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gente criando o futuro
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL 
E DIREITOS 
INDIVIDUAIS
Bruno Fonseca da Silva
Camila Bolfarini Bento
Ana Lucia Guimarães
Natália de Souza Pelinson
Valdir Lamim-Guedes Junior
BRUNO FONSECA DA SILVA,
CAMILA BOLFARINI BENTO, ANA 
LUCIA GUIMARÃES,
NATÁLIA DE SOUZA PELINSON E
VALDIR LAMIM-GUEDES JUNIOR
AUTORIA
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL E DIREITOS 
INDIVIDUAIS
© Ser Educacional 2022
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo 
artigo 184 do Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Bruno Fonseca da Silva
Camila Bolfarini Bento 
Ana Lucia Guimarães
Natália de Souza Pelinson
Valdir Lamim-Guedes Junior
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SILVA, Bruno Fonseca da. / BENTO, Camila Bolfarini. / 
GUIMARÃES, Ana Lucia. / PELINSON, Natália de Souza. / 
JUNIOR, Valdir Lamim-Guedes.
Desenvolvimento Sustentável e Direitos Individuais.
ISBN: 
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
Unidade 1
Introdução .............................................................................................................................. 15
Os problemas ambientais da atualidade ..................................................................... 17
A interdisciplinaridade nas questões ambientais ...................................................... 20
Um convite para repensar o amanhã ........................................................................... 22
Conceitos e definições ........................................................................................................ 23
Histórico dos debates a respeito de ética e responsabilidade social no Brasil e 
no mundo ................................................................................................................................ 33
Movimentos mundiais ......................................................................................................... 35
Marcos históricos da educação ambiental no Brasil ................................................... 39
Base conceitual da educação ambiental ........................................................................ 42
A política nacional brasileira para a educação ambiental ...................................... 45
Educação ambiental formal ........................................................................................... 46 
Educação ambiental não formal ................................................................................... 53
Conceitos e objetivos da educação ambiental .............................................................. 54
Referências bibliográficas ................................................................................................. 58
Unidade 2
Responsabilidade socioambiental ................................................................................... 66
O nascimento do mundo globalizado e a questão socioambiental ......................... 67 
A responsabilidade socioambiental como compromisso da modernidade .......... 69
A responsabilidade socioambiental governamental, cidadã e empresarial ......... 70
Sumário
Sumário
Aspectos legais .................................................................................................................... 73
Leis socioambientais brasileiras .................................................................................. 74
A responsabilidade socioambiental além das exigências legais .......................... 75
Desenvolvimento sustentável ............................................................................................ 77
Ações globais rumo ao desenvolvimento sustentável .............................................. 79
As três dimensões da sustentabilidade ....................................................................... 83
Debates mundiais ................................................................................................................. 84
Agenda 21 ......................................................................................................................... 85
Agenda 2030 ..................................................................................................................... 86
Contexto atual ....................................................................................................................... 88
Ecoeficiência .................................................................................................................... 89
Os 7 R’s da sustentabilidade .......................................................................................... 90
Responsabilidade socioambiental como estratégia de gestão .................................. 90
Paradigma econômico, social e ambiental ................................................................. 92
Empresa sustentável ....................................................................................................... 93
Modelos de gestão ambiental ....................................................................................... 95
Indicadores, certificações, tecnologias e instrumentos de gestão ........................... 96
Fontes de orientação estratégica ................................................................................. 97
A Norma ISO 26000 .......................................................................................................... 98
Indicadores e índices de sustentabilidade ............................................................... 102
Tecnologias resultantes da gestão ambiental .......................................................... 104
Marketing ambiental ......................................................................................................... 105
Tendências mundiais sobre o perfil do consumidor ................................................ 106
Iniciativas de marketing ambiental ............................................................................ 107
Sumário
Cooperação, articulações intersetoriais e promoção do desenvolvimento ............... 108
O sistema cooperativista e a responsabilidade socioambiental ........................... 109
Promoção do desenvolvimento: o papel da educação ambiental ........................ 112
Referências bibliográficas ............................................................................................... 118
Unidade 3
A Ética nas Relações Humanas .......................................................................................126
Raízes históricas da população brasileira ................................................................ 126
Diversidade Cultural, Étnica, Religiosa e de Gênero ............................................... 128
Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica .............................................................. 136
A Intolerância, o Racismo e a Xenofobia ...................................................................... 139
O Ensino da Ética nas Instituições .................................................................................. 143
Educação das Relações Étnico-Raciais ........................................................................ 145
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana ......................................... 147
Referências bibliográficas ............................................................................................... 149
Unidade 4
Direitos humanos................................................................................................................ 152
Raízes históricas da população brasileira ................................................................ 152
Conceituação e princípios dos direitos humanos .................................................... 154
Universalismo e multiculturalismo ............................................................................. 156
Ação comunitária e participação democrática ....................................................... 157
Ética, direitos humanos e violência ............................................................................ 160
Sumário
Cenário atual e tendências da ética e da cidadania ............................................... 161
Ética e política ........................................................................................................ 163
Ética na saúde ........................................................................................................ 164
Ética nas redes sociais ..................................................................................................... 164
Educação, ética e cidadania hoje ................................................................................... 167
Fundamentação e inversão ideológica dos direitos humanos .............................. 171
Direito internacional dos direitos humanos e seus sistemas de proteção global e 
regional .......................................................................................................................... 171
Referências bibliográficas ............................................................................................... 173
Dedico este livro a todos que buscam compreender e se preocupam com as 
causas ambientais – e principalmente aos cientistas da sociedade civil, que 
defendem e procuram solucionar problemas sobre a temática.
O professor Bruno Fonseca da Silva é 
graduado em Geografia (Licenciatura) 
e Mestre em Desenvolvimento e Meio 
Ambiente pela Universidade Federal de 
Pernambuco, atuando desde 2013 em 
estudos relacionados às ciências am-
bientais. Suas pesquisas concentram-
se no monitoramento ambiental, por 
meio da análise de elementos químicos, 
radioisótopos e compostos orgânicos 
para avaliação da qualidade do ar – utili-
zando organismos vivos (líquens) – e do 
solo. Tem publicações, participações em 
eventos científicos e ministração de cur-
sos e palestras. 
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3215963517080495
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 9
O autor
Dedico este trabalho aos meus professores, por todos que acrescentaram 
conhecimento teórico e prático desde a minha formação de base até a pós-
graduação. Agradeço por serem profissionais tão dedicados nessa árdua e 
nobre tarefa de formar pessoas intelectual e socialmente.
A professora Camila Bolfarini Bento 
é Doutora e Mestre em Biotecnologia e 
Monitoramento Ambiental pela Univer-
sidade Federal de São Carlos (2020), li-
cenciada em Biologia (2020) e Bacharel 
em Engenharia Agronômica pela Uni-
versidade Estadual Paulista (2012).
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3230386423166043
A autora
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 10
Olá, meu nome é Ana Lucia. Sou Dou-
tora em Ciências Humanas e possuo 
mais de vinte anos de atuação como 
professora na Educação Superior. Além 
disso, tenho doze anos de militância 
como dirigente sindical da causa dos 
professores, o que me agrega conhe-
cimentos e experiências para locali-
zar-me como autora nesta disciplina. 
Portanto, atuar e defender a causa da 
educação, laica, democrática e de qua-
lidade é mais que um princípio em mi-
nha formação e trajetória profissional, 
é um compromisso de ofício.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/5544834203408615
A autora
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 11
Dedico este material à Wangari Maathai (1940–2011), uma ativista ambiental 
e política do Quênia, que estudou biologia nos Estados Unidos e voltou ao 
seu país para seguir uma carreira pautada nas questões socioambientais. 
Em 2004, Maathai recebeu o Prêmio Nobel da Paz pela luta por direitos das 
mulheres e do meio ambiente.
A professora Natália de Souza Pelin-
son é Mestra (2013) e Doutora (2018) em 
Ciências pela Escola de Engenharia de 
São Carlos da Universidade de São Pau-
lo (EESC-USP). Formada (2010) em En-
genharia Ambiental pela Universidade 
Federal de Viçosa - Minas Gerais (UFV), 
tem experiência com educação ambien-
tal em projetos de extensão universitá-
ria e saneamento rural.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/7546156506679687
A autora
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 12
O professor Valdir Lamim-Guedes é 
doutor em Educação pela Universidade 
de São Paulo (USP, 2019), mestre em Eco-
logia de Biomas Tropicais pela Universi-
dade Federal de Ouro Preto (UFOP, 2011) 
e graduado em Ciências Biológicas pela 
também Universidade Federal de Ouro 
Preto (UFOP, 2008). É especialista em 
Eduação Ambiental (EESC-USP, 2015), De-
sign Instrucional para EaD (UNIFEI, 2014) 
e Jornalismo Científico (UNICAMP, 2015).
 
Currículo Lattes: 
http://lattes.cnpq.br/3473994189361010
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 13
O autor
1
UNIDADE
Introdução
Atualmente, a humanidade apresenta forte 
preocupação com as questões ambientais. No 
sentido restrito, utilizamos o termo “ambien-
te” para nos referirmos aos aspectos da natureza, 
como a água, as plantas, os “animais”; mas conside-
ramos a “sociedade” como algo à parte, como se não 
houvesse um elo entre ambos. Qual motivo, porém, para 
inserimos aspas nos respectivos termos?
Porque somos educados, ou doutrinados, a restringi-los em seus sig-
nificados. Quando abordamos a palavra “animais”, em certo ponto, infe-
riorizamos as demais espécies por sermos seres pensantes – mas, nisso, 
fracassamos. Nós nos consideramos inteligentes; porém, não sabemos 
respeitar o meio em que vivemos. Somos definidos como sociais; todavia, 
negligenciamos o respeito à opinião, a escolha, ao status social do outro. 
Nessa direção, chegamos ao limite: da abundância de recursos naturais, 
mas também do preconceito, iniciando uma corrida contra o tempo para 
equilibrar a balança, e alcançarmos a harmonia.
Podemos afirmar que a humanidade formou subgrupos. Diferentemen-
te de outras espécies, na nossa, um subgrupo procura sobressair-se ao 
outro, fazendo com que se estruture uma pirâmide social (Figura 1), o que, 
em determinados momentos, acarreta discriminação.
No entanto, por qual motivo falamos de ser humano e sociedade, se 
a temática é ambiente? Essa pergunta poderá ser respondida com outra: 
afinal, somos também ambiente? Se a resposta for positiva, o 
que nos levaria a pensar que questões sociais não são dis-
cutidas na temática ambiental? O primeiro exer-
cício necessário é a reflexão de que não existe 
diferença entre sociedade e ambiente: ser hu-
mano e o seu meioconstituem algo mútuo 
e unitário. A compreensão é aparentemente 
simples, mas torna-se complexa ao tentarmos 
colocá-la em prática.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 15
Classe A
Renda mensal 
acima R$ 14.695 3,6% 
das famílias
37,4% 
da renda nacional
26,5% 
da renda nacional
22,6% 
da renda nacional
13,6% 
da renda 
nacional
15% 
das famílias
27,9% 
das famílias
53,5% 
das famílias
Renda mensal 
R$ 4.720 a R$ 14.695 
Renda mensal 
R$ 1.957 A R$ 4.720 
Renda mensal 
até R$ 1.957 
Classe B
Classe C
Classe D/E
Figura 1. Modelo de pirâmide social brasileira, classificada pela renda. Fonte: IBGE (2015) apud Mussi, 2017, p. 20. 
Uma reflexão importante é sobre o que nos leva atualmente a abordar 
esse discurso socioambiental com afinco. Talvez seja a busca pela sensi-
bilização social, não se restringindo à conscientização. Sensibilizar a po-
pulação às questões socioambientais procura estimular seu engajamento 
e trabalho efetivo, com a finalidade de um ambiente de melhor convívio. 
Deve-se, por sinal, compreender que a palavra trabalho não está restri-
ta às relações de emprego, mas a toda e qualquer atividade socioambien-
tal realizada. Para melhor compreensão, pode-se afirmar que a produção 
do conhecimento e o desligamento histórico entre sociedade e ambiente 
são formas de trabalho. Dessa forma, o trabalho é o produto dos fenôme-
nos e da relação entre sociedade e natureza, que procura atingir alguma 
meta ou objetivo. Essa finalidade é denominada teleologia.
CONTEXTUALIZANDO
A concepção de trabalho foi estudada pelo cientista Sergio Lessa para 
elaboração da sua tese de doutorado, que resultou no livro Mundo dos 
homens: trabalho e ser social. O enredo da obra baseia-se na concepção 
de trabalho como processo de complexidade do ser social e no trabalho 
abstrato (força produtiva). A abordagem da obra é de cunho filosófico e 
sociológico, e convida-nos a conhecer e ampliar a visão sobre o tema 
(LESSA, 2012).
Nesse enredo filosófico, podemos pensar na relação de trabalho que temos 
com o nosso meio e em ambas as questões, físicas e sociais que o envolvem. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 16
Compreender esse relacionamento socioambiental exige conhecimento de di-
versas áreas – humanidades, sociais aplicadas, exatas e saúde. Cada qual traz 
uma forma de construção de conhecimento – nem sempre convergente –, e 
essa contradição, ou contraposição de ideias tem a capacidade de formar no-
vos conhecimentos. É o que se denomina dialética.
Esse debate de ideias é importante para a formação de conhecimento, pois 
o ambiente se constitui na interdisciplinaridade. Dessa maneira, a implementa-
ção do método cartesiano como forma de compreender melhor os fenômenos 
que nos rodeiam acarretou alguns problemas: com o formato de fragmentação 
do conhecimento, precisamos, agora, unir as diversas ciências, algo de suma 
importância para compreendermos o ambientalismo.
CITANDO
Leandro Konder tratou da dialética em sua obra O que é a dialética, publi-
cada pela primeira vez em 1981. O livro, que faz uma abordagem estrutural 
histórica, filosófica e sociológica sobre o tema, traz a seguinte definição 
de dialética pelo autor: “O modo de pensarmos as contradições da rea-
lidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente 
contraditória e em permanente transformação” (KONDER, 2008, p. 8). 
Os problemas ambientais da atualidade
A crescente demanda por uma soberania econômica dos países implica sé-
rios problemas ambientais. Para movimentar a “máquina” financeira e se tor-
narem concorrentes, as grandes empresas buscaram o lucro e se ausentaram 
das questões do ser humano e seu meio. É complexo afirmar que os governos 
são responsáveis pelo desenvolvimento regional, pois, durante o processo his-
tórico, em especial após a Segunda Guerra Mundial, as grandes corporações, as 
multinacionais, iniciaram uma espécie de regência econômica global. Em geral, 
torna-se perceptível a necessidade das indústrias e do setor de serviços para a 
manutenção de empregos, geração de rendas e afins.
Uma indústria multinacional, ao se instalar, por exemplo, em determinada 
cidade, ocasiona o surgimento de outras pequenas empresas que lhe darão su-
porte produtivo (peças, tecidos ou qualquer tipo de matéria-prima). Também 
ocorrerá a ampliação do comércio e outros meios de serviços, devido à chegada 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 17
de novos moradores ou visitantes, ampliando a abertura de hotéis, restauran-
tes, entre outros. Além disso, os gestores regionais procuram melhorar os ser-
viços básicos, principalmente aqueles relacionados ao transporte, o que facilita 
a locomoção. Isso demonstra a formação de uma cadeia que, com o passar dos 
anos, gera maior engajamento.
Aparentemente, todo esse processo parece positivo; contudo, há, também, 
um lado obscuro. A falta de preocupação com o meio físico ocasionou a devasta-
ção de florestas, ameaçando a sobrevivência de espécies. Essa remoção de co-
bertura vegetal também ocasionou a degradação dos solos, bem essencial à ma-
nutenção da vida, assim como dos recursos hídricos, que foram poluídos – em 
ambos os casos, com consequências consideradas irreversíveis. A exploração de 
bens minerais tornou-se altamente crescente, mas a manutenção dos recursos 
não pôde acompanhar a demanda.
Além disso, o fenômeno da urbanização ocasionou aumento demasiado na 
geração de resíduos sólidos e efluentes, bem como a constante emissão de parti-
culados atmosféricos (orgânicos e inorgânicos), por meio dos gases emitidos por 
indústrias, transportes e pela realização de queimadas (Figura 2).
Figura 2. Ilustração dos problemas ambientais da atualidade. Fonte: SOUZA, 2014.
AR
TERRA FOGO
ÁGUA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 18
Não somente as questões relacionadas ao meio físico, porém, registraram 
impactos. A necessidade de mão de obra acarretou a busca por pessoas de 
outras regiões que aceitassem empregos exploratórios, sujeitando-se a uma 
elevada carga de trabalho e a baixos salários. Os resultados desse processo fo-
ram xenofobia e inferiorização do trabalho feminino, e o preconceito contra 
raça e gênero tornou-se crescente. O status social e profissional paira sobre 
o ambiente, dando margem à inferiorização. Mesmo assim, os subgrupos, co-
mentados anteriormente, foram incorporados socialmente e ganharam força, 
mas sabemos que esses problemas ainda se encontram presentes, embora as 
legislações e os movimentos para mudanças se encontrem ativos e tenham 
obtido resultados positivos. Todavia, muito ainda precisa ser feito.
CURIOSIDADE
A história de Marie Curie é inspiradora. Nascida em 1867, na Polônia, 
desafiou todos os preconceitos existentes quanto à inferiorização social 
da mulher. Realizou um trabalho crucial sobre a radioatividade, sendo a 
primeira mulher, e a única pessoa no mundo, a ganhar o Prêmio Nobel 
duas vezes em categorias científicas distintas, química e física. Lutou 
contra toda forma de discriminação e preconceito, e seu legado científico 
é reconhecido e aplicado até os dias atuais, principalmente nas áreas de 
física, química e na medicina.
É importante perceber que as atividades relacionadas à economia estarão 
sempre interligadas aos problemas socioambientais. A empregabilidade e a ne-
cessidade de circulação financeira elevam as relações no interior da sociedade 
e o meio físico.
A educação é uma ferramenta “libertadora” para a erradicação dos pro-
blemas apresentados; entretanto, as falhas nesse processo são enormes. O 
esquecimento de que educar é a principal ferramenta para a formação de ci-
dadãos é uma das principais delas. A realização de mudanças deve ser iniciada 
a qualquer momento, por mais simples que seja a atitude; porém, a educação 
será crucial e terá impactos na construção de um novo futuro.
As questões relatadas implicam sérias consequências para um bom desen-
volvimentosocioambiental. A saúde humana é a principal impactada e motivo 
de estudos em diversos países. Um dos temas trabalhados em países desen-
volvidos é a influência das questões socioambientais na população, pois é per-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 19
ceptível o crescimento do número de mortes por câncer devido à poluição, da 
procura por psicólogos e psiquiatras devido a problemas de relacionamento 
etc. – e isso influencia a qualidade de vida e bem-estar do ser humano. As me-
lhorias surgirão primeiramente da sensibilização, e posteriormente no traba-
lho para modificação – formas de ação denominadas práxis.
DICA
A práxis é o processo da junção entre teoria e prática. A explanação des-
se conceito foi realizada no trabalho realizado por Pereira e colaboradores 
(2016), chamado: “O conceito de práxis e a formação docente como ciên-
cia da educação”. Mesmo com uma abordagem mais voltada à pedagogia, 
os autores procuram apresentar os princípios fundamentais do conceito.
A interdisciplinaridade nas questões ambientais
Os meios de comunicação facilitaram nossa percepção sobre o sistema cau-
sa-efeito dos problemas ambientais. Todavia, é importante relembrá-los para 
fixá-los em nosso cotidiano. Podemos classificá-los em:
1. Discriminação por questões de classe, gênero, raça e etnia;
2. Exploração irregular de recursos naturais;
3. Abuso de autoritarismo por status social, empregatício ou acadêmico;
4. Despejo de rejeitos em locais e formas indevidas;
5. Desmatamento e caça predatória;
6. Exploração de mão de obra;
7. Emissão constantes de poluentes atmosféricos;
8. Ausência de aprendizado sobre deveres sociais éticos.
As causas dessas questões acarretam uma conjuntura de reuniões, debates 
e movimentos sociais, para o despertar da sensibilização. A academia, como 
principal membro estrutural de discussão dos problemas socioambientais, tem 
o compromisso de trabalhar esses temas e propor soluções. Entretanto, uma 
única ciência não é capaz de ter a totalidade de conhecimentos necessários para 
essa finalidade.
Um sociólogo, por exemplo, não tem competência, em sua formação, para 
implementar tecnologias industriais de recuperação de áreas degradadas – mas 
tem o conhecimento necessário para compreender as causas humanas que le-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 20
varam à degradação do local. Um administrador não tem, em seu perfil profis-
sional, qualificação para análises químicas de despejo de efluentes em rios – mas 
pode trabalhar em conjunto com um especialista na área ambiental para propor 
uma gestão sustentável de resíduos. Esses exemplos demonstram a importân-
cia do trabalho conjunto das diferentes áreas.
No decorrer do processo de construção do conhecimento, podemos subdivi-
dir esse trabalho conjunto em três aspectos:
1. Multidisciplinar: cada área contribui com seu conhecimento, sem modifi-
cações; há uma espécie de ponto de vista;
2. Interdisciplinar: as áreas do conhecimento adentram-se umas nas outras 
e formam uma interligação de conhecimentos;
3. Transdisciplinar: não existem áreas de conhecimento. Tudo é contínuo, 
sem ocasionar espécie alguma de divisão ou interrupção.
Este último aspecto é considerado, por diversos cientistas, uma utopia, de-
vido à complexidade de um único ser lidar com todo tipo de área existente. 
No caráter multidisciplinar, a falta da construção de novos pensamentos não 
apresentará eficácia quando em comparação com a interdisciplinaridade. Já a 
interdisciplinaridade recebe contribuições em diferentes áreas, e ocorre um 
engajamento, com a construção de novas formas de pensamentos aplicadas 
em diferentes contextos. Nesse caminho, o discurso socioambiental apresenta 
sua formação.
Atualmente, praticamente todos os cursos de formação profissional e tecno-
lógica (técnico, graduação ou pós-graduação) trazem alguma disciplina, ou as-
suntos dentro de sua ementa, que abordam a temática ambiental. Nesse sentido, 
os projetos ambientalistas, por abarcarem diferentes áreas do conhecimento, 
demonstram robustez de elaboração e execução, uma vez que sua construção 
exige diferentes pontos de vistas, que são interligados e contextualizados.
No Brasil, os cursos de pós-graduações stricto sensu (mestrado 
e doutorado) inseridos na área de ciências ambientais da CAPES 
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior) apresentam a interdisciplinaridade de áreas 
como obrigatoriedade no processo de construção de 
suas dissertações e teses. Caso o trabalho não tenha 
esse escopo, poderá ser penalizado com reprovação. As 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 21
questões sociais, inclusive, devem ser contempladas na problemática da pesqui-
sa, pois, em sua maioria, os programas têm o objetivo de formar recursos huma-
nos capazes de compreender e solucionar problemas relacionados ao ambiente.
Um convite para repensar o amanhã
Nossas formas de agir, sejam elas positivas ou negativas, implicarão no 
futuro. Como forma de refletir sobre a exposição anteriormente realizada, 
percebe-se que o ambiental é algo mais abrangente do que os elementos 
físicos. Compreender a natureza e suas interligações é um processo comple-
xo; contudo, em um primeiro momento, talvez seja primordial respeitarmos 
os elementos que nos rodeiam. Somos todos os dias convidados a refazer 
um novo amanhã, e repensá-lo significa transformar nossas atitudes e pro-
por ações de melhoria. 
Procuremos deixar o pensamento focado no dinheiro, as atitudes de so-
berba, a ganância para passarmos a conviver em harmonia. A teoria ética 
que aprendemos no período escolar é sempre necessária de ser colocada 
em prática, sensibilizando-nos com o meio em que estamos e que vivencia-
mos. Diferentemente das demais espécies, somos seres pensantes – e, ao 
realizarmos escolhas e ponderarmos nossas atitudes, conhecemos as con-
sequências das nossas ações. Portanto, ao prejudicarmos o meio em que vi-
vemos, temos conhecimento dos impactos que causaremos a nós mesmos.
As gerações futuras agradecerão as transformações positivas que nos 
propusermos fazer hoje, e deverão dar continuidade a elas, pois este é um 
trabalho constante, ininterrupto e inacabável: a manutenção do nosso meio 
é fundamental para melhorar exponencialmente a qualidade de vida e, con-
sequentemente, nossa felicidade.
Numa sociedade harmonizada, todos têm bons lucros em 
ambos os aspectos, financeiro e moral – pois pas-
samos a refletir sobre o coletivo, e não somente 
sobre as questões individuais. Procuremos, por-
tanto, sempre fazer esse exercício de pensar no 
próximo, sobre as coisas que nos rodeiam e so-
bre o amanhã.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 22
Conceitos e definições 
Antes de iniciarmos este tópico, é importante pensarmos que o conhecimento 
é construtivo. A academia exige constantes reflexões sobre suas teorias, pois é 
dela a responsabilidade de formar novos conhecimentos. Como acadêmicos, de-
vemos lembrar que o conhecimento deve ser por nós construído, e não simples-
mente recebido e reproduzido. Algumas pessoas se perguntam por qual motivo 
existe a necessidade de constantes e diferentes formas de leituras – livros, notas, 
artigos, comunicações curtas –, e essas questões dúbias são erradicadas quando 
entendemos o verdadeiro sentido de sermos acadêmicos.
Neste tópico, serão tratados alguns conceitos e definições utilizados frequen-
temente na temática socioambiental. Todavia, é importante lembrar que eles são 
passíveis de mudanças, uma vez que a academia é dinâmica e se encontra em 
constantes transformações. As práxis implementadas são responsáveis pelo sur-
gimento de novas formas de visão, já que a prática é crucial na efetivação do pen-
samento teórico.
Socioambiental/ambiental
Como abordado, compreende-se como socioambientais (ou ambientais) 
as relações existenciais entre sociedade e natureza. É algo inseparável, que tem 
como produto o trabalho.Não há, nessa relação, superioridade ou inferioridade entre as partes, mas um 
equilíbrio. Torna-se importante a fixação dessa “balança equilibrada”, pois duran-
te séculos existiu uma discussão acerca de uma superioridade entre as partes: 
ora, a sociedade é responsável pela regência do seu meio; ora, a gerência ocorre 
no sentido inverso. Essa discussão de questões de meio físico e social foi funda-
mental para o surgimento de determinadas ciências, como a Geografia.
A ideia de que o meio físico era superior ao homem fez com que surgisse 
o conceito de espaço vital, de que o homem necessitava explorar 
os recursos para que ocorresse um equilíbrio. Essa forma de pen-
samento, denominada determinista, foi elaborada por 
Friedrich Ratzel e largamente incorporada nas ideolo-
gias de Hitler para o nazismo, sendo esse um dos pri-
meiros relatos escritos sobre a implementação das 
questões sociais sobre o ambiente.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 23
Meio ambiente
Termo usualmente empregado nos estudos voltados às ciências ambientais. 
Entretanto, há cientistas que iniciaram uma espécie de desuso, pois, ao inserirmos 
a palavra “meio”, estaríamos abordando a metade de algo, e, devido à interligação 
existente, não se deve realizar essa inferência.
Por muitos anos, as questões ambientais foram abordadas nos seus aspectos 
físicos. Contudo, o papel social tem apresentado uma inserção gradativa e abran-
gente na discussão. Por termos sido acostumados (ou até mesmo doutrinados) 
a dividirmos o conhecimento para melhor compreensão, esse termo pode ser 
usualmente empregado para o estudo das questões físicas ambientais.
Áreas degradadas 
Umas das maiores problemáticas 
ambientais existentes atualmente é a 
degradação ambiental. O termo é em-
pregado principalmente para estudos 
de solos e ecossistemas.
As atividades humanas, principal-
mente de industrialização, agricultura, 
pecuária, e mineração, destacam-se no 
desmatamento e improdutividade do 
solo, por meio do lançamento de rejei-
tos, como elementos químicos tóxicos. 
Ao dizermos que uma área é degrada-
da, ocorre uma referência àquelas que se encontram altamente poluídas e reque-
rem regeneração, a partir de tecnologias sustentáveis para melhoramento de so-
los, afluentes e reflorestamento.
No meio acadêmico, pesquisas voltadas à recuperação dessas áreas são cons-
tantes. O avanço nas ciências dos materiais possibilitou a aplicação de nanopartí-
culas, hidrogéis e estruturas poliméricas que auxiliam, com sucesso, a recupera-
ção de solos e rios.
Atualmente, empresas propõem o financiamento de pesquisas ou compra de 
patentes para solucionar tais problemas, o que implica na inserção de uma série 
de profissionais, como engenheiros, físicos, químicos, administradores, biólogos 
e afins.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 24
Desertificação
A desertificação adentra os temas globais em discussão na Organizações das 
Nações Unidas (ONU). A utilização de recursos naturais de forma inapropriada, 
somada às mudanças climáticas e aspectos físicos naturais, ocasiona uma degra-
dação de tal forma que torna impossível a regeneração dos locais explorados, fa-
zendo surgir áreas áridas e semiáridas. 
Esse debate foi iniciado devido a problemas existentes no continente africano, 
alvo de grandes preocupações. Por envolver aspectos de auxílio financeiro, países 
como os Estados Unidos entraram na “corrida”, com o intuito de adquirir lucros, 
contestando a existência de áreas em processo de desertificação em seu terri-
tório. No entanto, atualmente existe um mapeamento e acompanhamento dos 
países com tendências ao processo de desertificação, que podem ser encontrados 
nas Américas, África e Europa.
No Brasil, as áreas susceptíveis à desertificação são encontradas na Região 
Nordeste. Um dos núcleos de estudos é o município de Cabrobó, Pernambuco, 
que se encontra em processo avançado (Figura 3). A utilização das técnicas de agri-
cultura por inundação, associada à topografia do terreno e alta evapotranspiração 
devido às condições climáticas, ocasionou a formação de extensas camadas de 
sais no solo, tornando-o improdutivo e causando abandono das áreas. As pesqui-
sas estão concentradas nos aspectos de impactos socioambientais, bem como na 
tentativa de mitigar o problema. 
Figura 3. Solo salinizado no município de Cabrobó, Pernambuco, um dos núcleos de desertificação brasileiro. Fonte: MAIA, 2015. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 25
As problemáticas não se restringem aos aspectos físicos, pois os fatores 
sociais são duramente afetados. Ao tornar o solo improdutivo, ocorre um im-
pacto direto na produção de alimentos, bem como o abandono dos locais pelos 
moradores. Nesse processo, há uma queda na arrecadação econômica. Sendo 
a região responsável por produzir alimentos para outros municípios, estados e 
afins, o processo ocasionará desabastecimento e prejudicará milhares de famí-
lias. Fatores como esses ressaltam a preocupação das entidades governamen-
tais sobre o tema.
Efluentes
Umas das temáticas mais trabalhadas pelas empresas no setor ambiental 
são os efluentes. A água é um bem precioso, utilizado corriqueiramente em 
nossas atividades do cotidiano. O processo de “chegada, recebimento” da água 
é denominado afluente; e a “saída”, denominada efluente.
Devido à mistura com outros compostos, orgânicos e inorgânicos, como 
gorduras, pesticidas, metais e afins, os efluentes tornaram-se uma temática de 
grande discussão, pois o destino, em sua maioria, são os rios. Ao serem lança-
dos em aquíferos, um dos principais problemas é a carga microbiana existente 
no material, que ocasiona sequestro de oxigênio e impede o desenvolvimento 
e manutenção da vida aquática. 
Os metais são outro exemplo de grandes preocupações, devido à capaci-
dade de se acumular nos organismos. Os acúmulos podem acontecer em seres 
humanos, por meio da ingestão, acarretando sérios problemas de saúde.
ASSISTA
A série Aruanas, produzida pela Rede Globo, demonstra com cla-
reza os problemas causados pelo não tratamento de efluentes. O 
enredo concentra-se nos impactos socioambientais causados pela 
mineração na região amazônica. O despejo irregular dos efluentes, 
com altas concentrações de metais como chumbo e mercúrio, 
ocasiona problemas de saúde nos moradores da região devido à 
ingestão por meio do consumo de peixes. Em algumas cenas, é 
demonstrada a morte gradativa dessas pessoas.
Atualmente, há empreendimentos com estações de tratamento e moni-
toramento constante, por meio de análises químicas que atendem às legisla-
ções ambientais.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 26
Pesquisas nessa temática registram grandes avanços, principalmente 
pela aplicação de carvões ativados como adsorventes. Outros buscam a 
utilização de organismos vivos, como plantas aquáticas, para realização de 
tratamentos. O propósito, porém, vai além do tratamento, e busca a reutili-
zação para fins de serviços gerais ou alguma etapa de processo produtivo. 
No Brasil, a importância do tema reflete-se na construção de linhas de pes-
quisas em cursos de mestrado e doutorado, que se propõem a estudar o 
problema e buscar soluções.
Bioenergia
As preocupações do petróleo e carvão mineral como bens finitos acarreta-
ram mudanças energéticas globais. A busca por fontes alternativas de energia 
tornou-se crescente, a fim de evitar um colapso energético futuro.
Não somente a falta, mas também a intenção dos países em melhorar suas 
condições ambientais proporcionaram o avanço de pesquisas e implementa-
ção de fontes limpas e renováveis.
A bioenergia é compreendida como aquela que acarreta menores níveis de 
impactos ambientais, composta por fontes sustentáveis. Matérias-primas como 
biomassa, sol, vento, são consideradas formas de energia limpa (Figura 4).
Solar
Geotérmica Biomassa Mini-hídricas
Eólica Ondas
Figura 4. Principais fontes deenergia limpa. Fonte: CreaJR-PR, 2010.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 27
É de suma importância saber que qualquer forma de energia trará algum 
nível de impacto: o que se diferencia é o grau implicado.
Petróleo e carvão mineral, além de considerados bens finitos, emitem par-
ticulados e compostos orgânicos quando em combustão, como os hidrocar-
bonetos polissacarídeos aromáticos, altamente prejudiciais à saúde. Estudos 
apontam positividade em sua substituição por outras fontes, mais sustentáveis, 
com tendência mundialmente crescente; porém, são necessárias uma constante 
atenção e acompanhamento.
A utilização de biomassa pode ocasionar uma competição entre produção 
de energia e alimentos. Entre as matérias-primas utilizadas, os óleos derivados 
da soja e do milho são os principais, mas são eles também fontes nutricionais 
importantes. 
Pesquisas que procuram avaliar os impactos ambientais da energia solar e 
eólica apontaram dois sérios problemas: elevação da morte de animais, princi-
palmente de aves, e erosão. A devastação de áreas para implementação desses 
modais energéticos também é outra problemática. Compreender tais problemas 
é importante para entendermos que, mesmo em se tratando de uma energia 
sustentável, há alguma forma de impacto.
Economia verde
Devido às preocupações com as questões ambientais, as empresas iniciaram 
um processo de mudança e implementaram tecnologias em seu processo de 
trabalho para proporcionar menos impactos ao ambiente.
Seu propósito sustenta-se em menores emissões de poluentes, bem como 
na criação de produtos biodegradáveis. Esse novo formato produtivo é deno-
minado de economia verde e tem demonstrado adesão crescente por parte 
de empreendimentos do setor público e privado. Essa adesão não se encontra 
restrita à diminuição de impactos ambientais, mas também abrange mais lucra-
tividade, com diminuição de custos.
Essa nova visão econômica encontra-se presente em grandes de-
bates e participa da agenda da ONU. Os empreendimentos 
estão gradativamente reestruturando suas linhas produti-
vas e investindo em tecnologias sustentáveis. Já os setores 
públicos têm uma tendência em incentivar essa transição, 
principalmente para atingir as metas propostas em acordos 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 28
de cooperação sobre diminuições da poluição ambiental. São mudanças que de-
vem atingir de forma positiva a sociedade, possibilitando e garantindo seu bem
-estar, sem ocorrência de danos.
Padrões de consumo
Vivemos numa sociedade em que somos “forçados” ao constante consumo, 
e essa atividade é de suma importância para manutenção econômica. Por quais-
quer produtos utilizados necessitar, em seu processo, de alguma matéria-prima 
originada do ambiente, preocupações ambientalistas foram iniciadas.
O consumismo demasiado poderá ocasionar, em breve, a escassez de recur-
sos naturais. Daí, o debate visando à mudança. Ao se mencionar sobre padrões 
de consumo, estamos nos referindo à forma como a sociedade adquire e descar-
ta seus bens – roupas, eletrodomésticos, calçados e afins.
O desafio atual encontra-se na sensibilização social para o consumo cons-
ciente, uma atividade de alto grau de dificuldade. Em um meio em que se apren-
deu que o comprar pode ser uma ferramenta de felicidade, ocasionar uma mu-
dança nessa forma de pensar é complexo.
Contudo, não ocorre a existência de uma alternativa sem ser por meio de mu-
dança de atitudes – e a realidade atual é a falta de recursos naturais no futuro, já 
que a demanda é superior se comparada à oferta. Como consequência, poderá 
ocorrer uma queda no bem-estar da população, assim como a falta de atendi-
mento para questões básicas e essenciais de manutenção diária.
Mudanças climáticas
Para compreensão desse tema, 
uma primeira definição precisa ser es-
clarecida, que é a diferença entre clima 
e tempo. O tempo é algo mutável – um 
dia poderá ser de sol, e o outro é de 
chuva. Já o clima é uma observação das 
modificações do tempo numa faixa mí-
nima de 30 anos.
Quando falamos de mudanças climáticas, a referência é uma grande mo-
dificação no clima em escala regional ou global. Essa mudança pode apresentar 
sérios riscos à qualidade de vida da população. Áreas de climas frios, por exem-
plo, podem apresentar constante aquecimento.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 29
As constantes emissões de poluentes são as principais causadoras da proble-
mática, uma vez que podem provocar reações com o ozônio atmosférico e oca-
sionar aumento na destruição de filtragem dos raios ultravioletas. Esse processo 
é denominado aquecimento global.
Ocorrem grandes discussões na comunidade acadêmica sobre essa temáti-
ca. Alguns estudiosos afirmam que a Terra se encontra em um processo de aque-
cimento natural, com tendências futuras de ocorrer um resfriamento, já que, no 
contexto histórico de formação do planeta, existem evidências de processos de 
glaciação e deglaciação. 
Entretanto, a maior quantidade de pesquisas aponta que os impactos ocasio-
nados ao ambiente, principalmente pela emissão de gases tóxicos no ar, são os 
principais responsáveis por esse processo atualmente.
Desenvolvimento sustentável
Entende-se por desenvolvimento sustentável o emprego de tecnologias 
que ocasionem menores níveis de agressão ao ambiente, como a diminuição da 
emissão de poluentes na atmosfera. A terminologia tecnologias limpas tam-
bém é usualmente empregada nessa temática.
A substituição dos combustíveis fósseis (petróleo) por energia de biomassa é 
considerada uma forma de desenvolvimento sustentável. As inovações tecnoló-
gicas sustentáveis também devem ter um custo acessível, para beneficiar todas 
as classes sociais. A questão social também se encontra inclusa no discurso des-
sa temática, devido à necessidade de melhorar a qualidade de vida da popula-
ção, em uma tentativa de diminuir as desigualdades.
Os limites de recursos naturais devem ser respeitados, e são necessários 
altos investimentos em pesquisas que busquem fontes alternativas em substi-
tuição parcial, ou total. Atividades que contribuam para a extinção de espécies 
devem ser imediatamente interrompidas e reelaboradas, por poderem provocar 
um desequilíbrio no sistema ecológico. Essas novas visões e perspectivas estão 
sendo gradativamente postas em práticas, principalmente por países europeus; 
entretanto, muito ainda precisa ser realizado. 
Preservação e conservação 
Esses termos, diferentemente do pensamento comum, têm significados to-
talmente opostos. A preservação é designada para áreas com proteção total, 
em que não pode ocorrer nenhuma forma de intervenção humana. Quando se 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 30
trata de conservação, poderá ocorrer a exploração de forma racional, não fo-
mentando indícios de qualquer tipo de impacto ao ambiente. O Brasil conta com 
legislações que garantem e delimitam áreas preservadas e conservadas, tendo 
como punição de descumprimento multas e/ou prisões.
O desrespeito a essas áreas, porém, é uma problemática existente e difícil de 
ser erradicada. As fraudes sobre as legislações ambientais, o descompromisso 
de empreendimentos, tentativas de subornos e trabalho exploratório e ilegal, 
são situações encontradas na exploração de bens naturais: em muitos casos, as 
áreas protegidas têm riquezas minerais, como ouro, ferro, grafeno, estanho e 
afins, cobiçadas por grandes empresas devido às diversas aplicações. Uma face 
esquecida é a riqueza da biodiversidade na fauna e flora existente nessas áreas, 
em alguns casos, pouco conhecidas e estudadas.
Pesquisas constantes em áreas protegidas demonstram a descoberta de 
novas espécies, bem como melhor compreensão das dinâmicas ecológicas. Os 
estudos de base (aqueles que dão margem a outras pesquisas) apontam que há 
muito que ser descoberto. São fatores como esses que demonstram a importân-
cia de proteção dasrespectivas áreas, especialmente em um contexto em que, 
em muitos casos, ocorre negligência para atender anseios econômicos.
Ecologia, ecossistemas e biomas
A procura pela compreensão dos aspectos de interrelação dos seres vivos 
com seu ambiente é denominado ecologia. Entre seus campos de pesquisa, 
busca-se o entendimento dos padrões e diversidades de espécies, modificações 
fisiológicas ou genéticas, ciclos biogeoquímicos e afins. São assuntos de extrema 
complexidade que envolvem, em determinados casos, anos de pesquisas para 
obtenção de resultados. 
O bioma é compreendido pela delimitação de uma região com característi-
cas (climáticas, fisiológicas, geomorfológicas, entre outros aspectos) bem defini-
das. No território brasileiro há seis biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, 
Caatinga, Pantanal e Pampa.
Denomina-se ecossistema a interação dos fatores bióticos 
e abióticos, e se propõe estudar suas respectivas influências. 
Esse é um conceito bastante utilizado e estudado pelos 
ecologistas. Contudo, os setores de tecnologia da informa-
ção também têm-se apropriado dessa terminologia.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 31
Recentemente, o termo ecossistemas de inovação tem ganhado espaço nos 
debates. Seu objetivo é uma parceria sólida entre entidades governamentais, 
empresas e instituições universitárias, visando à construção e implementação 
de parques tecnológicos. Os temas que têm foco são aqueles voltados ao campo 
das engenharias, informática e outros que envolvem a tecnologia da informação.
Equidade social
A busca por uma sociedade mais justa é uma das lutas ambientais atuais. A 
questão de justiça não deve se restringir aos aspectos do ser humano em sua 
relação com o meio físico, mas abranger também a relação entre seres sociais.
O termo igualdade adentra este século para realizar reparos, consertar e 
evitar erros relacionados à justiça social. Contudo, outro termo tem tido sua apli-
cação ampliada: a equidade.
Diferentemente da igualdade, que busca realizar uma avaliação, julgamento 
e afins e é aplicada igualitariamente a todos, a equidade busca estudar o caso, 
ocasionando uma restruturação de regra, mas sem perda alguma da ética e da 
justiça (Figura 5).
Figura 5. Exemplificação da diferença entre igualdade e equidade social. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 24/08/2020. 
Igualdade Equidade
Segurança alimentar
Esse tema pode ser definido como a capacidade de produção e distribuição 
de alimentos seguros para toda a população. As políticas voltadas a mecanis-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 32
mos produtivos e disponibilidade de alimentos, a serem elaboradas pelas enti-
dades governamentais, é denominada soberania alimentar.
A temática da segurança alimentar envolve diversos temas: todos aqueles 
voltados à disponibilidade de terra, água e fertilizantes. O contexto também está 
relacionado à aquisição de alimentos saudáveis para a população. Temáticas como 
obesidade e doenças causadas pelo consumo alimentício inadequado também são 
relacionadas à segurança alimentar.
Resíduos sólidos
Esse tema é definido como qualquer tipo de material ou bem adquirido e descar-
tado pela sociedade. Em sua maioria, os materiais podem ser reciclados e/ou reu-
tilizados. Contudo, o descarte inadequado apresenta um dos principais problemas 
ambientais atuais.
No Brasil, em 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 
12.305/10): o Ministério do Meio Ambiente (2010) aborda políticas de gestão, res-
ponsabilidade sobre o ciclo de vida, viabilização de coleta seletiva e sistema de infor-
mações sobre o gerenciamento de resíduos. 
Contudo, falhas envolvendo aspectos financeiros inviabilizam um trabalho efeti-
vo, especialmente as diversas falhas no gerenciamento de resíduos. Nossas atitudes 
como cidadãos são importantes pois a separação dos resíduos ainda é algo pouco 
executado na sociedade.
Racismo estrutural
Vivemos em uma sociedade diversificada. Contudo, as políticas étnicas e de res-
peito ao próximo, em alguns casos, não são implementadas. 
No histórico de desenvolvimento humano, a ascensão de um determi-
nado grupo social e inferiorização de outro é algo ainda encontrado 
neste século. Essa trajetória histórica, que põe em prática uma 
cultura que atinge diferentes grupos sociais de forma negativa, 
sem respeito à ética civil, é denominada racismo estrutural.
Histórico dos debates a respeito de ética e 
responsabilidade social no Brasil e no mundo
Os debates sociais sobre as responsabilidades e valores éticos ocorrem todos 
os dias. As mesas redondas e eventos científicos são constantes no mundo inteiro, 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 33
sendo eles responsáveis por traçar e fomentar a compreensão do hoje e promo-
ver ações que terão efeitos significativos em curto ou longo prazo. Os meios aca-
dêmicos e as universidades são os principais polos desses debates, destacando-se 
as Ciências Humanas, embora não sejam exclusivas nessas mesas. 
Uma visão de aspecto mundial
O debate sobre a reponsabilidade social tem seu principal início marcado pela 
Revolução Industrial no século XVIII. A situação precária de trabalho, em maioria 
exploratórios, fez diversos teóricos debaterem a problemática. 
Entre as teorias realizadas, uma se encontra em debate até os dias atuais: Karl 
Marx elabora as primeiras formulações sobre o capitalismo. A corrente de pensa-
mento de Marx era uma dura crítica à exploração exacerbada da classe operária, 
e, em contrapartida, aos lucros e à concentração de renda que estavam nas mãos 
dos grandes donos de empreendimentos. Além disso, as teorias de Marx também 
contemplavam questões ambientais devido aos altos níveis de poluição que se 
alastravam pela Europa.
As problemáticas relacionadas ao trabalho exploratório fizeram a classe operá-
ria procurar lutar por alguma forma de garantia de direitos. Esse fator estava atre-
lado, também, à constante modernização fabril, que diminuiu a dependência de 
mão de obra e fez com que antigos artesões se tornassem desempregados. Essas 
perspectivas levaram os operários a lutar e a construir os sindicatos, reconhecidos 
pelo parlamento inglês após várias lutas, que também resultaram no surgimento 
de movimentos grevistas.
Outro ponto está atrelado ao engajamento dos setores públicos nas temáticas 
ambientais. A preocupação com a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida social 
foi peça-chave para o surgimento de encontros que buscassem propor soluções 
de mitigação. Reuniões que anteriormente eram realizadas para atender às preo-
cupações com as perspectivas econômicas passaram a ser substituídas pelas pau-
tas ambientalistas. 
O movimento hippie, ocorrido nos anos 1960, também faz parte de uma im-
portante conjuntura dos debates sociais. Iniciado com a luta contra o uso 
de armas nucleares, incorporou temáticas importantes em seu 
discurso, como o respeito à natureza, homossexualidade, pre-
conceito racial e consumo consciente, dando margem a ou-
tros debates pouco comentados naquele período.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 34
O Brasil no caminho da responsabilidade social
Após o período da Ditadura Militar e constituição do Brasil como democra-
cia, novos debates surgiram. A elaboração da Constituição garantiu as legisla-
ções trabalhistas anteriormente reduzidas durante a ditadura. A liberdade de 
expressão e de imprensa é devolvida, ampliando a ascensão sobre os proble-
mas sociais, principalmente relacionados à pobreza, existentes devido à liber-
dade dos pesquisadores das ciências humanas definirem seus estudos sem a 
ocorrência de algum tipo de retaliação.
A reforma agrária é outro importante marco, que possibilitou a distribui-
ção e posse de terras para os pequenos agricultores. Diferentemente do que 
se imagina, esse grupo de trabalhadores são os principais responsáveis pelo 
abastecimento alimentício nacional. As grandeslavouras, as agroindústrias, 
têm foco na manutenção do mercado internacional, uma vez que o Brasil é um 
dos principais centros do agronegócio mundial.
Movimentos mundiais
A Segunda Guerra Mundial teve 
fim no ano de 1945 e deixou conse-
quências graves para humanidade. O 
mundo precisava reestruturar-se fi-
sicamente e economicamente. Além 
da morte de milhares de pessoas, 
outro grande grupo ficou sem acesso 
a alimentos e suprimentos de neces-
sidades básicas. Fatores como esses 
impulsionaram o problema da fome 
existente em diversos países do mun-
do, mesmo anteriormente à guerra, e fizeram com que surgisse uma visão agrí-
cola denominada Revolução Verde. Entre os períodos de 1960 e 1970, países 
como Estados Unidos e México procuraram implementar tecnologias que ace-
lerassem a produção agrícola.
Por outro lado, a utilização desenfreada de pesticidas trouxe problemas 
ambientais. O uso de produtos químicos como fertilizantes era algo corriquei-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 35
ro. Todavia, estudos de monitoramento do meio físico e saúde humana, bem 
como avaliações de riscos, não eram realizados com frequência, e não existiam 
protocolos seguros de utilização e afins. Estudos que fossem contra e apre-
sentassem divergências de pensamentos eram duramente criticados: um deles 
realizado por Rachel Carson em 1962, denominado Primavera silenciosa.
A obra, que buscava explicar os impactos da utilização inadequada de pes-
ticidas no desenvolvimento vegetal, biodiversidade de espécies e saúde hu-
mana, foi considerada livro célebre pelo movimento ambientalista moderno. 
Mesmo sendo duramente criticado na época, ele demonstrou com clareza os 
impactos desse modelo de produção e foi crucial para o processo de mudança, 
que, obviamente, não foi rápido. Atualmente, o avanço científico possibilita o 
desenvolvimento de novas perspectivas e tecnologias no campo agrícola, com 
níveis mais baixos de impactos ambientais.
Conferência de Estocolmo 
O fim da Segunda Guerra também 
ocasionou outras preocupações am-
bientais. O relatório produzido pelo 
Clube de Roma em 1972 apontou um 
problema de crescimento rápido da po-
pulação e que os recursos naturais não 
conseguiriam suprir as necessidades. 
Naquele mesmo ano, a ONU de-
cidiu realizar a primeira reunião com 
chefes de Estado que procurassem 
tratar dos problemas ambientais, de-
nominada Conferência Mundial do 
Homem e do Meio Ambiente, popu-
larmente conhecida como Conferência 
de Estocolmo (Figura 6).
Problemas como catástrofes naturais, mudanças climáticas, possível es-
cassez de recursos naturais e modificações econômicas e sociais foram de-
batidas no encontro, que resultou na Declaração das Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente, também denominada Declaração de Estocolmo, que pro-
movia ações ambientais. A importância dessa reunião é pautada por ser a 
Figura 6. Notícia de jornal brasileiro sobre a Conferência 
de Estocolmo. Fonte: FEITOSA, 2018.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 36
primeira vez que as entidades governamentais se preocuparam, oficialmente, 
com os aspectos ambientais.
A criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)
As mudanças globais do clima despertaram grande interesse das institui-
ções governamentais e seus respectivos gestores, o que culminou na criação 
do IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change, em 1988.
A intenção do Painel é voltada à junção e difusão de dados relacionados a 
mudanças climáticas, com a proposta de conhecimento sobre seus aspectos 
fundamentais, formas de solução e efeitos na sociedade (pessoas e questões 
econômicas).
Protocolo de Quioto
Os relatórios de IPCC foram fundamentais para, em 1997, ser construído 
o Protocolo de Quioto. A entrada em vigor do Protocolo, porém, foi realizada 
apenas no ano de 2005. 
Sua finalidade tem um significado importante para a manutenção da vida 
no planeta, pois o intuito foi o estabelecimento do controle na emissão de ga-
ses do efeito estufa (GEE) pelas atividades industriais na atmosfera. 
Os países assinaram um compromisso para diminuição das emissões de 
CO2, e o protocolo também deu margem para o surgimento do termo créditos 
de carbono, em que uma tonelada de dióxido de carbono geraria um crédito 
em forma de certificado. Essas certificações poderiam ser negociadas no mer-
cado internacional.
Eco 92 e Rio + 20
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, popularmente 
conhecida como Eco 92, foi uma das principais reuniões mundiais a tratar dos 
temas ambientais, com um significativo envolvimento de diversos países (176) 
de todo o planeta.
Realizada no Rio de Janeiro, em 1992, a conferência procurava de-
finir um plano de ação para o desenvolvimento sustentável, e tor-
nou-se o início da ascensão global das discussões sobre 
os problemas ambientais, tendo como foco a busca 
por alternativas de solução (Figura 7). Assim como o 
relatório do IPCC, a Eco 92 foi fundamental para ela-
boração do Protocolo de Quioto.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 37
Figura 7. Registro do encerramento da Eco 92. Fonte: ROZARIO, 1992.
Figura 8. Os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável na Agenda 2030. Fonte: ONU Brasil, 2015.
A Rio+20, por sua vez, foi realizada 20 anos depois e teve por objetivo a rea-
firmação dos compromissos adotados na Eco 92. A conferência também teve 
como foco a observação e discussão de problemas ainda existentes e buscou 
formas de soluções futuras. Um grande diferencial do encontro foi a intensifi-
cação dos debates voltados à implementação da economia verde.
Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável
Esse importante evento ocorreu na cidade de Nova York, Estados 
Unidos, com o objetivo de direcionar o planejamento para o de-
senvolvimento sustentável até o ano de 2030. Foram traçados 
17 objetivos, denominados ODS (Objetivos para o Desenvolvi-
mento Sustentável), como demonstra a Figura 8. No encontro, 
também foram discutidas as ações propostas durante a Rio +20.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 38
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 39
Marcos históricos da educação ambiental no Brasil
O primeiro registro da institucionalização da educação ambiental no Bra-
sil ocorreu em 1973, com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente 
(SEMA). A SEMA pode ser considerada o início do processo de conscientização da 
sociedade brasileira sobre a necessidade de preservação do meio ambiente para 
a manutenção e melhoria da qualidade de vida.
Com a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) pela Lei Fe-
deral n. 6.938/81, foram explicitados conceitos relacionados à conscientização 
ambiental e à promoção da educação ambiental em diferentes níveis de ensino e 
setores da sociedade (art. 2°, caput, X). Assim, podemos considerar que a PNMA 
foi o primeiro marco da educação ambiental formal no País.
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental pro-
pícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvi-
mento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e 
à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes 
princípios: [...]
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a edu-
cação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação 
ativa na defesa do meio ambiente (BRASIL, 1981, n.p.).
A Constituição do Brasil de 1988 reforça a consolidação da EA no País ao defi-
nir, no artigo 225, o direito de todos ao acesso de um ambiente ecologicamente 
equilibrado e, em seu inciso VI, a necessidade de promoção da EA, ao menos no 
contexto educacional ou formal:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi-
librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o deverde 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público: [...]
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino 
e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente 
(BRASIL, 1988, n.p.).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 40
Note que temos em nossa Constituição Federal, portanto, explicitamente 
a definição de que a promoção da educação ambiental deve ser responsa-
bilidade do poder público. Porém, vale observar que a obrigatoriedade do 
Estado em estabelecer as bases da EA no contexto formal não dispensa a 
participação social no processo de conservação e proteção ambiental.
A Conferência, Earth Summit, ou Eco-92, possibilitou a adoção do Trata-
do de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade 
Global. Já a Agenda 21 reforça a perspectiva de atribuição de poder aos 
grupos comunitários e, com o apoio do Ministério da Educação na Rio-92, 
foi produzida a Carta Brasileira para Educação Ambiental, que, entre outras 
coisas, reconhece ser a educação ambiental um dos instrumentos para via-
bilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta e da 
manutenção da vida humana. Infelizmente, a Carta já admitia a existência 
da lentidão de produção de conhecimentos e a falta de comprometimento 
dos gestores públicos em relação à fiscalização da legislação de um modelo 
educacional que não resolve as reais necessidades do País.
DICA
A Agenda 21, definida pela ONU na Eco-92, reafirma, dentre outros 
princípios básicos, a reorientação da educação a um desenvolvi-
mento ambientalmente sustentável e o aprofundamento da cons-
cientização pública. Em consonância com esta, em 2015 criou-se 
a Agenda 2030, um plano de reafirmação das metas estabelecidas 
em 1992 que também dá continuidade aos esforços das agora 192 
nações que fazem parte do tratado.
Posteriormente, a Lei n. 9.795/1999 instituiu a Política Nacional de Educação 
Ambiental no País. Em uma análise inicial, podemos perceber que a PNEA é resul-
tado de inúmeras ideias debatidas em diversos eventos nacionais e internacionais 
acerca das questões ambientais. Em especial, pode ser percebida em seu texto a 
adoção de conceitos apresentados pela Carta de Belgrado. Assim, a determinação 
da responsabilidade do poder público se dá de forma concorrente (nas esferas de 
poder federal, estadual e municipal), também com o intuito de incentivar a ampla 
participação das organizações não governamentais (ONGs) e de toda a sociedade 
na elaboração e execução de programas de educação ambiental. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 41
Criação da Secretaria Especial do Meio 
Ambiente (SEMA) 1973
1988
Artigo 225 (Constituição):
direito a um ambiente
ecologicamente equilibrado
1992Earth Summit (Eco 92)
1999Instituição da Política Nacionalda Educação Ambiental (PNEA)
2004Criação do Programa Nacional de Educa-ção Ambiental (PRONEA)
2010Lei federal de educaçãoambiental não formal
Figura 9. Linha do tempo simplificada dos principais eventos relacionados à EA no contexto brasileiro. 
Ressalta-se que, na prática, não há uma ocorrência que 
seja mais importante, sendo todas as ações e todos os proje-
tos necessários para que seja possível atingir os 
objetivos coletivos com o desenvolvimento da 
consciência ambiental a partir da criticidade 
dos cidadãos. No próximo tópico, analisare-
mos alguns dos principais conceitos da edu-
cação ambiental.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 42
Base conceitual da educação ambiental
Primeiramente, para definir as bases conceituais da educação ambiental, é 
necessário ressaltar que ao longo do aprimoramento dessa ferramenta perce-
beu-se que o público a ser considerado, na realidade, é toda a sociedade. Assim, 
enfatizamos que a EA é considerada formal quando aplicada em qualquer nível 
da educação formal (estudantes, professores e funcionários de escolas, universi-
dades e institutos). Adicionalmente, a educação não formal engloba campanhas, 
projetos e outras atividades práticas que envolvem diferentes grupos populacio-
nais (trabalhadores, gestores públicos e agricultores, por exemplo). 
Assim, a PNEA definiu a educação ambiental e destacou a importância do de-
senvolvimento de práticas educativas voltadas à sensibilização e à organização 
da coletividade sobre questões ambientais. No art. 1º da PNEA, a definição de 
educação ambiental é apresentada:
Art 1º. Entendem-se por educação ambiental os processos por meio 
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para 
a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, es-
sencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 
1999, n.p.).
No art. 2º, a PNEA complementa que a educação ambiental é “um componen-
te essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de 
forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em 
caráter formal e não-formal” (BRASIL, 1999, n.p.). Por fim, a PNEA define como 
princípios básicos da EA:
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: 
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando 
a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cul-
tural, sob o enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva 
da inter, multi e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
Fonte: EPA, 2018, n.p. 
QUADRO 1. PRINCIPAIS DIFERENÇAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
VERSUS INFORMAÇÃO AMBIENTAL
Educação ambiental
• Aumenta a consciência pública e o conhecimento 
das questões ambientais; 
• Auxilia no desenvolvimento do pensamento; 
• Aumenta as habilidades de resolução de 
problemas e tomada de decisão; 
• Não defende um único ponto de vista, fomenta 
a análise crítica.
Informação ambiental
• Disponibiliza fatos e opiniões sobre problemas 
ambientais; 
• Não se preocupa com o ensino do pensamento 
crítico e emancipatório;
• Não gera diretamente ferramentas para 
resolução de problemas; 
• Pode apresentar apenas um ponto de vista 
sobre a questão ambiental de interesse.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 43
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regio-
nais, nacionais e globais;
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade 
individual e cultural (BRASIL, 1999, n.p.).
Assim, a Lei n. 9.795/1999 instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental 
(PNEA), apresentando conceitos e definições. Desta forma, podemos sintetizar 
que o público-alvo da EA são tanto os integrantes da educação formal quanto 
os da não formal. Ressalta-se que os objetivos de ensino em ambientes formais 
são construir conhecimento científico e desenvolver a relação dos alunos com 
a natureza por meio de pedagogias de aprendizagem ativa, como trabalho de 
campo e experiências ao ar livre (PARRA et al., 2020).
Assim, mais do que se informar sobre processos que envolvem nossa vida so-
cioeconômica, é necessário priorizar o desenvolvimento da EA como ferramenta 
de participação social e crítica. No Quadro 1, há uma síntese das principais dife-
renças entre educação ambiental e informação ambiental. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 44
Observe que a informação ambiental deve possuir qualidade e não ser ten-
denciosa em sua transmissão; mas é a EA que define como essencial o aumento 
da consciência pública ambiental a partir de ensinamentos contínuos de pensa-
mento crítico, reforçando as habilidades individuais e a análise de fatos utilizan-
do o raciocíniológico.
Outra distinção que cabe em uma breve análise é acerca da educação de for-
ma mais ampla e sua comparação com a EA. É consenso que a educação, além 
de instruir, já traz em si o conceito de propiciar o desenvolvimento da capacidade 
crítica e o senso de responsabilidade. Paulo Freire, em sua obra Pedagogia do Opri-
mido, enfatiza que a educação é um processo complexo de conscientização cole-
tiva. Hoje, compreendemos que a educação ambiental faz parte desse processo.
De fato, podemos considerar que ambientalismo não é uma opção, mas uma 
responsabilidade e um aspecto fundamental para a construção de uma socie-
dade coesa e que respeita as leis de proteção do ambiente que ocupa (SAYLAN; 
BLUMSTEIN, 2011). Isso se refere às responsabilidades de proteção ambiental, 
mas também em compreender minimamente como os ciclos ocorrem: na ex-
tração de recursos naturais, na geração de resíduos, na produção agrária e/ou 
industrial, entre outros.
Tendo em vista o desenvolvimento necessário para sociedades mais susten-
táveis, os cidadãos precisam ser apoiados e ensinados a superar quaisquer la-
cunas ou desafios importantes para integrar esta sociedade sustentável (PARRA 
et al., 2020). Assim, a educação ambiental se concentra na promoção do conhe-
cimento ambiental e no aprimoramento de atitudes e valores ecologicamente 
corretos, bem como na conquista da cidadania e das habilidades cognitivas de 
alto nível necessárias para promover um estilo de vida ecologicamente correto.
A educação para a cidadania ambiental deve auxiliar os alunos 
a compreenderem a complexidade dos sistemas socioecológicos 
e a identificar as causas estruturais da degradação ambiental. 
Com isso em mente, a educação para a cidadania 
ambiental amplia a perspectiva do aspecto local 
para o global e enfatiza as interrelações e inter-
dependências. Além disso, a aprendizagem da 
sustentabilidade é um conceito multinível que 
ocorre tanto no nível individual quanto no nível 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 45
dos agregados sociais, grupos, organizações e a sociedade como um todo 
(PARRA et al., 2020).
O conhecimento de como mudar democraticamente uma sociedade e os 
efeitos da justiça social dessas mudanças local e globalmente não foram, pelo 
menos no início, suficientemente enfatizados na educação para a sustentabili-
dade, posto que suas raízes estão na educação ambiental e possuem foco mais 
estreito na proteção ambiental e conservação de recursos (PARRA et al., 2020).
DICA
Você sabe o que significa uma educação ambiental crítica? Para compreen-
der melhor o processo emancipatório da educação sobre o qual a EA vem 
sendo discutida e desenvolvida, sugerimos a leitura dos seguintes textos: 
“Educação ambiental crítica: nomes e endereçamentos da educação”, es-
crito por Isabel Cristina de Moura Carvalho, e “Educação ambiental crítica”, 
estruturado por Mauro Guimarães. 
A política nacional brasileira para a educação ambiental
O termo educação ambiental (EA) é muito utilizado, apesar de muitas pessoas 
não saberem sua definição. Assim, algumas distorções podem ocorrer, e a prá-
tica da EA pode ser prejudicada. Nesse sentido, Silva Junior et al. (2018, n. p.) 
destacam que a democratização e a divulgação das formas que temos para inte-
ragir com o meio ambiente de maneira responsável ainda é muito frágil, em uma 
sociedade que não exerce, no cotidiano, hábitos que favorecem o fortalecimento 
da temática em questão.
Dessa forma, começamos esse tópico destacando que uma maior preocupa-
ção com o meio ambiente é necessária, bem como o reconhecimento do papel 
crucial da educação para melhorar a relação do ser humano com o meio. Para 
isso, é preciso que haja em todas as bases da sociedade ferramentas para traçar 
diretrizes para o surgimento de mais iniciativas de conscientização ambiental. 
A escola é um espaço em que os estudantes podem se tornar pessoas mais 
atentas quanto à importância da conservação e restauração do meio ambiente, 
fomentando a proteção também da biodiversidade, de um modo geral (SILVA 
JUNIOR et al., 2018).
A educação é um processo contínuo, de elevada relevância e, por isso, se fa-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 46
zem necessários planejamentos complexos para que 
possamos obter resultados satisfatórios, colaboran-
do para as reflexões de ensino e aprendizagem que 
ultrapassem as salas de aula. Cada vez mais, precisamos 
de nos formar como cidadãos, críticos e responsáveis pela 
preservação dos recursos naturais.
A educação ambiental não deve ser entendida como um tipo 
especial de educação, mas como uma série de etapas contínuas 
ao longo processo de aprendizagem, em que coexiste a filosofia da contribuição 
participativa em que todos (família, escola e comunidade) devem estar envolvidos 
(SILVA JUNIOR et al., 2018). 
Por esse motivo, a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) brasileira 
visou traçar diretrizes não apenas para a EA formal, que ocorre nas escolas, mas 
também para a EA não formal, englobando a diversidade de atores sociais e a 
importância de todos construirmos coletivamente uma preocupação que paute 
as ações e decisões regionais e nacionais.
Educação ambiental formal
Uma questão importante dentro do sistema educacional superior é propiciar 
a especialização na área de formação e também em áreas científicas semelhantes 
ou relacionadas. A relevância se dá, justamente, pelas conexões interdisciplinares 
e pela transferência teórico-conceitual decorrente de novos resultados científicos. 
Nesse contexto, é importante que cada país explicite em sua política de educação 
ambiental a importância de toda a sociedade para a conservação ambiental e os 
possíveis papéis das mais diversas áreas de formação técnica nessa conservação. 
Assim, os atores socioeducativos envolvidos nas atividades de EA devem assu-
mir as ações em termos de aumento do conhecimento científico, e também possi-
bilitar a existência e qualidade de vida das próximas gerações. Desse modo, ao nível 
da consciência humana, é visível um peso científico-axiológico, segundo o qual são 
estabelecidas conexões entre diferentes níveis de realidade (COSTEL, 2015). 
Para tanto, Costel (2015, n. p.) explicita que para se tornar pragmático um 
sistema social deve ser construído, antes de mais nada, sobre a educação es-
pontânea. Em segundo lugar, acreditamos que uma perspectiva de política social 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 47
efetiva envolve uma abordagem específica sobre a educação 
ambiental. Portanto, as correspondências sociais e meto-
dológicas transpõem em plano operacional às finalidades 
inscritas na diligência educacional.
Nas últimas duas décadas, no entanto, inúmeras pessoas ao 
redor do mundo se preocuparam (e continuam se preocupando) com as ques-
tões interligadas de meio ambiente e desenvolvimento ambientalmente susten-
tável. Desta forma, temos nos tornado cada vez mais conscientes da necessida-
de de mudanças nas escolhas de hábitos e nos padrões nacionais e globais de 
desenvolvimento, consumo e comércio.
Portanto, poderíamos considerar um erro pensar que apenas a educação 
ambiental nas escolas seria suficiente para a transição para a sustentabilidade, a 
menos que grandes reformas educacionais pudessem ser implementadas e que 
projetos em consonância com outros setores da sociedade fossem executados. 
Nesse momento, destacamos que a educação ambiental está prevista na 
Constituição Federal, em seu artigo 225º (Inciso VI), que estabelece que é dever 
do Estado e de todos de “promover a educação ambiental em todos os níveis 
de ensino, e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” 
(BRASIL, 1988). A Política Nacional de Educação Ambiental, instituída pela Lei n. 
9.795, em seu artigo 3º, determina que, como parte de um processo educativo 
mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:
I - Ao Poder Público, nostermos dos arts. 205 e 225 da Constitui-
ção Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão 
ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de 
ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recupera-
ção e melhoria do meio ambiente; II - Às instituições educativas, 
promover a educação ambiental de maneira integrada aos progra-
mas educacionais que desenvolvem; III - Aos órgãos integrantes do 
Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de 
educação ambiental integradas aos programas de conservação, 
recuperação e melhoria do meio ambiente; IV - Aos meios de co-
municação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na 
disseminação de informações e práticas educativas sobre meio am-
biente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação; V 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 48
- Às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, 
promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, 
visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de tra-
balho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no 
meio ambiente; VI - À sociedade como um todo, manter atenção 
permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que pro-
piciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a 
identificação e a solução de problemas ambientais (BRASIL, 1999).
Assim, percebemos que a EA é uma questão que precisa ser incentivada e fo-
mentada simultaneamente pelo Estado e por muitos outros setores da sociedade. 
Em seu artigo 4º (Inciso VII), a PNEA valoriza a abordagem articulada das ques-
tões ambientais locais, regionais e nacionais. Enquanto isso, em seu artigo 8º (In-
cisos IV e V) há um evidente incentivo à busca de alternativas curriculares e meto-
dológicas na capacitação da área ambiental e as iniciativas e experiências locais e 
regionais, incluindo a produção de material educativo com o contexto social em 
questão (BRASIL, 1999).
Em seu artigo 9º, a PNEA também define que se entende por educação am-
biental, na educação escolar, aquela que é desenvolvida no âmbito dos currícu-
los das instituições de ensino públicas e privadas, englobando (BRASIL, 1999):
I. Educação básica:
a. Educação infantil;
b. Ensino fundamental;
c. Ensino médio.
II. Educação superior;
III. Educação especial;
IV. Educação profissional;
V. Educação de jovens e adultos.
Vale destacar que devido ao próprio dinamismo da sociedade, o despertar 
para a questão ambiental no processo educativo deve começar desde a infância 
(SOUZA et al., 2018).
Ainda que a EA seja prevista em toda a idade escolar e a PNEA 
tenha sido instituída em 1999, atualmente, os educadores ainda 
encontram dificuldades e desafios para implementar a educa-
ção ambiental no cotidiano escolar. Por isso, mantém-se a discus-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 49
são sobre a maneira que a temática ambiental vem 
sendo trabalhada pelos professores que a desen-
volvem nas escolas. 
Quando pensamos na educação ambiental, de-
vemos inserir atividades práticas em todos os níveis da 
educação formal e informal, de modo que trabalhemos 
as aplicações de EA diariamente. Isso é uma proposição fun-
damental, pois colabora para que haja envolvimento dos edu-
candos em questões sobre as problemáticas do meio ambiente, e propicia um 
sentimento importante de pertencimento e transformação, em que cada um tem 
responsabilidades e pode colaborar para a construção de um mundo melhor.
De maneira geral, a escola pode ser um dos locais mais propícios para a rea-
lização de iniciativas de educação ambiental, por propiciar a inovação de costu-
mes que não se limitam apenas aos conceitos ambientais, podendo ainda englo-
bar questões culturais e sociais. Acredita-se que, assim, poderíamos alcançar um 
resultado mais efetivo e promissor diante das situações vivenciadas no contexto 
socioambiental, e que englobam o descarte do lixo de forma incorreta, os impac-
tos ambientais e biodiversidade e, também, o tipo de interação ecológica que há 
nas relações humanas com a natureza.
No artigo 10º da PNEA, se especifica que a educação ambiental deve ser de-
senvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente, em 
todos os níveis e modalidades do ensino formal:
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina 
específica no currículo de ensino; § 2º Nos cursos de pós-graduação, 
extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educa-
ção ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de 
disciplina específica; § 3º Nos cursos de formação e especialização 
técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado con-
teúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a 
serem desenvolvidas (BRASIL, 1999).
Nesse sentido, sabendo que a educação ambiental é um processo permanen-
te e contínuo, não deveríamos limitá-la ao espaço escolar, pois é importante tê-la 
como hábito no ensino do educando (SOUZA et al., 2018). Assim, podemos en-
tender que a EA formal continuará a ser aprimorada com a incorporação de no-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 50
vos significados sociais e científicos em 
relação ao meio ambiente e às dinâ-
micas que possuímos com o local que 
ocupamos. Justamente devido a esse 
dinamismo da sociedade, a questão 
ambiental no processo educativo de-
veria começar na infância, corroboran-
do para a formação de gerações mais 
conscientes e preocupadas com pau-
tas ambientais, tais como a proteção 
da biodiversidade e o enfrentamento 
das mudanças climáticas.
Ficou especificado que a dimensão 
ambiental precisa constar nos currí-
culos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. 
Além disso, “os professores em atividade devem receber formação complementar 
em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cum-
primento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental” 
(BRASIL, 1999).
Souza et al. (2018, n. p.) destacam a dúvida de como a EA está sendo conduzida 
no ensino da educação ambiental no cotidiano da sala de aula. A abrangência das 
atividades dos docentes engloba a participação e gestão dos sistemas de ensino. 
Dessa forma, os professores podem incluir escolhas metodológicas distintas, vi-
sando fomentar pontos de análise e valorização da consciência da diversidade, 
respeitando as diferenças ecológicas, étnico-raciais, de classes sociais, de necessi-
dades especiais e de gênero. As diretrizes de ensino de EA são muito diversificadas 
e podem servir como ferramenta, aproximando conceitos complexos 
das comunidades de atuação.
Em seu trabalho de análise, Silva e Almeida (2018, 
n. p.) notaram que os principais desafios das ações 
práticas de EA nas escolas estão vinculados a ques-
tões de: espaço da escola, número de estudan-
tes e de professores com disposição para passar 
por processos de formação continuada na área em 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 51
questão, participação e dedicação da direção da escola, melhor participação do 
governo estadual, dentre muitos outros problemas. Com isso, algumas barreiras 
poderiam surgir, limitando as práticas de EA e tornando as atividades pontuais.
Em contextos em que a prática de EA ainda não ocorre de forma contínua, uma 
alternativa é proceder visitas em centros especializados que possam instruir edu-
candos e educadores e mostrar um caminho a ser percorrido. Nesse contexto, há 
no Brasil um tipo especial de centro de educação ambiental, relacionado com as 
fazendas e florestas. A Escola da Floresta é um exemplo desses centros. Nela, há 
variedade de possibilidades a serem explorados por pessoas de todas as idades. 
A Figura 2 mostra a realização de uma trilha dos sentidos com crianças de uma 
escola em visita. Note que atividades como essa podem ser adaptadas à realidade 
de muitasescolas brasileiras. 
Figura 10. Realização da trilha de sentidos, para aumentar a percepção do ambiente em que ocupamos e a busca pela recone-
xão com a natureza. Fonte: Escola da Floresta. Acesso em: 17/05/2021.
Uma das maiores dificuldades para que o currículo escolar possa abranger a 
EA de forma habitual e com a profundidade de discussão que se desejaria, pode 
ser uma consequência do modelo adotado pelo nosso sistema escolar. As atuais 
preocupações da educação se concentram em notas, desempenho, competição, 
esforço individual, sucesso pessoal e padrões hierárquicos de relacionamentos 
pessoais. O ensino de EA deve ser pensado de forma coletiva, emancipatória, críti-
ca e transversal a muitas diferentes áreas de aprendizagem. 
Apesar de tais observações fazerem parte de muitas realidades, Souza et al. 
(2018, n. p.) afirmam que, nos últimos anos, foi possível observar uma expansão 
da educação ambiental no ensino formal das escolas brasileiras. Em contraste a 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 52
essas pontuações, Silva e Almeida (2018, n. p.) destacam que, de modo geral, pro-
fessores de todas as modalidades de ensino, na maioria das vezes, não possuem 
orientação e nem material para esse trabalho de construção da EA. 
Mesmo que essa temática tenha se tornado uma realidade no ensino formal 
em muitas localidades do Brasil, sabe-se das dificuldades e desafios que a educa-
ção ambiental ainda tem que enfrentar no cotidiano escolar e na heterogeneidade 
de oportunidade entre nossas cidades. Silva e Almeida (2018, n. p.) destacam que 
a temática ambiental dificilmente está presente nos cursos de formação dos pro-
fessores, uma vez que os cursos de formação continuada, geralmente, são desti-
nados aos professores de ensino fundamental e médio, bem como os materiais 
produzidos e disponibilizados.
No âmbito da aplicação da EA nas escolas, a Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
ção Nacional (LDB), sancionada em 1997, já delineava a educação ambiental como 
tema transversal. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Biologia, por 
exemplo, explicitam que a EA precisa de ser trabalhada de forma interdisciplinar e 
em consonância com o contexto social e econômico. 
Para que sejam realizados trabalhos de qualidade em EA, se faz necessário 
um comprometimento dos sistemas governamentais e das políticas públicas di-
recionadas à temática ambiental, proporcionando aos professores uma formação 
adequada para o desenvolvimento de projetos, com a qualificação para o trabalho 
em consonância à PNEA. Contudo, em alguns casos, tal política não está presente 
e, muitas vezes, cabe ao professor buscar uma formação continuada, de maneira 
independente, dispondo de seus próprios recursos (SILVA; ALMEIDA, 2018). 
De forma complementar, analisou-se que rodas de educação, escuta e nar-
rativas ficcionais são destacadas como traços e atividades fundamentais para os 
processos de formação de professores que estão se tornando educadores am-
bientais (GALIAZZI et al., 2018). Galiazzi et al. (2018, n. p.) explicam que 
os professores de uma comunidade de aprendizagem organizada 
em rodas de educação e comprometidos com os prin-
cípios do diálogo, da escuta, do compartilhamento de 
saberes e ações podem se tornar educadores am-
bientais experientes em processos educativos em 
que as relações de saber são processos horizontais 
e contínuos. Como educadores e professores ambien-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 53
tais, eles podem ensinar o valor de ouvir e aceitar diferentes pontos de vista.
Sendo assim, diante das adversidades e situações locais enfrentadas, as práti-
cas pedagógicas cotidianas como a aplicação de projetos de educação ambiental, 
envolvendo as escolas, os educandos, suas famílias e entorno, poderão figurar 
como local de reflexão. Essa reflexão pode ser mais efetiva se focada na cons-
trução coletiva de alternativas e, diante das necessidades observadas em cada 
realidade, propiciar que intervenções socioambientais possam ser propostas. A 
construção fora dos ambientes escolares, por sua vez, se refere à educação am-
biental não formal, que estudaremos no próximo tópico.
Um exemplo muito comum de prática de educação ambiental no Brasil são 
as hortas escolares. Devemos valorizar tais ações e observar que os ensinos vão 
além das práticas de EA formal. Em muitos contextos, a horta da escola possi-
bilita uma interação da comunidade do entorno, fomentando a coletividade das 
ações realizadas.
Educação ambiental não formal
Silva Junior et al. (2018, n. p.) definem que a educação ambiental é um cam-
po de conhecimento que se encontra em construção e gera desenvolvimentos 
à medida que tenhamos a prática cotidiana dos envolvidos nesse processo. O 
engajamento público significativo e a responsabilidade exigem um entendimen-
to comum do que esperar e demandar das partes envolvidas nos projetos de 
educação ambiental. 
A Conferência de Tbilisi (1977), dentre seus princípios básicos, já considerava 
que a educação ambiental deve ser um processo contínuo e permanente, come-
çando pelo pré-escolar e continuando ao longo de todas as fases do ensino for-
mal e não-formal, com aplicação interdisciplinar, de modo que se adquira uma 
perspectiva global e equilibrada.
Curiosamente, as perspectivas dos praticantes e dos participantes sobre os 
resultados da educação ambiental são pouco estudadas, particularmente por-
que uma compreensão das aspirações dos participantes para a educação am-
biental é complexa, apesar de essencial, para garantir que ela atenda às suas 
necessidades e que eles continuem se engajando. É particularmente importante 
compreender os benefícios que os participantes de projetos não formais de edu-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 54
cação ambiental podem obter com a participação nos projetos (WEST, 2015).
No contexto da educação ambiental não formal, há linhas de ações destina-
das ao planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de programas e políticas 
ambientais nas três esferas de governo, em sintonia com os setores sociais. Esse 
sistema fortalece o diálogo da escola com a comunidade e movimentos sociais 
(BADR et al., 2017).
A PNEA, em seu artigo 13º, definiu a educação ambiental não formal como 
sendo as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade 
sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da 
qualidade do meio ambiente. Nesse sentido, o Poder Público, em níveis federal, 
estadual e municipal, incentivará:
I - A difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espa-
ços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de 
temas relacionados ao meio ambiente; II - A ampla participação da escola, da 
universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução 
de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal; III - A 
participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas 
de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organiza-
ções não-governamentais; IV - A sensibilização da sociedade para a importância 
das unidades de conservação; V - A sensibilização ambiental das populações tra-
dicionais ligadas às unidades de conservação; VI - A sensibilização ambiental dos 
agricultores; VII - O ecoturismo (BRASIL, 1999).
Este aspecto não formal da EA é de extrema relevância para que os dife-
rentes atores da sociedade possam construir inúmeras práticas colaborativas 
em formato de projetos e programas, aprimorando as abordagens pautadas em 
políticas públicas, mas também com parcerias com setores não-governamentais, 
como empresas e ONGS. 
Conceitos e objetivos da educação ambiental
A educação ambiental é um campo multidisciplinar que integra diversos ra-
mos de estudo, como química, física, ciências humanas, ciências médicas, ciências 
biológicas, agricultura,saúde pública e engenharia sanitária. Dessa maneira, a EA 
coloca em pauta a importância da proteção e conservação do meio ambiente. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 55
O fato de a sociedade ter falhado em aceitar sua responsabilidade socioam-
biental resultou no ato de nos colocarmos no centro de nossas relações, afas-
tando-nos do meio natural do qual fazemos parte e acreditando que devemos 
dominar nosso ambiente. Infelizmente, a situação em que nos encontramos 
atualmente, pautada pelo conceito de que o ser humano pode controlar o meio 
ambiente sem respeitar ciclos naturais, está na raiz de grande parte do que é 
ensinado nas escolas. 
A criação de educandos ambientalmente conscientes em uma sociedade que 
não reconhece a gravidade dos problemas ambientais que enfrenta provavel-
mente não terá muito impacto sobre esses problemas (SAYLAN; BLUMSTEIN, 
2011). Isso porque existe uma desconexão fundamental entre o que aprende-
mos na escola e como nos comportamos em nosso meio social, pelo menos no 
que diz respeito à educação ambiental. Embora essas variações possuam difícil 
medição, essa desconexão é facilmente percebida e precisa ser encarada como 
uma necessidade a ser superada. Fazer isso exige resiliência, criatividade, sensi-
bilidade e esforço de todas as classes sociais e econômicas.
Não é errado pensarmos a EA como uma adjetivação da educação, uma vez 
que tornar esta última apta à educação ambiental é uma necessidade de nosso 
presente, e isso se justifica devido ao fato de a EA enfatizar aspectos da educa-
ção que muitas vezes foram e são marginalizados, mal interpretados e podem 
causar uma diversidade de impactos em muitas esferas da sociedade.
Os componentes principais da educação ambiental são: I) conscientização 
e sensibilidade em relação aos desafios ambientais; II) compreensão das dinâ-
micas relacionadas ao meio ambiente; III) atitudes de preocupação e motivação 
para melhorar ou manter a qualidade ambiental; IV) habilidades para identificar 
e ajudar a resolver problemas; V) participação em atividades para 
resoluções coletivas.
Nesse contexto, a Resolução n. 422/2010 estabeleceu “dire-
trizes para conteúdos e procedimentos em ações, 
projetos, campanhas e programas de informação, 
comunicação e educação ambiental no âmbi-
to da educação formal e não-formal, realizadas 
por instituições públicas, privadas e da socieda-
de civil” (CONAMA, 2012, p. 1088). 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 56
CURIOSIDADE
A educação para a cidadania ambiental é definida como o tipo de educação 
que cultiva aptidões, valores, atitudes e competências necessárias que um 
cidadão deve possuir para ser capaz de agir e participar da sociedade como 
agente de mudança em escala local, nacional e global (HADJICHAMBIS; 
REIS, 2020). Essa abordagem é importante para capacitar os cidadãos a 
praticarem seus direitos e deveres ambientais, bem como para identificar 
as causas estruturais subjacentes aos problemas ambientais, levando em 
consideração a justiça inter e intrageracional (ENEC, 2018a).
Um dos objetivos da EA é que a sociedade compreenda a relação de inter-
dependência entre os ecossistemas naturais e as interações sociais humanas. 
Assim, podemos adquirir conhecimento à medida que desenvolvemos compe-
tências para conservar e preservar o meio ambiente. Diante disso, torna-se im-
prescindível que os atuais padrões de conduta individual sejam alterados e mo-
dificados para outros mais coletivos e ambientalmente adequados. Dessa forma, 
é possível destacar que são objetivos específicos da educação ambiental:
• Conhecimento acerca das diferentes questões ambientais: compreen-
der a multiplicidade de interações ambientais e sociais entre os elementos que 
compõem tais sistemas;
• Desenvolvimento da conscientização ambiental: prover ferramentas 
para que os grupos sociais compreendam diferentes problemas, sensibilizando
-os para que atuem na resolução dessas questões;
• Ampliação das habilidades socioambientais: desenvolver valores sociais 
para que haja fortalecimento da motivação relacionada à conservação do meio 
ambiente, bem como à recuperação de áreas já afetadas por impactos negativos 
devido a atividades antrópicas;
• Desenvolvimento de competências: incentivar habilidades específicas 
que possibilitem a operacionalização dos conhecimentos e das atitudes coletivas 
desenvolvidas, tornando-as ações ambientais concretas;
• Participação social: proporcionar oportunidades e o ensejo de que todo cida-
dão participe de atividades e projetos na solução de questões am-
bientais de variada complexidade e em diferentes contextos.
Ressalta-se que o desenvolvimento da consciência am-
biental passa obrigatoriamente pela análise crítica do meio 
que ocupamos, das ações que praticamos, das responsabili-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 57
dades que temos e quais ações podemos empregar 
para que tenhamos participação (prática). A par-
ticipação social é, portanto, uma peça-chave para 
não apenas atuarmos de forma corretiva (em relação 
aos problemas já existentes) como também para agirmos 
de forma preventiva, protegendo os diferentes sistemas 
ambientais e prevenindo que novos problemas se tornem 
inevitáveis e/ou irreversíveis.
Assim, observe que a EA se relaciona ao contínuo processo educativo formal 
e não formal, de forma a adquirir conhecimentos teóricos e práticos sobre o 
ambiente e em consonância com a adaptação do comportamento social frente 
às mudanças ambientais observadas.
Metodologicamente, é fundamental que a análise das interrelações sociais e 
ambientais seja bem embasada para que toda a sociedade se torne apta a com-
preender os problemas ambientais e as potenciais soluções a serem implemen-
tadas. De certa forma, tanto no campo de atuação formal quanto no não formal, 
a sociedade precisa ser participativa, a fim de que a integração seja voltada à 
solidariedade com as futuras gerações, como previsto na Constituição Brasileira 
em seu artigo 225.
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 64
2
UNIDADE
Responsabilidade socioambiental
Nos últimos séculos, o ser humano passou a interferir cada vez mais nos 
processos naturais. Ao longo do século XX, inúmeros avanços tecnológicos e 
crescimento econômico foram obtidos. Com o aprimoramento tecnológico e 
inúmeras descobertas em todas as áreas do conhecimento, passamos a con-
trolar os elementos da natureza e a aumentar sua capacidade de produção. 
Muitos desses avanços visaram à produção e o consumo sem avaliar questões 
de risco ambiental e social.
O crescimento populacional no pós-guerra (com consequente aumento 
pela demanda por combustíveis fósseis, alimentos e tecnologia) resultou em 
um fluxo enérgico desequilibrado ecossistemicamente. Há muitos anos esta-
mos sendo alertados sobre a insustentabilidade dos hábitos de consumo re-
sultantes da economia capitalista. 
Atualmente, as sociedades tornaram-se cada vez mais complexas e conec-
tadas. Desenvolveu-se o modo globalizado de vida, sendo que padrões de 
consumo adotados em escala mundial resultam em perdas progressivas de 
características geográficas, regionais e culturais, bem como na contaminação 
ambiental, que resulta em perda de diversidade de fauna e flora. 
Nesse mesmo contexto, surge o termo responsabilidade socioambien-
tal. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2020),a responsabilidade so-
cioambiental está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e políticas 
que tenham entre seus principais objetivos a sustentabilidade. Responsabi-
lidade socioambiental também pode ser compreendida como um conjunto 
de práticas exercidas por cidadãos, governos e empresas públicas 
e privadas que têm por objetivo providenciarem a inclusão social 
(responsabilidade social) e o cuidado com o meio ambiente (res-
ponsabilidade ambiental).
Se de um lado temos observado diversas atividades que 
causam degradação socioambiental e colocam em risco a 
qualidade de vida e a sobrevivência das futuras gerações, 
do outro há diversas organizações se mobilizando para nos 
conscientizar da necessidade de mudança para que o plane-
ta Terra e a humanidade possam coexistir (Figura 1).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 66
Figura 1. Mobilização popular enfatizando a necessidade de mudança para um perfil responsável socioambientalmen-
te. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/09/2020.
O nascimento do mundo globalizado e a questão 
socioambiental
Nos últimos 250 anos, os impactos causados pelas diversas mudanças de-
correntes do desenvolvimento industrial ainda não estão totalmente dese-
nhados e são debatidos por diversas organizações e meios de comunicação. 
Nos dias de hoje, podemos dizer que a máxima do desenvolvimento industrial 
é a globalização. 
Para chegarmos ao mundo como conhecemos hoje, o mundo globalizado, 
alguns momentos históricos foram cruciais. A Revolução Industrial intensi-
ficou o uso e a pressão sobre os recursos naturais renováveis e não reno-
váveis para atender à intensificação da produção industrial em escala. Com 
a maior demanda por trabalhadores nas indústrias e em busca de “uma vida 
melhor” – aos moldes capitalistas –, muitas pessoas saíram do campo para 
morar nas cidades, processo que culminou na urbanização. A revolução 
verde levou ao campo das tecnologias nunca vistas, permitindo incrementos 
anuais na produtividade de vegetais e carnes, comercializados para atender a 
demanda interna e externa das redes de mercado global.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 67
EXPLICANDO
Recursos naturais renováveis são aqueles que possuem maior capaci-
dade de manutenção e não se esgotam facilmente, são exemplos: água, 
solo, matéria orgânica e vento. Os recursos naturais não renováveis são 
aqueles que se esgotam quando usados sem práticas sustentáveis e seu 
tempo de reposição não é comparado à cronologia de vida humana, são 
exemplos: petróleo, carvão mineral, gás natural, xisto betuminoso e ener-
gia nuclear. Com exceção à energia nuclear, todos os exemplos citados 
são de origem fóssil.
Estas transformações foram e são acompanhadas pelos impactos negativos 
ao meio ambiente e à perda de características sociais: há aumento das áreas 
desmatadas, da poluição atmosférica, do solo e hídrica, perda de biodiversida-
de, os produtos consumidos não são corretamente descartados, há aumento 
da desigualdade social, entre outros (Figura 2).
Figura 2. Poluição ambiental resultante da produção industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/09/2020. 
Nos dias de hoje, uma vez que é indiscutível que diversas fronteiras ecoló-
gicas mundiais foram ultrapassadas, o mundo globalizado vem exigindo conti-
nuamente modelos de produção de bens e serviços obtidos por meio de tecno-
logias que repensem questões de competitividade e que considerem formas de 
mitigação do impacto social e ambiental. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 68
A importância da avaliação dos danos que a produção e os processos têm 
sobre o ambiente e a sociedade toma forma neste contexto. Além da avaliação, 
ações de gestão que contribuam para o desenvolvimento ambiental e para o 
despertar da responsabilidade socioambiental devem ser propostas por gover-
nos, empresas e cidadãos.
A responsabilidade socioambiental como compromisso 
da modernidade
Assistimos em noticiários, nas redes sociais e vivemos diretamente as ques-
tões ambientais. Comumente, ouvimos falar sobre responsabilidade socioam-
biental. Isso vem acontecendo porque o mundo moderno se deu conta de que 
os impactos dos nossos hábitos de produção e consumo não estão alinhados 
com o poder de resiliência do planeta, uma vez que seus recursos são limitados.
Por esse motivo, instituições públicas e privadas, organizações governa-
mentais e não governamentais têm se dedicado cada vez mais a programas 
de implementação de práticas socioambientais e de conscientização da popu-
lação. A ideia consiste em identificar, eliminar ou, ao menos, reduzir o impacto 
negativo que uma determinada atividade possa causar.
EXEMPLIFICANDO
Diversas organizações governamentais e não governamentais se dedicam 
à causa socioambiental. Veja alguns exemplos a seguir:
• Plano nacional de juventude e meio ambiente (PNJMA); 
• Agenda ambiental na administração pública;
• Instituto de pesquisas socioambientais (IPESA);
• Instituto socioambiental (ISA);
• Fundo casa socioambiental;
• Verdejar socioambiental;
• Instituto Ethos.
Uma vez que elas já existem e não se mostraram totalmente efetivas, as 
práticas de responsabilidade socioambiental vão além de Leis. Atualmente, os 
programas devem fomentar e inserir a responsabilidade socioambiental como 
um compromisso diário a ser adotado pela sociedade, de forma a garantir a 
existência de um mundo melhor para as futuras gerações. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 69
Lembrando que se trata de uma vertente global, diversas ações podem 
ser adotadas a fim de inserir as práticas de responsabilidade socioam-
biental no dia a dia pessoal e profissional. Hoje, a sociedade sabe identifi-
car cidadãos, instituições, organizações e empresas que investem em po-
líticas e na cultura organizacional sustentável, posicionando-se de forma 
ética e responsável.
A responsabilidade socioambiental governamental, 
cidadã e empresarial 
Todos são responsáveis pela elaboração, difusão e aplicação das práticas 
de responsabilidade socioambiental; entre seus agentes, estão os governos, as 
cidades e as empresas.
O governo atua na pauta socioambiental, formulando leis e ações de cons-
cientização que atingem a sociedade civil e empresarial. Para que os cidadãos 
se tornem cientes, possam exigir e exercer a responsabilidade socioambiental, 
o governo deve encontrar meios para que as políticas públicas estejam próxi-
mas dos cidadãos, divulgando-as nos meios de comunicação e redes sociais, 
adequando currículos escolares e financiando instituições de pesquisa. Além 
disso, a gestão socioambiental deve ouvir os cidadãos por meio de seus repre-
sentantes municipais e estaduais, bem como a iniciativa privada e as organiza-
ções não governamentais. No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e 
suas esferas são responsáveis pelo desenvolvimento de políticas públicas que 
tenham como objetivo promover a produção e o consumo sustentáveis. Além 
disso, também é responsabilidade do governo promover o crescimento do País 
adotando práticas de desenvolvimento sustentável, ou seja, grandes obras de 
interesse social devem fazer uso de práticas sustentáveis e serem baseadas em 
estudos de impacto ambiental. 
As cidades e seus cidadãos têm o compromisso de exercer as práticas 
de responsabilidade socioambiental. Para isso, como mostra o Quadro 1, 
existem diversas ações que podem ser adotadas no nosso dia a dia. De-
vemos exigir dos governantes, políticas que fomentem tal temática e dar 
preferência ao consumo de produtos e serviços de empresas atuantes na 
causa socioambiental.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 70
Quando nos colocamos como agentes ativos das práticas de responsabili-
dade socioambiental, estamos indiretamente praticando assistencialismo, in-
clusão social, inclusão digital e educação ambiental! Envolver-se nessas ações 
nos torna cidadãos participativos e responsáveis, além disso,as questões 
socioambientais vêm se tornando cada vez mais importantes e moldando-se 
como um dever de todos.
Prática Exemplo
Faça escolhas conscientes Comprando de empresas que apoiam a causa sus-tentável.
Estimule o uso do transporte alternativo Indo de bicicleta, metrô, carona, ônibus ou cami-nhando.
Avalie a necessidade de consumir Atualizando os aparelhos eletrônicos, em vez de trocá-los.
Busque a origem dos produtos Informando-se sobre práticas ilegais como trabalho infantil.
Pratique a coleta seletiva Separando embalagens plásticas do lixo orgânico.
Participe de atividades recreativas Organizando festas folclóricas e tradicionais.
Conheça os produtos da sua região Comprando diretamente do agricultor indo ao co-mércio local.
Converse sobre meio ambiente Falando com vizinhos sobre as opções sustentáveis existentes na cidade.
Evite fontes não renováveis Consumindo etanol e produtos biodegradáveis.
QUADRO 1. PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL QUE 
PODEM SER ADOTADAS NAS CIDADES
Os cidadãos exercem a responsabilidade socioambiental individual. Ela 
consiste em atitudes individuais reiteradas para uma maior preservação do 
ambiente a nossa volta. Devemos pensar que ela deve ser praticada individual-
mente, mas por todos nós, resultando em uma ação coletiva e de grande poder 
ambiental. São exemplos de responsabilidade socioambiental individual:
• Evitar usar sacolas e embalagens plásticas;
• Não desperdiçar alimentos;
• Separar e reciclar o lixo;
• Armazenar e destinar corretamente o óleo de cozinha;
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 71
• Economizar água e energia elétrica, usando de forma racional;
• Adquirir eletrodomésticos com baixo consumo de energia.
As empresas que aderem à responsabilidade socioambiental buscam co-
nhecer as características regionais, ouvir seus colaboradores e possuem pro-
cessos e/ou serviços ambientalmente corretos. Elas reconhecem a sua respon-
sabilidade socioambiental e assumem voluntariamente compromissos que vão 
para além dos requisitos reguladores convencionais, aos quais estão necessa-
riamente vinculadas. Procuram elevar o grau de exigência das normas relacio-
nadas com a proteção ambiental, com o desenvolvimento social e com o res-
peito aos direitos fundamentais, adotando uma cultura organizacional aberta 
em que interesses de todas as esferas se conciliam em direção a uma aborda-
gem global da qualidade de vida e do desenvolvimento sustentável.
Como podemos observar na Figura 3, adotando as práticas de responsabili-
dade socioambiental e estratégias de marketing, além dos benefícios sociais e 
ao meio ambiente, as empresas também melhoram sua imagem corporativa e 
aumentam seus lucros. Ocorre ainda a valorização da marca, maior fidelização 
dos clientes, redução dos custos, aprimoramento da comunicação externa e o 
melhor desempenho dos empregados.
Figura 3. Ao adotar as práticas de responsabilidade socioambiental há geração de lucro. Fonte: Shutterstock. Acesso 
em: 30/09/2020. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 72
Empresas podem adotar práticas de responsabilidade socioambiental por 
meio da adoção de programas e projetos de inclusão social ou digital, de direi-
tos das mulheres e inserção no mercado do trabalho de maneira igualitária, 
por programas de alfabetização, reciclagem, reflorestamento e recuperação de 
áreas degradadas e destinação e/ou liberação correta de resíduos industriais 
(efluentes ou gasosos).
Aspectos legais
No que diz respeito às leis de responsabilidade socioambiental, pode-
se dizer que o Brasil possui uma das legislações mais complexas e avan-
çadas do mundo. O cumprimento das leis socioambientais nacionais é, em 
sua grande parte, de aspecto jurídico, mas também podem ser aplicáveis 
às pessoas físicas. 
A Constituição Federal de 1988 prevê que toda pessoa, física ou jurídica, 
que apresentar conduta ou atividade que cause dano ao meio ambiente estará 
passível de sanções penais administrativas, que serão aplicadas independente-
mente da obrigatoriedade de recuperar o dano causado. O poluidor é a pessoa 
jurídica ou física responsável, direta ou indiretamente, pelo dano causado. O 
sujeito se responsabilizará pelo dano ambiental real e potencial, que será es-
tipulado por entidades da área. Uma vez que o meio ambiente é um direito da 
atualidade e das gerações futuras, os prejuízos e dimensões do dano são de 
interesse mundial, o que torna a ação jurídica de extrema relevância. Contudo, 
há grande dificuldade na comprovação da escala do dano causado, devido à 
complexidade de mensuração, assim, a responsabilidade deverá ser objetiva.
O Estado, uma vez que é o responsável pela saúde pública, também pode 
ser responsabilizado pelo dano causado ao meio ambiente quando há omis-
são de sua responsabilidade legal. 
A Constituição Federal, alicerçada nos valores da solidariedade, dignidade 
humana e justiça social, instituiu o “estado social”, que deve orientar as rela-
ções sociais e econômicas. Para que cidadãos, governos e empresas exerçam 
práticas de responsabilidade socioambiental, devemos ter em mente que, an-
tes de qualquer coisa, há necessidade da regulação das políticas e dos direitos 
sociais, entre eles, educação, saúde, habitação e assistência social. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 73
Uma vez que há uma forte tendência de mudança com relação à adoção de 
uma postura ambientalmente correta, a responsabilidade socioambiental as-
sociada às penalidades legais e exercida pelas leis, normas e infrações devem 
ser conhecidas e praticadas pela sociedade civil, governos e empresas. 
Nas empresas, há a responsabilidade socioambiental empresarial, que tem 
natureza de responsabilidade jurídica caracterizada como encargos sociais que, 
quando não cumpridos, resultam em multas e/ou penalidades. Os encargos so-
ciais têm origem na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Eles são os custos 
pagos pelo empregador sobre a folha de pagamento de salário dos colaboradores.
Leis socioambientais brasileiras 
O Quadro 2 lista algumas das leis ambientais mais importantes no País. 
Existem também as leis estudais e municipais, bem como os órgãos que se 
certificam de que elas estão sendo cumpridas, como o Conselho Nacional 
de Meio Ambiente (CONAMA) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Lei Definição
Lei 6.766/1979 Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.
Lei 6.938/1981 Dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, seus fins e mecanis-mos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Lei 7.347/1985
Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados 
ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências.
Lei 9.433/1997 Estabelece os instrumentos para a gestão dos recursos hídricos de domí-nio federal.
Lei 9.605/1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências.
Lei 9.985/2000
Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, 
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e 
dá outras providências.
Lei nº 11284/2006
Dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável; 
institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal 
Brasileiro.
Lei 11.445/2007 Estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico.
QUADRO 2. EXEMPLOS DE LEIS AMBIENTAIS BRASILEIRAS
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 74
Lei 12.305/2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e dá outras providências.
Lei 12.651/2012
Estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de 
preservação permanente e as áreas de reserva legal; a exploração flor-
estal, o suprimento de matéria-prima florestal, ocontrole da origem dos 
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e 
prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus ob-
jetivos. também conhecido como código florestal.
Fonte: BRASIL. Acesso em: 01/10/2020. 
A Lei 5.452 é uma das principais leis sociais brasileiras; ela rege os direitos 
dos trabalhadores. Nela, são discutidas questões sobre registro em carteira de 
trabalho e rescisão contratual, vale-transporte, descanso semanal remunera-
do, pagamento de salário, férias, fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS), 
décimo terceiro salário, hora extra, adicional noturno, aviso prévio, licença ma-
ternidade e paternidade.
A responsabilidade social empresarial aborda questões que vão além das 
regulamentadas por lei. Ela trabalha a igualdade de oportunidades. Deve 
considerar os critérios de promoção dos funcionários, igualdade de gênero e 
pessoas com deficiência, acidentes de trabalho, capacitação continuada para 
o aprimoramento do nível do conhecimento do colaborador, além da relação 
ética entre os colaboradores. 
A responsabilidade socioambiental além das exigências 
legais
Quando uma empresa ou organização segue leis de cunho socioambiental ou 
normas determinadas por lei, ela está exercendo seu papel como pessoa jurídi-
ca, ou seja, a empresa está somente seguindo os aspectos jurídicos inerentes ao 
seu setor. Ser uma empresa social e ambientalmente responsável vai além das 
obrigações legais e econômicas: significa que ela se posiciona e atua no combate 
aos problemas, buscando o desenvolvimento socioambiental sustentável. 
A série ISO (International Organization for Standardization – organização in-
ternacional para padronização) estabelece sistemas de gestão na cultura orga-
nizacional de empresas. As séries ISO são compostas por normas que vão além 
das exigências legais e algumas podem se tornar tão importantes que passam 
a ser exigidas em lei. As normas ISO no Brasil são controladas pela ABNT NBR 
(Associação Brasileira de Normas Técnicas). 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 75
A série ISO 14001 possui normas de gestão ambiental que permitem que a 
empresa pratique ideias de mitigação dos possíveis danos ambientais decor-
rentes de sua atividade, objetivando tornar-se sustentável no curto e no longo 
prazo. A norma estabelece algumas práticas: 
• Implementação de um sistema de gestão ambiental;
• Rotulagem ambiental;
• Análise de desempenho ambiental;
• Análise de ciclo de vida;
• Integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos;
• Comunicação ambiental;
• Mitigação das mudanças climáticas.
A adoção das normas também pode trazer benefícios, como:
• Redução de custos devido ao uso de matéria-prima, água e energia de 
forma consciente;
• Captação de novos clientes, devido à inserção no mercado ambiental;
• Melhoria dos processos inter e intra setoriais, bem como, da cultura orga-
nizacional;
• Menor risco de falência;
• Abertura a patrocínios e boa visão internacional;
• Possível diversificação setorial;
• Adesão de novos grupos de clientes;
• Maior qualidade e controle dos produtos, serviços e processos.
A série ISO 9000 fornece meios para implementação e monitoramento con-
tínuo de técnicas para otimização de processos pela implementação de um 
sistema de gestão da qualidade. As normas que compõem a série ISO 9000 
estão sempre sendo atualizadas e são conhecidas e desejadas por empresas 
do mundo todo. Aderir às normas ISO 9000 traz uma série de benefícios:
• Aumento da produtividade;
• Redução de custos;
• Produtos e serviços de maior qualidade;
• Credibilidade e reconhecimento interno e externo;
• Visão mais ampla do fluxo de trabalho;
• Segurança nos procedimentos internos;
• Colaboradores engajados e integrados.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 76
A série ISO 45001 implementa um sistema de gestão de saúde e segurança 
ocupacional com foco na melhoria do desempenho das empresas em termos 
de saúde e segurança do trabalho. Segundo a própria norma, uma organização 
é responsável pela saúde e segurança ocupacional dos trabalhadores e outros 
que podem ser afetados por suas atividades. Esta responsabilidade inclui pro-
mover e proteger sua saúde física e mental.
Podem ser citadas como benefícios da implementação da norma ISO 45001 
em uma empresa:
• Gerenciamento de risco e acidentes de trabalho;
• Redução de afastamentos por acidente de trabalho;
• Maior qualidade de vida e melhor relacionamento empregador x empregado;
• Redução dos prejuízos financeiros devido a processos trabalhistas.
A ISO 50001 tem objetivo de melhorar a eficiência enérgica das empresas. Im-
plementando um sistema de gestão de energética, a empresa tem como benefícios:
• Uso de tecnologias modernas e eficientes;
• Redução dos custos com energia;
• Redução da emissão de gases de efeito estufa e das mudanças climáticas.
A adoção das normas ISO atesta a responsabilidade no desenvolvimento 
das atividades de uma empresa. Para sua obtenção e manutenção, são realiza-
das auditorias periódicas por uma empresa certificadora, que deve ser creden-
ciada e reconhecida por órgãos nacionais e internacionais. Organizações que 
aderem às normas ISO possuem sistema de manejo integrado e se colocam no 
mercado como responsáveis socioambientalmente. 
Desenvolvimento sustentável
O crescimento econômico no século XX se desenvolveu nos moldes capita-
listas, passando a depender do consumo cada vez maior de energia e recursos 
naturais (recursos renováveis e não renováveis). Atrelado a isto, da década de 
1950 em diante, a preocupação com uma eminente explosão demográfica glo-
bal resultante do crescimento dos países pobres causou um interesse global 
pelos temas populacionais. Iniciaram-se diversos movimentos para controlar 
a fecundidade dos países pobres. Na Conferência Mundial de População, 
realizada pela ONU em Bucareste, 1974, de um lado, os países desenvolvidos 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 77
articulavam que, para reduzir a pobreza, deveriam haver programas de estí-
mulo à redução do crescimento da população por meio de redução da taxa de 
natalidade, do outro, os países pobres e em desenvolvimento defendiam que 
políticas de desenvolvimento eram necessárias.
Após longos períodos de debates, constatou-se que os moldes de desen-
volvimento até então adotados poderiam ser insustentáveis, e novos meios 
de produção e consumo deveriam ser adotados uma vez que a disponibilidade 
dos recursos era finita.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a produção sustentável 
baseia-se na incorporação, ao longo do ciclo de vida de bens e serviços, de 
medidas que minimizem os custos ambientais e sociais resultantes da ação hu-
mana. Sobre consumo sustentável, entende-se como o uso de bens e serviços 
suficientes para atender às necessidades básicas, proporcionando melhor qua-
lidade de vida, enquanto reduz o uso de recursos naturais e materiais tóxicos, a 
geração de resíduos e a emissão de poluentes.
De acordo com o Relatório de Brundtland, os principais objetivos das políti-
cas de desenvolvimento sustentável seriam os seguintes:
• Retomar o crescimento;
• Alterar a qualidade do desenvolvimento;
• Atender às necessidades essenciais do emprego, educação, alimentação, 
saúde, energia, água e saneamento;
• Manter um nível populacional sustentável;
• Conservar e melhorar, por meio da tecnologia, as bases dos recursos;
• Incluir o meio ambiente e a economia nas decisões que afetem a sociedade.
Para atingir tais objetivos de produção e consumo, a modificação das or-
ganizações deveria ser contínua, contar com o apoio da ciência e manter-se 
dinamicamente equilibrada. Práticas produtivas exploratórias, predatórias e 
que visassem o lucro deveriam dar espaço para relações sociais justas e para 
bem-estar dos seres vivos.
Em um primeiro momento, a busca pelo desenvolvimento sustentáveldas 
nações parece limitar seu potencial de desenvolvimento. Na realidade, deve-se 
entender o desenvolvimento sustentável como um conjunto de práticas que 
não limite o desenvolvimento econômico, mas que considere que os recursos 
naturais são finitos e devem ser usados sob um viés conservacionista. Assim, 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 78
se estabelece um paradigma que consiste em diminuir o consu-
mo e a exploração dos recursos renováveis e não renováveis pe-
los países desenvolvidos, garantindo que países industrializados 
– em desenvolvimento – possam se modernizar, proporcionando 
qualidade de vida às suas populações em sinergia com o meio ambiente.
Muito se discute sobre desenvolvimento sustentável; às vezes, há consen-
so entre as atitudes a serem adotadas, às vezes, não há. De fato, diversas ações 
foram tomadas e cada vez fica mais evidente que ainda há muito a ser feito.
ASSISTA
A Organização das Nações Unidas vem se posicionando 
como uma grande difusora das ideias de desenvolvimen-
to sustentável no mundo todo. Assista ao vídeo da Cúpula 
das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentá-
vel, realizada em 2015.
Ações globais rumo ao desenvolvimento sustentável
Chegamos a um ponto em que assuntos relacionados aos impactos da ação 
humana, bem como sobre a necessidade das práticas de responsabilidade so-
cial são vistos diariamente nos meios de comunicação. Cada dia mais é exigido 
que a sociedade adote uma postura de mudança diante de seus meios de pro-
dução e de suas opções de consumo. 
As consequências do desenvolvimento em condições de insustentabilidade 
fizeram com que diversos cientistas discutissem a transgressão das fronteiras 
planetárias. As fronteiras planetárias se referem ao poder de fornecimento de 
recursos e da resiliência do planeta diante dos hábitos e moldes de produção e 
consumo. O conceito pode ajudar a sociedade civil e o poder público na defini-
ção de modelos de produção seguros para a humanidade e a vida na Terra. As 
nove fronteiras planetárias, segundo Martine e Alves, são:
[...] mudanças climáticas; mudança na integridade da biosfe-
ra (perda de biodiversidade e extinção de espécies); depleção 
da camada de ozônio estratosférico; acidificação dos oceanos; 
fluxos biogeoquímicos (ciclos de fósforo e nitrogênio); mudan-
ça no uso da terra; uso global de água doce; concentração de 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 79
aerossóis atmosféricos; e introdução de poluentes orgânicos, 
materiais radioativos, nanomateriais e microplásticos. Das nove, 
quatro já foram ultrapassadas: mudanças climáticas, perda da 
integridade da biosfera, mudança no uso da terra e fluxos bio-
geoquímicos (MARTINE; ALVES, 2015, p. 445). 
Sobre o aquecimento global e mudanças climáticas, devemos conside-
rar duas situações. A primeira trata do efeito estufa natural, que consiste na 
absorção, pelos gases do efeito estufa, dos raios infravermelhos emitidos pela 
superfície terrestre. Este processo permite que a superfície terrestre se man-
tenha em temperaturas ideais para os seres vivos. A segunda situação aborda 
o efeito estufa antrópico, no qual o aumento da concentração atmosférica dos 
gases do efeito estufa, causados pelo uso excessivo de recursos não renová-
veis – como os combustíveis fósseis –, resulta no aumento da temperatura da 
superfície terrestre, chamado de aquecimento global (Figura 4).
Sol
CO
2
CO
2
CH 4 CH
4
N 2O
N
2 O
Efe
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atu
ral 
Atividades humanas aumentam os gases de efeito estufa
Figura 4. À esquerda, efeito estufa natural e, à direita, efeito estufa causado pela atividade humana que resulta em 
aumento da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera, entre eles o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) 
e o óxido nitroso (N2O). Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 30/09/2020. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 80
A sociedade vem discutindo ativamente as consequências do segundo caso, 
bem como as formas de mitigar as emissões reduzindo a velocidade das mu-
danças climáticas causadas pelo aquecimento global. 
Os cientistas relatam que, caso nenhuma ação seja tomada, eventos ex-
tremos podem começar a acontecer, como: aumento da temperatura dos 
oceanos, ondas de calor, alteração dos regimes pluviométricos, desertifica-
ção, derretimento das calotas polares, redução da diversidade de fauna e 
flora, entre outros.
O termo “pegada de carbono” refere-se ao consumo individual diante das 
práticas de responsabilidade ambiental, ou seja, o quanto os hábitos de uma 
pessoa podem impactar o desenvolvimento sustentável do planeta. A pegada 
de carbono pode ser calculada, tornando-se um índice, geralmente, expresso 
em emissão de dióxido de carbono – um dos principais gases do efeito estufa 
causado pelo homem – que quantifica o efeito da utilização dos recursos sobre 
a bioesfera. Estes dados individuais podem ser extrapolados para medir os 
efeitos da atividade humana, servindo como base para elaboração de políticas 
públicas e desenvolvimento de novos produtos.
CURIOSIDADE
Você pode calcular a sua pegada de carbono pessoal ou simplesmente sa-
ber mais sobre a pegada de carbono na sua região. Fornecendo informa-
ções sobre sua dieta, seus hábitos de transporte e consumo de energia, 
uma calculadora especializada fará os cálculos e você poderá comparar 
sua pegada com a de pessoas de outros países. 
Sem dúvida, não podemos conceber um mundo sem uso 
de fontes energéticas. Porém, existem diversas alternativas 
sendo disponibilizadas e aprimoradas pela ciência. Diante 
desse contexto, abordamos a ideia de energia limpa. 
Ela vem de fontes de energia renováveis (Figura 5), e 
quando optamos por utilizá-las, estamos reduzindo 
a emissão de gases do efeito estufa para a atmos-
fera. São exemplos de energia limpa aquelas pro-
venientes de fontes solares, eólicas, geotérmicas, 
hidráulicas e maremotrizes.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 81
Energia poluente/fontes não 
renováveis
Energia limpa/fontes 
renováveis
Figura 5. Energia derivada de recursos não renováveis e a energia limpa proveniente de fonte de energia renováveis. 
Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/10/2020. 
Empresas que reduzem as emissões de gases do efeito estufa em seus pro-
cessos produtivos podem comercializar créditos de carbono. Esse mercado 
internacional cresce anualmente. Os créditos baseiam-se na quantidade de gás 
não emitido para a atmosfera, sendo que cada crédito se refere a uma tonelada 
de dióxido de carbono equivalente (t CO2e). Não somente o dióxido de carbono 
é contabilizado, outros gases causadores do aquecimento global também, mas 
seus valores são calculados considerando sua equivalência em moléculas de 
dióxido de carbono. 
Os consumidores estão se tornando cada vez mais exigentes e cons-
cientes em relação à produção e à origem dos alimentos. Nesse sentido, a 
agricultura intensiva vem avançando lentamente na busca de tecnologias e 
processos que minimizem problemas de poluição e degradação dos recursos 
naturais e que ofereçam produtos seguros ao consumidor final. Podemos ci-
tar o zoneamento econômico-ecológico, a agricultura de precisão, a fixação 
biológica de nitrogênio, as práticas de controle da erosão do solo, os sistemas 
de plantio direto e o manejo integrado de pragas. Além disso, a produção 
orgânica será decisiva como a agricultura do futuro, assim como os sistemas 
agroflorestais, a agricultura sintrópica e o consumo local. Cada vez mais, 
os consumidores buscam opções de produtos originários do modelo orgânico 
de produção. Tais sistemas resultam em sustentabilidade no curto e no longo 
prazo, uma vez que são baseados em práticas de responsabilidade socioam-
bientais com abordagens integradas. Os processos produtivos nesses siste-
mas são baseados nos mecanismos e processos naturais que eliminam o uso 
dos agrotóxicos e fertilizantes sintéticos. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELE DIREITOS INDIVIDUAIS 82
As três dimensões da sustentabilidade
A responsabilidade socioambiental é alcançada por meio da adoção de 
práticas de desenvolvimento sustentável por empresas, por políticas governa-
mentais e pela atuação do cidadão. Ela se concretiza sob o emprego das três 
dimensões da sustentabilidade, como mostrado na Figura 6.
A esfera social, sob uma perspectiva sustentável de produção e consumo, 
deve considerar a qualidade de vida dos seres humanos tendo em vista a di-
versidade cultural, étnica, religiosa e de gênero, bem como questões regionais 
da comunidade.
Do ponto de vista econômico, deve-se considerar o papel da sociedade na 
rentabilidade e a viabilidade empresarial por meio de ações ganha-ganha, de 
forma que haja retorno, na forma de lucro, ao investimento realizado pelo ca-
pital privado e qualidade de vida aos colaboradores.
Social
SUSTENTABILIDADE
Ambiental Econômica
Figura 6. Tripé da sustentabilidade. Fonte: BERLATO; MERINO; FIGUEIREDO, 2018. (Adaptado).
Na esfera ambiental da sustentabilidade, os processos de produção e 
consumo deverão considerar a adoção de práticas ambientalmente corretas. 
Termos como ecoeficiência, pegada de carbono, energia limpa e sete R’s pro-
porcionarão uma cultura organizacional ambiental nas empresas, residências 
e espaços públicos, uma vez que conduzem ao desenvolvimento do perfil de 
responsabilidade socioambiental.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 83
Debates mundiais
Em 1972, a ONU convoca a Conferência das Nações Unidas para o Meio Am-
biente, em Estocolmo, e a pauta ambiental começa a ser debatida oficialmente, 
resultando no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Após al-
guns anos depois da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente de 
1983, nasce um grande marco da pauta ambiental elaborado pela Comissão 
de Brundtland, o relatório nomeado como Nosso futuro comum.
Após a Conferência, diversos outros eventos discutiram os ideais e os meios 
de conduzir o desenvolvimento mundial para os moldes do desenvolvimento 
sustentável. Em 1988, uma união entre a ONU Meio Ambiente e a Organiza-
ção Meteorológica Mundial (OMM) resultou na criação do Painel Intergover-
namental para as Mudanças Climáticas (IPCC), sendo que os resultados de 
pesquisas sobre mudanças climáticas realizadas no mundo todo são reunidas 
e relatórios e planos de ação são publicados periodicamente. A famosa Cúpula 
da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992, foi um marco de sua década, 
pois discutiu a importância de se agregar os componentes sociais, econômi-
cos e ambientais nas buscas pelo desenvolvimento sustentável e finalizou a 
Agenda 21. O Protocolo de Kyoto, de 1997, estabeleceu metas obrigatórias de 
redução das emissões de gases de efeito estufa nos 37 países signatários. 
Em 2000, a Cúpula do Milênio das Nações Unidas definiu oito objetivos con-
cretos e mensuráveis, que foram acompanhados em escala nacional, regional e 
global. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) foram resultado 
de uma série de cúpulas multilaterais realizadas na década de 90 sobre as condi-
ções do desenvolvimento humano. A formulação dos ODM contou 
com especialistas renomados de diversas áreas que estiveram 
focados na redução da pobreza extrema observada, principal-
mente, nos países pobres e em desenvolvimento.
Todos os países signatários da época aderiram ao acor-
do, comprometendo-se em inserir em suas políticas, 
ações para alcançar os objetivos. Os oito objetivos do 
milênio foram definidos conforme o Quadro 3. Eles 
deveriam ser atingidos até 2015, quando seriam então 
discutidos novamente.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 84
Objetivos Descrição
Objetivo 1 Erradicar a pobreza extrema e a fome
Objetivo 2 Alcançar o ensino primário universal
Objetivo 3 Promover a igualdade de gênero e empoderar as mulheres
Objetivo 4 Reduzir a mortalidade infantil
Objetivo 5 Melhorar a saúde materna
Objetivo 6 Combater HIV, malária e outras doenças
Objetivo 7 Garantir a sustentabilidade ambiental
Objetivo 8 Desenvolver parcerias globais para o desenvolvimento
QUADRO 3. OITO OBJETIVOS DEFINIDOS NA CÚPULA DO 
MILÊNIO DAS NAÇÕES UNIDAS
Fonte: ROMA, 2019. 
Em 2002, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realiza-
da na África do Sul, discutiu os compromissos e metas da Agenda 21 e analisou 
suas conquistas, para então conceber uma Agenda 21 reformulada, com ações 
concretas e tangíveis em relação àquelas estabelecidas em 1992.
Em 2015, foi definida uma nova agenda, a Agenda 2030. Ela foi desenvolvida 
em um trabalho conjunto entre governos, entidades e sociedade civil. Entre 
outros, foram definidos os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 
(ODS’s), que tiveram como base os ODM’s. Os ODS’s são o que se tem de mais 
atual com relação às metas em direção a um mundo mais sustentável.
Agenda 21 
A Cúpula da Terra, também conhecida como Eco-92 ou Rio 92, realizou-se 
no Rio de Janeiro, em 1992, e finalizou a Agenda 21. Nela, determinou-se a 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 85
relevância dos países em parceria com empresas, organizações governamen-
tais e não governamentais em se comprometerem com estudos para avaliar e 
combater os problemas socioambientais. Desde a sua finalização, a Agenda 21 
foi aprimorada e adaptada a condições mais palpáveis para os níveis de desen-
volvimento de cada País. É importante lembrar que cada País desenvolveu sua 
Agenda 21, inclusive o Brasil. 
Ela discutiu assuntos de extrema relevância socioambiental, como: comba-
te à pobreza, mudança nos padrões de consumo, cooperação internacional, 
proteção e promoção da saúde humana, proteção da atmosfera e de ecossiste-
mas, proteção da biodiversidade, proteção da infância, desenvolvimento rural, 
Dia da Mulher, fortalecimento das populações indígenas, dos trabalhadores, 
dos agricultores, do comércio e da indústria etc.
CONTEXTUALIZANDO
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvol-
vimento (CNUMAD) finalizou a Agenda 21, um documento dividido em 40 
capítulos que aborda os meios para que seja adotado em escala planetá-
ria um padrão de desenvolvimento sustentável. No total, 192 países acor-
daram e assinaram a Agenda 21.
A partir da Agenda 21, pôde-se refletir sobre a ação humana segundo os 
moldes industriais e capitalistas. De forma sinérgica, buscou-se (e busca-se até 
os dias atuais) promover a qualidade de vida e não apenas o crescimento indi-
vidual estimulado pela produção e consumo injustificado.
Agenda 2030
Em 2015, durante uma Assembleia Geral da ONU que ocorreu nos Estados 
Unidos, elaborou-se um plano guia para a ação da comunidade internacional, 
que elencava os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 
metas para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, considerando 
os parâmetros sustentáveis de uso dos recursos naturais.
O documento Transformando o mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimen-
to sustentável, que deve ser cumprido até 2030, traz um plano de ação para as 
pessoas, o planeta e a prosperidade. 
Os 17 ODS’s são:
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 86
Objetivos Descrição
Objetivo 1 Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
Objetivo 2 Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Objetivo 3 Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Objetivo 4 Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Objetivo 5 Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Objetivo 6 Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
Objetivo 7 Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos.
Objetivo 8 Promover o crescimento econômico sustentado,inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.
Objetivo 9 Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Objetivo 10 Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
Objetivo 11 Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Objetivo 12 Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Objetivo 13 Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
Objetivo 14 Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marin-hos para o desenvolvimento sustentável.
Objetivo 15
Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, 
gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e 
reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Objetivo 16
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento 
sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições 
eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Objetivo 17 Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
QUADRO 4. OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Os objetivos e metas definidos na reunião devem ser inseridos na realidade 
de cada País signatário, considerando suas prioridades internas, mas voltando-
se para um desenvolvimento global. Eles são integrados e indivisíveis, e mes-
clam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentá-
vel: a econômica, a social e a ambiental.
Fonte: Plataforma Agenda 2030. (Adaptado). Acesso em: 01/10/2020. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 87
Contexto atual
Atualmente, a população brasilei-
ra é de, aproximadamente, 212 mi-
lhões de pessoas distribuídas ao lon-
go das 27 unidades federativas que 
compõem nosso País. Um dos princi-
pais indicadores que revela a riqueza 
de um País é o seu Produto Interno 
Bruto (PIB), que calcula o valor de 
toda a riqueza produzida por um País 
considerando o desempenho dos três 
setores que compõem a economia. 
Em 2019, o PIB do Brasil foi de R$ 7,3 
trilhões e a ordem de participação 
dos setores neste resultado foi: ser-
viços, indústria e agropecuária (IBGE, 2020). Com este resultado, o País ficou 
entre as dez maiores economias do mundo (FUNAG, 2020). 
Em contraponto, é o segundo País em área florestal no mundo com, aproxi-
madamente, 12% do território coberto por florestas. Apesar de usarmos mais 
fontes de energia não renováveis do que renováveis (56,5%), usamos mais fon-
tes renováveis do que o resto do mundo. Além disso, há riqueza de fauna e 
flora, biomas diversificados e uma imensa diversidade étnico-cultural. 
Uma vez que possui relevância econômica e ambiental e que há contínuo 
fortalecimento de um perfil mundial voltado à questão da responsabilidade 
socioambiental, o País posiciona-se em um contexto estratégico, no sentido de 
que as organizações brasileiras podem se destacar mundialmente de maneira 
positiva na geração de ambientes sustentáveis de produção e consumo. 
Nesse sentido, há destaque para organizações alicerçadas em atitudes con-
cretas, que adotam não somente ideologias, mas que praticam rotineiramente 
as pautas mais atuais do desenvolvimento sustentável, como ecoeficiência e os 
7’Rs. Para isso, elas aprimoram-se e se reposicionam, utilizando a tecnologia, a 
diversidade e os recursos sociais e ambientais do nosso País, garantindo credi-
bilidade nacional e internacional.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 88
Ecoeficiência
O termo ecoeficiência refere-se ao uso consciente dos recursos naturais nos 
processos produtivos e de consumo, de forma que não deixe de atender às neces-
sidades das pessoas. Produtos ecoeficientes devem focar no uso consciente de 
matéria-prima renovável em processos produtivos que minimizem a geração de 
resíduos, além disso, devem apresentar elevada produtividade sem deixar de lado 
a qualidade. Basicamente, significa produzir mais com menos.
O conceito envolve a sociedade como um todo, uma vez que o governo deve 
incentivar esse tipo de produção (fomentando pesquisas, subsidiando e divulgan-
do) e as empresas devem adaptar seus processos e procedimentos operacionais.
Um sistema pode ser chamado de ecoeficiente se conseguir produzir de acor-
do com oito elementos fundamentais:
• Minimizando o uso de materiais dos bens e serviços;
• Minimizando o uso de energia na produção de bens e serviços;
• Minimizando a dispersão de tóxicos;
• Fomentando a reciclabilidade dos materiais;
• Maximizando a utilização sustentável de recursos renováveis;
• Estendendo a durabilidade dos produtos;
• Promovendo a educação dos consumidores para um uso mais racional dos 
recursos naturais e energéticos.
Algumas perguntas podem ser feitas pelos consumidores para analisar a ecoe-
ficiência do produto:
• Ele minimiza o uso de fontes energéticas e maximiza a uti-
lização sustentável de recursos renováveis?
• Ele utiliza em sua composição materiais tóxicos?
• Ele descarta materiais tóxicos em seu processo produtivo?
• Os materiais utilizados são recicláveis ou biodegra-
dáveis?
• O produto promove seu uso racional?
• A marca adota a ideia de desenvolvimento sus-
tentável?
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 89
Os 7 R’s da sustentabilidade
Os 7 R’s são um conjunto de práticas de educação ambiental para garantir a 
mudança de hábitos em prol do desenvolvimento sustentável. A questão cen-
tral é a de repensar costumes e hábitos, reduzindo o consumo e o desperdício. 
Os 7 R’s são verbos que nos passam a sensação de ação. Observe a Figura 7.
Repensar
RecusarReutilizar
ReduzirReciclar
Reparar Reintegrar
Figura 7. Os sete R’s.
Repense seus hábitos, consuma o que é realmente necessário. Recuse pro-
dutos e serviços de origem insustentável, conheça a origem da matéria-prima. 
Reduza o lixo gerado e, assim, o gasto energético no processo. Repare seus 
produtos quebrados em vez de comprar novos. Reintegre, por exemplo, com-
postando o lixo orgânico. Recicle o lixo, separe-o e leve para reciclagem. Se 
não pode reciclar, reutilize, dando funções novas e sustentáveis aos produtos. 
O foco está em pensar que não existe jogar fora!
Responsabilidade socioambiental como estratégia de gestão
No mundo globalizado, as empresas têm se mostrado responsáveis pelo direcio-
namento da economia dos países ou de conjuntos de países. Entretanto, por muitos 
anos, o setor empresarial viveu uma realidade própria, em geral, desvinculada das 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 90
questões sociais e ecológicas. Os modelos de produção não estavam em sintonia com 
as necessidades sociais e ambientais.
No passado, uma das maiores dificuldades para que as empresas adotassem a 
gestão ambiental se baseava em uma ideia distorcida de que o investimento em 
meio ambiente não atraía lucros, fazendo com que os custos fossem repassados aos 
consumidores, resultando no aumento dos preços (COMINI et al., 2013).
Em um contexto de intensas discussões sobre moral, ética e justiça, diversos paradig-
mas vêm sendo quebrados. Se a situação vem mudando, os resultados positivos podem 
ser entendidos, em grande parte, como consequência da intensa atuação das políticas 
sociais e ambientais formuladas a partir de dados científicos e apoiadas pela população.
A aderência aos pressupostos das ações de responsabilidade socioambiental tam-
bém resulta da percepção de que, ao investir no compromisso voluntário de um futu-
ro sustentável, está-se agindo coerentemente com o mercado que migra em direção 
ao desenvolvimento sustentável e ao contínuo aumento de sua rentabilidade.
Atualmente, sabe-se que as empresas que adotam práticas de responsabilidade 
socioambiental possuem benefícios como: redução dos custos, valorização da marca, 
transparência nas atividades,mais fidelização de clientes, melhor comunicação exter-
na, melhor desempenho dos processos e dos empregados.
A responsabilidade socioambiental empresarial se refere às ferramentas de ges-
tão que analisam o cumprimento dos temas e que conduzem a empresa ao desenvolvi-
mento sustentável. Empresas comprometidas com essa questão atendem a itens como:
• Transformação em desempenho positivo das leis, regulamentos e normas de 
adesão voluntária às quais está sujeita;
• Conhecimento e promoção voluntária e proativa de ações de desenvolvimento 
sustentável regional, nacional e internacional;
• Possíveis danos ao meio ambiente e os impactos sociais causados por seus pro-
dutos, processos e instalações são previamente identificados;
• Conhecimento antecipado de treinamentos e planos de evacuação em casos de 
emergência ambiental;
• Conhecimento dos métodos de resposta em casos de prevenção ou mitigação 
dos impactos adversos;
• Ciência, por parte da população local, do segmento da empresa e dos impactos, 
positivos e negativos, decorrentes da sua atuação na região;
• Acessibilidade aos produtos e instalações.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 91
Paradigma econômico, social e ambiental
As instituições públicas zelam pelo que é de interesse coletivo da popula-
ção por meio de normas, valores e regras. As instituições particulares pos-
suem caráter privado uma vez que guardam os interesses individuais.
Apesar das distinções entre instituições públicas e privadas, o meio am-
biente, pelo fornecimento de recursos, e a sociedade, por meio da sua força de 
trabalho, além de estarem intimamente relacionados e possuírem caráter pú-
blico, são as bases para a existência empresarial. Assim, pode-se dizer que as 
empresas se colocam como instituições públicas com função social, pois lidam 
subjetiva e materialmente com a sociedade e com o meio ambiente, que são de 
extrema importância para a humanidade e pauta internacional.
Consequentemente, espera-se que as empresas possuam uma postura 
compromissada, que deve se espelhar nas questões econômicas, sociais e 
ambientais. Desse modo, devem exercer suas atividades com base nas três 
 dimensões da sustentabilidade para que trabalhem em equilíbrio com as 
questões econômicas, sociais e ambientais.
Por muitos anos, na economia capitalista, a obtenção de lucro se mostrou 
um dos principais meios para se estimar o sucesso empresarial. Decorre disso 
o fato de que, muitas vezes, as empresas se esquecem da ética e agem a partir 
de atos oportunistas. Os países se diferem quanto às leis sociais e ambientais 
que possuem, geralmente, refletindo seu grau de desenvolvimento. Um país em 
desenvolvimento pode se tornar menos atrativo para a permanência de empre-
sas devido às leis sociais, fiscais ou ambientais que venham a promulgar. Diver-
sas vezes é possível constatar que agir de acordo com o que as leis preconizam 
pode não ser suficiente para atender às expectativas da sociedade em relação às 
empresas. As relações entre países e instituições públicas e privadas devem ser 
fortalecidas para garantir a transparência das atividades empresariais.
Diversas são as partes interessadas (stakeholders) que afetam e são afe-
tadas, influenciam e são influenciadas pelas empresas e que, muitas vezes, 
possuem interesses conflitantes entre si e em relação à empresa (Diagrama 
1). É importante entender que buscar o melhor para si não resulta em atingir o 
melhor para todos, então, as partes interessadas devem atuar de modo que se 
equilibrem, considerando os três pilares da sustentabilidade.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 92
DIAGRAMA 1. PARTES INTERESSADAS (STAKEHOLDERS) QUE 
AFETAM O DESEMPENHO DE UMA EMPRESA
Fonte: BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016, p. 22. (Adaptado).
Atualmente, sabe-se a importância do desenvolvimento sustentável para 
garantir melhor qualidade de vida para a população e um futuro sustentável 
para as gerações seguintes. A atuação empresarial, nesse contexto, deve agir 
ativamente e em articulação com projetos que evitem a crise social e ética de 
paradigmas econômicos, sociais e ambientais.
Empresa sustentável
Segundo Carroll (1979), a responsabilidade social das empresas compreen-
de as expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade 
tem em relação às organizações em um determinado período. Uma empresa 
responsável socioambientalmente deve ter como objetivo o desenvolvimento 
sustentável e, por meio dele, exercer, em suas relações internas e externas, o 
cumprimento das questões legais e o posicionamento ético de modo integra-
do, considerando todas as expectativas das partes interessadas.
Empresa
Grupos políticos 
Grupos ativistas 
Consumidores
Sindicatos
Proprietários
EmpregadosAssociações comerciais 
Concorrentes
Fornecedores
Governo
Grupos de 
defesa dos 
consumidores 
Comunidade 
financeira 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 93
Sempre haverá dificuldades para implantar as práticas de responsabilidade 
socioambiental, já que envolvem uma diversidade de questões que se tradu-
zem em direitos, obrigações e expectativas de diferentes públicos, internos e 
externos à empresa (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016).
Todavia, no Brasil, a Constituição Federal definiu que as empresas devem 
observar os seguintes princípios:
• Soberania nacional;
• Propriedade privada;
• Função social da propriedade;
• Livre concorrência;
• Defesa do consumidor;
• Defesa do meio ambiente;
• Redução das desigualdades regionais e sociais;
• Busca do pleno emprego;
• Tratamento favorecido para empresas de pequeno porte que tenham sua 
sede e administração no País.
Desse modo, a Constituição Federal brasileira traz à tona a ideia de desen-
volvimento sustentável, colocando-o como uma das razões para a limitação 
da atuação de uma empresa quando ameaça o uso racional dos recursos.
Empresas sustentáveis não esperam que leis ambientais sejam elabora-
das pelos países, e sim pensam globalmente e agem localmente, adotando 
as três dimensões da sustentabilidade em suas atividades (Diagrama 2). Es-
sas três dimensões abrangem a sustentabilidade econômica, social e am-
biental, mas também abarca questões de:
• Sustentabilidade espacial: referente a uma configuração 
rural-urbana equilibrada, que avalia soluções para os assenta-
mentos humanos;
• Sustentabilidade cultural: referente ao respeito pela plu-
ralidade apropriada à cultura local;
• Sustentabilidade política: ressalta a necessidade 
de processos democráticos consolidados;
• Sustentabilidade institucional: relacionada 
à atividade pública e às suas relações com outras 
instâncias da sociedade.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 94
DIAGRAMA 2. TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE
SOCIAL
AMBIENTAL ECONÔMICA
SUSTENTABILIDADE
Fonte: BERLATO; MERINO; FIGUEIREDO, 2018, p. 4. (Adaptado).
Modelos de gestão ambiental
O triple bottom line (resultado triplo) é um modelo de gestão empresarial 
criado a partir das dimensões da sustentabilidade, e possui como pressuposto 
básico que a responsabilidade social das empresas deve contribuir para a su-
peração das crises socioambientais.
Esse modelo propõe uma abordagem em que todas as formas de capital se-
jam favorecidas ao longo do tempo por meio de uma gestão econômica, social 
e ambiental responsável.
No modelo tradicional, as empresas obtêm aumento de valor de mercado com 
geração de lucro líquido e consequente aumento da riqueza dos acionistas. Na esfe-
ra econômica do tripé da sustentabilidade, as empresas também obtêm desempe-
nho financeiro positivo, mas consideram os custos sociais e ambientais envolvidos 
em seus processos. Na esfera social, o capital social que estão construindo deve ser 
considerado e seu conhecimento vislumbrado como fator de competitividade. Na 
esfera ambiental, o diferencial desse modelo está na obtenção de lucro líquido am-
biental por meio da adoção do conceito de capital naturalbaseado no modo como 
a empresa lida com a manutenção dos recursos naturais e os serviços ambientais.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 95
L
U
C
R
O
P
E
S
S
O
A
S
P
L
A
N
E
T
A
Responsabilidade socioambiental empresarial
Sustentabilidade empresarial
Figura 1. O modelo 3 Ps. Fonte: BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016, p. 61. (Adaptado).
Indicadores, certificações, tecnologias e instrumentos 
de gestão
A sobrevivência e o sucesso de uma organização estão diretamente rela-
cionados à sua capacidade de atender às necessidades e expectativas dos pro-
prietários, dos clientes e da sociedade.
De acordo com a ABNT (2012), uma vez que as decisões e atividades têm impac-
to ambiental, ações entre organizações públicas ou privadas e o meio ambiente 
devem atuar no sentido de reduzi-los, sendo conveniente que a organização adote 
uma abordagem integrada que considere as implicações econômicas, sociais, na 
saúde e no meio ambiente de suas decisões e atividades, direta e indiretamente.
A partir do modelo triple bottom line, desenvolveram-se os 3 Ps – profit, peo-
ple e planet (lucro, pessoas e planeta), cuja aplicação está restrita às empresas, 
à medida que se associa a dimensão econômica ao lucro, conforme ilustra a 
Figura 1 (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 96
Muito se tem trabalhado ao longo das últimas décadas para garantir que as 
práticas de responsabilidade socioambiental sejam exercidas pelas empresas e 
para que estejam alinhadas ao conceito de desenvolvimento sustentável.
As práticas de responsabilidade socioambiental reestruturam a cultura or-
ganizacional das empresas, influenciando as diversas instâncias da gestão em-
presarial, tais como: a gestão financeira, o marketing, a produção, a gestão de 
pessoas, a logística e o desenvolvimento de produtos.
Desse modo, é importante entender melhor os indicadores, certificações, 
tecnologias e instrumentos de gestão que podem ser adotados pelas empresas 
em busca de um desempenho ambiental eficiente.
Fontes de orientação estratégica
O ciclo PDCA (plan, do, check, act, ou seja, planejar, fazer, verificar e agir) busca 
a melhoria contínua dos processos das organizações (Diagrama 3). Questões sobre 
como adotar novos ou como fazer a melhoria de processos já existentes buscando 
um melhor desempenho socioambiental podem ser resolvidas a partir dessa técnica.
DIAGRAMA 3. CICLO PDCA
Fonte: PATEL; DESHPANDE, 2017, p. 197. (Adaptado).
O que precisa ser 
feito.
O que 
funciona.
Corrigir problemas 
e melhorar a 
performance.
O que é ne-
cessário.
Agir
Verificar
Planejar
Fazer
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 97
Esse ciclo garante dois tipos de ações corretivas:
• Ação corretiva temporária: busca a resolução do problema já instaurado;
• Ação corretiva permanente: consiste na investigação e eliminação das 
causas e, portanto, visa a sustentabilidade do processo.
A ideia do ciclo PDCA é realizar o planejamento, estabelecendo claramente os 
objetivos e as metas para que as ações sejam programadas com embasamento. Além 
disso, descreve os processos que envolvem o problema para entendê-lo e para identi-
ficar as áreas para melhorias. Para isso, a utilização de fluxogramas e mapas dos pro-
cessos é importante. Muitas ferramentas estão disponíveis para coletar e interpretar 
dados, como histogramas, gráficos de execução, de dispersão e de controle.
Compreendido o cenário atual, deve-se implementar o programa estabelecido, 
promovendo a organização e o treinamento de funcionários e/ou parceiros. As solu-
ções decididas devem ser implementadas individualmente. É importante que os res-
ponsáveis se certifiquem de que todas as etapas foram totalmente compreendidas.
A fase de verificação é caracterizada por uma aprendizagem significativa. Há 
a oportunidade de desenvolver planos atualizados, elevando o processo a novos 
patamares, em vez de simplesmente consertar o que deu errado na fase anterior. 
Se os resultados forem negativos, o trabalho de melhoria deve recomeçar na fase 
de planejamento, pois, caso contrário, as soluções testadas passam para a fase de 
ação. A verificação deve ser feita continuamente pelo monitoramento e elabora-
ção de relatórios que evidenciem com clareza os resultados alcançados.
A atuação deve promover a melhoria contínua. Uma vez que o ciclo atingiu 
essa etapa, as soluções são preparadas para implementação final e, possivelmen-
te, para adoção por outros setores da organização. Nessa etapa, deve-se adotar 
normas e certificações para reconhecimento nacional e internacional das melho-
rias realizadas, e, para manter a melhoria, é preciso repetir o ciclo continuamente.
A Norma ISO 26000
A obtenção de certificados pelo atendimento de padrões técnicos sobre produ-
tos, processos produtivos, métodos e ensaios é um grande diferencial para as em-
presas. Em alguns casos, a norma que fornece o certificado é tão importante que 
se torna uma lei. Criada em 1947 e mais conhecida por sua sigla ISO, a principal 
organização de normalização é a International Organization for Standardization. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 98
O objetivo da ISO é desenvolver padrões e atividades para facilitar as trocas de 
bens e serviços no mercado internacional e promover a cooperação entre os paí-
ses nas esferas científicas, tecnológicas e produtivas (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016).
As normas de gestão da ISO se aplicam a qualquer organização, pois não são 
normas de conteúdo, mas de procedimentos que podem se adequar ao segmen-
to da empresa que a adota. Todas elas adotam o ciclo PDCA para melhoria con-
tínua dos processos. A certificação requer auditorias periódicas de avaliação.
A ISO possui normas adotadas mundialmente, entre as mais importantes es-
tão as séries ISO 9000, de gestão da qualidade, e a ISO 14000, sobre sistemas de 
gestão ambiental.
A norma ISO 26000 foi desenvolvida para organizações que querem adotar 
um sistema de gestão focado em responsabilidade social e desenvolvimento 
sustentável. Por fazer uso de termos como “pode” ou “convém que” em seu tex-
to, pode-se dizer que é uma norma-guia não certificável que busca, por meio de 
suas diretrizes, mais fazer indicações e recomendações do que exigir ou tornar 
algo obrigatório.
A norma ISO 26000 aborda sete temas centrais voltados para a responsabili-
dade social das organizações:
• Governança organizacional;
• Direitos humanos;
• Práticas de trabalho;
• Meio ambiente;
• Práticas leais de operação;
• Questões relativas aos consumidores;
• Envolvimento e desenvolvimento da comunidade.
Essa norma elenca princípios específicos associados ao meio ambiente, que 
discutem quatro questões centrais definidas por uma descrição de expectativas 
relacionadas ao desenvolvimento sustentável, sendo eles:
• Princípio da responsabilidade ambiental: além de cumprir leis vigentes, con-
vém que a organização assuma a responsabilidade pelos impactos ambientais causa-
dos por suas atividades ao meio ambiente em geral; convém que não deixe de atuar em 
busca de desempenho positivo, mas que, para isso, reconheça seus limites ecológicos;
• Princípio da precaução: onde houver ameaças de danos graves ou irrever-
síveis ao meio ambiente ou à saúde humana, convém que não se utilize da falta 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 99
de certeza científica para postergar o uso de medidas eficazes que impeçam a 
degradação ambiental ou danos à saúde humana em função dos custos. Con-
vém que a organização considere os custos e benefícios de longo prazo e não 
somente os custos de curto prazo de uma medida;
• Gestão de risco ambiental: convém que programas sejam utilizados pelas 
organizações a partir de uma perspectiva baseada em riscos e na sustentabili-
dade, para avaliar, evitar, reduzir e mitigar riscos e impactos ambientais de suas 
atividades. Convém que sejam elaboradas e aplicadas atividades de conscien-
tização,além de procedimentos de resposta a emergências, bem como meios 
de divulgar informações sobre incidentes ambientais e para reduzir e mitigar 
impactos ambientais na saúde e na segurança, causados por acidentes;
• Poluidor pagador: de acordo com a extensão do impacto ambiental na socie-
dade, convém que a organização arque com os custos da poluição causada por suas 
atividades e providencie as ações corretivas, totalmente ou à medida que a poluição 
se adeque aos níveis permitidos. O custo da poluição e a quantificação dos benefícios 
econômicos e ambientais da prevenção devem ser internalizados pelas organizações.
Desse modo, as empresas devem considerar o emprego da gestão ambiental 
seguindo abordagens estratégicas, como: ciclo de vida de produtos, avaliação de im-
pacto ambiental, produção mais limpa e ecoeficiência, abordagem por sistemas de 
produto-serviço, uso de tecnologias e práticas ambientalmente saudáveis, práticas 
de compras sustentáveis (priorizar produtos ou serviços com impactos minimizados 
e fazer uso de sistemas de rotulagem confiáveis) e aprendizagem e conscientização.
O Quadro 2 destaca as principais questões abordadas pela ISO 26000.
Questão Descrição
Prevenção da 
poluição
Convém identificar e reduzir emissões atmosféricas.
Convém identificar e reduzir descargas na água.
Convém fazer a gestão de resíduos.
Convém reduzir o uso e fazer descarte correto de produtos químicos tóxicos 
e perigosos.
Convém identificar e reduzir poluições sonora, odorífera, visual, luminosa, 
de vibração, de emissões eletromagnéticas, radioativa, agentes infecciosos, 
emissões sem um ponto de partida definido e perigos biológicos.
QUADRO 2. QUESTÕES CENTRAIS SOBRE O MEIO AMBIENTE ABORDADAS PELA NORMA ISO 26000
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 100
Uso 
sustentável 
de recursos
Convém promover a eficiência energética.
Convém promover a conservação, uso e acesso à água.
Convém promover a eficiência no uso de materiais.
Convém promover a minimização da exigência de recursos por parte de um produto.
Mitigação e 
adaptação 
às mudanças 
climáticas
Convém medir, registrar e relatar suas emissões significativas de GEE*.
Convém implementar medidas otimizadas para reduzir e minimizar as emis-
sões diretas e indiretas de GEE progressivamente.
Convém analisar a quantidade e o tipo de combustíveis usados dentro da or-
ganização e implementar programas para melhorar a eficiência e a eficácia.
Convém evitar ou reduzir emissões de GEE provenientes do manejo do solo.
Convém praticar, sempre que possível, a economia de energia.
Convém considerar se tornar “neutra em carbono”, implementando medidas 
para compensar emissões de GEE.
Convém considerar projeções futuras para o clima global e local.
Convém identificar oportunidades para evitar ou minimizar os danos associa-
dos às mudanças climáticas.
Convém implementar medidas para responder a impactos existentes ou previstos.
Proteção do 
meio ambi-
ente e da bio-
diversidade e 
restauração 
de habitats 
naturais
Convém valorizar e proteger a biodiversidade.
Convém valorizar, proteger e restaurar os serviços de ecossistemas.
Convém promover o uso sustentável do solo e dos recursos naturais.
Convém estimular um desenvolvimento urbano e rural ambientalmente favorável.
*GEE: gases do efeito estufa.
Se a organização elaborou e mantém um sistema de gestão ambiental seguindo 
os requisitos da norma ISO 14001, deve haver grandes chances dos princípios da 
norma ISO 26000 terem sido atendidos, principalmente o princípio da gestão do ris-
co ambiental. A série ISO 14001 possui normas de gestão ambiental que permitem 
que a empresa pratique ideias de mitigação dos possíveis danos ambientais decor-
rentes de sua atividade, objetivando se tornar sustentável no curto e no longo prazo. 
A norma ISO 14001 estabelece práticas de responsabilidade ambiental, como:
• Implementação de um sistema de gestão ambiental;
• Rotulagem ambiental;
• Análise de desempenho ambiental;
• Análise de ciclo de vida;
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 101
• Integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos;
• Comunicação ambiental;
• Mitigação das mudanças climáticas.
Indicadores e índices de sustentabilidade
Os indicadores e índices podem ser usados para avaliar o desempenho em 
relação aos objetivos do desenvolvimento sustentável e compará-lo entre cida-
des, países, blocos econômicos e organizações públicas e privadas; estimam se 
as instituições estão crescendo econômica e ambientalmente de acordo com o 
objetivo proposto.
Os indicadores são compostos por parâmetros ou valores, analisados em 
grupos ou isoladamente a partir de estratégias de gestão definidas antecipada-
mente. A partir dos indicadores são avaliadas as condições do sistema de gestão 
e se a estratégia adotada previamente está gerando resultados. Desse modo, 
são importantes por informarem às partes interessadas sobre o desempenho 
positivo ou negativo em uma determinada questão.
Nesse sentido, indicadores que avaliam os resultados das ações de respon-
sabilidade socioambiental empresarial capturam e antecipam tendências para 
informar os tomadores de decisão, assim como orientam o desenvolvimento e o 
monitoramento de políticas e estratégias. Os indicadores do desenvolvimento 
sustentável (indicadores de sustentabilidade) informam se o desempenho da 
empresa está ocorrendo em harmonia com o meio ambiente e têm papel impor-
tante no monitoramento, na avaliação e na efetivação do desenvolvimento sus-
tentável. Os indicadores de sustentabilidade analisam se o impacto ambiental 
gerado por uma empresa permite que o planeta seja resiliente.
Os indicadores ambientais devem ser:
• Comparáveis: devem permitir comparações e mostrar as mudanças ocorridas;
• Equilibrados: devem distinguir o mau e o bom desempenho;
• Contínuos: devem ser formulados a partir de critérios similares e conside-
rar períodos comparáveis;
• Temporais: devem ser revistos regularmente para permitir o uso de 
medidas atualizadas;
• Claros: devem ser de fácil compreensão.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 102
Os indicadores de desenvolvimento sustentável do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) são exemplos importantes para mostrar o grau de 
 desenvolvimento sustentável no Brasil. O IBGE analisa indicadores de sustentabi-
lidade considerando as três dimensões da sustentabilidade, dos quais destacam-se:
• Concentrações de poluentes no ar e em áreas urbanas;
• Queimadas e incêndios florestais;
• População residente em áreas costeiras;
• Acesso a tratamento de esgoto;
• Espécies extintas ou em risco;
• Crescimento populacional;
• Mortalidade infantil;
• Consumo de energia per capita.
DICA
No Brasil, a construção de indicadores de desenvolvimento 
sustentável se integra ao conjunto de esforços para 
concretização das ideias e princípios formulados na 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, de 1992.
É importante conhecer as diversas informações sobre 
como estamos trabalhando rumo ao desenvolvimento 
sustentável. O documento é interativo e de acesso gratuito.
Para a formulação de indicadores de desenvolvimento sustentável empresarial, 
pode-se citar os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis, 
criados pelo Instituto Ethos. A ferramenta elabora indicadores a partir de um ques-
tionário e tem como foco avaliar o grau de incorporação da sustentabilidade e da res-
ponsabilidade social aos negócios, auxiliando na definição de estratégias, políticas e 
processos. Trata-se de uma ferramenta gratuita de aprendizagem, avaliação e monito-
ramento das ações de responsabilidade socioambiental, estruturada em temas e sub-
temas com um questionário agrupado em dimensões baseadas na norma ISO 26000.
Os indicadores são diferentes dos índices. Os índices são feitos da junção 
de um conjunto de indicadores e são instrumentos de tomada de decisãoe 
previsão, pois permitem conhecer o endividamento e os riscos associados 
para os investimento e funcionam como um retrato das condições da empresa, 
 refletindo sua saúde econômica, social e ambiental.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 103
Como exemplo, pode-se citar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE 
B3), que é uma ferramenta de análise comparativa do desempenho das ações de 
sustentabilidade das empresas constantes nas listas da B3 (Brasil Bolsa Balcão) sob 
o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equi-
líbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. O ISE B3 está fundamenta-
do na eficiência econômica e na equidade ambiental, além de possuir transparên-
cia em seus processos, uma vez que também possui fundamentos na governança 
coorporativa e na promoção da justiça social. Atualmente, o ISE B3 se caracteriza 
como um norteador para os fundos de investimento e valoriza as empresas de ca-
pital aberto ao lidar com uma questão tão demandada pela sociedade atual.
DICA
Entenda o que é, conheça sua missão, fundamentos, objetivos 
estratégicos e a versão atual do Questionário ISE B3.
Muitas empresas prestadoras de serviços estratégicos fazem a análise dos 
índices de sustentabilidade por meio de softwares de gestão de indicadores 
ambientais, por plataformas de análise de vulnerabilidade e licenciamento am-
biental, auxiliando na adoção de programas e selos ambientais. Infelizmente, 
na maioria das vezes, tais serviços estão disponíveis somente para empresas 
de grande porte devido ao seu alto custo.
Tecnologias resultantes da gestão ambiental
A adoção de práticas de responsabilidade socioambiental nas estratégias 
de gestão empresarial tem permitido, se não exigido, o desenvolvimento de 
tecnologias inovadoras, tanto na produção de bens quanto na prevenção de 
impactos negativos ao meio ambiente. Tais tecnologias estão disponíveis em 
diversos segmentos empresariais e, em geral, são resultado de demandas dos 
clientes. Pode-se afirmar que, na atualidade, para ser considerado um bom 
processo ou produto não basta ser eficiente industrialmente, também há a ne-
cessidade de ser eficiente ambientalmente.
Algumas tecnologias com melhor desempenho ambiental já devem estar pre-
sentes no seu dia a dia. O Quadro 3 destaca alguns exemplos.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 104
Processo/Produto Vantagem Desvantagem
Linha branca de 
eletrodomésticos Menor consumo de energia.
Geração de lixo resultante da 
troca de eletrodomésticos.
Lâmpadas de LED
Menor consumo de energia;
Maior durabilidade;
Menos descarte de lixo.
Custo mais elevado.
Carros elétricos Dispensa o uso de combustível fóssil.
Custo elevado;
Dificuldade de ganhar o mercado.
Tintas
Redução da toxicidade devido à 
remoção de metais pesados na 
composição.
Menor durabilidade.
Drones na agricultura
Redução do uso de defensivos 
agrícolas;
Redução do custo de produção a 
longo prazo.
Custo inicial elevado;
Necessidade de treinamento;
Dificuldade para chegar ao 
pequeno produtor.
Embalagens de fécula 
de mandioca
Reduz o uso de plástico;
Biodegradável.
Custo elevado;
Menor durabilidade.
Painéis solares
Menor consumo de energia;
Redução dos valores das contas 
de energia.
Custo inicial elevado;
São necessários técnicos para 
instalação.
QUADRO 3. EXEMPLOS DE NOVAS TECNOLOGIAS ADOTADAS EM PRODUTOS E PROCESSOS
Tecnologias industriais que resultam na redução do consumo de água 
ou da queima de biomassa, que reduzam a geração de resíduos 
ou que aumentem a eficiência dos processos de tratamento de 
efluentes, bem como que resultam em produtos com 
menor utilização de elementos tóxicos ou de fon-
tes não renováveis têm sido foco dos setores de 
pesquisa e desenvolvimento de empresas e de 
instituições de pesquisa, pois trazem benefícios 
econômicos e ambientais.
Marketing ambiental
O marketing ambiental ou marketing verde é uma estratégia adotada 
para promover a divulgação e aumentar as vendas de produtos e serviços que 
tenham bases ambientalmente corretas. Por meio dele é possível vincular uma 
marca, produto ou serviço a uma imagem ecologicamente correta.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 105
Os produtos e serviços passíveis do marketing ambiental devem ser resultado 
de um impacto ambiental mínimo, tanto ao se considerar os elementos que com-
põem o produto quanto os que estão relacionados ao seu processo produtivo.
Diante da crescente demanda por práticas de sustentabilidade, o marketing 
ambiental pode trazer às empresas vantagens competitivas, o recrutamento 
de novos clientes e a garantia de sua sobrevivência no mercado.
Existem quatro pilares elaborados para que as empresas possam aplicar o 
marketing ambiental em seus produtos ou serviços de modo sustentável:
• Ser ecologicamente correto;
• Ser economicamente viável;
• Ser socialmente justo;
• Ser culturalmente aceito.
Tendências mundiais sobre o perfil do consumidor
Na maioria dos países, a preocupação com o meio ambiente cresceu. Ques-
tões sobre o uso de fontes de energia renováveis, sobre o desmatamento, as 
mudanças climáticas e a poluição atmosférica são apontadas como os maiores 
problemas ambientais da atualidade.
Os consumidores, de modo geral, consideram importante comprar produtos e 
serviços de empresas que respeitam o meio ambiente, mas quando são questiona-
das sobre o que é importante para decidir consumir de uma empresa, preocupações 
básicas relacionadas a custo-benefício são listadas antes de questões sobre respon-
sabilidade socioambiental e produtos ambientalmente corretos. Preço bom, quali-
dade, confiabilidade e atendimento ao cliente estão entre os atributos empresariais 
mais importantes entre os consumidores. Essas respostas indicam que, de acordo 
com o posicionamento dos clientes, as empresas não devem sacrificar os fundamen-
tos da marca para as questões ambientais, entretanto, devem manter um equilíbrio 
entre os atributos desejados e o compromisso com o desenvolvimento sustentável.
Em geral, consumidores estão dispostos a comprar mais produtos ambien-
talmente corretos e a pagar até 10% a mais para produtos ecológicos, mas mui-
tos relatam problemas que prejudicam a compra, como a rotulagem confusa 
ou não confiável, preço muito discrepante em comparação aos produtos não 
verdes, falta de disponibilidade e pouca variedade.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 106
Os consumidores de produtos ambientalmente corretos procuram produ-
tos que usem menos embalagens plásticas, e sim biodegradáveis ou recicláveis; 
além disso, apoiam-se nas informações presentes nas embalagens e em certifi-
cações para decidir sobre qual produto comprar.
Iniciativas de marketing ambiental
É necessário que as empresas realizem a divulgação de ações de marketing 
ambiental aos seus clientes somente depois de realmente adotarem uma pos-
tura ambientalmente correta em sua cultura organizacional, por meio de ações 
de responsabilidade socioambiental.
Para fazer propagandas sobre essa postura ambientalmente correta, as pe-
quenas e grandes empresas podem:
• Adotar os 3 Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar;
• Incorporar os 4 Ss: aceitação social, satisfação do consumidor, segurança 
e sustentabilidade;
• Usar selos verdes (certificação ambiental) para legitimar o posicionamen-
to da empresa;
• Participar de programas de promoção dos três pilares da sustentabilidade;
• Escolher fornecedores e parceiros ecologicamente corretos.
Empresas conhecidas no mundo todo têm adotado iniciativas ambientais e 
divulgado suas ações em todos os meios de comunicação disponíveis, sendo 
exemplos de destaque:
• Microsoft: já foi eleita a empresa mais sustentável do mundo. Desenvolveu, por 
exemplo, um sistema de inteligência artificial para combater o aquecimento global;
• Coca-cola: em 2012, mudou a cor das latas e rótulos para conscientizar a 
sociedadesobre a necessidade proteção dos ursos polares, um dos 
personagens símbolos da marca;
• Nike: criou o Making App para inspirar designers 
de moda a trabalhar com materiais ecológicos a par-
tir de seus produtos;
• Toyota: desenvolveu o Prius, o primeiro veí-
culo híbrido do mundo.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 107
Cooperação, articulações intersetoriais e promoção do 
desenvolvimento
A criação de grupos de trabalho 
pode auxiliar na construção de uma 
importante ferramenta de coorde-
nação e efetivação das práticas de 
responsabilidade socioambiental, ao 
possibilitarem a construção compar-
tilhada de projetos de cooperação, 
articulação e promoção do desen-
volvimento sustentável, que dão di-
reção comum e estratégica às ques-
tões econômicas, sociais e ambientais. Tais ferramentas são os meios para 
superar as hierarquias institucionais e as relações de poder entre setores, 
políticas e segmentos sociais.
Dentro dos pressupostos do desenvolvimento sustentável de propor, esti-
mular, promover e monitorar as ações de responsabilidade socioambiental e 
a minimização dos impactos negativos sociais e ambientais, a adoção destas 
ferramentas acabará por: 
• Estimular discussões sobre responsabilidade socioambiental nas organi-
zações e divulgar legislações e normas; 
• Potencializar o resultado de ações de capacitação; 
• Construir e organizar conhecimento e objetivos de aprendizagem; 
• Propiciar o uso racional de matéria-prima, equipamento, força de traba-
lho, imóveis, infraestrutura e contratos;
• Aperfeiçoar o uso de recursos orçamentários; 
• Aumentar as colaborações entre as instituições de ensino e pesquisa e as 
organizações públicas e privadas;
• Realizar o intercâmbio de experiências entre os signatários.
A construção de espaços para comunicação e troca de experiências permite 
o estabelecimento de conceitos, objetivos e direções comuns, propiciando con-
dições para o planejamento participativo de ações que exijam contribuições de 
diferentes setores. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 108
Apesar de ser uma importante estratégia na busca pelo desenvolvimento sus-
tentável, o diálogo intersetorial não é simples. Ao praticá-lo será preciso lidar com 
diferentes pontos de vista e culturas organizacionais para a tomada de decisão e 
para encontrar a solução de problemas.
O trabalho cooperado e intersetorial é um instrumento relevante para a opera-
cionalização do conceito e de ações de responsabilidade socioambiental, com base 
nos pressupostos teóricos e metodológicos da promoção da sustentabilidade.
 Atualmente, a promoção da cooperação e da articulação intersetorial pode 
ser considerada componente central das políticas de responsabilidade socioam-
biental. Elas objetivam a mudança de postura e a quebra de paradigmas, repre-
sentando uma nova forma de gerenciamento que transcende a fragmentação das 
políticas públicas e promove a gestão participativa.
O sistema cooperativista e a responsabilidade socioambiental 
Podemos estabelecer algumas conexões entre a gestão das cooperativas e 
as ações de responsabilidade socioambiental, seguindo o conceito dos três pi-
lares da sustentabilidade. O (I) contexto econômico permite a dinamização da 
economia em micro e macroescala, seja por meio da interação com o mercado, 
ou pela política equitativa distribuição de renda baseada na produção do coope-
rado. O (II) contexto social das cooperativas propicia a distribuição regional da 
renda em termos equitativos, levando em consideração a geração de emprego 
e desenvolvimento de pequenas localidades, o que permite a distribuição do 
capital financeiro regionalmente e homogeneamente. O (III) contexto ambiental 
fundamenta-se na ideia de que as bases cooperativistas estruturam-se consi-
derando o estabelecimento de relações de equilíbrio com o meio ambiente. O 
conceito de unidade e trabalho em equipe das cooperativas permeiam as ideias 
de parceria, cooperação e colaboração de trabalho.
O cooperativismo está apoiado em cinco valores, sendo eles: equidade, so-
lidariedade, justiça social, liberdade e democracia (CHAVES et al., 2009). Ao preo-
cupar-se com o bem-estar social, o cooperativismo contempla ações de gestão 
voltadas para a responsabilidade socioambiental. Nesse sentido, responsabilida-
de socioambiental e cooperativismo alinham-se, pois ambos são formados por 
indivíduos que além de trabalharem seguindo as mesmas pautas econômicas, 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 109
sociais e ambientais, atuam em prol de uma sociedade mais justa hoje e no futuro. 
A atuação responsável socioambientalmente nas comunidades não é algo novo 
para as cooperativas, na realidade, elas foram criadas com o objetivo de resolver 
reclamações e problemas comuns de um grupo de pessoas. Assim, sempre estive-
ram fundamentadas na comunidade que as criou. Pode-se dizer que a responsabi-
lidade socioambiental compõe a essência do cooperativismo. 
Analisando os princípios cooperativistas, ficam claras as relações entre coo-
perativismo e responsabilidade socioambiental: 
• Adesão livre: as cooperativas são organizações voluntárias, 
abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e 
assumir as responsabilidades como cooperadas, sem discrimi-
nações sociais, raciais, políticas, religiosas ou de gênero;
• Gestão democrática livre: as cooperativas são organizações 
democráticas, controladas por seus cooperados, que partici-
pam ativamente na formulação das suas políticas e nas toma-
das de decisões;
• Distribuição dos lucros: os cooperados contribuem equita-
tivamente e controlam democraticamente o capital de suas 
cooperativas;
• Autonomia e independência: as cooperativas são organizações 
autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos cooperados;
• Promoção da educação, formação dos membros e aprimora-
mento social: as cooperativas promovem a educação e a for-
mação de seus cooperados, dos representantes eleitos, dos 
gerentes e de seus funcionários, de forma que estes possam 
contribuir eficazmente para o desenvolvimento da cooperativa;
• Promoção do capital social: as cooperativas trabalham para o 
desenvolvimento sustentado das suas comunidades, através de 
políticas aprovadas pelos cooperados;
• Cooperação entre as cooperativas: para as cooperativas pres-
tarem melhores serviços a seus cooperados e agregarem força 
ao movimento cooperativo, devem trabalhar em conjunto com 
as estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais (OCE-
PAR, 2016 apud OLIVEIRA, 2017, p. 83).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 110
A cultura organizacional que adota os sete princípios cooperativistas está fo-
cada no capital social, se diferindo, assim, da cultura organizacional empresa-
rial tradicional, que é fundamentada na geração de capital financeiro (Quadro 1).
Cooperativa Empresa tradicional
É uma sociedade de pessoas. É uma sociedade de capital.
Tem como objetivo a prestação de serviços 
aos associados. O objetivo principal é o lucro financeiro.
Número ilimitado de associados. Número limitado de acionistas.
Controle democrático onde um homem faz 
um voto. Cada ação possibilita um voto.
Assembleia baseada no número de 
associados. Assembleia baseada no capital financeiro.
Não é permitida a transferência das quotas. Transferências das ações a terceiros.
Operações do associado com a cooperativa. Dividendo proporcional ao valor das ações.
QUADRO 1. COMPARATIVO ENTRE COOPERATIVA E EMPRESA VOLTADA PARA GERAÇÃO 
DE CAPITAL FINANCEIRO
Fonte: GIESE; BÜTTENBENDER, 2015, p. 10.
O cooperativismo é gerido pela 
vontade coletiva e concretizado após 
a conivência de todos os sócios coo-
perados. Ainda assim, as cooperati-
vas necessitam de uma gestão flexí-
vel para que possam se adaptar às 
tendências e exigências do mercado 
globalizado, sem deixar de conservar 
seus valores e princípios como orga-
nização social.
Os cooperados possuemrespon-
sabilidades perante a sociedade, a comunidade e, principalmente, os pró-
prios cooperados. Quando adequadamente implementada, a cooperativa 
pode melhorar a imagem da organização e consolidar uma identidade organi-
zacional positiva economicamente, socialmente e ambientalmente. 
Existem diversas organizações cooperativistas que exercem práticas de res-
ponsabilidade socioambiental. Vamos conhecer alguns exemplos no Quadro 2. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 111
Copacol
Cooperativa fundada em 1963, no Paraná, fornece 
assistência técnica e implementos agrícolas aos seus 
associados, comercializa aves e produtos agrícolas nos 
mercados nacional e internacional, fabrica rações e 
desenvolve pesquisas econômicas. Como exemplo de 
ação de responsabilidade socioambiental, desenvolveu 
diversos programas, entre eles estão os programas Volta às 
Aulas e Programa de Profissionalização do Produtor Rural, 
destinados a aumentar a autoestima dos funcionários, 
associados e pessoas da comunidade que não puderam 
concluir o Ensino Fundamental. Foi a primeira empresa 
do setor agroindustrial do País a aderir aos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Cooperlínea
Cooperativa fundada em 2003, em São Paulo, tem como 
objetivo a reciclagem, a separação, a destinação correta e 
a venda dos resíduos orgânicos e inorgânicos. Além disso, 
presta serviços, ministra palestras de conscientização e 
educação ambiental, de normatização e de cooperativismo 
ambiental. Conquistou, em 2004, a Certificação de 
Responsabilidade Social ISO 14001.
Caisp
Cooperativa fundada em 2003, em São Paulo, tem como 
objetivo a produção de hortaliças, legumes, cogumelos e 
frutas convencionais, orgânicas e hidropônicas de maneira 
consciente. Os produtos orgânicos são livres de agrotóxicos, 
assim, busca-se um equilíbrio entre o ser humano e a natureza. 
A linha orgânica possui certificação e selo da ECOCERT.
QUADRO 2. EXEMPLOS DE ORGANIZAÇÕES COOPERATIVISTAS
DICA
Acesse os sites oficiais das cooperativas COPACOL, COPERCICLA e CAISP 
para saber um pouco mais sobre suas histórias e trajetórias.
Promoção do desenvolvimento: o papel da educação 
ambiental
A educação ambiental está presente na Constituição Federal, em seu artigo 
225, inciso VI, que estabelece que promover a educação ambiental em todos 
os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio 
ambiente é dever do Estado e de todos. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 112
Sobre educação ambiental entendem-se os processos por meio 
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso 
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sus-
tentabilidade (BRASIL, 2018, p. 43).
Tal conceito nos faz refletir sobre o 
fato de que a educação ambiental não 
exclui o desenvolvimento, mas o reali-
za levando em consideração a capaci-
dade de resiliência do planeta. 
Podemos inferir que a educação 
ambiental abarca o direito jurídico, 
pois é instrumento de efetivação do 
direito e da necessidade dos seres hu-
manos ao desenvolvimento ambiental 
equilibrado, condição indispensável à 
dignidade de vida das gerações viven-
tes e das futuras. Somente por inter-
médio da educação, a humanidade 
será capaz de compreender a relevân-
cia das questões ambientais e sua in-
ter-relação com o meio ambiente.
As discussões sobre educação ambiental remetem a um antigo e amplo 
histórico nacional e internacional. Durante a Rio-92, um evento realizado 
no Rio de Janeiro que foi marco das discussões sobre meio ambiente, foi 
elaborado o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis 
e Responsabilidade Global. Nele, foram estabelecidos princípios, diretrizes 
e planos de ação fundamentais para a promoção da educação para as so-
ciedades sustentáveis. Eles enfatizaram a importância do pensamento e das 
atitudes críticas, coletivas e solidárias, da interdisciplinaridade, da multipli-
cidade e da valorização da diversidade.
No Quadro 5, vamos conhecer os dezesseis princípios da educação para 
sociedades sustentáveis e responsabilidade global.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 113
A partir daí, diversos programas foram emoldurados na busca do desenvol-
vimento de uma sociedade que compreenda a importância do meio ambiente. 
Não obstante, quando se trata dos meios para a implementação da educação 
ambiental, é possível identificar uma grande diversidade de concepções.
Dezesseis princípios da educação para sociedades sustentáveis e responsabilidade global
1. A educação é um direito de todos;
2. A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, promovendo a 
transformação e a construção da sociedade;
3. A educação ambiental tem o propósito de formar cidadãos com consciência local e 
planetária, que respeitem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações;
4. A educação ambiental não é neutra, e sim ideológica, constituindo-se como ato político;
5. A educação ambiental deve envolver uma perspectiva holística, com enfoque 
interdisciplinar na relação entre ser humano, natureza e universo;
6. A educação ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos 
direitos humanos;
7. A educação ambiental deve tratar as questões globais críticas, suas causas e inter-relações 
em uma perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico;
8. A educação ambiental deve facilitar a cooperação mútua e equitativa nos processos de 
decisão, em todos os níveis e etapas;
9. A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, refletir e utilizar a história 
indígena e culturas locais, assim como promover a diversidade cultural, linguística 
 e ecológica;
10. A educação ambiental deve estimular e potencializar o poder das diversas populações, 
promovendo oportunidades para as mudanças democráticas de base, que estimulem os 
setores populares da sociedade. Isto implica que as comunidades devem retomar a condução 
de seus próprios destinos;
11. A educação ambiental valoriza as diferentes formas de conhecimento;
12. A educação ambiental deve ser planejada para capacitar as pessoas para trabalharem 
conflitos de forma justa e humana;
13. A educação ambiental deve promover a cooperação e o diálogo entre indivíduos e 
instituições, visando criar novos modos de vida que atendam às necessidades básicas 
de todos;
14. A educação ambiental requer a democratização dos meios de comunicação em massa, 
que devem se comprometer com o interesse de toda a sociedade;
15. A educação ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ações;
16. A educação ambiental deve contribuir para o desenvolvimento de uma consciência ética 
sobre todas as formas de vida, com as quais compartilhamos este planeta, respeitando seus 
ciclos vitais e impondo limites à exploração das demais formas de vida pelos humanos.
QUADRO 5. PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E 
RESPONSABILIDADE GLOBAL
Fonte: BRASIL, [s.d.]c.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 114
Existem diversas correntes sobre a concepção de meio ambiente que se 
encaixam em diferentes perspectivas teóricas. Porém, é importante que, ape-
sar das diferenças, se mantenha o foco na problemática do assunto e na busca 
por soluções condizentes com a realidade e a aplicabilidade dos grupos sociais.
Existem quinze correntes de educação ambiental divididas em dois grupos, 
que apresentam uma pluralidade de proposições inerentes a cada contexto (Qua-
dro 6). Todas possuem em comum a preocupação com o meio ambiente e o reco-
nhecimento da importância da educação para promover o equilibro ambiental.
n° Grupo Corrente Enfoque
1 Tradicional
Naturalista
Centrada nas relações com a natureza.
Objetiva a reconstrução da ligação entre os seres 
humanos e a natureza.
Conservacionista Aeducação deve estabelecer sua função social, gerando consciência ambiental.
Resolutiva Usa a crise ambiental como razão para a busca de informação social.
Sistêmica Desenvolver uma abordagem sistêmica para a compreensão das realidades ambientais.
Científica Associar o desenvolvimento de conhecimentos e 
habilidades à solução dos problemas ambientais.
Humanista Considera as conexões entre natureza, sociedade e processos históricos.
Moral/ética Enfatiza o desenvolvimento ambiental a partir do cognitivo, afetivo e moral.
2 Recente Holística Cunho analítico e racional das realidades e dos problemas ambientais atuais.
Biorregionalista Aderem à concepção de “pensar global e agir local” da Agenda 21.
Práxica Aprender para a ação e pela ação.
Crítica social Analisa as dinâmicas sociais de base observadas nas problemáticas ambientais.
Feminista
Reestabelecimento de relações harmônicas com 
a natureza no que tange às práticas de dominação 
masculina.
Etnográfica Prática de educação ambiental de acordo com a realidade cultural de cada grupo.
Ecoeducação O meio ambiente é entendido como uma esfera de interação essencial para uma educação.
Sustentabilidade Transformar os modelos de produção e consumo da sociedade em prol das gerações presentes e futuras.
QUADRO 6. CORRENTES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Fonte: SAUVÉ, 2005. (Adaptado).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 115
Todas as correntes citadas possuem em comum a preocupação com o meio 
ambiente e o reconhecimento da importância da educação para promover o 
equilibro ambiental. Independentemente da corrente, a educação ambiental 
deve promover um ambiente de transformação individual e coletiva das atua-
ções humanas que causam a crise socioambiental.
O objetivo é que, por meio da educação ambiental, entenda-se que o am-
biente pode ser utilizado para benefício econômico e social da humanidade, 
desde que ela seja capaz de usufruir dos recursos naturais sem causar impac-
tos negativos significantes (ALENCASTRO; SOUZA-LIMA, 2015).
Até aqui a educação ambiental foi abordada como meio de promover o de-
senvolvimento a partir de um viés ambiental. Discutimos seus conceitos, sua 
importância e suas diversas correntes. Agora, vamos conhecer um pouco so-
bre as políticas, os programas, as ações e os projetos governamentais que es-
tão em vigor no Brasil e são voltados para essa pauta.
No Brasil, existe a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) que é 
coordenada por um órgão gestor que atua em articulação com o Ministério da 
Educação e o Ministério do Meio Ambiente. O PNEA subsidia e qualifica ações 
capazes de promover a educação ambiental em todos os níveis e modalidades 
de ensino, seja em caráter formal ou não formal. A partir das políticas do PNEA, 
foi lançado o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), em 2003. 
O ProNEA apresenta diretrizes, princípios, visão, missão, objetivos, público e 
linhas de ação que orientam a educação ambiental no Brasil, assegurando, de 
forma integrada e articulada, o estímulo aos processos de mobilização, for-
mação, participação e controle social das políticas públicas 
ambientais. Como podemos observar, o ProNEA atua em 
articulação intersetorial com as demais políticas fede-
rais, estaduais e municipais, incluindo IBAMA, SISNA-
MA, PNUMA etc.
A missão do ProNEA é: 
promover educação que contribua para um projeto de sociedade 
que integre os saberes nas dimensões ambiental, ética, cultural, 
espiritual, social, política e econômica, impulsionando a dignidade, 
o cuidado, o bem viver e a valoração de toda forma de vida no 
planeta (BRASIL, 2018, p. 26). 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 116
Assim,
o ProNEA tem como eixo orientador a perspectiva da sustenta-
bilidade com base no Tratado de Educação Ambiental para So-
ciedades Sustentáveis e Responsabilidade Global e define como 
diretrizes do programa:
• Transversalidade, transdisciplinaridade e complexidade;
• Descentralização e articulação espacial e institucional, com 
base na perspectiva territorial; 
• Sustentabilidade socioambiental;
• Democracia, mobilização e participação social;
• Aperfeiçoamento e Fortalecimento dos Sistemas de Educação 
(formal, não formal e informal), Meio Ambiente e outros que te-
nham interface com a educação ambiental;
• Planejamento e atuação integrada entre os diversos atores no 
território (BRASIL, 2018, p. 23).
A partir do ProNEA o governo vem desenvolvendo diversas linhas de ações 
estratégicas, como as observadas no Quadro 7.
Educomunicação
Proporcionar meios interativos e democráticos para que a sociedade 
possa produzir conteúdos e disseminar conhecimentos por meio da 
comunicação ambiental voltada para a sustentabilidade.
Coleciona É o fichário da educação ambiental. Fornece informações, textos, experiências e ações na área de educação ambiental.
Circuito Tela Verde Reúne vídeos com conteúdo socioambiental para serem exibidos em todo território nacional e em algumas localidades fora do País.
Projeto Salas Verdes Promove o incentivo à implantação de espaços socioambientais para atuarem como potenciais centros de informação e formação ambiental.
Plataforma Educares É uma ferramenta digital que tem o objetivo de divulgar ações que ajudem a enfrentar os desafios da implantação da Política Nacional 
de Resíduos Sólidos (PNRS).
Concurso de Redação 
da Copa Verde
É uma iniciativa que busca levar o futebol até as regiões pouco ex-
ploradas pelas grandes competições, aliando aos eventos o conceito 
de sustentabilidade.
Fonte: BRASIL, [s.d.]b. (Adaptado).
QUADRO 7. LINHAS DE AÇÕES ESTRATÉGICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO PRONEA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 117
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 124
3
UNIDADE
A Ética nas Relações Humanas
Iniciamos mais uma etapa para juntos pensar a questão ética nas relações 
humanas. Em nosso debate e apendizado teremos muitos temas para abordar, 
como: diversidade cultural, étnica e religiosa e de gênero; bem como debater 
as questões éticas e as relações com os princípios de cidadania na sociedade 
tecnológica; distinguir e conhecer questões vinculadas ao debate sobre intole-
rância, racismo e xenofobia; como também demostrar a importância do ensi-
no da ética nas instituições. Falamos tanto em considerar o bem comum, em 
construir uma cidadania de liberdade e respeito ao outro e, agora, chegamos 
ao momento de saber se estamos entendendo sobre como estão e como de-
vemos considerar as relações humanas do ponto de vista moral. Será que ser 
de uma religião ou cultura diferente nos faz tratar nossos vizinhos, parentes e 
amigos de forma hostil ou segregadora? Vamos estudar e conhecer mais estas 
realidades, como também entender nossa origem, nossas raízes históricas, e 
apostar no conceito de ética que nos trouxe até aqui. Agora vamos entender as 
raízes de nosso povo!
Raízes históricas da população brasileira 
Somos miscigenados! E esse fato ocorreu em razão da mistura de diversos 
grupos humanos que aconteceu no país antes e, principalmente depois da co-
lonização. São inúmeras as raças que favoreceram a formação do povo brasi-
leiro. Segundo Freitas (2021), os principais grupos foram os povos indígenas, 
africanos, imigrantes europeus e asiáticos.
• Povos indígenas: antes do descobrimento do Brasil, o território já era ha-
bitado por povos nativos, nesse caso, os índios. Existem diversos grupos indí-
genas no país, entre os principais estão: Karajá, Bororo, Kaigang e Yanomani. 
No passado, a população desses índios era de quase 2 milhões de pessoas.
• Povos africanos: grupo humano que sofreu uma migração involuntária, 
pois foram capturados e trazidos para o Brasil, especialmente entre os séculos 
XVI e XIX. Nesse período, desembarcaramno Brasil milhões de negros africa-
nos, que vieram para o trabalho escravo. Os escravos trabalharam especial-
mente no cultivo da cana-de-açúcar e do café.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 126
• Imigrantes europeus e asiáticos: os primeiros europeus a chegarem ao 
Brasil foram os portugueses. Mais tarde, por volta do século XIX, o governo bra-
sileiro promoveu a entrada de muitos imigrantes europeus e também asiáticos. 
Na primeira metade do século XX, pelo menos quatro milhões de imigrantes 
desembarcaram no Brasil. Dentre os principais grupos humanos europeus, 
destacam-se: portugueses, espanhóis, italianos e alemães. Em relação aos po-
vos asiáticos, podemos destacar japoneses, sírios e libaneses.
Figura 1. Miscigenação no Brasil. Fotos: Jen Theodore / Tatiana Zanon / Kindred Hues / Unsplash
Darcy Ribeiro (1995), em seus estudos sobre uma visão etnográfica da so-
ciedade brasileira em épocas remotas se destacou ao escrever sobre a socie-
dade brasileira, ressaltando as influências que recebemos das matrizes pelas 
quais o Brasil é formado e sobre os estragos causados pelos europeus, como a 
peste, a disputa por território e a escravização dos índios. 
Dessa forma, o referido autor afirma que nesse momento surgia 
uma nova etnia, segundo ele, “era o brasileiro que surgia cons-
truído com os tijolos dessas matrizes à medida que elas iam sen-
do desfeitas.” (RIBEIRO, 1995, p. 30). 
CONTEXTUALIZANDO
‘Dia do Índio’: estudo revela 305 etnias e 274 línguas entre 
povos indígenas do Brasil, acesse.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 127
ASSISTA
Assista ao vídeo sobre miscigenação no Brasil
O Brasil, por ser um país onde a miscigenação é aflorada, carrega consigo 
benefícios e malefícios. O benefício da miscigenação ocorrida no Brasil se deve 
a diversidade de raças, culturas e etnias, que resultou numa grande riqueza 
cultural distribuída de forma diversa pelas regiões do país. Por esse motivo, 
encontramos inúmeras manifestações culturais, costumes, pratos típicos, en-
tre outros aspectos, no entanto, o tipo de colonização e a forma como se deu 
a miscigenação também traz o peso da herança cultural muito rica, mas muito 
marcada por uma série de situações que ainda prevalecem na população racis-
mo, xenofobia e preconceito l (ARAÚJO E SOUZA, 2013).
DICA
Leia mais sobre o racismo no Brasil. Acesse o QR Code. 
Diversidade Cultural, Étnica, Religiosa e de Gênero
Nada mais oportuno do que entender cultura e diversidade cultural após 
termos debatido muito as demandas do conceito de ética. Assim, vamos iniciar 
tecendo a definição de cultura. Lembrando logo de início que cada um tem a 
sua e a vida segue rica e bem fecunda porque somos diferentes, mas podemos 
comunicar nossas diferenças e construir novas possibilidades de viver.
Geertz (1989) ao abordar os estudos sobre cultura refere que a atividade 
do antropólogo é interpretar, cada cultura pode ser entendida como um texto. 
Cada texto é uma interpretação. Para ele, a cultura constitui-se como formas 
de ações significativas, simbólicas. A cultura parece estar oculta na mente dos 
homens e se expressa em suas ações. Ele afirma que é possível enxergar a cul-
tura de um povo porque ela está expressa em suas relações sociais.
O autor mostra que a cultura se revela a partir de uma descrição densa, pois 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 128
Figura 2. Cultura como teia de significados. Fonte: Pixabay.
 É importante o destaque trazido pelo antropólogo sobre a cultura ser com-
preendida pela teia de significados, isso porque se as relações se traçam com 
interligações de valores e símbolos e tradições, tudo o que dá sentido dinâmico 
à cultura vemos com olhos de necessidade de compreensão do que vem a ser 
a diversidade cultural.
O autor mostra que o ponto de vista do nativo é sempre uma construção 
cultural que se dá após a pesquisa. Cada cultura define o que é “ser humano”. O 
antropólogo só tem acesso a isso a partir desses símbolos. Para Geertz (1989), 
as situações universais são sempre descritas de forma singular, seu enfoque 
privilegia as situações particulares.
Dessa forma, a cultura é única para cada grupo e singular em cada indivíduo. 
No mundo existem milhares de trações culturais, símbolos, pensamentos, mani-
festações e identidades culturais, tal diversidade enriquece nosso mundo social.
Para Cuche (2012), o conceito de identidade ganha destaque com o nasci-
mento do multiculturalismo, o qual nos mostra a face de que os imigrantes e 
as diversas minorias buscam o direito da diferença, o direito de ter uma identi-
dade própria digna de respeito. Por outro lado, os grupos maioritários colocam 
em debate tal pretensão, temendo, entre a expansão de múltiplas identidades 
que competiriam para enfraquecer e fragmentar a identidade nacional, a pró-
pria sustentação do Estado.
são as ações produzidas, percebidas e interpretadas que a definem. Geertz 
(1989) está, então, atrás da teia de significados de cada sociedade. Ele não de-
fende a ideia de ter que “se tornar um nativo” para conhecer a fundo uma cul-
tura, mas sim estar familiarizado com o grupo que se pretende compreender.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 129
EXPLICANDO
Cultura: conjunto de pensamentos, sentimentos, atitudes, trações, símbolos, 
hábitos e valores que pertencem a um grupo. Dão sentido a sua identidade 
cultural, sua marca como grupo. 
Diversidade Cultural: é o reconhecimento de diferentes culturas para diferentes 
grupos sociais.
Figura 3. Diversidade Cultural. Fonte: Pixabay.
Para Bergamaschi (2008), a diversidade cultural e a presença de inúmeros povos 
indígenas com suas tradições e línguas marcam nossa diversidade étnica e cultural. 
Alves e Barros (2009) definem que a diversidade cultural está relacionada aos as-
pectos distintivos de uma cultura para outra, uma riqueza dada pela capacidade dos 
humanos de criar e transformar o legado que receberam. As identidades culturais 
aparecem a partir das manifestações culturais. 
O debate sobre a questão da diversidade cultural, que abre para todo um feixe 
de outros debates importantíssimos, nos faz pensar que com a educação podemos 
formar indivíduos que entendam que ser diferente é poder trazer algo novo na troca 
cultural. A fundamentação do respeito da ética está no bojo dessa compreensão. 
Em meio aos pensamentos sobre a diversidade, podemos pensar também a di-
versidade étnica, religiosa e de gênero. 
Quanto a diversidade étnica, temos muito a comemorar desde que superamos 
a explicação da existência de diferentes culturas pelo conceito de raça, para o con-
ceito de etnia. Uma vez que se concluiu que falar em raça é apontar diferenças pura-
mente biológicas, físicas, sem considerar as questões de fundo cultural para a com-
preensão dos diferentes povos. Com o conceito de etnia, vemos um alargar dessa 
possibilidade de entendimento do outro. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 130
Gomes (2004) mostra que o uso de etnia se ampliou para referências a povos 
diferentes como judeus, índios, negros, entre outros, enfatizando seus processos 
históricos e culturais.
No Brasil, o termo relações étnico-raciais é muito utilizado para debater as ques-
tões de relações raciais e étnicas, que estão muito além da cor da pele e das origens 
culturais. Há um misto desses olhares na alocação e interpretação dos lugares sociais 
que os indivíduos ocupam na sociedade. Portanto, falar de raça ou de etnia em nossa 
cultura vai trazer um apanhado de significações de quem fala, como fala e por que 
fala, o chamado “lugar de fala”. É também com estas construções que nascem concei-
tos e alocações culturais denominadas de racismo, preconceito e discriminação. Estes 
podem ser de raça ou etnia, mas tendem a ser explicados pela questão racial. 
Enquanto o preconceito é definido como uma percepção sobre as coisas, muitas 
vezes herdada por conta da socializaçãorecebida, a discriminação é a própria práti-
ca do preconceito. Assim, o racismo trata-se de uma construção ideológica de que 
existem raças diferentes e que estão submetidas a uma hierarquia de classificação 
como inferiores e superiores. Nesse caso, essa teoria sempre acaba por delegar aos 
negros os mais baixos graus de status social na sociedade. O racismo é uma teoria 
perversa, que separa e agride os indivíduos que pertencem ao grupo discriminado. 
Figura 4. Racismo e preconceito. Fonte: Wikicommons
A diversidade étnico-racial deve ser pensada por toda a comunidade escolar, pe-
los gestores educacionais que são importantes na formação dos indivíduos. 
Compreender que negros e brancos têm sua importância e valor cultural é co-
laborar para o entendimento da diversidade cultural e étnica. É importante saber 
que a cultura afro-brasileira compõe nossa trajetória de formação de nação. Não 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 131
DICA
Para saber mais leia o texto Diversidade étnico-racial, inclusão 
e equidade na educação brasileira: desafios, políticas e práticas 
no link, acessando o QR Code.
DICA
L E I 7 . 7 1 6 / 1 9 8 9 ( L E I O R D I N Á R I A ) 0 5 / 0 1 / 1 9 8 9 .
é possível falar de diversidade étnica sem considerar que o Brasil, após a abolição, 
atravessou grandes lutas pelo reconhecimento desta cultura que inclui as lutas so-
ciais, a miscigenação, a discriminação, o sincretismo.
Vemos no Brasil, de forma muito clara, a existência de um preconceito racial con-
tra negros e mulatos. A igualdade de oportunidades é divulgada e tolerada. Temos 
lei contra o Racismo.
Entretanto, ainda assim as ligações íntimas com pessoas de cor não são vistas 
com bons olhos. Os mulatos passam por menor discriminação que os negros, mas 
também são discriminados e sofrem preconceito. Constantemente presenciamos 
discussões que envolvem o preconceito racial e a discriminação étnica dos indiví-
duos, com falas como: “você é negro”, “você é indígena”, “por isso não conseguiram 
obter êxito em nada…”. Por aí vai.
A discriminação e o preconceito ocorrem também em relação as questões re-
ligiosas, normalmente há uma perseguição e preconceito com as reli-
giões de matrizes africanas. Incrível que normalmente entendemos 
que a religião deve trazer coisas boas aos indivíduos, pois nelas os 
mesmos depositam sua fé espiritual e dedicam-se 
professando. No entanto, por ignorância, ou mes-
mo maldade, muitos indivíduos constroem guer-
ras, matam e perseguem religiões diferentes das 
suas. O etnocentrismo predomina nesses casos e 
faz com que a religião de uma pessoa seja considera-
da a melhor ou a que tem mais pureza, etc.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 132
CONTEXTUALIZANDO
Para saber mais leia a reportagem Diversidade Religiosa no 
link, acessando pelo QR Code.
A superação deste fenômeno de pejoração negativa das diferentes religiões só 
acontece quando os indivíduos estão disponíveis para conhecer a diversidade reli-
giosa. Conhecer é importante para melhor conviver. Isto não significa converter-se.
Quando estudamos um pouco, vemos que o catolicismo tradicional também 
teve influência africana no culto de santos de origem africana como: São Benedito, 
Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio do Categeró 
ou Santo Antônio Etíope); no culto de santos também há aqueles que podem ser 
associados aos orixás africanos como São Cosme e Damião. O próprio São Jorge 
(Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã), além daqueles oriundos da criação 
de santos populares como a Escrava Anastácia.
É comum ver que igrejas pentecostais do Brasil, que são contra as religiões de 
origem africana, na realidade têm várias influências destas, como se nota em práti-
cas como o batismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entida-
Figura 5. Diversidade religiosa. Fonte: Rogério Chimello.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 133
des espirituais (vistas como maléficas). O Catolicismo nega a existência de orixás e 
guias, já as igrejas pentecostais os denominam como demônios.
A ideia de sincretismo religioso, a transculturação das religiões, como ocorre na 
umbanda, por exemplo, tem origem nos fatores histórico-culturais da história do 
Brasil. Por isso, é preciso compreender que a diversidade religiosa existe e precisa 
ser respeitada. 
No cenário relativo a compreensão das relações de gênero e sua diversidade 
também não encontramos eco no respeito. Pois na atualidade vemos que a concei-
tuação que acrescenta nessa polêmica é a de que orientação sexual e identidade de 
gênero são diferentes e precisam ser compreendidas. 
EXPLICANDO
Orientação Sexual refere-se à atração sexual e à afetividade que um indivíduo 
sente por outro.
Diversidade de gênero refere-se ao gênero com o qual o indivíduo se identifica 
que pode ter, ou não, relação com seu sexo biológico.
Orientações Sexuais Definições
Heterossexual Indivíduo que sente atração pelo sexo oposto.
Homossexual Indivíduo que sente atração pelo mesmo sexo.
Bissexual Indivíduo que sente atração pelos dois sexos.
Assexual Indivíduo que não sente desejo sexual.
Pansexual Indivíduo que aprecia todos os gêneros sexuais.
TABELA 1. SOBRE ORIENTAÇÃO SEXUAL.
Fonte: Criação da autora de acordo com https://bit.ly/2SR1o9m.
Gonçalves (1999) fala, em seus estudos, a respeito de como a sociedade Paresí, 
do grupo indígena denominado Aruak, localizado no Estado de Mato Grosso, cons-
trói simbólica e culturalmente o dimorfismo sexual tendo como foco de análise sua 
mitologia e seu complexo ritual. Ele demonstra como a categoria diferença é algo 
construído, tal qual nos indica a ideia de gênero sobre os indivíduos na vida social. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 134
Em outros termos, analisa-se a diferença e a construção de gênero como fenômeno 
englobado por um pensamento geral sobre o que significa a diferença no mundo. 
Assim, segundo o autor, a diferença de gênero informa ao mesmo tempo que 
produz e é produzida por esta ideia da diferença que não é universal e sim construí-
da culturalmente. Dessa forma, são as posições culturais construídas por homens e 
mulheres, a partir do olhar que eles têm do compromisso com suas escolhas pau-
tadas na orientação sexual e na diversidade de gênero, que dão sentido às suas 
histórias e lugares nessa discussão. É importante entender como os indivíduos tem 
se referenciado, a partir desse olhar. 
Diversidade de Gênero Definições
Cisgênero
Indivíduo que se identifica com seu sexo biológico. 
Masculino é homem. 
Feminino é mulher.
Transgênero
Indivíduo tem uma identidade diferente do seu sexo biológico. 
Transexuais - um homem que se enxerga como mulher ou uma 
mulher que se enxerga como homem. 
Transgênero - deve assumir definitivamente o corpo com o 
qual se identifica e, em muitos casos, pode desejar atravessar 
procedimentos de redesignação sexual ou terapias hormonais.
Não Binário
Indivíduo que oscila entre masculino e feminino. Por exem-
plo, uma mulher que se identifica com o gênero masculino, 
mas não realiza procedimentos de readequação física (ape-
nas assume um comportamento condizente com seu gênero).
TABELA 2. SOBRE DIVERSIDADE DE GÊNERO.
Fonte: Criação da autora de acordo com https://bit.ly/2SR1o9m.
Esses conhecimentos são importantes pois levam ao combate de práticas de 
preconceito e discriminação, fundamentados em ideologias homofóbicas e de vio-
lências de gênero.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 135
DICA
Para saber mais leia o texto Educação, relações de gênero e diversidade 
sexual no link e assista aos vídeos ifsctv | Diversidade de gêneros e Gênero 
e diversidade.
Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica
Iniciaremos agora toda uma reflexão e conceituação sobre a relação ética e 
a sociedade tecnológica que estamos vivendo. 
Morin (2000) nos apresenta às demandas da educação e da sociedade doconhecimento em tempos atuais, mostrando que esta impõe aos indivíduos 
uma escola que lhes faça sentido, que lhes seja capaz de resgatar a formação 
do ser completo. Em sua visão, a escola de hoje deve oferecer aos indivíduos 
além do ensino básico com cálculos, língua escrita e falada, precisa trazer tam-
bém as interfaces com as ferramentas e inovações tecnológicas trazidas pela 
era da comunicação e informação. 
É importante marcar que o conhecimento e a informação estão no centro 
do mundo atual. O perfil de indivíduo que se exige, mediante estas deman-
das, é de quem consegue ser flexível, polivalente, empreendedor e altamente 
adaptável. Alguém que é criativo, inovador e está sempre sendo desafiado por 
questões profissionais e pessoais. Um mundo em que se fala o tempo todo a 
respeito de busca de soluções viá-
veis. Os próprios modelos educa-
cionais voltam-se para esta pers-
pectiva. Isto significa que o aluno 
a ser formado tem que ser prepa-
rado para enfrentar este aparato 
de necessidades impostas pela 
sociedade do conhecimento e da 
informação. Figura 6: Sociedade do Conhecimento. Fonte: Freepik.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 136
Nesta sociedade digital, educar um indivíduo para desenvolver sua cidada-
nia plena também envolve construir valores de respeito, responsabilidade e 
participação colaborativa com a comunidade.
ASSISTA
Para saber mais assista ao vídeo Educação na Sociedade do 
Conhecimento no link.
Assistimos a uma era em que a tecnologia está no bojo de todas as coisas 
que realizamos no mundo social. 
Levy (1999) traz à cena os conceitos de cibercultura e ciberespaço para 
mostrar a amplitude de nossas trocas de conhecimento e aprendizagem na 
era digital. Nesse sentido, o autor ainda produz associado ao pensamento de 
Kerckhove (1995), o conceito de inteligência coletiva, constituindo-se em inteli-
gências conectadas, isto é, o uso colaborativo das várias inteligências mediante 
processos de comunicação e tecnologias em rede. Este novo desenho peda-
gógico de formação dos indivíduos propõe uma revisão da forma tradicional 
de ensinar e aprender, a construção de saberes e as trocas comunicacionais 
ganham uma dimensão mais personalizada.
EXPLICANDO
Cibercultura: cultura que emerge com o advento das trocas comunicacionais 
advindas do computador. Conhecimentos, valores, informações e saberes que 
se constroem a partir do mundo virtual. 
Ciberespaço é o virtual, as redes de conexão. 
O que precisamos entender é como funcionam, nesse caso, os 
princípios da ética e cidadania em um contexto de valorização da 
comunicação virtual.
Com o exposto acima, focamos em mostrar que a 
ética passa a ser uma questão central no contexto 
das trocas e construções virtuais, tanto no âmbito 
da vida pública como na vida privada. Nesse sentido, 
ser ético é pensar no que fazemos, na medida de nossas 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 137
ações, considerando quem somos e com quem nos relacionamos. Além da ên-
fase na reflexão sobre o outro e o planeta em que habitamos.
Figura 7: Ética e Tecnologia. Fonte: Freepik.
Para Dewey (1979) é a partir da reflexão que emerge a dúvida, a perplexidade, 
o ato de pensar. Ela também envolve o ato de pesquisar, para resolver a dúvida e 
esclarecer a tal perplexidade. Dessa forma, o autor nos aponta o caminho para 
nossas questões éticas contemporâneas. 
Além dele, também Castoriadis (1979) diz que a reflexão deve sinalizar o conhe-
cimento para investigar, explicitar e questionar os conteúdos sociais e culturais. 
ASSISTA
Para saber mais assista ao vídeo Renato Janine Ribeiro debate 
ética, política e os desafios da Educação no link.
Olivé (2000), em seus estudos, colabora com nossa reflexão sobre deveres mo-
rais do cientista e do tecnólogo em nossos tempos. Para ele, cientistas devem ter 
a consciência da responsabilidade e das consequências do trabalho que realizam. 
Esta responsabilidade inclui informar a sociedade com precisão sobre seus expe-
rimentos e resultados. Também, os tecnólogos devem avaliar com cautela e serie-
dade as tecnologias produzidas e suas amplitudes. Avaliar não só a eficiência, mas 
sobretudo, os impactos no meio social e natural.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 138
O autor ainda ressalta que os cidadãos, a grosso modo, também têm respon-
sabilidade na avaliação das tecnologias e em sua aceitação e propagação. Assim, 
eles devem buscar informações adequadas sobre a natureza da ciência e da tecno-
logia, que estão propagando bem como de seu uso e consequências.
DICA
Para saber mais leia a reportagem O dilema ético dos bebês geneticamente 
modificados no link e assista ao vídeo A Engenharia Genética mudará tudo 
para sempre.
Com tantas discussões no terreno da ética, é preciso focar que ser cidadão é 
estar situado na ordem social de forma participativa, mas considerando que ape-
sar da evolução tecnológica é preciso pontuar nossas ações locais e globais, pre-
senciais e virtuais, de forma eticamente responsável. 
A Intolerância, o Racismo e a Xenofobia
É muito comum, diante do que vimos até aqui, presenciarmos na sociedade 
globalizada e tecnológica, sentimentos de exclusão social, violência e intole-
rância. 
No ano de 2001, realizou-se a Conferência Mundial contra o Racismo, Dis-
criminação Racial, Xenofobia e Intolerância Conexa na cidade de Durban, África 
do Sul. Esta conferência foi um culminar das demandas mundiais para o en-
frentamento de um cenário sociopolítico extremamente grave em nível mun-
dial: o combate ao racismo e intolerância. 
Trata-se de compreender que indivíduos, povos e nações estavam cada vez 
mais praticando e incentivando realidades de exclusão e segregação social, 
que em muitos casos levam ao extermínio. 
Mesmo diante de outros instrumentos legais e históricos para esse fim, foi 
necessário organizar a Conferência de 2001.
Listamos aqui alguns dos instrumentos que foram implementados sob a 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 139
égide das Nações Unidas com intuito de promover a igualdade e combater a into-
lerância:
• Implementação de um sistema de gestão ambiental;
• Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948);
• Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1966); 
• Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966); 
• Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as 
Mulheres (1979); 
• Convenção sobre os Direitos da Criança (1989).
Apesar do aparato legal acima referido, os dados mundiais seguiram apontan-
do que seres humanos ainda são vítimas de ideologias e tratamento racista e segre-
gacionista, principalmente com o surgimento de novas tecnologias e o advento da 
globalização, que trouxeram próprios de seus campos. Por isso a urgência de novas 
medidas e esforços focados em nível nacional e internacional.
Figura 8: Intolerância racial. Fonte: Nações Unidas.
Para avançarmos, consideramos que é preciso definir o que vem a ser 
racismo, xenofobia e intolerância, objetos de nossa discussão.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 140
EXPLICANDO
Racismo: significa preconceito e discriminação de indivíduos e grupos 
fundamentados em percepções sociais baseadas em diferenças biológicas 
entre os povos. 
Xenofobia: sentimento de desconfiança, antipatia, receio de pessoas que não 
são familiares ao meio de quem julga, ou ainda daqueles que não são do país de 
quem julga. 
Intolerância: capacidade mental de não desejar reconhecer e respeitar 
diferentes valores, sentimentos, opiniões de grupos e pessoas que não 
pertencem a quem avalia.
Para seu melhor entendimento, vamos pensar a seguinte situação: 
em uma sala de aula de uma escola particular, com alunos brasileiros, 
encontramos um aluno muçulmano, que se veste tal qual sua cultura, um 
aluno com autismo e apenas duas crianças negras. Todos os dias as crian-
çasnegras são isoladas das brancas, mas a convivência se dá de forma re-
gular. Ao observar essa situação, uma professora de Sociologia começou 
a incentivar a integração desses alunos, crianças de 12 a 14 anos. Então, 
em conversa com uma do grupo de crianças brancas, a mesma falou que 
não gostaria de sentar com seus colegas negros para fazer trabalho de 
grupo porque seus pais disseram que os negros são menos competentes 
que os brancos. A professora teve que fazer toda uma explicação sobre a 
história dos negros no Brasil e as teorias racistas para seus alunos, pois 
estava diante de um caso de racismo. 
Mas não parou por aí, a professora ainda observou o tratamento de 
exclusão que aquela turma dava ao aluno muçulmano, não satisfeita com 
aquela situação, chamou um grupo de alunos que praticavam a segrega-
ção do aluno muçulmano para uma conversa. Então, descobriu falas so-
bre a ideia de que os estrangeiros que vem do oriente médio podem ser 
homens bombas e, ainda, que “vem tirar onda aqui no nosso País”, fala 
de uma criança durante a conversa com a professora. Nesse caso, a re-
ferida professora estava diante de xenofobismo, intolerância. Assim, ela 
tratou de construir as suas próximas aulas baseadas em vídeos e textos 
que pudessem ensinar sobre a cultura oriental, a respeito de convivência 
e respeito.
Finalmente, não precisamos dizer que o aluno autista era ali um in-
visível, nenhum aluno preocupava-se com sua presença. Fato este que 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 141
levou a mesma professora a organizar atividades em que ele pudesse ser 
incluído nas relações sociais daqueles alunos. Além disso, a professora 
escreveu um projeto e propôs à Escola a realização de oficinas e reuniões 
que incluíssem as temáticas apresentadas, com os pais.
Figura 9: Ética na Sala de Aula. Fonte: Pixabay.
Fonte: https://bit.ly/2F9oyC4. Acesso em 01 de maio de 2019.
Diante de tal conceituação, podemos avaliar o peso negativo destas atitudes e 
práticas em nossa sociedade. Daí a necessidade de sabermos que importantes deci-
sões saíram da Conferência de Durban, que em linhas gerais foram:
• Problemas enfrentados pelas vítimas de tais flagelos (com particular destaque 
para as mulheres, pessoas de origem africana e asiática, povos indígenas, migrantes, 
refugiados e minorias nacionais) e medidas específicas para aliviar o seu sofrimento;
• Problema da discriminação múltipla;
• Importância da educação e sensibilização pública no combate ao racismo; 
• Problemas particulares colocados pela globalização; 
• Aspectos positivos e negativos das novas tecnologias; 
• Importância da recolha de dados, da pesquisa e do desenvolvimento de 
indicadores no domínio da discriminação;
• Previsão de medidas destinadas para garantir a igualdade nas áreas do 
emprego, da saúde e do ambiente; 
• Importância de garantir o acesso das vítimas às vias de recurso eficazes e 
de assegurar a sua reparação pelos danos sofridos; 
• Papel dos partidos políticos e da sociedade civil, nomeadamente ONG e 
juventude, na luta contra o racismo.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 142
Ainda temos muito a saber sobre os conceitos de racismo e xenofobia que 
são processados de forma estrutural, fundamentando guerras santas e étni-
cas, como ocorre no Oriente Médio na atualidade. Tal situação de desumanida-
de tem tirado a vida de muitas famílias, mulheres, homens, jovens e crianças.
DICA
Para saber mais leia o texto Combates à xenofobia, ao racismo e à intolerância 
e a reportagem A história por trás da foto do menino sírio que chocou o mundo 
no link.
Santos (2016) ao descrever motivos pelos quais se pratica o xenofobismo, mostra 
que o migrante é visto como “de fora” em um território que é dominado por alguém 
que acredita “ser seu”, o que leva a imputar ao migrante a aceitação de suas práticas 
e sua submissão a seu modo de vida. Caso isso não venha a ocorrer, ou seja, quan-
do o migrante se percebe e busca estabelecer-se como um ser de direitos, o qual 
estando presente naquela comunidade sente o desejo de participar das decisões 
da vida política, social etc., o dominante começa a se sentir incomodado e busca 
nas práticas racistas e xenofóbicas uma forma de coação e reação a esse migrante. 
Fanon (2008), sobre o entendimento do racismo, colabora com a ideia de que uma 
sociedade tende a ser racista como um todo, pois, em seu olhar, não existem “meios 
racismos”. Pode ter, também, uma parte da sociedade mais racista que a outra. De fato, 
ainda existem muitas pessoas que pensam que o migrante que chega em outra terra, 
isso vale para o Brasil também, consiste em uma ameaça para o trabalhador no mundo 
do trabalho local, o que pode reforçar a xenofobia reproduzida pela população.
De qualquer forma, é preciso que através da educação e da formação de valores mo-
rais e éticos, os indivíduos possam receber o antídoto para este mal do século XXI: a se-
gregação de pessoas, que se redefine como uma realidade de afastamento, isolamento. 
O Ensino da Ética nas Instituições
Para que alcancemos a proposta que abordamos acima, uma formação 
educacional em nível local e global, que alcance a tolerância das diferenças cul-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 143
turais, das perspectivas de fluxo migratório, da liberdade de se exercer como 
ser humano portador de direitos em qualquer região do planeta, é importante 
consolidar matrizes curriculares que incluam conceitos e ensinamentos sobre 
ética, sobretudo, abordagens práticas de vida que possibilitem a reflexão com 
base na moral e na ética.
Chauí (2004) destaca a importância de ensinar ética por conta da con-
vivência em espaços grupais. Para Carvalho (1999), nas organizações en-
sinar e aprender sobre ética fundamenta a regulação e garante qualidade 
nas relações humanas, servindo também como indicativo do desenvolvi-
mento organizacional. 
Olhando mais de perto a inserção da ética nos currículos da educação su-
perior, vemos que nos anos 70, no Brasil, ela passa a fazer parte do currículo de 
Administração e negócios, um momento em que se inicia uma ampla iniciativa 
social e educacional para discussão de responsabilidade social, trocas interna-
cionais e desafios éticos regionais do ponto de vista de estratégias econômicas. 
DICA
Para saber mais leia o texto Ética, Instituições e Desenvolvimento.
Capra (2002) destaca que as instituições universitárias precisam reformular 
currículos que contemplem a formação ética pois, segundo ele, elas têm o pa-
pel de formar os novos profissionais. Já Sequeiros (2000), prima pelo ensino da 
ética da solidariedade na educação como um todo, pois acredita que a criança 
desde cedo deve conhecer a consciência ética. No entanto, Vallaeys (2003) infe-
re que os valores dominantes das universidades atuais são o individualismo, a 
posse, a competência e a dominação.
A partir da década de 90 e a massificação da educação supe-
rior, uma grande amplitude de oportunidades de Cur-
sos e Disciplinas com ênfase mercadológica, muitas 
Instituições viram a possibilidade de agregar à sua 
missão, através da propaganda, os valores de for-
mação ética e responsabilidade social, conforme nos 
mostra Calderon (2005).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 144
Figura 10: Ética e Instituições. Fonte: Pixabay.
Em uma sociedade capitalista selvagem, em que muitos comportamentos 
não prezam as relações éticas, é muito comum ouvirmos várias reclamações de 
falta de ética na política e na sociedade como um todo. Nesse caso, a inclusão 
da ética nos currículos, sobretudo universitários, torna-se uma urgência aca-
dêmica, para que continue a se constituir como um elemento fundamental nas 
relações humanas. 
Cuvillier (1947) marcou os seguintes pontos a serem observados na forma-
ção ética dos profissionais:
a. Através da profissão o indivíduo se realiza plenamente, provando sua 
capacidade, habilidade, sabedoria,inteligência e formando sua personalidade 
para vencer obstáculos;
b. O nível moral dos homens é elevado pelo seu exercício profissional;
c. Na profissão os homens mostram sua utilidade à comunidade.
ASSISTA
Para saber mais assista ao vídeo Mario Sergio Cortella - 
Educação, Convivência e Ética no link.
Educação das Relações Étnico-Raciais 
Você sabia que existe uma importante forma de tratar da questão racial nas 
escolas? Esse tipo de conteúdo relacionado a origem do Brasil e a relevância 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 145
que deve ser dada aos povos originários e introduzidos é trabalhado na educa-
ção das relações étnico-raciais.
Essa temática começou a ser introduzida, em âmbito legal, na Lei de Diretri-
zes e bases da educação em 1961 - LDB/1961, onde já se verificava a coibição de 
tratamento diferencial na escola baseado na raça (NEGREIROS, 2017).
Segundo Negreiros (2017), 
O processo de constituição da educação das relações étnico-ra-
ciais como política pública é completamente paralelo à composição 
das políticas de promoção da igualdade racial, como observado no 
capítulo anterior. É possível afirmar que o ponto de afluência des-
sa política é a aprovação da Lei 10.639/2003, ocorrida no mesmo 
período de diversas legislações que estabelecem e organizam as 
políticas de promoção da igualdade racial no Brasil. Contudo, no 
contexto das políticas educacionais, essas ações relativas à temáti-
ca étnico-racial são recentes (NEGREIROS, 2017, p. 66).
Foi só com a Constituição de 1988, a educação como política social universal, 
com o objetivo de formar os estudantes para a vida e para o mercado de trabalho. 
Nessa mesma constituição, dita cidadã, foram ratificados o princípio da igualdade, 
do padrão de qualidade e do respeito à diversidade (NEGREIROS, 2017).
Com a atualização da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Lei n. 9.394, de 20 
de dezembro de 1996, a educação é compreendida como um sistema que engloba: 
• Educação Infantil
• Educação Básica
• Educação de Jovens e Adultos
• Educação Profissional
• Educação Superior
• Educação Especial. 
Nessa lei a educação é classificada como dever do Estado, 
com igualdade de acesso e condições de permanên-
cia aos estudantes, essa condição está diretamen-
te relacionada com o respeito à diversidade cul-
tural, social e étnica.
É importante que você saiba, caro(a) aluno(a) 
que, ainda segundo a LDB 9394/96, o currículo 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 146
escolar deve ter uma base comum que condiga com os 
valores culturais do País e o respeito às características 
regionais no currículo específico de cada região. Então se 
durante seus estudos na educação básica e no ensino médio 
você estudou sobre questões culturais, sociais e étnicas regio-
nais e nacionais saiba que esse estudo é fundamental para que 
você tenha conhecimento sobre nosso país!
Essa mesma lei indicava a necessidade do ensino da história do Brasil que 
inclua e contemple a participação de pessoas negras e indígenas em sua for-
mação, o que é, de fato, extremamente relevante como um compromisso do 
Estado brasileiro para diminuir as desigualdades e a reparação histórica com 
índios e negros. (NEGREIROS, 2017)
Assim a lei deixa claros quais são os objetivos que escolas e como se deve 
dar a formação de pessoas sobre a questão das relações étnico-raciais no país. 
Os objetivos são:
• Possibilitar o reconhecimento de pessoas negras na cultura brasileira a 
partir de seu próprio ponto de vista;
• Promover o conhecimento da população brasileira sobre a história do Bra-
sil com a visão de mundo da população negra;
• Formar os professores para ministrarem disciplinas que contemplem a 
perspectiva negra na história, cultura e sociabilidade do País assim como que 
saibam combater e discutir sobre o racismo e seus efeitos (dentro e fora do 
ambiente escolar);
• Propiciar a reeducação para relações étnico-raciais plurais e diversas. (NE-
GREIROS, 2017)
É importante que você saiba que, independente de sua formação, você pre-
cisa saber sobre a sua origem e a origem de seu povo e só por meio da educa-
ção que é possível você respeitar a etnia do outro, conhecer o seu país e sua 
formação e entender de cultura, diversidade e da riqueza do seu país.
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
Entendemos a pouco sobre a LBD 9394/96 e a importância que deve ser 
dada a questão étnica e racial, mas essa lei ainda ficava subjetiva em algumas 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 147
questões, assim foi criada a Lei 10.639/2003 que veio especificar, detalhar e 
obrigar o ensino de História e Cultura-Brasileira e Africana na Educação Básica, 
alterando a LDB a fim de:
• Promover um currículo escolar antirracista e valorativo da população negra;
• Promover a inserção da história e cultura africana e afro-brasileira, porém 
sem estabelecer um limite temporal para a sua implementação, nem o mínimo 
dessa inserção no currículo. 
Essa lei acabou traçando um caminho de um maior entendimento em rela-
ção a educação das relações étnico-raciais, primeiro por que contempla inte-
gralmente a proposição expressa pelo MNU na Convenção do Negro na Consti-
tuinte em 1986, que indicava: “É obrigatória a inclusão nos currículos escolares 
de 1º e 2º graus, do ensino de História da África e da História do Negro no 
Brasil.” (Convenção do Negro na Constituinte, 1986). Segundo porque estabele-
ce que o ensino de história deva considerar as matrizes africanas, indígenas e 
europeias da formação do Brasil. 
Para Dias (2005) essa inclusão é muito pouco, “diante de toda a produção 
existente sobre a tensão no Brasil no que se refere à raça e, em especial, às con-
dições da população negra, mas representa um avanço, se considerada a total 
omissão no projeto apresentado pelas entidades dos professores”.
CONTEXTUALIZANDO
Por meio dessa lei foram criados o Parecer CNE/CP 
03/2004, de 10 de março de 2004 que trata das diretrizes 
curriculares para a Educação das Relações Étnico-Ra-
ciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira 
e Africana e da Resolução n. 1, de 17 de junho de 2004 
que, de fato, as institui e você pode acessar nesse link.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 148
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janeiro de 2022.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 150
4
UNIDADE
Direitos humanos
Nesta última Unidade de Ensino de nossa disciplina, aprenderemos sobre 
Direitos Humanos, tais como o direito à vida, educação, trabalho, liberdade 
de opinião, princípios e relações com ações comunitárias de participação de-
mocrática; refletir questões e situações ligadas à ética, direitos humanos e 
violência; como também identificar o cenário atual e as tendências da ética e 
cidadania. Veremos ainda a responsabilidade de governos de garantirem esses 
direitos. Entenderemos que só é possível participar das decisões políticas de 
um país a partir do exercício da cidadania plena, ancorada na ética, se temos 
condições democráticas para esta participação. Enfim, faremos uma reflexão 
sobre ausência de direitos e perpetuação da violência para entendermos o que 
está acontecendo hoje com as práticas de ética e cidadania. Você também está 
curioso para debater estes temas? Vamos lá!
Afirmação histórica dos direitos humanos
Como se originou os direitos humanos? Podemos dizer que foi a partir das 
duas revoluções, a americana e a francesa. A revolução americana ou Declara-
ção dos Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos que assegurava alguns direi-
tos aos nascidos naquele país como o direito à vida, à liberdade, à igualdade 
e à propriedade.
Esses direitos estabelecidos asseguravam a população que o governo não 
poderia atacá-los sem base jurídica, ou seja, sem o devido processo e julga-
mento dentro dos parâmetros da lei.
Em 1789, estourou a Revolução Francesa que foi redigida a Declaração 
dos Direitos do Homem e do Cidadão, baseada em ideais iluministas e no 
tripé: igualdade, liberdade e fraternidade. Essa declaração tinha por objetivo 
assegurar que “nenhum homem deveria ter mais poder ou direitos que outro – 
o que representava o ideal republicano e democrata, que à época ameaçava o 
Antigo Regime, no qual apenas uma pessoa concentrava poderes, o rei”.
Mas foi em 1948 que foi publicada a carta oficial dos direitos humanos, a 
famosa Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual asseguraria para a 
humanidade, os seus direitos básicos. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 152
Mas, afinal o que são os seus direitos, quanto humano?
São uma série de direitos básicos assegurados a todo e qualquer ser huma-
no sem distinção de classe social, raça, nacionalidade, religião, cultura, profis-
são, gênero, orientação sexual ou qualquer outra variante possível que possa 
diferenciar os seres humanos.
Segundo Porfírio, (2022), é importante que você, como pessoa com direitos 
e deveres, saiba:
• Os Direitos Humanos não são uma invenção, e sim o reconhecimento de 
que, apesar de todas as diferenças, existem aspectos básicos da vida humana 
que devem ser respeitados e garantidos.
CONTEXTUALIZANDO
Declaração Universal dos Direitos Humanos foi criada 
após 3 anos da criação da Organização das Nações 
Unidas (ONU), que iniciou suas atividades em fevereiro 
de 1945.
Os países foram adotando os ideais dessa declaração 
em suas constituições. No Brasil não foi diferente já que 
a Constituição Federal de 1988, está totalmente alinhada 
com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Quer saber mais sobre a constituição brasileira de 1988? 
acesseo link através do QR Code.
Figura 1: Dia Internacional dos Direitos Humanos. Fonte: a autora.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 153
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi redigida a fim de resguar-
dar os direitos já existentes desde que houve qualquer indício de racionalidade 
nos seres humanos. Assim sendo, ela não criou ou inventou direitos em seus 
artigos, mas se limitou a escrever oficialmente aquilo que, de algum modo, já 
existia anteriormente à sua redação. 
• A liberdade e da igualdade deve estender-se a todos os seres humanos.
• todas as pessoas podem requerer para si os direitos apresentados no do-
cumento. Nenhuma discriminação, de qualquer origem, pode ser feita.
• ninguém pode ser mantido em regimes de escravidão ou servidão nem pode 
ser submetido à tortura, à crueldade ou a qualquer tipo de tratamento degradante.
DICA
Quer saber todos os detalhes os direitos estabelecidos na 
Declaração, acesse o link através do QR Code.
Conceituação e princípios dos direitos humanos
O conhecimento dos Direitos Humanos acende uma chama de luta social, 
coletiva e ao mesmo tempo individual. É importante destacar que os direi-
tos humanos envolvem a proteção de nossa cidadania em nível mundial. Por 
isso não podemos colaborar para que discriminações, intolerância e opressão 
aconteçam com qualquer indivíduo.
Mas o que são direito humanos? Inicialmente convém destacar que são 
a base de uma relação respeitosa entre iguais e diferentes no 
mundo social. Nossa Constituição de 1988, por exemplo, a De-
claração Universal de Direitos Humanos de 1948, 
definida e divulgada pela ONU – Organização 
das Nações Unidas, já preconizava no art. 1º 
que: “[...] todos os seres humanos nascem 
livres e iguais em dignidade e em direi-
tos. Dotados de razão e de consciência, 
devem agir uns para com os outros em es-
pírito de fraternidade”.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 154
EXPLICANDO
Direitos humanos: são aqueles constituídos pelos direitos naturais, 
garantidos a todos os cidadãos e que devem ser estendidos a todos os 
indivíduos, sem distinção de gênero, classe social, posição política, etnia, 
religião ou nacionalidade.
Segundo Franzoi (2003), é no contexto pós Segunda Guerra Mundial (1939-
1945) que houve a publicação em 10 de dezembro de 1948, da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos pela ONU (Organização das Nações Unidas). 
O autor remonta que tal documento se fez necessário para que pudéssemos 
lembrar e combater, exterminartodo e qualquer ato de atrocidade, violência, 
semelhantes aos que aconteceram durante o conflito. Esse documento é o re-
sultado das lutas por direitos historicamente constituídos e traz a perspectiva 
de igualdade e liberdade entre homens e mulheres. 
 Mas é preciso compreender o significado desses direitos, no senti-
do de valorizar sua existência e aplicabilidade. Nesse sentido, para Piovesan 
(2005) a efetivação dos Direitos Humanos refere-se a uma aspiração e necessi-
dade universal de reconhecermos a nós mesmos como seres humanos, únicos, 
que não são julgados pelas suas diferenças para acessar espaços e culturas. Tal 
movimento dá respeito a valorização da dignidade da pessoa humana.
DICA
Texto: Ética e Direitos Humanos
De uma maneira geral devemos destacar que os três princípios fundamentais 
dos Direitos Humanos são: 
• Inviolabilidade da pessoa: não sacrificar um indivíduo com o motivo de que 
será para o benefício de outro.
• Autonomia da pessoa: assegura a liberdade de ação para qualquer indivíduo 
desde que este não prejudique outros.
• Dignidade da pessoa: os indivíduos devem ser julgados e tratados conforme 
seus atos, unicamente.
 Depreende-se que os Direitos Humanos são os direitos e liberdades de todos 
os seres humanos. Ressaltamos algumas características desses direitos, sendo:
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 155
• Universalidade: todo e qualquer ser humano é sujeito ativo esses direitos, in-
dependente de credo, raça, sexo, cor, nacionalidade, convicções;
• Inviolabilidade: esses direitos não podem ser descumpridos por nenhuma 
pessoa ou autoridade;
• Indisponibilidade: esses direitos não podem ser renunciados. Não cabe ao par-
ticular dispor dos direitos conforme a própria vontade, devem ser sempre seguidos;
• Imprescribilidade: eles não sofrem alterações com o decurso do tempo, pois 
têm caráter eterno;
• Complementaridade: os direitos humanos devem ser interpretados em con-
junto, não havendo hierarquia entre eles.
DICA
Vídeo: Direitos Humanos - Teoria Geral: Conceito e Premissas Filosóficas. 
Texto: Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Universalismo e multiculturalismo
Um importante destaque que quero fazer aqui é que os Direitos Humanos 
se estendem a toda a humanidade, ou seja, é universal e abarca todas as cultu-
ras, portanto multicultural.
Por esse motivo estão detalhadas na declaração os seguintes artigos:
• Artigo 7º — a lei deve ser igual para todos, deve proteger a todos, e o docu-
mento da declaração também vale para todos, não importando as diferenças.
• Artigo 8º — toda pessoa pode recorrer ao sistema de justiça contra as 
violações da lei que as atingirem.
• Artigo 9º — proíbe as prisões, detenções ou exílios arbitrários, ou seja, 
que não foram resultados de um processo legal que comprove o ato como de-
terminação de uma sentença judicial ou de algum tipo de medida judicial válida.
• Artigo 10º — todo mundo tem direito a um julgamento of icial, 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 156
público, imparcial e justo.
Portanto, eles não servem para proteger ou beneficiar alguém e condenar 
outros, mas têm aplicação geral. Então, frases repetidas pelo senso comum, 
como “Direitos Humanos servem para proteger bandidos”, não estão corretas, 
visto que os Direitos Humanos são uma proteção a todos os humanos.
Ação comunitária e participação democrática
O ser humano imagina-se incluído em dois grupos societais: um deles mos-
tra-se como alguém que sente a necessidade de ser conduzido, aceita e espera 
confortavelmente aquilo que o Estado oferece como políticas públicas, ou de-
cisões políticas, sociais e econômicas. O outro grupo busca constantemente a 
chama acesa do questionamento, da participação, da vontade de transformar 
e de estar construindo as decisões acima referidas.
Dessa forma, consideramos significativo destacar o conceito de comunida-
de para pensarmos seu papel no âmbito democrático.
EXPLICANDO
Comunidade: sociologicamente é um grupo de indivíduos que além 
de possuírem a residência em comum do ponto de vista geográfico, 
compartilham cultura e tomam parte de uma história compartilhada, têm 
objetivos e metas comuns, partem das demandas comuns.
Figura 2: comunidade. Fonte: Freepik
Paul (1987) aponta que uma comunidade, para alcançar um excelente grau 
de participação, em um projeto comunitário, por exemplo, deve se voltar aos 
seguintes objetivos:
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 157
• Empoderamento – alto nível de consciência coletiva e de força política. O 
autor mostra que precisa de uma forte iniciativa com ações e organização que 
possam influenciar processos de mudanças. 
• Capacity building - compartilhamento de tarefas relacionadas à adminis-
tração do projeto de transformação. Também diz respeito a monitoramento e 
construção da sustentação do projeto.
• Eficácia: quando o projeto caminha junto com as demandas da comunida-
de. Corresponde e atende essas demandas.
• Eficiência: a procura de consenso com interação e cooperação para avan-
ços e não atrasos. Cumprindo metas e prazos. Intensa participação comunitária.
• Compartilhamento de custos: compartilhamento de gastos do projeto a 
ser desenvolvido, com a finalidade de baratear o projeto. 
Quando falamos em ”democracia participativa”, estamos lidando com a si-
tuação de uma participação popular na tomada de decisões, sobretudo, políti-
cas. Esse conceito evoca a ideia de uma proporcionar a oportunidade de par-
ticipação às pessoas, criando canais de debate que incentivem o pensar sobre 
questões políticas, diretamente ligadas ao exercício de sua cidadania. 
Uma proposta de entendimento e clareza sobre a ideia de ação da comuni-
dade em uma perspectiva democrática volta-se para a situação do conceito de 
gestão democrática presente nas escolas. 
Nascimento (2012) afirma que o trabalho em equipe voltado à qualidade de 
ensino é a grande base para uma gestão democrática e participativa nas esco-
las. Paro (2002) considera fundamental que a gestão escolar tenha a consciên-
cia de que precisa estar sujeita a mecanismos de controle e fiscalização pela 
própria comunidade na qual se insere. 
Fortalecendo estas ideias, Gadotti (1995) nos lembra que descentralização 
e autonomia devem andar lado a lado. A luta pela conquista da autonomia na 
Escola é reflexo da luta na própria sociedade.
Assim, tal qual apresentamos aqui, é necessário que o entendimento da 
condução democrática esteja presente, favorecendo o estado de participação 
da comunidade. Na escola, bem como no Estado, uma gestão participativa e 
democrática deve envolver: participação propriamente dita, descentralização 
e transparência. Sobre o cenário desta concepção se realizar na escola, Freire 
(1995) mostra que a participação política das classes populares deve ocorrer 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 158
através de seus representantes, seja 
na tomada de decisões, seja na defini-
ção de um projeto de ação. 
É notável que tanto na escola 
quanto na sociedade é são necessá-
rios canais democráticos que possibi-
litem a participação dos indivíduos no 
processo de tomada de decisões. Para 
que a participação da comunidade 
aconteça de forma efetiva, é preciso 
também que a mesma conheça que 
canais existem para sua atuação. Observando a imagem abaixo, vemos estas 
formas de participar:
Figura 3: democrática. Fonte: a autora.
Conselhos Municipais Formulam, acompanham e avaliam as políticas. Neles, qualquer cidadão pode participar, apresentar projetos e dar sua opinião.
Audiências Públicas
São obrigatórias para a discussão da lei de Diretrizes Orçamen-
tárias (LDO) e também podem ser requisitadas para o debate 
de problemas que afetem a cidade.
Ouvidoria Pública Municipal Atende reclamações de problemas relacionados à prefeitura.
Ação Popular Permite que o cidadão proponha uma ação contra ato que lese o patrimônio.
Iniciativa Popular Com o aval de5% dos eleitores do município, qualquer cida-dão pode apresentar um projeto de lei na Câmara Municipal.
Representações
Ao Ministério Público, possibilita a abertura de procedimen-
tos de investigação de supostos atos irregulares praticados 
contra o interesse público. Caso seja ao Tribunal de Contas, 
o cidadão pode denunciar irregularidades ou ilegalidades na 
administração pública.
Fonte: a autora.
Dessa forma, vemos que cada grupo representado nos diálogos recebe a 
oportunidade de apresentar suas ideias e prováveis soluções para os entraves. 
Isso supera, com certeza, o fato de ter uma visão unilateral em que somente 
uma classe, ou grupo, toma decisões e avaliam ações, pois todos os níveis en-
volvidos podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida no coletivo.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 159
Ética, direitos humanos e violência
A temática dos direitos humanos apresenta relevância na constituição da lógi-
ca jurídica do século XXI. Nesse sentido, mostra-se com traços do passado e uma 
perspectiva de futuro. Sobre os direitos humanos, vemos a necessidade de uma 
ampla análise histórico-filosófica, além de um grande conhecimento jurídico. 
A questão da violência está na ordem do dia. Como podemos nos posicionar 
do ponto de vista ético em relação as diferentes situações que saltam aos nossos 
olhos diariamente. Temos assistido muitas cenas de desrespeito aos direitos hu-
manos. Muitas atitudes de violência e precarização da ordem social. 
Schilling (2007) destaca que a violência em nossa sociedade está presente des-
de a fala das pessoas no dia a dia, até mesmo na mídia e nos discursos políticos. 
Para a autora existem diversos tipos de violência, desde a que acontece na família 
até a que configura a criminalidade. Violência física, psicológica, social e emocional. 
Nesse sentido, viver em um Estado Democrático de Direito como o nosso 
é experimentar práticas de respeito às diferenças e direitos humanos. Tudo 
isso é muito significativo e completo na letra fria do papel, pois na prática as-
sistimos violência contra a mulher, violência contra o idoso, violência contra a 
orientação sexual, crimes de ódio, corrupção, violência policial, entre outras. 
EXPLICANDO
Estado democrático de direito é aquele em que os governantes seguem o 
que está previsto nas leis, isto é, deve ser respeitado e cumprido o que é 
definido pela lei.
Figura 4: Estado Democrático de Direito. Fonte: Freepik.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 160
Como entendemos a violência em relação aos Direitos Hu-
manos? Vemos, por exemplo, que a educação é direito de to-
dos e dever do Estado, tendo por princípios: a igualdade de 
condições para o acesso e permanência na escola; a liberdade 
de aprender, de ensinar, pesquisar e ampliar o pensamento, a arte 
e o saber; o pluralismo de ideias e de vertentes pedagógicas; a coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; a gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais; a valorização dos profissionais do ensino; a gestão 
democrática do ensino público e a garantia do padrão de qualidade.
Nesse caso, infração ao respeito dos direitos humanos está diretamente 
vinculada à impunidade. No Brasil existe a emenda constitucional 45 de 2004, 
que federaliza crimes contra os Direitos Humanos. Assim, quando ocorre a vio-
lação a um direito humano, esta é logo transferida para o sistema de justiça 
nacional. Mas o ideal seria criar políticas públicas que se voltassem ao combate 
direto à violência. Como o Estado apresenta dificuldades nesse projeto, assisti-
mos, na maioria das vezes, os pobres sendo mais vitimados pela violência. Pois, 
no fundo, há uma inércia para estabelecer punições e, também, a conivência 
com ações de violência física e simbólica.
No que tange ao campo da ética, vemos que ética e violência caminham para lados 
diferentes. Já que violência remete a tudo o que age usando a força para ir contra a nature-
za de algum ser, esmagando-o, torturando-o, desorganizando-o. Nesse sentido, podemos 
afirmar que a sociedade aponta que uma atitude violenta em nada colabora para uma vida 
justa e solidária. Dessa forma, afirmamos que violência se opõe à ética porque não consi-
dera o respeito e o compromisso de manter a integridade física e moral dos indivíduos. 
Cenário atual e tendências da ética e da cidadania
A realidade social não está pré-concebida e os indivíduos podem atuar so-
bre os processos coletivos. Assim, é possível que os homens criem e recriem 
novas propostas de convivência que esbarram em amplas discussões acerca 
dos conceitos de ética e cidadania. Sobretudo, as questões que envolvem os 
estudos de robótica, as investigações científicas sobre células tronco, a própria 
possibilidade de instituição do poder de certos grupos e pessoas poderem de-
ter o porte de arma. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 161
ÉTICA
CARÁTER
MORAL
Figura 5: Ética na atualidade. Fonte: a autora.
Assim, para Singer (2002), uma pessoa vive dentro de uma esfera do ético quan-
do se preocupa com a justificativa de sua ação, já que só o fato da pessoa querer 
justificar, podendo estar certa ou errada, demonstra que há uma pauta ética.
Valls (2000) mostra que a moral está diretamente ligada às ações práticas 
dos seres humanos. Ele chama a atenção para o fenômeno da massificação 
e do autoritarismo dos meios de comunicação e das políticas. Pois, segundo 
ele, os homens mesmo cientes de seu papel fundamental como executores da 
moral, conseguem agir eticamente. Ele traz o questionamento de que até que 
ponto é possível o homem escolher entre o bem e o mal.
Em tempos atuais, a educação ocupa um lugar importante para a forma-
ção do cidadão participativo e solidário, consciente de seus deveres e direitos 
e, sem falar em propostas de educação com direitos humanos. Dessa forma, 
pode-se construir a base para uma amplitude maior do que vem a ser uma edu-
cação democrática, apontando o caminho para a democracia como o regime da 
soberania popular, com pleno respeito aos direitos humanos.
No que se refere ao mundo do trabalho, por exemplo, Solomon (2006) des-
taca que o estudo da ética se faz primordial pelas infrações que aparecem em 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 162
jornais no mundo dos negócios. Tal proposta deveria ocorrer a partir da com-
preensão profunda das experiências práticas.
Bauman (2011) também colabora com as reflexões entre a “Era da Ética”, 
típica da modernidade, e a “Era da Moral”, peculiar da pós-modernidade. Ele 
apresenta a ideia de “ser-junto-com-o-outro”. A ética e a moral da pós-moder-
nidade, para ele relacionam-se com a responsabilidade moral incondicional 
que cada pessoa pode desenvolver por meio de suas atitudes ao “estar junto 
com o outro” na vida pregressa.
Segundo o autor, diferentes sujeitos devem ser capazes de decisões pró-
prias sem serem coagidos por um sistema normativo. Eles constroem o senso 
de responsabilidade que os auxilia para lidar com situações que exigem con-
senso, instituindo a questão ética.
A moral, no olhar de Bauman (2011), consiste em categoria contingente e 
incontível. Para ele, a relação com o desconhecido traz a possibilidade de reco-
nhecimento de uma humanidade. Vejamos algumas situações em que a ética 
e a cidadania aparecem e os sujeitos devem usar esse senso de racionalidade.
Ética e política
Um problema que tem incomodado muito a realidade social brasileira está 
relacionado com a questão da corrupção na política. Será que aqueles que são 
eleitos democraticamente, com o voto direto, com a perspectiva de represen-
tar a vontade geral e que governam voltados para seus interesses pessoais, 
estão agindo de forma ética? Há uma falta de ética no exercício da política no 
meio social? Como fica a questão da cidadania relacionada a questão ética em 
tempos atuais?
O analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político.Ele não ouve, não fala, nem 
participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o 
preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio 
dependem das decisões políticas. O analfabeto...
Bertolt Brecht
Figura 6: O Analfabeto Político
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 163
Ética na saúde
O comportamento ético em atividades de saúde deve considerar um enfo-
que de responsabilidade social e também a expansão dos direitos da cidada-
nia, pois sem cidadania não há saúde.
A ética da responsabilidade e a bioética envolvem o cuidado do outro, por-
tanto, compete ter consciência em desenvolver esta postura. Dessa forma, ve-
mos que a ética deve reconhecer o valor de todos os seres vivos e encarar os 
humanos como um dos pontos que formam a base da vida. 
Clotet (2003) aponta que a bioética é uma ética aplicada que está preocupa-
da com o uso adequado das novas tecnologias na área das ciências médicas e 
das soluções pertinentes aos dilemas morais que sejam apresentados. 
DICA
Texto: princípios da bioética e o cuidado na enfermagem.
Ética nas redes sociais
As Redes Sociais também têm se mostrado como um importante canal de 
informação e trocas comunicacionais. Ao mesmo tempo em que informam, 
também desinformam. Relacionando com a questão ética, temos a grande dor 
de cabeça do momento, as chamadas Fake News. Estas provocam desequilí-
brio, afetações emocionais e transtornos, principalmente naqueles que são os 
alvos dessas notícias falsas. As Fake News reforçam preconceitos, 
ódio contra indivíduos ou grupos sociais. Imaginem o impacto 
que a sociedade teve sobre a falsa notícia da existência de um 
“Kit Gay” imposto nas Escolas. Essa ideia par-
tiu de um projeto verdadeiro que fazia parte 
de um dos programas do Governo Federal, 
mas foi manipulada e disseminada total-
mente desvirtuada, com a perspectiva de 
dizer que haveria uma suposta ideologia de 
gênero e sexualidade firmada para as escolas. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 164
A questão ética aparece fortemente no fato 
de que antes de compartilhar essas no-
tícias que causam impacto, bem como 
todas as outras que compartilhamos ou 
postamos, é sempre preciso checar a veraci-
dade da informação. 
Schudson (2017) afirma que a notícia falsa pode 
interferir no cotidiano do cidadão e das redações 
jornalísticas. Segundo ele, no jornalismo, por exem-
plo, é preciso ter responsabilidade com a questão da 
reprodução de notícias falsas, exageradas ou até mesmo 
corrompidas. Kunczik (2001) aplica o termo disfunção quando ocorre as notí-
cias servirem de ameaça à estabilidade social. Pois, conforme Wolf (1987), a 
circulação de notícias falsas destrói a cidadania de forma severa. Ainda, em 
seu olhar, os meios de comunicação têm a função de trazer a possibilidade de 
alertar o cidadão e apresentar instrumentos para definição de ações diárias.
Como detectar notícias falsas, segundo Kieky e Robertson (2017):
• Considere a fonte – veja se tem credibilidade;
• Considere o autor - faça uma breve pesquisa sobre ele; 
• Confirme a data;
• Fontes de apoio - encontre bases de informações; as fontes que se rela-
cionam ou tratam do assunto – é preciso identificá-las;
• Considere todos os lados – ser contra uma ideologia não quer dizer que 
a notícia é falsa;
• Verifique se é piada – há sites que fazem piadinhas com determinados 
temas; 
• Leia mais – é preciso ler sobre o assunto. Quando você pesquisa e lê 
mais sobre um assunto, percebe se a informação a ser compartilhada tem ou 
não veracidade.
DICA
Texto: o impacto das fake news e o fomento dos discursos 
de ódio na sociedade em rede: a contribuição da liberdade 
de expressão na consolidação democrática.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 165
Enfim, a discussão sobre ética e cidadania, levando em consideração o que es-
tamos vivendo em uma sociedade que precisa da convivência harmônica, é preciso 
haver compatibilidade entre o ideal da sociedade almejada e o estilo de vida cons-
truída, sem isso não é possível pensar em uma sociedade ética como realidade.
Na atualidade, o sujeito que possui a cidadania é aquele detentor de direi-
tos, mas também de deveres. Deve ter ciência de sua participação na socieda-
de e que precisa contribuir coletivamente. A cidadania deve perpassar interes-
se e participação, precisa haver interesse pelo bem comum. 
Uma outra perspectiva tem a ver com a sociedade de risco que estamos vi-
vendo. Isto significa que pensando sobre o crescimento da civilização tecnológica, 
vemos um número muito grande de difusão e proliferação dos riscos. Riscos que 
afetam as sociedades em conjunto, revelando a crise da sociedade industrial.
Para Giddens(1991), a sociedade moderna organiza-se levando em conta o 
distanciamento tempo-espaço, diferentemente das sociedades pré-modernas, 
nas quais as relações entre os indivíduos estavam construídas 
nas referências locais. Nesse caso, a explicação para situa-
ções e fenômenos que ali se processavam, eram situadas 
na lógica do conhecimento e interação cotidianos que, 
por sua vez, promoviam a organização social com base 
nas redes de confiança, depositada nos laços de paren-
tesco e alianças. 
Figura 7: Fake News. Fonte: Freepik.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 166
Caso qualquer coisa perturbasse o equilíbrio daquela ordem social, o grupo 
encontraria resolução para aquele problema, valorizando a confiança locali-
zada. Já nas sociedades atuais, conforme deriva do pensamento de Giddens, 
estas constroem seu esquema de funcionamento e racionalização social funda-
mentadas em uma relação de confiança dos indivíduos em sistemas abstratos, 
fichas simbólicas, que podem ser entendidos como o progresso do conheci-
mento técnico e científico. Portanto, vivemos riscos de acreditar nos sistemas 
simbólicos, no virtual e, a partir destas crenças, também construímos nossas 
posições éticas e cidadãs. 
Educação, ética e cidadania hoje
No texto de Immanuel Kant que segue, que foi retirado de um coletânea 
intitulada “Theoretical Philophy”, editado por David Walford e Ralf Merbote, 
temos algumas reflexões importantes sobre ensinar a pensar para a vida. O 
trecho apresentado aqui faz parte do “Anúncio do Programa do Semestre de 
Inverno de 1765-1766” e propõe uma reflexão que traz em si a própria valoriza-
ção da educação para o bem coletivo.
Ensinar a pensar
Espera-se que o professor desenvolva no seu aluno, em pri-
meiro lugar, o homem de entendimento, depois, o homem 
Figura 8: Sociedade e crenças nos sistemas simbólicos. Fonte: Freepik.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 167
de razão, e, f inalmente, o homem de instrução. Este pro-
cedimento tem esta vantagem: mesmo que, como acontece 
habitualmente, o aluno nunca alcance a fase f inal, terá mes-
mo assim beneficiado da sua aprendizagem. Terá adquirido 
experiência e ter-se-á tornado mais inteligente, se não para 
a escola, pelo menos para a vida. 
Se invertermos este método, o aluno imita uma espécie de 
razão, ainda antes de o seu entendimento se ter desenvol-
vido. Terá uma ciência emprestada que usa não como algo 
que, por assim dizer, cresceu nele, mas como algo que lhe 
foi dependurado. A aptidão intelectual é tão infrutífera 
como sempre foi. Mas ao mesmo tempo foi corrompida num 
grau muitíssimo maior pela ilusão de sabedoria. É por esta 
razão que não é infrequente deparar-se-nos homens de 
instrução (estritamente falando, pessoas que têm estudos) 
que mostram pouco entendimento. É por esta razão, tam-
bém, que as academias enviam para o mundo mais pessoas 
com as suas cabeças cheias de inanidades do que qualquer 
outra instituição pública. 
[...]Em suma, o entendimento não deve aprender pensa-
mentos mas a pensar. Deve ser conduzido, se assim nós qui-
sermos exprimir, mas não levado em ombros, de maneira a 
que no futuro seja capaz de caminhar por si, e semtropeçar. 
A natureza peculiar da própria f ilosofia exige um método 
de ensino assim. Mas visto que a f ilosofia é, estritamente 
falando, uma ocupação apenas para aqueles que já atingi-
ram a maturidade, não é de espantar que se levantem dif i-
culdades quando se tenta adaptá-la às capacidades menos 
exercitadas dos jovens. O jovem que completou a sua ins-
trução escolar habituou-se a aprender. Agora pensa que vai 
aprender f ilosofia. Mas isso é impossível, pois agora deve 
aprender a f ilosofar. [...] Para que pudesse aprender f ilo-
sofia teria de começar por já haver uma f ilosofia. Teria de 
ser possível apresentar um livro e dizer: «Veja-se, aqui há 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 168
sabedoria, aqui há conhecimento em que podemos confiar. 
Se aprenderem a entendê-lo e a compreendê-lo, se f izerem 
dele as vossas fundações e se construírem com base nele 
daqui para a frente, serão f ilósofos». Até me mostrarem tal 
livro de f ilosofia, um livro a que eu possa apelar, [...] permi-
to-me fazer o seguinte comentário: estaríamos a trair a con-
f iança que o público nos dispensa se, em vez de alargar a 
capacidade de entendimento dos jovens entregues ao nos-
so cuidado e em vez de os educar de modo a que no futuro 
consigam adquirir uma perspectiva própria mais amadure-
cida, se em vez disso os enganássemos com uma f ilosofia 
alegadamente já acabada e cogitada por outras pessoas em 
seu benefício. Tal pretensão criaria a ilusão de ciência. Essa 
ilusão só em certos lugares e entre certas pessoas é aceite 
como moeda legítima. Contudo, em todos os outros luga-
res é rejeitada como moeda falsa. O método de instrução 
próprio da f ilosofia é zetético, como o disseram alguns f iló -
sofos da antiguidade (de zhtein). Por outras palavras, o mé-
todo da f ilosofia é o método da investigação. Só quando a 
razão já adquiriu mais prática, e apenas em algumas áreas, 
é que este método se torna dogmático, isto é, decisivo. Por 
exemplo, o autor sobre o qual baseamos a nossa instrução 
não deve ser considerado o paradigma do juízo. Ao invés, 
deve ser encarado como uma ocasião para cada um de nós 
formar um juízo sobre ele, e até mesmo, na verdade, con-
tra ele. O que o aluno realmente procura é proficiência no 
método de ref letir e fazer inferências por si. E só essa profi-
ciência lhe pode ser útil. Quanto ao conhecimento positivo 
que ele poderá talvez vir a adquirir ao mesmo tempo — isso 
terá de ser considerado uma consequência acidental. Para 
que a colheita de tal conhecimento seja abundante, basta 
que o aluno semeie em si as fecundas raízes deste método.
Immanuel Kant
Tradução de Desidério Murcho
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 169
Compreender a criação de novos desenhos de sujeito pensante e participa-
tivo, em uma sociedade em que as tecnologias da informação e das comuni-
cações são cada vez mais reais e oferecem um mapa cognitivo das relações e 
saberes sociais que indicam o progresso da humanidade, é fundamental para 
se estabelecer um diálogo entre indivíduo, cultura e educação.
EXPLICANDO
A Fraude – o caso Bahrings (com Ewan Mc Gregor) Contabilidade; 
Governança Corporativa; Ética e Responsabilidade Social; Evidenciação e 
Informação à Sociedade.
Ameaça Virtual (Com Tim Robbins e Ryan Philiphe) Tecnologias da 
informação; Liderança; Clima organizacional; Ética; Responsabilidade 
social corporativa; Qualidade de vida no trabalho.
Com o dinheiro dos outros (Com Danny de Vito e Gregory Peck) 
Inovação tecnológica; Ética e responsabilidade social; Governança cor-
porativa; Liderança; Finanças; Globalização e internacionalização dos 
mercados; Clima organizacional.
Erin Brockovich (Julia Roberts e Albert Finney)
Ética e responsabilidade social corporativa; Gestão ambiental; Liderança; 
Negociação empresarial; Administração de conflitos; Trabalho em equipe.
Minority Report: a nova lei (Com Tom Cruise)
Tecnologias da informação; Tele trabalho; Ética; Invasão de privacidade; 
Responsabilidade social corporativa.
O Náufrago (Com Tom Hanks e Helen Hunt)
Qualidade de vida no trabalho; Clima organizacional; Planejamento de 
carreira; Recrutamento e seleção; Treinamento e desenvolvimento de 
pessoal; Planejamento corporativo.
Nesta Unidade vimos que existem situações e questões na atualidade 
que precisam estar pautadas pelo olhar da ética e cidadania, 
afinal, ser cidadão é colaborar para a garantia de que o res-
peito e a preservação das relações seja fundamental. Vimos 
ainda que tanto na política, quanto na saúde 
e nas trocas via redes sociais, é preciso ter 
compromisso com a moralidade das par-
ticipações e atuações. Finalmente, des-
tacamos o papel que a educação tem 
na formação de indivíduos pensantes e 
responsáveis por suas ações no seio da 
sociedade. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 170
Fundamentação e inversão ideológica dos direitos 
humanos
Apesar de ter mais de 70 anos de existência e dos significativos avanços le-
gais, culturais, ético e sociais para a humanidade, ainda existe no mundo várias 
ditaduras, governos autoritários e infrações a esses direitos.
No Brasil, uma clara expressão de infração a essa declaração foi a Ditadu-
ra Militar, ocorrida entre 1964 e 1985, quando, em seus anos mais pesados, 
centenas de pessoas foram presas arbitrariamente, exiladas, torturadas e até 
mortas por causas das suas orientações políticas ou pela afronta ao governo 
ditatorial (PORFÍRIO, 2022).
Também esbarramos em alguns problemas em relação à garantia dos Direi-
tos Humanos no mundo, como a longínqua guerra da Síria, a tomada do Afega-
nistão pelo Talibã, governos ditatoriais como os existentes em países Africanos, 
Coreia do Norte, Venezuela e Rússia. 
Os indicadores das infrações a declaração são as altas taxas de homicídios, 
em especial de jovens, moradores de periferias e negros; o abuso policial e as 
execuções cometidas por policiais ou milícias; o falho sistema prisional, que se 
encontra em crise; as ameaças aos defensores dos Direitos Humanos; a miséria 
e a alta desigualdade social; a violência contra a mulher; e o trabalho em situa-
ções análogas à escravidão.
Estar atento os direitos previstos em nossa constituição e combater injus-
tiças sociais devem ser as armas de nós, cidadãos do mundo contra esses des-
mandos de políticos no mundo
Direito internacional dos direitos humanos e seus 
sistemas de proteção global e regional 
Para terminar nossa conversa sobre direitos humanos, é importante que 
você saiba quais são os sistemas globais de proteção aos direitos humanos. 
Por serem estruturas internacionais, respeitadas, assinadas e ratificadas por 
pactos, tratados, convenções, declarações, comissões, estas contêm mecanis-
mos apropriados de acompanhamento, fiscalização e cobrança de informações 
dos países signatários acerca das ações protetivas e afirmativas de tutela dos 
direitos humanos.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 171
A ONU, tem esse intuito de administrar 
a paz mundial e cobrar dos países o com-
promisso com acordos que visem a prote-
ção do homem, do meio ambiente, econo-
mia e das futuras gerações.
Segundo Freitas (2015), os mecanismos con-
temporâneos de implementação dos Direitos Hu-
manos pela ONU são vários e complexos, surgiram 
através da Carta de São Francisco, mas efetivamente 
se concretizaram a partir da Declaração Universal dos 
Direitos do Homem de 1948, são eles:
• Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos: foi adotado pela As-
sembleia Geral das Nações Unidas em 19 de dezembro de 1966, constituindo, 
assim, um pacto de amplitude mundial. Sua entrada em vigor ocorreu em 1976, 
quando se atingiu o número mínimo de adesões estipulado, 35 países.
• Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: foi pla-
nejado com o objetivo de tornar juridicamente importantes os dispositivos da De-
claração Universal dos Direitos Humanos, determinandoa responsabilização in-
ternacional dos estados signatários por eventual violação dos direitos estipulados.
• Sistemas Regionais: Sistema Europeu, o Sistema Interamericano, 
Sistema Africano;
• O Tribunal Penal Internacional possui competência para julgar quatro tipos 
de crimes: crimes contra a humanidade, crimes de genocídio, crimes de guerra e 
crimes de agressão. Seu princípio principal funda-se na complementariedade e 
subsidiariedade, possuindo como característica o fato de ser permanente.
Agora que você sabe sobre a importância da Declaração Universal dos Direi-
tos Humanos e da existência de tratados e pactos globais para que eles sejam 
cumpridos, junte-se a inúmeras pessoas que cobram seus direitos civis, econô-
micos, sociais e políticos e exija de seus governantes que eles sejam respeitados!
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