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1
ISSN 2358-5145
www.vetsciencemagazine.com.br
BACTERIOLOGIA VETERINÁRIA
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA O CLÍNICO
Número 19
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
2
PLANO PARA A VIDA TODA
Faça o que é certo, não o que é fácil. 
O NOME DISTO É ÉTICA!
Para realizar coisas grandes, comece pequeno. 
O NOME DISTO É PLANEJAMENTO!
Aprenda a dizer “não “. 
O NOME DISTO É FOCO!
Parou de ventar? Comece a remar. 
O NOME DISTO É GARRA!
Não tenha medo de errar, nem de rir dos seus erros. 
O NOME DISTO É CRIATIVIDADE!
Sua melhor desculpa não pode ser mais forte do que seu desejo. 
O NOME DISTO É VONTADE!
Não basta ter iniciativa. Também é preciso ter “acabativa”. 
O NOME DISTO É EFETIVIDADE!
Se você acha que o tempo voa, trate de ser o piloto. 
O NOME DISTO É PRODUTIVIDADE!
Desafie-se um pouco mais a cada dia. 
O NOME DISTO É SUPERAÇÃO!
Para todo “Game Over” existe um “Play Again”. 
O NOME DISTO É VIDA!
A equipe do TECSA e os seus gestores acreditam no potencial humano de superar 
obstáculos e assim construir uma sociedade mais justa e fraterna a cada dia. Muitas 
vezes no isolamento do consultório, o Médico Veterinário tem de tomar decisões 
importantes e difíceis. O papel de um bom laboratório de suporte é contribuir para 
que estas decisões possam ser compartilhadas. Queremos que você, colega Médico 
Veterinário, tenha sempre a confiança em dividir conosco as suas dúvidas e os seus 
anseios. Somos uma grande equipe técnica que adora ajudar e discutir casos clínicos, 
nos mais diversos setores da clínica veterinária.
Luiz Eduardo Ristow
Diretor Presidente
EDITORIAL
4
Obs.: os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente, a visão e opinião do TECSA Laboratórios.
ÍNDICE
Editores/Publishers: 
Dr. Luiz Eduardo Ristow . CRMV-SP 5560S . CRMV-MG 3708 . 
ristow@tecsa.com.br
Dr. Afonso Alvarez Perez Jr . afonsoperez@tecsa.com.br
Equipe de Médicos Veterinários TECSA . tecsa@tecsa.com.br
Diagramação: Sê Comunicação . se@secomunicacao.com.br
Contatos e Publicidade: 
comunicacao@tecsa.com.br
Av. do Contorno , nº 6226 , B. Funcionários, Belo Horizonte - MG – CEP 
30.110-042
PABX-(31) 3281-0500
Tiragem: 5000 revistas . Publicação Bimestral
Na Internet: 
www.vetsciencemagazine.com.br
CIRCULAÇÃO DIRIGIDA
A revista VetScience® Magazine é uma publicação do Grupo TECSA 
dirigida somente aos médicos veterinários, como parte do Projeto 
JORNADA DO CONHECIMENTO, criado pelo mesmo. Este projeto visa a 
universalização do conhecimento em Medicina Laboratorial Veterinária. 
A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa clínica 
e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura, metanálise, 
artigos de opinião, comunicações, imagens e cartas ao editor.
Não é permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta 
revista sem a prévia autorização do TECSA.
Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do 
conteúdo da revista VetScience magazine.
Grupo TECSA – Referência desde 1994
EXPEDIENTE
ISSN: 2358-1018
ÍNDICE
06. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA 
A FÁRMACOS ANTIMICROBIANOS
09. A IMPORTÂNCIA DA CULTURA COM ANTIBIOGRAMA
11. MÉTODO CORRETO DE COLETA DE 
CULTURAS DE PELE E OUVIDOS
14. O PAPEL DO ANTIFUNGIGRAMA PARA 
EVITAR SUPERINFECCOES FÚNGICAS
17. OTITE E INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU), COMO A 
OTOCULTURA E A UROCULTURA PODEM AUXILIAR NO DIAGNÓSTICO
21. ANTIBIÓTICOS EM MEDICINA VETERINÁRIA 
RESISTÊNCIA E IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO
06. BACTERIOLOGIA
Colaboraram neste número:
Dr. Antonio Barbosa da Silva Junior, Dr. Cláudio Roberto S. Mattoso, Dra. Daniele Silvano Gonçalves, Dr. Guilherme Stancioli, Dra.Isabela de Oliveira Avelar, 
Dra. Janete Madalena da Silva, Dr. João Paulo Fernandez Ferreira, Dr. João Paulo Franco, Dr. Luiz Eduardo Ristow, Dra. Luiza França Melo, Dra. Marcela Ribeiro 
Gasparini, Dra. Natalia Lemos Arruda, Dr. Otávio Valério de Carvalho, Dra Talita Gomes da Silva Batista, Dr. Thiago Beloni de Melo, Dr. Thiago Luis Santos 
Gonçalves, todos membros da Equipe de Médicos Veterinários do TECSA Laboratórios. Além do Médico Patologista Clínico Dr. Afonso Alvarez Perez Jr.
Contribuíram também para este número os renomados Colegas: Dra. Adriane Pimenta da Costa Val Bicalho, Dr. Anderson Carlos Camargo, Dra. Ana Maria R. 
Ferreira, Dra. Carolina Boesel Scherer, Dra. Gracy C.G. Marcello, Dra. Larissa Botoni, Dra Lauranne Alves Salvato, Dra Maria Cristina N. Castro, Dra. Mariana Paiva 
Rodrigues, Dra. Nathália Rose Vieira Santos, Dra. Nayro X. Alencar, Dr. Rafael Gariglio Clark Xavier, Dr. Sérgio José de Sousa, Dra. Stéfane Valgas Teixeira.
25. TRITRICHOMONAS FOETUS E SUA IMPORTÂNCIA 
NA CLÍNICA MÉDICA DE FELINOS
27. OBESIDADE E A RELAÇÃO COM NEOPLASIAS MAMARIAS EM CADELAS
38. URINA ROTINA – COLETA, ARMAZENAMENTO E 
ENVIO – INDICAÇÕES E EVENTUAIS ALTERAÇÕES
30. A IMUNOTERAPIA NO CONTROLE DA ALERGIA
34. AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO PROTEÍNA-CREATININA 
URINÁRIA EM GATOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
25. MEDICINA DE FELINOS
27.ONCOLOGIA
38.URINÁLISE
30.ALERGOLOGIA
34.PATOLOGIA CLÍNICA
6
BACTERIOLOGIA
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA A FÁRMACOS 
ANTIMICROBIANOS
M.V. MSc. PhD Larissa Botoni, M.V. MSc. PhD Carolina Boesel Scherer, 
Prof. MSc. PhD. Adriane Pimenta da Costa Val Bicalho, E-mail para correspondência: larissa.botoni@gmail.com
agravante dos prejuízos gerados pela 
resistência adquirida é a possibilidade 
de transferência do material genético 
mutante entre microrganismos do 
mesmo gênero (Stuart e Bonnie, 
2004) ou entre gêneros diferentes e 
evolutivamente distantes, que coabitam 
um determinado habitat (Courvalin, 
1994). São diversas as formas de 
transferência de genes de resistência, mas 
é importante ressaltar que pode ocorrer 
verticalmente, ou seja da bactéria para a 
sua própria linhagem por multiplicação, 
ou horizontalmente, entre bactérias 
coabitantes. São conhecidos três 
mecanismos básicos de transferência 
de genes de resistência: transformação, 
quando microrganismos incorporam 
segmentos de DNA estrangeiro ao 
seu cromossomo; transdução, quando 
genes são transferidos através de um 
bacteriófago; e conjugação, que é o meio 
mais importante, devido à sua frequência 
e consequências epidemiológicas 
(Alekshun e Levy, 2007). A conjugação 
depende da aquisição, por uma bactéria 
sensível, de um ou mais plasmídeos que 
contém genes de resistência. Plasmídeos 
conjugativos contém genes responsáveis 
pelas codificações de proteínas que 
permitem a sua transferência entre 
bactérias, sendo ou não da mesma 
espécie. Os plasmídeos podem se 
disseminar por outros elementos 
genéticos como transposons e integrons, 
ou integrar-se ao cromossomo da 
bactéria receptora e assim assegurar 
sua estabilidade (Martínez-Martínez e 
Calvo, 2010). Através de mecanismos 
de troca genética e mutações, bactérias 
sensíveis podem tornar-se resistentes 
a várias classes de antimicrobianos 
(Alekshun e Levy, 2007).
O processo de replicação do DNA 
não é completamente conhecido. Em 
média, uma mutação em um gene em 
particular, ocorre em cerca de uma a 
cada 1x108 bactérias de uma população. 
Se o gene proporciona uma vantagem 
competitiva em termos de sobrevivência, 
sob a ação de um agente antimicrobiano, 
a população sem o gene mutante e, 
portanto, sensível, morre ou é inibida, 
enquanto que a população que contém 
o gene mutante sobrevive e passa a se 
replicar e colonizar o meio. Este é o 
princípio básico da seleção de bactérias 
por antibióticos (Martínez-Martínez e 
Calvo, 2010).
Mecanismos de resistência a 
antimicrobianos
Mutações espontâneas podem causar 
resistência regulando a produção 
de enzimas que inativam o agente 
antimicrobiano; alterando um canal 
de proteína que é requerido para a 
entrada do agente antimicrobiano na 
célula; através de bombas de efluxo 
que expulsam o antimicrobiano da 
célula; alterando o alvo ao qual se liga 
o agente antimicrobiano, causando uma 
modificação ou eliminando o local de 
ligação (Pérez,1998; Tenover, 2006). Os 
mecanismos de resistência bacteriana 
estão representados na Fig. 2.
Alteração enzimática
Dois tipos de enzimas alteram a ação 
de agentes antimicrobianos, aquelas 
que degradam os antibióticos, como as 
β-lactamases; e aquelas que realizam 
transformações químicas nos fármacos, 
inativando-os. Entre estas estão 
enzimas que inativam aminoglicosídeos, 
macrolídeos, cloranfenicol e tetraciclinas 
(Pérez, 1998; Alekshun e Levy, 
2007). Muitos microrganismos, em 
especial os Gram-negativos, possuem 
Introdução
De uma maneira geral, a resistência 
a antimicrobianos ocorre quando o 
crescimento bacteriano só pode ser 
inibido em concentrações superiores 
às quais o antimicrobiano é capaz de 
alcançar no sítio da infecção (Wayne, 
2011). Na rotina clínica, o diagnóstico 
de resistência microbiana a fármacos se 
dá através de técnicas de suscetibilidade 
a antimicrobianos in vitro. Comitês 
como o Clinical and Laboratory 
Standards Institute (CLSI) nos Estados 
Unidos e o European Committee on 
Antimicrobial Susceptibility Testing 
(EUCAST) na Europa, vêm definindo 
pontos de corte, dividindo em categorias 
clínicas (sensível, intermediário e 
resistente) a resposta ao antibiograma, 
que predizem a possibilidade de êxito 
ou fracasso no uso de determinado 
antibiótico(Martínez-Martínez e Calvo, 
2010). Bactérias podem manifestar 
resistência a antimicrobianos através 
de uma variedade de mecanismos. 
Algumas espécies de microrganismos 
apresentam resistência intrínseca, ou 
seja, são naturalmente resistentes a 
todos os membros de uma classe de 
antimicrobianos. De maior preocupação, 
são os casos de resistência adquirida, 
onde populações inicialmente sensíveis 
de bactérias tornam-se resistentes a 
um agente bacteriano e proliferam sob 
a pressão seletiva do uso desse agente 
(Tenover, 2006). Mecanismos intrínsecos 
são encontrados naturalmente no 
genoma do microrganismo, tais como a 
AmpC β-lactamase de bactérias Gram-
negativas e alguns sistemas de efluxo de 
multi-resistência à fármacos (Alekshun 
e Levy, 2007). Mecanismos adquiridos 
envolvem mutações em genes bacterianos 
relacionados à farmacodinâmica dos 
antimicrobianos. Um fator bastante 
7
BACTERIOLOGIA
ISSN 2358-5145
www.vetsciencemagazine.com.br
BACTERIOLOGIA VETERINÁRIA
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA O CLÍNICO
Número 19
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
genes intrínsecos que codificam 
enzimas do tipo β-lactamases. Os 
fenótipos da resistência dependem 
da quantidade e da natureza destas 
enzimas. As cefamicinases tipo AmpC e 
carbapenemases são capazes de hidrolisar 
a grande maioria dos antimicrobianos 
β-lactâmicos atualmente disponíveis 
(Martínez-Martínez e Calvo, 2010). 
Enzimas que inativam aminoglicosídeos 
são o principal mecanismo de 
resistência bacteriana contra estes 
antimicrobianos. Dezenas de enzimas 
deste tipo interferem em processos 
de O-fosforilização, N-acetilação e 
O-nucleotidilação e, ao modificar a 
estrutura do aminoglicosídeo geram 
um novo composto incapaz de inibir o 
microrganismo (Kotra et al., 2000). 
Alteração da permeabilidade da 
membrana
A membrana externa da parede 
celular das bactérias Gram-negativas 
possui proteínas do tipo porina que 
funcionam como entrada e saída 
inespecífica para pequenas moléculas 
de produtos químicos e orgânicos. Os 
antimicrobianos podem alcançar o 
citoplasma dos microrganismos através 
destes canais formados pelas porinas. 
Mutações que diminuem a expressão 
da porina contribuem para a resistência 
aos antimicrobianos, já que vão reduzir 
a permeabilidade da membrana aos 
fármacos (Alekshun e Levy, 2007).
Sistemas de efluxo
Além da alteração na permeabilidade 
da membrana celular de bactérias 
Gram-negativas por redução da 
expressão de porinas, sensibilidade aos 
antimicrobianos pode estar reduzida 
por sistemas de bomba de efluxo. 
Estudos têm mostrado que mesmo que 
os agentes antimicrobianos penetrem na 
membrana celular dos microrganismos, 
estes não conseguem chegar ao alvo 
intracelular, pois são expulsas da bactéria 
através de sistemas de efluxo (Li e 
Nikaido, 2004). As bombas de efluxo 
são proteínas de expulsão que situam-
se na membrana celular e que, mediante 
consumo de energia, eliminam para o 
meio externo os antimicrobianos que 
penetraram na célula. Estes sistemas 
geralmente são formados por uma 
proteína que atua como um canal por 
onde o antimicrobiano é expulso e outra 
que age como acopladora (Martínez-
Martínez e Calvo, 2010). O sistema 
de efluxo foi descrito a primeira vez 
como um mecanismo de resistência 
às tetraciclinas por McMurry e 
colaboradores em 1980 (Alekshun e 
Levy, 2007). A maioria das proteínas 
de efluxo de fármacos pertence a cinco 
famílias de proteínas (Fig. 3); duas 
superfamílias: Cassete de Ligação ao 
ATP (CLA) e Facilitador Maior (FM); 
e três pequenas famílias: Composto 
de Extrusão de Multidrogas e Tóxicos 
(CEMT); Pequena Resistência 
Multidrogas (PRM) e Divisão de 
Células de Nódulo-Resistência (DNR); 
(Li e Nikaido, 2004).
Efluxo através de unidades de hidrólise 
de ATP, que ocorre em proteínas 
da família CLA, são chamadas de 
transporte primário. Efluxo de proteínas 
nas famílias DNR, FM, PME e CEMT 
ocorrem pela impulsão da força motriz 
de prótons e é chamado de transporte 
secundário (Alekshun e Levy, 2007). Os 
sistemas de efluxo causam moderado 
aumento da resistência, porém, a 
expressão de múltiplas bombas de 
expulsão ou a sua associação com outros 
mecanismos em uma mesma bactéria 
pode aumentar consideravelmente seu 
nível de resistência antimicrobiana 
(Martínez-Martínez e Calvo, 2010).
Alteração do alvo
Constituintes da parede celular, 
ribossomos e proteínas são sítios 
de ligação de antimicrobianos nas 
bactérias que podem ter a sua estrutura 
modificada a partir de mutações nos 
genes que os codificam. Isto faz com 
que o alvo não seja reconhecido pelo 
fármaco, impedindo a sua ação no 
microrganismo (Silveira et al., 2006). 
Alterações no sítio de ligação dos 
antimicrobianos são relevantes tanto 
em bactérias Gram-positivas quanto 
em Gram-negativas, sendo hoje, a 
resistência à meticilina encontrada 
em MRSA uma das principais, se não 
a mais importante, causa mundial de 
problemas com resistência bacteriana 
(Martínez-Martínez e Calvo, 2010). 
A resistência é transmitida pelo gene 
mecA, que tem origem cromossômica e 
está localizado em um elemento genético 
móvel, o Staphylococcal Chromossome 
Cassete mec (SCCm), que é responsável 
pela alteração na codificação da proteína 
de ligação à penicilina (PBP2a) (Cain, 
2013). A produção dessa alteração na 
PBP2a confere resistência a todos os 
fármacos β-lactâmicos (Weese e van 
Duijkeren, 2010). O mais estudado 
mecanismo de resistência à quinolonas 
em isolados clínicos são as alterações 
da DNA-girase e da topoisomerase IV 
(Martínez-Martínez e Calvo, 2010). 
O efeito desse tipo de resistência 
específica é acumulativo, ou seja, apenas 
uma mutação causa baixa resistência, o 
aumento do número dessas mutações 
causa incremento de forma sequencial 
no nível de resistência (Martínez-
Martínez e Calvo, 2010). 
Considerações finais
Mais de meio século se passou desde 
a criação do primeiro antimicrobiano e, 
com o uso indiscriminado, rapidamente 
a frequência de resistência bacteriana 
começou a crescer exponencialmente. 
A propagação de microrganismos 
multirresistentes implica na necessidade 
de desenvolvimento, a curto e médio 
prazo, de novos fármacos capazes 
de eliminá-los de forma eficaz em 
infecções diversas. Entretanto, caso não 
haja conscientização dos profissionais 
de saúde humana e animal e de 
órgãos públicos competentes quanto 
à importância do uso racional de 
antimicrobianos, todos os esforços 
da ciência em se criar novas drogas 
serão em vão, visto que rapidamente 
emergirão cepas resistentes às mesmas. 
As bactérias estão em constante e 
rápida evolução, e são altamente 
eficientes em se adaptar às adversidades 
8
BACTERIOLOGIA
do meio. Devido à capacidade de 
transferênciade genes de resistência 
entre diferentes microrganismos, nós, 
médicos veterinários, temos o dever 
de nos comprometermos com as boas 
práticas no uso de antimicrobianos. 
Já que, o mau uso destes fármacos nos 
animais, que vivem em contato íntimo 
com os seus tutores, pode implicar em 
importantes reflexos na saúde pública. 
 
Figura 1. Demonstração esquemática dos 
mecanismos utilizados na resistência adquirida. 
Fonte: Stuart e Bonnie, 2004.
Figura 2. Esquema dos mecanismos de resistência bacteriana. Fonte: anvisa.org.br
 
Figura 3. Esquema de famílias de proteínas das bombas de efluxo. Fonte: adaptado de cmr.asm.org
COD EXAMES MATERIAL PRAZO DIAS
54 CULTURA COM ANTIBIOGRAMA (AERÓBIOS) SWAB EM MEIO CONSERVANTE (STUART) 5
254 CULTURA COM ANTIBIOGRAMA (ANAERÓBIOS) SWAB EM MEIO CONSERVANTE (STUART) 5
576 CULTURA COM ANTIBIOGRAMA COMBINADO (AERÓBIOS E ANAERÓBIOS) SWAB EM MEIO CONSERVANTE (STUART) 8
393 COPROCULTURA COM ANTIBIOGRAMA FEZES RECENTES OU SWAB INTESTINAL 5
933 CULTURA OFTALMOLÓGICA COM ANTIBIOGRAMA SWAB OCULAR 5
269 ESPERMOCULTURA QUALITATIVA SÊMEN EM FRASCO ESTÉRIL 5
270 ESPERMOCULTURA QUANTITATIVA SÊMEN EM FRASCO ESTÉRIL 5
58 HEMOCULTURA COM ANTIBIOGRAMA SANGUE TOTAL EM FRASCOS ESPECÍFICOS 8
766 OTOCULTURA COM ANTIBIOGRAMA SWAB COM SECREÇÃO AURICULAR 5
937 PAINEL DIAGNÓSTICO OTITE SWAB COM MEIO E LÂMINAS COM MATERIAL AURICULAR 10
184 UROCULTURA COM ANTIBIOGRAMA URINA RECENTE EM FRASCO ESTÉRIL 4
9
BACTERIOLOGIA
ISSN 2358-5145
www.vetsciencemagazine.com.br
BACTERIOLOGIA VETERINÁRIA
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA O CLÍNICO
Número 19
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
A IMPORTÂNCIA DA CULTURA COM ANTIBIOGRAMA
Nathália Rose Vieira Santos - Médica Veterinária CRMV-MG 10438
Rafael Gariglio Clark Xavier - Médico Veterinário CRMV-MG 16040 
E-mail para correspondência: nvieira8@gmail.com
É importante associar o material a ser 
coletado aos sinais clínicos do paciente, 
assim como atentar a qualidade do 
material coletado. Regiões com sinais 
de necrose, áreas com a presença de 
parasitas ou larvas, por exemplo, não são 
sítios de escolha para coleta do material 
transportado para o laboratório. Outros 
fatores importantes são a identificação 
do material, espécie do paciente, data e 
horário da coleta e suspeita clínica. São 
informações adicionais que auxiliam 
muito no momento da identificação 
do microrganismo, principalmente 
se não houve a possibilidade de 
realizar a coleta de forma asséptica. A 
conservação e transporte do material 
também são importantes, evitando 
que a amostra seja inviabilizada. 
Temperatura ou ambiente incorreto, 
dependendo do material, pode favorecer 
o crescimento de microrganismos 
contaminantes, comprometendo o 
resultado. Normalmente, as amostras 
são refrigeradas, salvo casos especiais. 
2.2. Meios de cultura 
O meio de cultura é feito com os 
nutrientes necessários para que os 
microrganismos presentes na amostra 
coletada se multipliquem. Existem 
alguns meios seletivos para identificação 
de determinados agentes específicos, 
onde há o acréscimo de algum 
nutriente ou substância essencial para o 
crescimento e diferenciação do mesmo. 
Pode-se catalogar os meios de acordo 
com sua função.
2.2.1. Meios de transporte
São os meios utilizados para realizar 
o transporte da amostra do local onde 
foi feita a coleta até o laboratório. 
Os mais utilizados são o meio Stuart 
(para transporte e conservação de 
microrganismos patogênicos juntamente 
a um swab) e o ágar nutriente (meio de 
cultura relativamente barato).
2.2.2. Meios para crescimento e 
isolamento
São os meios utilizados para triagem 
dos microrganismos. Dependendo 
do material e suspeita clínica, o 
processamento é realizado em 
diversos meios, para que se conheça as 
características do(s) microrganismo(s) 
e assim, direcionar a identificação. Os 
mais comuns são ágar sangue (rico em 
nutrientes, não seletivo, utilizado para 
observação da ocorrência de hemólise) 
(Fig. 1), ágar MacConkey (seletivo 
para enterobactérias e diferencial para 
fermentação de lactose, mudando de 
cor após fermentação, que altera o 
pH do meio) (Fig. 2), ágar chocolate 
(não é seletivo, mas é muito utilizado 
em condições de microaerofilia), 
ágar Hektoen entérico (seletivo para 
Salmonella sp. e Shigella sp. e diferencial 
para a fermentação de lactose e produção 
de H2S) (Fig. 3).
2.2.3. Meios para prova de 
identificação
Uma vez realizado o isolamento, 
são utilizados alguns meios para 
identificação, em conjunto com as 
provas bioquímicas. Alguns meios são 
ricos em açúcares ou outros compostos, 
como nitrogênio, ureia e/ou esculina. 
Através do resultado destas provas, 
pode-se chegar a identificação do gênero 
do microrganismo, sendo algumas vezes 
identificada também a espécie. 
A espécie bacteriana é identificada 
por chave de classificação fenotípica. 
1. Introdução
Na rotina da clínica médica 
veterinária, todo profissional deseja 
obter um diagnóstico rápido e preciso 
para iniciar o tratamento correto. 
Além de uma anamnese completa, 
o clínico trabalha com o suporte 
de exames complementares, muitas 
vezes imprescindíveis.A cultura e 
antibiograma estão sendo cada vez 
mais importantes na rotina clínica, 
principalmente pelo apelo crescente da 
comunidade mundial preocupada com 
resistência a antimicrobianos, sendo 
tema de diversos trabalhos. O objetivo 
dessa revisão é abordar as ferramentas 
disponíveis, que auxiliam não só na 
escolha do tratamento ao paciente, mas 
também na diminuição do surgimento 
de cepas resistentes.
2. Cultura
A cultura é o exame que dará origem 
ao isolado bacteriano a ser avaliado. 
Por definição, cultura é o cultivo de 
microrganismos em meios adequados, 
sob determinadas temperaturas e 
ambientes específicos, a partir de 
amostras diversas, como secreções, 
sangue, urina, líquor e fragmentos de 
órgãos.
2.1. Formas de coleta
A coleta do material é um 
procedimento de extrema importância 
para obter o agente causador da doença. 
Todo resultado obtido na rotina do 
laboratório de microbiologia depende 
da qualidade da amostra recebida. Uma 
coleta realizada de forma inadequada, 
sem a devida assepsia ou conservada/
transportada de forma incorreta, irá 
comprometer de forma negativa o 
resultado obtido, podendo dificultar e 
até mesmo inviabilizar o tratamento. 
10
BACTERIOLOGIA
2.3. Hemocultura
A hemocultura é o cultivo de 
microrganismos presentes em amostras 
de sangue venoso. É um exame utilizado 
em casos graves de infecção sistêmica 
que não respondem a antimicrobianos 
de amplo espectro.
A coleta do material deve ser 
realizada de forma asséptica, realizando 
a tricotomia e antissepsia da pele no 
local a ser puncionado. O volume ideal 
corresponde a 10% do volume total 
do frasco de coleta, mas no caso de 
filhotes e animais muito pequenos isso 
nem sempre é possível. É importante 
que o material seja coletado em frasco 
estéril, com anticoagulante. A amostra 
não deve ser refrigerada, mas pode ser 
mantida em temperatura ambiente e 
deve ser enviada o mais rápido possível 
ao laboratório.
2.4. Urocultura
A urocultura é o cultivo de 
microrganismos presentes em amostras 
de urina. O exame é indicado nos casos 
de infecção do trato urinário crônicas 
e não responsivas aos antibióticos de 
primeira escolha e amplo espectro. A 
coleta do material deve ser realizada de 
forma asséptica, sendo a cistocentese 
com auxílio de ultrassonografia o ideal, 
após a tricotomia e antissepsia da região 
abdominal. Pode-se realizar a coleta por 
sonda uretral, na impossibilidade da 
cistocentese. O volume a ser coletado 
deve ser em torno de 10 mL, se possível. 
A amostra deve ser mantida em 
recipiente estéril, refrigerada e levada 
para análise em, no máximo, 12 horas, 
evitando a deterioração da amostra.
3. Antibiograma
O antibiograma é realizado utilizando 
meios de cultura não seletivos e sem 
corantes, como meio Mueller Hinton. 
O isolado é colocado em água salina, 
obedecendo ao padrão de turvação 
0,5 da escala deMcFarland. Uma 
vez vortexado, faz-se o plaqueamento 
do inóculo e são colocados discos de 
difusão contendo diferentes bases 
antimicrobianas em doses específicas. 
Esse exame foi padronizado por Kirby 
e Bauer, sendo o mais utilizado ainda 
hoje pela confiabilidade dos resultados e 
baixo custo para realização (Fig. 4). Após 
determinado período de incubação, a 
leitura é feita através da medição do halo 
formado ao redor dos discos e utilizando 
uma tabela padrão como referência. 
Conforme o tamanho do halo e a droga 
testada, avalia-se se o microrganismo é 
sensível ou não a mesma. Outros testes 
de sensibilidade também são utilizados, 
como o de Concentração Inibitória 
Mínima (CIM) e E-test, mas em 
situações pontuais.
4. Considerações finais
É importante que o exame clínico 
esteja aliado a diversos exames 
complementares. A cultura com 
antibiograma proporciona segurança 
e boa especificidade, direcionando a 
escolha do melhor tratamento. Para 
atingir esse resultado, é imprescindível 
que seja realizada uma coleta 
apropriada, assim como processamento 
do material realizado de forma correta, 
por um técnico experiente e capacitado, 
o que é necessário para uma correta 
leitura e avaliação dos resultados. 
Dessa forma pode-se iniciar um 
tratamento adequado, minimizando 
riscos de resistência a antimicrobianos. 
Figura 1. Ágar sangue. (Fonte: André Fernandes)
Figura 2. Ágar MacConkey. (Fonte: André 
Fernandes)
Figura 3. Ágar Hektoen. (Fonte: André 
Fernandes)
Figura 4. Placa de antibiograma. (Fonte: André 
Fernandes)
COD EXAMES
PRAZO 
DIAS
54 CULTURA COM ANTIBIOGRAMA (AERÓBIOS) 5
254 CULTURA COM ANTIBIOGRAMA (ANAERÓBIOS) 5
576 
CULTURA COM ANTIBIOGRAMA 
COMBINADO (AERÓBIOS E 
ANAERÓBIOS)
8
393 COPROCULTURA COM ANTIBIOGRAMA 5
933 CULTURA OFTALMOLÓGICA COM ANTIBIOGRAMA 5
269 ESPERMOCULTURA QUALITATIVA 5
270 ESPERMOCULTURA QUANTITATIVA 5
58 HEMOCULTURA COM ANTIBIOGRAMA 8
766 OTOCULTURA COM ANTIBIOGRAMA 5
937 PAINEL DIAGNÓSTICO OTITE 10
184 UROCULTURA COM ANTIBIOGRAMA 4
11
BACTERIOLOGIA
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BACTERIOLOGIA VETERINÁRIA
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA O CLÍNICO
Número 19
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
MÉTODO CORRETO DE COLETA DE CULTURAS DE PELE E OUVIDOS 
MV. Esp. PhD. Larissa Botoni, Dermatologista Veterinária 
E-mail para correspondência: larissa.botoni@gmail.com
patogênicas e o supercrescimento de 
comensais. Entretanto, quando ocorrem 
alterações na integridade das funções 
defensivas da barreira cutânea, o órgão 
fica mais suscetível a infecções. 
As alergopatias e as endocrinopatias 
são doenças crônicas inflamatórias que 
provocam alterações contínuas nos 
mecanismos defensivos do sistema 
tegumentar, produzindo com frequência 
piodermites e otites recidivantes, quando 
não controladas adequadamente. O 
caráter recorrente das infecções de pele 
e ouvidos e o tratamento repetitivo 
com fármacos antimicrobianos têm 
se tornado um problema de grande 
preocupação da comunidade científica 
mundial, já que estão associados a um 
crescimento exponencial da incidência 
de infecções multirresistentes em 
humanos e animais. Desta forma, é 
essencial a conscientização dos médicos 
veterinários quanto à importância do 
uso racional de antimicrobianos e da 
prescrição destas drogas baseado em 
testes de cultura e antibiograma. 
Amostras coletadas de lesões de pele e 
ouvidos de pacientes são frequentemente 
enviadas aos laboratórios para a 
identificação da espécie bacteriana 
envolvida naquela infecção e o seu perfil 
de suscetibilidade a antimicrobianos. 
Entretanto, é importante que se 
tenha consciência de que o método 
de realização da coleta das amostras 
influenciará diretamente nos resultados 
dos testes de sensibilidade na rotina 
clínica. Sendo assim, o objetivo deste 
artigo é fornecer informações práticas 
em relação aos métodos de coleta de 
amostras para cultura e antibiograma de 
lesões de pele e ouvidos de animais de 
companhia. 
Indicações 
Idealmente, a prescrição de 
antibióticos para tratar qualquer tipo 
de infecção deveria ser feita baseado 
em testes de suscetibilidade. Entretanto, 
por diversas razões incluindo tempo e 
restrições financeiras, a escolha empírica 
de antimicrobianos continua fazendo 
parte da rotina de médicos veterinários 
em todo o mundo. Entretanto, em 
algumas situações é mandatório a 
realização de cultura e antibiograma 
antes da prescrição de antibióticos. 
As principais indicações de realização 
de testes de suscetibilidade estão 
representadas no Quadro 1. 
Em casos de infecções bacterianas 
recorrentes, o clínico deve estar 
sempre alerta para a possibilidade de 
resistência ao antimicrobiano utilizado, 
principalmente se não houver resposta 
ou a resposta ao tratamento selecionado 
empiricamente for parcial. Sendo 
assim, nestes casos, o ideal é coletar um 
material para cultura imediatamente 
e não selecionar outro antimicrobiano 
de forma empírica. As piodermites 
profundas também são casos que 
requerem cultura e antibiograma ainda 
que não sejam recorrentes. Isto se deve ao 
fato de serem infecções mais extensas e 
profundas que exigem antibioticoterpia 
mais longa, em média 60 dias. 
Outra indicação de realização de 
cultura e antibiograma que requer 
bastante atenção é a presença de 
bactérias com formato de bastonetes na 
citologia, principalmente de ouvidos. A 
presença de bastões em lesões cutâneas 
contaminadas ou áreas de lambedura 
Introdução
A pele é o maior e mais visível 
órgão do corpo, que exerce a função de 
interface anatômica fisiológica entre 
o organismo animal e o ambiente. 
O sistema tegumentar possui uma 
grande variedade de funções vitais 
para a manutenção da homeostase, tais 
como barreira física e microbiológica. 
Toda a superfície cutânea é habitada 
por uma comunidade complexa de 
comensais composta por ácaros, 
arqueia, bactérias, fungos, vírus e 
protozoários, o microbioma cutâneo. 
Estes microrganismos não só protegem 
a pele da colonização por espécies 
patogênicas, com também participam 
ativamente da imunorregulação, em 
processos metabólicos e na prevenção 
de doenças alérgicas e inflamatórias. 
Em situações normais, o organismo do 
hospedeiro possui mecanismos variados 
capazes de manter o microbioma 
cutâneo em equilíbrio. As infecções 
bacterianas do sistema tegumentar 
são parte do cotidiano de clínicos de 
pequenos animais. As piodermites 
e otites bacterianas estão entre as 
dermatopatias mais comuns em animais 
de companhia, sobretudo em cães. Na 
grande maioria dos casos, estas infecções 
são manifestações clínicas secundárias 
de doenças de base, principalmente 
alergopatias e endocrinopatias. 
O principal agente etiológico é o 
Staphylococcus pseudintermedius, uma 
bactéria cocoide (Fig. 1) comensal da 
pele e dos folículos pilosos. Entretanto, 
outras espécies patogênicas invasoras, ou 
seja, que não fazem parte do microbioma 
cutâneo bacteriano podem também 
causar infecções tegumentares. A pele 
possui diversos mecanismos de defesa 
que previnem a invasão de bactérias 
12
BACTERIOLOGIA
ou mordiscamento não é tão expressiva 
como quando ocorre em ouvidos 
ou no interior de lesões primárias. 
A microbiota oral é composta por 
uma grande quantidade de bactérias 
bastonetes, desta forma, em áreas 
corpóreas passíveis de interferência 
pelo animal, é mais provável que estas 
bactérias sejam contaminantes e não 
agentes etiológicos. A presença de 
bastões em citologias otológicas (Fig. 
2) infere cronicidade e maior gravidade, 
com grande chance de acometimento 
do ouvido médio. Já em citologias de 
lesões cutâneas profundas, nodulares ou 
fistulosas íntegras e não contaminadas, 
a presença de bastões em quantidade 
moderada a discreta sugere fortemente 
que estes são os agentes etiológicos. 
Desta forma, é essencial a identificação 
da espécie do patógeno e a avaliação 
da suscetibilidade a antimicrobianos 
antes de prescrever. Considerando o 
exposto, observa-se também a grande 
importância da realização de examecitológico antes da realização do 
antibiograma.
Método de coleta de amostras para 
cultura e antibiograma 
O método de coleta de amostras 
é de extrema importância para que 
haja boa correlação entre o exame 
laboratorial e o caso clínico. Devemos 
ter sempre em mente que é essencial a 
escolha de um laboratório que possua 
experiência em microbiologia de 
patógenos isolados de animais e esteja 
sempre atualizado, principalmente 
quanto à diretrizes mundiais para 
resistência a antimicrobianos, que estão 
em constante evolução. Entretanto, 
o laboratório irá apenas processar a 
amostra enviada por nós, médicos 
veterinários, de maneira que se a coleta 
não for adequadamente realizada, o 
resultado estará comprometido. O 
primeiro passo de uma boa coleta de 
amostras microbiológicas é a redução 
de contaminação por microrganismos 
ambientais ou da pele humana. Sendo 
assim, o profissional deve sempre 
utilizar luvas durante a coleta de 
amostras. Entretanto, não deve ser 
feita a antissepsia da lesão cutânea do 
paciente antes da coleta, pois a aplicação 
de qualquer antisséptico irá inativar as 
bactérias presentes no local. A coleta 
deve ser feita utilizando-se de um 
swab estéril e com meio de transporte 
(meio de Stuart) e deve ser armazenada 
refrigerada a 2-8oC e enviada em até 
48 horas após a coleta. A embalagem 
do swab deve ser aberta imediatamente 
antes da coleta e o profissional deve ser 
extremamente cuidadoso para não o 
contaminar acidentalmente por contato 
com o ambiente ou outras regiões 
corpóreas do animal. O protocolo de 
coleta de amostras está resumido na Fig. 
3. 
É importante salientar que deve ser 
coletado um swab para cada lesão, já que 
estas podem apresentar características 
distintas. Isto é ainda mais relevante em 
culturas otológicas, visto que é comum 
observarmos otites bilaterais causadas 
por diferentes agentes etiológicos. É 
essencial também considerar se a técnica 
de coleta vai variar de acordo com o tipo 
de lesão, sempre com o objetivo de obter 
a amostra menos contaminada possível. 
Desta forma, recomenda-se sempre dar 
preferência a lesões intactas tais como 
pústulas, secreções aspiradas de nódulos 
ou recém drenadas de tratos fistulosos. 
No Quadro 2 estão especificadas as 
recomendações de coleta para cada 
tipo de apresentação clínica. A Fig. 4 
ilustra a coleta de amostras de pústulas e 
colarinhos epidérmicos.
Considerações finais
A prevalência de cepas bacterianas 
resistentes a antimicrobianos caminha 
a passos largos na medicina humana 
e veterinária, tornando fundamental 
o papel dos médicos veterinários 
no uso racional destes fármacos. A 
prescrição de antibióticos baseada 
em cultura e antibiograma na rotina 
clínica é um dos pilares fundamentais 
da antibioticoterapia consciente e 
deve ser incentivada. Entretanto, para 
se assegurar a boa correlação entre o 
caso clínico e o laudo enviado pelo 
laboratório, é essencial que a coleta das 
amostras tenha sido feita com extremo 
critério. Além disso, é muito importante 
também que haja um bom canal de 
comunicação entre o laboratório e o 
médico veterinário. Em caso de dúvidas, 
não devemos hesitar em contatar 
os microbiologistas de referência. A 
prescrição racional de antibióticos 
aliada aos avanços nas técnicas de 
diagnóstico de cepas multirresistentes 
é o melhor caminho para tentarmos 
desacelerar este processo que vem nos 
deixando sem alternativas terapêuticas. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE CULTURA DE 
ANTIBIOGRAMA EM DERMATOLOGIA VETERINÁRIA
Infecções recorrentes de pele e ouvidos 
Visualização de bactérias com formato de 
bastonete na citologia*
Piodermite profunda 
Suspeita de otite média
Quando o tratamento empírico apresentou 
resposta parcial
Quando o tratamento empírico não 
apresentou resposta
 
Quadro 1. Principais indicações de realização 
de cultura e antibiograma de ouvidos e lesões 
cutâneas em dermatologia de pequenos animais 
* Principalmente em citologias de ouvido, lesões 
cutâneas não contaminadas e em locais onde a 
lambedura ou mordedura sejam improváveis. 
 
TIPO DE 
LESÃO TÉCNICA RECOMENDADA
Pústula 
íntegra
Romper delicadamente a 
pústula com uma agulha 
estéril e coletar o material 
com o swab
Colarinho 
epidérmico
Elevar a crosta com uma 
agulha estéril e coletar com 
o swab o material debaixo 
da mesma 
Piodermite 
profunda
- Lesões nodulares ou 
bolhas hemorrágicas: 
aspirar o material com 
agulha e seringa estéreis 
e depositar na ponta de 
algodão do swab
- Tratos fistulosos: coletar 
o material diretamente, 
inserir o swab no trato 
fistuloso ou pressionar 
a lesão para drenar a 
secreção mais interna e 
menos contaminada 
Otite 
externa
Inserir diretamente o 
swab no conduto auditivo 
vertical.
 
Quadro 2: Técnicas de coleta de material para 
cultura e antibiograma de acordo com o tipo de 
lesão observado. 
13
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Figura 1. Citologia por imprint sob crosta de 
colarinho epidérmico de um cão com piodermite 
bacteriana superficial. Na ponta da seta, 
observam-se bactérias cocoides agrupadas em 
cachos de uva, sugestivas de Staphylococcus 
pseudintermedius. Fonte: Arquivo pessoal 
(Larissa Botoni).
Figura 2. Citologia de ouvido de cão 
apresentando otite externa purulenta crônica. 
Na ponta da seta, observa-se quantidade intensa 
de bactérias bastonetes. À cultura do material, 
isolou-se Pseudomonas aeruginosa. Fonte: 
Arquivo pessoal (Larissa Botoni).
Figura 3. Fluxograma de coleta de amostras 
para cultura e antibiograma.
Figura 4. Região abdominal de cão com 
piodermite bacteriana superficial. A: Ilustração 
de coleta de material de colarinho epidérmico 
para cultura e antibiograma. B: Ilustração de 
coleta de material de pústula para cultura e 
antibiograma.
COD EXAMES
PRAZO 
DIAS
54 CULTURA COM ANTIBIOGRAMA (AERÓBIOS) 5
254 CULTURA COM ANTIBIOGRAMA (ANAERÓBIOS) 5
576
CULTURA COM ANTIBIOGRAMA 
COMBINADO (AERÓBIOS E 
ANAERÓBIOS)
8
766 OTOCULTURA COM ANTIBIOGRAMA 5
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BACTERIOLOGIA
O PAPEL DO ANTIFUNGIGRAMA PARA EVITAR 
SUPERINFECÇÕES FÚNGICAS
Lauranne Alves Salvato, Mariana Paiva Rodrigues, Sérgio José de Sousa
E-mail para correspondência: lausalvato@gmail.com
Cryptococcus sp.; que acometem as vias 
aéreas inferiores, como a histoplasmose, 
blastomicose, coccidioidomicose e 
criptococose. As infecções mais graves 
afetam principalmente animais muito 
jovens, idosos e/ou imunossuprimidos. 
Desta forma, é imprescindível a 
realização do diagnóstico precocemente 
e uso da terapia correta, de maneira 
a diminuir o impacto da doença no 
organismo do paciente. A lista de 
substâncias antifúngicas é bastante 
restrita quando comparada às drogas 
antibacterianas disponíveis. Além disso, 
as infecções fúngicas representam um 
parasitismo de um organismo eucarioto 
sobre outro eucarioto, portanto, muitas 
drogas antifúngicas apresentam efeito 
colateral grave, caso não seja usada de 
forma e em concentrações adequadas. 
Graças ao avanço da tecnologia, 
novas drogas antifúngicas estão sendo 
descobertas, o que vem aumentando 
seu uso não apenas como tratamento, 
mas também como profilático ou 
preventivo.   O aumento no uso de 
antifúngicos ou seu uso indiscriminado 
induz uma maior pressão seletiva 
sobre as espécies de fungos, levando ao 
surgimento de resistência às drogas mais 
comumente empregadas.
 
Antifúngicos e Resistência
 Os antifúngicos são divididos 
em dois grandes grupos, os agentes 
químicos e os antibióticos. Ambos 
os grupos possuem 5 mecanismos 
básicos de atuação: interferência na 
síntese do ergosterol, inibição da 
síntese de componentes da parede 
celular, inibidores da síntese da parede 
celular, bloqueio da mitose através da 
ação sobre o fuso mitótico ou síntese 
do ácido nucleico e interação com os 
esterois de membrana celular. São 5 
as principais classes de antifúngicos 
químicos:derivados azólicos, derivados 
pirimidínicos, derivados morfolínicos, 
alaninas e equinocandinas. Já 
os antifúngicos antibióticos são 
representados por uma única classe.  Os 
derivados azólicos agem sob a síntese 
dos esteróis de membrana, são 
compostos de largo espectro e atuam 
tanto sobre leveduras como fungos 
filamentosos. São subdivididos em 
derivados imidazólicos e derivados 
triazólicos. Foram descobertos em 1949 
e são utilizados tanto para tratamento 
sistêmico quanto tópico. A droga passou 
por diversas evoluções e conta com 
diferentes gerações, sendo a primeira 
geração, os derivados do trilil-imizol, 
que tem como exemplar o miconazol, e a 
segunda geração, os derivados do fenetil-
imizol (cetoconazol). Os triazólicos 
também possuem importantes gerações, 
a primeira tendo como exemplo o 
itraconazol e fluconazol, e a segunda 
tendo o voriconazol e posaconazol. 
Os derivados pirimidínicos atuam 
impedindo a replicação de DNA através 
da alteração da síntese proteica da 
célula. São utilizados principalmente no 
tratamento de enfermidades sistêmicas. 
Tem como principal representante 
a 5-flucitosina, considerada a droga 
de escolha para tratamento de 
cromoblastomicoses, Cryptococcus 
neoformans e Candida sp.
As alaninas e os derivados 
morfolínicos, atuam na síntese do 
ergosterol. A naftifina e terbinafina 
são exemplos de alaninas, sendo 
usadas principalmente no tratamento 
de dermatofitoses. Os morfolínicos 
são representados pela amorolfina, 
Introdução
 As micoses são doenças fúngicas 
que acometem animais e humanos, 
podendo ser locais ou sistêmicas. 
Mesmo com o avançar da tecnologia, as 
drogas antifúngicas são restritas quando 
comparadas às drogas antibacterianas 
e seu uso indiscriminado pode 
levar à resistência, o que inviabiliza 
o tratamento.O uso de testes de 
sensibilidade auxilia na escolha da 
droga adequada para o tratamento, 
possibilitando melhor prognóstico e 
evitando o surgimento de resistência 
fúngica.
 
Revisão de literatura
 Apesar do avanço no diagnóstico 
e terapêutica nos últimos anos, as 
doenças fúngicas ainda são apontadas 
como uma das principais causas de 
morbidade e mortalidade em pacientes 
imunossuprimidos. Em sua maioria, 
as micoses locais são cutâneas e 
subcutâneas, e as sistêmicas, acometem 
primeiramente o trato respiratório, 
disseminando para outros órgãos. 
Os fungos que atingem tecidos 
queratinizados são comumente 
chamados de dermatófitos, sendo 
os mais isolados em cães e gatos no 
Brasil, Microsporum canis, seguido 
pelo M. gypseum e Trichophyton 
mentagrophytes, embora ocorra variação 
de espécies em diferentes regiões do 
mundo. Essas causam principalmente 
dermatite local, concomitante com 
alopecia nos animais domésticos, em 
gatos já foi descrito otite por M. canis. 
Já as infecções no trato respiratório, 
podem ser divididas em doenças que 
acometem a cavidade nasal, sendo 
isolados principalmente os fungos dos 
gêneros Aspergillus sp., Penicillium sp. e 
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usada para o tratamento tópico de 
onicomicoses. As equinocandinas 
inibem a síntese de componentes 
da parede celular dos fungos, e são 
representadas pela caspofungina, 
medicamento utilizado principalmente 
para o tratamento de doenças sistêmicas, 
como candidose e aspergilose invasiva. 
Já os antifúngicos antibióticos são os 
derivados poliênicos, estes atuam sobre 
a membrana celular provocando um 
aumento de permeabilidade. Os dois 
principais exemplares são a anfotericina 
B e a nistatina. É importante salientar 
que os antifúngicos de mecanismos de 
ação diferentes podem ser combinados 
entre si para uma maior eficiência 
terapêutica, como por exemplo, a 
combinação do derivado pirimidínico 
5-flucitosina com anfotericina B. 
A resistência aos antifúngicos é 
estabelecida quando, apesar do uso 
apropriado destes, a infecção se mantém 
persistente ou progressiva, ou seja, 
quando concentrações normais de 
antifúngicos não são suficientes para 
eliminar os microrganismos, sendo 
necessário o emprego de doses cada 
vez maiores para um tratamento eficaz, 
ou quando a concentração inibitória 
mínima (MIC) é maior que o esperado 
para um determinado patógeno. A 
resistência ocorre de duas maneiras 
distintas: a primária ou intrínseca, e 
secundária ou extrínseca.  A resistência 
intrínseca ocorre através da pressão de 
seleção sobre os isolados, de maneira 
que apenas os resistentes, ou seja, os 
adaptados sobrevivem e se multiplicam 
mesmo na presença do antifúngico. Já 
a extrínseca, é mais incomum e se dá 
através da aquisição de resistência por 
cepas anteriormente suscetíveis, esta 
ocorre pela consecução de mecanismos 
de resistência no decorrer do tratamento, 
podendo ser devido ao uso de terapias 
de longo prazo ou uso inapropriado 
de determinado antifúngico. Por 
sofrerem variações conforme o 
modo de atuação dos antifúngicos, 
os microrganismos desenvolvem 
diversos métodos de resistência. A 
maior parte destes mecanismos, agem 
de maneira a tentar evitar a entrada e 
permanência da droga na célula, como 
as mudanças conformacionais de parede 
ou membrana, reações enzimáticas e 
ativação de bombas de efluxo. Outros 
importantes meios de resistência, são 
a mutação gênica, que varia conforme 
o gene a ser alterado, e a formação de 
biofilmes, que é um mecanismo de 
proteção contra ambientes desfavoráveis, 
no qual os microrganismos se agregam 
e aderem à superfície em que se 
encontram. Importantes patógenos na 
clínica de animais domésticos como 
Candida sp., Malassezia sp., Aspergillus 
sp., Cryptococcus sp., já se mostraram 
resistentes às várias drogas antifúngicas. 
Devido às limitações terapêuticas 
apresentadas pelos antifúngicos, o 
número restrito de bases e ao constante 
surgimento de fungos resistentes, o uso 
de testes de sensibilidade a antifúngicos 
se mostra um importante método para 
auxiliar na escolha do tratamento.
 
Teste de sensibilidade a 
antifúngicos
 Diversos são os tipos de testes de 
sensibilidade a antifúngicos disponíveis 
no mercado, sendo alguns deles o 
método de disco-difusão, difusão 
por fitas, macrodiluição em tubos e 
microdiluição em caldo. O método 
de disco-difusão ou antifungigrama 
é similar ao antibiograma. Foi 
desenvolvido em 1966 por Bauer et al., 
e desde então continua sendo um dos 
exames mais utilizados e difundidos 
para testes de sensibilidade no mundo. 
É um método simples e de baixo custo 
que funciona através da colocação de 
discos de papel-filtro impregnados 
com o antifúngico que se quer avaliar, 
sobre ágar previamente semeado com 
o fungo. A difusão da droga sob o ágar 
leva à formação de um halo de inibição 
de crescimento, e a medida do diâmetro 
do mesmo é feita para a obtenção do 
resultado. Por ser um método qualitativo, 
é possível classificar as amostras apenas 
em suscetível (S), intermediária (I) ou 
resistente (R) e, portanto, tem como 
desvantagem não fornecer o MIC exato. 
É importante salientar que seguir as 
normas de padronização da técnica 
asseguram um resultado confiável (Fig. 
1). A difusão por fita é realizada através 
de fitas comerciais importadas, como a 
Etest® (AB Biodisk, Solna, Suécia), que 
por ser impregnada com concentrações 
crescentes de antifúngico, possui como 
vantagem a apresentação do resultado 
de forma quantitativa, em MIC. O 
procedimento de execução da técnica é 
similar ao disco-difusão, no qual a fita 
é colocada sobre o ágar já inoculado; 
devido à presença de antifúngicos em 
gradiente, a difusão vai provocar um 
padrão de halo em forma elíptica. O 
resultado é obtido ao encontrar a menor 
concentração que exerce uma inibição 
em ambos os lados da fita.  É um método 
fácil de ser utilizado, mas possui como 
desvantagem o elevado custo e por ser 
lido de forma subjetiva, está propenso 
a erros (Fig. 2). A macrodiluição em 
tubos é um método simples e foiuma 
das primeiras técnicas de teste de 
sensibilidade desenvolvidas. É realizado 
através da execução de diluições seriadas 
e logarítmicas (Log 2) da droga que se 
quer testar, em um tubo com meio de 
cultura líquido, que então é utilizado 
para se inocular uma suspensão 
de microrganismos previamente 
padronizada. Após a incubação, os tubos 
são avaliados conforme a turbidez, 
sendo o primeiro tubo translúcido, 
ou seja, o de menor concentração de 
antifúngico sem apresentar crescimento, 
considerado como MIC. No entanto, é 
um método apenas qualitativo e o valor 
de MIC não é exato, apenas presuntivo. 
Tem como desvantagens o grande 
gasto em fármacos para realização dos 
testes e tempo de execução (Fig. 3). A 
microdiluição em caldo aparece dentre 
os testes de referência da ANVISA 
(Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária), norma M38-A para fungos 
filamentosos e M27-A2 para fungos 
leveduriformes. É uma miniaturização 
da macrodiluição em tubos, sendo 
realizada em placas estéreis de 96 poços 
e com auxílio de uma micropipeta. A 
realização do teste tem como diferença 
16
BACTERIOLOGIA
a possibilidade de se testar até 12 drogas 
em diferentes concentrações, com até 8 
diluições. O painel, após a incubação, 
é lido visualmente assim como na 
macrodiluição. Tem como vantagem a 
economia de reagentes, espaço e tempo 
de preparo, além da possibilidade de 
utilização de placas pré-fabricadas; já a 
desvantagem, é o custo de cada placa de 
microdiluição (Fig. 4).
 
Conclusão
 Os testes de suscetibilidade a 
antifúngicos são extremamente 
importantes porque evitam o 
surgimento de resistência pelo uso de 
medicamentos inadequados, auxiliam 
na escolha da droga mais eficaz, 
evitam a troca desnecessária de bases 
e a progressão da patologia. Os testes 
de sensibilidade deveriam sempre ser 
considerados como um método auxiliar 
na terapêutica dos animais domésticos; 
sendo fundamental solicitar este exame 
sempre que houver a possibilidade do 
desenvolvimento de resistência em 
tratamentos prolongados, quando for 
essencial avaliar o desempenho do 
medicamento, em caso de necessidade 
de troca de bases e/ou avaliação de 
novas possibilidades terapêuticas.
 
Figura 1. Antifungigrama em ágar Sabouraud 
semeada com C. albicans, incubada a 37 ° C 
durante 24 horas. 
Fonte: Adaptado de Torres et al, 2016.
Figura 2. Fita de Etest - Fluconazol e itaconazol 
/ Fonte: Adaptado de Narvarini, 2007.
Figura 3. Macrodiluição em tubo de rifapentina 
contra Staphylococcus aureus. Fonte: Adaptado 
de Wu, J. et al, 2014. 
Figura 4. Microdiluição em caldo para avaliar 
Bacillus subtilis em extrato de planta, foi usado 
rasazurina como indicador de crescimento. 
Fonte: Balouiri, M; Sadiki, M.; Ibnsouda, S. K., 
2015.
COD EXAMES
PRAZO 
DIAS
759 CULTURA DE FUNGOS COM ANTIFUNGIGRAMA 30
937 PAINEL DIAGNÓSTICO OTITE 10
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OTITE E INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU), COMO 
A OTOCULTURA E UROCULTURA PODEM AUXILIAR NA 
IDENTIFICAÇÃO DAS AFECÇÕES:
animais. De acordo com esses fatores, 
ocorre uma alteração na microflora de 
bactérias do conduto, proporcionando 
condições perfeitas para que haja uma 
proliferação, originando alterações 
que induzem ao aparecimento dos 
sinais clínicos das infecções. Os 
microrganismos mais frequentes que 
acometem o pavilhão auricular são: 
Staphylococcus intermedius, Staphylococcus 
aureus, Pseudomonas aeruginosa, 
Escherichia coli, outros gêneros que 
não são comuns mais que podem 
ocorrer são, Enterococcus, Streptococcus e 
Proteus. As infecções do trato urinário 
(ITU) são causadas por bactérias que 
acometem o trato urinário inferior de 
cães. A cistite é a ITU mais comun 
nestes animais, ela é caracterizada pela 
colonização do urotélio por bactérias 
patogênicas quando o microrganismo 
é muito virulento ou quando os 
mecanismos de defesa do organismo 
do hospedeiro falham em decorrência 
de causas anatômicas ou fisiológicas. 
Normalmente as infecções ocorrem de 
forma ascendente, podendo acometer o 
trato urinário inferior e superior, as ITU 
são causadas pelas bactérias que habitam 
a parte distal da uretra e até mesmo 
a glande ou a vulva do animal, desta 
forma, as bactérias ascendem pela uretra, 
invadem a vesícula urinária e se instalam, 
em alguns casos podem acometer os rins 
levando a um quadro de pielonefrite. 
Dentre os principais microrganismos 
que acometem este sistema, podemos 
citar as gram-negativas: Escherichia coli, 
Proteus mirabilis, Klebesiella pneumoniae, 
Pseudomonas aeruginosae e Enterobacter 
spp., as gram-positivas são os Streptococcus 
spp. e Staphylococcus spp. Outras bactérias 
que podem ser encontradas na urina 
destes animais com menor frequência 
são os Enterococcus spp., Corynebacterium 
urealyticum, Citrobacter spp., Serratia spp. 
e o Acinetobacters spp.
Sinais clínicos:
Os animais que são acometidos por 
otites, podem ser identificados por 
apresentarem uma série de sinais clínicos, 
os mais comumente observados são 
eritrema, desconforto na manipulação, 
otalgia, presença de secreção abundante 
com odor fétido, prurido e escoriações 
auriculares secundárias ao ato de 
cocar. Animais que sofrem alterações 
compatíveis com afecções do trato 
urinário apresentam sinais clínicos 
variáveis, mais dentre estes, os principais 
podem ser descritos como, estrangúria, 
hematúria, disúria, polaquiúria e em 
alguns casos, incontinência urinária.
Diagnóstico:
Para realizar o diagnóstico de 
possíveis infecções que acometam o 
conduto auditivo ou o trato urinário, 
deve ser feita uma anamnese com 
base no histórico e sinais clínicos do 
animal. Com a confirmação da suspeita, 
é sugerido que o médico veterinário 
realize exames laboratoriais a fins de 
identificar o agente causador da infecção 
e obter sucesso no tratamento. 
Como exames para identificação 
dos agentes causadores da infecção, 
podemos citar a Otocutura em casos 
de otite e a Urocultura em casos de 
infecção do trato urinário (ITU), ambos 
acompanhados de antibiograma. Estes 
exames tem o objetivo de promover o 
crescimento bacteriano em placas com o 
propósito de identificar o agente e quais 
os antibióticos que serão efetivos, terão 
alguma resistência ou serão resistentes 
as bactérias, não eliminando a infecção. 
Introdução:
Os cães são acometidos por inúmeras 
afecções durante a vida, dentre essas, 
a otite e as infecções do trato urinário 
podem ser citadas como uma das 
principais queixas dos proprietários, 
visto que os animais desenvolvem sinais 
clínicos condizentes com estas infecções. 
A otite ocorre devido a colonização 
do conduto auditivo por bactérias e 
em alguns casos por leveduras, que 
sobrepõem os mecanismos de defesa do 
organismo promovendo um quadro de 
inflamação. Desta mesma forma, as ITU 
se estabelecem devido a colonização 
por bactérias e em casos mais raros por 
leveduras, visto que o trato urinário é 
sistema estéril desde os rins até a parte 
proximal da uretra. Com base nestas 
informações, veremos como o exame de 
otocultura e urocultura podem auxiliar 
no diagnóstico e no tratamento destas 
afecções.
Etiopatogenia:
A otite canina é uma infecção que 
possui etiologia multifatoriais, dessa 
forma os cães podem desenvolver a otite 
por causas primárias, predisponentes e 
ou até mesmo por causas perpetuantes. 
As causas primarias estão relacionadas 
a dermatopatias do revestimento 
tegumentar do conduto auditivo dos 
pacientes, dentre elas, podemos citar 
a disqueratose, atopia e presença de 
parasitos. As causas predisponentes estão 
relacionadas a alterações decorrentes 
da anatomia e fisiologia do pavilhão 
auricular como, orelhas pendulares, 
excesso de pelos, excesso de dobras 
cutâneas e em alguns casos, neoplasias. Já 
as causas perpetuantes, está diretamente 
relacionado a manipulação incorreta 
do conduto auditivo pelos tutores dos 
18
BACTERIOLOGIAOTOCULTURA:
ANIMAL BACTÉRIA RESISTENCIA ANTIMICROBIANA INTERMEDIÁRIO SUCEPTIBILIDADE MICROBIANA
Cão 1 Enterobacter sp. Amoxi+Clavu, Ampi, Cefa, Azi, Oxa, Poli - Ceftria, Cefov, Enro, Marbo, Neo, Orbi, Tetra, Tobra
Cão 2 Pseudomonas aeruginosa
Amoxi+Clavu, Ampi, Azi, Cefa, Ceftria, 
Cefo, Oxa, Tetra - Enro, Marbo, Neo, Orbi, Poli, Tobra
Cão 3 Staphylococcus intermedius Ampi, Azi, Enro, Marbo, Orbi, Poli, Neo, Tobra Amoxi+Clavu, Cefa, Ceftria, Cefo, Oxa, Tetra
Cão 4 Staphylococcus intermedius
Amoxi+Clavu, Ampi, Cefa, Ceft, Cefo, 
Enro, Marbo, Orbi, Oxa, Poli Tetra - Azi, Neo, Tobra
Cão 5 Enterobacter sp Amoxi+Clavu, Ampi, Cefa, Azi, Oxa - Ceftria, Cefov, Enro, Marbo, Neo, Orbi, Poli, Tetra, Tobra
Cão 6 Proteus mirabilis Oxa, Poli, Tetra - Amoxi+Clavu, Ampi, Azi, Cefa, Ceftria, Cefo, Enro, Marbo, Neo, Orbi, Tobra
Cão 7 Staphylococcus intermedius Poli -
Amoxi+Clavu, Ampi, Azi, Cefa, Ceftria, Cefo, Enro, 
Marbo, Neo, Orbi, Oxa, Tetra, Tobra
Cão 8
Staphylococcus 
sp coagulase 
negativa
Ampi, Poli - Amoxi+Clavu, Azi, Cefa, Ceftria, Cefo, Enro, Marbo, Neo, Orbi, Oxa, Tetra, Tobra
Cão 9 Staphylococcus intermedius Ampi, Enro, Neo, Poli, Tobra - 
Amoxi+Clavu, Azi, Cefa, Ceftria, Cefo,Marbo, Orbi, 
Oxa, Tobra
Cão 10 Pseudomonas aeruginosa 
Amoxi+Clavu, Ampi, Azi, Cefa, Ceftri, 
Cefo, Oxa, Tetra - Enro, Marbo, Neo, Orbi, Poli, Tobra
Desta forma, foi realizado um 
levantamento interno no Tecsa 
Laboratórios, de 10 animais que 
realizaram o exame de Otocultura e 
10 animais que realizaram Urocultura, 
ambos com a realização de antibiograma, 
para poder identificar quais foram 
os principais agentes causadores de 
infecções do pavilhão auricular e do 
trato urinário de cães. Os resultados 
encontrados foram os seguintes:
Amoxi+Clavu: Amoxiciclina + 
Clavulanato; Ampi: Ampicilina; 
Azi: Azitromicina; Cefa: Cefalexina; 
Ceftria: Ceftriaxona; Cefo: 
Cefovencina; Enro: Enrofloxacina; 
Marbo: Marbofloxacina; Neo: 
Neomicina; Orbi: Orbifloxacina; Oxa: 
Oxaciclina; Poli: Polimixina; Tetra: 
Tetraciclina; Tobra: Tobramicina.
Em cães que realizaram o exame de 
otocultura para identificar o causador da 
infecção, podemos notar que o principal 
agente encontrado foi o Staphylococcus 
intermedius, acometendo 4 animais, 
Pseudomonas aeruginosa acometendo 2 
animais, Enterobacter sp. foi identificado 
em 2 animais, Proteus mirabilis também 
identificado em 2 animais e Stapylococcus 
sp. coaguase negativa acometendo apenas 
1 animal.
19
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Amoxi+Clavu: Amoxiciclina + 
Clavulanato; Ampi: Ampicilina; Cefa: 
Cefalexina; Ceftria: Ceftriaxona; 
Cefo: Cefovencina; Enro: 
Enrofloxacina; Genta: Gentamicina; 
Marbo: Marbofloxacina; Metro: 
Metronidazol; Nor: Norfloxacina; 
Oxa: Oxaciclina; Sulfa+Trime: 
Sulfa+Trimetropim; Tetra: 
Tetraciclina.
Dentre os dois exames, o exame 
de urocultura foi o que apresentou 
uma maior variação de bactérias 
identificadas, 2 animais apresentaram 
Enterococcus sp., os outros animais 
apresentaram respectivamente Proteus 
mirabilis, Enterobacter sp., Staphylococcus 
intermedius, Klebsilla pneumoniae, 
Escherichia coli e Corynebacterium sp., 
outros 2 animais não apresentaram 
crescimento bacteriano, o que descarta 
o quadro de ITU. 
Prognóstico:
Para realizar o prognóstico de 
animais com otite e ou ITU, é de 
extrema importância que o médico 
veterinário faça a identificação do 
agente causador da afecção, pois, com 
base nos resultados obtidos, ele saberá 
exatamente contra qual patógeno ele 
estará lidando e com isso, quais os 
melhores medicamentos para poder 
combater essa infecção, dessa forma, 
evitamos o uso indiscriminado de 
antibióticos impedindo uma futura 
resistência bacteriana a determinados 
antibióticos.
Conclusão:
Conhecendo um pouco melhor estes 
exames e como eles ajudam na rotina 
de atendimentos, podemos perceber a 
importância da realização de exames 
laboratoriais como a otocultura e 
urocultura para auxiliar na identificação 
do patógenos. Com o resultado em 
mãos, os médicos veterinários podem 
ter uma ferramenta importante para 
o diagnóstico do animal, fazendo a 
escolha correta dos medicamentos que 
serão efetivos contra o determinado 
patógeno, favorece o prognóstico 
e facilita o tratamento do animal, 
proporcionando um melhor bem-estar 
ao animal e também ao proprietário.
UROCULTURA:
ANIMAL BACTÉRIA RESISTENCIA ANTIMICROBIANA INTERMEDIÁRIO SUCEPTIBILIDADE MICROBIANA
Cão 1 Proteus mirabilis Enro, Genta, Marbo, Metro, Nor, Oxa, Sulfa+Trime, Tetra - Amoxi+Clavu, Ampi, Cefa, Ceftria, Cefo, 
Cão 2 Enterobacter sp. Amoxi+Clavu, Ampi, Cefa, Metro, Oxa, Sulfa+Trime, Tetra - Ceftria, Cefo, Enro, Genta, Marbo, Nor
Cão 3 Staphylococcus intermedius Ampi, Metro, Tetra -
Amoxi+Clavu, Cefa, Ceftria, Cefo, Enro, Genta, 
Marbo, Nor, Oxa, Sulfa+Trime
Cão 4 Klebsiella pneumoniae Ampi, Metro, Oxa - Amoxi+Clavu, Cefa, Ceftria, Cefo, Enro, Genta, Marbo, Nor, Sulfa+Trime, Tetra
Cão 5 Não houve crescimento bacteriano - - -
Cão 6 Enterococcus sp.
Amoxi+Clavu, Ampi, Cefa, Ceftria, 
Cefo, Enro, Genta, Metro, Nor, Oxa, 
Sulfa+Trime
 - Marbo, Tetra
Cão 7 Escherichia coli Ampi, Metro, Oxa - Amoxi+Clavu, Ampi, Cefa, Ceftria, Cefo, Enro, Genta, Marbo, Nor, Sulfa+Trime, Tetra
Cão 8 Não houve crescimento bacteriano - - -
Cão 9 Enterococcus sp. Cefa, Ceftria, Cefo, Enro, Genta, Marbo, Metro, Nor, Oxa, Sulfa+Trime - Amoxi+Clavu, Ampi, Tetra
Cão 10 Corynebacterium sp. Metro, Oxa - Amoxi+Clavu, Ampi, Cefa, Ceftria, Cefo, Enro, Genta, Marbo, Nor, Sulfa+Trime, Tetra
Referências:
BONATES, A. Otite: conhecimento detalhado 
permite diagnósticos precisos e sucesso no 
tratamento. Vet. News, v.62, p.6-8, 2003;
OLIVEIRA, L.C.; MEDEIROS, C.M.O.; 
SILVA, I.N.G. et al. Susceptibilidade a 
antimicrobianos de bactérias isoladas de otite 
externa em cães. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., 
v.57, p.405-408, 2005;
LING, G. V. Infecções bacterianas do trato 
urinário. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. 
C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. 
5. ed., vol. 2, São Paulo: Manole, p. 1768-1776, 
2008;
LULICH, J. P.; OSBORNE, C. A.; BARTGES, 
J. W.; LEKCHAROENSUK, C. Distúrbios 
do trato urinário inferior dos caninos. In: 
ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado 
de Medicina Interna Veterinária. 5ª ed, vol. 2, 
São Paulo: Manole, p. 1841-1867, 2008.
CÓD EXAME
PRAZO
DIAS
766
OTOCULTURA C/ ANTIBIOGRAMA 
– CULTURA DE SECREÇÃO 
AURICULAR
05
184 UROCUTURA C/ ANTIBIOGRAMA 04
51 CULTURA C/ ANTIBIOGRAMA 05
54 CULTURA C/ ANTIBIOGRAMA – AERÓBIOS 05
254 CULTURA C/ ANTIBIOGRAMA – ANAERÓBIOS 05
576
CULTURA COM ANTIBIOGRAMA 
COMBINADO (AERÓBIOS E 
ANAERÓBIOS)
08
21
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ANTIBIÓTICOS EM MEDICINA VETERINÁRIA: RESISTÊNCIA E 
IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO
Anderson Carlos Camargo1
apresentem resistência a diferentes 
classes de antibióticos). Por outro 
lado, o número de novos agentes/
classes de antibióticos aprovados 
para uso na rotina clínica diminuiu 
significativamente nos últimos anos, 
o que é considerado uma preocupação 
pelas organizações internacionais de 
saúde. Essa preocupação tem levado 
muitos países a adotarem programas 
de monitoramento da resistência 
e restrições na comercialização de 
antibióticos utilizados como promotores 
de crescimento e para fins terapêuticos. 
Estes programas visam conscientizar 
a população e profissionais da saúde 
sobre a importância do uso racional 
dos antibióticos, identificar e controlar 
a disseminação de cepas resistentes/
multirresistentes, a fim de evitar 
falhas nos tratamentos, em medicina 
veterinária e humana.
Mecanismos de resistência 
A ação esperada de um antibiótico 
ocorre quando essa substância 
interage de maneira eficiente com 
seu alvo de ligação, sendo necessárioo reconhecimento por esse alvo, e 
que o antibiótico esteja em uma 
concentração suficiente para exercer 
o seu efeito inibitório. No entanto, 
alguns gêneros ou espécies de bactérias 
podem ser intrinsecamente resistentes a 
determinados antibióticos ou podem se 
tornar resistentes após adquirir mutações 
em genes cromossômicos ou material 
genético via transferência horizontal 
de genes. Entre os mecanismos de 
resistência mais comuns, pode-se 
destacar a produção de enzimas capazes 
de degradar ou modificar antibióticos; 
alteração, bloqueio ou proteção do sítio 
de ligação do antibiótico; redução de 
permeabilidade na membrana externa; 
e super-expressão de sistemas de efluxo 
(Figura 1) (Tenover 2006, Holmes, 
Moore et al. 2016). A resistência 
intrínseca ocorre devido à ausência de 
um alvo de ligação para um antibiótico 
específico ou devido a composição da 
membrana externa. Por exemplo, a 
menor permeabilidade em bactérias 
Gram-negativas pode limitar a entrada 
de alguns antibióticos. Além disso, eles 
podem ser transportados ativamente 
para fora da célula bacteriana através de 
bombas de efluxo (Blair, Webber et al. 
2015)
Introdução 
A produção dos primeiros antibióticos 
em escala industrial teve início na década 
de 1940, e proporcionou uma nova era 
para medicina. Desde então, foi possível 
o tratamento de diversas infecções 
causadas por bactérias (em humanos 
e animais), reduzindo drasticamente 
os índices de mortalidade. A produção 
e uso destes agentes em larga escala 
também direcionou pesquisas que 
levaram ao desenvolvimento de novas 
classes de antimicrobianos. Nas 
décadas seguintes, com o crescimento 
da população mundial, expansão da 
urbanização e a modernização do 
sistema de produção animal, houve 
um aumento significativo na demanda 
por proteína de origem animal. Neste 
contexto, o uso de antibióticos em 
medicina veterinária foi intensificado, 
passando a ser utilizado também na 
dieta animal como promotores de 
crescimento, o que proporcionou 
benefícios evidentes para a produção 
animal (Dibner and Richards 2005). 
Porém, a utilização indiscriminada 
de antibióticos na produção animal 
passou a ser questionada no final da 
década de 1960, devido à preocupação 
com a seleção de micro-organismos 
resistentes e o impacto que isso poderia 
causar na saúde humana e animal. A 
habilidade das bactérias de se tornarem 
resistentes aos antibióticos é um 
fenômeno natural. Entretanto, o uso 
terapêutico inadequado e a exposição 
constante a essas substâncias pelo 
fornecimento de doses subterapêuticas 
na alimentação animal criou uma maior 
pressão seletiva (Threlfall, Ward et al. 
2000). A diversidade de mecanismos de 
resistência descritos nos últimos anos 
gerou um alerta global, principalmente 
devido ao aumento da prevalência de 
cepas multirresistentes (aquelas que Figura 1. Principais mecanismos de resistência aos antibióticos. Fonte: Anvisa, Brasil.As bactérias também podem apresentar mutações pontuais após exposição aos 
22
BACTERIOLOGIA
antibióticos, como substituições, 
inserções, ou deleções de nucleotídeos. 
As mutações podem resultar na 
expressão de fenótipos de resistência 
devido a mudanças de aminoácidos, 
que levam e alteração da estrutura 
de proteínas, como por exemplo uma 
alteração de permeabilidade da célula 
bacteriana ou uma mudança em um sítio 
receptor (Tenover 2006). A produção 
de enzimas capazes de degradar ou 
modificar antibióticos é considerada 
um dos principais mecanismos de 
resistência, e pode ser codificada por 
genes cromossômicos ou localizados 
em plasmídeos. Entre as enzimas que 
degradam antibióticos, destacam-
se as penicilinases, cefalosporinases, 
cefamicinases, β-lactamases de espectro 
estendido (ESBL), e carbapenemases. Já 
entre as enzimas capazes de modificar 
os antibióticos destacam-se as enzimas 
modificadoras de aminoglicosídeos 
(Nordmann, Naas et al. 2011, Munoz-
Price, Poirel et al. 2013). Os mecanismos 
de aquisição de material genético 
por transferência horizontal incluem 
conjugação (transferência de plasmídeos 
ou transposons), transdução (mediado 
por vírus que infectam bactérias) e 
transformação (captação de material 
genético disponível no meio ambiente) 
(Tenover 2006, Holmes, Moore et 
al. 2016). É importante ressaltar que 
elementos móveis, como plasmídeos, 
são capazes de se replicar de forma 
independente do DNA cromossômico, 
proporcionando um número elevado de 
cópias na célula bacteriana, que podem 
ser transferidas para outras bactérias por 
conjugação, facilitando a disseminação 
da resistência. 
Antibióticos na Medicina 
Veterinária e emergência da 
resistência 
Os antibióticos são amplamente 
utilizados em medicina veterinária, 
sendo empregados de forma terapêutica 
(com objetivo de controlar infecções 
bacterianas), profilática (por exemplo, 
para evitar infecções em procedimentos 
cirúrgicos, e ao final do período de 
lactação), e como promotores de 
crescimento (fornecidos em doses 
subterapêuticas como suplementos 
alimentares). Sua utilização como 
promotores de crescimento foi 
intensificada a partir da década de 1950, 
tendo importância fundamental para o 
aumento da produção de alimentos no 
mundo. Os agentes antimicrobianos 
fornecidos em doses subterapêuticas 
melhoraram a conversão alimentar, 
resultando em um crescimento mais 
acelerado, e demonstraram ter um papel 
na prevenção de doenças, especialmente 
na avicultura e suinocultura (Dibner 
and Richards 2005). No entanto, 
algumas décadas após a intensificação 
do uso dos antibióticos em medicina 
humana e veterinária, bactérias de 
origem clínica, ambiental e de alimentos 
estão se tornando cada vez mais 
resistentes. Inicialmente, a preocupação 
com a emergência da resistência estava 
centrada em bactérias Gram-positivas, 
como Staphylococcus aureus resistente 
à meticillina (MRSA) e Enterococcus 
spp resistente à vancomicina (VRE). 
A preocupação com VRE levou a 
proibição do uso da avoparcina (que 
pertence à classe dos glicopeptídeos) 
como promotor de crescimento em toda 
União Europeia (EU) em 1997, que foi 
seguido pela proibição da bacitracina, 
espiramicina, tilosina e virginiamicina 
em 1999 (Maron, Smith et al. 2013). 
Após estes agentes antimicrobianos 
terem uso descontinuado para 
promoção de crescimento, houve 
uma diminuição na prevalência de 
resistência entre Enterococcus spp. 
em vários países na EU (Aarestrup 
2005). A proibição total do uso de 
antimicrobianos como promotores de 
crescimento na EU foi determinada em 
2006. As contínuas restrições reduziram 
o consumo total de antibióticos. No 
entanto, a frequência de resistência em 
bactérias zoonóticas como Salmonella, 
Campylobacter jejuni, e Escherichia coli 
continuaram relativamente altas em 
países como a Dinamarca, o que pode 
estar relacionado ao aumento do uso 
terapêutico de antibióticos, e também 
a maior importação de alimentos de 
origem animal ( Jensen and Hayes 
2014). Atualmente existe um consenso 
de que a disseminação da resistência em 
bactérias Gram-negativas representa 
um importante risco, pois genes de 
resistência presentes em plasmídeos 
podem se espalhar facilmente entre 
populações bacterianas em nível 
global, devido ao intenso trânsito de 
pessoas e produtos. Exemplos recentes 
incluem identificação global de 
bactérias resistentes as carbapenemas, 
o que colocou estes micro-organismos 
no topo de uma lista de prioridade 
estabelecida pela Organização Mundial 
da Saúde, em relação a necessidade de 
desenvolvimento de novos antibióticos 
para fins terapêuticos (Tabela 1) 
(WHO, 2017). 
Tabela 1. Lista de patógenos prioritários 
listados pela Organização Mundial da Saúde 
para pesquisa e desenvolvimento de novos 
antibióticos.
PRIORIDADE RESISTÊNCIA ASSOCIADA 
CRÍTICA
1- Acinetobacter 
baumannii carbapenemas
2- Pseudomonas 
aeruginosa carbapenemas
3- 
Enterobacteriaceae 
(ex: Klebsiella, 
E. coli, Serratia 
e Proteus)
carbapenemas, 
produtoras de 
β-lactamase de 
espectro estendido 
(ESBL)
ALTA
1- Enterococcusfaecium vancomicina
2- Staphylococcus 
aureus 
meticilina e 
vancomicina
3- Helicobacter pylori claritromicina
4- 
Campylobacter spp. fluoroquinolonas
5- Salmonella fluoroquinolonas
6- Neisseria 
gonorrhoeae
fluoroquinolonas e 
cefalosporinas 
MÉDIA
1- Streptococcus 
pneumoniae penicilina
2- Haemophilus 
influenzae ampicilina
3- Shigella spp. fluoroquinolonas
Fonte: WHO, 2017.
23
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A resistência as carbapenemas é 
mediada por diferentes classes de 
β-lactamases, que podem estar presentes 
em plasmídeos (Kumarasamy, Toleman 
et al. 2010, Munoz-Price, Poirel et al. 
2013). As β-lactamases catalisam a 
hidrólise de penicilinas, cefalosporinas, 
monobactamas, carbapenemas, e até 
mesmo de inibidores de β-lactamase. Na 
maioria dos casos as cepas produtoras 
de β-lactamases permanecem suscetíveis 
à colistina. De acordo com Nordmann, 
Naas et al. (2011) a detecção a nível 
global de enterobactérias como 
Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli 
resistentes a carbapenemas tem levado 
a falhas nos tratamentos clínicos. O 
desenvolvimento dessa resistência 
demanda um monitoramento cada 
vez mais intenso (para identificar e 
controlar a disseminação de cepas 
multirresistentes), e necessidade da 
pesquisa e aprovação de novas drogas 
antibacterianas. Durante muitos anos 
a colistina teve seu uso suspenso na 
medicina humana, devido a sua elevada 
toxicidade. Mas voltou a ser empregada 
como um antibiótico de último 
recurso para tratamento de infecções 
causadas por bactérias multirresistentes. 
Atualmente, a colistina é utilizada 
principalmente para tratamento de 
infecções causadas por enterobactérias 
resistentes as carbapenemas e 
cefalosporinas (ESBL). Porém, estudos 
recentes identificaram a ocorrência 
de resistência a colistina (polimixina 
E e polimixina B) em diversos países, 
incluindo o Brasil (Fernandes, Moura et 
al. 2016, Liu, Wang et al. 2016, Aires, da 
Conceição-Neto et al. 2017). A colistina 
foi amplamente utilizada na medicina 
veterinária nas últimas décadas, 
sendo fornecida principalmente em 
níveis subterapêuticos na alimentação 
animal, com objetivo de controlar 
enterobactérias. Porém, devido a 
emergência de cepas bacterianas 
resistentes a colistina, a utilização 
desse antibiótico na alimentação 
animal passou a ser banida em diversos 
países. A disseminação da resistência 
a colistina é uma preocupação global, 
e entre os mecanismos envolvidos 
no desenvolvimento dessa resistência 
destacam-se mutações em genes 
cromossomais e a transferência de 
plasmídeos (Carattoli, Villa et al. 2017, 
Otter, Doumith et al. 2017). A situação 
se tornou ainda mais alarmante após 
Haenni, Poirel et al. (2016) relatarem a 
co-ocorrência de genes de resistência a 
colistina (mcr-1) e cefalosporinas (ESBL 
genes) em plasmídeos identificados em 
sete isolados de Escherichia coli.
Monitoramento e controle da 
disseminação de resistência 
Os estudos de vigilância 
bacteriológica são fundamentais 
para determinar as tendências de 
sensibilidade aos antibióticos e evitar 
falhas no tratamento de doenças. Neste 
contexto, o Codex Alimentarius, a 
Organização das Nações Unidas para 
Agricultura e Alimentação (FAO), 
a Organização Mundial da Saúde 
(WHO) e a Organização Mundial de 
Saúde Animal (OIE) tem encorajado 
os países membros a implementarem 
programas de vigilância e controle 
para minimizar a disseminação da 
resistência. A WHO adotou em 2015 
um plano de ação global para enfrentar 
a crise da resistência aos antibióticos. Os 
objetivos do plano incluem: 1- melhorar 
a conscientização e a compreensão a 
respeito da resistência aos antibióticos 
por meio de comunicação, educação e 
formação; 2 - reforçar os conhecimentos 
e a base científica por meio da vigilância 
e da pesquisa; 3 - reduzir a incidência 
de infecções através de medidas eficazes 
de saneamento, higiene e prevenção de 
infecções; 4 - utilizar de forma racional 
os medicamentos antimicrobianos na 
saúde humana e animal; 5 - preparar 
argumentos econômicos voltados 
para um investimento sustentável e 
aumentar os investimentos em novos 
medicamentos, meios diagnósticos, 
vacinas e em outras intervenções (WHO, 
2015). Vários países já implementaram 
programas de monitoramento e 
controle da resistência a antibióticos. A 
partir de 2004, a Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a 
monitorar o perfil de suscetibilidade a 
diferentes antibióticos em Enterococcus 
e Salmonella obtidos de carcaças de 
frango comercializadas no Brasil, 
através do Programa Nacional de 
Monitoramento da Prevalência e da 
Resistência Bacteriana em Frango 
(Prebaf ). Os resultados indicaram vários 
níveis de resistência/multirresistência 
a antibióticos de importância clínica e 
necessidade de implementar a pesquisa 
para outras bactérias (BRASIL, 2012). 
A preocupação com a emergência 
da resistência, levou o Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA) a proibir diversos antibióticos 
24
BACTERIOLOGIA
utilizados como promotores de 
crescimento, incluindo o sulfato de 
colistina. A partir de 2017, novas regras 
sobre os promotores de crescimento 
também foram adotadas nos Estados 
Unidos. Antibióticos de relevância na 
clínica médica passaram ter uso restrito 
para o tratamento terapêutico, podendo 
ser utilizados como preventivos apenas 
em casos específicos, sob a supervisão 
de um veterinário (CIDRAP, 
2017). Essas restrições estão sendo 
conduzidas baseadas em pesquisas 
cientificas que demonstram o impacto 
do desenvolvimento da resistência 
aos antibióticos. Como consequência, 
o MAPA e a Anvisa lançaram em 
2017 os programas “Plano de Ação 
Nacional para Prevenção e Controle 
da Resistência aos Antimicrobianos” e 
“Plano Nacional para a Prevenção e o 
Controle da Resistência Microbiana 
nos Serviços de Saúde”. 
Esses programas foram desenvolvidos 
considerando o conceito de “saúde 
única” (One Health), que reconhece 
a interdependência entre a saúde 
humana, animal e meio ambiente, e 
visam promover educação sanitária, 
monitorar da resistência através da 
vigilância, fortalecer as boas práticas 
de saúde, promover o uso responsável 
de antibióticos, reduzir a incidência 
de infecções com medidas eficazes 
de prevenção, fortalecer e incentivar 
pesquisas e o desenvolvimento de 
novos agentes antimicrobianos. Os 
planos possuem interface direta 
com a inocuidade dos alimentos, 
sustentabilidade, produtividade e 
competitividade da agropecuária 
brasileira.
Considerações finais
O uso terapêutico dos antibióticos em 
medicina veterinária deve ser otimizado, 
e baseado sempre nos resultados de testes 
de susceptibilidade (antibiograma). 
Em animais de produção, seu uso 
como promotores de crescimento 
deve ser empregado de acordo com 
as recomendações dos órgãos oficiais, 
a fim de reduzir a pressão seletiva e o 
surgimento e disseminação de novos 
micro-organismos resistentes. Somado 
ao uso racional, o monitoramento 
dos perfis de susceptibilidade através 
de ensaios laboratoriais se apresenta 
como estratégia crucial para identificar 
e conter a disseminação de cepas 
resistentes. 
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MEDICINA LAB. DE FELINOS
ISSN 2358-5145
www.vetsciencemagazine.com.br
BACTERIOLOGIA VETERINÁRIA
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA O CLÍNICO
Número 19
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
TRITRICHOMONAS FOETUS E SUA IMPORTÂNCIA NA CLÍNICA 
MÉDICA DE FELINOS
Rafael Gariglio Clark Xavier - Médico Veterinário CRMV-MG 16040
Nathália Rose Vieira Santos - Médica Veterinária CRMV-MG 10438
E-mail para correspondência: rafael.clark@hotmail.com 
crônica em gatos no Brasil. Este trabalho 
objetivou descrever a importância do 
agente na clínica médica de felinos, 
os testes diagnósticos e tratamento 
utilizado.
 
Sinais clínicos
Após colonização, ocorre a replicação 
na mucosa do intestino grosso, onde os 
trofozoítos são

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