fundos”. 
• Súmula 521, STF: “O foro 
competente para o processo e 
julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade 
da emissão dolosa de cheque 
sem provisão de fundos, é o 
do local onde se deu a recusa 
do pagamento pelo sacado”. 
Agora, as outras formas de 
estelionato fundamental (art. 171, 
caput, CP), ou seja, aquela em 
que o agente, portando uma folha 
de cheque de terceiro, e fazendo-
se passar por este, ilude a vítima 
a recebê-lo; a consumação se dá 
no local em que houve a 
obtenção da vantagem ilícita em 
detrimento de terceiro, (Súmula 
48, STJ: “Compete ao juízo do 
local da obtenção da vantagem 
ilícita processar e julgar crime de 
estelionato cometido mediante 
falsificação de cheque.”) 
 
Art. 70, CPP 
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), quando praticados 
mediante depósito, mediante emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou mediante transferência de 
valores, a competência será definida pelo local 
do domicílio da vítima, e, em caso de 
pluralidade de vítimas, a competência firmar-
se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) 
Fraude Eletrônica 
 § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 
(oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a 
utilização de informações fornecidas pela vítima 
ou por terceiro induzido a erro por meio de redes 
sociais, contatos telefônicos ou envio de correio 
eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio 
fraudulento análogo. 
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, 
considerada a relevância do resultado gravoso, 
aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), 
se o crime é praticado mediante a utilização de 
servidor mantido fora do território nacional. 
 
Art. 171, § 3º, CP 
• Causa de Aumento de Pena § 
3º. 
Quando o crime for perpetrado em 
prejuízo de entidade de direito 
público, instituto de economia 
popular, assistência social ou 
beneficência, a pena será aumentada 
de 1/3. 
Haja vista as inúmeras fraudes 
previdenciárias, foi editada a Súmula 
24, STJ: “Aplica-se ao crime de 
estelionato, em que figure como vítima 
entidade autárquica da Previdência Social, 
a qualificadora do § 3º do Art. 171 do 
Código Penal”. 
 
• Entidades de Direito Público = 
Receita Federal, INAMPS; 
podem ser também entidades 
dos Estados e dos Municípios, 
e do Distrito Federal; 
• Instituto de Economia Popular 
= Caixa Econômica Federal. 
• Instituto Beneficente = são 
instituições filantrópicas etc., 
como as instituições espíritas 
e religiosas. 
 
 
Art. 171, § 4º 
Estelionato contra idoso ou vulnerável 
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) 
ao dobro, se o crime é cometido contra 
idoso ou vulnerável, considerada a 
relevância do resultado gravoso. 
 
§ 5º Somente se procede 
mediante representação, salvo 
se a vítima for: 
 I - a Administração Pública, 
direta ou indireta; 
 II - criança ou 
adolescente; 
 III - pessoa com deficiência 
mental; ou 
 IV - maior de 70 (setenta) anos 
de idade ou incapaz.

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