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- -1 FOTOGRAFIA ESTUDO DE CASO JOSÉ ROBERTO GONÇALVES - -2 Em que mundo você vive? Vivemos em um mundo de imagens, em que a visão está sempre ativa, captando, decodificando e interpretando o mundo ao nosso redor. As coisas (objetos, formas, texturas, ou seja, tudo que existe no universo) não possuem sentido sozinhas, pois dependem de um contexto para gerar significado. De acordo com Berger (1999, p. 11), a […] maneira como vemos as coisas é afetada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos [...] nunca olhamos para uma coisa apenas; estamos sempre olhando para a relação entre as coisas e nós mesmos. A visão está continuamente ativa, continuamente em movimento, continuamente captando coisas num círculo à sua própria volta, constituindo aquilo presente para nós do modo como estamos situados. Percebemos as coisas pelo contraste, por isso, quanto mais contrastante os objetos forem, mais chamarão nossa atenção. O contraste pode ser por cores (preto/amarelo, vermelho/verde), forma (círculo, quadrado) ou tamanho (grande/pequeno). Alguns estudos […] revelam que a memória humana (biológica), caracterizada como complexa, na sua estrutura e no seu funcionamento, precisa esquecer para não se sobrecarregar. Nesse caso, o esquecimento não é considerado um lapso ou um problema, mas um processo natural e necessário para o funcionamento da memória. (MONTEIRO; CARELLI; PICKLER, 2008, [ ])s. p. Para lidar com toda essa carga de informação, nosso cérebro faz uma seleção rápida para o local em que devemos olhar, o que devemos ver e o que precisamos lembrar. Nossa atenção é dirigida para as coisas novas, que possam representar perigo ou aquisição de conhecimentos, mas não esquecemos por completo aquilo já visto. Os detalhes ao nosso redor que já foram observados por diversas vezes passam a fazer parte da paisagem cotidiana, daquilo já memorizado, tornando-se invisíveis no caminho que percorremos todos os dias. Essas coisas não nos chamam mais a atenção, porém são significativas para a nossa vida, permitindo, por exemplo, identificarmos se estamos no caminho certo e em qual ponto descer do ônibus. Dessa forma, podemos entender que a fotografia tem o poder de isolar e destacar itens que os olhos não veem e percebem. Coisas que, por estarem sempre ali, não são mais perceptíveis. Uma das grandes habilidades dos grandes fotógrafos é olhar para o que ninguém mais vê, recortando do real, transformando-o em um pedaço da realidade social e a entregando ao mundo para que possa ser percebida. Referências BERGER, J. . Rio de Janeiro: Rocco, 1999.Modos de ver MONTEIRO, S. D.; CARELLI, A. E.; PICKLER, M. E. V. A Ciência da Informação, memória e esquecimento. , v. 9, n. 6, dez. 2008. Disponível em: http://www.brapci.DataGamaZero - Revista de Ciências da Informação inf.br/index.php/article/download/7639. Acesso em: 13 jan. 2020. - -3 VAMOS PRATICAR? Considerando esse contexto, selecione um assunto a ser estudado que esteja relacionado a um aspecto de seu cotidiano, ou seja, algo que você vivencie todos os dias, como o comércio em sua rua, o lazer em seu bairro, o deslocamento para o trabalho, suas práticas religiosas etc. Pesquise sobre os significados sociais do assunto que você selecionou para fotografar e realize uma reflexão sobre a realidade que você vivencia todos os dias. Elabore um roteiro e produza fotografias utilizando o equipamento fotográfico que você tenha à disposição. As fotografias devem contar para o espectador a sua visão de mundo, como você interpreta e se relaciona com o ambiente em que está inserido, permitindo ao espectador conhecer um pouco de sua realidade social. Ao final, compartilhe seus resultados no fórum da seção "Compartilhe". Em que mundo você vive? Referências
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