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Bioquímica – Amanda Duarte 1 Fundamentos da bioquímica – Biomoléculas Características dos seres vivos 1- Organização complexa: alto grau de organização. 2- Composição química diferenciada: CHONPS H2O + moléculas orgânicas 3- Homeostase: capacidade de manter organização e o isolamento em relação ao meio externo. 4- Metabolismo: conjunto de todas as reações químicas. - Anabolismo x Catabolismo 5- Reação: mecanismo para sentir e responder ao meio. - Sensibilidade, irritabilidade. 6- Movimento 7- Crescimento ➢ Hipertrofia: volume das células ➢ Hiperplasia: nº de células ➢ Intussuscepção: de dentro para fora 8- Reprodução 9- Adaptação/Evolução gradual Fundamentos celulares Célula → são as unidades estruturais e funcionais de todos os organismos vivos. Membrana plasmática → bicamada lipídica flexível e resistente. ▪ Proteínas de transporte e receptoras de sinais. ▪ Seletivamente permeável a substâncias polares. Citoplasma → conteúdo celular aquoso e partículas e organelas em suspensão. ▪ Citosol: solução aquosa com metabólitos, enzimas e moléculas de RNA. ▪ Citoesqueleto: rede tridimensional interligada. - Confere estrutura e organização ao citoplasma. - Microtúbulos. - Filamentos intermediários - Microfilamentos → actina Núcleo ou nucleoide: abriga o material genético/genoma. → Onde o genoma é armazenado e replicado. ▪ Carioteca: envoltório nuclear. → dupla membrana. (Eucarioto) ▪ Bactérias → procariotos → Citosol, nucleoide e plasmídeos. Tamanho das células ▪ As dimensões celulares são determinadas pela difusão. Limite inferior: determinado pelo número mínimo de cada tipo de biomolécula requerido pela célula. Lei de Spencer: quanto maior a célula, menor sua relação superfície/volume e pior sua nutrição. → as células se dividem para ficarem pequenas com grande relação superfície/volume e boa nutrição. Limite superior: é definido provavelmente pela taxa de difusão das moléculas de soluto nos sistemas aquosos. Domínios Domínios Bacteria e Archaea Aeróbicos Anaeróbicos Eukarya Bioquímica – Amanda Duarte 2 ▪ Aeróbicos: energia pela transferência de elétrons das moléculas de combustível para o oxigênio. ▪ Anaeróbicos: energia pela transferência de elétrons para o nitrato (N2), sulfato (H2S) ou CO2 (CH4). ▪ Facultativo obrigatórios: morrem ao serem expostos ao O2. Fontes de energia ▪ Fototróficos: usam a luz solar. ▪ Quimiotróficos: energia química. ▪ Litotróficos: oxidam combustíveis inorgânicos. ▪ Organotróficos: oxidam muitos compostos orgânicos. ▪ Autotróficos: carbono do CO2 ▪ Heterotróficos: carbono de compostos orgânicos. Citoplasma ▪ Microfilamentos e microtúbulos auxiliam na movimentação das organelas e das células. ▪ Trilhos: as organelas se movem no citoplasma ao longo de filamentos proteicos. ➔ Movimento é impulsionado por proteínas motoras dependentes de energia. Sistema de endomembranas: separa processos metabólicos e provê superfícies onde ocorrem reações enzimáticas. ▪ As proteínas do citoesqueleto se organizam em filamentos que dão forma e rigidez às células. ▪ Exocitose e endocitose. ▪ As interações entre o citoesqueleto e as organelas não são covalentes. → são reversíveis e sujeitas à regulação em resposta a sinais extra e intracelulares. ▪ As células constroem estruturas supramoleculares. Fundamentos químicos ▪ Elementos mais abundantes nos seres vivos: C, H, O, N. ▪ Elementos-traços são menos abundantes, mas são essenciais. Biomoléculas: compostos de C com uma grande variedade de grupos funcionais. faz 4 ligações simples duplas triplas Bioquímica – Amanda Duarte 3 *ligações triplas são raras em biomoléculas. Ligação simples: rotação livre. Ângulo= 109,5° e 0,154mm de comprimento. Ligação dupla: rotação rígida. Carbonos ficam no mesmo plano. 0,134mm de comprimento. ▪ A característica química de um composto é determinada pela química de seu grupo funcional e pela sua disposição no espaço tridimensional. Metabólitos centrais: moléculas orgânicas diferentes nas rotas metabólicas principais que ocorrem em quase todas as células. Metabólitos secundários: biomoléculas pequenas, específicas para certos tipos de células ou organismos. → essenciais nas plantas. Metaboloma: conjunto de pequenas moléculas em uma dada célula. Macromoléculas ▪ Proteínas: polímeros de aminoácidos. ▪ Proteoma: conjunto das proteínas em funcionamento de uma célula. ▪ Ácidos nucleicos: polímeros de nucleotídeos. → DNA e RNA. ▪ Polissacarídeos: polímeros de açucares. ▪ Lipídeos: derivados de hidrocarbonetos insolúveis em H2O. Configuração e conformação Ligações covalentes e os grupos funcionais → determinam o arranjo das moléculas no espaço tridimensional → estereoquímica → essenciais para o funcionamento. Estereoisômeros: isômeros espaciais. ▪ As interações entre biomoléculas são estereoespecíficas. → requer configurações especificas nas interações moleculares. ▪ Os estereoisômeros não podem ser interconvertido sem quebrar temporariamente uma ou mais ligações covalentes. Configuração ▪ Conferida quando há: presença de ligação duplas e de centros quirais. ▪ A configuração molecular pode ser alterada somente mediante a quebra de ligações covalentes. Isômeros geométricos: CIS/TRANS → A diferença entre os dois isômeros está na posição geométrica dos grupos ligados ao carbono da dupla. ➔ Condições para CIS-TRANS: ligação dupla e dois ligantes diferentes entre si. (R1 ≠ R2) ▪ CIS-TRANS: são distintos biologicamente apesar de sua química similar. Podem ser separados um do outro. CIS: menos estável, mais energia. TRANS: mais estável, porque a repulsão eletrostática entre os grupos opostos fica menor, a energia diminui. Isômeros ópticos: presença de carbono quiral. ▪ Isômeros ópticos: 2n (n= nº de carbonos) ▪ Estereoisômeros são idênticos/semelhantes quimicamente, mas diferentes fisicamente. carbono quiral Centro quiral Assimétrico 4 ligantes diferentes Moléculas com as mesmas fórmulas químicas, mas diferentes configurações espaciais. Bioquímica – Amanda Duarte 4 ▪ Enantiômeros: par de estereoisômeros que são imagem especulares um do outro. → se diferem por meio de suas interações com a luz polarizada. ▪ Diastereoisômeros: par que não é a imagem especular um do outro. Mistura racêmica: possui a mesma concentração em mol dos dois enantiômeros (D/L) → atividade rotatória nula. → não há desvio da luz polarizada. Nomenclatura: - Mais de um carbono*: sistema R/S. - Com um carbono *: sistema D/L ou R/S. Conformação ▪ Disposição dos átomos no espaço. → Conceito relacionado à presença de ligações simples. Ligações simples → liberdade de rotação: os grupos ligantes podem assumir diferentes posições no espaço. Escalonada: mais estável Eclipsada: menos estável Interações entre biomoléculas ▪ São estereoespecíficas: a combinação de configuração e conformação é de máxima importância nas interações biológicas. ▪ As moléculas quirais estão presentes em apenas uma das suas formas quirais (normalmente L) → somente um dos estereoisômeros é biologicamente ativo. - Quando produzidas artificialmente, as biomoléculas apresentamtodas as suas formas quirais. Estereoespecificidade: capacidade de distinguir entre estereoisômeros → complementaridade estereoespecífica. Fundamentos físicos ▪ Células realizam trabalho para se manterem vivas e se reproduzirem. ▪ Os organismos vivos existem em um estado estacionário dinâmico e nunca em equilíbrio com o seu meio. → constante fluxo de massa e energia através do sistema. ▪ O estado estacionário dinâmico garante a constância de concentração de moléculas e íons. → sua manutenção requer energia. ▪ Organismos transformam energia e matéria de seu meio. ▪ Organismos vivos são sistemas abertos. 1ª Lei da termodinâmica: Princípio da conversão de energia → em qualquer mudança física ou química, a quantidade total de energia no universo permanece constante, todavia a forma da energia pode mudar. ▪ As células possuem processos conversores de energia com alta eficiência. ▪ O fluxo de elétrons provê energia aos organismos. ▪ Durante a transdução de energia metabólica, o grau de desordem do sistema mais o do meio cresce à medida que a energia potencial das moléculas nutrientes decresce. Entropia (S): aleatoriedade e desordem dos componentes de um sistema. ▪ Na reação química: ➢ Se resultar em aumento do número de moléculas – ou solido se converter em Universo: sistema + meio Sistema: todos os reagentes e produtos Fechado: troca energia, mas não matéria. Isolado: não troca energia e nem matéria. Aberto: troca matéria e energia com o meio. Bioquímica – Amanda Duarte 5 líquido/gás – a desordem molecular aumenta e a entropia aumenta. ➢ Organismos vivos são estruturas organizadas e ricas em informação, logo possuem baixa entropia. ∆S= variação de entropia ∆S+ = aumenta a entropia/desordem. ▪ Transdução de energia = conversões entre formas de energia. Reações de oxi-redução: ➢ Oxidado: perda de elétrons. ➢ Reduzido: ganho de elétrons. Entalpia (H): expressa o número e os tipos de ligações → perda ou ganho de energia. ➢ Endotérmico: quebra de ligações → absorve calor/energia ∆H+ ➢ Exotérmico: formação de ligações → libera calor/energia ∆H- 2ª lei da termodinâmica: a natureza tende a se mover no sentido contrário/oposto → aumento da desordem. → a entropia total do universo está continuamente aumentando. Nesse sentido, para que exista ordem é necessário gasto de energia e realização de trabalho. → não espontâneo. Energia livre total (G) T → temperatura em kelvin Se a temperatura for constante: ∆G = variação da energia livre → quantidade de energia disponível para realizar trabalho. ∆H= variação da entalpia T = temperatura ∆S = variação da entropia ∆G < 0 → energia livre liberada → espontâneo ∆G > 0 → absorve energia → forçado Endergônicas: consomem energia Exergônicas: liberam energia ▪ Nas reações que ocorrem espontaneamente, os produtos possuem menos energia livre do que os reagentes → a energia é liberada e fica disponível para a realização de trabalho. → reações exergônicas. ▪ Em seres vivos, uma parte da energia é dissipada como calor ou perdida como incremento de entropia. ▪ Nas células → a [ATP] é que sua concentração de equilíbrio. ▪ As macromoléculas são menos estáveis e mais ordenadas → ∆G positivo → forçado, contraria a tendência de desordem. Dessa forma, para que as reações de polimerização (endergônicas) ocorram, as células acoplam essas reações a outras que liberam energia (∆G<0), de forma que no fim a soma da variação da energia livre seja negativa (exergônica) → libere energia. ▪ Fonte de energia usual → quebra de ligações fosfoanidrido do ATP e GTP. ▪ As enzimas promovem sequências de reações químicas. → as macromoléculas são cinematicamente estáveis: sem catalisadores suas quebras são lentas. Enzimas: biocatalizadores → velocidade das reações. → diminui a energia de ativação para a reação. - Não são consumidas no processo. ➢ Potencial de ativação: barreira energética que precisa ser superada para que a reação ocorra. ➢ Estado de transição: Ponto mais alto do diagrama de reação. Possui energia livre maior que a dos reagentes ou produtos. ➢ Energia de ativação: diferença entre o reagente no seu estado fundamental e em seu estado de transição (complexo ativado). → Energia necessária para transpor a barreira de potencial. - As enzimas catalisam as reações diminuindo as barreiras de potencial. → Elas se ligam fortemente aos intermediários dos estados de transição. A ligação da enzima ao estado de transição é exergônica → a energia liberada reduz a energia G = H - TS ∆G = ∆H - T∆S Bioquímica – Amanda Duarte 6 de ativação para a reação e aumenta a sua velocidade. ▪ Cada enzima catalisa uma reação específica e cada reação é catalisada por uma enzima diferente. Metabolismo: rede de rotas catalisadas por enzimas. Conjunto de todas as reações químicas. O ATP é o ele de ligação entre os componentes dessa rede. Catabolismo: quebra de moléculas complexas → liberação de energia. Anabolismo: síntese de moléculas complexas → absorção de energia. ▪ O metabolismo é regulado para obter equilíbrio e economia. → produção na quantidade apropriada. → Cada sequência é regulada para suprir o que a célula precisa em um dado momento e para gastar energia apenas quando é necessário. Fundamentos genéticos ▪ A continuidade genética está contida em uma única molécula de DNA. DNA: codifica a mensagem genética. → permite a sua replicação e seu reparo. ▪ A complementaridade entre as duas fitas da molécula de DNA permite que os seres vivos preservem e dupliquem seu material genético. ▪ A duplicação do DNA é semiconservativa. ▪ A sequência linear no DNA codifica proteínas com estrutura tridimensional. Dogma central: DNA → RNAm → proteína Permeado por: replicação, transcrição e tradução. ▪ A informação é codificada na sequência linear de aminoácidos. Essa sequência produz a estrutura tridimensional específica da proteína. Processo que também depende das condições do meio. ▪ A conformação nativa é crucial para a função das proteínas. → estrutura tridimensional. ▪ Macromoléculas com afinidade específica por outras macromoléculas têm a capacidade de se agruparem em complexos funcionais. Fundamentos evolutivos Todos os organismos derivaram de um ancestral evolutivo comum. Mutação genética → seleção natural → sobrevivência do mais apto sob pressão seletiva.
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