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NIETZSCHE e PAULO FREIRE: O encontro de duas críticas 
filosóficas no cenário educativo MODERNO 
 
Diego Almeida MONSALVO* 
 
 
Uma surdez demoníaca impera 
Meus raciocínios fogem de tal fato 
Meto (portanto) nos tímpanos 
Pedras e Flores e Terras 
... Para ouvir melhor o ACASO 
 
(MONSALVO, D. A [vvaa]. Momento do Autor V. Santos/SP, SECULT/CONCULT, 
2009. p.29) 
 
RESUMO 
 
O presente artigo tem por finalidade aproximar e confrontar o pensamento do 
polêmico filósofo alemão da Modernidade Friedrich Nietzsche (1844-1900) através da obra 
Consideração Intempestiva Da Utilidade e Inconvenientes da História para Vida, que 
consideramos fundamental para o desenvolvimento posterior de toda sua filosofia e, ao 
mesmo tempo, concepção de educação (bem como A origem da tragédia proveniente do 
espírito da música) ao do filósofo brasileiro da educação Paulo Freire (1921-1997) em sua 
obra Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, pois, entendemos 
ser a obra sintética–didática de sua filosofia da educação e, talvez, por isso mesmo, uma de 
suas referências mais lidas e citadas; dois pensadores críticos em suas épocas no que 
concerne à formação (histórica) dispensada através do Estado (como “diretor” de todo 
corpus educativo) por “suas” diretrizes às instituições de ensino à formação de Cultura. 
 
* PROFESSOR de FILOSOFIA do CENTRO UNIVERSITÁRIO MONTE SERRAT (UNIMONTE), 
SANTOS/ SP. GRADUADO em Filosofia Pura; ESPECIALISTA em Educação: Fundamentos da 
Educação do Ensino Superior e AUTOR DAS OBRAS: PENSAR A HISTÓRIA COM NIETZSCHE. SP: 
Livraria de Ciência e Tecnologia, 2008. MOMENTO DO AUTOR V_ Antologia Poética. Santos: 
SECULT/CONCULT, 2009. DISSECANDO O LÍDER_ Pequeno Ensaio sobre a Liderança. Santos: 
Realejo Livros e Edições, 2009. Autor do BLOG: http://diegomonsalvo.blogspot.com e do CANAL: 
www.youtube.com/repensando. CONTATO: diego.monsalvo@bol.com.br 
 
 
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PALAVRAS-CHAVE: Educação; Cultura; Filosofia; Libertação. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Tais pensadores contemplaram na Educação, entendida em seu amplo sentido como 
processo pelo qual se referenda a Cultura e conseqüentemente a existência de seus 
partícipes, o poder de disseminar uma visão meramente adaptativa- conformista à situação 
histórica de uma época, correndo o risco, inclusive, de imaginá-la como o fim último de uma 
suposta evolução, por outro lado, viram o poder de disseminar uma visão inovadora 
(Nietzsche) progressista (Paulo Freire), com o assumir de muitos riscos, mas com a certeza 
de que a mudança é o fator propulsor da existência humana, que busca no constante inovar, 
de seu sair de si, a sua realização. 
Precisaremos, entretanto, como os autores entendem a condição humana, pois 
entendemos que é a partir de uma Antropologia Filosófica (de uma radical noção de 
Homem/ humanidade) que podemos melhor situar a posição de ambos frente à possibilidade 
da formulação crítica da cultura no fazer- se dos indivíduos/ cidadãos em seu permanente 
processo educativo. Para tanto, buscaremos um ‘núcleo comum’ de interesse de tais 
pensadores, mais especificamente, o Homem visto como ser de Cultura, de História e de 
Vida. 
 
• O homem e a humanidade 
 
O homem nietzscheano se concentra basicamente em três aspectos que lhe são 
essenciais, assim como a Paulo Freire, diferenciando- se em relação à relevância conceitual 
dos termos ora empregados. 
É clara, portanto, a busca de um homem integral, no sentido de se ter a aptidão de 
vivência alicerçada enquanto um ser de história (onde se situa preso a um conhecimento 
daquilo que se faz e daquilo que já se passou), enquanto um ser de vida (onde o seu instinto/ 
razão age, onde está o corpo de sua ação) e enquanto ser de cultura (onde ocorre sua 
identificação, seu reconhecimento e dos demais, numa unidade afirmativa na complexidade 
da physis (o brotar revelador das forças que subjazem o movimento por completo da 
natureza em efetivação). 
 
 
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 Enquanto o homem não desenvolver suas aptidões vitais descobrindo-se nesses três 
aspectos que lhe compõe, não viverá na intensidade de sua contínua e necessária formação, 
talvez essa seja a primeira constatação que podemos ter em relação aos nossos pensadores 
que, dentro de seus “métodos”, pretenderão buscar uma mais completa visão de homem/ 
humanidade. 
Se não se buscar tal integração do humano para com ele mesmo atingindo uma nova 
visão (contínua, é claro) de mundo, permanecerá o que, até hoje, revelou- se como 
informação deformadora: seu formar-se será teórico, sem os instintos aflorados de sua vida, 
a qual será contemplativa e, portanto, inapta à prática educativa (qualquer que seja ela, 
principalmente, é claro, à transformadora/ progressista); sem profundidade crítica alguma de 
e em sua cultura, não compreender-se-á como parte integrante dela, sendo tudo entendido 
como mera erudição e sua história um livro de consultas decorativas (por isso, na maior 
parte das vezes consultas inúteis, descontextualizadas de qualquer resquício de realidade), 
cheio de lamentações e desprezo pela humanidade. 
Se critérios da crítica nietzscheana se centram, por ora, nesses aspectos acima 
demonstrados, é porque visa em cheio à intelectualidade “burguesa” (ideologicamente 
dominante) de sua época, que, segundo ele, foi quem promoveu tal discrepância em relação 
à concepção vitalista de se encarar e formar o ser humano. Por sua vez, o pensamento 
freireano reforça, e a nosso ver ultrapassa, a crítica nietzscheana. Embora em épocas 
distintas, as inquietações que se fizeram presentes em ambos, são geradas e quase que 
direcionadas para uma mesma idéia: um vitalismo em oposição à ideologia 
adequadora/doutrinadora, em seus momentos históricos, de ambos os sistemas de governo 
com relação à formação de cultura. 
 Paralelamente a Nietzsche, Paulo Freire nos diz muito com relação à afirmação da 
vida como condição sine qua non do processo educativo (e, óbvio, todo e qualquer processo) 
do humano, começando por determinar o estar sendo (como radicalidade ética_ alicerce dos 
valores humanos) do Homem, expressão de sentido primordial tão cara ao filósofo alemão. 
 
Na verdade, falo de ética universal do ser humano da mesma forma 
como falo de sua vocação ontológica para o ser mais [talvez, salvo 
algumas particularidades do conceito, um correspondente à 
vontade de superar a situação atual do Humano que brota na e da 
idéia de Além-Homem nietzscheano] (...) A natureza que a 
 
 
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ontologia cuida se gesta socialmente na História. É uma natureza 
em processo de estar sendo com algumas conotações fundamentais 
sem as quais não teria sido possível reconhecer a própria presença 
humana no mundo como algo original e singular. (FREIRE, 2004: 
18); (...) Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. (FREIRE, 
2004: 33) 
 
• O Homem e a história 
 
Para Nietzsche, seu país e sua época não souberam utilizar e, muito menos, 
compreender a história, diga- se o mesmo em relação à crítica freireana (salvo a conotação 
marxiana deste, à qual dará uma outra qualidade conforme ao direcionamento crítico). 
 Nietzsche diz que o conhecimento, à maneira historicista de então, mata a ação 
(embora seja óbvio que todos somos produtores de conhecimento e dessa condição não 
podemos fugir, muito pelo contrário; Nietzsche não condena o conhecimento enquanto 
produção vitalista de sentidos, o despertado e levado adiante pela curiosidade 
epistemológica freireana, outrossim, condena o conhecimento (a passagem e/ ou obtenção 
do mesmo) de sua época, ideologicamente “acalmada” pelo cultivo na educação da idéia 
despretensiosa/neutra, também cara à crítica de Freire como curiosidade ingênua, e a saída 
para a mais “liberta liberdade” seria a sabedoria da arte (da possibilidade de outros modos, 
belos, de revelaçãode sentidos da realidade), seja no historiador ou em qualquer outra 
personalidade; pois, só a arte (enquanto visão mais diferenciada, pois mais harmônica, à 
revelação da realidade) “consegue dobrar aqueles pensamentos de repugnância sobre o 
horrível ou sobre o absurdo da existência, em representações com as quais se consegue 
viver.” (NIETZSCHE,1984: 60); e, nos lembrando das palavras de Paulo Freire: 
 
A necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou 
não deve ser feita a distância de uma rigorosa formação ética ao 
lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas. Cada 
vez me convenço mais de que, desperta com relação à possibilidade 
de enveredar- se no descaminho do puritanismo, a prática educativa 
tem de ser, em si, um testemunho rigoroso de decência e de pureza. 
(...) É por isso que transformar a experiência educativa em puro 
 
 
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treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente 
humano no exercício educativo: o seu caráter formador. (FREIRE, 
2004: 33) 
 Para se obter esse comportamento artístico, faz- se necessário, a ambos pensadores, 
porém mais notadamente à relevância dada por Nietzsche, encarar a história como um 
grande desafio instigador do indivíduo à realização, por assim dizer, de seu próprio destino 
(sempre trágico, aos moldes da estética grega); que, no fundo, revela a indispensável 
maneira de se viver também a-historicamente, segundo Nietzsche, ou historicizando o 
próprio estar sendo da história, segundo Freire. Essa maneira de vivência exige do sujeito a 
capacidade de planar por sobre o passado com os olhos vidrados no presente e no desejo 
amoroso de criar o “seu futuro”. 
A história não é, e não pode ser, uma mera continuação quantitativa de todas as 
coisas, mero conjunto de fatos (que por si, já são interpretações ideológicas); para o 
historiador autêntico, em última instância, todos nós fazedores da História, ela sempre será 
“matéria- prima- construída” referencial e elementar para uma ousada e nova visão, segundo 
Freire, na dialética construção/desconstrução e sua nova possibilidade de síntese em suas 
formas estruturantes de realização/ efetivação. 
Nietzsche espera que a história não limite sua significação às “idéias gerais e 
generalizantes” que seriam o seu fruto e a sua flor. O seu valor está em variar com espírito 
um tema conhecido e talvez já gasto, uma melodia banal, e elevá-la à posição de símbolo 
compreensivo, e em fazer pressentir no tema inicial um mundo de meditação, de força e de 
beleza. 
 
Mas para isso é necessário, antes de mais, uma poderosa faculdade 
poética, o poder criador de planar por cima do real, de mergulhar 
com amor nos dados empíricos, de criar imagens novas, conformes 
com tipos dados; é necessária objetividade, mas só no que ela tem 
de positivo, porque com muita freqüência a objetividade é apenas 
uma palavra.” (NIETZSCHE, s.d.: 158) 
 
Tal como podemos complementar com Freire 
 
 
 
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Significa reconhecer que somos seres condicionados mas não 
determinados. Reconhecer que a história é tempo de possibilidade e 
não de determinismo, que o futuro, permita- me reiterar, é 
problemático e não inexorável. (FREIRE, 2004: 19) 
 
 O a-historicismo liberta, segundo Nietzsche, à máxima possibilidade, o “peso” do 
passado que contém e gera a insegurança, a culpa, enfim, todos aqueles sentimentos 
humanos aos quais as personalidades despreparadas e fracas quedam-se escravas, no 
sentido da temeridade e insuficiência de instintos rigorosos para a criação do novo. Em 
contrapartida, ainda segundo o filósofo alemão, as personalidades fortes, verdadeiramente 
históricas, não acompanham simplesmente o processo historicizante, mas realizam a 
história de acordo com seus próprios critérios, pensados a-historicamente (com pretensão de 
futuro inovador) 
 
(...) se preocupam pouco com o << é assim >> e que obedecem 
orgulhosamente e com alegria ao <<isto é que deve ser>>. O que as 
atira incessantemente para a frente não é o desejo de sepultar a 
espécie, mas de fundar uma raça nova”. (NIETZSCHE, s.d.: 180) 
 
 Neste ponto, devemos, antes de mais nada, elencar algumas ressalvas por parte do 
pensamento freireano no que diz respeito aos conceitos, sempre polêmicos, por diversos 
motivos, nietzscheanos: fortes, fracos e raça nova. Não entraremos em pormenores para 
não correr o risco de nos escapar o assunto que se pretende neste artigo, antes buscaremos 
aproximar os termos conceituais para evidenciar uma crítica comum a ambos pensadores. 
 Quando Nietzsche diz forte/ personalidade forte, não julgando seu intuito final, quer 
demonstrar, nessa sua fase de pensamento jovem, aqueles que ousam pensar por si mesmos, 
aqueles que, a partir de um custoso conhecimento, ainda sentindo as dores de sua conquista 
na prática educativa, fundariam uma nova raça (termo por demais presente na tradição 
alemã na qual está inserido Nietzsche), ou seja, uma raça rebelde, questionadora e 
consciente de sua voluntariosa humanidade. Partindo desse princípio conceitual, deduzimos, 
por ora, que fraco corresponde ao submisso consciente, que possui o medo de arriscar- se no 
caminho da humanidade, medo de assumir a ousadia de Ser Humano. Em Paulo Freire 
podemos encontrar conceitos que dialogam como sinônimos dos termos nietzscheanos, tal 
 
 
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como mente burocratizada e moralismo farisaico (Nietzsche inclusive usará uma expressão 
muito próxima: filisteu da cultura) que vão ao encontro dos fracos nietzscheanos, pois, 
dominando sem autenticidade ou submissos conscientes, são vistos por Nietzsche como 
humanos inautênticos, que não se preocupam com a hominização da humanidade e, 
conseqüentemente, com seu próprio fazer-se HOMEM. E assim, os fortes nietzscheanos 
seriam os cidadãos, equivalentes em grau, da práxis freireana, fundadores de uma nova e 
ampla cultura ‘revolucionária’. 
Sabemos a tentativa perigosa de comparar tais momentos conceituais entre Nietzsche 
e Freire, mas enquanto crítica mais genérica e efetiva da cultura dominante, é inegável a 
aproximação. 
 A autenticidade no ser humano, que Nietzsche tanto nos cobra, consiste num viver na 
tensão entre o histórico (que é o conhecimento, a consciência) e o a-histórico (que é a 
ignorância, o “não saber”), ou para Freire, retomando Sócrates, a experiência humana de seu 
inacabamento, baseado cada vez mais na máxima “Só sei que nada sei”; “almas” que tem 
como essência, teórico- prática, a criação; dão-se ao devir sem o remorso de qualquer perda 
possível (afinal, sua dignidade está desconsiderada na atualidade), sem prestar contas à 
moralidade vigente (vista por Nietzsche e, em grande parte por Freire) imposta 
ideologicamente, vivem em virtude de sempre estarem inventando “um mundo novo”. Esse 
seria o jogo da vida nietzscheano, presente com clareza no pensamento artístico e no 
pensamento infantil (que des-limita as possibilidades estreitas (técnico- burocráticas) de 
revelações/ interpretações da existência). 
Com relação à idéia de Nietzsche de pensamento infantil, parece haver em Freire 
uma diferenciação radical, pois, enquanto Nietzsche exagera ao transformar o processo de 
hominização do humano enquanto preponderantemente plástico/ estético, até em detrimento, 
embora naturalmente impossível, de boa parte das questões éticas, Paulo Freire trabalha com 
a idéia mais premente de projeto ético-político, idéia que, inclusive, subjaz, completa e 
dialoga com o conhecimento plástico/estético. É a vida que pede o estabelecer de uma nova 
ordem de acordo com sua Vontade, segundo Nietzsche, ou de acordo com o impulso de ser 
mais que nos fala Paulo Freire; nesse pensador o termo impulso está ontologicamente ligado 
a existência ética do Homem, porquanto em Nietzsche, o “impulso”, um dos meios de 
revelação da Vontade, está muito mais ligado a existência instintiva- plástica da existência 
humana.8 
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Nietzsche buscará em Heráclito a ilustração para esse seu pensamento 
fundamentalmente criador; a volatilidade do fogo dará a cadência da figuração, pois 
(...) joga o fogo eternamente vivo, constrói em inocência (...) 
Transformando-se em água e terra, faz como uma criança, montes 
de areia à borda do mar, faz e desmantela; de tempo em tempo 
começa o jogo de novo. Um instante de saciedade: depois a 
necessidade o assalta de novo, como a necessidade força o artista a 
criar. Não é o ânimo criminoso, mas o impulso lúdico, que, sempre 
despertando de novo chama à vida outros mundo. (NIETZSCHE, 
1991: 36) 
 
Nesse sentido, podemos atribuir à mesma metáfora a Paulo Freire, porém com as 
ressalvas feitas acima no que tange ao perigo nietzscheano da infantilização (enquanto 
despretensão) do ato de conhecer. Levando- se em conta tal ressalva, podemos agora, 
portanto, comparar com algo similar que Freire nos dirá que 
Aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito 
mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós 
é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem 
abertura ao risco e à aventura do espírito. (FREIRE, 2004: 69) 
 
 A Idade Moderna (da qual fazemos parte), em seu corpus ideológico, não ofereceu 
campo para tal autenticidade de formação nitzscheana, assim como para a aventura do 
espírito freireano; além do que, a modernidade, traz em seu íntimo apenas homens 
universais e contingentes no ranço da cultura historicista (abstrações de Homens 
“abstrativos”). 
 
• O Homem e a vida 
 
 Quando Nietzsche nos diz que é preciso, em certos momentos, fugir da leitura 
histórica, fugir do “texto histórico”, ele está nos levando para o que entende por agir vital, 
correspondente à faculdade de sentir diretamente as coisas na realidade. Paulo Freire, por 
meio de uma outra abordagem (marxiana), parece nos dizer o mesmo, porém com a idéia 
 
 
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moderadora de história (enquanto contexto material dialético de minhas ações efetivas), não 
a associando diretamente a um movimento historicista. 
 Para ambos pensadores, porém, podemos afirmar que é possível a partir de uma ação 
vital (de Nietzsche) ou da práxis (de Freire), a construção do realmente justo, grande e 
humano, em que a maior beneficiária é a vida. Essa justiça pertence à habilidade do(s) 
indivíduo(s) que possui a força (rebeldia consciente) necessária a atiçar a vontade de 
conhecer e quer traduzi-la aos demais. Podemos nos remeter aqui claramente à referência ao 
mito da caverna de Platão, que seria em ambos pensadores, muito elucidativa dentro da 
perspectiva do formar- se humano, embora Nietzsche jamais o admita. 
 
A mão do justo, se ele está verdadeiramente apto a fazer justiça, não 
treme ao segurar a balança; amontoa inexoravelmente os pesos, seus 
olhos não se perturbam quando os pratos sobem ou baixam e a sua 
voz não é dura nem branda quando pronuncia o veredicto.(...) 
Porque ele quer a verdade, não como um conhecimento frio e 
estéril, mas como verdade que julga, ordena e pune, como uma 
verdade que não é propriedade egoísta do indivíduo, mas direito 
sagrado de deslocar os limites de todas as propriedades egoístas, 
uma verdade, em suma, que é julgamento final e que, em nenhum 
caso, é presa fortuita e prazer de um caçador isolado. 
(NIETZSCHE, s.d.: 152) 
 
 Relevando as fortes e exageradas imagens aplicadas por Nietzsche, podemos com 
muita tranqüilidade, perceber uma ligação com Freire, principalmente no que se refere à 
cobrança de atitude, tomada de posição àqueles e, por conseqüência, daqueles que 
descobrem a construção de suas consciências. A partir das prioridades formativas sugeridas 
por Nietzsche, lançamo-nos às radicais questões freireanas que corroboram às mesmas 
preocupações: “Em favor de que estudo? Em favor de quem? Contra que estudo? Contra 
quem estudo?” (FREIRE, 2004: 77), ou ainda: “E o pior talvez dos juízos é o que se 
expressa na “falta” de juízo.” (FREIRE, 2004: 65) 
 
 Ambos pensadores concordam que a vida é essencialmente experiência 
compartilhada, uma busca permanente das possibilidades de vir a efetivar-se num sentido 
 
 
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radical para as necessidades do humano. O indivíduo integral (consciente ou até não 
consciente) significa dinâmica (e nunca “estática”) de procuras e encontros. No pensamento 
nietzscheano há uma determinação básica do que seja a necessidade vital daquilo que tem de 
vir a ser para fundar as novas exigências da Vontade. Esse ponto básico é o entendimento do 
conceito de força plástica de um homem, de uma nação ou civilização, que “(...) quer dizer, 
a faculdade de crescer por si mesmo, de transformar e de assimilar o passado e o 
heterogêneo, de cicatrizar as suas feridas, de reparar as suas perdas, de reconstruir as 
formas destruídas.” (NIETZSCHE, s.d.: 152) 
 
 Essa força plástica é o correspondente direto de nossa vida, é a “medida” que, uma 
vez reconhecida, se transforma em objetivo de se viver para além dos conceitos opressores e 
prejudiciais trazidos, ou melhor, mantidos, pela crença num processo histórico (entendido, 
repetimos, como historicismo). 
Em Paulo Freire, sem negar a dimensão da força plástica (estética, “belezura” em seu 
próprio dizer), teremos uma insistência maior na prevalência ética à formação dos juízos, 
que, nas concepções de ambos, embora se corroborem as críticas, veremos novamente, um 
importante nuance, um conflito de fato, como se disséssemos, Nietzsche “crê” na formação 
estética-“ética” do humano, enquanto Freire, partindo da idéia sempre presente de projeto 
político formador, acredita na formação ética- estética do Homem. 
Por possuir tal visão (plástica/ estética) do processo formador do humano, Nietzsche 
chamará ao tribunal da justiça do querer viver (imagem utilizada como símbolo dos juízos 
futuros, rebeldes e negadores da atual situação em que se encontra o Homem), o gênio 
(conceito tão caro aos românticos alemães e quase a toda estruturação da elite cultural 
Moderna); pois, é ele (o gênio) quem 
 
(...) condenará como juiz: o que para ele é vivo e fecundo, é tido por 
aniquilação e degradação. Troca o sentido profundo do seu destino 
pelo prazer divino de criar e de ajudar e acaba solitário, consciente e 
saturado da sua sabedoria. (NIETZSCHE, s.d.: 141) 
 
 O gênio é o intérprete da cultura, da tendência cósmica/ universal (literalmente em 
relação ao universo inteiro) e de doação de uma significação “positiva” à vida. Ele “desce” 
até as profundezas trágicas da existência e do mundo, captando, em meio às fragmentações, 
 
 
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o sentimento de uma unidade primordial. Por não encontrar em sua época pensamento 
compatível ao seu, possui sozinho uma vivência trágica, justamente pelo fato de se encontrar 
a frente de seu tempo. Ele é o conflagrador mais desenvolvido de uma cultura verdadeira, e 
só os espíritos artísticos e infantis o acompanham. Se procurarmos um sinônimo para o 
conceito de gênio nitzscheano, chegaremos a aproximá-lo com o de herói, enquanto, um 
visionário autêntico e sustentador de seu tempo, o justo dignificador da vida e de sua raça. 
Aqui, talvez encontremos um (o) problema maior à aproximação das idéias críticas 
de ambos pensadores, pois em Freire, nos parece, mais acertadamente, não existe essa 
possibilidade do brotar/ intuir genial, o que compromete justamente essa idealização 
nietzscheana do conhecimento só para alguns (“espécies” geniais humanos); em Freire, 
todos podem e devem aprender (daí o ideal inabalável da democratização do ensino, pois se 
antevê a democratização do conhecimento) dentro de um largo processo de formação, 
reformação, informação, deformação etc. entre todos, capazes de aprender, em seu processo 
intelectual ou de formação da consciência. 
Seria desastroso pensar freireanamente a possibilidade de uma divisão de classes 
entre gênios e não-gênios...A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação 
discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por esta ética 
inseparável da prática educativa [co- formadora], não importa se 
trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos 
lutar. (FREIRE, 2004: 16) 
 
Paulo Freire está para além da visão moderna- modernizante da qual Nietzsche 
parece ser “vítima”, como que se restasse apenas a espera (dentro de uma tradição 
melancólica, e por que não depressiva) da “eureka” de um gênio que, síntese da tragédia 
presente, forjará todo um nobre futuro. Cabe- nos aqui a lembrança, muito elucidativa, da 
emblemática ressalva de Mário Sérgio Cortella (orientado por Freire), relembrando a maçã 
de Newton, em seu livro-tese A Escola e o Conhecimento: Fundamentos epistemológicos e 
políticos: 
 
 A menção a Newton nos serve para uma outra reflexão. Ele mesmo 
nos conta que chegou à sua teoria ao observar uma maçã cair da 
 
 
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árvore. Essa singela história já serviu, por inúmeras vezes, pra 
reforçar o mito da genialidade iluminada (exclusiva de alguns 
humanos); [aqui queremos situar a crítica que ora fazemos, através 
do que entendemos de Freire e Cortella, a Nietzsche, não que ele 
não tenha contemplado algo mais para o conceito de gênio, mas 
alertamos para o perigo de tal conceito, a nosso ver 
discriminatório, aristocrata e, por que não, ditador] uma pessoa 
que ouvir a história sem que a ela seja esclarecido que a queda da 
maçã foi apenas mais um elemento nas árduas investigações do 
físico, jamais vai- se considerar capaz de tamanha proeza. 
(CORTELLA, 2002: 114) 
 
• O Homem e a cultura 
 
A partir da definição nietzscheana de cultura, chegamos ao conceito-chave de suas 
obras e pensamentos. Entendendo-se tal concepção, teremos elementos básicos para 
interpretarmos todo o resto, inclusive a história, pois que essa varia em interpretações 
diversas de acordo com a “cabeça” da cultura vigente. É nesse aspecto básico que Nietzsche 
demonstrará sua visão radicalmente perspectivista. 
Em Paulo Freire podemos também afirmar que cultura é um termo estruturante do 
processo formador humano, porém não poderemos, jamais, considerá-lo perspectivista, pois 
quando Freire nos diz a respeito da “relatividade do conhecimento” não vê no tudo é 
relativo o fim da ação do processo de conhecimento, e, ainda, diz seguro de que o 
compromisso ético (portanto reconhecimento de valores imprescindíveis) é inerente à 
salvaguarda da natureza humana. 
 
É neste sentido também que a dialogicidade verdadeira, em que os 
sujeitos dialógicos aprendem e crescem na diferença, sobretudo, no 
respeito a ela, é a forma de estar sendo coerentemente exigida por 
seres que, inacabados, assumindo- se como tais [por isso não posso 
correr o risco de me deixar levar por uma perspectiva que acaba se 
tornando um fim em si mesma, pois tudo seria uma questão de 
perspectiva], se tornam radicalmente éticos. É preciso deixar claro 
 
 
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que a transgressão da eticidade jamais pode ser vista ou entendida 
como virtude, mas como ruptura com a decência. (FREIRE, 2004: 
60) 
 
 No entanto, para discorrermos e adentrarmos no conceito de cultura, e de homem 
como reflexo e fazedor da mesma, precisamos ressaltar um termo passível de comparação 
entre ambos pensadores, no sentido de que, a concepção nitzscheana de cultura filistéia, 
equivale, em termos freireanos, à idéia de educação mecanicista e utilitarista e, 
principalmente, à idéia- chave de sua crítica específica: educação burocrática; uma vez que, 
para ambos, essa é a formação cultural de suas épocas. 
 Para Nietzsche, cultura filistéia é a cultura de almanaque, é aquela que centraliza um 
modo de pensar e operar que se encontra alheio à verdadeira necessidade de um povo, nação 
ou civilização. Fundamentando-se, principalmente, no aspecto quantitativo, ela padroniza 
aquilo que interessa para seus mais altos expoentes e espalha tais verdades a todos como um 
imperativo determinante. Ela estagna o processo da formação dos indivíduos e, ainda, 
“desvitaliza-os”; desencadeando o esquecimento na falta de “(...) distinção entre o vivo e o 
morto, entre o autêntico e o falso, entre o original e o imitado, Deus e ídolo, (...) ela perdeu 
o instinto viril e são do real e do justo.” (NIETZSCHE, s.d.: 100) 
 Não vemos em Paulo Freire problema algum no endossamento de tal tese 
nietzscheana, vemos essa corroboração como uma das mais claras em termos de 
aproximação de pensamento, pois o sentido de formação criticado por Nietzsche em sua 
época encontra correspondência objetiva nas duras críticas de Freire, quando diz, por 
exemplo, que “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua 
própria produção ou a sua própria construção.” (FREIRE, 2004: 47) 
E ainda nos alerta, partindo do princípio de que estamos comprometidos com o 
pensar certo, do perigo de adaptarmo-nos a tal cultura, “É difícil, entre outras coisas, pela 
vigilância constante que temos de exercer sobre nós próprios para evitar os simplismos, as 
facilidades, as incoerências grosseiras.” (FREIRE, 2004: 49) 
 
 A cultura filistéia, em Nietzsche (educação burocrática em Freire) considera-se, 
através de seus ideólogos, auto-suficiente, verdadeira e acabada, pois, 
 
 
 
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(...) tem confiança em si própria, crê nos meios e nos métodos de 
que dispõe, remete para o cuidado dos sábios a apreciação definitiva 
em matéria de cultura e de gosto e, quanto a ela, considera-se um 
compêndio continuamente renovado de opiniões sobre arte, filosofia 
e literatura; procura forçar o sábio a exprimir as suas opiniões e a 
apresentá-las , depois, ao povo alemão, misturadas, diluídas e 
sistematizadas, como uma bebida salutar. (NIETZSCHE, s.d.: 58) 
 
 E Paulo Freire colabora profundamente com a crítica de Nietzsche quando demonstra 
a contradição do pensamento formador burocrático (cultura filistéia para Nietzsche) que 
considera, de antemão, a história determinada, o destino fatalmente já dado, a divisão social, 
as tragédias, as felicidades e o conhecimento justapostos... “Seria irônico se a consciência 
de minha presença no mundo não implicasse já o reconhecimento da impossibilidade de 
minha ausência na construção da própria presença.” (FREIRE, 2004: 53) 
 
Segundo Nietzsche, os “sábios” fomentadores dessa cultura inautêntica que, não são 
mais que falastrões, levaram à opinião pública seus “blá-blá-blás” individuais como sendo a 
manifestação legítima e necessária à formação de personalidades. É por isso que essa forma 
de cultura (em verdade, uma pseudo-cultura) preocupa-se em garantir um status 
reconhecido dos filisteus, pois esses, “maus pensadores”, forjadores nas instituições sociais 
(escolas em todos os níveis_ básico às livres- docências [principalmente], igrejas, 
universidades e o Estado como um todo), vão ao encontro da “massa” e nela se validam; 
devido a fraqueza do espírito popular (segundo a discriminação aristocrática de Nietzsche) e 
da sua condição de agrupamento de gados a pastar por qualquer campo que lhes impuserem. 
O que seria um total absurdo (transgressão ética) para Paulo Freire, porém, poderíamos 
sugerir com ele, em relação à aceitação do jugo de opressão por parte das classes populares 
como que, justamente, a situação (ideologicamente provocadas pelos donos dos meios de 
produção econômica) por parte dos mesmos de inconscientes de sua autonomia e poder de 
realizar (cobrar), verdadeiramente, a justiça, daí o papel do educador dentro de seus limites 
de atuação. 
Daí de Nietzsche ser categoricamente “anti-popular” (radicalmente oposto a visão de 
Paulo Freire, como comentado acima), sendo o povo, em sua maioria, não mais que 
escravos, “massa não pensante” e incapaz. 
 
 
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 Em contraposição a cultura filistéia, Nietzsche retoma como necessário o sentido 
grego de cultura que(...) é, antes de mais, uma unidade de estilo que se manifesta em 
todas as atividades de uma nação. Mas saber muito e ter aprendido 
muito não são nem um meio necessário nem um signo de cultura, 
mas combinam-se perfeitamente com o contrário da cultura, a 
barbárie, com a ausência de estilo ou com a mistura caótica de todos 
os estilos. (NIETZSCHE, s.d.: 137) 
 
Portanto, recuperar a cultura em sua manifestação plena, significa retomar a pena dos 
helenos para reescrever a vida com o sangue da Vontade, estabelecida na ordenação dos 
instintos. Procurar uma cultura, ou melhor, procurar a cultura por excelência, é buscar 
sempre a unidade total (todos os elementos constituidores e institucionais de uma 
sociedade). 
 Em Paulo Freire verificamos a cultura também um conjunto de estilos (enquanto 
manifestações das construções humanas), porém, Freire não buscará nos gregos ou em 
qualquer outro conjunto cultural um modelo a ser implementado/copiado, acredita, antes, no 
próprio processo de fazer- se do Homem nas constituições de suas culturas (daí a verdadeira 
autenticidade)no processo histórico- dialético (fugindo de toda concepção historicista) 
permanente. A cultura se encontra onde se encontram as decisões (sempre formadoras) dos 
Homens frente às situações sociais modeladas e efetivadas (através do trabalho enquanto 
práxis) nas relações (coletividade). 
 
Assumir-se como ser social e histórico como ser pensante, 
comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de 
ter raiva porque capaz de amar. Assumir- se como sujeito porque 
capaz de reconhecer- se como objeto. A assunção de nós mesmos 
não significa a exclusão dos outros. É a “outredade” do “não eu”, 
ou do tu, que me faz assumir a radicalidade de meu eu. (FREIRE, 
2004: 41) 
 
 
 
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 Por fim, Freire comparado a Nietzsche no que diz respeito à formação de 
conhecimento e, conseqüentemente, transformação da realidade social vigente, abrange a 
todos nesse processo libertador, não passando perto de colaborar com qualquer idéia de 
divisão da natureza humana como gênio/massa, por exemplo. Ao contrário, nos dará à noção 
de liberdade a idéia da construção conjunta, pautada, essencialmente, nos valores que 
partam do reconhecimento da igualdade humana em sua capacidade de manifestação 
respeitosa, digna, ou como insistia ele, ética. Bem nos lembra Frei Betto numa carta-
homenagem a Freire: 
A sua pedagogia, professor, permitiu aos pobres se tornassem 
sujeitos políticos(...). Graças às suas obras, professor, descobriu-se 
que os pobres têm uma pedagogia própria. Eles não produzem 
discursos abstratos, mas plásticos, ricos em metáforas. Não moldam 
conceitos; contam fatos. Foi o senhor que nos fez entender que 
ninguém é mais culto do que outro por ter freqüentado a 
universidade ou apreciaras pinturas de Van Gogh e a música de 
Bach. O que existe são culturas paralelas, distintas, e socialmente 
complementares. (BETTO in FREIRE, 2004: Prólogo) 
 
 
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