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Psicopedagogia Clínica Psicopedagogia Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria VIVIANNE SOUSA AUTORIA Vivianne Sousa Sou professora e apaixonada pela educação e acredito que este é um caminho de grandes transformações para a sociedade. Ao longo da minha carreira acadêmica, conclui Graduação em Letras pela UEPB e Ciências Sociais pela UFPB, Especialização em Educação em Direitos Humanos pela UFPB, Mestrado em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas pela UFPB. Atualmente sou Doutoranda em Ciência Sociais pela UFCG. No aspecto profissional, tenho construído experiências valiosas que me possibilitam aplicar os conhecimentos acadêmicos na prática. Nesse sentido, atuei como Assessora Pedagógica do Projeto Orçamento Participativo Criança e Adolescente do Município de João Pessoa, Especialista Pedagógica da Comissão de Implantação do Ensino Integral na Paraíba, Professora do Programa de Formação Continuada para Conselheiros Dos Direitos e Conselheiros Tutelares do Estado da Paraíba e Membro da Comissão Estadual de Elaboração e Implementação da Proposta Curricular do Ensino Médio da Paraíba. Estas são algumas das experiências que colaboram diretamente para uma visão global sobre educação e seus impactos sociais. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Sinto-me imensamente feliz e honrada em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho! Conte comigo. ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de apresentar um novo conceito; NOTA: quando necessárias observações ou complementações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a necessidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido; ACESSE: se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de autoaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando uma competência for concluída e questões forem explicadas; SUMÁRIO Teoria da Psicopedagogia Clínica ........................................................ 12 A Teoria da Psicopedagogia Clínica .................................................................................. 12 Aspectos Básicos do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico ....22 Conceito de Diagnóstico ...........................................................................................................22 O Diagnóstico Psicopedagógico Clínico ........................................................................27 Sujeitos de Diagnóstico e Modalidades de Aprendizagem ...... 33 Sujeitos de Diagnóstico ..............................................................................................................33 Modalidades de Aprendizagem .......................................................................................... 39 Intervenção Psicopedagógica e o Diagnóstico Clínico ..............44 Intervenção Psicopedagógica: os Instrumentos Utilizados Pelo Psicopedagogo no Diagnóstico ...........................................................................................44 9 UNIDADE 03 Psicopedagogia 10 INTRODUÇÃO Você sabia que o estudo acerca da Psicopedagogia clínica é uma área em constante crescimento e discussão no campo da Psicologia, da Educação, e outras áreas de estudo? Esta é uma área que tem importantes pontos a serem refletidos na teoria psicopedagógica, por meio da elaboração de diagnósticos, compreendendo suas modalidades de aprendizagem, como também a importância de identificar a relação entre a elaboração do diagnóstico clínico e a intervenção psicopedagógica. Psicopedagogia 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Entender a abordagem clínica da teoria psicopedagógica. 2. Elaborar um diagnóstico psicopedagógico clínico. 3. Identificar os sujeitos do diagnóstico clínico, compreendendo suas modalidades de aprendizagem. 4. Identificar a relação entre a elaboração do diagnóstico clínico e a intervenção psicopedagógica. Psicopedagogia 12 Teoria da Psicopedagogia Clínica OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como se estabelece teoricamente a psicopedagogia clínica, com base no seu surgimento e nos impactos da sua atuação. A psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão no Brasil e, cada vez mais, necessária para entender sobre as aprendizagens. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! A Teoria da Psicopedagogia Clínica A psicopedagogia encontra-se em constante processo de elaboração, reflexão e reformulação das suas práticas, assim como a plena difusão na sociedade no que tange à popularização da sua atuação e o entendimento sobre ela. Esta é uma área fundamental para o campo educacional, sobretudo quando estamos assentados por históricas desigualdades sociais, econômicas, culturais e políticas que influenciam diretamente em como os indivíduos acessam os ambientes escolares e, consequentemente, como aprendem. Assim, o psicopedagogo cumpre um importante papel de entendimento sobre as dificuldades da aprendizagem, sempre considerando que este é um trabalho que não se desenvolve de forma isolada e desconectada com a realidade, e sim por meio do fazer coletivo e da interdisciplinaridade que permitem chegar a resultados exitosos. Psicopedagogia 13 Figura 1- Psicopedagogia clínica Fonte: Freeik (2022). Consideremos que a psicopedagogia clínica surge recentemente no Brasil, a partir da década de 1960 e, dessa forma, seus estudos ainda se encontram em constante evolução e efervescência, considerando que cada contexto tem dinâmicas e situações específicas a serem abordadas no cotidiano observado. Assim, gostaríamos de destacar a concepção do autor no que tange à conceituação teórica sobre o desenvolvimento da psicopedagogia clínica: Ela contempla uma abordagem ampla e integrada do sujeito a fim de compreender o seu aprender em todos os sentidos, a saber, em relação ao significado de aprender, à construção da estruturação lógica, a um aprisionamento do corpo, a uma ressignificação de um organismo com problemas e outros. (WOLFFENBUTTEL, 2005, p.18) Desse modo, podemos perceber a tamanha abrangência da psicopedagogia clínica, quando ela está associada ao desenvolvimento da compreensão de várias dimensões do educando, concentrando-se em duas perspectivas fundamentais: Psicopedagogia 14 • O que se aprende. • O que não se aprende. E que luga podemos encontrar o exercício do profissional da psicopedagogia? Em um lugar em que exista espaço de aprendizagem, trocas de conhecimento, exercício criativo do aprender, sejam de ambientes da educação formal ou não formal. Figura 2 - Aprender brincando Fonte: Freepik (2022). É uma tarefa, de suma importância na trajetória do psicopedagogo, estabelecer o diagnóstico de identificação dos problemas de aprendizagem e como eles podem ser resolvidos ao longo do processo de acompanhamento, monitorando as evoluções e retrocessos, adaptando sempre que possívele contando com outros profissionais especializados que poderão contribuir com esse processo. De acordo com os pesquisadores do campo da psicopedagogia, quanto tratamos do campo da psicopedagogia clínica, esta, por sua vez, passa por uma série de mudanças e uma delas é o nome, tendo várias denominações anteriores a ela. Desse modo, é importante sabermos como era anteriormente chamada. Psicopedagogia 15 Figura 3 - Nomes anteriores à psicopedagogia clínica Psicopedagogia Clínica Fonte: Elaborado pela autora (2022). A psicopedagogia clínica tem um método diferente de atuação e abordagem da psicopedagogia institucional. Esse é um ponto importante para entendermos como se desenvolve a prática da área, bem como suas especificidades. O psicopedagogo clínico tem a importante missão de construir uma nova história bem-sucedida dos processos de aprendizagem, perceber como é possível estabelecer conexões seguras de como aprender e se desenvolver, criando momentos prazerosos na importante trajetória de aprender, trocar conhecimentos e alcançar o pleno desenvolvimento de ensino-aprendizagem. Na psicopedagogia clínica, o profissional tem o importante papel de aproximação direta com o educando e com as diversas dimensões que o compreendem. São elas: • Emocional • Cultural • Social • Econômica Psicopedagogia 16 • Familiar Desse modo, com este arcabouço de informações, poderemos compreender como o educando foi se moldando, se construindo e se transformando ao longo do tempo, fruto dessas relações que o envolvem, podendo assim analisar a forma como ele foi se relacionando com o conhecimento e os momentos de aprendizagem, ao longo do tempo. Figura 4- As dimensões dos sujeitos na aprendizagem Fonte: Freepik(2022). Podemos analisar, os pontos mais importantes, apresentados pela autora Fernández (1991) afirmando que a condução do desenvolvimento de aprendizagem e o processo de estabelecer o ato de aprender se constituem pelo sujeito que desenvolve a aprendizagem, em inter-relação social, por meio da intervenção em quatro níveis: • Organismo • Corpo • Inteligência e • Desejo Psicopedagogia 17 Estes níveis não podem ser esquecidos ou desconsiderados, pois emanam da concepção da integralidade dos indivíduos. Todos têm uma subjetividade que deverá ser compreendida e respeitada. IMPORTANTE: Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP, 2005), não se elaborou uma prática padronizada, estática e uniforme nas ações que estão no campo da psicopedagogia, “aquela que o profissional utiliza para ajudar seu cliente a aprender e ter sucesso é a melhor e a mais adequada. Cada indivíduo tem sua peculiaridade e assim deverá ser estudado.” Podemos facilmente identificar um leque de ações psicopedagógicas, todas tendo o objetivo de identificar e intervir nas questões relacionadas à aprendizagem. Para a análise inicial, Weiss (2004) propõe alguns caminhos investigativos para detectar como se desenvolve o percurso da aprendizagem na vida do educando. Figura 5- Caminhos investigativos Fonte: Elaborado pela autora (2022) Percebamos como é um trajeto e uma abordagem de suma importância e de responsabilidade, realizados pelo profissional da psicopedagogia clínica. A psicopedagogia clínica no Brasil é uma prática profissional multirreferenciada, ou seja, é uma pragmática clínica dos problemas de aprendizagem que conta com os conhecimentos e teorias de diversas áreas do conhecimento. Psicopedagogia 18 VOCÊ SABIA? Outro ponto importante a ser destacado é que a psicopedagogia clínica não se restringe apenas ao atendimento de crianças, mas de todos os indivíduos que tenham dificuldades na aprendizagem, tendo um caráter preventivo e terapêutico. É importante considerar alguns sintomas que podem ser considerados pelos profissionais da psicopedagogia. Figura 6 - Sintomas de dificuldade na aprendizagem Fonte: Elaborado pela autora (2022). É importante considerar a diferença entre o modelo institucional, no qual o psicopedagogo atua na instituição escolar ou educacional, e a Psicopedagogia Clínica que atende e acompanha os educandos de diversas faixas etárias em sua clínica, de forma individual ou com a sua família acompanhando, o que viabiliza a criação de um vínculo entre o psicopedagogo e educando. Psicopedagogia 19 O psicopedagogo irá observar os seguintes aspectos do indivíduo: Figura 7- Aspectos a serem observados Fonte: Elaborado pela autora (2022). De acordo com Bossa (2002 apud ESCOTT, 2004), é necessário o profissional da psicopedagogia ter consciência clara e definida de que a dificuldade de aprendizagem não se constrói de forma isolada, mas necessita ser analisada como um sintoma social, cultural, epistemológico e individual, que se manifesta na dimensão da subjetividade do aluno. IMPORTANTE: No que diz respeito aos cenários de aprendizagem e produção do conhecimento para entender os problemas que aparecem na aprendizagem, busca-se a elaboração e construção de um processo de interação. Além deste campo dificilmente haverá capacidade de compreensão. Os pontos de dificuldade precisam ser analisados, considerando o processo interativo existente no percurso para desenvolver a aprendizagem. Desse modo, o psicopedagogo precisa ter uma abordagem qualificada e uma escuta desenvolvida de forma aprofundada a todos os momentos do processo de acompanhamento e monitoramento do educando nos espaços de aprendizagem e na clínica. A dificuldade de aprendizagem surge algumas vezes como um sintoma aparente ou pouco evidente, ocultando a repressão de algum momento específico no qual o aprender tem seu sentido, outra alternativa Psicopedagogia 20 acontece pela inibição cognitiva, que se relaciona a uma retratação intelectual do ego. Nesse contexto, também pode ser observada a terceira possibilidade: o comportamento reativo relacionado às propostas, desenvolvidas em ambientes escolares. Nesse sentido, a dificuldade de aprendizagem está inerente ao sujeito, sendo associada às inadequações das propostas didático- pedagógicas e as vivências do educando e da sua família. Na perspectiva observada por Fernández e Paín (apud BOSSA, 2000a, p. 88), o problema de aprendizagem tem a possibilidade de ter sido ocasionado por dimensões internas ou externas à estrutura familiar e individual, ainda que sobrepostas. São caracterizados da seguinte forma: Quadro 1 - Aspectos a serem observados Os problemas provocados pelas causas externas Os problemas provocados pelas causas internas São denominados por Fernández e Paín (apud BOSSA, 2000a, p. 88) de problemas de aprendizagem reativos. Segundo as autoras, quando se atua nas causas externas, a abordagem é obter um caráter preventivo. Quando se trata de questões internas do sujeito denominam- se sintoma. Na intervenção em problemas cujas causas estão ligadas à estrutura individual, o tratamento tem abordagem terapêutica. Fonte: Elaborado pela autora (2022) De acordo com a visão de Barbosa (2001), a aprendizagem é um processo estabelecido por várias interações sociais e culturais no ambiente escolar, que irão resultar de uma interação do sujeito com o contexto no qual ele está inserido. Nesse sentido, a dificuldade para aprender se caracteriza por ser um impedimento, que pode ser considerado ou percebido como persistente ou momentâneo, do educando frente aos obstáculos que se configuram nessa interação. O processo de aprender não acontece em linha reta, numa ascensão suave de aquisições que vão se somando simplesmente umas às outras; e sim apresenta um traçado acidentado, definido como “dente de serra”, com picos de alturas variadas, em que se soma, subtrai-se, divide-se e multiplica-se. Em alguns momentos o aprendiz resolve as Psicopedagogia 21 situações com facilidades; em outros, surge a dificuldade que mobiliza para a solução. (BARBOSA, 2001, p. 32) Comopodemos perceber, o processo de aprendizagem não se desvincula dos cenários e contextos vivenciados e nem às situações que vão ocorrendo na vida dos educandos. Para isso, é importante que o profissional da psicopedagogia esteja em constante processo de formação continuada, com plena dimensão global do avanço e da influência das tecnologias na vida dos educandos e das pessoas em geral, dos impactos da pandemia da covid-19, por exemplo, e de todas as questões estruturais ligadas aos desenvolvimentos da aprendizagem. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido como se estabelece teoricamente a Psicopedagogia Clínica, com base no seu surgimento e nos impactos da sua atuação, o ela que vem analisando e contribuindo ao longo do tempo. A psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão no Brasil e cada vez mais necessária para entender sobre a aprendizagem. Nesse campo, percebemos a atuação do psicopedagogo clínico. Como podemos verificar o processo de aprendizagem não se desvincula dos cenários e contextos vivenciados e nem das situações que vão ocorrendo na vida dos educandos. No que tange aos cenários de aprendizagem e produção do conhecimento para entender os problemas que aparecem na aprendizagem, buscam-se a elaboração e a construção de um processo de interação, pois além desee campo dificilmente haverá capacidade de compreensão. Os pontos de dificuldade precisam ser analisados considerando o processo interativo existente no percurso para desenvolver a aprendizagem. Psicopedagogia 22 Aspectos Básicos do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como se estabelece teoricamente a psicopedagogia clínica, com base no seu surgimento e nos impactos da sua atuação. A psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão no Brasil e, cada vez mais, necessária para entender as aprendizagens. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Conceito de Diagnóstico Neste tópico é importante entendermos sobre o que é de fato diagnóstico, conceito tão importante no processo de desenvolvimento da abordagem na psicopedagogia. Desse modo, a origem da palavra diagnóstico surge dos termos gregos- dia quer dizer “através” e gignósko, que significa conhecer, saber. Figura 8- Diagnosticar Fonte: Freepik(2022). Psicopedagogia 23 Para que o diagnóstico seja efetivo e condizente com a vida do educando algumas atitudes devem constar na rotina do profissional da psicopedagogia. Assim, ele deverá ser: • Competente. • Habilidoso. • Sensível. • Articulado. • Dialógico. Essas habilidades serão responsáveis pela elaboração e condução de um diagnóstico efetivo, que será construído por uma escuta atenta e ativa no ambiente clínico. Existem fatores que permeiam diretamente o diagnóstico, pois esse, por sua vez, não ocorre isoladamente, mas estabelece uma conexão direta com outros atos. Desse modo, é importante conhecer e ter domínio sobre: • A definição do objetivo do diagnóstico psicopedagógico. • A explicação de como ocorre o processo de diagnóstico. • A descrição dos fatores que influenciaram o diagnóstico. A responsabilidade do diagnóstico é fundamental e permanente, durante a conduta do psicopedagogo, tendo em vista, que um diagnóstico errado ou equivocado poderá gerar uma série de danos na vida e no cotidiano do educando, além do surgimento de barreiras no campo da aprendizagem. O diagnóstico irá definir um dos campos a seguir: Figura 9- O diagnóstico Fonte: Elaborado pela autora (2022). Psicopedagogia 24 Para chegar às respostas dessas questões e ao diagnóstico, algumas perguntas são fundamentais: • Qual o real significado que o sujeito remete ao ato de aprender? • Quais as dificuldades que aparecem no processo que impedem a aprendizagem? • O que influencia o educando a não aprender? O atendimento individualizado, realizado na clínica, possibilita uma maior atenção a estas questões e, consequentemente, estabelece a trajetória, as vivências e as experiências do educando que irão compor a resolução das questões diagnósticas. Para tanto, é sempre necessário agir com cuidado no campo do diagnóstico e respeitar todo o caminho do indivíduo. Todos os pontos no decorrer do contato são essenciais para o diagnóstico. Desse modo, é de suma importância um trabalho atencioso e que de fato registre os pontos relacionados ao sujeito. Figura 10 - Registros da clínica Fonte: Freepik(2022). Psicopedagogia 25 O vínculo com psicopedagogo favorece diretamente no processo do diagnóstico, tendo em vista que o educando terá criado laços de confiança com o profissional que fornecerão elementos valiosos para o diagnóstico. Assim, o diagnóstico interliga-se com dois aspectos: • A história de vida do educando. • Como este educando se constitui no mundo. VOCÊ SABIA? Na visão teórica de Fernández (1991), é real que em cada ser humano, hajaa uma “modalidade de aprendizagem”, assim, uma forma própria de se relacionar com o conhecimento. Esta postura e característica de cada indivíduo, é elaborada desde o seu nascimento, perante as situações de aprendizagens que foram criadas, ao longo do tempo em diversos espaços. A modalidade de aprendizagem é uma das formas de operar que o sujeito se apropria frente a qualquer problema de aprendizagem apresentado. Por isso, é tão necessário um trabalho investigativo dedicado e conciso que analise: Figura 11- Elementos a serem analisados Fonte: Elaborado pela autora (2022). Psicopedagogia 26 Para além de ver o evidente, o diagnóstico necessita de tudo aquilo que não ficou tão nítido nos contatos, o que se encontra por trás, ou o que condiciona as situações de dificuldades. Desse modo, segundo o teórico: O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta fundamentalmente é investigar todo o processo de aprendizagem, levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade de aprendizagem. (RUBINSTEIN, 1987, p. 51) Para que tudo aconteça de forma ética e efetiva, no processo de diagnóstico, é importante contar com a ação interdisciplinar do olhar de vários profissionais, pois é a partir deste engajamento coletivo que será possível entender e aplicar várias formas de avaliação. Na perspectiva de Bossa (2000): Diagnosticar nada mais é do que a constatação de que a criança possui algum tipo de dificuldade na aprendizagem, fato que normalmente só é detectado quando ela é inserida no ensino formal. Porém, uma vez realizada essa constatação, cabe à equipe investigar a sua causa e, para tanto, deve-se lançar mãos de todos os instrumentos diagnósticos necessários para esse fim. O diagnóstico psicopedagógico abre possibilidades de intervenção e dá início a um processo de superação das dificuldades. O foco do diagnóstico é o obstáculo no processo de aprendizagem. É um processo no qual analisa-se a situação do aluno com dificuldade no contexto da escola, da sala de aula, da família; ou seja, é uma exploração problemática do aluno frente à produção acadêmica. (BOSSA, 2000, p.24) Como podemos ver o momento do diagnóstico é o ápice e consolidação de várias observações, contatos e registros feitos juntos ao educando. Psicopedagogia 27 Figura 12- Momento clínico Fonte: Freepik (2022). É importante considerar que o momento do diagnóstico não encerra o contato, pelo contrário é o início do acompanhamento focalizado, aplicação das metodologias e o monitoramento. De modo que, é de suma importância,que seja um momento humanizado e resolutivo, que aponte encaminhamentos, tratamentos e como a família será importante como suporte, compromisso e realização de todo o percurso. O Diagnóstico Psicopedagógico Clínico Quando passamos a entender o valor do diagnóstico, percebemos que este é um grande momento transicional na vida do educando e da sua família, tendo em vista ser o ingresso para a intervenção que agirá na vida do indivíduo como tratamento, devendo seguir uma sequência didática para todos: • Devolutiva da análise do contexto. • Leitura do sintoma. Psicopedagogia 28 Figura 13 - Momento do diagnóstico Fonte: Freepik(2022). • Explicações das possíveis causas que se relacionam com o sintoma. • Barreira de ordem do desenvolvimento do conhecimento, interação, funcionamento estrutural. • Diálogo e esclarecimentos em torno da origem do sintoma e suas possíveis causas históricas. • Demonstração da hipótese de causa futura da situação atual. • Indicações. • Encaminhamentos. Esse percurso não deve ser engessado ou sem dinamismo, pois estamos tratando diretamente de seres humanos, suas histórias de vida e seus processos de aprendizagem e requer mais do profissional da psicopedagogia uma abordagem humanizada e acolhedora, que tenha em sua perspectiva a empatia e a solução de problemas. Psicopedagogia 29 Figura 14- Abordagens lúdicas Fonte: Freepik (2022). Assim, podemos conceber que o momento do diagnóstico deve levar em consideração a queixa inicial, realizada pelo educando, que ao longo tempo vai se firmando em novas hipóteses, tendo em vista que os fatores não se sobrepõem e nem devem ser descartados ou desconsiderados no decorrer da elaboração diagnóstica. Muito falamos sobre as dificuldades da aprendizagem, mas precisamos não esquecer dos educandos que são superdotados, portadores de altas habilidades, que também compõem o público a ser atendido pelo psicopedagogo, levando-se em conta que eles não se desmotivem ou percam a vontade em estudar. Assim, devem ser indicados em algumas situações o caso de aceleramento dos anos escolares ou realizar agrupamentos diferenciados na escola. Por meio do psicopedagogo, será mediada a vivência do educando com altas habilidades no contexto escolar. Psicopedagogia 30 ACESSE: Os educandos com altas habilidades é um grande desafio na educação brasileira e sobretudo para os psicopedagogos. Assim, é de suma importância pensar alternativas viáveis para este grupo e não apenas para os sujeitos com dificuldades de aprendizagem. Cada ser é único em sua subjetividade e trajetória, então é necessário se aproximar e ter em foco a investigação em torno da possibilidade de o educando ter altas habilidades. Não podemos de forma alguma ignorar as dificuldades de adequação desse grupo e como a ausência do sentimento de pertença pode gerar danos nos processos de aprendizagem. Alguns comportamentos devem ser considerados no momento do diagnóstico: comportamentos - interesse por coisas ditas incomuns, muitos questionamentos e tentativa de entendimento sobre o objeto de interesse; muita energia, o que pode, às vezes, gerar o equivocado diagnóstico de hiperatividade; necessidade de respostas mais elaboradas e não aceitação de “explicações prontas”; necessidade de aprender coisas novas e costume de fazer algo de outras formas. Assim, você poderá aprofundar esta temática, acessando o link aqui para o artigo Altas habilidades e superdotação: como diagnosticar e lidar com os chamados superdotados”. Disponível aqui. Muitas vezes, as pessoas imaginam que os problemas escolares se localizam apenas com os sujeitos com dificuldade de aprendizagem, sendo que os educandos com altas habilidades também fogem do padrão e colocação da aprendizagem. Desse modo, podemos perceber que o psicopedagogo deverá atuar, de acordo com a individualidade e subjetividade dos educandos. O psicopedagogo tem a missão de estabelecer um processo prazeroso no ato de aprender, de modo que, não deve colocar algo muito difícil para os educandos, pois isso poderá gerar desmotivação, desânimo e abandono das atividades. Do mesmo modo que os educandos com altas habilidades devem ser sempre motivadas continuamente a manter o foco nas aprendizagens, “sem matar gênios” e pessoas com grandes habilidades de aprendizado. Psicopedagogia https://www.edocente.com.br/blog/educacao/altas-habilidades-e-superdotacao/?gclid=Cj0KCQjwsdiTBhD5ARIsAIpW8CKWIvkSzs5SgzP34tafI3U_NlZQ7wvZXDC1TJgokv8nlU3sMmzMNEEaAn5rEALw_wcB 31 Figura 15 - Aprender deve ser prazeroso Fonte: Freepik (2022). Na atividade clínica do psicopedagogo, também, poderão aparecer pessoas que desejam conhecer sua própria forma de aprender e como potencializar isso na prática, podendo fortalecer seu rendimento de aprendizagem no cotidiano. Nesse caso, o psicopedagogo deverá conceber como o educando poderá aplicar essa dinâmica de aprendizagem na vida profissional e pessoal, sempre com o intuito de refletir sobre as questões relacionadas à aprendizagem. Psicopedagogia 32 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido como se estabelece teoricamente a psicopedagogia clínica, com base no seu surgimento e nos impactos da sua atuação. A psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão no Brasil e, cada vez mais, necessária para entender as aprendizagens. Isto será fundamental para o exercício da profissão do psicopedagogo clínico. O psicopedagogo tem a missão de estabelecer um processo prazeroso no ato de aprender, de modo que não deve colocar algo muito difícil para os educandos, pois isso poderá gerar desmotivação, desânimo e abandono das atividades. Do mesmo modo que os educandos com altas habilidades devem ser sempre motivadas continuamente a manter o foco nas aprendizagens, “sem matar gênios” e pessoas com grandes habilidades de aprendizado. Assim, podemos conceber que o momento do diagnóstico começa desde a queixa inicial, realizada pelo educando e, ao longo tempo, vão se elaborando novas hipóteses, reforçando que os fatores não se sobreponham e nem devam ser descartados ou desconsiderados no decorrer da elaboração diagnóstica. Psicopedagogia 33 Sujeitos de Diagnóstico e Modalidades de Aprendizagem OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como se estabelecem os sujeitos no campo diagnóstico e como se configura este momento na vida dos educandos. A psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão no Brasil e cada vez mais necessária para entender sobre as aprendizagens, assim também como as respectivas modalidades. Entender também sobre a configuração da psicopedagogia clínica e como ela nos impulsiona a perceber o diagnóstico, elemento importante no exercício de profissão. Isto será fundamental para o exercício da profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Sujeitos de Diagnóstico Nos capítulos anteriores, tivemos a oportunidade de compreender as dimensões discursivas e teóricas da psicopedagogia clínica que se dimensionam no campo de pesquisa e nos aspectos profissionais da atuação diária. Assim é fundamental que o profissional da psicopedagogia desenvolva uma postura ética, empática, colaborativa, interdisciplinar e que construa um trabalho em rede, contando com a colaboração de diversos atores. Psicopedagogia 34 Figura 16- Psicopedagogo clínico em atendimento Fonte: Freepik(2022). O diagnóstico, realizado pelo psicopedagogo, inclui um trabalho sério e comprometido de investigação e sobretudo a criação de vínculos de confiança que possibilitem a abertura necessária para a conclusão do diagnóstico e, posteriormente, o início do tratamento. Por sua vez, o esclarecimento de algo que iniciou com uma queixadeverá conter atitudes que contemplem um encaminhamento propositivo. Nesse sentido, consideramos que algumas ações podem fazer diferenças no impacto na vida dos sujeitos de diagnóstico: • Uma postura acolhedora. • Uma atitude que seja mediadora e que conduza a outros profissionais especializados, garantindo um atendimento interdisciplinar. • Aproximação e diálogo horizontal com a família no sentido de fortalecer e apoiar o educando. Essas atitudes são de suma importância no percurso, desde o primeiro contato até os momentos seguintes que irão possibilitar o fortalecimento do acompanhamento interdisciplinar. Psicopedagogia 35 Figura 17- A ludicidade como acompanhamento da aprendizagem Fonte: Freepik (2022). IMPORTANTE: Partindo desse cenário, é importante aprofundar sobre o sujeito de diagnóstico neste momento, de acordo com a teórica Alicia Fernández (1991, p. 23) que construiu um caminho autêntico para chegada a esse diagnóstico, denominado: “Diagnóstico interdisciplinar familiar de aprendizagem em uma só jornada” (DIFAJ).” Com essa ferramenta, ela analisa como o conhecimento é percebido, observado, apreendido por todos os membros da família e como ele estabelece a relação com o sintoma, apresentado pelo educando no processo a ser acompanhado e investigado. É bem comum percebermos no caminho da jornada do educando, momentos em que algumas frases são disparadas em relação ao desenvolvimento do indivíduo. Psicopedagogia 36 Figura 18- Frases que são repetidas na vida dos educandos Fonte: Elaborado pela autora. Essas frases geram um aumento da ansiedade na vida dos educandos e das suas respectivas famílias, consequentemente, pela ânsia em descobrir o que acontece e como pode ser resolvido. Por isso, é importante um processo de diagnóstico bem consolidado e claro para o estudante e a sua família. Na técnica, elaborada por Alícia Fernandez, o diagnóstico se estabelece na vida da criança e da sua família, por meio do compartilhamento de quatro horas em uma visita, proposta neste cenário em um hospital. No decorrer das horas são assistidos, acompanhados, analisados e ouvidos por diversos especialistas que produzirão e comunicarão opiniões, com o objetivo de concluir um diagnóstico, condizente com a vida do educando (FERNANDEZ, 1991). Esta abordagem diagnóstica elaborada por Fernandez (1991) viabiliza ao psicopedagogo elaborar as respostas dos membros da família, quando acontece a consulta com essa família do educando. IMPORTANTE: É importante que a criança participe de todas as consultas e seja ouvida no que tange aos sentimentos de como ela tem vivenciado o processo. Por conseguinte, na oportunidade da consulta será o momento de contar o motivo pelo qual ela sentiu a necessidade de ir até o atendimento e quais os seus anseios em relação ao acompanhamento. É atribuição do profissional da psicopedagogia analisar e observar pontos semelhantes e distanciamentos entre as razões da consulta dos membros da família: pais, irmãos e o próprio educando. É primordial que o terapeuta acompanhe, entenda o ponto de vista do educando Psicopedagogia 37 e estabeleça uma relação de confiança e fortalecimento de vínculos propositivos e acolhedores. Na perspectiva de Fernández (1991), os membros da família, deverão participar das consultas, dos acompanhamentos, do diagnóstico para ter a oportunidade de refletir e questionar sobre a situação do filho, considerando a dinâmica que envolve o grupo familiar. Esse momento é primordial e muito significativo para o processo diagnóstico e a vida do educando. Figura 19 - A presença da família é primordial para o diagnóstico eficiente Fonte: Freepik (2022). Para entendermos como o profissional de psicopedagogia deve agir com relação ao processo diagnóstico, podemos compreender que pode ser organizado em momentos, objetivando a criação de uma sequência diagnóstica, desse modo, cada percurso vai se adequando a vivência com o educando. Neste caminho metodológico, é possível perceber a demonstração de uma organização sistematizada em etapas que irá contribuir diretamente para o que os processos se adaptem, conforme a necessidade de cada situação, sempre em pleno alinhamento com o educando e a família. Psicopedagogia 38 Esta dimensão organizativa ocorre por meio dos primeiros contatos com o educando. Um momento primordial do diagnóstico é a realização da anamnese, pois é desse modo que é possível conhecer toda a história e a trajetória do educando. Figura 20 - Realização do momento da anamnese Fonte: Freepik(2022) Devemos considerar que a anamnese deverá dar ênfase a uma informação importantíssima que é o motivo da ida até o encontro do psicopedagogo. É importantíssimo saber a motivação e qual a inquietação que move o educando. É neste momento de trocas que o psicopedagogo deverá estabelecer conexões e vínculos com o educando que possibilitem a construção da relação de confiança e empatia nos processos que deverão ter um caráter humanizado, participativo e integrativo. Outro passo importante é o momento do contrato e do enquadramento que compõem as fases do contato com o profissional da psicopedagogia e o caminho para o diagnóstico. Psicopedagogia 39 Assim, é importante entender: Quadro 2 - O contrato Constantes do Enquadramento do Contrato: • O papel do psicopedagogo. • A participação e acompanhamento da família. • O encaminhamento a outros profissionais. • O diálogo e o relacionamento com a escola. • Panorama da quantidade de sessões. • Planejamento da possibilidade do final do tratamento. • Organização do horário, dias e duração das sessões. • As questões relacionadas aos honorários. Fonte: Elaborado pela autora. Uma das metodologias utilizadas para o acompanhamento do educando, é a entrevista, de acordo com a teórica Sara Paín (1995), no momento do atendimento que tem a finalidade de reconstruir a história e a trajetória de vida do paciente. Ela indica que a entrevista ocorra, depois do primeiro contato com o paciente, momento que tem a finalidade de troca das primeiras informações e que seja desenvolvida, priorizando a ação e abordagem lúdica, de modo que sejam utilizados jogos e provas psicométricas. Modalidades de Aprendizagem Após entendermos as questões relacionadas ao diagnóstico, é importante aprendermos sobre as modalidades de aprendizagem e o destaque desse termo para a dinâmica e cotidiano dos profissionais da psicopedagogia. Assim, precisamos sempre perceber o processo de aprendizagem como um momento a ser problematizado, discutido e aprofundado, tendo em vista que essa definição se alinha às concepções de modalidades de aprendizagem, aspectos específicos de cada educando ao estabelecer conexão com o conhecimento, ou seja, consolidar o aprendizado em sua vivência e experiência de vida. Psicopedagogia 40 Precisamos entender que a origem das modalidades de aprendizagem na vida dos indivíduos, inicia-se na primeira socialização que é a família, quando ela nasce e vai estabelecendo os primeiros contatos, movimentos e vínculos. VOCÊ SABIA? É possível perceber que, cada dia mais cedo, as crianças começam a frequentar a escola/maternal/berçário, mas sabemos que, cotidianamente, ocorre a institucionalização de crianças em fase correspondente à etapa sensório- motor, ocorrendo consequências que impactam positivamente na estimulação cognitiva destas crianças, mesmo com prejuízos ao desenvolvimento cognitivo, por mais que tenham muito afeto no contexto escolar, não substituem as figuras de paternidade e maternidade. Figura 21- Momentos de aprendizagem Fonte: Freepik (2022). É importante refletir que o ambiente promove diretamente para o educando estímulos positivos e negativos para o processo de Psicopedagogia 41 aprendizagem, compreendendo que cada pessoa desenvolve uma forma de aprender, por meio da sua trajetória e forma dever o mundo. Desse modo, o profissional da psicopedagogia deverá entender que o espaço de relação das famílias é primordial para a construção sólida das modalidades de aprendizagem na vida dos educandos em seu cotidiano. Assim, em um ambiente familiar que não promove a diversidade e a reflexão, como também estímulo ao pensamento crítico, que não respeita as diferenças e as formas de ser, poderá ser promotora de uma grande barreira de aprendizagem que não incentiva o conhecimento de diversas formas. Desse modo, é importante que o ambiente familiar promova a ampla diversidade e de repertórios das crianças. Figura 22- Respeito às diversidades Fonte: Freepik (2022). Quando encontramos famílias que promovem ambientes saudáveis de aprendizagem, podemos perceber que, automaticamente, é promovido um estímulo às reflexões e às ideias e a vontade de explorar, conhecer o mundo e as diversas formas de viver que são percebidas nas culturas diferentes. Psicopedagogia 42 IMPORTANTE: Portanto, podemos ver uma disposição dos educandos em buscar aprender, conhecer, investigar e aprofundar conhecimentos, assim agem de forma contrária a ambientes que promovem a estagnação do conhecimento ou o preconceito ao novo. Assim, é essencial conhecermos um pouco sobre cada modalidade de aprendizagem que um indivíduo pode apresentar em sua trajetória. Quadro 3 - Modalidades de aprendizagem Aprendizagem Hipoassimilativa Aprendizagem Hiperassimilativa Esse caso é percebido, quando o educando se apresenta como tímido, não gosta de se comunicar oralmente, não se sente à vontade para explorar objetos e brinquedos. Nesse caso, o educando insiste em permanecer na mesma ação ou atividade, não promove a vazão da energia criativa e não se predispõe a lidar com o lúdico. Nesse caso, é percebido que, enquanto o educando realiza uma atividade, ele vai se comunicando, demonstrando vários assuntos ao mesmo tempo, mas não se predispõe a ouvir, quando existe interação. Está preso a detalhes e não observa ao seu redor, como um todo, ou seja, dispensa o universo e o contexto de informações. Nessa aprendizagem, o que predomina é o esquema lúdico e atrativo. Aprendizagem Hipoacomodativa Aprendizagem Hiperacomodativa Quando se trata desta aprendizagem, o sujeito em questão demonstra resistência em estabelecer vínculos afetivos. Pode se perceber que este caso ocorre quando a criança passou por uma situação de abandono. Nessa aprendizagem,o educando tem dificuldade de criar, gosta de repetir, sem estabelecer reflexão ou crítica, age como reprodutor de conteúdos. Tem dificuldades em demonstrar iniciativa e predisposição à submissão. Fonte: Elaborado pela autora (2022). Psicopedagogia 43 Essas aprendizagens devem ser acompanhadas e analisadas pelo profissional da psicopedagogia. Na possibilidade de um acompanhamento que tenha o caráter de contribuição ao educando, diante do diagnóstico, é possível ver vários avanços. Nesse caso, sempre recomendamos a utilização do lúdico que poderá contribuir diretamente com o desenvolvimento dos sujeitos. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido como se estabelece os sujeitos no campo diagnóstico e como se configura este momento na vida dos educandos. A psicopedagogia como um todo é uma área em ascensão no Brasil e, cada vez mais, necessária para entender as aprendizagens, assim como as respectivas modalidades. Entender sobre como se configura a psicopedagogia clínica e como ela nos impulsiona a aproximação ao diagnóstico é importante no exercício de profissão. Assim, também, como o entendimento sobre as modalidades de aprendizagem que poderão ser acompanhas diretamente pelo profissional da psicopedagogia. Sempre recomendamos a utilização do lúdico que poderá contribuir diretamente com o desenvolvimento dos sujeitos bem como a participação de uma equipe interdisciplinar. Psicopedagogia 44 Intervenção Psicopedagógica e o Diagnóstico Clínico OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como acontece a intervenção psicopedagógica e quais são os instrumentos utilizados pelo psicopedagogo para realizar esse procedimento. Isso é importante, posto que relaciona a teoria com a prática. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!!. Intervenção Psicopedagógica: os Instrumentos Utilizados Pelo Psicopedagogo no Diagnóstico O diagnóstico psicopedagógico tem um objetivo específico muito importante que diz respeito a elucidar eventuais desvios e entraves que podem ocorrer no processo de ensino e aprendizagem de um sujeito específico, identificando aquilo que pode ser responsável pelo impedimento no seu desenvolvimento esperado, conforme aponta Weiss (2008). Tendo em vista a importância do diagnóstico como ferramenta de combate ao fracasso na aprendizagem, esse deve ser realizado com muito cuidado, devendo-se sempre observar como o tratamento pode impactar na vida do sujeito e que mudanças podem ser trazidas em sua rotina, bem como os possíveis impactos no processo de aprendizagem. Psicopedagogia 45 Figura 23- Cérebro desenhado representando o aprender Fonte:Freepik(2022). IMPORTANTE: Importante salientar que os obstáculos para aprender não são advindos única e especificamente do sujeito ou da sua inteligência, sendo necessário observar todo o contexto de criação, meio escolar, meio social, meio familiar, meio econômico e tudo que envolve a pessoa que irá participar do atendimento do psicopedagogo, com atenção especial à família, conforme aponta Fernandez (1990). Assim, para realizar o diagnóstico, faz-se necessário analisar o contexto familiar de forma isolada em relação ao sujeito, analisar o sujeito de forma isolada em relação à família e analisar o sujeito de forma conjunta por meio do seu papel na família. Com base no exposto, pode-se notar que o diagnóstico do psicopedagogo é um procedimento que viabiliza ao profissional levantar hipóteses, questionamentos, investigar os entraves do processo de aprendizagem, confirmando ou negando as hipóteses levantadas por meio de uma associação, realizada entre o estudo teórico e a prática de vivência feitas em forma conjunta (BOSSA, 1994). Psicopedagogia 46 Todo esse processo é realizado por meio de escutas psicopedagógicas e intervenções guiadas que irão auxiliar no tratamento da patologia de aprendizado (BOSSA, 1994). Para realizar esses diagnósticos, os psicopedagogos necessitam de diversos instrumentos e técnicas, devendo usá-los com precisão e responsabilidade. Alguns dos instrumentos envolvem a utilização de testes padronizados, escrita dirigida e escrita livre com o objetivo de verificar essa escrita e a ortografia. A leitura também pode ser utilizada com o objetivo de verificar a forma de expressão, bem como a compreensão acerca do que se lê. Além disso, provas com o intuito de avaliar o grau de compreensão e de conhecimento, bem como outras áreas cognitivas tais quais a capacidade de realização e compreensão de cálculos e jogos, podem ser utilizadas (WEISS, 2008). Figura 24- Algumas ferramentas utilizadas pelo psicopedagogo Fonte: Elaborado pela autora (2022). Psicopedagogia 47 Um instrumento primordial para o psicopedagogo é a anamnese, que diz respeito a uma entrevista com perguntas diretas e simplificadas que buscam compreender a rotina familiar do sujeito, objetivando averiguar e conhecer o passado dos familiares. Geralmente, quem acompanha o paciente nesses casos são os seus genitores ou responsáveis pela criança. O resultado dessa entrevista deve ser posto em um relatório detalhado e minucioso que irá ser formulado por meio das perguntas, das respostas e dos comentários sobre as respostas paraque se possa compreender, de fato, o que ocorre no convívio familiar e como acontece sua dinâmica. Weiss afirma o seguinte sobre a anamnese: um dos pontos cruciais de um bom diagnóstico. É ela que possibilita a integração das dimensões de passado, presente e futuro do paciente, permitindo perceber a construção ou não de sua própria continuidade e das diferentes gerações, ou seja, é uma anamnese da família. A visão familiar da história de vida do paciente traz em seu bojo seus preconceitos, normas, expectativas, a circulação dos afetos e do conhecimento, além do peso das gerações anteriores que é depositado sobre o paciente. (WEISS, 2008, p. 63) Além disso, a anamnese busca compreender todos os sintomas que o paciente apresenta e como funciona o seu sistema familiar. Alguns elementos que devem compor a ficha de anamnese serão listados a seguir: • Dados do aluno: • Nome, data de nascimento, naturalidade, escola, série, turno. • Dados dos responsáveis/genitores: • Nome, data de nascimento, naturalidade, endereço, telefone. • Motivo da realização da avaliação, conforme narrado pelos genitores. • Dados da família: • Composição familiar na época da concepção da criança. • Composição atual da família. Psicopedagogia 48 • Estado civil atual dos pais. • Existência de irmãos. • Religião. • Dados acerca da vida social da família como sua convivência com amigos, realização e participação em festas, eventos. • Situação financeira da família. • Dados acerca do nascimento e da gestão do paciente: • Planejamento da gravidez. • Descrição da gravidez como uma experiência agradável ou não para a genitora. • Saúde, estado emocional e pré-natal. • Tipo de parto, tempo do parto. • Condições do bebê, logo após o parto, como medicamentos tomados, se apresentou alguma doença, se foi para incubadora, entre outros aspectos. • Alimentação do paciente: • Como se alimenta hoje, se foi amamentado, se teve problemas na introdução alimentar. • Dados acerca da saúde do paciente: • Se está com a vacina em dia. • Quais doenças teve na infância. • Se fez cirurgia, se faz algum tratamento específico atual. • Se toma algum tipo de medicamento de uso contínuo. • Dados acerca do desenvolvimento: • Idade em que começou a andar e idade que começou a falar. • Como está o desenvolvimento motor. Psicopedagogia 49 • Como está a habilidade de fala, o desenvolvimento da linguagem e a capacidade de comunicação. • Se é independente na realização de atividades do dia a dia ou se depende muito de auxílio. • Regulação do sono, se dorme bem, se dorme o suficiente. • Se recebe orientação sexual. • Se os pais põem a criança de castigo, se conversam com ela, se gritam ou se batem na criança. • Dados sobre a socialização: • Se tem amigos e se faz amigos com facilidade ou se tem dificuldades em socializar. • Se gosta de interagir e de passear. • Quais os hobbies e diversão que aprecia. • Como o pai descreve a criança. • Dados sobre a vida escolar: • Idade em que entrou na escola, como foi sua adaptação, se teve repetências. • Como se sente quando troca de professores, como é a frequência escolar. • Se a família participa da vida escolar e o que acha do atendimento da escola. • Se a família acha que o conhecimento da criança e o seu desenvolvimento é compatível com a idade. • Se existem antecedentes de problemas de saúde ou aprendizagem na família. Foi possível analisar como ocorre o procedimento de anamnese e que dados de interesse são questionados pelo psicopedagogo. Os dados aqui levantados servem de exemplo e, em fichas práticas reais, podem ter mais ou menos questionamentos, mas em linhas gerais o mesmo objetivo. Psicopedagogia 50 Figura 25 - Coletando dados para anamnese Fonte: Freepik(2022). Outra ferramenta bastante utilizada para o psicopedagogo em seu ofício é a Entrevista Familiar de Exploração Situacional, também chamada de E.F.E.S. Para Weiss (2008), a EFES pode ser definida como: A E.F.E.S. visa a compreensão da queixa nas dimensões da escola e da família, a captação das relações e expectativas familiares centradas na aprendizagem escolar, a expectativa em relação à atuação do terapeuta, a aceitação e o engajamento do paciente e de seus pais no processo diagnóstico, a realização do contrato e do enquadramento e o esclarecimento do que é um diagnóstico psicopedagógico. (WEISS, 2000, p.50) O objetivo da EFES é compreender, também, a situação da família, a apresentação das queixas que a família se depara na dimensão de sua própria convivência e na dimensão escolar. Além da anamnese e da EFES, tem-se, também, a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem E.O.C.A, ferramenta criada por Jorge Vista para permitir que o psicopedagogo realize a entrevista de uma Psicopedagogia 51 maneira espontânea, com foco em experimentos (VISCA, 1987; WEISS, 2008) trazem os seguintes comentários sobre EOCA: As propostas a serem feitas na EOCA, assim como o material a ser usado, vão variar de acordo com a idade e a escolaridade do paciente. O material comumente usado para crianças é composto de folhas brancas de papel tipo ofício, papel pautado, folhas coloridas, lápis preto novo sem ponta, apontador, borracha, régua, caneta esferográfica, tesoura, cola, pedaços de papel lustroso, livros e revistas. (WEISS, 2008, p. 57). Para a realização da EOCA, o psicopedagogo elabora diversos materiais que serão utilizados com base na idade do sujeito e no nível de escolaridade, usando-se, comumente, diversos instrumentos da própria escola. Vários podem ser os objetivos da EOCA como verificar que vínculos a criança tem com o material escolar, o que esse material significa para ela. Segundo Visca (1987), vários são os pontos que podem ser observados na EOCA: • Conduta da criança. • Como a criança lida com situações novas. • Reações com o novo e inesperado. • Se ela se defende, como lida com a ansiedade. A pareja educativa é outra ferramenta utilizada pelo psicopedagogo para poder realizar o seu trabalho com as crianças. Nesse instrumento, a criança tem a oportunidade de se expressar por meio de desenhos que visam demonstrar como essa criança se sente com o mundo ao seu redor, em relação a objetos, a professores e várias outras formas, conscientes ou inconscientes, de comportamento humano, conforme afirma Paín (1985). Psicopedagogia 52 Figura 26 - Crianças se expressando pelo desenho Fonte: Freepik(2022). VOCÊ SABIA? O desenho pode ser utilizado como um interessante fator na educação infantil, devendo ser incentivado como forma de aprender e de se expressar. Disponível aqui. Jogos também podem ser utilizados como ferramentas de avaliação, por parte do psicopedagogo, sendo algo que se faz presente na história humana e se traduz como algo necessário. Os jogos podem interferir diretamente no desenvolvimento da criança, contribuindo para a sua imaginação, reconhecimento dos sentimentos por meio de representações simbólicas, incentivo à criatividade, autoimagem. Deve- se lembrar que o letramento não é o único objetivo da educação, com várias ferramentas podendo ser utilizadas para influenciar diretamente no processo de ensino e aprendizagem. Psicopedagogia https://escolasexponenciais.com.br/desafios-contemporaneos/desenho-educacao-infantil/ 53 Figura 27 - Crianças jogando cabo de guerra Fonte: Freepik(2022). As provas piagetianas também são um mecanismo utilizado pelo psicopedagogo para elaborar o seu diagnóstico. Estas ferramentas consistem em diversos grupos de provas aplicadas, tendo as seguintes classificações: conservação, classificação, seriação e mensuração espacial. Alves (2021) traz que as provas se dividem da seguinte forma: Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos; Conservação de superfície; Conservação dos líquidos; Conservação de Massa; Conservação de Peso;Conservação de Volume; Conservação de Comprimento; Mudança de Critério (Dicotomia); Inclusão de Classes; Intersecção de Classes; Seriação de Palitos; Combinação de Fichas e Predição (ALVES, 2021) Para a realização dessas provas não se levam em consideração as respostas certas ou erradas, e sim a justificativa do aluno na elaboração dessas respostas. Sobre as provas piagetianas, Silva (2015) diz o seguinte: Para Piaget não existem respostas erradas ou certas, elas devem ser interpretadas para que o processo seja entendido, e assim capturar a essência do pensamento Psicopedagogia 54 da criança e então classificá-la de acordo com um estágio determinado de desenvolvimento cognitivo. Desta forma, tem-se a estrutura das provas: com o objetivo final de descobrir algo sobre os raciocínios que se escondiam nas respostas certas, mas com interesse pelos processos que estavam intrínsecos nas respostas erradas. (SILVA, 2015, p.401) RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo desse capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o diagnóstico, elaborado pelo psicopedagogo, é algo bastante complexo e necessita de várias ferramentas para poder entender todo o contexto do paciente. Inicialmente, foi observada a anamnese como fase do diagnóstico em que é realizada uma entrevista em conjunto com a família com o intuito de compreender diversos aspectos do contexto da vida do paciente. Na anamnese, o psicopedagogo faz perguntas sobre os dados pessoais dos envolvidos, a gravidez e os detalhes sobre a gravidez como experiência, a vida social do paciente fora e dentro de casa, a vida dele na escola, como se ocorre a educação dele na casa, entre outras perguntas que podem ser realizadas. Verificou-se, também, que pode ser realizada com a família a EFES que é a entrevista familiar de exploração situacional, também com o intuito de compreender a situação da família e todo o seu contexto. Outra ferramenta importante diz respeito aos jogos como instrumento lúdico de ensino e experimento para diagnóstico. A entrevista operativa, centrada em aprendizagem com aplicação de diversos tipos de ferramentas, também foi utilizada. Com todo esse arcabouço de ferramentas torna-se possível ao psicopedagogo atuar de forma excelente para solucionar os diversos problemas que podem interferir no desenvolvimento dos seus pacientes. Psicopedagogia 55 REFERÊNCIAS ALVES, A. S. et al. 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Psicopedagogia Teoria da Psicopedagogia Clínica A Teoria da Psicopedagogia Clínica Aspectos Básicos do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico Conceito de Diagnóstico O Diagnóstico Psicopedagógico Clínico Sujeitos de Diagnóstico e Modalidades de Aprendizagem Sujeitos de Diagnóstico Modalidades de Aprendizagem Intervenção Psicopedagógica e o Diagnóstico Clínico Intervenção Psicopedagógica: os Instrumentos Utilizados Pelo Psicopedagogo no Diagnóstico