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Página inicial / Meus eventos / GPRED / 1 / Drogas estimulantes Drogas estimulantes Cocaína Tabela 10. Caracterização do uso indevido da cocaína segundo os efeitos imediatos e os efeitos do uso continuado. A cocaína é extraída de uma planta originária da região dos Andes, na América do Sul. Essa planta, Erythroxylon, possui mais de 200 variedades diferentes, porém apenas duas espécies possuem quantidades mais significativas de cocaína. Essa droga é um poderoso estimulante do sistema nervoso central, pois produz sensações de prazer associadas a fantasias de poder e força, além de sensações de excitação, hiperatividade, diminuição da sensação de cansaço, perda da fome, redução da sensibilidade à dor e ao frio. Após o uso intenso e repetitivo, o usuário experimenta sensações muito desagradáveis, como cansaço e intensa depressão. Utilização da Cocaína A cocaína pode ser consumida de diversas formas: https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/ https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/my/ https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/course/view.php?id=734 https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/view.php?id=10486 https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/view.php?id=10486&chapterid=4472 https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/view.php?id=10486&chapterid=4474 Cloridrato de cocaína: consiste em um pó branco que pode ser aspirado ou diluído em água e injetado. Também conhecido como “pó”, “farinha”, “neve” ou “branquinha”. Merla: uma espécie de base sem refino, muito contaminada com as substâncias utilizadas na extração. É fumada. Também conhecido como “mela”, “mel” ou “melado”. Crack: tem aspecto de uma pedra e é aquecido para se transformar em um vapor que é inalado. Chamada popularmente de “pedra”. É fácil identificar os usuários desse tipo de droga pela falta de cuidados com a higiene e aparência e pela perda acentuada de peso. Pasta de coca: um produto grosseiro que contém muitas impurezas tóxicas. É obtida das primeiras fases de extração de cocaína das folhas da planta quando estas são tratadas com querosene ou gasolina e ácido sulfúrico. É fumada em cigarros chamados “basukos”. Chá de coca: é bastante comum em alguns países da América do Sul, como Peru e Bolívia, sendo em ambos permitidos por lei. Sob a forma de chá pouca cocaína é extraída das folhas e absorvida pelo organismo, assim pequena quantidade chega ao cérebro. Efeitos no cérebro A forma de utilização da cocaína (aspirada, inalada, fumada ou injetada) determina a quantidade de substância ativa que chega ao sistema nervoso central, a intensidade dos efeitos e o tempo que eles levam para surgir. De forma geral, os sintomas imediatos envolvem uma sensação intensa de prazer, euforia e poder, reduz a fome, o cansaço e diminui as sensações de dor. Por outro lado, também provoca reações desagradáveis como o sentimento de desconfiança persistente e infundada (paranoia) e agressividade. O uso da cocaína também pode gerar uma síndrome chamada de “psicose cocaínica”, que inclui alucinações e delírios. Os efeitos da cocaína ocorrem após 10 a 15 minutos quando aspirada; quando injetada, demoram cerca de 3 a 5 minutos; quando fumada ou inalada, como no caso da merla e do crack, a substância ativa é instantaneamente distribuída pelo pulmão para a corrente sanguínea e, por meio dela, rapidamente chega ao cérebro. Neste último caso, os primeiros efeitos surgem de 10 a 15 segundos. Por essa razão o crack é uma droga muito perigosa, pois a associação da sensação de prazer com o ato de inalar a droga é imediata e intensa. Isso faz com que a dependência se estabeleça com maior rapidez. O tempo de duração dos efeitos também é relativo ao modo de consumo. Os efeitos da cocaína injetada ou aspirada perduram por até 45 minutos. No caso do crack, os efeitos duram por volta de 5 minutos; da mesma forma que o efeito vem rápido, ele também cessa rápido. Por essa razão, o usuário normalmente volta a consumir compulsivamente, o que aumenta ainda mais o risco para a dependência. De forma geral, com o passar do tempo, a potência dos efeitos produzidos pela cocaína reduz. Assim, os usuários têm a tendência de aumentar a dose para sentir o prazer que esperam. É a conhecida tolerância à droga. Esse aumento da dose sensibiliza o organismo para os efeitos negativos da cocaína: agressividade, irritabilidade, tremores e paranoia. Efeitos físicos Sistema respiratório: Quando a cocaína é aspirada, observa-se o surgimento de danos nas mucosas nasais e perfuração do septo nasal. Porém, se for fumada o usuário fica mais suscetível a problemas como irritação dos brônquios, micro-hemorragias, pneumonias, enfisema e câncer. A alteração no funcionamento da atividade respiratória, que se dá pela redução da atividade dos centros cerebrais que controlam a respiração, pode inclusive levar à morte. Sistema cardiológico: São comuns também os efeitos de aumento da pressão arterial, taquicardia, dor no peito e, em dosagem elevada, até mesmo infarto agudo do miocárdio. Sistema reprodutor: Os usuários de crack e merla normalmente perdem o interesse sexual. Sistema muscular: O uso crônico da cocaína pode levar à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos. Visão: O uso de crack ou de merla pode produzir aumento das pupilas, o que prejudica a visão, tornando-a “desfocada”. Usuários de drogas injetáveis e AIDS: No Brasil, a cocaína é a substância mais usada na forma injetável. Os usuários de drogas injetáveis (UDIs) compartilham agulhas e seringas e expõem-se ao contágio de várias doenças. Em razão do risco de transmissão do HIV, muitos UDIs optam por utilizar o crack por considerarem mais seguro, já que assim não compartilham seringas e agulhas. Todavia, muitas usuárias e usuários de crack se prostituem quando em fissura para obter a droga, também se expondo à doenças sexualmente transmissíveis (DST). Essa prática demonstra que o crack não é tão seguro quanto se pensava em comparação às drogas injetáveis. Efeitos sociais O consumo de cocaína, em suas diversas formas, está associado a diversos agravos à saúde, à criminalidade e à violência, trazendo um devastador impacto nas relações sociais e familiares dos usuários. Quando o uso da droga se torna frequente, a pessoa deixa de sentir prazer em outros aspectos da vida se afastando de parentes, de amigos e de suas atividades de vida como o trabalho e o estudo. As relações sociais do usuário se deterioram e, no caso do crack, geralmente passam a se resumir ao consumo coletivo da droga. Isolamento, perda ou afastamento do trabalho, estreitamento do repertório social e problemas familiares como separações conjugais, perda da guarda de seus filhos e deterioração da convivência social são alguns dos problemas sociais observados nesses dependentes. Aprendizado: É prejudicado por fatores como: dificuldade de concentração, problemas com a memória, agressividade, desejo de sair para consumir a droga e sensação de incapacidade física. Trabalho: A baixa produtividade e a dificuldade para estabelecer relacionamentos estáveis, assim como a redução das capacidades cognitivas, dificultam a manutenção do vínculo de trabalho. Relacionamento conjugal e familiar: A dinâmica familiar é muito afetada pelo estado de dependência ou abuso. Sem condição para desempenhar os cuidados básicos de higiene, saúde e proteção em relação a si próprio, o usuário também não consegue desempenhar os cuidados relativos aos papéis parentais e conjugal. Os relacionamentos ficam fragilizados ou a situação de relacionamentos que já eram frágeis se torna mais grave. Os familiares são assombrados por sentimentos de desespero, angústia e medo. Doenças psiquiátricas Quanto maior o consumo da droga mais o indivíduo fica sujeito a comportamentos agressivos, a lesões cerebrais, ao estreitamento do campo de consciência, com alteração da percepção e dos reflexos e a convulsões. Todavia, dependendo da predisposição genética, os indivíduos também podem desenvolver sintomas psiquiátricos,psicóticos e ansiosos como depressão, delírios, alucinações e ataques de pânico. Dependência O uso de cocaína (aspirada ou injetada) pode levar à forte dependência e à tolerância. Em especial, o crack tem um potencial avassalador de tornar o usuário dependente. Com base em pesquisas, acredita-se que no caso do crack a dependência ocorra com um número menor de episódios de consumo, de 3 a 4 vezes. Por outro lado, não há descrição convincente de uma síndrome de abstinência. Ou seja, a pessoa não sentiria dores pelo corpo, cólicas, náuseas e outros sintomas após a interrupção abrupta do uso. Nesse sentido é importante diferenciar a “síndrome de abstinência” da “fissura”. Na primeira, o indivíduo sente efeitos físicos desagradáveis (dores pelo corpo, cólicas, náuseas) ao parar de consumir, na fissura a pessoa sente um desejo incontrolável de usar novamente a droga para sentir seus efeitos agradáveis. Você sabia...? Em meados do século XIX, a cocaína era utilizada como estimulante e revigorante em forma de tônicos e medicamentos. Sua comercialização era livre e chegou a ser amplamente divulgada por personalidades e médicos reconhecidos. Entre 1885 e 1903, a cocaína fez parte da fórmula da bebida que mais tarde se tornaria a Coca-cola, o french wine cola. Até hoje a Coca-cola utiliza folhas de coca, sem ingrediente ativos, em sua fabricação, em razão do sabor dessa planta. Sumário Tabaco (Nicotina) Cocaína Anfetaminas https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/view.php?id=10486&chapterid=4472 https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/view.php?id=10486&chapterid=4474 https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/view.php?id=10486&chapterid=4472 https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/mod/book/view.php?id=10486&chapterid=4474
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