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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Laboratório de Química PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES ÁCIDA E ALCALINA ACADÊMICOS : PROFESSOR : Josiane Aline Monteiro de Oliveira MARINGÁ PARANÁ – BRASIL 2019 1. INTRODUÇÃO O presente relatório envolve o estudo de duas práticas referentes à: preparação de soluções ácida e alcalina, padronização de soluções ácida e alcalina. 1.1. Preparação de soluções ácida e alcalina É comum associar o termo ácido a compostos altamente perigosos, letais, corrosivos, de extrema periculosidade. Até certo ponto isto está correto, mas vale ressaltar que, não obstante da realidade científica, isto não é uma verdade absoluta. Existem ácidos altamente perigosos à saúde animal (inclusive humana), vegetal e ao equilíbrio ecológico. Exemplos destes ácidos são ácido sulfúrico, H2SO4, (que mesmo de acordo com algumas teorias químicas pode ser considerado como um ácido moderado) que corrói rapidamente materiais como plástico e metais e agride, de modo até letal, tecidos biológicos; HCl, considerado um ácido forte, corrói facilmente tecidos vivos, plástico e reage com metais de modo a oxidá-los. Todavia, como esta verdade (periculosidade total dos ácidos) não considerada absoluta, existem ácidos que possuem propriedades e funções que, ao contrário do que comumente se pensa a respeito desta função química, são de fundamental importância à existência da vida. A título de exemplos tem-se:o próprio HCl, supracitado como ácido forte, está presente no sulco gástrico da maioria dos animais, inclusive o ser humano, é de fundamental importância para a digestão de alimentos e prevenção de contaminações bacterianas oriundas fonte oral(água e alimentos), neste ponto percebe-se a relatividade que permeia sob o conceito de ácido, este pode ser ao mesmo tempo bom ou ruim à saúde. Outros tipos de ácidos fundamentais à existência vital são os ácidos graxos que estão presentes nos lipídios, umas de suas aplicações mais importantes é a formação da membrana plasmática(bicamada fosfolipídica) que envolve todo conteúdo celular, mantendo assistência à funcionalidade da célula. Um outro ácido bem comum é o chamado ácido acético, o qual é denominado, segundo a IUPAC, como ácido etanoico, CH3COOH, é um ácido orgânico presente no vinagre e largamente utilizado na indústria de plásticos, mais especificamente, na fabricação de polietereftalato de etileno (PET). Em suma, o objetivo do experimento é preparar soluções ácidas e básicas de concentração aproximadamente 0,10 mol/L. 1.2. Padronização de solução ácida e alcalina A padronização consiste em tornar uma solução padrão. A análise da amostra é determinada através das reações desta espécie química com outra substância em solução, chamada solução padrão, cuja concentração é exatamente conhecida. O processo pelo qual a solução padrão é introduzida em meio reagente é conhecido como titulação. A amostra que está sendo analisada deve : ser extremamente rápida; se completar no ponto de equivalência; possuir uma equação química bem definida; permitir o uso de meios alternativos para detecção do ponto de equivalência. Tem-se também que a substância a ser utilizada para preparar a solução padrão a ser utilizada deve: possuir um bom grau de pureza, ser estável e possuir uma quantidade padrão de água na sua estrutura, não sendo higroscópica. O ponto final da titulação corresponde ao momento físico e químico em que o ponto de equivalência foi alcançado. O meio mais simples que permite identificar o ponto final é uma mudança física, ou química. Em geral, para estudos analíticos de ácidos e bases usam-se os indicadores coloridos que mudam de cor com o pH. Em suma, o objetivo do experimento é determinar a concentração real (corrigida) das soluções de ácido clorídrico (HCl) e hidróxido de sódio (NaOH). 2. PROCEDIMENTOS 2.1.1. Preparação de 250,0 mL de solução 0,10 mol/L de Hidróxido de sódio (NaOH) No começo do experimento, a massa de reagente necessária para preparar a solução foi calculada a partir das informações disponíveis no rótulo do frasco de hidróxido de sódio. Com o cálculo feito, pesou-se a quantidade necessária de reagente em um béquer de 100,0 mL. Neste recipiente, foram adicionados cerca de 50 mL de água destilada com o auxílio de um bastão de vidro que auxiliou na solubilização do soluto. Feito isso, foi necessário aguardar o estabelecimento do equilíbrio térmico com o ambiente. Após o intervalo de tempo, transferiu-se a solução com o auxílio de um funil e um bastão de vidro, para um balão volumétrico de 250,0 mL. É válido ressaltar que para adicionar completamente a solução no balão volumétrico, lavou-se com água destilada o béquer, o funil e o bastão de vidro. Com isso, adicionou-se água destilada até que o menisco inferior do líquido ficasse tangenciado a marca de aferição do mesmo. Logo após, para homogeneizar a solução, o balão foi tampado e invertido para que esta fosse transferida para um frasco estoque de polietileno limpo e seco. Por fim, rotulou-se o frasco para identificação. 2.1.1. Preparação de 250,0 mL de solução 0,10 mol/L de Ácido clorídrico (HCl) Para o início da preparação, utilizou-se informações disponíveis no rótulo do frasco de ácido concentrado para calcular o volume de solução de HCl concentrado. Em um béquer de 100,0 mL foram adicionados cerca 50,0 mL de água destilada. Feito isso, o volume necessário de ácido concentrado foi medido na capela com o auxílio de uma pipeta graduada de 5,00 mL e um pipetador. Então, transferiu-se lentamente o ácido para o béquer, agitando a solução utilizando um bastão de vidro. Por fim, foi necessário esperar o equilíbrio térmico com o ambiente. 2.2.1. Padronização de solução de ácido clorídrico (HCl) Para o início do experimento, foi necessário lavar a bureta duas ou três vezes com pequenas quantidades de ácido clorídrico (HCl), escoando todo o líquido antes da adição do novo volume. Com isso, em um suporte universal com garra metálica, fixou-se a bureta de 25,00 mL que estava preenchida até um pouco acima do zero da escala, com a solução titulante. Para preencher a extremidade da bureta, abriu-se a torneira de modo que a base do menisco do líquido tangenciasse a marca zero. Caso a bureta apresentasse bolhas, estas deveriam ser eliminadas. Logo após, a massa de carbonato de sódio, Na2CO3, foi transferida para um erlenmeyer de 250,0 mL. Então, acrescentou-se cerca de 50 mL de água destilada e duas gotas de indicador alaranjado de metila e homogeneizou-se a solução. Para atingir a mudança de coloração, colocou-se o erlenmeyer sob a bureta de modo que a solução titulante caísse gota a gota. Durante o processo de titulação, foi necessário controlar a torneira com a mão esquerda e agitar o erlenmeyer continuamente com a outra mão. É válido ressaltar que as paredes do erlenmeyer foram lavadas com pequenas quantidades de água destilada, principalmente na parte superior, na qual pode ter restado titulante. Feito isso, o valor do volume titulante gasto na neutralização foi lido com exatidão. Por fim, a concentração real em mol/L da solução de HCl foi calculada. 2.2.2. Padronização da solução de hidróxido de sódio (NaOH) Para o início do experimento, foi necessário lavar a bureta duas ou três vezes com pequenas quantidades de ácido clorídrico, HCl, de acordo com o padrão secundário, escoando todo líquido antes da adição do novo volume. Feito isso, em um suporte universal com garra metálica, fixou-se a bureta de 25,00 mL que estava preenchida até um pouco acima do zero da escala, com a solução titulante (padrão secundário). Para preencher a extremidade da bureta, abriu-se a torneira de modo que a base do menisco do líquido tangenciasse a marca zero. Com o auxílio de uma pipeta volumétrica de 10,0 mL da solução de NaOH de concentração aproximadamente 0,10 mL/L, foram transferidos para um erlenmeyer de 250,0 mL. Neste recipiente, acrescentou-se 50 mL de água destiladae três gotas de indicador fenolftaleína. Esta solução foi homogeneizada. Logo após, colocou-se o erlenmeyer sob a bureta para que a solução titulante fosse escoada gota a gota, até a mudança de coloração. Durante o processo de titulação, foi necessário controlar a torneira com a mão esquerda e agitar o erlenmeyer continuamente com a outra mão. É válido ressaltar que as paredes do erlenmeyer foram lavadas com pequenas quantidades de água destilada, principalmente na parte superior, na qual pode ter restado titulante. Por fim, a concentração geral e corrigida em mol/L da solução de hidróxido de sódio foi calculada. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1.1. Preparação de solução de hidróxido de sódio (NaOH) A equação da reação é dada por: 𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑎𝑞( ) + 𝐻 2 𝑂 𝑙( ) → 𝐻 3 𝑂+ 𝑎𝑞( ) + 𝑁𝑎𝑂 (𝑎𝑞) A preparação da solução possuía concentração de 0,10 mol/L e volume de 250,0 mL ou 0,25 L. Com base nesses valores, é possível calcular a massa de NaOH na solução a partir da equação III e IV: 𝐶 = 𝑚𝑀𝑀𝑥𝑉 0, 1 = 𝑚40𝑥0,25 𝑚 = 1𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 No rótulo de NaOH concentrado, é informado que está a 99% visto que possui 1% de impureza. Portanto, a massa de hidróxido de sódio em uma solução 100% pode ser calculada a partir de uma regra de três: 1𝑔 → 97% 𝑥 → 100% 𝑥 = 1, 03 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 3.1.2. Preparação de solução de ácido clorídrico (HCl) A equação da reação é dada por : 𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝐻 2 𝑂(𝑙) → 𝐻 3 𝑂+(𝑎𝑞) + 𝐶𝑙−(𝑎𝑞) No rótulo do ácido clorídrico concentrado, alguns valores são informados. Com isso, o valor da massa molar (mm) é 36,46 g, a densidade é dada por 1,18 g/mol e a concentração é 37% m/m. Deste modo, a massa de HCl pode ser encontrada a partir das equações III e IV: 𝐶 = 𝑚𝑀𝑀𝑥𝑉 0, 1 = 𝑚36,46𝑥0,25 𝑚 = 0, 91𝑔 𝑑𝑒 𝐻𝐶𝑙 Porém, este dado corresponde a 37% m/m. A partir de uma regra de três é possível obter o valor da massa de HCl para 100% m/m. 100𝑔 𝑑𝑒 𝐻𝐶𝑙 → 37𝑔 𝐻𝐶𝑙 𝑥 → 0, 91𝑔 𝑑𝑒 𝐻𝐶𝑙 𝑥 = 2, 46𝑔 𝑑𝑒 𝐻𝐶𝑙 𝑛𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 Logo, para determinar o volume de ácido clorídrico utiliza-se a equação I: 𝐶 = 𝑚𝑉 1, 18 = 2,46𝑉 𝑉 = 2, 08 𝑚𝑙 3.2.1 Padronização do Ácido clorídrico (HCl) A equação da reação é dada por : +2𝐻𝐶𝑙 (𝑎𝑞) 1𝐶𝑂 3 −2 (𝑎𝑞)→ 𝐻 2 𝐶𝑂 3 (𝑎𝑞) A partir do processo de titulação com a adição do indicador na solução, é possível definir o volume de HCl necessário para o consumo total dos reagentes. Com isso, a equação da reação equilibrada torna-se : 2𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎 2 𝐶𝑂 3 −2(𝑎𝑞)→𝐻 2 𝐶𝑂 3 −2(𝑎𝑞) Durante o experimento, a massa de obtida foi de m = 0,0602 g e a𝐶𝑂 3 −2 massa molar de 105,8 g. Determinou-se o número de mols de CH3COOH a partir da equação IV: 𝑛 = 𝑚𝑀𝑀 𝑛 = 0,056106 𝑛 = 5, 28𝑥10−4 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐶𝐻 3 𝐶𝑂𝑂𝐻 Sabe-se que por estequiometria para 2 mols de ácido clorídrico há 1 mol de carbonato de sódio. Portanto o número de mols de HCl é 1,13 x 10-3. Calculando a concentração do HCl a partir da equação III obtemos: 𝐶 = 1,13𝑥10 −3 9,3𝑥10−3 𝐶 = 0, 121 𝑚𝑜𝑙/𝐿 𝑑𝑒 𝐻𝐶𝑙 3.2.2. Padronização do Hidróxido de sódio (NaOH): A equação da reação equilibrada é dada por: 𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) → 𝐻 2 𝑂(𝑙) + 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) A partir da titulação é possível verificar a concentração real da solução de NaOH preparada. Sabe-se que a concentração do HCl é de 0,121 mol/L e que o volume necessário para a titulação foi de 13,6 mL. Logo, a partir da equação III, é possível obter o número de mols: 0, 121 = 𝑛 13,6 𝑥10−3 𝑛 = 1, 64 𝑥10−3 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑒 𝐻𝐶𝑙 Sabe-se que por estequiometria para 1 mols de ácido clorídrico há 1 mol de hidróxido de sódio. Portanto o número de mols de NaOH é 1,64 x 10-3. Por fim, a partir da equação III substitui-se o volume de L e o10𝑥10−3 número de mols de NaOH encontrado anteriormente, para assim encontrar a 𝑐 = 1,64𝑥10 −3 10𝑥10−3 𝑐 = 0, 164 𝑚𝑜𝑙/𝐿 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 4. CONCLUSÃO Com o conjunto experimental, foi preparar soluções ácidas e básicas de concentração aproximadamente 0,10 mol/L e determinar a concentração real de ácido clorídrico (HCl) e hidróxido de sódio (NaOH). Ademais, a densidade e acidez do vinagre foram determinadas a partir dos dados obtidos. Com isso, conclui-se que os objetivos foram atingidos com êxito. 5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA LENZI,ERVIM [et al.] / Química geral experimental – Rio de Janeiro; Freitas Bastos, 2004.
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