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Ebook Psicopedagogia Clinica

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Psicopedagogia Clínica
Psicopedagogia
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
VIVIANNE SOUSA 
AUTORIA
Vivianne Sousa 
Sou professora e apaixonada pela educação e acredito que este 
é um caminho de grandes transformações para a sociedade. Ao longo 
da minha carreira acadêmica, conclui Graduação em Letras pela UEPB 
e Ciências Sociais pela UFPB, Especialização em Educação em Direitos 
Humanos pela UFPB, Mestrado em Direitos Humanos, Cidadania e 
Políticas Públicas pela UFPB. Atualmente sou Doutoranda em Ciência 
Sociais pela UFCG. No aspecto profissional, tenho construído experiências 
valiosas que me possibilitam aplicar os conhecimentos acadêmicos na 
prática. Nesse sentido, atuei como Assessora Pedagógica do Projeto 
Orçamento Participativo Criança e Adolescente do Município de João 
Pessoa, Especialista Pedagógica da Comissão de Implantação do Ensino 
Integral na Paraíba, Professora do Programa de Formação Continuada 
para Conselheiros Dos Direitos e Conselheiros Tutelares do Estado da 
Paraíba e Membro da Comissão Estadual de Elaboração e Implementação 
da Proposta Curricular do Ensino Médio da Paraíba. Estas são algumas 
das experiências que colaboram diretamente para uma visão global sobre 
educação e seus impactos sociais. Por isso, fui convidada pela Editora 
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Sinto-me 
imensamente feliz e honrada em poder ajudar você nesta fase de muito 
estudo e trabalho! Conte comigo.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Teoria da Psicopedagogia Clínica ........................................................ 12
A Teoria da Psicopedagogia Clínica .................................................................................. 12
Aspectos Básicos do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico ....22
Conceito de Diagnóstico ...........................................................................................................22
O Diagnóstico Psicopedagógico Clínico ........................................................................27
Sujeitos de Diagnóstico e Modalidades de Aprendizagem ...... 33
Sujeitos de Diagnóstico ..............................................................................................................33
Modalidades de Aprendizagem .......................................................................................... 39
Intervenção Psicopedagógica e o Diagnóstico Clínico ..............44
Intervenção Psicopedagógica: os Instrumentos Utilizados Pelo 
Psicopedagogo no Diagnóstico ...........................................................................................44
9
UNIDADE
03
Psicopedagogia
10
INTRODUÇÃO
Você sabia que o estudo acerca da Psicopedagogia clínica é uma 
área em constante crescimento e discussão no campo da Psicologia, da 
Educação, e outras áreas de estudo? Esta é uma área que tem importantes 
pontos a serem refletidos na teoria psicopedagógica, por meio da 
elaboração de diagnósticos, compreendendo suas modalidades de 
aprendizagem, como também a importância de identificar a relação entre 
a elaboração do diagnóstico clínico e a intervenção psicopedagógica.
Psicopedagogia
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Entender a abordagem clínica da teoria psicopedagógica.
2. Elaborar um diagnóstico psicopedagógico clínico.
3. Identificar os sujeitos do diagnóstico clínico, compreendendo suas 
modalidades de aprendizagem.
4. Identificar a relação entre a elaboração do diagnóstico clínico e a 
intervenção psicopedagógica.
Psicopedagogia
12
Teoria da Psicopedagogia Clínica
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como se estabelece teoricamente a psicopedagogia 
clínica, com base no seu surgimento e nos impactos da 
sua atuação. A psicopedagogia como um todo é uma área 
em ascensão no Brasil e, cada vez mais, necessária para 
entender sobre as aprendizagens. Isto será fundamental 
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
A Teoria da Psicopedagogia Clínica
A psicopedagogia encontra-se em constante processo de 
elaboração, reflexão e reformulação das suas práticas, assim como a 
plena difusão na sociedade no que tange à popularização da sua atuação 
e o entendimento sobre ela.
Esta é uma área fundamental para o campo educacional, sobretudo 
quando estamos assentados por históricas desigualdades sociais, 
econômicas, culturais e políticas que influenciam diretamente em como 
os indivíduos acessam os ambientes escolares e, consequentemente, 
como aprendem.
Assim, o psicopedagogo cumpre um importante papel de 
entendimento sobre as dificuldades da aprendizagem, sempre 
considerando que este é um trabalho que não se desenvolve de forma 
isolada e desconectada com a realidade, e sim por meio do fazer coletivo 
e da interdisciplinaridade que permitem chegar a resultados exitosos.
Psicopedagogia
13
Figura 1- Psicopedagogia clínica
Fonte: Freeik (2022).
Consideremos que a psicopedagogia clínica surge recentemente 
no Brasil, a partir da década de 1960 e, dessa forma, seus estudos ainda 
se encontram em constante evolução e efervescência, considerando que 
cada contexto tem dinâmicas e situações específicas a serem abordadas 
no cotidiano observado.
Assim, gostaríamos de destacar a concepção do autor no que tange 
à conceituação teórica sobre o desenvolvimento da psicopedagogia 
clínica:
Ela contempla uma abordagem ampla e integrada do 
sujeito a fim de compreender o seu aprender em todos os 
sentidos, a saber, em relação ao significado de aprender, 
à construção da estruturação lógica, a um aprisionamento 
do corpo, a uma ressignificação de um organismo com 
problemas e outros. (WOLFFENBUTTEL, 2005, p.18)
Desse modo, podemos perceber a tamanha abrangência da 
psicopedagogia clínica, quando ela está associada ao desenvolvimento 
da compreensão de várias dimensões do educando, concentrando-se 
em duas perspectivas fundamentais:
Psicopedagogia
14
 • O que se aprende.
 • O que não se aprende.
E que luga podemos encontrar o exercício do profissional da 
psicopedagogia? Em um lugar em que exista espaço de aprendizagem, 
trocas de conhecimento, exercício criativo do aprender, sejam de 
ambientes da educação formal ou não formal.
Figura 2 - Aprender brincando
Fonte: Freepik (2022).
É uma tarefa, de suma importância na trajetória do psicopedagogo, 
estabelecer o diagnóstico de identificação dos problemas de 
aprendizagem e como eles podem ser resolvidos ao longo do processo de 
acompanhamento, monitorando as evoluções e retrocessos, adaptando 
sempre que possívele contando com outros profissionais especializados 
que poderão contribuir com esse processo.
De acordo com os pesquisadores do campo da psicopedagogia, 
quanto tratamos do campo da psicopedagogia clínica, esta, por sua vez, 
passa por uma série de mudanças e uma delas é o nome, tendo várias 
denominações anteriores a ela. Desse modo, é importante sabermos 
como era anteriormente chamada.
Psicopedagogia
15
Figura 3 - Nomes anteriores à psicopedagogia clínica
Psicopedagogia 
Clínica
Fonte: Elaborado pela autora (2022).
A psicopedagogia clínica tem um método diferente de atuação e 
abordagem da psicopedagogia institucional. Esse é um ponto importante 
para entendermos como se desenvolve a prática da área, bem como suas 
especificidades.
O psicopedagogo clínico tem a importante missão de construir uma 
nova história bem-sucedida dos processos de aprendizagem, perceber 
como é possível estabelecer conexões seguras de como aprender e se 
desenvolver, criando momentos prazerosos na importante trajetória de 
aprender, trocar conhecimentos e alcançar o pleno desenvolvimento de 
ensino-aprendizagem.
Na psicopedagogia clínica, o profissional tem o importante papel de 
aproximação direta com o educando e com as diversas dimensões que o 
compreendem. São elas:
 • Emocional
 • Cultural
 • Social
 • Econômica
Psicopedagogia
16
 • Familiar
Desse modo, com este arcabouço de informações, poderemos 
compreender como o educando foi se moldando, se construindo e se 
transformando ao longo do tempo, fruto dessas relações que o envolvem, 
podendo assim analisar a forma como ele foi se relacionando com o 
conhecimento e os momentos de aprendizagem, ao longo do tempo.
Figura 4- As dimensões dos sujeitos na aprendizagem
Fonte: Freepik(2022).
Podemos analisar, os pontos mais importantes, apresentados pela 
autora Fernández (1991) afirmando que a condução do desenvolvimento 
de aprendizagem e o processo de estabelecer o ato de aprender se 
constituem pelo sujeito que desenvolve a aprendizagem, em inter-relação 
social, por meio da intervenção em quatro níveis: 
 • Organismo 
 • Corpo 
 • Inteligência e 
 • Desejo
Psicopedagogia
17
Estes níveis não podem ser esquecidos ou desconsiderados, pois 
emanam da concepção da integralidade dos indivíduos. Todos têm uma 
subjetividade que deverá ser compreendida e respeitada.
IMPORTANTE:
Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia 
(ABPP, 2005), não se elaborou uma prática padronizada, 
estática e uniforme nas ações que estão no campo da 
psicopedagogia, “aquela que o profissional utiliza para 
ajudar seu cliente a aprender e ter sucesso é a melhor e 
a mais adequada. Cada indivíduo tem sua peculiaridade e 
assim deverá ser estudado.” Podemos facilmente identificar 
um leque de ações psicopedagógicas, todas tendo o 
objetivo de identificar e intervir nas questões relacionadas 
à aprendizagem.
Para a análise inicial, Weiss (2004) propõe alguns caminhos 
investigativos para detectar como se desenvolve o percurso da 
aprendizagem na vida do educando.
Figura 5- Caminhos investigativos
Fonte: Elaborado pela autora (2022)
Percebamos como é um trajeto e uma abordagem de suma 
importância e de responsabilidade, realizados pelo profissional da 
psicopedagogia clínica. A psicopedagogia clínica no Brasil é uma prática 
profissional multirreferenciada, ou seja, é uma pragmática clínica dos 
problemas de aprendizagem que conta com os conhecimentos e teorias 
de diversas áreas do conhecimento. 
Psicopedagogia
18
VOCÊ SABIA?
Outro ponto importante a ser destacado é que a 
psicopedagogia clínica não se restringe apenas ao 
atendimento de crianças, mas de todos os indivíduos que 
tenham dificuldades na aprendizagem, tendo um caráter 
preventivo e terapêutico.
É importante considerar alguns sintomas que podem ser 
considerados pelos profissionais da psicopedagogia.
Figura 6 - Sintomas de dificuldade na aprendizagem
Fonte: Elaborado pela autora (2022).
É importante considerar a diferença entre o modelo institucional, 
no qual o psicopedagogo atua na instituição escolar ou educacional, e 
a Psicopedagogia Clínica que atende e acompanha os educandos de 
diversas faixas etárias em sua clínica, de forma individual ou com a sua 
família acompanhando, o que viabiliza a criação de um vínculo entre o 
psicopedagogo e educando.
Psicopedagogia
19
O psicopedagogo irá observar os seguintes aspectos do indivíduo:
Figura 7- Aspectos a serem observados
Fonte: Elaborado pela autora (2022).
De acordo com Bossa (2002 apud ESCOTT, 2004), é necessário o 
profissional da psicopedagogia ter consciência clara e definida de que 
a dificuldade de aprendizagem não se constrói de forma isolada, mas 
necessita ser analisada como um sintoma social, cultural, epistemológico 
e individual, que se manifesta na dimensão da subjetividade do aluno.
IMPORTANTE:
No que diz respeito aos cenários de aprendizagem e 
produção do conhecimento para entender os problemas 
que aparecem na aprendizagem, busca-se a elaboração e 
construção de um processo de interação. Além deste campo 
dificilmente haverá capacidade de compreensão. Os pontos 
de dificuldade precisam ser analisados, considerando o 
processo interativo existente no percurso para desenvolver 
a aprendizagem. Desse modo, o psicopedagogo precisa 
ter uma abordagem qualificada e uma escuta desenvolvida 
de forma aprofundada a todos os momentos do processo 
de acompanhamento e monitoramento do educando nos 
espaços de aprendizagem e na clínica.
A dificuldade de aprendizagem surge algumas vezes como um 
sintoma aparente ou pouco evidente, ocultando a repressão de algum 
momento específico no qual o aprender tem seu sentido, outra alternativa 
Psicopedagogia
20
acontece pela inibição cognitiva, que se relaciona a uma retratação 
intelectual do ego. Nesse contexto, também pode ser observada a 
terceira possibilidade: o comportamento reativo relacionado às propostas, 
desenvolvidas em ambientes escolares. Nesse sentido, a dificuldade de 
aprendizagem está inerente ao sujeito, sendo associada às inadequações 
das propostas didático- pedagógicas e as vivências do educando e da 
sua família.
Na perspectiva observada por Fernández e Paín (apud BOSSA, 
2000a, p. 88), o problema de aprendizagem tem a possibilidade de ter 
sido ocasionado por dimensões internas ou externas à estrutura familiar e 
individual, ainda que sobrepostas. São caracterizados da seguinte forma:
Quadro 1 - Aspectos a serem observados
Os problemas provocados pelas 
causas externas
Os problemas provocados pelas 
causas internas
São denominados por Fernández 
e Paín (apud BOSSA, 2000a, 
p. 88) de problemas de 
aprendizagem reativos. Segundo 
as autoras, quando se atua nas 
causas externas, a abordagem é 
obter um caráter preventivo. 
Quando se trata de questões 
internas do sujeito denominam-
se sintoma. Na intervenção em 
problemas cujas causas estão 
ligadas à estrutura individual, 
o tratamento tem abordagem 
terapêutica.
Fonte: Elaborado pela autora (2022)
De acordo com a visão de Barbosa (2001), a aprendizagem é um 
processo estabelecido por várias interações sociais e culturais no ambiente 
escolar, que irão resultar de uma interação do sujeito com o contexto 
no qual ele está inserido. Nesse sentido, a dificuldade para aprender 
se caracteriza por ser um impedimento, que pode ser considerado ou 
percebido como persistente ou momentâneo, do educando frente aos 
obstáculos que se configuram nessa interação.
O processo de aprender não acontece em linha reta, 
numa ascensão suave de aquisições que vão se somando 
simplesmente umas às outras; e sim apresenta um traçado 
acidentado, definido como “dente de serra”, com picos de 
alturas variadas, em que se soma, subtrai-se, divide-se e 
multiplica-se. Em alguns momentos o aprendiz resolve as 
Psicopedagogia
21
situações com facilidades; em outros, surge a dificuldade 
que mobiliza para a solução. (BARBOSA, 2001, p. 32)
Comopodemos perceber, o processo de aprendizagem não se 
desvincula dos cenários e contextos vivenciados e nem às situações 
que vão ocorrendo na vida dos educandos. Para isso, é importante que o 
profissional da psicopedagogia esteja em constante processo de formação 
continuada, com plena dimensão global do avanço e da influência das 
tecnologias na vida dos educandos e das pessoas em geral, dos impactos 
da pandemia da covid-19, por exemplo, e de todas as questões estruturais 
ligadas aos desenvolvimentos da aprendizagem.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudo? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
como se estabelece teoricamente a Psicopedagogia 
Clínica, com base no seu surgimento e nos impactos da 
sua atuação, o ela que vem analisando e contribuindo ao 
longo do tempo. A psicopedagogia como um todo é uma 
área em ascensão no Brasil e cada vez mais necessária 
para entender sobre a aprendizagem. Nesse campo, 
percebemos a atuação do psicopedagogo clínico. Como 
podemos verificar o processo de aprendizagem não se 
desvincula dos cenários e contextos vivenciados e nem das 
situações que vão ocorrendo na vida dos educandos. No 
que tange aos cenários de aprendizagem e produção do 
conhecimento para entender os problemas que aparecem 
na aprendizagem, buscam-se a elaboração e a construção 
de um processo de interação, pois além desee campo 
dificilmente haverá capacidade de compreensão. Os pontos 
de dificuldade precisam ser analisados considerando o 
processo interativo existente no percurso para desenvolver 
a aprendizagem.
Psicopedagogia
22
Aspectos Básicos do Diagnóstico 
Psicopedagógico Clínico
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como se estabelece teoricamente a psicopedagogia 
clínica, com base no seu surgimento e nos impactos da 
sua atuação. A psicopedagogia como um todo é uma 
área em ascensão no Brasil e, cada vez mais, necessária 
para entender as aprendizagens. Isto será fundamental 
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Conceito de Diagnóstico
Neste tópico é importante entendermos sobre o que é de fato 
diagnóstico, conceito tão importante no processo de desenvolvimento 
da abordagem na psicopedagogia. Desse modo, a origem da palavra 
diagnóstico surge dos termos gregos- dia quer dizer “através” e gignósko, 
que significa conhecer, saber.
Figura 8- Diagnosticar
Fonte: Freepik(2022).
Psicopedagogia
23
Para que o diagnóstico seja efetivo e condizente com a vida do 
educando algumas atitudes devem constar na rotina do profissional da 
psicopedagogia. Assim, ele deverá ser:
 • Competente.
 • Habilidoso.
 • Sensível.
 • Articulado.
 • Dialógico.
Essas habilidades serão responsáveis pela elaboração e condução 
de um diagnóstico efetivo, que será construído por uma escuta atenta e 
ativa no ambiente clínico.
Existem fatores que permeiam diretamente o diagnóstico, pois 
esse, por sua vez, não ocorre isoladamente, mas estabelece uma conexão 
direta com outros atos. Desse modo, é importante conhecer e ter domínio 
sobre:
 • A definição do objetivo do diagnóstico psicopedagógico.
 • A explicação de como ocorre o processo de diagnóstico.
 • A descrição dos fatores que influenciaram o diagnóstico.
A responsabilidade do diagnóstico é fundamental e permanente, 
durante a conduta do psicopedagogo, tendo em vista, que um diagnóstico 
errado ou equivocado poderá gerar uma série de danos na vida e no 
cotidiano do educando, além do surgimento de barreiras no campo da 
aprendizagem.
O diagnóstico irá definir um dos campos a seguir:
Figura 9- O diagnóstico
Fonte: Elaborado pela autora (2022).
Psicopedagogia
24
Para chegar às respostas dessas questões e ao diagnóstico, 
algumas perguntas são fundamentais: 
 • Qual o real significado que o sujeito remete ao ato de aprender?
 • Quais as dificuldades que aparecem no processo que impedem 
a aprendizagem?
 • O que influencia o educando a não aprender?
O atendimento individualizado, realizado na clínica, possibilita uma 
maior atenção a estas questões e, consequentemente, estabelece a 
trajetória, as vivências e as experiências do educando que irão compor 
a resolução das questões diagnósticas. Para tanto, é sempre necessário 
agir com cuidado no campo do diagnóstico e respeitar todo o caminho 
do indivíduo.
Todos os pontos no decorrer do contato são essenciais para o 
diagnóstico. Desse modo, é de suma importância um trabalho atencioso 
e que de fato registre os pontos relacionados ao sujeito.
Figura 10 - Registros da clínica
Fonte: Freepik(2022).
Psicopedagogia
25
 O vínculo com psicopedagogo favorece diretamente no processo 
do diagnóstico, tendo em vista que o educando terá criado laços de 
confiança com o profissional que fornecerão elementos valiosos para o 
diagnóstico.
Assim, o diagnóstico interliga-se com dois aspectos:
 • A história de vida do educando.
 • Como este educando se constitui no mundo.
VOCÊ SABIA?
Na visão teórica de Fernández (1991), é real que em cada ser 
humano, hajaa uma “modalidade de aprendizagem”, assim, 
uma forma própria de se relacionar com o conhecimento. 
Esta postura e característica de cada indivíduo, é elaborada 
desde o seu nascimento, perante as situações de 
aprendizagens que foram criadas, ao longo do tempo em 
diversos espaços. A modalidade de aprendizagem é uma 
das formas de operar que o sujeito se apropria frente a 
qualquer problema de aprendizagem apresentado.
Por isso, é tão necessário um trabalho investigativo dedicado e 
conciso que analise:
Figura 11- Elementos a serem analisados
Fonte: Elaborado pela autora (2022).
Psicopedagogia
26
Para além de ver o evidente, o diagnóstico necessita de tudo aquilo 
que não ficou tão nítido nos contatos, o que se encontra por trás, ou o que 
condiciona as situações de dificuldades.
Desse modo, segundo o teórico:
O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, 
procurando solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, 
outras irrelevantes, mas a sua meta fundamentalmente é 
investigar todo o processo de aprendizagem, levando em 
consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para 
valendo-se desta investigação, entender a constituição da 
dificuldade de aprendizagem. (RUBINSTEIN, 1987, p. 51)
Para que tudo aconteça de forma ética e efetiva, no processo de 
diagnóstico, é importante contar com a ação interdisciplinar do olhar de 
vários profissionais, pois é a partir deste engajamento coletivo que será 
possível entender e aplicar várias formas de avaliação.
Na perspectiva de Bossa (2000):
Diagnosticar nada mais é do que a constatação de que a 
criança possui algum tipo de dificuldade na aprendizagem, 
fato que normalmente só é detectado quando ela é 
inserida no ensino formal. Porém, uma vez realizada essa 
constatação, cabe à equipe investigar a sua causa e, para 
tanto, deve-se lançar mãos de todos os instrumentos 
diagnósticos necessários para esse fim. O diagnóstico 
psicopedagógico abre possibilidades de intervenção e 
dá início a um processo de superação das dificuldades. 
O foco do diagnóstico é o obstáculo no processo de 
aprendizagem. É um processo no qual analisa-se a 
situação do aluno com dificuldade no contexto da escola, 
da sala de aula, da família; ou seja, é uma exploração 
problemática do aluno frente à produção acadêmica. 
(BOSSA, 2000, p.24)
Como podemos ver o momento do diagnóstico é o ápice e 
consolidação de várias observações, contatos e registros feitos juntos ao 
educando. 
Psicopedagogia
27
Figura 12- Momento clínico
Fonte: Freepik (2022).
É importante considerar que o momento do diagnóstico não encerra 
o contato, pelo contrário é o início do acompanhamento focalizado, 
aplicação das metodologias e o monitoramento. De modo que, é de suma 
importância,que seja um momento humanizado e resolutivo, que aponte 
encaminhamentos, tratamentos e como a família será importante como 
suporte, compromisso e realização de todo o percurso.
O Diagnóstico Psicopedagógico Clínico
Quando passamos a entender o valor do diagnóstico, percebemos 
que este é um grande momento transicional na vida do educando e da 
sua família, tendo em vista ser o ingresso para a intervenção que agirá 
na vida do indivíduo como tratamento, devendo seguir uma sequência 
didática para todos:
 • Devolutiva da análise do contexto.
 • Leitura do sintoma.
Psicopedagogia
28
Figura 13 - Momento do diagnóstico
Fonte: Freepik(2022).
 • Explicações das possíveis causas que se relacionam com o 
sintoma.
 • Barreira de ordem do desenvolvimento do conhecimento, 
interação, funcionamento estrutural.
 • Diálogo e esclarecimentos em torno da origem do sintoma e suas 
possíveis causas históricas.
 • Demonstração da hipótese de causa futura da situação atual.
 • Indicações. 
 • Encaminhamentos.
Esse percurso não deve ser engessado ou sem dinamismo, pois 
estamos tratando diretamente de seres humanos, suas histórias de vida 
e seus processos de aprendizagem e requer mais do profissional da 
psicopedagogia uma abordagem humanizada e acolhedora, que tenha 
em sua perspectiva a empatia e a solução de problemas.
Psicopedagogia
29
Figura 14- Abordagens lúdicas
Fonte: Freepik (2022).
Assim, podemos conceber que o momento do diagnóstico deve 
levar em consideração a queixa inicial, realizada pelo educando, que 
ao longo tempo vai se firmando em novas hipóteses, tendo em vista 
que os fatores não se sobrepõem e nem devem ser descartados ou 
desconsiderados no decorrer da elaboração diagnóstica.
Muito falamos sobre as dificuldades da aprendizagem, mas 
precisamos não esquecer dos educandos que são superdotados, 
portadores de altas habilidades, que também compõem o público a 
ser atendido pelo psicopedagogo, levando-se em conta que eles não 
se desmotivem ou percam a vontade em estudar. Assim, devem ser 
indicados em algumas situações o caso de aceleramento dos anos 
escolares ou realizar agrupamentos diferenciados na escola. Por meio 
do psicopedagogo, será mediada a vivência do educando com altas 
habilidades no contexto escolar.
Psicopedagogia
30
ACESSE:
Os educandos com altas habilidades é um grande desafio na 
educação brasileira e sobretudo para os psicopedagogos. 
Assim, é de suma importância pensar alternativas viáveis 
para este grupo e não apenas para os sujeitos com 
dificuldades de aprendizagem. Cada ser é único em sua 
subjetividade e trajetória, então é necessário se aproximar 
e ter em foco a investigação em torno da possibilidade 
de o educando ter altas habilidades. Não podemos de 
forma alguma ignorar as dificuldades de adequação desse 
grupo e como a ausência do sentimento de pertença 
pode gerar danos nos processos de aprendizagem. Alguns 
comportamentos devem ser considerados no momento 
do diagnóstico: comportamentos - interesse por coisas 
ditas incomuns, muitos questionamentos e tentativa de 
entendimento sobre o objeto de interesse; muita energia, 
o que pode, às vezes, gerar o equivocado diagnóstico de 
hiperatividade; necessidade de respostas mais elaboradas 
e não aceitação de “explicações prontas”; necessidade de 
aprender coisas novas e costume de fazer algo de outras 
formas. Assim, você poderá aprofundar esta temática, 
acessando o link aqui para o artigo Altas habilidades e 
superdotação: como diagnosticar e lidar com os chamados 
superdotados”. Disponível aqui.
 Muitas vezes, as pessoas imaginam que os problemas escolares 
se localizam apenas com os sujeitos com dificuldade de aprendizagem, 
sendo que os educandos com altas habilidades também fogem do 
padrão e colocação da aprendizagem. Desse modo, podemos perceber 
que o psicopedagogo deverá atuar, de acordo com a individualidade e 
subjetividade dos educandos.
O psicopedagogo tem a missão de estabelecer um processo 
prazeroso no ato de aprender, de modo que, não deve colocar algo muito 
difícil para os educandos, pois isso poderá gerar desmotivação, desânimo 
e abandono das atividades. Do mesmo modo que os educandos com 
altas habilidades devem ser sempre motivadas continuamente a manter 
o foco nas aprendizagens, “sem matar gênios” e pessoas com grandes 
habilidades de aprendizado.
Psicopedagogia
https://www.edocente.com.br/blog/educacao/altas-habilidades-e-superdotacao/?gclid=Cj0KCQjwsdiTBhD5ARIsAIpW8CKWIvkSzs5SgzP34tafI3U_NlZQ7wvZXDC1TJgokv8nlU3sMmzMNEEaAn5rEALw_wcB
31
Figura 15 - Aprender deve ser prazeroso 
Fonte: Freepik (2022).
Na atividade clínica do psicopedagogo, também, poderão aparecer 
pessoas que desejam conhecer sua própria forma de aprender e 
como potencializar isso na prática, podendo fortalecer seu rendimento 
de aprendizagem no cotidiano. Nesse caso, o psicopedagogo 
deverá conceber como o educando poderá aplicar essa dinâmica de 
aprendizagem na vida profissional e pessoal, sempre com o intuito de 
refletir sobre as questões relacionadas à aprendizagem.
Psicopedagogia
32
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido como se 
estabelece teoricamente a psicopedagogia clínica, com 
base no seu surgimento e nos impactos da sua atuação. A 
psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão 
no Brasil e, cada vez mais, necessária para entender as 
aprendizagens. Isto será fundamental para o exercício da 
profissão do psicopedagogo clínico. O psicopedagogo tem 
a missão de estabelecer um processo prazeroso no ato de 
aprender, de modo que não deve colocar algo muito difícil 
para os educandos, pois isso poderá gerar desmotivação, 
desânimo e abandono das atividades. Do mesmo modo 
que os educandos com altas habilidades devem ser 
sempre motivadas continuamente a manter o foco nas 
aprendizagens, “sem matar gênios” e pessoas com grandes 
habilidades de aprendizado. Assim, podemos conceber 
que o momento do diagnóstico começa desde a queixa 
inicial, realizada pelo educando e, ao longo tempo, vão 
se elaborando novas hipóteses, reforçando que os fatores 
não se sobreponham e nem devam ser descartados ou 
desconsiderados no decorrer da elaboração diagnóstica.
Psicopedagogia
33
Sujeitos de Diagnóstico e Modalidades 
de Aprendizagem
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como se estabelecem os sujeitos no campo diagnóstico e 
como se configura este momento na vida dos educandos. 
A psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão 
no Brasil e cada vez mais necessária para entender sobre 
as aprendizagens, assim também como as respectivas 
modalidades. Entender também sobre a configuração 
da psicopedagogia clínica e como ela nos impulsiona a 
perceber o diagnóstico, elemento importante no exercício 
de profissão. Isto será fundamental para o exercício da 
profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Sujeitos de Diagnóstico
Nos capítulos anteriores, tivemos a oportunidade de compreender 
as dimensões discursivas e teóricas da psicopedagogia clínica que se 
dimensionam no campo de pesquisa e nos aspectos profissionais da 
atuação diária.
Assim é fundamental que o profissional da psicopedagogia 
desenvolva uma postura ética, empática, colaborativa, interdisciplinar 
e que construa um trabalho em rede, contando com a colaboração de 
diversos atores.
Psicopedagogia
34
Figura 16- Psicopedagogo clínico em atendimento
Fonte: Freepik(2022).
O diagnóstico, realizado pelo psicopedagogo, inclui um trabalho 
sério e comprometido de investigação e sobretudo a criação de vínculos 
de confiança que possibilitem a abertura necessária para a conclusão do 
diagnóstico e, posteriormente, o início do tratamento.
Por sua vez, o esclarecimento de algo que iniciou com uma queixadeverá conter atitudes que contemplem um encaminhamento propositivo. 
Nesse sentido, consideramos que algumas ações podem fazer diferenças 
no impacto na vida dos sujeitos de diagnóstico:
 • Uma postura acolhedora. 
 • Uma atitude que seja mediadora e que conduza a outros 
profissionais especializados, garantindo um atendimento 
interdisciplinar.
 • Aproximação e diálogo horizontal com a família no sentido de 
fortalecer e apoiar o educando.
Essas atitudes são de suma importância no percurso, desde o 
primeiro contato até os momentos seguintes que irão possibilitar o 
fortalecimento do acompanhamento interdisciplinar.
Psicopedagogia
35
Figura 17- A ludicidade como acompanhamento da aprendizagem
Fonte: Freepik (2022).
IMPORTANTE:
Partindo desse cenário, é importante aprofundar sobre 
o sujeito de diagnóstico neste momento, de acordo com 
a teórica Alicia Fernández (1991, p. 23) que construiu um 
caminho autêntico para chegada a esse diagnóstico, 
denominado: “Diagnóstico interdisciplinar familiar de 
aprendizagem em uma só jornada” (DIFAJ).” Com essa 
ferramenta, ela analisa como o conhecimento é percebido, 
observado, apreendido por todos os membros da família e 
como ele estabelece a relação com o sintoma, apresentado 
pelo educando no processo a ser acompanhado e 
investigado.
É bem comum percebermos no caminho da jornada do educando, 
momentos em que algumas frases são disparadas em relação ao 
desenvolvimento do indivíduo.
Psicopedagogia
36
Figura 18- Frases que são repetidas na vida dos educandos
Fonte: Elaborado pela autora.
Essas frases geram um aumento da ansiedade na vida dos 
educandos e das suas respectivas famílias, consequentemente, pela 
ânsia em descobrir o que acontece e como pode ser resolvido. Por isso, é 
importante um processo de diagnóstico bem consolidado e claro para o 
estudante e a sua família.
Na técnica, elaborada por Alícia Fernandez, o diagnóstico se 
estabelece na vida da criança e da sua família, por meio do compartilhamento 
de quatro horas em uma visita, proposta neste cenário em um hospital. No 
decorrer das horas são assistidos, acompanhados, analisados e ouvidos 
por diversos especialistas que produzirão e comunicarão opiniões, com o 
objetivo de concluir um diagnóstico, condizente com a vida do educando 
(FERNANDEZ, 1991).
Esta abordagem diagnóstica elaborada por Fernandez (1991) 
viabiliza ao psicopedagogo elaborar as respostas dos membros da família, 
quando acontece a consulta com essa família do educando. 
IMPORTANTE:
É importante que a criança participe de todas as consultas e 
seja ouvida no que tange aos sentimentos de como ela tem 
vivenciado o processo. Por conseguinte, na oportunidade 
da consulta será o momento de contar o motivo pelo qual 
ela sentiu a necessidade de ir até o atendimento e quais os 
seus anseios em relação ao acompanhamento. 
É atribuição do profissional da psicopedagogia analisar e observar 
pontos semelhantes e distanciamentos entre as razões da consulta dos 
membros da família: pais, irmãos e o próprio educando. É primordial 
que o terapeuta acompanhe, entenda o ponto de vista do educando 
Psicopedagogia
37
e estabeleça uma relação de confiança e fortalecimento de vínculos 
propositivos e acolhedores. 
Na perspectiva de Fernández (1991), os membros da família, 
deverão participar das consultas, dos acompanhamentos, do diagnóstico 
para ter a oportunidade de refletir e questionar sobre a situação do filho, 
considerando a dinâmica que envolve o grupo familiar. Esse momento é 
primordial e muito significativo para o processo diagnóstico e a vida do 
educando.
Figura 19 - A presença da família é primordial para o diagnóstico eficiente
Fonte: Freepik (2022).
Para entendermos como o profissional de psicopedagogia deve agir 
com relação ao processo diagnóstico, podemos compreender que pode 
ser organizado em momentos, objetivando a criação de uma sequência 
diagnóstica, desse modo, cada percurso vai se adequando a vivência com 
o educando. 
Neste caminho metodológico, é possível perceber a demonstração 
de uma organização sistematizada em etapas que irá contribuir diretamente 
para o que os processos se adaptem, conforme a necessidade de cada 
situação, sempre em pleno alinhamento com o educando e a família.
Psicopedagogia
38
Esta dimensão organizativa ocorre por meio dos primeiros contatos 
com o educando. Um momento primordial do diagnóstico é a realização 
da anamnese, pois é desse modo que é possível conhecer toda a história 
e a trajetória do educando. 
Figura 20 - Realização do momento da anamnese
Fonte: Freepik(2022)
Devemos considerar que a anamnese deverá dar ênfase a uma 
informação importantíssima que é o motivo da ida até o encontro do 
psicopedagogo. É importantíssimo saber a motivação e qual a inquietação 
que move o educando. 
É neste momento de trocas que o psicopedagogo deverá 
estabelecer conexões e vínculos com o educando que possibilitem a 
construção da relação de confiança e empatia nos processos que deverão 
ter um caráter humanizado, participativo e integrativo.
Outro passo importante é o momento do contrato e do 
enquadramento que compõem as fases do contato com o profissional da 
psicopedagogia e o caminho para o diagnóstico.
Psicopedagogia
39
Assim, é importante entender: 
Quadro 2 - O contrato
Constantes do Enquadramento do Contrato:
 • O papel do psicopedagogo.
 • A participação e acompanhamento da família.
 • O encaminhamento a outros profissionais.
 • O diálogo e o relacionamento com a escola.
 • Panorama da quantidade de sessões.
 • Planejamento da possibilidade do final do tratamento.
 • Organização do horário, dias e duração das sessões.
 • As questões relacionadas aos honorários.
Fonte: Elaborado pela autora.
Uma das metodologias utilizadas para o acompanhamento do 
educando, é a entrevista, de acordo com a teórica Sara Paín (1995), no 
momento do atendimento que tem a finalidade de reconstruir a história e 
a trajetória de vida do paciente. Ela indica que a entrevista ocorra, depois 
do primeiro contato com o paciente, momento que tem a finalidade de 
troca das primeiras informações e que seja desenvolvida, priorizando a 
ação e abordagem lúdica, de modo que sejam utilizados jogos e provas 
psicométricas.
Modalidades de Aprendizagem
 Após entendermos as questões relacionadas ao diagnóstico, é 
importante aprendermos sobre as modalidades de aprendizagem e o 
destaque desse termo para a dinâmica e cotidiano dos profissionais da 
psicopedagogia. 
Assim, precisamos sempre perceber o processo de aprendizagem 
como um momento a ser problematizado, discutido e aprofundado, tendo 
em vista que essa definição se alinha às concepções de modalidades de 
aprendizagem, aspectos específicos de cada educando ao estabelecer 
conexão com o conhecimento, ou seja, consolidar o aprendizado em sua 
vivência e experiência de vida.
Psicopedagogia
40
Precisamos entender que a origem das modalidades de 
aprendizagem na vida dos indivíduos, inicia-se na primeira socialização 
que é a família, quando ela nasce e vai estabelecendo os primeiros 
contatos, movimentos e vínculos.
VOCÊ SABIA?
É possível perceber que, cada dia mais cedo, as crianças 
começam a frequentar a escola/maternal/berçário, mas 
sabemos que, cotidianamente, ocorre a institucionalização 
de crianças em fase correspondente à etapa sensório-
motor, ocorrendo consequências que impactam 
positivamente na estimulação cognitiva destas crianças, 
mesmo com prejuízos ao desenvolvimento cognitivo, por 
mais que tenham muito afeto no contexto escolar, não 
substituem as figuras de paternidade e maternidade.
Figura 21- Momentos de aprendizagem
Fonte: Freepik (2022).
É importante refletir que o ambiente promove diretamente 
para o educando estímulos positivos e negativos para o processo de 
Psicopedagogia
41
aprendizagem, compreendendo que cada pessoa desenvolve uma forma 
de aprender, por meio da sua trajetória e forma dever o mundo. 
Desse modo, o profissional da psicopedagogia deverá entender que 
o espaço de relação das famílias é primordial para a construção sólida das 
modalidades de aprendizagem na vida dos educandos em seu cotidiano. 
Assim, em um ambiente familiar que não promove a diversidade e a 
reflexão, como também estímulo ao pensamento crítico, que não respeita 
as diferenças e as formas de ser, poderá ser promotora de uma grande 
barreira de aprendizagem que não incentiva o conhecimento de diversas 
formas. Desse modo, é importante que o ambiente familiar promova a 
ampla diversidade e de repertórios das crianças.
Figura 22- Respeito às diversidades
Fonte: Freepik (2022).
Quando encontramos famílias que promovem ambientes saudáveis 
de aprendizagem, podemos perceber que, automaticamente, é 
promovido um estímulo às reflexões e às ideias e a vontade de explorar, 
conhecer o mundo e as diversas formas de viver que são percebidas nas 
culturas diferentes.
Psicopedagogia
42
IMPORTANTE:
Portanto, podemos ver uma disposição dos educandos 
em buscar aprender, conhecer, investigar e aprofundar 
conhecimentos, assim agem de forma contrária a 
ambientes que promovem a estagnação do conhecimento 
ou o preconceito ao novo.
Assim, é essencial conhecermos um pouco sobre cada modalidade 
de aprendizagem que um indivíduo pode apresentar em sua trajetória.
Quadro 3 - Modalidades de aprendizagem 
Aprendizagem Hipoassimilativa Aprendizagem Hiperassimilativa
Esse caso é percebido, quando 
o educando se apresenta 
como tímido, não gosta de se 
comunicar oralmente, não se 
sente à vontade para explorar 
objetos e brinquedos. Nesse 
caso, o educando insiste em 
permanecer na mesma ação ou 
atividade, não promove a vazão 
da energia criativa e não se 
predispõe a lidar com o lúdico.
Nesse caso, é percebido que, 
enquanto o educando realiza 
uma atividade, ele vai se 
comunicando, demonstrando 
vários assuntos ao mesmo 
tempo, mas não se predispõe a 
ouvir, quando existe interação. 
Está preso a detalhes e não 
observa ao seu redor, como 
um todo, ou seja, dispensa 
o universo e o contexto 
de informações. Nessa 
aprendizagem, o que predomina 
é o esquema lúdico e atrativo. 
Aprendizagem Hipoacomodativa
Aprendizagem 
Hiperacomodativa
Quando se trata desta 
aprendizagem, o sujeito em 
questão demonstra resistência 
em estabelecer vínculos afetivos. 
Pode se perceber que este caso 
ocorre quando a criança passou 
por uma situação de abandono.
Nessa aprendizagem,o 
educando tem dificuldade de 
criar, gosta de repetir, sem 
estabelecer reflexão ou crítica, 
age como reprodutor de 
conteúdos. Tem dificuldades 
em demonstrar iniciativa e 
predisposição à submissão.
Fonte: Elaborado pela autora (2022).
Psicopedagogia
43
Essas aprendizagens devem ser acompanhadas e analisadas pelo 
profissional da psicopedagogia. Na possibilidade de um acompanhamento 
que tenha o caráter de contribuição ao educando, diante do diagnóstico, 
é possível ver vários avanços. Nesse caso, sempre recomendamos 
a utilização do lúdico que poderá contribuir diretamente com o 
desenvolvimento dos sujeitos.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
como se estabelece os sujeitos no campo diagnóstico e 
como se configura este momento na vida dos educandos. 
A psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão 
no Brasil e, cada vez mais, necessária para entender as 
aprendizagens, assim como as respectivas modalidades. 
Entender sobre como se configura a psicopedagogia clínica 
e como ela nos impulsiona a aproximação ao diagnóstico é 
importante no exercício de profissão. Assim, também, como 
o entendimento sobre as modalidades de aprendizagem 
que poderão ser acompanhas diretamente pelo profissional 
da psicopedagogia. Sempre recomendamos a utilização 
do lúdico que poderá contribuir diretamente com o 
desenvolvimento dos sujeitos bem como a participação de 
uma equipe interdisciplinar. 
Psicopedagogia
44
Intervenção Psicopedagógica e o 
Diagnóstico Clínico
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como acontece a intervenção psicopedagógica e quais 
são os instrumentos utilizados pelo psicopedagogo para 
realizar esse procedimento. Isso é importante, posto que 
relaciona a teoria com a prática. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!!.
Intervenção Psicopedagógica: 
os Instrumentos Utilizados Pelo 
Psicopedagogo no Diagnóstico
O diagnóstico psicopedagógico tem um objetivo específico muito 
importante que diz respeito a elucidar eventuais desvios e entraves 
que podem ocorrer no processo de ensino e aprendizagem de um 
sujeito específico, identificando aquilo que pode ser responsável pelo 
impedimento no seu desenvolvimento esperado, conforme aponta Weiss 
(2008).
Tendo em vista a importância do diagnóstico como ferramenta 
de combate ao fracasso na aprendizagem, esse deve ser realizado com 
muito cuidado, devendo-se sempre observar como o tratamento pode 
impactar na vida do sujeito e que mudanças podem ser trazidas em sua 
rotina, bem como os possíveis impactos no processo de aprendizagem.
Psicopedagogia
45
Figura 23- Cérebro desenhado representando o aprender
Fonte:Freepik(2022).
IMPORTANTE:
 Importante salientar que os obstáculos para aprender não 
são advindos única e especificamente do sujeito ou da sua 
inteligência, sendo necessário observar todo o contexto 
de criação, meio escolar, meio social, meio familiar, meio 
econômico e tudo que envolve a pessoa que irá participar 
do atendimento do psicopedagogo, com atenção especial 
à família, conforme aponta Fernandez (1990). Assim, para 
realizar o diagnóstico, faz-se necessário analisar o contexto 
familiar de forma isolada em relação ao sujeito, analisar o 
sujeito de forma isolada em relação à família e analisar o 
sujeito de forma conjunta por meio do seu papel na família.
Com base no exposto, pode-se notar que o diagnóstico do 
psicopedagogo é um procedimento que viabiliza ao profissional levantar 
hipóteses, questionamentos, investigar os entraves do processo de 
aprendizagem, confirmando ou negando as hipóteses levantadas por 
meio de uma associação, realizada entre o estudo teórico e a prática de 
vivência feitas em forma conjunta (BOSSA, 1994).
Psicopedagogia
46
Todo esse processo é realizado por meio de escutas 
psicopedagógicas e intervenções guiadas que irão auxiliar no tratamento 
da patologia de aprendizado (BOSSA, 1994).
Para realizar esses diagnósticos, os psicopedagogos necessitam 
de diversos instrumentos e técnicas, devendo usá-los com precisão e 
responsabilidade. Alguns dos instrumentos envolvem a utilização de 
testes padronizados, escrita dirigida e escrita livre com o objetivo de 
verificar essa escrita e a ortografia. 
A leitura também pode ser utilizada com o objetivo de verificar a 
forma de expressão, bem como a compreensão acerca do que se lê. 
Além disso, provas com o intuito de avaliar o grau de compreensão e de 
conhecimento, bem como outras áreas cognitivas tais quais a capacidade 
de realização e compreensão de cálculos e jogos, podem ser utilizadas 
(WEISS, 2008).
Figura 24- Algumas ferramentas utilizadas pelo psicopedagogo
Fonte: Elaborado pela autora (2022).
Psicopedagogia
47
Um instrumento primordial para o psicopedagogo é a anamnese, 
que diz respeito a uma entrevista com perguntas diretas e simplificadas 
que buscam compreender a rotina familiar do sujeito, objetivando averiguar 
e conhecer o passado dos familiares. Geralmente, quem acompanha o 
paciente nesses casos são os seus genitores ou responsáveis pela criança. 
O resultado dessa entrevista deve ser posto em um relatório detalhado e 
minucioso que irá ser formulado por meio das perguntas, das respostas 
e dos comentários sobre as respostas paraque se possa compreender, 
de fato, o que ocorre no convívio familiar e como acontece sua dinâmica.
Weiss afirma o seguinte sobre a anamnese:
um dos pontos cruciais de um bom diagnóstico. É ela 
que possibilita a integração das dimensões de passado, 
presente e futuro do paciente, permitindo perceber a 
construção ou não de sua própria continuidade e das 
diferentes gerações, ou seja, é uma anamnese da família. 
A visão familiar da história de vida do paciente traz em seu 
bojo seus preconceitos, normas, expectativas, a circulação 
dos afetos e do conhecimento, além do peso das gerações 
anteriores que é depositado sobre o paciente. (WEISS, 
2008, p. 63)
Além disso, a anamnese busca compreender todos os sintomas 
que o paciente apresenta e como funciona o seu sistema familiar. Alguns 
elementos que devem compor a ficha de anamnese serão listados a 
seguir:
 • Dados do aluno:
 • Nome, data de nascimento, naturalidade, escola, série, turno.
 • Dados dos responsáveis/genitores:
 • Nome, data de nascimento, naturalidade, endereço, telefone.
 • Motivo da realização da avaliação, conforme narrado pelos 
genitores.
 • Dados da família:
 • Composição familiar na época da concepção da criança.
 • Composição atual da família.
Psicopedagogia
48
 • Estado civil atual dos pais.
 • Existência de irmãos.
 • Religião.
 • Dados acerca da vida social da família como sua convivência com 
amigos, realização e participação em festas, eventos.
 • Situação financeira da família.
 • Dados acerca do nascimento e da gestão do paciente:
 • Planejamento da gravidez.
 • Descrição da gravidez como uma experiência agradável ou não 
para a genitora.
 • Saúde, estado emocional e pré-natal.
 • Tipo de parto, tempo do parto.
 • Condições do bebê, logo após o parto, como medicamentos 
tomados, se apresentou alguma doença, se foi para incubadora, 
entre outros aspectos.
 • Alimentação do paciente:
 • Como se alimenta hoje, se foi amamentado, se teve problemas na 
introdução alimentar.
 • Dados acerca da saúde do paciente:
 • Se está com a vacina em dia.
 • Quais doenças teve na infância.
 • Se fez cirurgia, se faz algum tratamento específico atual.
 • Se toma algum tipo de medicamento de uso contínuo.
 • Dados acerca do desenvolvimento:
 • Idade em que começou a andar e idade que começou a falar.
 • Como está o desenvolvimento motor.
Psicopedagogia
49
 • Como está a habilidade de fala, o desenvolvimento da linguagem 
e a capacidade de comunicação.
 • Se é independente na realização de atividades do dia a dia ou se 
depende muito de auxílio.
 • Regulação do sono, se dorme bem, se dorme o suficiente.
 • Se recebe orientação sexual.
 • Se os pais põem a criança de castigo, se conversam com ela, se 
gritam ou se batem na criança.
 • Dados sobre a socialização:
 • Se tem amigos e se faz amigos com facilidade ou se tem 
dificuldades em socializar.
 • Se gosta de interagir e de passear.
 • Quais os hobbies e diversão que aprecia.
 • Como o pai descreve a criança.
 • Dados sobre a vida escolar:
 • Idade em que entrou na escola, como foi sua adaptação, se teve 
repetências.
 • Como se sente quando troca de professores, como é a frequência 
escolar.
 • Se a família participa da vida escolar e o que acha do atendimento 
da escola.
 • Se a família acha que o conhecimento da criança e o seu 
desenvolvimento é compatível com a idade.
 • Se existem antecedentes de problemas de saúde ou aprendizagem 
na família.
Foi possível analisar como ocorre o procedimento de anamnese e 
que dados de interesse são questionados pelo psicopedagogo. Os dados 
aqui levantados servem de exemplo e, em fichas práticas reais, podem ter 
mais ou menos questionamentos, mas em linhas gerais o mesmo objetivo.
Psicopedagogia
50
Figura 25 - Coletando dados para anamnese
Fonte: Freepik(2022).
Outra ferramenta bastante utilizada para o psicopedagogo em seu 
ofício é a Entrevista Familiar de Exploração Situacional, também chamada 
de E.F.E.S. Para Weiss (2008), a EFES pode ser definida como:
A E.F.E.S. visa a compreensão da queixa nas dimensões 
da escola e da família, a captação das relações e 
expectativas familiares centradas na aprendizagem 
escolar, a expectativa em relação à atuação do terapeuta, 
a aceitação e o engajamento do paciente e de seus 
pais no processo diagnóstico, a realização do contrato 
e do enquadramento e o esclarecimento do que é um 
diagnóstico psicopedagógico. (WEISS, 2000, p.50)
O objetivo da EFES é compreender, também, a situação da família, 
a apresentação das queixas que a família se depara na dimensão de sua 
própria convivência e na dimensão escolar.
Além da anamnese e da EFES, tem-se, também, a Entrevista 
Operativa Centrada na Aprendizagem E.O.C.A, ferramenta criada por 
Jorge Vista para permitir que o psicopedagogo realize a entrevista de uma 
Psicopedagogia
51
maneira espontânea, com foco em experimentos (VISCA, 1987; WEISS, 
2008) trazem os seguintes comentários sobre EOCA:
As propostas a serem feitas na EOCA, assim como o 
material a ser usado, vão variar de acordo com a idade 
e a escolaridade do paciente. O material comumente 
usado para crianças é composto de folhas brancas de 
papel tipo ofício, papel pautado, folhas coloridas, lápis 
preto novo sem ponta, apontador, borracha, régua, caneta 
esferográfica, tesoura, cola, pedaços de papel lustroso, 
livros e revistas. (WEISS, 2008, p. 57).
Para a realização da EOCA, o psicopedagogo elabora diversos 
materiais que serão utilizados com base na idade do sujeito e no nível 
de escolaridade, usando-se, comumente, diversos instrumentos da 
própria escola. Vários podem ser os objetivos da EOCA como verificar 
que vínculos a criança tem com o material escolar, o que esse material 
significa para ela. Segundo Visca (1987), vários são os pontos que podem 
ser observados na EOCA:
 • Conduta da criança.
 • Como a criança lida com situações novas.
 • Reações com o novo e inesperado.
 • Se ela se defende, como lida com a ansiedade.
A pareja educativa é outra ferramenta utilizada pelo psicopedagogo 
para poder realizar o seu trabalho com as crianças. Nesse instrumento, a 
criança tem a oportunidade de se expressar por meio de desenhos que 
visam demonstrar como essa criança se sente com o mundo ao seu redor, 
em relação a objetos, a professores e várias outras formas, conscientes ou 
inconscientes, de comportamento humano, conforme afirma Paín (1985).
Psicopedagogia
52
Figura 26 - Crianças se expressando pelo desenho
Fonte: Freepik(2022).
VOCÊ SABIA?
O desenho pode ser utilizado como um interessante fator 
na educação infantil, devendo ser incentivado como forma 
de aprender e de se expressar. Disponível aqui. 
Jogos também podem ser utilizados como ferramentas de 
avaliação, por parte do psicopedagogo, sendo algo que se faz presente 
na história humana e se traduz como algo necessário. Os jogos podem 
interferir diretamente no desenvolvimento da criança, contribuindo 
para a sua imaginação, reconhecimento dos sentimentos por meio de 
representações simbólicas, incentivo à criatividade, autoimagem. Deve-
se lembrar que o letramento não é o único objetivo da educação, com 
várias ferramentas podendo ser utilizadas para influenciar diretamente no 
processo de ensino e aprendizagem.
Psicopedagogia
https://escolasexponenciais.com.br/desafios-contemporaneos/desenho-educacao-infantil/
53
Figura 27 - Crianças jogando cabo de guerra
Fonte: Freepik(2022).
As provas piagetianas também são um mecanismo utilizado pelo 
psicopedagogo para elaborar o seu diagnóstico. Estas ferramentas 
consistem em diversos grupos de provas aplicadas, tendo as seguintes 
classificações: conservação, classificação, seriação e mensuração 
espacial. Alves (2021) traz que as provas se dividem da seguinte forma:
Conservação de pequenos conjuntos discretos de 
elementos; Conservação de superfície; Conservação dos 
líquidos; Conservação de Massa; Conservação de Peso;Conservação de Volume; Conservação de Comprimento; 
Mudança de Critério (Dicotomia); Inclusão de Classes; 
Intersecção de Classes; Seriação de Palitos; Combinação 
de Fichas e Predição (ALVES, 2021)
Para a realização dessas provas não se levam em consideração as 
respostas certas ou erradas, e sim a justificativa do aluno na elaboração 
dessas respostas. Sobre as provas piagetianas, Silva (2015) diz o seguinte:
Para Piaget não existem respostas erradas ou certas, 
elas devem ser interpretadas para que o processo seja 
entendido, e assim capturar a essência do pensamento 
Psicopedagogia
54
da criança e então classificá-la de acordo com um estágio 
determinado de desenvolvimento cognitivo. Desta forma, 
tem-se a estrutura das provas: com o objetivo final de 
descobrir algo sobre os raciocínios que se escondiam nas 
respostas certas, mas com interesse pelos processos que 
estavam intrínsecos nas respostas erradas. (SILVA, 2015, 
p.401)
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo desse capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que o diagnóstico, elaborado pelo psicopedagogo, é algo 
bastante complexo e necessita de várias ferramentas para 
poder entender todo o contexto do paciente. Inicialmente, 
foi observada a anamnese como fase do diagnóstico 
em que é realizada uma entrevista em conjunto com a 
família com o intuito de compreender diversos aspectos 
do contexto da vida do paciente. Na anamnese, o 
psicopedagogo faz perguntas sobre os dados pessoais dos 
envolvidos, a gravidez e os detalhes sobre a gravidez como 
experiência, a vida social do paciente fora e dentro de casa, 
a vida dele na escola, como se ocorre a educação dele na 
casa, entre outras perguntas que podem ser realizadas. 
Verificou-se, também, que pode ser realizada com a 
família a EFES que é a entrevista familiar de exploração 
situacional, também com o intuito de compreender a 
situação da família e todo o seu contexto. Outra ferramenta 
importante diz respeito aos jogos como instrumento lúdico 
de ensino e experimento para diagnóstico. A entrevista 
operativa, centrada em aprendizagem com aplicação 
de diversos tipos de ferramentas, também foi utilizada. 
Com todo esse arcabouço de ferramentas torna-se 
possível ao psicopedagogo atuar de forma excelente para 
solucionar os diversos problemas que podem interferir no 
desenvolvimento dos seus pacientes.
Psicopedagogia
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REFERÊNCIAS
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discussão. Novo Hamburgo: Feevale, 2005.
Psicopedagogia
	Teoria da Psicopedagogia Clínica
	A Teoria da Psicopedagogia Clínica
	Aspectos Básicos do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico
	Conceito de Diagnóstico
	O Diagnóstico Psicopedagógico Clínico
	Sujeitos de Diagnóstico e Modalidades de Aprendizagem
	Sujeitos de Diagnóstico
	Modalidades de Aprendizagem
	Intervenção Psicopedagógica e o Diagnóstico Clínico
	Intervenção Psicopedagógica: os Instrumentos Utilizados Pelo Psicopedagogo no Diagnóstico

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