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Educação
Ambiental
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
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Coordenação Adjunta de Extensão
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Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
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2020 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2020. Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
M425e Mataruco, Sônia Maria Crivelli 
 Educação ambiental / Sônia Maria Crivelli Mataruco 
 Paranavaí: EduFatecie, 2020. 
 
 138 p.: il. Color. 
 
 
 
1. Educação ambiental. I. Centro Universitário UniFatecie. 
 II. Núcleo de Educação a Distância. III Título. 
 
DD : 23 ed. 363.07 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock e 
Pixabay.
AUTORA
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco 
● Mestre na área de Educação pela Unespar Campus de Paranavaí (2015 - 2016);
● Graduada em Licenciatura em Matemática na Universidade Filadélfia de Londri-
na – Unifil (concluído em 2014); 
● Graduada em Tecnologia em Gestão Ambiental pela Faculdade de Tecnologia e 
Ciências do Norte do Paraná – Fatecie (2009); 
● Graduada em bacharelado em Administração pela Faculdade Estadual de Edu-
cação Ciências e Letras de Paranavaí (1992); 
● Pós-graduada em Marketing e Gestão de pessoas pela Faculdade Estadual de 
Educação Ciências e Letras de Paranavaí; 
● Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade de Tecnologia e 
Ciências do Norte do Paraná – Fatecie; 
● Pós-graduada em Auditoria e Certificação Ambiental pela Faculdade de Tecno-
logia e Ciências do Norte do Paraná – Fatecie; 
● Pós-graduada em Saneamento Ambiental pela UEMP 2018/2019.
Atualmente, é Gestora ambiental da Companhia de Saneamento do Paraná – Sa-
nepar, além de professora e coordenadora de curso na Faculdade de Tecnologia e Ciências 
do Norte do Paraná - Fatecie, atuando, principalmente, nos seguintes temas: gerenciamen-
to ambiental, recursos hídricos e hidrologia, sustentabilidade ambiental, responsabilidade 
socioambiental, poluição e resíduos, gestão de águas, saneamento, agronegócio, educação 
ambiental, gestão de negócios ambientais, fundamentos de marketing e administração de 
materiais e patrimônio, saneamento, agroecologia e gestão ambiental, tópicos especiais de 
administração.
Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0836891204233076
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caro (a) aluno (a), seja muito bem-vindo (a) à leitura do livro que utilizaremos na 
disciplina Educação Ambiental aplicada à Pedagogia. Este livro foi carinhosamente planejado 
para que você possa ter um conhecimento geral dos principais assuntos sobre meio ambien-
te. Tal conteúdo servirá de base para compreensão dos temas abordados, com o objetivo de 
levá-lo a ter consciência dos problemas ambientais e perceber que, antes de qualquer ação, 
é preciso pensar na sustentabilidade do nosso planeta para o futuro das gerações futuras. 
A disciplina “Educação Ambiental” apresenta assuntos ligados ao meio ambien-
te. Neste sentido, para facilitar os estudos, dividimos este material em quatro unidades 
de acordo com os temas e suas relações entre si. Desta forma, na primeira unidade 
demonstraremos como os processos ecológicos são responsáveis pelo bom funciona-
mento dos ambientes naturais e como é alterado por ações antrópicas. Apresentaremos 
também os conceitos vitais necessários para que o homem possa trabalhar respeitando 
a natureza e proporcione equilíbrio do ecossistema, sabendo que este depende das 
ações diárias realizadas pelo homem. 
Nesta unidade, temos como objetivo levá-los a compreensão da importância de 
buscar integrar as dimensões ambientais, sociais e econômicas, transformando os atuais 
padrões de desenvolvimento em um novo modelo que, além de preservar os recursos na-
turais, possa reduzir a pobreza, as desigualdades de renda e de gênero, a exclusão social, 
promova a paz, a segurança alimentar, o uso eficiente dos recursos, dentre outros desafios 
comuns que os países enfrentam.
Entretanto, discutiremos os tópicos sobre as inter-relações ecológicas e o desenvol-
vimento sustentável e conceituaremos e contextualizaremos ecologia, espécie, população, 
comunidade, ecossistema. Além disso, abordaremos a importância do entendimento das 
relações entre sociedade e natureza, bem como a compreensão dos objetivos e as metas 
desenvolvimento sustentável (ODS) e seus benefícios para nossa sociedade. Explana-
remos, ainda, os objetivos definidos pela ONU para o desenvolvimento sustentável, que 
trazem metas as quais deverão ser implementadas por todos os países até o ano de 2030. 
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propõem diversos assuntos de ele-
vada importância para a humanidade a fim de transformar a vida no planeta.
Garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coisa, que 
a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, com isso, cessará a dura 
realidade que obriga as pessoas à exploração predatória dos recursos disponíveis em deter-
minadas áreas. É importante destacar que apenas com uma situação de vida regular é que os 
habitantes de uma determinada região poderão tornar-se permeáveis as “novas ideias”.
Na segunda unidade, abordaremos os diversos problemas ambientais da atuali-
dade, uma vez que o planeta é afetado por vários problemas ambientais, muitos deles 
provocados por diversas ações humanas. Estes problemas afetam a fauna, a flora, o solo, 
as águas, o ar etc. Assim, pretendemos chamar a atenção sobre os principais problemas 
que afetam o meio ambiente, demonstrando que são problemas sistêmicos, o que significa 
que estão interligados e são interdependentes. 
Citaremos, além disso, problemas ocasionados pelo desmatamento, suas conse-
quências à biodiversidade, queimadas, êxodo rural, processo de industrialização, efeito 
estufa, entre outros. Relataremos sobre os Pressupostos teórico-metodológicos da Educa-
ção Ambiental, mostrando que, quando nos referimos à educação ambiental, não estamos 
tratando apenas de natureza, como geralmente esse termo é concebido, mas a um conjunto 
de relações sociais, políticas, históricas e econômicas, cujo homem é sujeito participante, 
transformador e, consequentemente, receptor de suas ações. 
Concluiremos citando as correntes que têm uma longa tradição em educação 
ambiental, como a corrente naturalista, conservacionista/recursista, resolutiva, sistêmica, 
científica, humanista, moral/ética e as correntes mais recentes, comoos riscos 
à saúde pública e minimizar os possíveis impactos ambientais adversos.
A problemática dos resíduos sólidos é um tanto complexa, pois envolve diversos 
atores de uma sociedade. Para programar ações de melhorias públicas, a população precisa 
estar consciente de todo o processo, pois somente assim teremos a colaboração de todos. 
Tal conscientização demanda tempo, pois envolve mudança comportamental e cultural das 
pessoas, o que é um processo lento.
Para Barbieri (2011), a escassez é o esgotamento das reservas naturais de água. 
É majorada, principalmente, pelo aumento populacional e pela industrialização, a exemplo 
das faltas de água nas grandes metrópoles. No Brasil, este problema ocorre também por 
conta da distribuição natural, haja vista que a região amazônica possui maior parte dos ma-
nanciais, aproximadamente 72%, a região Centro-Sul com 27% e o nordeste com apenas 
1%, região que sofre com as constantes secas.]
SAIBA MAIS
Para Franco (2013), a biodiversidade refere-se à quantidade de variedade biológica 
animal e vegetal existente em um ecossistema e que, automaticamente, constitui a bios-
fera. A biodiversidade se desenvolve a partir da inter-relação entre os seres vivos, seja 
animal ou vegetal, mais os elementos naturais indispensáveis ao desenvolvimento da 
vida, como sol, água e ar. 
 Exemplos da ação do homem e suas consequências na biodiversidade do planeta:
• Eliminação ou alteração do habitat pelo homem - é o principal fator da diminuição da 
biodiversidade. A retirada desordenada da camada de vegetação nativa para a constru-
ção de casas ou para a atividade agropecuária altera o meio ambiente. Em média, 90% 
das espécies extintas acabaram em consequência da destruição de seu habitat;
• Superexploração comercial - ameaça muitas espécies marinhas e alguns animais ter-
restres;
• Poluição das águas, solo e ar - estressam os ecossistemas e matam os organismos;
• Introdução de espécies exóticas - ameaçam os locais por predação, competição ou 
alteração do habitat natural.
Fonte: Franco (2013). 
41UNIDADE II Problemas Ambientais
REFLITA 
Hoje, no mundo todo, as crianças e os adolescentes representam 31% da população. 
Eles estão crescendo num mundo mais acelerado do que aquele vivido por quem hoje 
possui uma idade superior aos 70 anos, por exemplo. As informações chegam de forma 
global mais rapidamente e não se pode supor que eles não saibam dos perigos que 
corre o planeta Terra. Em ritmo igualmente acelerado, o desmatamento prossegue, co-
locando em risco todas as chances que terão de transformar o mundo para melhor
Fonte: ALBERTO (2016).
42UNIDADE II Problemas Ambientais
2. INDUSTRIALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS
No Brasil, somente no final do século XIX e começo do século XX é que grandes 
fazendeiros de São Paulo que enriqueceram com o café começaram a investir no setor 
industrial de forma significativa, havendo, desta forma, grande investimento no desenvolvi-
mento industrial nas grandes cidades da região Sudeste. 
Além do capital interno investido pelos cafeicultores, houve a abertura da economia 
com incentivos fiscais para o capital internacional e muitas nações europeias investiram 
seu capital na produção agrícola, na urbanização e no extrativismo de riquezas naturais 
no Brasil. Diversas multinacionais, principalmente montadoras de veículos, construíram 
grandes fábricas em cidades como São Paulo, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Santo 
André, Diadema, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. 
No século XX, o processo de industrialização e a mecanização da agricultura 
muitos trabalhadores rurais migraram para as cidades atraídos em busca de 
trabalho nas fábricas e melhores salários, e o resultado disso foi o êxodo rural 
do Nordeste para o Sudeste do país. Os migrantes nordestinos fugitivos da 
seca do Nordeste e do desemprego foram em busca de trabalho e melhores 
condições de vida nas grandes cidades do Sudeste (SILVA, 2013, p. 166).
Com a industrialização, as cidades consolidaram ainda mais seu poder, concen-
trando um número ainda maior de habitantes e fortalecendo o papel na condução da vida 
social das nações. Esse fato acabou por gerar certo conforto para os empresários, que 
tinham à sua disposição grande massa de trabalhadores ou mão de obra disponível a um 
preço irrisório, intensificando a exploração humana por parte dos detentores emergentes 
dos novos meios de produção. 
43UNIDADE II Problemas Ambientais
Vale ressaltar que, agregado à Revolução Industrial, ocorreu também uma Revolução 
Agrícola. A utilização de novos métodos agrícolas, rotação de safras, sementes selecionadas 
e o surgimento de novos equipamentos agrícolas produziram um extraordinário aumento na 
produção de alimentos. Grandes proprietários rurais passaram a investir na tecnologia de 
produção agrícola, fato que levou a agricultura ter como fonte principal do progresso técnico 
a mecanização e o desenvolvimento de produtos químicos e biológicos, optando pela mono-
cultura, ou seja, uma área de cultivo muito grande com uma mesma espécie.
Outro fato relacionado à migração interna ou ao êxodo rural ocorreu com a cons-
trução de Brasília, no final da década de 1950. Muitos migrantes do Norte e Nordeste do 
país foram em busca de empregos na região central do país, principalmente na construção 
civil. As cidades satélites de Brasília cresceram desordenadamente, causando problemas 
sociais que persistem até os dias de hoje.
Com o advento da Revolução Industrial, tornou-se possível adaptar à máquina a ferra-
menta antes empunhada pelo homem. A máquina pode, agora, executar trabalhos anteriormen-
te executados de forma manual. A habilidade manual deixa de ser necessária; o trabalhador 
hábil, especializado e criativo nos padrões anteriores deixa de ter importância. A atividade do 
operário passa a ser a de vigiar e acompanhar as operações executadas pela máquina. 
O processo estendeu-se com força durante as décadas de 70 e 80. Entretanto, 
como as cidades não ofereciam infraestrutura adequada aos migrantes, eles passam a 
residir em habitações sem boas condições como favelas e cortiços. 
Além disso, como os empregos não eram suficientes para todos e, como agravan-
te, a grande maioria dos imigrantes não possuía qualificação necessária para o trabalho 
especificado, muitos deles partiam para o mercado de trabalho informal e outros acabavam 
incorporando à grande massa dos mendigos.
Outro problema causado pela Revolução Industrial e, consequentemente, pelo do 
êxodo rural foi o agrupamento de pessoas na mesma área (urbana), aumentando a violên-
cia, principalmente nos bairros de periferia. Além disso, como são bairros carentes, sem 
hospitais e escolas, as populações destes locais acabaram sofrendo com o atendimento 
destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados 
foram e são as consequências deste fato.
Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a 
diminuição da população local, reduz-se a arrecadação de impostos, a produção agrícola 
decresce e muitos municípios acabam entrando em crise. Há casos de municípios que 
deixam de existir quando todos os habitantes deixam a região.
Desta forma, a disponibilidade de pessoas nas áreas rurais vem diminuindo cons-
tantemente nos últimos anos, chegando a taxas de urbanização de até 94% em alguns 
44UNIDADE II Problemas Ambientais
estados da região sul e sudeste do Brasil, de acordo com dados do IBGE, ou seja, de cada 
100 habitantes, apenas seis ainda vivem em áreas rurais nestas regiões. Além disso, a 
distância entre o campo e as cidades vem se encurtando e o acesso às tecnologias tem se 
tornado a cada dia mais evidente.
De acordo Antunes (2002), em 2050, 60% da população mundial residirá nas cida-
des, realidade muito diferente da década de 50, quando para cada dois moradores da zona 
rural existia aproximadamente um morador das cidades, conforme demonstra o gráfico 
abaixo.GRÁFICO 2 - ÊXODO RURAL NO MUNDO (1950 – 2030)
Fonte: ONU (2012).
Entretanto, os efeitos da Revolução Industrial no Brasil foram positivos em muitos 
aspectos, pois ocorreu um enorme aumento da produtividade, em função da utilização 
dos equipamentos mecânicos, da energia a vapor e, posteriormente, da eletricidade, que 
passaram a substituir a força animal. 
45UNIDADE II Problemas Ambientais
O processo de urbanização influiu positivamente em alguns indicadores na-
cionais, no decorrer do século XX. Os principais exemplos foram a queda 
da mortalidade infantil (que passou da taxa de 150 mortes para cada mil 
nascidos vivos em 1940 para 29,6 em 2000), o aumento da expectativa de 
vida (40,7 anos de vida média em 1940 para 70,5 em 2000), a queda da taxa 
de fertilidade (6,16 filhos por mulher em idade fértil em 1940 para 2,38 em 
2000) e o nível de escolaridade (55,9% de analfabetos em 1940 para 13,6% 
em 2000). Foi notável também a ampliação do saneamento e a ampliação da 
coleta de lixo domiciliar, mas apesar da melhora referida alguns desses indi-
cadores ainda deixam muito a desejar (MARICATO, 2005, p. 01).
Segundo Hobsbawm (1986), a Revolução Industrial foi provedora de conforto e 
transformações sociais para aquelas classes nas quais ocorreram as menores alterações 
na sua forma de vida. Paralelamente, elas receberam os maiores benefícios materiais de-
correntes desse processo. Tal classe social tampouco percebeu que estava perturbando a 
classe operária com este novo modo de produção. 
Para os mais pobres, a Revolução Industrial destruiu hábitos de vida sem que fosse 
oferecida uma nova condição social: foi a própria desagregação social. Era o nascimento 
de uma sociedade industrial, na qual a maioria tinha como única fonte de renda o salário. 
Diferentemente, a sociedade pré-industrial detinha suas terras e oficinas artesanais que, de 
algum modo, suplementavam a renda obtida no trabalho fabril.
Relacionado à questão ambiental, um dos aspectos negativos é que a Revolução 
Industrial trouxe um aumento da poluição do ar e dos rios, pois muitas indústrias passaram 
a despejar produtos químicos e lixo em rios e córregos. Uso de mão de obra infantil (na pri-
meira etapa da industrialização). A industrialização também trouxe um mundo de consumo, 
que convive com a miséria social, com o desprezo e com a falta das condições mínimas e 
até mesmo, muitas vezes, de sobrevivência. 
O Brasil possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da 
pobreza. Assim, por representar um país subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil 
apresenta elevados patamares.
Para Faleiros (2003, p. 32),
Pobreza é um conceito difícil de definir, mas que todo mundo entende quando 
se o menciona. Talvez porque cada qual, cada indivíduo sabe perfeitamente o 
que seria para ele e sua família uma situação de pobreza. Para um poderia ser 
não comer; para outro, vestir-se pobremente; para um terceiro, baixar seu nível 
de vida habitual. São muito imprecisas, portanto, as definições habituais sobre 
a pobreza. Fala-se que a ‘pobreza absoluta’ seria aquela em que a pessoa não 
pode alimentar-se com o mínimo suficiente para sua manutenção fisiológica. 
Para Falcão e Costa (2014, p. 51), no livro “Brasil sem miséria”, a pobreza é enten-
dida atende por diversos nomes:
Insuficiência de renda; acesso precário à água, energia elétrica, saúde e mo-
radia; baixa escolaridade; insegurança alimentar e nutricional; formas precá-
46UNIDADE II Problemas Ambientais
rias de inserção no mundo do trabalho, entre outros. As diversas caracterís-
ticas que traduzem as distintas manifestações da pobreza têm expressão no 
território e assim se pode afirmar que a miséria tem nome, endereço, cor e 
sexo e, embora a renda também seja um indicador de pobreza, trata-se de 
um mecanismo insuficiente para medir o bem-estar. A pobreza se manifesta, 
sobretudo, em privação do bem-estar. Com isto, afirmamos que a pobreza é 
um fenômeno multidimensional e, portanto, requer também indicadores não 
monetários para seu dimensionamento. 
No ano de 2011, foi anunciada a linha de extrema pobreza oficial do Plano Brasil 
sem miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atualizada, em 
2014, para R$77 reais per capita. A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em 
parâmetros internacionais, como a linha do Banco Mundial de US$1,25 por dia. 
Segundo dados oficiais do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome, 
havia no Brasil até o ano de 2012 cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “ex-
trema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. 
O gráfico abaixo mostra a evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 
1976. A medida adotada é o Coeficiente de GINI , tido como padrão internacional para 
mensurar a desigualdade de renda. 
 
GRÁFICO 3 - EVOLUÇÃO DA DESIGUALDADE 
DE RENDA NO BRASIL DESDE 1976
Fonte: IPEA (s. d.).
Quanto menor o coeficiente de GINI, menor é a desigualdade de renda dentro de 
um país. Para que as pessoas melhorem de vida e o abismo entre ricos e pobres diminua, 
a renda das famílias mais pobres precisa crescer. Mas nada disso é possível se um país 
não se desenvolver como um todo. 
47UNIDADE II Problemas Ambientais
Devido a algumas políticas de combate à desigualdade social promovidas nos 
últimos anos, a desigualdade social no Brasil vem caindo, chegando em 2012 a níveis de 
1960. Em 2015, o coeficiente de desigualdade no Brasil atingiu 0,514. (PNAD, 2015). 
Vale lembrar que ultrapassar esse valor não significa abandonar a pobreza por 
completo, mas somente a pobreza extrema.
 
FIGURA 2 - DESIGUALDADE DE RENDA NO MUNDO
Fonte: Banco Mundial (2014).
De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal, para a erradicação da pobreza 
e das desigualdades, objetivo fundamental da República constitucionalizado é necessá-
rio modificar-se os padrões de relações culturais e econômicas que as provocam e que 
aprofundam a exclusão, inclusive as sustentadas pela atividade estatal na implementação 
de políticas públicas, na formulação de leis e no julgamento das demandas levadas aos 
tribunais, como: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação.
Complementando, Jamur (2000, p. 18-21) afirma, também, que:
48UNIDADE II Problemas Ambientais
A pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignidade 
humana e que devem ser tomadas medidas urgentes para o conhecimento 
maior do problema da pobreza extrema e de suas causas, particularmente 
aquelas relacionadas ao problema do desenvolvimento, visando a promover 
os direitos das camadas mais pobres, pôr fim à extrema pobreza e à exclusão 
social e promover uma melhor distribuição dos frutos do progresso social. É 
essencial que os Estados estimulem a participação das camadas mais po-
bres nas decisões adotadas em relação às suas comunidades, à promoção 
dos direitos humanos e aos esforços para combater a pobreza extrema. 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 30% das mortes que 
acontecem todos os dias estão relacionadas às causas da pobreza extrema, como fome, 
diarreia, pneumonia e tuberculose. Morre-se por doenças que poderiam ser prevenidas e 
curadas com custo muito baixo. Famílias que estão na linha da pobreza extrema convivem 
com um enorme sofrimento diário e podem estar em uma situação duplamente difícil ao 
verem suas crianças doentes e capturadas em um ciclo vicioso: miséria, internação, rein-
ternação e até morte.
Como ressalta o Informe de Desenvolvimento Humano 2000 do PNUD, a erradica-
ção da pobreza constitui uma tarefa importante dos direitos humanos no século XXI. Um 
nível decente de vida, nutrição suficiente, atençãoà saúde, educação, trabalho e proteção 
contra as calamidades são, além de metas do desenvolvimento, direitos humanos.
A miséria traz ainda consequências como a violência, as drogas e a criminalidade, 
além de baixo desempenho nas escolas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define 
violência como o uso de força física ou poder, por ameaça ou na prática, contra si próprio, 
outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou possa resultar em sofri-
mento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. Essa definição 
agrega a intencionalidade à prática do ato violento propriamente dito, desconsiderando o 
efeito produzido.
No tocante às drogas, seu uso causa problemas irreparáveis à saúde das pessoas 
e, para sua produção, muitas vezes, causa desmatamento e perda de biodiversidade. 
A poluição também pode ser gerada durante o processo de secagem das folhas 
de tabaco, feita em estufas que requerem a queima de madeira nem sempre proveniente 
de reflorestamento. O problema do descarte inadequado engloba praticamente todas as 
drogas de origem química, com ênfase às bitucas de cigarro. 
São consumidos cerca de 140 milhões de cigarros por ano no Brasil. O mau hábito 
de descartar bitucas no chão leva à contaminação pelo perigoso acetato de chumbo e 
nicotina, além de outras cerca de 50 substâncias comprovadamente cancerígenas a rios e 
mares. 
49UNIDADE II Problemas Ambientais
Desta forma, não é difícil de compreender a relação existente entre a ação do 
homem e o aumento do número de doenças. O impacto negativo do homem no ambiente 
tem relação direta com a saúde, uma vez que necessitamos dos componentes do meio 
ambiente para a nossa sobrevivência. É impossível sobreviver sem acesso à água e ao ar, 
por exemplo. Se esses elementos estão comprometidos, nossa saúde também ficará.
REFLITA 
De acordo com Lustosa (2011), a pobreza extrema e a exclusão social constituem uma 
violação da dignidade humana. Ninguém quer ser estigmatizado com a definição de 
carência; que não tem renda suficiente para sua manutenção. Ao aceitar a pobreza e 
assumi-la seria o mesmo que desistir de lutar. 
Entretanto, segundo um dado oficial do Ministério de Desenvolvimento de Combate à 
fome – 2012, havia no Brasil até esse ano cerca de 16,27 milhões de pessoas em condi-
ção de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 
por pessoa. 
Em 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza oficial do Plano Brasil sem Miséria: 
renda familiar per capita de R$70 reais – posteriormente atualizada, em maio de 2014, 
para R$77 reais per capita. A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em 
parâmetros internacionais, como a linha do Banco Mundial de US$1,25 por dia.
Fonte: Lustosa (2011).
 
50UNIDADE II Problemas Ambientais
3. PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Os aspectos pedagógicos e metodológicos devem possuir cunho participativo 
apoiado numa postura crítica, emancipadora e conscientizadora, através de uma aborda-
gem sistêmica. 
A abordagem sistêmica nos permite ver “mais e melhor.” Nos permite ver e com-
preender a realidade que é sempre complexa. A realidade é feita de diferentes elementos 
que interagem permanentemente. Compõe sistema que, por sua vez, é constituído por 
conjunto de partes que são integradas e pressupõe um dado limite).
A realidade é complexa pois é feita de múltiplas dimensões: ecológica , socioeconô-
mica, cultural, política, jurídica, científica e tecnológica, etc (LÉVY, 2011, p. 190)
Para compreender esta realidade complexa a abordagem sistêmica é fundamen-
tal, assim como o “pensamento complexo”, para os quais os fundamentos pedagógicos e 
metodológicos são importantíssimos, assim como os aspectos da multidimensionalidade e 
interdisciplinaridade (LÉVY, 2011, p. 188).
Portanto, para realizar avaliação de sustentabilidade é fundamental pensar no 
“sistema” como um todo, pensar no conjunto de elementos que compõem a realidade e na 
sua complexidade (LÉVY, 2011, p. 188)
Um sistema é definido como um conjunto de componentes inter-relacionados e 
organizados dentro de uma estrutura autônoma, operando de acordo com objetivos deter-
minados: componentes, interação, entradas, saídas e limites (LÉVY, 2011, p. 188)
51UNIDADE II Problemas Ambientais
A teoria construtivista parte da premissa de que o conhecimento não é dado, nada 
está pronto, acabado, mas se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e 
social (Piaget, 1987). O ser humano é compreendido como ser histórico, que se constrói 
através das suas relações com o mundo natural e social, o que dá sentido à constituição 
do sujeito (Vygotsky, 1996).
Segundo Paulo Freire (2003), a educação deve ser vista como processo de eman-
cipação e transformação do mundo, em que o papel do educador não é o de convencer o 
educando, mas de vencer com ele, construir junto. O grande desafio do educador está em, 
pela formação permanente, buscar subsídios teórico-práticos, para o exercício da docência, 
para a compreensão de que o conteúdo a ser trabalhado é uma síntese da humanidade e 
que, ao ser considerado relevante, conduz o aluno a transitar por ele, provocando inquieta-
ções que o fazem avançar ainda mais.
A educação é vista como acesso à construção de um processo emancipatório a 
partir da conscientização dos sujeitos (autoconhecimento e conhecimento da realidade). A 
participação é um pressuposto da própria aprendizagem. Você só conhece realmente o que 
construiu autonomamente. “Quanto mais ativamente uma pessoa participa da aquisição de 
um conhecimento, mais ela integrará e reterá aquilo que aprender” (Lévy, 2011, p. 198).
O papel do mediador é de fundamental importância, devendo promover o interesse 
e o empoderamento dos participantes. A abordagem sistêmica nos permite ver “mais e 
melhor”; nos permite ver e compreender a realidade que é sempre complexa. A realidade 
é feita de diferentes elementos que interagem permanentemente e compõem um sistema 
que, por sua vez, é constituído por um conjunto de partes que são integradas e pressupõem 
um dado limite. Um sistema é definido como um conjunto de componentes inter-relaciona-
dos e organizados dentro de uma estrutura autônoma, operando de acordo com objetivos 
determinados: componentes, interação, entradas, saídas e limites.
Poder perceber um dado sistema, permite identificar as relações entre seus compo-
nentes (suas interdependências). Assim, mais importante do que pensar em estratégias de 
desenvolvimento para um sistema é poder olhar sistemicamente o desenvolvimento como 
um processo em permanente construção.
A realidade é sempre complexa. É o resultado de um “tecer conjunto” da relação so-
ciedade/natureza como “unicidade” que, em última análise, constitui o “sistema ambiente”, 
onde ocorrem fluxos permanentes de matéria e energia.
A abordagem sistêmica é fundamental, assim como o “pensamento complexo”, para 
os quais os fundamentos pedagógicos e metodológicos vistos anteriormente são importan-
52UNIDADE II Problemas Ambientais
tíssimos, assim como os aspectos da multidimensionalidade e interdisciplinaridade. Portanto, 
para realizar avaliação de sustentabilidade é fundamental pensar no “sistema” como um todo, 
pensar no conjunto de elementos que compõem realidade e na sua complexidade.
A realidade é complexa, pois é feita de múltiplas dimensões: ecológica, socioeco-
nômica, cultural, política, jurídica, científica, tecnológica etc. Nos fundamentos do desen-
volvimento sustentável, podemos perceber de modo bastante claro este entendimento. Os 
documentos da Eco-92, especialmente a Agenda-21, trazem com bastante propriedade 
este entendimento (você encontrará na internet um abundante material sobre este grande 
evento acontecido em 1992 no Rio de Janeiro e que trouxe grandes contribuições ao mundo 
com novas perspectivas de desenvolvimento e consciência planetária sobre o ambiente). 
 O conhecimentopara o materialismo-histórico é fruto da relação entre homem e 
natureza e das relações sociais mais amplas. As forças sociais que se materializam em 
instituições, grupos, formas de pensar e interpretar o mundo são a base sobre a qual se 
criam os instrumentos de apreensão dos fenômenos naturais e sociais. 
Quando se aborda o campo da educação ambiental, podemos nos dar conta de 
que, apesar de sua preocupação comum com o meio ambiente e do reconhecimento do 
papel central da educação para a melhoria da relação com este último, os diferentes auto-
res (pesquisadores, professores, pedagogos, animadores, associações, organismos etc.) 
adotam diferentes discursos sobre a EA e propõem diversas maneiras de conceber e de 
praticar a ação educativa neste campo. Cada um predica sua própria visão e viu-se, inclu-
sive, formarem-se “igrejinhas” pedagógicas que propõem a maneira “correta” de educar, “o 
melhor” programa e o método “adequado”.
Quando nos referimos à educação ambiental, não estamos tratando apenas de 
natureza, como geralmente esse termo é concebido, mas a um conjunto de relações so-
ciais, políticas, históricas e econômicas, cujo homem é sujeito participante, transformador, 
e consequentemente receptor de suas ações.
Philippi et al. (2014) aponta que a crise ambiental é uma leitura da crise da própria 
sociedade, uma vez que a gestão dos recursos naturais encontra-se muito além das ques-
tões técnicas, referindo-se também ao contexto econômico, social, político e cultural. 
A educação ambiental vista como um agente de transformação exige uma profunda 
mudança de valores e atitudes, “uma nova visão de mundo, o que ultrapassa bastante o 
universo meramente conservacionista.” (BRÜGGER, 1999, p.34). Assim, essa educação 
não visa somente apontar os problemas de degradação ambiental, poluição, uso inade-
53UNIDADE II Problemas Ambientais
quado de recursos, mas, sim, entender o porquê desses problemas, suas raízes históricas, 
sociais, culturais e, no caso da sociedade capitalista, principalmente, a econômica. 
A realização de trabalhos na área da educação ambiental, assim como qualquer 
outro trabalho educativo, que envolva a formação de sujeitos, não pode ser realizada de 
maneira isolada ou mesmo constituída de práticas descontextualizadas. 
A Constituição Brasileira, de 1988, incorporou em seu texto a Educação Am-
biental, conforme o Art. 225, ressaltando a qualidade de vida como integrante 
da própria cidadania. Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam a 
questão ambiental como um dos temas transversais do currículo do Ensino 
Fundamental, mas a sua efetivação no cotidiano escolar ainda deixa muito a 
desejar e, em muitos casos, tem se limitado a ações isoladas e/ou a enten-
dimentos parcializados sobre a questão ambiental, orientados por uma visão 
excessivamente biologizada, dentro de uma vertente ecológico-preservacio-
nista, e/ou fica restrita a eventos comemorativos (dia da árvore, dia do meio 
ambiente), ou ainda limitada à realização de algumas atividades práticas, 
denominadas extra-curriculares, eventuais (campanha do lixo, coleta para re-
ciclagem, caminhadas ecológicas, visitas, plantio de hortas, etc.), sem a con-
textualização necessária e sem a internalização sobre o real entendimento da 
problemática ambiental no cotidiano das comunidades escolares (SOARES 
et al., 2003, p. 9). 
A educação ambiental crítica deve então proporcionar aos sujeitos uma apropriação 
de conhecimentos capazes de gerar ações e jamais deve ser admitida como uma forma 
de adestramento, definida em “uma forma de adequação dos indivíduos ao sistema social 
vigente” (BRÜGGER, 1999, p. 35). 
Rangel (2003) afirma que, apesar de alguns estudos demonstrarem a interdepen-
dência entre os elementos abióticos e bióticos, de maneira a enfocar a ecologia, quando 
se trata do ser humano, geralmente, este é visto como ameaça, ou como ameaçado. 
Nesta perspectiva, a educação ambiental só se refere à mudança de condutas. Entretan-
to, concebemos a educação ambiental como um processo que envolve o meio natural, 
cultural, político e social. 
[...] reafirma-se o homem, não como ser ameaçado e ameaçador, mas como 
ser integrante do meio ambiente, cuja reconstrução e preservação, não só 
reflete na vida humana, como necessita da vida humana de qualidade. [...] 
estendendo-se, então, os cuidados com o meio ambiente ao próprio homem 
e suas condições de vida. Esses cuidados contemplam, portanto, os valores 
da vida cidadã, a exemplo da saúde, sexualidade, família, trabalho, ciência e 
tecnologia, cultura, linguagens (RANGEL, 2003, p. 136).
Portanto, é de indispensável necessidade que entendamos a educação ambiental, 
não somente como àquela referente ao meio ambiente, considerado como natureza, mas, sim, 
numa ótica mais ampla, que envolve o homem e suas relações estabelecidas socialmente. 
Lima (2015) destaca que, para um programa de educação ambiental atingir seus 
objetivos, é preciso ocorrer o envolvimento coletivo. Para ele, os estudos de Paulo Freire, 
com a pedagogia crítica e libertadora, é o mais adequado para tal. O autor aponta, ainda, 
54UNIDADE II Problemas Ambientais
diversas estratégias de ensino para a prática da educação ambiental, tais como: discussão 
em classe, envolvendo todos; discussão em grupo; mutirão de ideias, quando pequenos 
grupos sugerem soluções para um dado problema, porém, sem se preocupar com análise 
crítica, num tempo de dez a 15 minutos; trabalho de grupos, em que quatro a oito membros 
se tornam responsáveis pela execução de uma tarefa; debate, com dois grupos de argu-
mentos diferentes e um terceiro que avalia as ideias expostas; questionário; reflexão, que 
envolve a análise crítica; imitação da mídia, o grupo organiza sua própria versão de jornais, 
televisão, rádio e filmes; projetos; solução de problemas, que considera a apresentação e 
solução de problemas; jogos de simulação, operacionalização de situações reais referentes 
a um problema; exploração do ambiente local, por meio de observações. 
A escolha de uma ou outra estratégia deve considerar o perfil ambiental das 
comunidades a serem envolvidas (características sistêmicas de manutenção da vida e 
de seus valores) e seu respectivo metabolismo (desenvolvimento dos processos, seus 
movimentos e tendências). “Sem conhecer os objetivos, problemas, prioridades e valo-
res de uma dada comunidade torna-se praticamente impossível planejar sem cometer 
gafes” (DIAS, 2004, p. 219).
 
55UNIDADE II Problemas Ambientais
4. CORRENTES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A escola, com o ensino formal, volta-se para os processos de formação do cidadão. 
Em se tratando de EA, possui várias correntes e tendências entre pesquisadores, o que, 
infelizmente, não leva à unificação; aparentemente há divergência entre elas. Portanto, 
as divergências ferem diretamente seu princípio central, que é a convergência (união e 
esforços) para conservação dos recursos naturais, para o desenvolvimento com sustentabi-
lidade e a qualidade de vida socioambiental. Porém, essas correntes podem ser unificadas 
frente ao objeto de estudo e ao problema enfrentado, que deve ser revertido.
Há 15 correntes de pensamento e atuação da Educação ambiental formal, desde 
as mais antigas, concebidas na década de 1970, até as atuais. Entre as correntes que têm 
uma longa tradição em educação ambiental, analisaremos as seguintes: a corrente natura-
lista, conservacionista/recursista, resolutiva, sistêmica, científica, humanista e moral/ética. 
Já entre as correntes mais recentes estão: a corrente holística, biorregionalista, práxica, 
crítica, feminista, etnográfica, eco-educação e a sustentabilidade.
a. A corrente naturalista
Esta corrente é centrada na relação com a natureza. O enfoque educativo pode ser 
cognitivo (aprender com coisas sobre a natureza), experiencial (ver na natureza e aprender 
com ela), afetivo, espiritual ou artístico (associando a criatividade humana à da natureza). 
Napedagogia para os adultos (andragogia), Phillip (2014) afirma igualmente que de nada 
56UNIDADE II Problemas Ambientais
serve querer resolver os problemas ambientais se não se compreende pelo menos como 
“funciona” a natureza; deve-se aprender a entrar em contato com ela, por intermédio de 
nossos sentidos e de outros meios sensíveis: o enfoque é sensualista, mas também espiri-
tualista, pois se trata de explorar a dimensão simbólica de nossa relação com a natureza e 
de compreender que somos parte integrante dela. 
Também frente aos adultos, Phillip (2014) insiste sobre a importância de considerar 
a natureza como educadora e como um meio de aprendizagem; a educação ao ar livre 
(outdoor education) é um dos meios mais eficazes para aprender sobre o mundo natural e 
para fazer compreender os direitos inerentes da natureza a existir por e para ela mesma; o 
lugar ou papel ou “nicho” do ser humano se define apenas nesta perspectiva ética.
Para Phillip (2014, p. 672): 
A educação ambiental é exemplo do que é realizado para incorporar valores 
relacionados às mudanças no desenvolvimento socioambiental, dando à so-
ciedade oportunidade e informação para tomar decisões com responsabilida-
de, pautadas na ideia de território solidário. 
Para compreender melhor a sistemática da educação ambiental e suas vertentes pe-
dagógicas, se faz necessário saber as principais correntes de pensamentos que contribuíram 
para consolidação desse processo pedagógico voltado à conservação do meio ambiente.
Primordialmente, tem-se a corrente naturalista, que, em sua essência, valoriza o 
contato direto com a natureza, para fortalecer os laços afetivos entre esta e o ser humano 
a partir de experiências intensas, elevadas a nível espiritual.
 
b. A corrente conservacionista/recursista
Esta corrente agrupa as proposições centradas na “conservação” dos recursos, 
tanto no que concerne à sua qualidade como à sua quantidade: a água, o solo, a energia, 
as plantas (principalmente as plantas comestíveis e medicinais) e os animais (pelos re-
cursos que podem ser obtidos deles), o patrimônio genético, o patrimônio construído etc. 
Quando se fala de “conservação da natureza”, como da biodiversidade, trata-se, sobretudo, 
de uma natureza-recurso. Encontramos aqui uma preocupação com a “administração do 
meio ambiente”, ou, melhor dizendo, de gestão ambiental.
Os programas de educação ambiental centrados nos três “R” já clássicos, os da 
Redução, da Reutilização e da Reciclagem, ou aqueles centrados em preocupações de 
gestão ambiental (gestão da água, gestão do lixo, gestão da energia, por exemplo) se asso-
ciam à corrente conservacionista/recursista. Geralmente se dá ênfase ao desenvolvimento 
57UNIDADE II Problemas Ambientais
de habilidades de gestão ambiental e ao ecocivismo. Encontram-se aqui imperativos de 
ação: comportamentos individuais e projetos coletivos. 
A corrente conservacionista prega o equilíbrio no uso dos recursos naturais em 
quantidade e qualidade no manejo. Há uma preocupação com a gestão ambiental. Aqui 
a educação é voltada para a conservação do meio ambiente. Surgiu em meio à Segunda 
Guerra Mundial, quando a escassez assolava os países envolvidos no conflito e a economia, 
a reutilização e a reciclagem dos recursos, tanto por parte dos soldados como da própria 
população atingida pelas consequências da luta bélica, foram as bases do pensamento 
conservador que deu origem a esta corrente.
c. A corrente resolutiva
A corrente resolutiva considera o Meio Ambiente como um conjunto de proble-
máticas que só é possível de se resolver através da informação e da capacitação das 
pessoas em solucionar esses problemas. Aqui adotou-se “um modelo pedagógico centrado 
no desenvolvimento sequencial de habilidades de resolução de problemas” (SATO, 2011, 
p. 21). Assim, os educadores que utilizam esse pensamento se concentram no problema e 
envidam esforços nas soluções.
d. A corrente sistêmica
Pela corrente sistêmica, a educação ambiental é voltada para a análise estrutural 
do meio ambiente e seus componentes, bem como a relação dos elementos biofísicos e 
sociais, que permite uma visão conjunta da realidade ambiental e, assim, identificar os seus 
problemas e escolher soluções.
O processo de educação ambiental que partiu da análise das relações de causa e 
efeitos através de experimentos e observações dos resultados por eles obtidos, com o fim 
de obter a solução para os problemas ambientais, deu origem à corrente científica, que, a 
seu turno, está intimamente ligada às ciências do Meio Ambiente.
e. A corrente humanista
A corrente humanista enfatiza a dimensão humana do meio ambiente, e este último 
constituindo o meio de vida do Homem, considerando as dimensões históricas, sociais, 
culturais, políticas e econômicas. A educação ambiental por esta corrente se efetiva por 
meio das ciências humanas a partir de uma visão humanista de meio ambiente enquanto 
meio de sobrevivência do ser humano. O ambiente não é somente apreendido como um 
58UNIDADE II Problemas Ambientais
conjunto de elementos biofísicos, que basta ser abordado com objetividade e rigor para ser 
melhor compreendido, para interagir melhor. 
Corresponde a um meio de vida, com suas dimensões históricas, culturais, políti-
cas, econômicas, estéticas, não pode ser abordada sem se levar em conta sua significação, 
seu valor simbólico. 
O patrimônio não é somente natural, é igualmente cultural: as construções e os or-
denamentos humanos são testemunhos da aliança entre a criação humana e os materiais e 
as possibilidades da natureza. A arquitetura, entre outros elementos, se encontra no centro 
desta interação. Neste caso, a porta de entrada para apreender o meio ambiente é frequen-
temente a paisagem. Esta última é seguidamente modelada pela atividade humana; ela fala 
ao mesmo tempo da evolução dos sistemas naturais que a compõem e das populações 
humanas que estabeleceram nela suas trajetórias.
f. Corrente ética ou moral
Por fim, entre as correntes clássicas, existe a corrente ética ou moral, em que os 
educadores se baseiam no fundamento de que as relações do homem com o meio ambiente 
devem ser pautadas por um conjunto de valores individuais e coletivos, prescrevendo um 
código de comportamentos socialmente desejáveis no manejo dos recursos naturais.
g. Corrente científica
Algumas proposições de educação ambiental dão ênfase ao processo científico, 
com o objetivo de abordar com rigor as realidades e problemáticas ambientais e de com-
preendê-las melhor, identificando mais especificamente as relações de causa e efeito. 
O processo está centrado na indução de hipóteses a partir de observações e na 
verificação de hipóteses, por meio de novas observações ou por experimentação. Nesta 
corrente, a educação ambiental está seguidamente associada ao desenvolvimento de 
conhecimentos e de habilidades relativas às ciências do meio ambiente, do campo de 
pesquisa essencialmente interdisciplinar para a transdisciplinaridade. Como na corrente 
sistêmica, o enfoque é, sobretudo, cognitivo: o meio ambiente é objeto de conhecimento.
Não obstante os modelos pedagógicos de educação ambiental clássicos, desenvol-
vidos no decorrer do século XX, atualmente, destacam-se também algumas correntes mais 
recentes: holística, biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográfica da ecoeducação, 
da sustentabilidade.
 
59UNIDADE II Problemas Ambientais
h. A Corrente holística
O enfoque desta corrente do pensamento holístico é profundamente ecológico, e 
de acordo com ele, o indivíduo e a natureza não estão separados, mas formam um conjunto 
impossível de ser dissociado. Por isso é que qualquer forma de agressão à natureza e ao 
meio ambiente, para a abordagem holística, é pura e sim plesmente um a form a de suicídio.
É preciso levar-se em conta não apenas o conjunto das múltiplas dimensões das 
realidades socioambientais, como também as diversas dimensões da pessoaque entra em 
relação com estas realidades, da globalidade e da complexidade de seu ser no mundo. O 
sentido global aqui é muito diferente do planetário: significa, antes, holístico, referindo-se à 
totalidade de cada ser, de cada realidade e à rede de relações que une os seres entre si em 
conjuntos nos quais eles adquirem sentido. 
A corrente holística não associa proposições necessariamente homogêneas, como 
é o caso das outras correntes. Algumas proposições, por exemplo, estão mais centradas 
em preocupações de tipo psicopedagógico apontando para o desenvolvimento global da 
pessoa em relação ao seu meio ambiente. Outras estão ancoradas numa verdadeira cos-
mologia (ou visão do mundo) em que todos os seres estão relacionados entre si, o que leva 
a um conhecimento orgânico do mundo e a um atuar participativo em e com o ambiente. 
Numa perspectiva holística mais fundamental ainda, Nigel Hoffmann (1994) se ins-
pira no filósofo Heidegger e no poeta naturalista Goethe para propor um enfoque orgânico 
das realidades ambientais. Devem-se abordar, efetivamente, as realidades ambientais de 
uma maneira diferente daquelas que contribuíram para a deterioração do meio ambiente. 
O processo de investigação não consiste em conhecer as coisas a partir do exterior, para 
explicá-las, originando de uma solicitação, de um desejo de preservar seu ser essencial 
permitindo-lhes revelar-se com sua própria linguagem. 
 
i. Corrente biorregionalista
A corrente biorregionalista se inspira geralmente numa ética ecocêntrica e centra a 
educação ambiental no desenvolvimento de uma relação preferencial com o meio local ou 
regional, no desenvolvimento de um sentimento de pertença a este último e no compromis-
so em favor da valorização deste meio.
 Sauvé (2005) reconhece aqui o caráter inoportuno desta pedagogia do além que 
baseia a educação em considerações exógenas ou em problemáticas planetárias que não 
são vistas em relação com as realidades do contexto de vida e que oferecem poucas oca-
siões concretas para atuações responsáveis.
60UNIDADE II Problemas Ambientais
j. Corrente práxica
A ênfase desta corrente está na aprendizagem da ação, pela ação e para a melhoria 
desta. Não se trata de desenvolver a priori os conhecimentos e as habilidades com vistas 
a uma eventual ação, mas em pôr-se imediatamente em situação de ação e de aprender 
através do projeto por e para esse projeto. A aprendizagem convida a uma reflexão na 
ação, no projeto em curso. 
Lembremos que a práxis consiste essencialmente em integrar a reflexão e a ação, 
que, assim, se alimentam mutuamente. O processo da corrente práxica é, por excelência, 
o da pesquisa-ação, cujo objetivo essencial é o de operar uma mudança num meio (nas 
pessoas e no meio ambiente) e cuja dinâmica é participativa, envolvendo os diferentes 
atores de uma situação por transformar. Em educação ambiental, as mudanças previstas 
podem ser de ordem socioambiental e educacional.
k. Corrente de Crítica Social
Muitas vezes associada à da crítica social, se inspira no campo da “teoria crítica”, 
que foi inicialmente desenvolvida em ciências sociais e que integrou o campo da educação, 
para finalmente se encontrar com o da educação ambiental nos anos de 1980 (Robottom 
e Hart, 1993). Esta corrente insiste, essencialmente, na análise das dinâmicas sociais que 
se encontram na base das realidades e problemáticas ambientais: análise de intenções, de 
posições, de argumentos, de valores explícitos e implícitos, de decisões e de ações dos 
diferentes protagonistas de uma situação.
Para Robottom e Hart (10993, p. 24):
A postura crítica é igualmente aplicada às realidades educacionais.A educa-
ção ambiental que se inscreve numa perspectiva sociocrítica (socially critical 
environmental education) convida os participantes a entrar num processo de 
pesquisa em relação a suas próprias atividades de educação ambiental [...]. 
É preciso considerar particularmente as rupturas entre o que o prático pensa 
que faz e o que na realidade faz e entre o que os participantes querem fazer e 
o que podem fazer em seu contexto de intervenção específica. O prático deve 
se comprometer neste questionamento, porque a busca de soluções válidas 
passa pela análise das relações entre a teoria e a prática. [...] A reflexão críti-
ca deve abranger igualmente as premissas e valores que fundam as políticas 
educacionais, as estruturas organizacionais e as práticas em aula. O prático 
pode desenvolver, através deste enfoque crítico das realidades do meio, sua 
própria teoria da educação ambiental.
l. Corrente Feminista
Em matéria de meio ambiente, uma ligação estreita ficou estabelecida entre a do-
minação das mulheres e a da natureza: trabalhar para restabelecer relações harmônicas 
com a natureza é indissociável de um projeto social que aponta para a harmonização das 
relações entre os humanos, mais especificamente entre os homens e as mulheres.
61UNIDADE II Problemas Ambientais
Tal corrente se opõe, no entanto, ao predomínio do enfoque racional das problemá-
ticas ambientais, tal como frequentemente se observa nas teorias e práticas da corrente de 
crítica social. Os enfoques intuitivo, afetivo, simbólico, espiritual ou artístico das realidades 
do meio ambiente são igualmente valorizados. No contexto de uma ética da responsabili-
dade, a ênfase está na entrega: cuidar do outro humano e o outro como humano, com uma 
atenção permanente e afetuosa.
m. Corrente etnográfica 
Dá ênfase ao caráter cultural da relação com o meio ambiente. A educação am-
biental não deve impor uma visão de mundo, sendo preciso levar em conta a cultura de 
referência das populações ou das comunidades envolvidas. 
Propõe não somente adaptar a pedagogia às realidades culturais diferentes, como 
se inspirar nas pedagogias de diversas culturas.
n. Corrente da ecoeducação
Está dominada pela perspectiva educacional da educação ambiental. Não se trata 
de resolver problemas, mas de aproveitar a relação com o meio ambiente como cadinho 
de desenvolvimento pessoal, para o fundamento de um atuar significativo e responsável. 
O meio ambiente é percebido aqui como uma esfera de interação essencial para 
a ecoformação ou para a ecoontogênese. Distinguiremos aqui estas duas proposições, 
muito próximas ambas, no entanto distintas, principalmente em relação a seus respectivos 
contextos de referência.
o. Corrente da sustentabilidade 
A ideologia do desenvolvimento sustentável, que conheceu sua expansão em mea-
dos dos anos de 1980, penetrou pouco a pouco o movimento da educação ambiental e se 
impôs como uma perspectiva dominante. 
Para responder às recomendações do Capítulo 36 da Agenda 21, resultante da 
Cúpula da Terra em 1992, a UNESCO substituiu seu Programa Internacional de Educação 
Ambiental por um Programa de Educação para um futuro viável (UNESCO, 1997), cujo 
objetivo é o de contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável. Este último 
supõe que o desenvolvimento econômico, considerado como a base do desenvolvimento 
humano, é indissociável da conservação dos recursos naturais e de um compartilhar equi-
tativo dos recursos. Trata-se de aprender a utilizar racionalmente os recursos de hoje para 
que haja suficientemente para todos e se possa assegurar as necessidades do amanhã. 
 
62UNIDADE II Problemas Ambientais
As florestas são imprescindíveis para a manutenção dos recursos hídricos ao abas-
tecimento das cidades, onde vive a maioria da população. O desmatamento incontrolado e 
insano está causando a desertificação e levará fatalmente ao desabastecimento de água e 
à formação de solo improdutivo para a produção de alimentos. A natureza trabalha e produz 
na forma cíclica, mostrando o caminho para a atuação do homem.
Todos os tipos de plantas, sejam as rasteiras, os arbustos, as árvores ou as flores, 
têm uma importância indispensável para a nossa qualidade de vida. As plantas nutrem os 
solos e ajudam a produzir alimentos e água. Suas folhas servemcomo adubos para a terra 
e tornam a natureza rica e viva.
Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes de-
vem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambiente, a fim de 
minimizar os impactos negativos que têm levado os recursos naturais e a escassez em 
nome da melhoria da qualidade de vida.
Segundo Oliveira e Medeiros (2010), a educação ambiental não se refere apenas 
à ecologia e preservação do meio ambiente, indo muito além destes, abarcando a vivência 
do homem em sociedade e as relações estabelecidas por este. A transformação e a busca 
de superação de comportamentos destrutivos (matança de animais, queimadas, desflores-
tamento, desperdício de recursos naturais não renováveis como a água) são necessárias 
para o processo da própria humanização do homem. 
Para os autores, não se trata apenas de estudar, ou mesmo entender, o processo 
de degradação pelo qual o planeta Terra vem passando. Além destes, é necessário que en-
tendamos a educação ambiental, como educação política, que envolve escolhas, decisões 
e opções que não tomamos sozinhos, já que vivemos em sociedade – no nosso caso, a 
sociedade da informação. 
Portanto, fazer uma educação para o meio ambiente implica envolver todas as áreas 
do conhecimento em prol de um conhecimento comum: o de que somos parte, e como tal 
dependemos do todo. Mesmo em um mundo capitalista, conduzido pelo econômico, há a 
intensa necessidade de percebemos que há muito além do capital e que o desenvolvimento 
a qualquer custo gera o contrário: o retrocesso. Com isso, queremos dizer que não dá mais 
para mascararmos as ações do homem contra o meio ambiente, pois vivemos e vemos as 
consequências negativas de tais ações (OLIVEIRA; MEDEIROS, 2010). 
 Enquanto seres produzidos historicamente, sabemos que muitas atitudes errôneas 
foram transmitidas e repassadas de geração para geração. Assim, o que temos visto no 
tempo atual é o acúmulo de séculos, décadas e anos de uma relação parasitária do homem 
para com o meio ambiente, no sentido de que este se torna hospedeiro, retirando e não 
devolvendo nada de bom em troca (OLIVEIRA; MEDEIROS, 2010).
63UNIDADE II Problemas Ambientais
Somente uma política concisa e bem planejada de Educação Ambiental é capaz 
de mudar essa terrível realidade, e temível futuro, pelo esgotamento dos recursos naturais 
e degradação do meio ambiente, dirimindo as consequências da ação devastadora do ser 
humano e proporcionando uma melhor qualidade de vida, bem como o equilíbrio entre 
desenvolvimento, progresso e sustentabilidade.
64UNIDADE II Problemas Ambientais
LEITURA COMPLEMENTAR
Resumo: O presente trabalho tem por finalidade apresentar alguns conceitos de 
Educação Ambiental e a relação com a Educação Infantil. Para gerar uma qualidade de 
vida sustentável, se faz necessário um (re) pensar sobre o meio ambiente; das ações do 
homem e o seu habitat. Tendo por base este contexto, faz-se necessário iniciar a formação 
de cidadãos conscientes com a preservação do meio ambiente desde a Educação Infantil, 
quando o principal objetivo é conscientizar o aluno da importância que o meio ambiente 
tem para a sua vida. Através do contato com o meio ambiente, associando a teoria à prática 
é que se assimila o conteúdo de forma ampla e contínua. Para realização deste trabalho, 
recorreu-se a pesquisas bibliográficas e estudo de caso, quando foram realizadas análises 
nas ações do projeto “A magia do plantar: reestruturando o espaço vazio trazendo cores, 
cheiros e sabores” dentro de um Centro Municipal de Educação Infantil na cidade de Ponta 
Grossa. O estudo da Educação Ambiental está voltado para a formação ética do cidadão.
Fonte: Grzebieluka, Kubiak e Schille (2014).
 
65UNIDADE II Problemas Ambientais
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: Documentário Mata Atlântica - Paulo Rufino- Produção 
Casa de Cinema RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
Ano: 2013
Sinopse: descreve as características da atlântica e a definição de 
seu clima e sua biodiversidade. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=laQi_VxsbvQ
FILME/VÍDEO 2
Título: Impactos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável
Ano: 2014
Sinopse: fornece definições sobre conceitos de impacto, aspecto 
e poluição ambiental, falando-se sobre todos os tipos de poluição.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=QGHHhYCdErs
66
Plano de Estudo:
● Breve histórico da educação ambiental;
● Educação ambiental;
● A Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (lei nº 9.795/1999);
● Transversalidade;
Objetivos da Aprendizagem:
● O objeto deste capítulo é dar ênfase na importância da educação para desen-
volver de forma sustentável, além de fazer uma reflexão dentro de uma visão 
ampla do surgimento da Educação Ambiental a nível mundial e em nosso país 
e analisar problemas e possíveis soluções, bem como o papel da escola nas 
demandas ambientais contemporâneas.
● Além disso, o objetivo está em demonstrar que educar é um fenômeno típico, 
uma necessidade ontológica de nossa espécie e, assim, deve ser compreendido 
para que possa ser concretamente realizado. Refere-se, ainda, aos processos 
sociais relativos à aprendizagem – que se traduz na dimensão pessoal pela 
percepção sensível, capacidade reflexiva e atuação objetiva e dialógica na 
realidade. Ocorre por meio de múltiplas mediações sociais e ecológicas que se 
manifestam nas esferas individuais e coletivas por nós compartilhadas, o que 
pressupõe, em seu movimento constitutivo, os lugares e o momento histórico 
em que vivemos.
UNIDADE III
Conceitos e Históricos 
da Educação Ambiental
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
67UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, buscaremos desenvolver os principais conceitos que permitam a 
você, estudante, refletir nos fundamentos da educação ambiental, partindo da definição 
de educação e de ambiente, além de reconhecer os diferentes conceitos relacionados às 
questões de ordem ambiental e as relações que se estabelecem entre sociedade e nature-
za, assim como também a evidência clara de que o modo de produzir a vida em sociedade 
é o determinante da problemática ambiental, social e econômica.
O livro Primavera Silenciosa, publicado em 1962 pela jornalista norte-americana 
Rachel Carson, denunciou a ação impactante do homem sobre o ambiente, estimulou a 
discussão mundial sobre a necessidade de se proteger a natureza contra os humanos e 
promoveu a qualidade ambiental como pressuposto para a qualidade de vida dos homens. 
A obra trouxe à tona a necessidade de preocupar-se com o uso de agrotóxico na natureza 
e o quanto este traz prejuízos para a biodiversidade e para o recurso à água.
Educação Ambiental promove qualidade de vida e a Constituição Federal do Brasil, 
em seu artigo 225, afirma que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equili-
brado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”.
Trabalhar educação ambiental com os indivíduos significa educá-los e capacitá-lo 
para o uso sustentável dos recursos hídricos e demais recursos naturais, para a busca 
de alternativas de menor impacto ambiental e maior reflexão sobre os significados dos 
conceitos de qualidade hídrica, qualidade ambiental, qualidade de vida e sustentabilidade, 
evitando que, pela sua ganância, desencadeie uma série de eventos que coloque não só a 
sua vida em risco, mas também a vida do planeta.
Desta forma, falaremos também da transversalidade da Educação Ambiental e da 
forma como que é inserida na Constituição Federal de 1988, pela elucidação dos pontos 
mais importantes da Lei nº 9.795/99 (Lei de Educação Ambiental), pela importância da 
transversalidade e, por fim, por breves reflexões sobre o modo como que é aplicada nas 
escolas atualmente 
68UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
1. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Educação Ambiental (EA) era um assunto o qual as pessoasnão levavam tão 
a sério, pois era difícil encontrar referências que abordassem o tema citado e não havia 
cursos de especialização para capacitar profissionais na referida área. 
Diante disso, a preocupação com o meio ambiente se restringia somente a peque-
nos grupos de estudiosos e outros interessados em conhecer profundamente sobre meio 
ambiente que saíam a campo para pesquisar ou até mesmo passear e apreciar a natureza, 
que era de caráter exuberante. 
Daí por diante, começaram a ser divulgadas de maneira lenta as informações refe-
rentes à temática, o que despertou curiosidades em outros estudiosos que também preten-
diam obter mais conhecimentos. Assim, eles poderiam compreender a história da educação 
ambiental, os acontecimentos e os conceitos, como bem a primeira grande catástrofe.
A primeira grande catástrofe ambiental sintoma da inadequação do estilo de 
vida do ser humano - viria acontecer em Londres provocaria a morte de 1.600 
pessoas desencadeando o processo de sensibilização sobre a qualidade 
ambiental na Inglaterra, e culminando com aprovação da Lei de Ar Puro 
pelo Parlamento, em 1956. Esse fato desencadeou uma série de discussões 
em outros países, catalisando o surgimento do ambientalismo nos Estados 
Unidos a partir de 1960 (DIAS, 2004, p.77).
Assim, a Educação Ambiental tem seu surgimento a partir das preocupações de 
ecologistas em chamar a atenção para os problemas ambientais devido ao uso descontro-
69UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
lado dos recursos naturais e destruição das florestas e, com isso, envolver a sociedade em 
ações ambientalmente corretas. 
No ano de 1962, a jornalista Rachel Carson lançava seu clássico livro Primavera 
Silenciosa, relatando o uso excessivo dos produtos químicos, logo o efeito maléfico sobre 
os recursos ambientais.
Devido à preocupação mundial com a educação ambiental, houve a reunião de 
1968, em Roma, quando alguns cientistas dos países desenvolvidos discutiram temas 
sobre o consumo, as reservas de recursos naturais não renováveis e o crescimento da 
população mundial. 
Em 1972, o Clube de Roma publicou um relatório chamado “Os Limites do Cresci-
mento”, previsão bastante pessimista do futuro da humanidade, se o modelo de exploração 
dos recursos naturais não fosse modificado. Também em 1972, a Organização das Nações 
Unidas (ONU) realizou, em Estocolmo, Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o 
Ambiente Humano. Nessa conferência, foi criado o Programa das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente (PNUMA) (MARCATTO, 2002).
Segundo Medina (2008), a Conferência de Estocolmo inspirou um interesse reno-
vado na Educação Ambiental na década de 1970, tendo sido estabelecida uma série de 
princípios norteadores para um programa internacional e planejado um seminário interna-
cional sobre o tema, que se realizou em Belgrado, em 1975. 
No ano de 1977, aconteceu a Conferência Intergovernamental de Educação Am-
biental, em Tbilisi, ex-União Soviética. As definições dessa Conferência continuam muito 
atuais, sendo adotadas por governos, administradores, políticos e educadores em pratica-
mente todo o mundo (MARCATTO, 2002 apud. CZAPSKI, 1998). 
Segundo Leff ( 2001) em Tbilisi, na Geórgia, em 1977, aconteceu a conferência 
mais marcante da história da Educação Ambiental, em sua declaração, foram definidos 
princípios, estratégias, objetivos, funções, características e recomendações para a Educa-
ção Ambiental. Ali foi definido o seguinte: 
A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e 
clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e 
modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as 
inter-relações entre os seres humanos suas culturas e seus meios biofísicos. 
A Educação Ambiental também está relacionada com a prática das tomadas 
de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida ( 
LEFF, 2001.p 200).
No Brasil, em 1977, foi fundada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), 
que tem como objetivo formar um grupo para elaboração de um documento sobre EA, 
70UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
com o intuito de definir seu papel no contexto da realidade socioeconômico-educacional 
brasileira (DIAS, 2001).
Em 1984, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta resolução 
estabelecendo diretrizes para as ações de EA, aprovada a Resolução 001/86 (1986) que 
estabelecia as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e 
implementação da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) como um dos instrumentos da 
Política Nacional do Meio Ambiente (DIAS, 2001). 
Nos anos seguintes, ocorreram diversos eventos voltados para a Educação Am-
biental, dentre os quais: Comissão Brundtland em 1987; definida como Nosso Futuro em 
Comum, a ECO 92 no Rio de Janeiro 1992, que definiu a Agenda 21 com destaque no 
dilema da relação homem-natureza e também no combate às desigualdades sociais; Viena 
1993; Cairo 1994; Copenhagem e Beijing 1995; Roma e Istambul 1996; Milênio em New 
York em 2000; a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável em Joanesburgo em 2002. 
No Brasil, pela primeira vez em sua história, era inserido um capítulo específico 
direcionado ao meio ambiente em sua Constituição Federal (1988, p. 103), Art. 225:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações. 
O meio ambiente passa a ser considerado como um bem comum a todos.
Segundo Marcatto (2002), através da Lei Federal nº 9.795, sancionada em 1999 e re-
formulada em 2002, por meio do Decreto nº 4.281, que define a “Política Nacional de Educação 
Ambiental”, a EA deverá estar presente em todos os níveis de ensino no âmbito escolar.
Através da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvi-
mento ECO-92, ocorrida no Rio de Janeiro, o Brasil elaborou a Agenda 21, que tem como 
objetivo estabelecer equilíbrio entre as estratégias das políticas ambientais e o desenvol-
vimento econômico e social, para consolidar um desenvolvimento sustentável. Em 2002, 
realizou-se, em Johannesburgo, África do Sul, o Encontro da Terra, também denominado 
Rio+10, com a finalidade de avaliar as decisões tomadas na Conferência do Rio em 1992 
(MARCATTO, 2002).
Atualmente, no cenário ambiental, tivemos a Rio+20, cujo alvo, assim como as 
demais conferências, é pensar/discutir e elaborar metas que resultem em um objetivo final: 
a preservação do ambiente. O Rio+20 realizou-se no Rio de Janeiro e contou com aproxi-
madamente 188 países. Ao que tange o Desenvolvimento Sustentável (DS), as principais 
metas são desenvolver uma economia verde com base no DS e a erradicação da pobreza.
71UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
Nesta conferência, foi elaborado um relatório final designado como “O futuro que 
queremos”. Nesse compilado, ficaram definidas algumas ações que versam em: a) Lidar 
globalmente com a sustentabilidade; 
b) Produção e consumo sustentáveis; 
c) Tecnologias ambientalmente saudáveis e transferências destas;
d) Medir o crescimento sustentável;
e) Relatórios de sustentabilidade empresarial, entre outros.
Enfim, essa conferência foi alvo de muitas críticas, entre o emaranhado de questio-
namentos. Cabe ressaltar que as ações propostas serão trabalhadas/estudadas até 2015 e 
que a partir desse ano ou da próxima conferência é que teremos algo objetivo, ou seja, por 
enquanto continuamos com as propostas, sem ações.
72UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A ideia de a Terra ser fonte inesgotável de recursos para geração de riquezas e 
progresso material não deve existir mais, pois já presenciamos em muitos lugares que os 
recursos hídricos mundiais estão entrando em colapso, seja por quantidadeou qualidade. 
No relato de Adorno (2002), ele diz que a população tem aumentado considera-
velmente e o problema desse aumento não é apenas o da falta de alimentos. Estes são 
e poderão ser produzidos em quantidades suficientes para abastecer o mundo. A grande 
questão é que temos explorado cada vez mais os recursos presentes na natureza e as 
fontes de água potável do planeta vêm diminuindo ano após ano, fato que ocorre não 
porque a natureza não consegue prover água suficiente para todos nós, mas porque a 
humanidade tem o péssimo hábito de poluir e destruir sistematicamente as nascentes e as 
reservas de água. 
Atualmente, encontrar o equilíbrio entre satisfação das necessidades e preservar 
o meio ambiente não é uma tarefa fácil, por vários fatores: falta de educação financeira e 
ambiental da população.
Os seres humanos enfrentaram, ao longo da sua história, inúmeras dificuldades 
e desafios ambientais e, para a superação desses desafios, surge a educação ambiental 
como um caminho para promoção de mudanças de valores, sentimentos, atitudes e, princi-
palmente, para mostrar ao homem que ele faz parte do ecossistema, necessitando, dessa 
forma, cuidar do meio em que vive. 
73UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
Entretanto, é fato que o homem, em decorrência do crescimento populacional, 
precisou desenvolver tecnologias para melhorar o processo produtivo e, assim, produzir 
mais, no intuito de satisfazendo suas necessidades. Porém mesmo com novas tecnologias 
não deixou de degradar, muito pelo contrário, poluiu ainda mais.
Acompanhando esse avanço tecnológico, o homem também se deparou com gran-
des problemas ambientais em decorrência da intensificação da exploração dos recursos 
naturais, geração de resíduos e maior produção de agrotóxicos. Assim, surge a necessi-
dade de buscar soluções para os problemas ambientais no intuito de garantir um futuro 
melhor para a humanidade. Porém, falta clareza para entender que a educação é o melhor 
caminho para instruir as pessoas da necessidade de preservar o meio ambiente.
Para Taglieber (2004, p. 14), é preciso chamar a atenção para essa problemática, 
mostrando que:
Na atualidade, frente à problemática ambiental, a compreensão das limitações 
dos ecossistemas do Planeta, a educação geral passa necessariamente pelo 
foco da dimensão ambiental, isto é, para sobrevivência da humanidade é 
necessário que cada coletividade tome consciência desses limites e comece 
a valorizar, preservar, conservar e proteger seu meio ambiente. A educação 
precisa enfocar aspectos específicos da época e das necessidades expressas 
pela coletividade atual. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997) reforçam que as tecnologias 
podem ser usadas como metodologias para sensibilizar sobre determinada problemática e 
dentre os conteúdos que devem ser trabalhados em sala de aula, de forma transversal e 
interdisciplinar, está a Educação Ambiental (EA). 
Consideramos que um dos grandes desafios do século XXI é conseguir que o 
homem utilize as tecnologias como instrumento em suas práticas, entendendo as conse-
quências das ações humanas sobre a natureza e quais caminhos seguir para preservar os 
recursos naturais necessários para sua própria sobrevivência. 
Segundo a resolução nº 2, de 15 de junho de 2012, estabelece as Diretrizes Cur-
riculares Nacionais para a Educação Ambiental e em seu artigo segundo, p. 2, define a 
educação ambiental como:
uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que 
deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua rela-
ção com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar 
essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e 
de ética ambiental
De acordo com a Conferência sub-regional de Educação Ambiental para a Educa-
ção Secundária ocorrida em Chosica/Peru (1976, p. 1):
74UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comuni-
dade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do 
tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos 
problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desen-
volve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, va-
lores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação 
superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, 
desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita 
transformação Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Edu-
cação Secundária.
Para Leff (2001, p. 188), “o ambiente não é a ecologia, mas a complexidade do 
mundo”, sendo preciso “aprender um novo saber sobre o ambiente”. O autor, em seu livro 
intitulado “Epistemologia Ambiental”, procura levar o leitor a uma reflexão sobre os fenô-
menos ambientais, mostrando que cabe a todas as pessoas buscar mudança de valores, 
comportamentos e estilos de vida voltados para a conservação dos recursos naturais para 
se ter qualidade de vida e deixar um ambiente ecologicamente sustentável para as futuras 
gerações. 
Desta forma, a relação sociedade-natureza evidencia os desafios para a construção 
de novos conhecimentos, novas formas de relação, novas concepções e novos valores. 
FIGURA 3 - SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS
Fonte: Dias (2001).
As práticas educativas ambientais devem proporcionar mudanças de hábitos, ati-
tudes e práticas sociais, sendo, portanto, a Educação Ambiental o caminho para que as 
pessoas adquiram consciência da importância de terem atitudes sustentáveis. É inegável 
que a educação ambiental contribui significativamente para a proteção do meio ambiente e 
a melhoria da qualidade de vida.
75UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
Nesse sentido, Linhares e Piemonte (2010, p. 120) apontam que:
Há de se promover urgente conscientização social sobre a problemática 
do meio ambiente visando à educação e ética ambientais, proporcionando, 
por consequência, uma vida mais saudável para a população mundial, que 
esbarra com as novas tecnologias e o crescimento demográfico, que estão 
ocorrendo sem o devido cuidado com o meio ambiente. Imprescindível, 
portanto, um esforço para a educação em questões ambientais dirigidas 
tanto às gerações jovens como aos adultos e que se preste à devida atenção 
ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases de 
uma opinião pública bem informada e de uma conduta dos indivíduos, das 
empresas e das coletividades inspirada por sua responsabilidade sobre a 
proteção e melhoria do meio ambiente em toda sua dimensão humana. 
Mudança de paradigmas implica discutir valores para construir uma sociedade mais 
justa, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a sobrevivên-
cia das futuras gerações.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2011), a atuação dos educadores am-
bientais nas políticas públicas de águas é portadora de um significativo potencial sinérgico 
capaz de incutir e sedimentar uma perspectiva realmente sistêmica, integradora e ambiental 
como diferencial para qualificar a gestão dos recursos hídricos no país e promover a efetiva 
melhoria nas condições de vida das pessoas e do meio com o qual convivem.
Para Medina (2001, p. 17), dentre várias definições sobre o que é EA, destaca-se:
A Educação Ambiental como processo [...] consiste em propiciar às pessoas 
uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e 
desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e 
participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e a 
adequada utilização dos recursos naturais deve ter como objetivos a melhoria 
da qualidade de vida a eliminação da pobreza extrema e do consumismo 
desenfreado. 
Assim, a promoção de processos continuados e permanentes de desenvolvimento 
de capacidades e de Educação Ambiental paraa Gestão de Águas constitui iniciativa es-
tratégica fundamental para assegurar a sustentabilidade do crescimento da economia e a 
promoção do desenvolvimento sustentável (Ministério do Meio Ambiente, 2011).
Entendendo que educação ambiental é um processo que deve partir do interno 
para o externo, levando a mudanças de hábitos e comportamentos como pequenas ini-
ciativas no lar, escola e bairro, até alcançar uma abrangência mais ampla, que envolva 
uma região, estado e país, beneficiando todo o ecossistema e a humanidade, a família e 
a escola figuram como os principais responsáveis por disseminar a importância dos bons 
hábitos e da consciência ambiental. Os resultados obtidos são levados pelo resto da vida 
e disseminados, garantindo a eficácia e a construção de uma sociedade mais responsável 
ecologicamente.
76UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
No Brasil, com a aprovação da Lei nº 9.795/1999, que institui a Política Nacional de 
Educação Ambiental, e dentre várias premissas, a lei afirma tratar-se de um componente 
essencial e permanente da educação no Brasil, que deve estar presente de forma articulada, 
em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.
 
77UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
3. A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - PNEA (LEI Nº 9.795/1999)
FIGURA 4 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL, 
NÃO FORMAL E INFORMAL
Fonte: CECIERJ (2014).
A Lei de Educação Ambiental, apesar de sua extrema importância para a educa-
ção, é de raro conhecimento do corpo docente. Em suma, a Lei nº 9.795/99 traz as linhas 
gerais do que deve tratar a Educação Ambiental, traçando, ainda, a maneira como deve ser 
trabalhada no ensino formal.
A Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (Lei nº 9.795/1999) estabelece, 
como um dos objetivos estratégicos da EA, o incentivo à participação individual e coletiva, 
permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se 
78UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania. De 
forma coerente com a política das águas, a construção de uma cultura da participação, 
qualificada com o diálogo, mostra-se como um dos eixos centrais da PNEA. 
Segundo o artigo 1º da Lei nº 9.795, entende-se por educação ambiental:
Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem va-
lores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas 
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essen-
cial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999, on-line). 
O art. 1° define expressamente o conceito de Educação Ambiental, em que trata a 
Educação Ambiental como prática que condiz não apenas com o ensino formal, mas com 
um emaranhado de processos que leva os indivíduos a conservar o meio ambiente. Assim, 
deve-se destacar que o meio ambiente é composto não apenas pelo meio ambiente natural, 
pois, de acordo com o já versado em tópico precedente, é composto dos ambientes natural, 
cultural, artificial e laboral. 
O artigo 2° da Lei em análise trata da transversalidade da Educação Ambiental, mo-
tivo pelo qual será analisado em tópico específico. Já o art. 3°, por sua vez, repete as 
disposições do art. 225 da CRFB/88, deixando expresso que é dever do poder público e de 
toda sociedade a promoção da Educação Ambiental. 
Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à Educação Am-
biental, incumbindo:
I – ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, 
definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a 
Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da socie-
dade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; II – às ins-
tituições educativas, promover a Educação Ambiental de maneira integrada 
aos programas educacionais que desenvolvem; III – aos órgãos integrantes 
do Sistema Nacional de Meio Ambiente – Sisnama, promover ações de Edu-
cação Ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e 
melhoria do meio ambiente; IV – aos meios de comunicação de massa, co-
laborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e 
práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental 
em sua programação; V – às empresas, entidades de classe, instituições 
públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos tra-
balhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de 
trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio 
ambiente; VI – à sociedade como um todo, manter atenção permanente à for-
mação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual 
e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas 
ambientais (BRASIL, 1999, on-line).
No art. 4°, são expressos os princípios básicos da Educação Ambiental. É impor-
tantíssimo que tais princípios sejam levados ao conhecimento dos professores, para que, 
por meio deles, possam desenvolver suas práticas integradas à educação de convivência 
no meio. 
79UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II – a concep-
ção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência 
entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da susten-
tabilidade; III – o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na pers-
pectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV – a vinculação entre a ética, 
a educação, o trabalho e as práticas sociais; V – a garantia de continuidade e 
permanência do processo educativo; VI – a permanente avaliação crítica do 
processo educativo; VII – a abordagem articulada das questões ambientais 
locais, regionais, nacionais e globais; VIII – o reconhecimento e o respeito à 
pluralidade e à diversidade individual e cultural (BRASIL, 1999, on-line).
Os princípios precisam ser trabalhados em conjunto com os objetivos da Educação 
Ambiental dispostos em seguida pela Lei nº 9.795/99. No seu artigo 5º, também como um 
dos seus objetivos fundamentais que a educação ambiental deve promover o desenvolvi-
mento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas 
relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômi-
cos, científicos, culturais e éticos.
Assim, segundo Tundisi (2006), o desenvolvimento econômico e a complexidade da 
organização das sociedades humanas produziram inúmeras alterações no ciclo hidrológico 
e na qualidade da água. Desta forma, urge a promoção de uma gestão de desenvolvimento 
que produza utilizando recursos hídricos de forma sustentável.
A EA é um caminho para reconstruir a relação ser humano/natureza, contribuin-
do para o desenvolvimento de uma consciência social e planetária. De acordo com PCN 
(1998), durante muitos séculos, o ser humano se imaginou no centro do Universo, com a 
natureza à sua disposição, e apropriou-se de seus processos, alterou seus ciclos, redefiniu 
seus espaços, mas acabou deparando-se com uma crise ambiental que coloca em risco a 
vida do planeta, inclusive a humana.
O art. 10 (1999, on-line) ensina que a Educação Ambiental “[...] será desenvolvida 
como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e moda-
lidades do ensino formal.” Isso apenas deixa claro o quanto deve ser cíclica e englobada 
em todas as séries desde o aprendizado escolar inicial. 
O art. 11, por sua vez, estabelece que a dimensão ambiental deve estar presente 
no currículo de formação de professores em todos os níveis e disciplinas. É certo que as 
reformas curriculares dos cursos de ensino superior até então não abrangeram efetiva-
mente as questões ambientais apesar da obrigatoriedade prevista no art. 12 da Lei nº 
9.795/99 (que determinaa corrente holística, 
biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográfica, eco-educação e a sustentabilidade.
Na terceira unidade, explanaremos sobre a importância da efetivação da política de 
educação ambiental, a qual visa, precipuamente, estabelecer um vínculo entre o indivíduo 
e o meio ambiente, tornando o primeiro responsável pela preservação e desenvolvimento. 
Para isto, conceituaremos e contextualizaremos Educação Ambiental, explanaremos resu-
midamente sobre os históricos da Educação Ambiental, bem como sua transversalidade, a 
Educação Ambiental na Constituição de 1988 e os pontos relevantes da Lei nº 9.795/99 (Lei 
de Educação Ambiental), no intuito de demonstrar que mudanças de paradigmas implicam 
discutir valores para a construção de uma sociedade mais justa, que satisfaça as necessi-
dades das gerações atuais, sem comprometer a sobrevivência das futuras gerações.
Para finalizar, na quarta unidade, com o tema Educação ambiental, relataremos 
a tão falada sustentabilidade e sua relação com o desenvolvimento. Enfatizaremos a di-
ferença entre desenvolvimento e crescimento, conceituando-os e mostrando o papel da 
sociedade, do governo e das empresas na busca por um mundo mais sustentável em todas 
as suas dimensões: ambiental, social e econômico. 
Discutiremos os capítulos da Agenda 21 global e biodiversidade, que servem como 
instrumento de planejamento participativo em que se admite de forma explícita a responsa-
bilidade dos governos em impulsionar programas e projetos ambientais através de políticas 
que visam a justiça social e a preservação do meio ambiente e deve ser implementada 
tanto pelos governos quanto pela sociedade, concretizando o lema da ECO92: “pensar 
globalmente, agir localmente”.
Falaremos também sobre gerenciamento dos resíduos sólidos como sendo a garantia 
de sustentabilidade para as futuras gerações, uma vez que há uma crescente preocupação 
com a preservação dos recursos naturais e com a questão de saúde pública associada ao ge-
renciamento dos resíduos sólidos e almeja-se, por políticas públicas, atingir novos patamares 
de consciência ambiental, de tecnologia limpa e de crescimento sustentável.
Portanto, a partir dos estudos destes capítulos, que possamos cuidar do meio 
ambiente, utilizando mecanismos que permitam a proteção ambiental, assegurando a qua-
lidade de vida das pessoas e, principalmente, a conservação dos recursos hídricos do solo 
e da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições 
de vida da sociedade, pois é da natureza que retiramos nossos alimentos e garantimos 
nossa sobrevivência e é possível o desenvolvimento de forma sustentável.
Bom estudo e que, a partir dessa leitura, você possa ser um agente em defesa 
do meio ambiente.
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 8
Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
UNIDADE II ................................................................................................... 36
Problemas Ambientais
UNIDADE III .................................................................................................. 69
Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
UNIDADE IV .................................................................................................. 97
Educação Ambiental
5
Plano de Estudo:
● Conceitos básicos da ecologia, espécie, população,
 comunidade, ecossistema e os níveis de organização;
● Os Níveis de Organização da Vida em um Ecossistema;
● Relações entre os seres vivos;
● A importância das inter-relações ecológicas;
● Objetivos do desenvolvimento sustentável.
Objetivos da Aprendizagem:
● Levar à compreensão da importância de buscar integrar as dimensões, ambientais, 
transformando os atuais padrões de desenvolvimento em um novo modelo que, além de 
preservar os recursos naturais, possa reduzir a pobreza, as desigualdades de renda e de 
gênero, a exclusão social, bem como promova a paz, a segurança alimentar, o uso efi-
ciente dos recursos, dentre outros desafios comuns que os países enfrentam.
● Compreender as características da informação e quem as utiliza.
UNIDADE I
Princípios e Objetivos 
da Educação Ambiental
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
6UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
INTRODUÇÃO
A natureza é sábia e, através dos seus exemplos, ensina ao homem como proceder 
para estabelecer uma relação harmoniosa e saudável com o meio onde vive. O homem ne-
cessita da natureza para extrair os recursos naturais. Entretanto, na maioria das vezes, faz o 
uso de técnicas de manejo inadequadas, não preservando ou não promovendo meios para 
que haja reposição desses recursos de forma que possa suprir a atual e a futura geração.
Diante dessa preocupação com o meio ambiente e com os impactos da ação 
do homem na natureza, os estudos elaborados têm apontado que as consequências 
das extinções prematuras de espécies, causadas pelo homem, incidem diretamente 
sobre seus habitats e, também, sobre a qualidade de vida das populações. Assim, o 
conhecimento das inter-relações entre os organismos existentes é fator primordial para 
a boa relação homem-natureza.
Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes e busca conhecer 
a forma como os organismos se relacionam entre si, dá um grande passo que conduz ao 
desenvolvimento sustentável, pois os organismos da Terra não vivem isolados: interagem 
uns com os outros e com o meio ambiente.
Nesse intuito, os Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio (ODS) foram for-
mulados no ano de 2015, visando conciliar economia, ecologia e direitos humanos. Tais 
objetivos foram propostos durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas 
(ONU, 2015), na qual seus 193 Estados-membros aprovaram, por unanimidade, uma nova 
Agenda global para os próximos 15 anos, baseada em 17 Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (ODS), subdivididos em 169 metas concretas que serão monitoradas por 300 
indicadores. Para a aprovação desses objetivos, a ONU contou, além dos membros de 
Estados, com a colaboração de diversos stakeholders e consultas em mais de 100 países.
A proposta da ONU (2015) não é apenas combater a fome e proteger o meio am-
biente, mas também inclui temas até então ausentes: energia limpa, cidades sustentáveis, 
consumo e produção responsáveis, redução de diferenças entre homens e mulheres, 
igualdade de gênero e raça, entre outros.
7UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
A Agenda 2030 deve ser amplamente discutida no meio acadêmico pelo fato de in-
fluenciar significativamente todos os seguimentos empresariais, os tomadores de decisão, 
sejam eles formuladores de políticas públicas governamentais ou do setor privado. 
O mundo passa por um momento de transformações quais devem nos levar a um 
novo modelo de desenvolvimento, social e ambientalmente mais adequado às necessida-
des humanas, cujo sucesso só se alcançará se todos, tanto individual como coletivamente, 
seja nas corporações ou nos governos, se propuserem a fazer de forma diferente aquilo 
que está ao alcance de suas ações.
8UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
1. CONCEITOS BÁSICOS DA ECOLOGIA, ESPÉCIE, POPULAÇÃO, 
 COMUNIDADE, ECOSSISTEMA E OS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de 
todos os seres vivos que moram nele. Os seres humanos só conseguem sobreviver graças 
à natureza, afinal usamos os animais e plantas para nos alimentar, água para beber e tomar 
banho, além de muitos outros recursos que nem percebemos. 
A ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e os meios 
onde vivem. A palavra deriva do grego oikos, que significa lugar onde se vive, ou seja, 
meio ambiente. 
Para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de organização. 
A ecologia moderna usa como baseàs faculdades a observância do descrito nos arts. 10 e 11). Não 
são necessárias profundas pesquisas para que se comprove a lacuna presente na maioria 
dos cursos superiores, que sequer tratam do meio transversalmente. 
80UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
Seria indispensável pelo menos a inclusão de matéria voltada especificamente para 
ensino de questões conexas ao ambiente na grade curricular dos cursos superiores, objeti-
vando dar ciência aos alunos acerca de seu caráter transversal. Isso realmente precisa se 
efetivar, pois é importante que os futuros professores do ensino básico se gabaritem para 
ensinar Educação Ambiental, construindo os alicerces do conhecimento de seus alunos 
para uma compreensão acertada do que é o meio ambiente. 
Preocupado com a transmissão do conhecimento sobre o meio àqueles docentes 
mais antigos, o legislador inseriu no parágrafo único do art. 11 (1999, on-line) que “[...] 
os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de 
atuação [...]”. Ainda é desconhecida a maneira como se dará tal formação complementar 
e quais cursos serão disponibilizados pelo Poder Público para esse desiderato. Tal com-
plementação é essencial para que saibam como transmitir o conhecimento sobre meio 
ambiente para seus alunos, independentemente do grau de desenvolvimento destes.
Trata o art. 13 da Educação Ambiental não-formal. Ele diz que por Educação Am-
biental não-formal devem se entender as ações e práticas educativas voltadas à sensibili-
zação da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na 
defesa da qualidade do meio ambiente. Sob o enfoque informal, a Educação Ambiental está 
presente em todas as manifestações voltadas para o respeito e resguardo da coletividade. 
Abrange desde os aprendizados vindos da convivência parental, ao diálogo entre amigos no 
trabalho e em momentos de descontração, não havendo método específico para ensiná-la, 
tampouco para aprendê-la, devido a sua intensidade e abrangência. 
Assim, o Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará:
I – a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espa-
ços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca 
de temas relacionados ao meio ambiente; II – a ampla participação da esco-
la, da universidade e de organizações não-governamentais na formulação e 
execução de programas e atividades vinculadas à Educação Ambiental não-
-formal; III – a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvi-
mento de programas de Educação Ambiental em parceria com a escola, a 
universidade e as organizações não-governamentais; IV – a sensibilização 
da sociedade para a importância das unidades de conservação; V – a sensi-
bilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de con-
servação; VI – a sensibilização ambiental dos agricultores; VII – o ecoturismo 
(BRASIL, 1999, on-line).
Em seguida, com o intuito de adentrar na problemática da transversalidade da Edu-
cação Ambiental nas escolas, será feita uma breve análise dos artigos da Lei nº 9.795/99 
que tratam expressamente do assunto e uma reflexão acerca da forma que o meio ambiente 
deve ser elucidado em sala de aula.
81UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
A Educação Ambiental é uma das mais importantes exigências educacionais da 
atualidade, não só no Brasil, mas também no mundo. Por isso, analisar suas finalidades e 
objetivos são fatores de destaque.
Segundo Dias (2001), a Educação Ambiental tem como finalidade: 
a) Ajudar a fazer compreender claramente a existência e a importância da interde-
pendência econômica, social, política e ecológica nas zonas urbanas e rurais;
b) Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos 
dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar 
o meio ambiente;
c) Induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na socie-
dade, em seu conjunto, a respeito do meio ambiente.
Os objetivos são: 
a) Consciência – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem consciência 
do meio ambiente global e ajudar-lhes a sensibilizarem-se por essas questões;
b) Conhecimento – ajudar os grupos sociais e os indivíduo a adquirirem diver-
sidade de experiências e compreensão fundamental do meio ambiente e dos 
problemas anexos;
c) Comportamento – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a comprometerem-se 
com uma série de valores e a sentirem interesse e preocupação pelo meio am-
biente, motivando-os de tal modo que possam participar ativamente da melhoria 
e da proteção do meio ambiente;
d) Habilidades – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem as habilida-
des necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais;
e) Participação – proporcionar aos grupos sociais e aos indivíduos a possibilidade 
de participarem ativamente das tarefas que tem por objetivo resolver problemas 
ambientais.
82UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
6. TRANSVERSALIDADE
FIGURA 5 - TEMAS TRANSVERSAIS 
Fonte: Terra (2015).
Por transversalidade deve se entender aquilo que designa algo transversal, que 
“[...] passa, ou que está, de través ou obliquamente [...] Que atravessa perpendicularmente 
a superfície de um órgão.” Séguin (2000, p. 67).
Aplicada na seara educacional, a transversalidade deve ser vista como uma forma 
de se tratarem temas que devem ser difundidos continuamente no ensino formal, através 
de todas as disciplinas e níveis de ensino. Esses assuntos são chamados pelos PCN’s 
83UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
(Parâmetros Curriculares Nacionais - uma série de cadernos que traçam as diretrizes do 
ensino formal pátrio) de “temas transversais”.
Por tratarem de questões sociais, os Temas Transversais têm natureza dife-
rente das áreas convencionais. Sua complexidade faz com que nenhuma das 
áreas, isoladamente, seja suficiente para abordá-los. Ao contrário, a proble-
mática dos Temas Transversais atravessa os diferentes campos do conheci-
mento. Por exemplo, a questão ambiental não é compreensível apenas a par-
tir das contribuições da Geografia. Necessita de conhecimentos históricos, 
das Ciências Naturais, da Sociologia, da Demografia, da Economia, entre 
outros (PEREIRA; TERZI, 2009, p. 176). 
84UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
7. INTERDISCIPLINARIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA 
DO FAZER INTERDISCIPLINAR A PARTIR DO CONCEITO DE 
INTERDISCIPLINARIDADE ADOTADO NESTE TRABALHO
Fonte: Diálogos interprofissionais e interdisciplinares na prática extensionista: o caminho para a inserção do 
conceito ampliado de saúde na formação acadêmica (scielo.br). Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S1414-32832019000100263&script=sci_arttext. Acesso: 24 nov. 2020
85UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
A Educação Ambiental (EA) é uma importante ferramenta para fortalecer a educação 
nacional e sua integração de saberes objetiva-se o rompimento da perspectiva unilateral do 
conhecimento, por meio da interdisciplinaridade e da adoção dos Temas Transversais, em 
especial o tema Meio Ambiente.
A interdisciplinaridade surge em resposta à diversidade, à complexidade e à dinâ-
mica do mundo atual e, apesar da contemporaneidade da discussão, não é uma proposta 
recente. Desde os anos de 1960, a proposta interdisciplinar tem sido apontada como alter-
nativa à produção de conhecimento na busca de respostas não encontradas nos moldes do 
conhecimento simplificador, dicotômico e disciplinar da ciência moderna.
Para Almeida Filho (2014), o reconhecimento das limitações apresentadas pelo pa-
radigma simplista ao desenvolvimento científico teria exaurido a capacidade de apreensão 
da complexidade das realidades concretas da natureza, da história e das culturas humanas. 
Neste sentido,reivindica a interdisciplinaridade que “[...] ao invés de se apresentar como 
alternativa para substituição de um jeito de produzir e transmitir conhecimento, se propõe a 
ampliar a nossa visão de mundo, de nós mesmos e da realidade, no propósito de superar 
a visão disciplinar” (ALMEIDA FILHO, 2014. p. 21).
A Interdisciplinaridade constitui-se quando cada profissional faz uma leitura do 
ambiente de acordo com o seu saber específico, contribuindo para desvendar o real e 
apontando para outras leituras realizadas pelos seus pare. O tema comum, extraído do 
cotidiano, integra e promove a interação de pessoas, áreas, disciplinas, produzindo um 
conhecimento mais amplo e coletivizado. As leituras, descrições, interpretações e análises 
diferentes do mesmo objeto de trabalho permitem a elaboração de um outro saber, que 
busca um entendimento e uma compreensão do ambiente por inteiro.
Porém, essa interação não deve ser buscada apenas em nível de integração de 
conteúdos, mas, sim, em nível de integração de conhecimentos parciais, específicos como 
os acima, buscando sempre uma visão de conhecimento local e global.
A Interdisciplinaridade pressupõe, basicamente,
[...] uma intersubjetividade, não pretende a construção de uma superciência, 
mas uma mudança de atitude frente ao problema do conhecimento, uma 
substituição da concepção fragmentária para a unitária do ser humano. 
(FAZENDA, 2002, p. 40).
A Interdisciplinaridade, ainda, é um termo utilizado para
[...] caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre 
setores heterogêneos de uma mesma ciência (Exemplo: Psicologia e seus 
diferentes setores - Personalidade, Desenvolvimento Social etc.). Caracteriza-
se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando um enriquecimento 
mútuo. (FAZENDA, 2002, p. 41).
86UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
A abordagem interdisciplinar pretende superar a fragmentação do conhecimento. 
Entretanto, esse é um importante viés a ser perseguido pelos educadores ambientais, no 
qual se permite, pela compreensão mais globalizada do ambiente, trabalhar a interação em 
equilíbrio dos seres humanos com a natureza.
Para Cascino (2000), lutar por uma Educação Ambiental que considere comunida-
de, política e transformação, preservação dos meios naturais, aspirações dos grupos, que 
consolide lutas efetivas na direção da diversidade, em todos os níveis e em todos os tipos 
de vida do planeta, é, indiscutivelmente, a luta por uma nova Educação Ambiental.
Dentro da generalização do discurso educacional presente na sociedade, escolher 
a concepção de educação que referenciará a prática educativa e interdisciplinar é uma 
decisão eminentemente política a ser tomada pelos educadores.
[...] a educação ambiental deve ser uma concepção totalizadora de educação 
e que é possível quando resulta de um projeto político pedagógico orgâni-
co, construído coletivamente na interação escola e comunidade, e articulado 
com os movimentos populares organizados comprometidos com a preser-
vação da vida em seu sentido mais profundo. (GARCIA apud GUIMARÃES, 
2000, p. 68).
Em Educação Ambiental, sempre se disse que o fundamento para o desenvolvimen-
to de toda prática é sua característica interdisciplinar. Tal afirmação correta está fundada na 
análise de seu percurso histórico, inclusive como um poderoso instrumento para rever as 
práticas educacionais mais tradicionais.
Torna-se necessário pensar a Educação Ambiental/Interdisciplinaridade em termos 
de processo de formação total do homem como agente ambiental, quando é preciso sempre 
partir de um referencial seguro, galgado no suporte Teórico/Prático. 
A Educação Ambiental está também interligada ao método interdisciplinar. Entre-
tanto, esse método está compreendido e aplicado numa perspectiva educativa.
[...] a Educação Ambiental, como perspectiva educativa, pode estar presente 
em todas as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as rela-
ções entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar 
de lado as suas especificidades (REIGOTA, 2001, p. 25).
A este respeito, Educação Ambiental e Interdisciplinaridade podem e devem real-
mente Constituir/Construir um motor de Transformação/Libertação pedagógica, em que, 
neste sentido, venham a agir como um integrador de criatividade, girando em torno desses 
vetores que questionam, sobretudo, e criticam uma realidade existente no processo edu-
cacional.
87UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
A Educação Ambiental como disciplina integradora nos vários segmentos educa-
cionais pode ser um enriquecedor exercício que antecede a inclusão dessa perspectiva nas 
outras disciplinas clássicas do enfoque curricular.
Com uma percepção mais totalizadora, a Educação Ambiental/Interdisciplinaridade, 
busca, através de apostas metodológicas, informar e estimular a percepção dos educado-
res ambientais, profissionais e pessoas, de modo a sensibilizá-los para participar de ações 
das quais, num exercício pleno de cidadania, possam encontrar soluções sustentáveis 
que assegurem a manutenção e elevação da qualidade de vida e da qualidade que o ser 
humano tem de se integrar.
88UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
8. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
FIGURA 7 - JUSTIÇA AMBIENTAL
Fonte: Rusch (2019).
É importante destacar de início que a Carta Magna trouxe grande avanço no que 
toca às questões ambientais, pois foi uma das primeiras constituições do mundo a tratar 
do meio ambiente em capítulo próprio, o que veio a ser feito em demais países por meio 
de emendas, conforme lembra Édis Milaré (2004), ao referir-se às modificações nas Cons-
tituições do Chile e Panamá (1972), Iugoslávia (1974), Portugal (1976) e Espanha (1978).
Foi necessária uma longa espera para que surgisse, na seara nacional, regulamen-
tação expressa da matéria. A norma do art. 225 §1°, VI, da CRFB/88 é de eficácia plena e, 
por isso, independente de regulamentação legal. Tem-se que, desde a previsão pela Lei 
89UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
Maior, a Educação Ambiental já tinha se inserido como assunto relevante no ensino, apesar 
da inexistência de previsões específicas e maior regulamentação no âmbito federal.
Assim, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 225 entende: “meio ambiente” 
como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
A Constituição Federal (1988, p. 103), Art. 225, prevê que toda a coletividade tem 
responsabilidade na proteção do meio ambiente, visando garantir seu equilíbrio ecológico 
com “qualidade de vida a todos os seres vivos”, dando sustentação para o meio ambiente 
se recompor em caso de degradação. “Cabe ao poder público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988, on-line).
O § 1º, I ao VII da Constituição Federal incumbe ao poder público assegurar a 
efetividade do direito de:
I. Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o ma-
nejo ecológico das espécies e ecossistemas; II. Preservar a diversidade e a 
integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades dedica-
das à pesquisa e manipulação de material genético; III. Definir, em todas as 
unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem es-
pecialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somen-
te através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade 
dos atributos que justifiquem sua proteção; IV. Exigir, na forma da lei, para 
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que 
se dará publicidade; V. Controlar a produção, a comercialização e o empre-
go de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para avida, a 
qualidade de vida e o meio ambiente; VI. Promover a educação ambiental em 
todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do 
meio ambiente; VII. Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as 
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção 
de espécies ou submetam os animais à crueldade (BRASIL, 1988, p. 103).
Após a previsão constitucional datada de 1988, somente depois de mais de dez 
anos, em 27 de abril de 1999, foi promulgada a Lei nº 9.795, que é pertinente ao assunto. 
90UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação ambiental surgiu com uma ideia conservacionista, de preservação do 
meio ambiente tal como está. Tal ideia foi se modificando e agregando questões sociais, 
humanas e políticas. A evolução dos parâmetros de educação ambiental teve seu marco 
principalmente nas conferências internacionais do clima e meio ambiente. As pressões 
populares durante a Rio+20, por exemplo, forçaram instituições governamentais a dar 
mais atenção às Metas do Milênio. A Carta da Terra foi outra iniciativa fortalecida por uma 
iniciativa de movimento popular.
No Brasil, a educação ambiental ainda é assunto periférico, apesar de seu cres-
cimento nas agendas populares. A regulamentação da política de educação ambiental 
municipal da cidade é um dos objetivos previstos pela atual gestão.
A educação deve ser vista não como apenas um meio de repassar informações. 
Ela tem a capacidade e postura perante a sociedade. É por meio da educação ambiental 
que se alcança o desenvolvimento de uma conscientização com foco no interesse do aluno 
pela preservação ambiental construída de forma conjunta. O objetivo maior da educação 
ambiental é promover no sujeito a adoção de uma nova postura em relação ao ambiente 
em que vive, a partir de suas experiências pessoais. 
O processo de orientação educacional é de suma importância na vida das pessoas, 
seja por meio das instituições educacionais seja no seio familiar. De forma que o aprendi-
zado passa por um conjunto de interações, sejam elas, professor/aluno ou familiar, o mais 
importante é que as transformações aconteçam de forma positiva na vida do sujeito.
Na leitura da Lei nº 9.795/99, depreende-se claramente o quanto enfatiza a impor-
tância do meio ambiente e sua contínua contextualização nos planos da educação formal 
e informal. Em que pese a não efetividade de muitas das disposições legais, é necessário 
que os problemas relacionados à Educação Ambiental sejam trazidos à tona. 
Dentre eles, o destaque para a transversalidade é dos mais imprescindíveis, por-
que, enquanto todos os professores não conseguirem perceber a abrangência e impor-
tância do meio ambiente, discutindo isso com os alunos, não haverá como se falar de um 
vigoroso processo de conscientização. Por causa da necessária reiteração da relevância e 
ocorrência desse processo é que o legislador, sabiamente, preferiu pela contextualização 
transversal, em vez de inserção do meio ambiente em disciplina específica.
91UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
SAIBA MAIS
A Lei nº 6.938/1981- Política Nacional do Meio Ambiente no Brasil - tem por objetivo a 
preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visan-
do assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses 
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. 
A educação ambiental deve ser trabalhada em todos os níveis de ensino, inclusive a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa 
do meio ambiente, e complementa em seu artigo quarto que deve haver a compatibili-
zação do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico.
Fonte: Brasil (1981).
REFLITA
A primeira visão quando se pensa em “meio ambiente” é de um lugar com muito verde, 
com muitos bichos ou, então, uma bela praia e que somente tais lugares merecem o 
respeito da educação ambiental. 
Porém, quero que você reflita o seguinte: educação ambiental é para todo ambiente e 
engloba tudo o que ele apresenta. Portanto, o ambiente doméstico, a escola, a faculdade 
e até mesmo o metrô/ônibus ou trem que você pega para chegar em qualquer lugar são 
lugares para a educação ambiental. 
Educação ambiental é para ser aplicada em todo ambiente. Produzir menos lixo é 
mais sustentável que reciclar. É preciso usar água somente quando for estritamente 
necessário.
Fonte: Lys (2019).
92UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
LEITURA COMPLEMENTAR
Título: Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
Sinopse: a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305/2010) 
estabelece em seu art. 8º um rol de instrumentos necessários para o alcance dos objetivos 
da política, sendo que os planos de resíduos sólidos são um dos principais e mais impor-
tantes instrumentos, podendo ser elaborados a nível nacional, estadual, microrregional, de 
regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, intermunicipal, municipal, bem como a 
nível dos geradores descritos no art. 20.
Link: http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/instrumentos-
-da-politica-de-residuos/planos-municipais-de-gest%C3%A3o-integrada-de-res%C3%AD-
duos-s%C3%B3lidos
Título: Lei nº 12.305 - Política Nacional de Resíduos Sólidos
Sinopse: no final do século passado e no início deste século, uma onda verde 
tomou conta de todo planeta. As pessoas começaram a perceber que os recursos naturais 
estavam se esgotando e que, para ter a preservação da vida na terra, é preciso a preserva-
ção do meio ambiente. No início, as discussões eram calorosas e o poder público não deu 
a devida importância ao tema, mas o que poderia causar um esfriamento na divulgação do 
assunto foi na verdade um combustível, para que a onda verde movimentasse o mundo.
Link: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/lei-12305-pol%C3%ADtica-nacional-
-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos.
93UNIDADE III Conceitos e Históricos da Educação Ambiental
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: História e contexto da educação ambiental
Ano: 2017
Sinopse: lutas de convencimento das pessoas em relação ao meio 
ambiente através do processo educativo. Busca pela consciência 
ambiental e conservação e preservação da natureza.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Z1dTem-OhKU.
FILME/VÍDEO 2 
Título: Educação Ambiental - Aula 3: Concepções de Educação 
ambiental
Ano: 2018
Sinopse: formas de trabalhar educação ambiental. Educação 
ambiental de aspecto ambiental no sentido cognitivo, sobre o 
ambiente, que informa sobre os elementos da natureza; a edu-
cação ambiental afetiva busca educação ambiental no ambiente, 
sensações sobre ecoturismo, paisagem que leva a sensibilização 
através da emoção, mostrando a realidade; educação ambiental 
participativa para o ambiente, trabalhando para a construção de 
políticas públicas que possibilite melhor qualidade de vida.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=YLqVMjmd6xM. 
94
Plano de Estudo:
● Agenda 21 global e Biodiversidade;
● Conceito de desenvolvimento sustentável;
● As dimensões do desenvolvimento sustentável;
● Gerenciamento dos resíduos sólidos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contribuir de forma significante na compreensão do conceito de desenvolvimento 
e como a transição para sustentabilidade, entendendo o que as dimensões e os 
objetivos do desenvolvimento sustentável proporcionam para uma sociedade. 
E através da Educação ambiental a sustentabilidade possa tornar uma prática 
diária proporcionando melhoria de qualidade da vida do homem e de todos os 
seres vivos na Terra e ao mesmo tempo respeitando a capacidade de produção 
dos ecossistemas nos quais vivemos.
UNIDADE IV
Educação Ambiental
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
95UNIDADE IV Educação Ambiental
INTRODUÇÃO
A Agenda 21 é, sem dúvida,um dos grandes legados da Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 
1992, que sistematiza um plano de ações com o objetivo de alcançar o desenvolvimento 
sustentável. Durante dois anos, governos e entidades de diversos países contribuíram com 
propostas para a criação deste plano de ações para concretizar o ideal de desenvolver sem 
agredir ao meio ambiente.
A inovação trazida por essa agenda foi colocar em primeira ordem o que geralmen-
te costumava ficar sempre em último lugar quando o assunto era desenvolvimento: o meio 
ambiente. Até então, todas as políticas de desenvolvimento visavam sempre o crescimento 
econômico, legando ao último lugar a preocupação com o futuro ambiental do planeta, isso 
quando ainda se atribuía alguma preocupação a este assunto.
A partir de então, 179 países assumiram o compromisso de contribuir para a pre-
servação do meio ambiente.
A Agenda 21 é um instrumento de planejamento participativo através do qual se 
admite de forma explícita a responsabilidade dos governos em impulsionar programas e 
projetos ambientais por meio de políticas que visam a justiça social e a preservação do 
meio ambiente e deve ser implementada tanto pelos governos quanto pela sociedade, 
concretizando o lema da ECO92: “pensar globalmente, agir localmente”.
Ao todo, 179 países participaram da Rio 92, acordaram e assinaram a Agenda 21 
Global, um programa de ação baseado num documento de 40 capítulos, que constitui a 
mais abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetária, um novo padrão 
de desenvolvimento, denominado “desenvolvimento sustentável”. O termo “Agenda 21” foi 
usado no sentido de intenções, desejo de mudança para esse novo modelo de desenvolvi-
mento para o século XXI. 
96UNIDADE IV Educação Ambiental
1. AGENDA 21 GLOBAL E BIODIVERSIDADE
A Agenda 21 Global foi o Documento assinado em 14 de junho de 1992, no Rio de 
Janeiro, por 179 países, resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento - Rio 92, podendo ser definida como um instrumento de planejamento 
para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que con-
cilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.
Organizada por grupos temáticos em 40 capítulos, é dividida em quatro seções, onde 
são apontadas as bases para ações, os objetivos, as atividades e os meios de implementação 
de planos, programas e projetos direcionados à melhoria da qualidade de vida e às questões 
relativas à conservação e gestão de recursos para o desenvolvimento sustentável.
As experiências aprendidas com a construção da agenda 21 são de grande utili-
dade para a consecução dos Objetivos Desenvolvimento do Milênio - ODM. Essas lições 
decorrem do fato de a Agenda 21 funcionar como canal para envolver a sociedade, o 
que pode propiciar maior participação na consecução dos ODM; contribuir para agregar 
conceitos à aferição das Metas e à avaliação de tendências no horizonte de longo prazo; 
ajudar, por ter mais amplitude, na adaptação/adoção de Metas e indicadores apropriados 
à cada realidade e contribuir, avaliando se o que se faz para os ODM está no caminho da 
sustentabilidade do desenvolvimento. 
A Agenda está organizada em seções e capítulos, tratando das dimensões sociais 
e econômicas, nos quais são discutidas as políticas internacionais que podem ajudar a 
97UNIDADE IV Educação Ambiental
viabilizar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, as estratégias de 
combate à pobreza e à miséria, a necessidade de introduzir mudanças nos padrões de produ-
ção e consumo, as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica e as propostas 
para a melhoria da saúde pública e da qualidade de vida dos assentamentos humanos.
A referida agenda aponta, ainda, os graves problemas pelos quais passa a humani-
dade e faz uma conclamação a todas as nações para se unirem em prol do desenvolvimento 
sustentável. Adverte para o fato de que o êxito da sua execução é da responsabilidade dos 
governos e que, para concretizá-la, são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os 
processos nacionais, sendo que a cooperação internacional deverá complementar e apoiar 
esses esforços. O sistema da ONU e outras organizações internacionais devem desempe-
nhar um papel importante nessa cooperação. A participação pública e o envolvimento das 
ONGs (Organizações Não-Governamentais) devem ser estimulados. 
Relata também a importância da cooperação internacional para acelerar o desen-
volvimento sustentável dos países em desenvolvimento e políticas internas correlatas. 
Enfatiza, ainda, o combate à pobreza, buscando a capacitação dos pobres para a obtenção 
de meios de subsistência sustentáveis. É de importante destaque que, no capítulo quatro, 
demonstra a importância de buscar mudança dos padrões de consumo. 
Também trata da dinâmica demográfica e sustentabilidade, fazendo exame dos 
padrões insustentáveis de produção e consumo e estabelecendo a importância de de-
senvolvimento de políticas e estratégias nacionais para estimular mudanças nos padrões 
insustentáveis de consumo. Além disso, fala da proteção e promoção das condições da 
saúde humana, enfatizando a satisfação das necessidades de atendimento primário da 
saúde, especialmente nas zonas rurais, controle das moléstias contagiosas, proteção dos 
grupos vulneráveis, o desafio da saúde urbana e redução dos riscos para a saúde decor-
rentes da poluição e dos perigos ambientais. 
Trata ainda da promoção do desenvolvimento sustentável dos assentamentos 
humanos: promover a existência integrada de infraestrutura ambiental (água, saneamento, 
drenagem e manejo de resíduos sólidos); promover sistemas sustentáveis de energia e 
transporte nos assentamentos humanos; promover o planejamento e o manejo dos as-
sentamentos humanos localizados em áreas sujeitas a desastres; promover atividades 
sustentáveis na indústria da construção.
Já a seção II trata da conservação e do gerenciamento dos recursos para o desen-
volvimento, possui 14 capítulos e diz respeito ao manejo dos recursos naturais (incluindo 
solos, água, mares e energia) e de resíduos e substâncias tóxicas de forma a assegurar 
98UNIDADE IV Educação Ambiental
o desenvolvimento sustentável. Em seu capítulo nove, trata da proteção da atmosfera. No 
capítulo dez, faz a abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos 
terrestres e relata a abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recur-
sos terrestres.
Relata também a importância do combate ao desfloramento: estabelecimento e/ou 
fortalecimento das capacidades de planejamento, avaliação e acompanhamento de progra-
mas, projetos e atividades da área florestal, ou conexos, inclusive comércio e operações 
comerciais.
● Capítulo 12
Manejo de ecossistemas frágeis, a luta contra a desertificação e a seca, entre outros, 
estabelece o fortalecimento da base de conhecimentos e desenvolvimento de sistemas de 
informação e monitoramento para regiões propensas à desertificação e seca, sem esque-
cer os aspectos econômicos e sociais desses ecossistemas e o combate à degradação do 
solo por meio da intensificação das atividades de conservação do solo, florestamento e 
reflorestamento.
● Capítulo 13
Gerenciamento de ecossistemas frágeis, desenvolvimento sustentável das mon-
tanhas - geração e fortalecimento dos conhecimentos relativos à ecologia e ao Desenvol-
vimento Sustentável dos ecossistemas das montanhas e promoção do desenvolvimento 
integrado das bacias hidrográficas e de meios alternativos de subsistência.
● Capítulo 14: 
Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável, relata a importância 
em rever, planejamento e programação integrada da política agrícola à luz do aspecto 
multifuncional da agricultura, em especial no que diz respeito à segurança alimentar e aoDesenvolvimento Sustentável; obtenção da participação popular e promoção do desen-
volvimento de recursos humanos para a agricultura sustentável e melhoria na produção 
agrícola e dos sistemas de cultivo por meio da diversificação do emprego não agrícola e do 
desenvolvimento da infraestrutura. 
● Capítulo 15: 
Conservação da diversidade biológica 
99UNIDADE IV Educação Ambiental
● Capítulo 16: 
 Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia: aumento da disponibilidade 
de alimentos, forragens e matérias-primas renováveis; melhoria da saúde humana; aumento 
da proteção do meio ambiente e aumento da segurança e desenvolvimento de mecanismos 
de cooperação internacional.
● Capítulo 17: 
 Proteção dos oceanos, de todos os tipos de mares – inclusive mares fechados e 
semifechados – e das zonas costeiras, e proteção, uso racional e desenvolvimento de seus 
recursos vivos: gerenciamento integrado e desenvolvimento sustentável das zonas costei-
ras, inclusive zonas econômicas exclusivas e entre outros a proteção do meio ambiente 
marinho e uso sustentável e conservação dos recursos marinhos vivos de alto-mar.
● Capítulo 18:
 Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação de 
critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos; desenvolvi-
mento e manejo integrado dos recursos hídricos; avaliação dos recursos hídricos; proteção 
dos recursos hídricos, da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos; abastecimento 
de água potável e saneamento; água e desenvolvimento urbano sustentável; água para 
produção sustentável de alimentos e desenvolvimento rural sustentável; impactos da mu-
dança do clima sobre os recursos hídricos.
● Capítulo 19: 
Manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas, incluída a 
prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos-expansão e ace-
leração da avaliação internacional dos riscos químicos; harmonização da classificação e da 
rotulagem dos produtos químicos; intercâmbio de informações sobre os produtos químicos 
tóxicos e os riscos químicos; implantação de programas de redução dos riscos; fortale-
cimento das capacidades e potenciais nacionais para o manejo dos produtos químicos; 
prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos.
● Capítulo 20: 
Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas 
do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos; promoção da prevenção e redução ao 
100UNIDADE IV Educação Ambiental
mínimo dos resíduos perigosos e promoção e fortalecimento da cooperação internacional 
para o manejo dos movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos; além da prevenção 
do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos.
● Capítulo 21: 
Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas 
com os esgotos proteção da qualidade e da oferta dos recursos de água doce.
● Capítulo 22: 
Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos; promoção do 
manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos.
A seção III relata o fortalecimento do papel dos grupos principais e aborda as 
ações necessárias para promover a participação, nos processos decisórios, de alguns dos 
segmentos sociais mais relevantes. O compromisso e a participação genuína de todos os 
grupos sociais terão uma importância decisiva na implementação eficaz dos objetivos, das 
políticas e dos mecanismos ajustados pelos Governos em todas as áreas de programas da 
Agenda 21. Como pré-requisito fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável, 
fica estabelecida a ampla participação da opinião pública na tomada de decisões. Portanto, 
a necessidade de uma sociedade consciente exige que se preparem indivíduos, grupos e 
organizações para participarem em procedimentos de avaliação do impacto ambiental, bem 
como conhecer e participar das decisões, principalmente aquelas que possam vir a afetar 
as comunidades nas quais vivem e trabalham.
Os próximos capítulos estão estruturados de forma a avançar na direção de uma au-
têntica participação pública em apoio aos esforços comuns pelo desenvolvimento sustentável. 
O capítulo 23 traz em seu preâmbulo o compromisso e a participação de todos os grupos 
sociais são de fundamental importância na implementação dos objetivos da Agenda 21.
Indivíduos, grupos e organizações devem ter acesso à informação pertinente ao 
meio ambiente e desenvolvimento, detidas pelas autoridades nacionais.
Toda política, definição ou norma que afete o acesso das ONGs ao trabalho das 
instituições e organismos das Nações Unidas relacionado com a implantação da Agenda 
21, ou a participação dela neste trabalho, deve aplicar-se igualmente a todos os grupos 
importantes.
101UNIDADE IV Educação Ambiental
● Capítulo 24: 
Ação mundial pela mulher, com vistas a um desenvolvimento sustentável e equitati-
vo, o foco está no endosso estabelecido pela Comunidade Internacional, quanto aos vários 
planos de ação, e convenções que permitem a integração plena, equitativa e benéfica da 
mulher em todas as atividades relativas ao desenvolvimento. O objetivo é propor aos Go-
vernos nacionais a implementação de estratégias prospectivas para o progresso da mulher, 
particularmente em relação à participação da mulher no manejo nacional dos ecossistemas 
e no controle da degradação ambiental. Ao lado disso, pretende-se aumentar a proporção 
de mulheres nos postos de decisão, planejamento, assessoria técnica, manejo e divulgação 
no campo de meio ambiente e desenvolvimento.
Os Governos devem se dedicar ativamente a implementar as atividades elencadas 
pela Agenda 21, entre elas:
● Medidas para examinar políticas e estabelecer planos a fim de aumentar a 
proporção de mulheres que participem como responsáveis pela tomada de 
decisões, planejadoras, gerentes, cientistas e assessoras técnicas na formula-
ção, no desenvolvimento e na implementação de políticas e programas para o 
desenvolvimento sustentável;
● Medidas para fortalecer e dar poderes a organismos, organizações não gover-
namentais e grupos femininos a fim de aumentar o fortalecimento institucional 
para o desenvolvimento sustentável;
● Programas para apoiar e aumentar as oportunidades de emprego em condições 
de igualdade e remuneração equitativa da mulher nos setores formal e informal, 
com sistemas e serviços de apoio econômico, político e sociais adequados que 
compreendam o cuidado das crianças, em particular creches e licença para os 
pais, e acesso igual a crédito, terra e outros recursos naturais.
102UNIDADE IV Educação Ambiental
● Capítulo 25: 
A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável; promoção do papel da 
juventude e de sua participação ativa na proteção do meio ambiente e no fomento do de-
senvolvimento econômico e social; e a criança no desenvolvimento sustentável.
● Capítulo 26: 
Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas co-
munidades; as populações indígenas e suas comunidades, que representam um percentual 
significativo da população mundial, têm uma relação histórica com suas terras e, em geral, 
descendem dos habitantes originais dessas terras. As populações indígenas e suas comu-
nidades devem desfrutar a plenitude dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, 
sem impedimentos ou discriminações. 
Sua capacidade de participar plenamente das práticas de desenvolvimento sus-
tentável em suas terras tendeu a ser limitada, em consequência de fatores de natureza 
econômica, social e histórica. 
Tendo em vista a inter-relação entre o meio natural, seu desenvolvimento sustentá-
vel e o bem-estar cultural, social, econômico e físico das populações indígenas, os esforços 
nacionais e internacionais de implementação de um desenvolvimento ambientalmente 
saudável e sustentável devem reconhecer, acomodar, promover e fortalecer o papel das 
populações indígenase suas comunidades, tomando por base os instrumentos de política 
pública para implementar e aperfeiçoar a Convenção sobre a Diversidade Biológica.
● Capítulo 27: 
 Fortalecimento do papel das organizações não governamentais: parceiros para 
um desenvolvimento sustentável; a democracia participativa tem se fortalecido com o papel 
que as organizações não-governamentais vêm desempenhando, na modelagem e imple-
mentação. A sua credibilidade está sustentada sobre o papel responsável e construtivo 
que desempenham na sociedade. As organizações formais e informais, bem como os movi-
mentos populares, devem ser reconhecidas como parceiras na implementação da Agenda 
21. A comunidade mundial vem enfrentando um grande desafio na busca da substituição 
dos padrões de desenvolvimento insustentável por um desenvolvimento ambientalmente 
saudável e sustentável.
103UNIDADE IV Educação Ambiental
O objetivo é fazer com que a sociedade, os governos e os organismos interna-
cionais desenvolvam mecanismos para permitir que as organizações não governamentais 
desempenhem seu papel de parceiras com responsabilidade e eficácia no processo de 
desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável.
● Capítulo 28: 
 Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21; como muitos dos proble-
mas e soluções tratados na Agenda 21 têm suas raízes nas atividades locais é necessário o 
envolvimento das autoridades das próprias regiões nos processos de planejamento. Como 
nível de governo mais próximo do povo, desempenham um papel fundamental na educação, 
mobilização e resposta ao público, em favor de um desenvolvimento sustentável. Deve-se 
fomentar parceria entre órgãos internacionais com o objetivo de melhorar e ampliar as 
instituições já existentes que trabalham nos campos da capacitação institucional e técnica 
das autoridades locais e no manejo do meio ambiente. Todas as autoridades locais de cada 
país devem ser estimuladas a implementar e movimentar programas a assegurar a repre-
sentação da mulher e da juventude nos processos de tomada de decisões, planejamento e 
implementação. O intercâmbio de informações, experiências e assistência técnica deve ser 
incentivado.
● Capítulo 29: 
 Fortalecimento do papel dos Trabalhadores e de seus sindicatos; para a imple-
mentação do desenvolvimento sustentável, cabe o envolvimento e ajustes de oportunida-
des aos níveis nacionais e empresariais e à classe dos trabalhadores, que estará entre os 
primeiros interessados. O objetivo é abrandar a pobreza e o emprego pleno e sustentável, 
que contribui para ambientes seguros, limpos e saudáveis.
Para esse fim, são necessárias as seguintes ações: promover a ratificação das con-
venções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a promulgação de legislações 
em apoio a elas; estabelecer mecanismos bipartites e tripartites sobre segurança, saúde e 
desenvolvimento sustentável; aumentar o número de acordos ambientais coletivos; reduzir 
os acidentes, ferimentos e moléstias do trabalho; aumentar a oferta de educação, capaci-
tação e atualização para os trabalhadores, em particular nas áreas de saúde e segurança.
Os trabalhadores devem ser envolvidos a participar plenamente da implementação 
e avaliação das atividades relacionadas com a Agenda 21.
104UNIDADE IV Educação Ambiental
● Capítulo 30: 
Fortalecimento do papel do comércio e da indústria; para o desenvolvimento 
econômico e social de um país, o papel do comércio e da indústria é de fundamental im-
portância. O objetivo principal do processo de desenvolvimento é, sem dúvida, o resultado 
das atividades do comércio e da indústria. As empresas comerciais, grandes e pequenas, 
formais e informais, proporcionam oportunidades importantes de intercâmbio, emprego e 
subsistência. As oportunidades comerciais disponíveis para a mulher estão contribuindo 
para o desenvolvimento profissional dela, fortalecendo seu papel econômico e transfor-
mando os sistemas sociais. O comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais 
e suas organizações representativas, devem participar plenamente da implementação e 
avaliação das atividades da Agenda 21. O objetivo é aumentar a eficiência da utilização de 
recursos, inclusive com o aumento da reutilização e reciclagem de resíduos.
Como área de programas, fica estabelecido o que segue:
● promoção de uma população mais limpa;
● promoção da responsabilidade empresarial.
● Capítulo 31: 
A comunidade científica e tecnológica; melhoria da comunicação e cooperação 
entre a comunidade científica e tecnológica, os responsáveis por decisões e o público e 
promoção de códigos de conduta e diretrizes relacionados com ciência e tecnologia.
● Capítulo 32: 
Fortalecimento do papel dos agricultores; um terço da superfície da Terra é ocupada 
pela agricultura, que constitui a atividade central de grande parte da população mundial. As 
atividades agrícolas estão intimamente ligadas com a natureza, agregando valor por meio 
da produção de recursos renováveis, ao mesmo tempo em que se tornam vulneráveis à 
exploração excessiva e ao manejo inadequado. A área de programa traz como proposta 
uma abordagem centrada no agricultor, que é a chave para alcançar a sustentabilidade 
tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. O ponto fundamental 
é a motivação dos agricultores, e as políticas governamentais que proporcionam incentivos 
para que sejam gerenciados recursos naturais de maneira eficiente e sustentável.
Os trabalhos da Agenda 21 contemplam também o desenvolvimento sustentável 
das populações que vivem em ecossistemas marginais e frágeis. Os governos e as orga-
nizações de agricultores têm o papel de criar mecanismos para documentar, sintetizar e 
105UNIDADE IV Educação Ambiental
difundir experiências locais de conhecimentos, práticas e projetos. Também o estabeleci-
mento de redes, visando ao intercâmbio de experiências relacionadas com a agricultura, 
que ajudem a conservar os recursos do solo, hídricos e florestais, a reduzir ao mínimo o uso 
de produtos químicos e reduzir ou reutilizar os resíduos agrícolas.
A seção IV, sobre meios de Implementação, discorre sobre mecanismos financeiros 
e instrumentos jurídicos nacionais e internacionais existentes e a serem criados, com vistas 
à implementação de programas e projetos orientados para a sustentabilidade.
● Capítulo 33: 
Recursos e mecanismos de financiamento; o foco deste capítulo está na identifi-
cação de meios que proporcionam recursos financeiros novos e adicionais, principalmente 
para os países em desenvolvimento. A Agenda 21 trabalha em torno do crescimento econô-
mico, do desenvolvimento social e da erradicação da pobreza, como prioridades absolutas 
dos países em desenvolvimento, que são essenciais para alcançar os objetivos nacionais 
e mundiais de sustentabilidade.
● Capítulo 34: 
Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento 
institucional - a necessidade de acesso a tecnologias ambientalmente saudáveis e de sua 
transferência em condições favoráveis é de grande importância. A cooperação tecnológica 
supõe esforços comuns das empresas e dos Governos, ambos provedores e receptores 
de tecnologia. As disponibilidades de informação científicas e tecnológicas são requisitos 
essenciais para o desenvolvimento sustentável. O provimento de informação adequada 
sobre os aspectos ambientais das tecnologias atuais tem dois componentes inter-relacio-
nados, ou seja, aperfeiçoar a informação sobre as tecnologias atuais e as mais modernas, 
inclusive sobre seus riscos ambientais, e facilitar o acesso às tecnologias ambientalmente 
saudáveis. O objetivo principal de um melhor acesso à informação tecnológica é permitir 
escolhas com conhecimento de causa que facilitem aos países o acesso ou a transferência 
de tecnologias e o fortalecimento de suas capacidades tecnológicas.
● Capítulo 35: 
A ciência para o desenvolvimento sustentável;fortalecimento da base científica 
para o manejo sustentável; aumento do conhecimento científico; melhora da avaliação 
científica de longo prazo; aumento das capacidades e potenciais científicos.
106UNIDADE IV Educação Ambiental
● Capítulo 36: 
Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento; a Agenda 21 não 
poderia deixar de contemplar uma área de programa de fundamental importância para o 
desenvolvimento do ser humano. E por meio do processo de ensino, conscientização e 
treinamento que procuramos satisfazer as necessidades básicas, o fortalecimento institu-
cional e técnico, dados e informações, ciência e papel dos principais grupos. As áreas de 
programas deste capítulo tratam da:
● Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável;
● Aumento da consciência pública;
● Promoção do treinamento.
● Capítulo 37: 
 Mecanismos nacionais e cooperação Internacional para fortalecimento institucional 
nos países em desenvolvimento:
Este capítulo nos mostra como desenvolver e melhorar as capacidades nacionais e 
as sub-regionais e regionais conexas de desenvolvimento sustentável, com a participação 
dos setores não-governamentais. O programa tem como foco a prestação de apoio por 
meio de promoção de um processo constante de participação para determinar as necessi-
dades e prioridades dos países, relacionadas com a promoção da Agenda 21. É de grande 
importância o desenvolvimento dos recursos humanos, técnicos, profissionais, e o desen-
volvimento das capacidades institucionais na agenda dos países, assim como a melhoria 
da eficácia das instituições existentes e das organizações não governamentais, inclusive 
das instituições científicas e tecnológicas.
● Capítulo 38: 
Arranjos institucionais internacionais, tem como objetivo a integração das questões 
de meio ambiente e desenvolvimento nos planos nacional, sub-regional, regional e interna-
cional, inclusive nos arranjos institucionais do sistema das Nações Unidas. Como objetivo 
específico, foram elencados:
● Assegurar e examinar a implementação da Agenda 21 de forma a alcançar o 
desenvolvimento sustentável em todos os países; Realçar o papel e funcionamento do 
sistema das Nações Unidas no campo do meio ambiente e desenvolvimento.
107UNIDADE IV Educação Ambiental
● Todos os organismos, organizações e programas pertinentes do sistema devem 
adotar programas concretos para a implementação da Agenda 21. E, em suas respectivas 
áreas de competência, devem proporcionar orientação para as atividades das Nações 
Unidas ou assessoramento aos Governos, quando solicitado.
● Capítulo 39: 
Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais; deve-se levar em considera-
ção o avanço do desenvolvimento do Direito Internacional para o desenvolvimento susten-
tável, com especial atenção para o delicado equilíbrio entre as preocupações com o meio 
ambiente e com o desenvolvimento. Também há a necessidade de esclarecer e reforçar a 
relação entre instrumentos ou acordos internacionais existentes no campo do meio ambien-
te. Deve-se considerar sempre as necessidades especiais dos países em desenvolvimento.
Conforme descrito no documento da Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 2001, no capítulo 40 são descritas as informações 
para a tomada de decisões - no desenvolvimento sustentável, cada pessoa é usuária e 
provedora de informação, considerada em sentido amplo, o que inclui dados, informações 
e experiências de conhecimentos adequadamente apresentados. A necessidade de infor-
mação surge em todos os níveis, desde o de tomada de decisões superiores, nos planos 
nacional e internacional, ao comunitário e individual. As áreas de programas buscam de-
senvolver as seguintes questões: redução das diferenças em matéria de dados e melhoria 
de disponibilidade da informação. 
Fonte: Senado Federal (2001).
108UNIDADE IV Educação Ambiental
SAIBA MAIS
 
 A Agenda enumera os objetivos a serem atingidos pelas sociedades para atingir a 
sustentabilidade: 
● Parceria e conscientização: a Agenda 21 é um processo público e participativo 
para o planejamento e a implementação das políticas e ações para o desenvolvimento 
sustentável. Nesse sentido, ela é um importante instrumento para a conscientização 
ambiental e para a mobilização de cidadãos e cidadãs na formulação de políticas, na 
consolidação da responsabilidade social e no fortalecimento dos mecanismos partici-
pativos e democráticos. 
● Comprometimento com soluções: é um documento que estabeleceu a impor-
tância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela 
qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da 
sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambien-
tais. 
● Definição de prioridades: a Agenda 21 resulta na análise da situação atual de 
um país, Estado, município, região e setor e planeja o futuro de forma sustentável. 
Este esforço de planejar o futuro gera oportunidades para que as sociedades e os 
governos possam definir prioridades nas políticas públicas. 
● Questões social, ambiental e econômica: a Agenda 21 não está restrita às 
questões ligadas à preservação e conservação da natureza, mas, sim, a uma proposta 
que rompe com o desenvolvimento dominante, onde predomina o econômico, dando 
lugar à sustentabilidade ampliada, que une a Agenda ambiental e a Agenda social, ao 
enunciar a indissociabilidade entre os fatores sociais e ambientais e a necessidade 
de que a degradação do meio ambiente seja enfrentada com o problema mundial da 
pobreza. 
● A responsabilidade dos governos: os governos têm o compromisso e a respon-
sabilidade de deslanchar e facilitar o processo de implementação em todas as escalas. 
Além dos governos, a convocação da Agenda 21 visa mobilizar todos os segmentos 
da sociedade, chamando-os de “atores relevantes” e “parceiros do desenvolvimento 
sustentável”. 
● Um processo social: torná-la realidade é, antes de tudo, um processo social no 
qual todos os envolvidos vão pactuando paulatinamente novos consensos e montando 
uma Agenda possível rumo ao futuro que se deseja sustentável.
Fonte: Bezerra, Facchina e Ribas (2002). 
109UNIDADE IV Educação Ambiental
REFLITA 
 
Segundo Bezerra (2002), a Agenda 21 é um plano de ação formulado internacionalmente 
para ser adotado em escala global, nacional e localmente por organizações do sistema 
das Nações Unidas, pelos governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a 
ação humana impacta o meio ambiente. Reflete um consenso mundial e compromisso 
político, que estabelece um diálogo permanente e construtivo inspirado na necessidade 
de atingir uma economia em nível mundial mais eficiente e equitativa. Constitui a mais 
abrangente tentativa já realizada de orientação para um novo padrão de desenvolvimen-
to no século 21, cujo alicerce é a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econô-
mica, perpassando em todas as suas ações propostas. A Agenda 21 segue o princípio 
de “Pensar globalmente, agir localmente”.
Fonte: Bezerra, Facchina e Ribas (2002). 
110UNIDADE IV Educação Ambiental
2. CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Existem diferentes interpretações para o termo desenvolvimento sustentável. No en-
tanto, o governo brasileiro adota a definição apresentada no documento Nosso futuro comum, 
publicado em 1987, também conhecido como Relatório Bruntland, no qual desenvolvimento 
sustentável é concebido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, 
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.
O Relatório Bruntland – elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas e presidida pela então Primeira-Ministra 
da Noruega, Gro-Bruntland – faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 
21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelode desenvolvimento adotado pelos 
países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam 
os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte 
dos ecossistemas. O relatório aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sus-
tentável e os padrões de produção e consumo vigentes. 
O ser humano, desde a sua existência, busca transformar os recursos naturais a 
seu favor, pois desenvolver, transformar, progredir faz parte da sua natureza. Entretanto, ao 
longo da história, o próprio conceito de desenvolvimento tem sofrido diversas alterações. 
Quando falávamos em crescimento econômico entendíamos que estávamos desenvolven-
do, e nem se quer imaginávamos que uma simples palavra como desenvolvimento pudesse 
significar tanto para uma nação como para o meio ambiente. Dizer que uma nação cresceu, 
111UNIDADE IV Educação Ambiental
significa que ela realmente está progredindo, avançando, mas não necessariamente sig-
nifica que está desenvolvendo, pois desenvolvimento engloba crescer além do aspecto 
geográfico, econômico, mas também social, dando condições dignas para que a população 
possa ter moradia, alimento, saúde, lazer, educação, etc. Importante ressaltar que o as-
pecto ambiental nem era comentado, neste conceito de desenvolvimento implantado. Entre 
os indicadores de mensuração do crescimento econômico, está o Produto Interno Bruto 
(PIB), que pode ser definido como “o valor de mercado de todos os bens e serviços finais 
produzidos em um país em um dado período de tempo” (SALES, 2013, p.62) nos setores 
de agropecuária, serviços e indústria. 
Dessa forma, quando comparado o PIB de um ano e este é superior ao anterior, 
houve crescimento do país; o oposto, recessão (PASSOS, 2012). Já o conceito de Desen-
volvimento Econômico está relacionado à melhoria do bem-estar da população.
Furtado (1983, p. 90) distingue os conceitos de crescimento e desenvolvimento da 
seguinte forma:
Assim, o conceito de desenvolvimento compreende a ideia de crescimento, 
superando-a. Com efeito: ele se refere ao crescimento de um conjunto de es-
trutura complexa. Essa complexidade estrutural não é uma questão de nível 
tecnológico. Na verdade, ela traduz a diversidade das formas sociais e eco-
nômicas engendrada pela divisão do trabalho social. Porque deve satisfazer 
às múltiplas necessidades de uma coletividade é que o conjunto econômico 
nacional apresenta sua grande complexidade de estrutura. Esta sofre a ação 
permanente de uma multiplicidade de fatores sociais e institucionais que es-
capam à análise econômica corrente [...]. O conceito de crescimento deve ser 
reservado para exprimir a expansão da produção real no quadro de um sub-
conjunto econômico. Esse crescimento não implica, necessariamente, modi-
ficações nas funções de produção, isto é, na forma em que se combinam os 
fatores no setor produtivo em questão. 
Com a definição dada pelo autor, constata-se que o crescimento econômico nem 
sempre garante o desenvolvimento, ou seja, mesmo que haja crescimento na geração de 
riqueza, se esta não for distribuída de forma justa, não necessariamente trará melhorias na 
qualidade de vida da população em geral.
Sachs (2014, p. 13) avalia que:
[...] os objetivos do desenvolvimento vão bem além da mera multiplicação da 
riqueza material. O crescimento é uma condição necessária, mas de forma al-
guma suficiente (muito menos é um objetivo em si mesmo), para se alcançar 
à meta de uma vida melhor, mais feliz e mais completa para todos.
Para o autor, o termo desenvolvimento sustentável abrange oito dimensões da 
sustentabilidade, pois somente se considera desenvolvimento sustentável quando há 
o atendimento de todas as dimensões: ambiental, econômica, social, cultural, espacial, 
psicológica, política nacional e internacional.
112UNIDADE IV Educação Ambiental
Brasileiro (2006, p. 88) aponta que: 
Embora tenha ocorrido uma evolução sobre o conceito nas últimas décadas, 
a atual busca pelo desenvolvimento continua primando pelo crescimento eco-
nômico, em primeiro plano, continuando a negligenciar a distribuição desigual 
das riquezas; o agravamento da pobreza e exclusão social; a precarização 
das relações de trabalho; e o esgotamento dos recursos naturais.
Já o termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da Organiza-
ção das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas. Nasceu com a intenção de dar uma 
resposta para a humanidade diante da crise social e ambiental pela qual o mundo passava. 
O Conceito de desenvolvimento sustentável, conforme o Relatório de Brundtland1 
de 1991, pressupõe um modelo de desenvolvimento que “atenda às necessidades da 
atual geração, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas 
próprias necessidades”. Desenvolvimento sustentável traz melhoria na qualidade de vida 
de todos os habitantes do mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capa-
cidade da Terra.
A construção do conceito de desenvolvimento sustentável continuou durante a Cú-
pula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, da ONU, realizada em Joanesburgo, 
África do Sul, em 2002.
REFLITA
Para Furtado (1983), garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de 
qualquer coisa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, 
com isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração pre-
datória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. Pois só com uma situação de 
vida regular os habitantes de uma determinada região poderão tornar-se permeáveis às 
“novas ideias”.
Assim, será que estamos próximos de uma sociedade que realmente possui um desen-
volvimento sustentável e vive com sustentabilidade? 
Fonte: Furtado (1983).
113UNIDADE IV Educação Ambiental
3. AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2014).
A Declaração de Joanesburgo estabelece que o desenvolvimento sustentável se 
baseia em três pilares: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção 
ambiental, conforme demonstrado na figura abaixo.
FIGURA 1: DESENHO ESQUEMÁTICO RELACIONANDO PARÂMETROS PARA SE 
ALCANÇAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 
Fonte: Barbosa (2008). 
114UNIDADE IV Educação Ambiental
Segundo Cavalcanti (2003), o desenvolvimento sustentável pode requerer ações 
distintas em cada região do mundo. Os esforços para construir um modo de vida verdadei-
ramente sustentável requerem a integração entre:
● Crescimento e equidade econômica: lançar os olhos para todas as nações de 
forma que possam estar integradas promovendo um crescimento responsável.
● Saber usar os recursos do planeta de forma eficiente, visando um mercado 
competitivo que busque a internacionalização de custos ambientais. Assim, a sustenta-
bilidade seria alcançada pela racionalização econômica local, nacional e planetária. Para 
se implementar a sustentabilidade necessária, seria a racionalização econômica local e 
nacional (RATTNER, 1999).
● Conservação de Recursos Naturais e do Meio Ambiente: buscar reduzir o consu-
mo de recursos e diminuir a poluição, conservando os habitats naturais.
● Desenvolvimento Social: buscar a igualdade de condições, de acesso a bens, da 
boa qualidade dos serviços necessários para uma vida digna, onde as pessoas possam ter 
emprego, alimento, educação, energia, serviço de saúde, água e saneamento, respeito aos 
seus direitos trabalhistas e às suas diversidades culturais.
Satterthwaite (2004) entende que, para atingirmos a sustentabilidade do ecodesen-
volvimento, precisamos contemplar cinco dimensões:
a) Sustentabilidade social: o processo deve se dar de maneira que reduza substan-
cialmente as diferenças sociais;
b) Sustentabilidade econômica: define-se por uma “alocação e gestão mais efi-
cientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e privado”. A eficiência 
econômica deve ser medida, sobretudo em termosde critérios macrossociais;
c) Sustentabilidade ecológica: compreende o uso dos potenciais inerentes aos 
variados ecossistemas compatíveis com sua mínima deterioração;
d) Sustentabilidade espacial/geográfica: pressupõe evitar a excessiva concentração 
geográfica de populações, de atividades e do poder. Busca uma relação mais equilibrada 
cidade/campo;
e) Sustentabilidade cultural: significa traduzir o “conceito normativo de ecodesen-
volvimento em uma pluralidade de soluções particulares, que respeitem as especificidades 
de cada ecossistema, de cada cultura e de cada local”;
Lemos (2012) concorda com todas as dimensões anteriormente citadas e comple-
menta que é necessário incorporar entre elas o fim da pobreza, da tirania, da carência de 
115UNIDADE IV Educação Ambiental
oportunidades econômicas e o fim da negligência dos serviços públicos, da intolerância ou 
interferência excessiva de Estados repressivos.
Segundo o Relatório da Comissão Brundtland, uma série de medidas deve ser 
tomada pelos países para promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas:
● limitação do crescimento populacional;
● garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo;
● preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
● diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso 
de fontes energéticas renováveis;
● aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em 
tecnologias ecologicamente adaptadas;
● controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores;
● atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
Já em âmbito internacional, as metas propostas pelo Relatório da Comissão Brun-
dtland estabelecem:
● adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de 
desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento);
● proteção dos ecossistemas supra-nacionais, como a Antártica, oceanos etc. 
pela comunidade internacional;
● banimento das guerras;
● implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização 
das Nações Unidas (ONU).
Algumas outras medidas para a implantação de um programa minimamente ade-
quado de desenvolvimento sustentável são:
● uso de novos materiais na construção;
● reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais;
● aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a solar, a 
eólica e a geotérmica;
● reciclagem de materiais reaproveitáveis;
● consumo racional de água e de alimentos;
● redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de alimentos.
116UNIDADE IV Educação Ambiental
 
REFLITA
 Para Sarti (2011), com o desenvolvimento das atividades industriais vieram gran-
des impactos ambientais e isso não é nenhum segredo. O ritmo acelerado dessas ati-
vidades impede que o meio ambiente tenha tempo necessário para se recuperar do 
consumo dos seus recursos pelo homem e dos resíduos gerados por eles. 
Para tentar diminuir esse impacto, vários estudos e discussões vêm sendo realizados há 
mais de duas décadas pelos países, principalmente no que diz respeito ao desenvolvi-
mento sustentável. Isso trouxe algumas melhorias ao longo dos anos, mas muito ainda 
tem que ser feito diante desse problema global visando atitudes mais sustentáveis. De-
senvolvimento sustentável e sustentabilidade, esses dois termos por muitas vezes se 
confundem, mas têm significados distintos. 
Fonte: Sarti e Hiratuka (2011). 
SAIBA MAIS
 Para Mota (2001), a sustentabilidade é a capacidade de se sustentar, de se man-
ter. Já o desenvolvimento sustentável pode ser entendido como desenvolvimento que 
satisfaz as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.
Esses termos foram inicialmente discutidos na Conferência de Estocolmo (1972) e vêm 
sendo discutido nas últimas décadas, mas foi na World Commission on Environment 
and Development (WCED, 1987) que se tornou conhecido e posteriormente popular na 
Eco 92.
O termo sustentável tem sentido amplo, sendo um adjetivo derivado do verbo latino 
sustentare, que significa o que pode ser mantido, que pode ser perpetuado, estando 
implícito o fator tempo. O termo desenvolvimento sustentável foi divulgado no informa-
tivo Nosso Futuro Comum (WCED, 1987), o qual cita também três fatores dos quais o 
desenvolvimento sustentável depende completamente:
1) Um alto valor deve ser dado aos recursos naturais, à biodiversidade biológica e à 
purificação da água e do ar, promovida pelo meio ambiente natural;
117UNIDADE IV Educação Ambiental
2) Pessoas devem descobrir e trocar informações sobre novas tecnologias que resul-
tem em mais trabalho, aperfeiçoem o uso de recursos naturais renováveis e aumentem 
a produção de alimentos;
3) Igualdade e justiça devem ser promovidas entre todas as pessoas e gerações para 
reduzir a pobreza, a violência e construir melhores comunidades.
Esses três fatores podem ser resumidos no tripé do desenvolvimento: eficiência (sus-
tentabilidade econômica), equidade (sustentabilidade social) e conservação (sustenta-
bilidade ambiental).
No Southern African Perspectives (1997), foram reunidos outros seis aspectos do de-
senvolvimento sustentável:
1. Ênfase na interdependência entre desenvolvimento e a conservação de recursos;
2. Um horizonte de longo tempo;
3. A natureza multidimensional do conceito que implica na dificuldade para conciliar 
interesses governamentais e instituições acadêmicas;
4. Incorpora externalidades ambientais (no tempo, no espaço, de um setor para outro, 
de uma população para outra), tratando-as como problemas não resolvidos;
5. Possui enfoque participativo;
6. Defende uma estreita relação entre pesquisa e política.
A conceitualização de desenvolvimento sustentável se baseia, grande parte, das inúme-
ras tentativas de enfrentar os erros, deficiências e injustiças do sistema industrializado 
imposto no período pós-guerra.
O desenvolvimento sustentável é o que promove a sustentabilidade. Os planos de de-
senvolvimento sustentável buscam a sustentabilidade de duas maneiras:
a) Sustentabilidade tecnológica - são planos baseados na crença de que a tecnologia 
pode expandir os limites das atividades econômicas e solucionar a escassez de re-
cursos, compensando danos ambientais. Esses planos baseiam-se na inovação tec-
nológica acoplada a um sistema de avaliação que reflete o verdadeiro custo de uso e 
disponibilização dos recursos naturais, e são desenvolvidos em resposta ao inevitável 
crescimento da população humana, a urgente necessidade de mais trabalho e ao desejo 
de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os economistas referem-se à sustentabi-
lidade tecnológica como uma fraca sustentabilidade, pois é alcançada pela manutenção 
ou perpetuação do estoque de capital total, ou seja, dos serviços e bens que satisfaçam 
as necessidades e desejos humanos.
b) Sustentabilidade ecológica - são os planos que se fundamentam nos avanços do co-
118UNIDADE IV Educação Ambiental
nhecimento ecológico e de proteção ambiental, requerendo níveis reduzidos ou estáveis 
de crescimento populacional e de uso dos recursos naturais, para manter as atividades 
humanas dentro dos limites impostos pelo meio ambiente. Isso significa viver dentro da 
capacidade de suporte do meio ou sustentação ecológica, onde os sistemas naturais 
norteiam o modelo de desenvolvimento econômico, como por exemplo: resíduos da 
construção civil torna-se matéria prima para outras atividades; uso dos recursos naturais 
a taxas renováveis, sem exceder a capacidade natural de purificação da água e do ar.
A sustentabilidade é promovida pelo desenvolvimento sustentável e é determinada pelo 
anseio de condições sociais e econômicas tais como altos níveis de participação da po-
pulação e baixos níveis de desemprego. Sustentabilidade é um processo que envolve 
várias vertentesprecisando ainda de muitos debates em todos os níveis da sociedade, 
buscando:
a) reconhecer a necessidade de reduzir seu excesso de consumo em benefício daque-
les que não possuem condições de consumir o mínimo necessário;
b) a mudança do modo de vida, privilegiando a redução ou eliminação de insumos não 
renováveis;
c) reciclagem em geral;
d) a educação ambiental em todas as suas facetas;
e) a conservação dos recursos hídricos, florestais e solos.
Fonte: Mota (2001). 
119UNIDADE IV Educação Ambiental
4. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
Fonte: Biosferamg (s. d.).
A crescente preocupação com a preservação dos recursos naturais e com a questão 
de saúde pública associada ao gerenciamento dos resíduos sólidos almeja-se por políticas 
públicas que permitam atingir novos patamares de consciência ambiental, de tecnologia 
120UNIDADE IV Educação Ambiental
limpa e de crescimento sustentável. Nesse sentido, no ano de 2010 foi sancionada a Políti-
ca Nacional de Resíduos Sólidos, a Lei nº 12.305, entendida como um instrumento indutor 
do desenvolvimento social, econômico e ambiental.
A Lei nº 12.305/2010, no art. 9º, descreve que, na gestão e gerenciamento de resí-
duos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, 
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente 
adequada dos rejeitos.
A legislação traz ainda um tema que deve ser bastante difundido no meio empresarial: 
a logística reversa associada à gestão de resíduos sólidos, a aplicação de técnicas do programa 
de Produção Mais Limpa e programas de gerenciamento que visam o Resíduo Zero. 
Logística reversa são ações, procedimentos e meios relacionados com a coleta e 
restituição dos resíduos sólidos (restos, embalagens, materiais desgastados, produtos ven-
cidos e/ou obsoletos, etc.) aos setores empresariais para reaproveitamento em seu ciclo 
ou novos ciclos de produção ou, ainda, outras destinações ambientalmente adequadas. 
A logística reversa é um instrumento importante de desenvolvimento econômico e social, 
devendo ser operacionalizada através de cooperativas e associações de trabalhadores em 
reciclagem e reaproveitamento de resíduos em parceria com os poderes públicos e os 
setores empresariais. É, ainda, uma ferramenta relacionada diretamente com a implemen-
tação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre fabricantes, 
importadores, distribuidores, comércio, poderes públicos e consumidores (Lei 12.305/2010, 
artigo 3º, incisos XII, XVII; artigo 8º, incisos III, IV e VI).
Tal logística será detalhada através de acordos setoriais e termos de compromissos 
das empresas e setores empresariais com os poderes públicos. As empresas também terão 
que elaborar planos de gerenciamentos dos seus resíduos. 
Os poderes públicos podem (e devem) implantar medidas de apoio à adequação 
das empresas através de incentivos fiscais, financiamentos e créditos para a prevenção 
e redução de resíduos nos processos produtivos, implantação de programas de geren-
ciamento e estruturação da logística reversa, inclusive no desenvolvimento de sistemas 
de gestão empresarial, voltados à capacitação de recursos humanos para a otimização 
no uso, reaproveitamento e reinserção de matérias primas nos ciclos de produção (Lei 
12.305/2010, artigos 42-46, 55,56).
A lei trata ainda da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os 
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares 
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos (toda a seção 
II do capítulo III da Lei 12.305).
121UNIDADE IV Educação Ambiental
A Lei 12.305/2010 considera gestão integrada de resíduos sólidos o conjunto de 
ações voltadas para a busca de soluções para os problemas decorrentes do descarte de 
tais resíduos, de forma a se considerarem as dimensões política, econômica, ambiental, 
cultural e social, sob a premissa do desenvolvimento sustentável.
Um conceito de sustentabilidade muito aplicado visando o gerenciamento dos 
resíduos sólidos é o conceito dos 3 R’s que tange tanto a área ambiental quanto a eco-
nômica e a social. 
Conforme citado anteriormente, o primeiro passo para a sustentabilidade é a não 
geração do resíduo, mas buscas implantar os 3 R’s da sustentabilidade (reduzir, reutilizar 
e reciclar) caso sua geração seja inevitável. Essas três ações ajudam a minimizar o des-
perdício de materiais e produtos, além de poupar a natureza da extração inesgotável de 
recursos. Adotando estas práticas, é possível diminuir o custo de vida, reduzindo gastos, 
além de favorecer o desenvolvimento sustentável.
SAIBA MAIS
De acordo com ministério da Saúde, no projeto de coleta seletiva e educação ambiental 
(2005), a política dos 3 R’s da sustentabilidade – reciclar, reutilizar e reduzir – é uma 
medida criada para que as pessoas diminuam a produção de lixo. É claro que essa não 
é a única medida de preservar a natureza, mas, com certeza, é um importante passo 
para garantir um mundo melhor para as gerações futuras. 
O “reduzir” engloba economia de todas as formas possíveis, o “reutilizar” envolve o rea-
proveitamento do produto e o “reciclar” remete à separação do que é e não é lixo e ao 
envio de embalagens para a reciclagem.
1. Reutilizar: não jogue fora o que ainda pode ser utilizado – roupas, sapatos, móveis, 
bijuterias, brinquedos e livros podem ser doados;
2. Reciclar: faça a coleta seletiva em casa; encaminhe o lixo para empresas recicla-
doras – garrafas de plástico, embalagens de produtos de limpeza e higiene, latinhas de 
ferro e alumínio, embalagens longa vida, jornais, revistas, folhetos, papéis e óleo vegetal 
podem ser reaproveitados.
Fonte: Ministério da Saúde (2005). 
122UNIDADE IV Educação Ambiental
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de equilíbrio, mas, 
sim, de mudanças quanto ao acesso aos recursos e quanto à distribuição de custos e bene-
fícios. Controlar e destinar de forma inadequada os resíduos sólidos pode causar inúmeras 
consequências negativas à economia ao setor social e ambiental. 
A Agenda 21 traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável. Os 
princípios e estratégias da Agenda 21 Brasileira serviram de subsídio para a Conferência 
Nacional de Meio Ambiente, Conferência das Cidades e Conferência da Saúde. As ativida-
des que contribuirão para a promoção integrada de meios de subsistência sustentáveis e 
para a proteção do meio ambiente incluem diversas intervenções setoriais que envolvem 
uma série de atores – de locais a globais – e que são essenciais em todos os planos, 
especialmente no nível da comunidade e no nível local. Nos planos nacional e internacio-
nal serão necessárias ações habilitadoras que levem plenamente em conta as situações 
regionais e sub-regionais, pois elas apoiarão umas abordagens em nível local, adaptada às 
especificidades de cada país. 
As ações prioritárias da Agenda 21 Brasileira são os programas de inclusão social 
(com o acesso de toda a população à educação, saúde e distribuição de renda), a susten-
tabilidade urbana e rural, a preservação dos recursos naturais e minerais e a ética política 
para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável. Mas o mais importante ponto 
dessas ações prioritárias, segundo este estudo, é o planejamento de sistema de produção 
e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício. 
123UNIDADE IV Educação Ambiental
LEITURA COMPLEMENTAR 
Título: O Brasil na Conferência de Estocolmo
Sinopse: em Estocolmo, o maior problema consistiu no fato de que a absoluta 
maioria das decisões a serem tomadas para a compatibilização entre desenvolvimento e 
meio ambiente pertencia à esfera da soberania nacional. A decisão de não se tocar em re-
comendações de caráter nacional esvaziou essede estudo os ecossistemas, mas estuda também os 
organismos.
 
9UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
2. OS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA VIDA EM UM ECOSSISTEMA
● Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, o 
cruzamento de indivíduos da mesma espécie gera descendentes férteis. Exemplos: caran-
guejos, ursos, pau-brasil etc.;
● População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie. 
Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliados para qualquer organismo. 
Exemplo: grupo de peixes-palhaço;
● Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região, tam-
bém chamado de “comunidade biológica”, “biocenose” ou “biótopo”. Exemplo: aves, insetos 
e plantas de uma região;
● Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e inte-
ragem entre si.
● Biótopo: corresponde a uma parte do habitat. É uma área com condições am-
bientais específicas que permitem a vida de determinadas espécies. Exemplo: 
trecho de uma floresta ou de uma lagoa;
● Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o am-
biente. Formado pela interação de biocenoses e biótopos. Exemplos: pode ser uma lagoa, 
uma floresta ou até um aquário;
10UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
● Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade 
biológica e condições ambientais. Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia são 
alguns dos biomas brasileiros;
● Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do planeta. 
É a reunião de toda a biodiversidade existente na Terra.
Nesse contexto, há interações entre as comunidades bióticas que compõem um 
ecossistema, as quais são chamadas de “interações biológicas” ou “relações ecológicas” e 
determinam relações dos seres vivos entre si e o meio em que habitam para sobreviverem 
e se reproduzirem.
11UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
3. RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS
Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazem parte de um determi-
nado ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres que a constituem, 
geralmente relacionadas à obtenção de alimento, abrigo, proteção, reprodução, etc., con-
forme Freire; Castro e Motokane (2016).
As relações ecológicas podem ser classificadas segundo o nível de interdependência:
● Intraespecíficas ou homotípicas: para seres da mesma espécie;
● Interespecíficas ou heterotípicas: para seres de espécies diferentes.
● Também podem ser classificadas de acordo com os benefícios ou prejuízos que 
apresentam:
● Relações harmônicas: quando a resultada da associação entre as espécies é 
positiva, na qual um ou os dois são beneficiados sem o prejuízo de nenhum deles.
● Relações desarmônicas: quando o resultado desta relação for negativo, ou seja, 
se houver prejuízos para uma ou ambas as espécies envolvidas.
Para Freire, Castro e Motokane (2016), deixando de observar essas relações, 
podemos extinguir espécies ou deixá-las em vias de extinção, o que interfere na cadeia 
alimentar, afetando suas predadoras, que passarão a ter dificuldades para arranjar ali-
mentos, bem com as suas presas naturais, que terão desenvolvimento desenfreado. Isso 
constitui um ciclo vicioso de desequilíbrio ambiental que chegará às espécies da flora, 
as quais também sofrerão com o desequilíbrio, tanto de predadores naturais quanto de 
espécies polinizadoras.
12UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
Preservar os animais, portanto, não é só uma questão ecológica e cultural. A inter-
ferência da destruição e extinção prematura de espécies da fauna incide diretamente na 
vegetação e, por consequência, em todo o bioma, afetando também os rios e cursos d’água 
e a qualidade do ar, além das populações que estão economicamente ligadas à pesca, à 
caça ou ao extrativismo.
13UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
4. A IMPORTÂNCIA DAS INTER-RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres 
vivos existentes na terra é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento da 
espécie humana. 
As relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os seres 
vivos mantêm entre si, sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/ou prejuízos 
que trazem aos organismos. A espécie humana construiu, desde sua origem, uma relação 
ímpar com a natureza para suprir suas necessidades. Essa convivência necessita ser har-
moniosa e organizada.
Antunes (2002) diz que a história tem demonstrado que o homem consegue, du-
rante um período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois o homem é, 
por sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os 
outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade. Portanto, é na sociedade que 
o homem encontra condições favoráveis para o seu desenvolvimento.
Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico, 
baseados nas interações que ocorrem no mundo natural. 
O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam essas relações e 
interações entre seres vivos (incluindo o homem) e os componentes abióticos 
é amplamente discutido à luz de teorias ecológicas. O ambiente é alterado, 
físico e quimicamente, pela maneira como os indivíduos realizam suas ativida-
des. Também as interações entre organismos, têm influência na vida de outros 
seres, da mesma espécie e de espécies diferentes (BEGON, 2007, p. 223).
14UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológicas 
que podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas e desarmônicas ou 
negativas: as interações harmônicas ou positivas são aquelas nas quais não há prejuízo 
para as espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas; as interações 
desarmônicas ou negativas são aquelas nas quais pelo menos uma das espécies partici-
pantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas.
Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie define o 
seu nicho ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie no 
ecossistema. Se não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, 
uma espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condições ambientais (seu nicho 
fundamental) do que faria na presença de outras espécies que a afetam negativamente 
(seu nicho realizado). Por outro lado, a presença de espécies benéficas pode aumentar a 
gama de condições em que uma espécie consegue sobreviver.
Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda podemos 
classificá-las em interações intraespecíficas e interespecíficas, conforme ocorre entre indi-
víduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respectivamente, conforme tabela 
abaixo que mostra os principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre 
organismos de duas espécies.
Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivência 
dos diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacional, de modo que 
favorecem o equilíbrio ecológico.
Para Leripio (2001), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pelos 
seres que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental da ecologia. 
São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma lagoa, uma campina, um aquário etc.
Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é menor que 
o consumo, considera-se que este recurso é limitado. A abundância ou escassez influencia 
a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma sociedade. Por exemplo, uma 
pequena quantidade de água doce em um determinado ambiente poderá limitar o interesse 
de investimentos na área.
15UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
TABELA 1 - PRINCIPAIS TIPOS DE INTERAÇÕES ECOLÓGICASproblema de seu significado, simplificando 
sensivelmente os debates.
Link: https://amaliagodoy.blogspot.com/2015/12/o-brasil-na-conferencia-de-esto-
colmo.html. 
Título: O que é 5S 
Sinopse: 5S, antes de mais nada, é uma ferramenta baseada na organização de 
métodos e preceitos que visa tornar o ambiente de trabalho mais organizado, simples, se-
guro e, principalmente, eficiente. O conceito vem quebrar um antigo paradigma utilizado por 
muitas pessoas, principalmente por funcionários já antigos de uma empresa, que há anos 
exercem a mesma função, aquele tal: “a minha bagunça é organizada” ou “eu me encontro 
na minha bagunça”. Tais afirmativas são rigorosamente combatidas quando se pensa em 
aplicar os passos 5s dentro de uma empresa, uma vez que, logo de princípio, é usada uma 
palavra que deve ser abolida do vocabulário de uma empresa, a palavra “bagunça”.
Link: https://administradores.com.br/artigos/o-que-e-5s. 
Título: Princípio dos 3 R’s
Sinopse: a gestão sustentável dos resíduos sólidos pressupõe uma abordagem 
que tenha como referência o princípio dos 3R´s, apresentado na Agenda 21: redução (do 
uso de matérias-primas e energia e do desperdício nas fontes geradoras), reutilização direta 
dos produtos e reciclagem de materiais.
A hierarquia dos 3R´s segue o princípio de que causa menor impacto evitar a gera-
ção do lixo do que reciclar os materiais após seu descarte. A reciclagem de materiais polui 
menos o ambiente e envolve menor uso de recursos naturais, mas raramente questiona 
o atual padrão de produção, não levando à diminuição do desperdício nem da produção 
desenfreada de lixo.
Link: https://dgi.unifesp.br/ecounifesp/index.php?option=com_content&view=arti-
cle&id=10&Itemid=8. 
124
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CONCLUSÃO GERAL
Como podemos observar, a educação ambiental tornou-se uma ferramenta im-
portantíssima a serviço do desenvolvimento sustentável, uma vez que tem como objetivo 
tornar as pessoas mais conscientes sobre a importância de construir um futuro mais limpo 
para as próximas gerações. Construir valores sociais, habilidades, competências, métodos 
e conhecimentos que são os pilares da educação ambiental.
Destacamos que o ensino desenvolvido numa perspectiva interdisciplinar, além de 
superar a fragmentação e linearidade dos conteúdos escolares, permite formar conceitos 
de procedimentos, atitudes e habilidades e competências para tomadas de decisões quali-
ficadas e responsáveis quanto às intervenções futuras no ambiente.
Faz-se necessário formar um sujeito consciente e capaz de efetuar mudanças, nas 
suas atitudes, de maneira a interferir positivamente no meio, com acesso à informação clara 
e objetiva para a formação de uma consciência crítica, capaz de levar às comunidades a se 
mobilizarem por um ambiente mais digno e saudável
A formação de uma consciência ambiental depende das interações entre os sujei-
tos nos diferentes espaços e, independentemente de qual corrente adotada, a educação 
ambiental será sempre um sistema mais eficaz a médio e longo prazo para se construir uma 
sociedade mais sustentável, haja vista que tem seu foco na construção de uma consciência 
ambiental sólida, determinando valores e modo de agir que garantam que as relações 
homem-natureza se perpetuaram equilibradas no decorrer do tempo, fazendo com que as 
futuras gerações tenham acesso aos recursos naturais de hoje.
Para isso, a Agenda 21 foi constituída como um dos principais resultados da Eco-92 
para o desenvolvimento e o meio ambiente, tendo como ambição acabar primeiramente 
com a pobreza, que atinge milhares de pessoas em diversos países. Para acabá-la, é 
preciso dar aos pobres: cultura, ensino para que consigam se incluir na sociedade e poder 
ter uma vida sustentável, além de ter como objetivo que os países consigam se desenvolver 
sustentavelmente com equilíbrio nos setores de educação, economia, agricultura e social 
sem agredir a natureza.
Para finalizar, precisamos estar atentos aos objetivos e metas estabelecidos pela 
ONU - (ODS), que devem ser implementados por todos os países até 2030. Essas decisões 
134
determinarão o curso global de ação para acabar com a pobreza, promover a prosperidade 
e o bem-estar para todos, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas.
Uma das formas de levar educação ambiental à comunidade é pela ação direta do 
professor na sala de aula e em atividades extracurriculares. Através de atividades como lei-
tura, trabalhos escolares, pesquisas e debates, os alunos poderão entender os problemas 
que afetam a comunidade onde vivem; instados a refletir e criticar as ações de desrespeito à 
ecologia, a essa riqueza que é patrimônio do planeta e de todos os que nele se encontram. 
Os professores são a peça fundamental no processo de conscientização da so-
ciedade dos problemas ambientais, pois buscarão desenvolver em seus alunos hábitos 
e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza, transformando-os em 
cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro do país. 
Professora Me. Sônia Maria Crivelli MatarucoPOSSÍVEIS DE OCORRER ENTRE ORGANISMOS DE DUAS ESPÉCIES
Relações Interações 
Harmônicas
Interações 
Desarmônicas
Intra Específica
Colônia (+)
Sociedade (+)
Competição.
Principais tipos de intera-
ções ecológicas entre os 
seres vivos (-)
Inter Específica
Mutualismo (+ +)
Cooperação (+ +)
Comensalismo (+0)
Inquilinismo (+0)
Epifitismo (+ 0)
Competição (- -)
Parasitismo (+ -)
Predatismo (+ -)
Amensalismo (+ -)
Fonte: Biomania (s.d.).
Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a refletir sobre como se dá 
o equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre si com o 
ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a preservação dos 
recursos naturais. 
A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equilíbrio 
ecológico receberá, cedo ou tarde, resposta pelos seus atos, uma vez que a espécie hu-
mana não é só a que mais contribui para esse desequilíbrio, mas também a mais atingida 
pelas alterações ambientais. 
Vale lembrar que o ecossistema com sua capacidade de resiliência tende a reverter 
naturalmente um quadro de desequilíbrio. No entanto, nem sempre isso é possível ou o 
tempo necessário para que o equilíbrio ecológico seja estabelecido novamente é muito 
grande, o que pode causar outras alterações ainda mais graves. Portanto, para se garantir 
equilíbrio ambiental, basta proteger o ecossistema. 
Os ecossistemas são sistemas equilibrados e cada espécie viva tem o seu papel no 
funcionamento do ecossistema que pertence. Para Leripio (2001), a existência da cobertura 
16UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
vegetal e diversidade genética da flora local depende diretamente da ação de alguns inte-
grantes da fauna silvestre, sendo os insetos voadores e pássaros os maiores protagonistas 
dessas ações, pois, através de suas estratégias de obtenção de alimento em busca do 
néctar das flores é que se procede a polinização, na qual grãos de pólen são carregador 
involuntariamente em seus corpos, o que possibilita que esses grãos fecundem flores de 
outras árvores da mesma espécie em áreas diferentes. 
O autor citado complementa que as aves e mamíferos frutívoros são considerados 
os “plantadores da mata”, pois se alimentam dos frutos nativos, processo a partir do qual se 
procede a dispersão das sementes pelas fezes em todas as áreas de sua existência. 
O controle populacional é outra importante função dos animais silvestres na natu-
reza, pois eles integram uma cadeia alimentar bem organizada, n qual os consumidores 
primários dependem da flora em equilíbrio para a sobrevivência, por se tratarem de animais 
herbívoros que servem de alimento para os consumidores secundários (algumas espécies 
de serpentes, corujas e mamíferos carnívoros de médio porte), que, por sua vez, são preda-
dos pelos consumidores terciários ou os chamados “animais topo de cadeia”, representados 
pelas aves de rapina, répteis e mamíferos carnívoros de grande porte.
17UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
5. OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Durante a realização da Cúpula do Milênio, reunião promovida pela Organização 
das Nações Unidas, em Nova York, em setembro de 2000, líderes de 189 países firmaram 
um pacto. Desse pacto, cujo foco principal era o compromisso de combater a pobreza e 
a fome no mundo, nasceu um documento chamado Declaração do Milênio. Ficou, assim, 
estabelecido como prioridade eliminar a extrema pobreza e a fome do mundo até 2015. A 
realização da Cúpula do Milênio representou um momento de síntese na história das ONU. 
Nas reflexões que se deram em decorrência da sua convocação e preparação da Cúpula, 
pôde ser confirmada a gravidade da pobreza que assolava o mundo e a necessidade de 
se conseguir maior visibilidade para o problema e maior compromisso dos países no seu 
combate. 
Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1991), 
os objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão relacionados 
com o processo de crescimento da cidade e objetiva a conservação do uso racional dos 
recursos naturais incorporados às atividades produtivas. Entre esses objetivos estão:
1. Crescimento renovável;
2. Mudança de qualidade do crescimento;
3. Satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento 
e saneamento básico;
4. Garantia de um nível sustentável da população;
18UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
5. Conservação e proteção da base de recursos;
6. Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco.
De acordo com o Guia sobre Desenvolvimento Sustentável, no ano de 2016 entrou 
em vigor a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU, 2015) intitulada “Transfor-
mar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável”. 
Para Alves (2015), “a concepção dos cinco P’s é eloquente, pois estabelece cinco 
prioridades equidistantes, projetadas dentro de um círculo, cujo centro é um pentágono, 
representando o “desenvolvimento sustentável”. No topo do desenho estão colocadas 
as Pessoas (erradicação da pobreza), no nível intermediário estão o Planeta (recursos 
naturais e clima) e a Prosperidade (bem-estar humano) e na base do círculo estão a Paz 
(sociedades pacíficas, justas e inclusivas) e as Parcerias (governança global sólida).
Os cinco componentes, por sua vez, sustentam o acordo com o estabelecido nos 
17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS). Os temas definidos como ODS são 
muitos, mas, basicamente, têm um ponto em comum: tornar o desenvolvimento humano 
mais seguro e garantir condições de vida adequadas sob o ponto de vista social, ambiental 
e econômico.
No coração da Agenda 2030 estão cinco eixos de atuação para o Desenvolvimento 
Sustentável (5 P’s da sustentabilidade), sendo pessoas, prosperidade, paz, parcerias e 
planeta, conforme demonstrado na figura abaixo:
 FIGURA 1 - OS CINCO P’S DA AGENDA AMBIENTAL
 
Fonte: Os cinco P’s da Agenda 2030 (ONU,2015). 
Disponível em: Plataforma Agenda 2030. Acesso: 24 nov. 2020.
19UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
Encontrar as interdependências entre os 17 objetivos nos ajuda a encontrar as 
raízes dos problemas e criar soluções sustentáveis de longo prazo. 
O objetivo de uma agenda é sempre, em primeiro lugar, organizar os temas e faci-
litar o entendimento das pessoas para, em seguida, mobilizar, engajar e convocar à ação. 
O desejo da Organização das Nações Unidas com estabelecimento dessa Agenda é levar 
todos os países a aspirar o desenvolvimento, mas não a qualquer custo, em prejuízo de 
pessoas e do planeta.
Para a ONU (2015, s/p):
é fundamental que a agenda seja “sustentável”, isto é, equilibre novas res-
postas e soluções econômicas, ambientais e sociais, algo que apenas será 
possível se cada indivíduo, e cada uma das instituições (governos, empre-
sas, organizações da sociedade civil) mudem atitudes e comportamentos na 
direção de um jeito melhor de viver no planeta no século 21.
Para melhor entendimento, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 
significam:
 1. Erradicação da pobreza: “acabar com a pobreza em todas as suas formas, 
em todos os lugares”;
Para a ONU (2015), este constitui o maior desafio entre todos para o atendimento 
do desenvolvimento sustentável. 
A ONU (2015) demonstra muita preocupação com o assunto e entende que um dos 
caminhos para solucionar este sério problema é o estabelecimento parcerias que viabilizem 
a mobilização de recursos para a criação de programas e políticas que erradiquem a pobre-
za em todos os sentidos.
Esses programas devem oferecer as populações vulneráveis condições mínimas 
de sobrevivência e seja possível reduzir à metade a proporção de pessoas que vivem em 
situação de pobreza.
Estabelecer parcerias e programas não significa fornecer cestas básicas, pois não 
resolverá a situação. É preciso oferecer condições para que o cidadão tenha possibilidadede se auto sustentar por meio de um trabalho e uma remuneração digna (ONU, 2015).
2. Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segu-
rança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”;
Segundo a ONU (2015), existem mais de 500 milhões de pessoas em situação de 
desnutrição no planeta. A meta do segundo objetivo do desenvolvimento sustentável é que, 
até 2030, os países desenvolvam programas e políticas que possam dobrar a produtividade 
20UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
dos pequenos agricultores, incluindo mulheres e povos indígenas, de modo a aumentar a 
renda de suas famílias.
Esperamos que sejam realmente estabelecidos programas para este fim, que mos-
trem a importância de produzir de forma sustentável, respeitando o meio ambiente, ou seja, 
produzir mais alimento na mesma área e não provocar ainda mais desmatamentos. 
De todo alimento produzido no mundo, mais de um terço é desperdiçado, custando 
aproximadamente US$750 bilhões à economia global anualmente. Entretanto, as perdas 
não se limitam apenas a esfera econômica, mas também de outros insumos que foram 
necessários para a produção, como a água, energia e trabalho, emitindo, ainda, gases 
estufa ao longo do processo.
Segundo o relatório “O Caminho para a Dignidade até 2030” (2015), as possíveis 
causas para a deficiência no sistema de distribuição e a consequente insegurança alimentar 
são: conflitos, terrorismo, corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio ambiente e 
a pobreza, citada anteriormente como sendo a principal raiz do problema de acessibilidade 
a alimentos no mundo. A declaração afirma ainda que nenhum ser humano em estado de 
fome terá preocupação com o meio ambiente.
3. Saúde e bem-estar: “assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar 
para todos, em todas as idades”;
As metas da Agenda 2030 estão não apenas na redução da mortalidade neonatal, 
da obesidade e na erradicação de doenças como o HIV, tuberculose e malária, mas também 
na conscientização quanto ao uso de álcool e drogas e no esclarecimento cada vez maior 
em torno da saúde mental e da importância do bem-estar psicológico e físico (ONU, 2015). 
Segundo a Organização Nações Unidas - ONU ( 2015 saúde pode ser definida como 
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença 
ou enfermidades”. Sendo assim, não basta apenas estar sem nenhuma doença: é necessário 
estar bem consigo mesmo e com o corpo, sem sentir dores ou, até mesmo, tristeza.
4. Educação de qualidade: “assegurar a educação inclusiva e equitativa de 
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”;
Este objetivo trata de todos os níveis educacionais, desde a primeira infância até 
a vida adulta, e tem como de suas metas garantir que a educação seja viável para todas 
e todos, sem discriminação de gênero. Isso é importante pelo fato de que as meninas 
são as principais prejudicadas em seu desenvolvimento educacional, pois, em comparação 
21UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
aos meninos, a educação delas costuma ficar em segundo plano. Além disso, muitas 
são obrigadas a abandonar os estudos em função de casamentos e gestações precoces 
(ONU, 2015).
Relacionado a este fato, Philippi Jr. et al. (2002, p. 42) fala da importância da edu-
cação para o desenvolvimento sustentável:
Falta evidentemente mais educação: educação do empresário, para que não 
despeje o resíduo industrial nos rios; educação dos investidores imobiliários, 
para que respeitem as leis de zoneamento e orientem os projetos de modo 
a preservar a qualidade de vida do povo; educação dos comerciantes, para 
que não se estabeleçam onde a lei não permite e comprovem a conivência de 
autoridades públicas para a continuação de suas práticas ilegais, educação 
do político, para que não venda leis e decisões administrativas, para que não 
estimule e nem acoberte ilegalidades, para que não faça barganhas contra 
os interesses do povo; educação do povo, para que tome consciência de que 
cada situação danosa para o meio ambiente é uma agressão aos seus direi-
tos comunitários e agressão aos direitos de cada um.
5. Igualdade de gênero: “alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas 
as mulheres e meninas”;
Objetivando a erradicação de todas as formas de violência contra meninas e mu-
lheres, uma das metas da Agenda 2030 é viabilizar que meninas e mulheres recebam os 
mesmos incentivos e oportunidades educacionais, profissionais e de participação política que 
meninos e homens, bem como o igual acesso a serviços de saúde e segurança (ONU, 2015). 
6. Água potável e saneamento: “assegurar a disponibilidade e gestão susten-
tável da água e saneamento para todos”;
Saneamento básico, como o próprio nome já diz, é muito básico para que todas as 
pessoas não tenham acesso. 
A Agenda 2030 prevê como meta uma gestão mais responsável dos recursos hídri-
cos, incluindo a implementação de saneamento básico em todas as regiões vulneráveis e a 
proteção dos ecossistemas relacionados à água, como rios e florestas (ONU, 2015).
O gráfico abaixo traz as principais metas para saneamento básico no Brasil, que é 
fornecer água tratada a 99 % da população, esgoto sanitário a 93% e diminuir as perdas de 
água tratada para 31%.
22UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
GRÁFICO 1 - PRINCIPAIS METAS PARA SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL
Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico (2013).
7. Energia acessível e limpa: “assegurar o acesso confiável, sustentável, 
moderno e a preço acessível à energia, para todos”;
Mais do que oferecer a todas as pessoas acesso à energia, é garantir que a ener-
gia fornecida também seja limpa e barata, para que não haja prejuízos ao meio ambiente 
durante a sua produção e, também, dificuldades de acesso pelas pessoas de baixa renda 
e em situação de vulnerabilidade (ONU, 2015).
No setor elétrico brasileiro, o ano de 2016 foi marcado pela entrada de fonte solar 
fotovoltaica (FV) no Balanço Energético Nacional. O Brasil possui um quadro de depen-
dência energética da geração das hidrelétricas e essa é uma questão que traz inúmeras 
complicações para o sistema de energia brasileiro. 
De acordo com o último Balanço Energético Nacional, realizado pelo Ministério 
de Minas e Energia, em 2016, a geração hidráulica corresponde a 64% da Matriz Elétrica 
Brasileira e, ainda segundo o documento, pelo terceiro ano consecutivo houve redução da 
oferta de energia hidráulica devido às condições hidrológicas desfavoráveis.
8. Trabalho decente e crescimento econômico: “promover o crescimento eco-
nômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho 
decente para todos”;
23UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
Para garantir emprego, principalmente para os jovens sem formação, a Agenda es-
timula o empreendedorismo, a criatividade e a inovação, além de incentivar a formalização 
e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a 
serviços financeiros (ONU, 2015). 
9. Indústria, inovação e infraestrutura: “promover o crescimento econômico 
sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente 
para todos”;
Buscar incentivar os países para promover as pesquisas científicas, dar condições 
para as pessoas terem acesso à internet e, assim, obterem conhecimento de todas as 
novidades tecnológicas de produção, para que os países menos desenvolvidos possam 
crescer na sua capacidade produtiva de forma que garanta sustentabilidade (ONU, 2015). 
10. Redução das desigualdades: “reduzir a desigualdade dentro dos países e 
entre eles”;
Reduzir desigualdades é mais do que promover uma melhor distribuição de renda 
dentro das nações ou de romper com os privilégios comerciais de nações ricas em relação 
às mais pobres. Está em estreitar os laços entre as pessoas que ocupamos territórios do 
planeta, sejam elas nativas ou imigrantes. A xenofobia é um problema grave, causador de 
diversas violências, que faz com que várias pessoas se vejam marginalizadas e com menos 
oportunidades somente por pertencerem a um território ou etnia diferente (ONU, 2015).
 
11. Cidades e comunidades sustentáveis: “reduzir a desigualdade dentro dos 
países e entre eles”;
É visível a urbanidade do mundo e essa situação ocasiona diversos problemas am-
bientais como: doenças, impermeabilização do solo, acúmulo de lixo, poluição atmosférica 
e dos recursos hídricos etc.
12. Consumo e produção responsáveis: “assegurar padrões de produção e 
de consumo sustentáveis”;
Com o consumismo e a exaustão dos recursos naturais, teremos não apenas falta 
de água, mas também a falta de outros recursos, como alimentos, minerais, energia etc. 
Nesse caso, a Agenda estimula a redução da geração de resíduos e reutilização e recicla-
gem (ONU,2015). 
24UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
13. Ação contra mudança global do clima: “tomar medidas urgentes para 
combater a mudança do clima e seus impactos”;
Apesar da diminuição do aumento do buraco na camada de ozônio, ainda estamos 
cada vez mais aumentando o desmatamento a poluição do ar, fatores que influenciam di-
retamente no aquecimento do planeta. As metas da Agenda 2030 consistem em aumentar 
os investimentos dos países no desenvolvimento de tecnologias que permitam reduzir o 
desgaste do planeta (ONU, 2015). 
14. Vida na água: “conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares 
e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”;
De acordo com a ONU, há 13 mil pedaços de plástico em cada quilômetro quadrado 
do oceano. Uma das metas da Agenda para este objetivo é aumentar a conscientização 
quanto à poluição dos oceanos. Para isso, ela prevê para 2030 o fim de todas as práticas 
ilegais de pescaria que prejudicam o ecossistema marinho (ONU, 2015).
15. Vida terrestre: proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos 
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a deser-
tificação, deter e reverter a degradação da terra, e deter a perda de biodiversidade;
Com o aumento dos desastres ambientais em diversas regiões do planeta, como 
vazamentos de substâncias químicas, rompimento de barragens e incêndios, a Agenda 
2030 tem como meta aumentar a mobilização para reverter as consequências dessas de-
gradações e também para prevenir novos desastres (ONU,2015).
16. Paz, justiça e instituições eficazes: promover sociedades pacíficas e in-
clusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para 
todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;
A Agenda prevê que os países combatam a corrupção, a impunidade, as práticas 
abusivas e discriminatórias, a tortura, bem como todas as formas de restrição das liberda-
des individuais (ONU,2015).
17. Parcerias e meios de implementação: fortalecer os meios de implementa-
ção e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável;
Para que todos esses objetivos se tornem realidade, é importante que haja relações 
de parceria e cooperação entre as nações. Por isso, uma das metas da Agenda 2030 é que 
25UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
os países em melhores condições financeiras ajudem os países em desenvolvimento a 
alcançar a sustentabilidade da dívida de longo prazo, por meio de políticas coordenadas 
destinadas a promover o financiamento, a redução e a reestruturação da dívida, conforme 
apropriado, e tratar da dívida externa dos países pobres altamente endividados para reduzir 
o superendividamento (ONU, 2015).
 SAIBA MAIS
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil é uma contribuição ímpar para a avaliação 
dos ODM, pois seus dados desagregados vão além das médias, permitindo verificar o ponto 
de partida e a evolução do bem-estar das populações de cada porção do território brasileiro. 
Trata-se de um banco de dados georreferenciado, contendo informações socioeconômicas 
para os 5.507 municípios brasileiros: são dezenas de indicadores, tais como população 
(total, rural, urbana, por gênero, por faixa etária etc.), renda per capita (individual, familiar, 
total, oriunda do trabalho etc.), taxa de alfabetização (por gênero, raça, faixa etária etc.), 
taxa de mortalidade, IDH e outros. 
O software gera mapas (Brasil, regiões e estados), perfis municipais, tabelas, análises 
estatísticas, etc., a partir dos dados censitários (IBGE) de 1991 e 2000 (PNUMA, 2015).
O Projeto do Milênio recomenda uma estratégia global para auxiliar as nações a mudar o 
curso contra a pobreza. Usando as metas determinadas pelos Objetivos de Desenvolvimento 
do Milênio, as recomendações de políticas feitas pelo Projeto são centradas em:
● Planejamento para o horizonte temporal de 2015; 
● Busca dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio como metas mínimas nos 
países em desenvolvimento; 
● Especificações de como os países doadores devem agir em relação a seus compromissos 
de ajuda, comércio e alívio da dívida externa para coerentemente apoiar os países mais 
pobres do mundo no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. 
● A maior parte do trabalho do Projeto é levada a cabo por dez forças-tarefa temáticas, 
totalizando mais de 250 especialistas de todo o mundo, incluindo: pesquisadores 
e cientistas, formuladores de políticas, representantes de ONGs, agências da 
ONU, Banco Mundial, FMI e o setor privado. Nos últimos três anos, as forças-
tarefa conduziram extensas pesquisas em suas áreas de perícia, a fim de produzir 
recomendações para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
26UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
 A recomendação principal do Projeto do Milênio é a de que os Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio devem estar no centro das estratégias nacionais 
e internacionais de combate à pobreza. Para que isso aconteça, os países em 
desenvolvimento precisam administrar vigorosas “avaliações de necessidades”, para 
identificar em que ponto eles estão posicionados em relação aos Objetivos e quais as 
intervenções necessárias para que se entre no eixo para 2015.
 Porém, para que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados, 
os países doadores também devem fazer sua parte neste acordo global. Os Objetivos 
contêm uma meta específica para que seja estabelecida uma “parceria global para o 
desenvolvimento”, que detalha o que é necessário dos países mais ricos para que seja 
financiada a luta contra a pobreza no mundo em desenvolvimento. Alcançar os Objetivos 
de Desenvolvimento do Milênio requer um aumento marcante no volume de Ajuda Oficial 
ao Desenvolvimento (ODA).
 As descobertas do Projeto demonstram que, nos países em desenvolvimento, 
com “estratégias de redução da pobreza baseadas nos ODM” e em consonância com 
o compromisso de 0,7% do PIB feito pelos países desenvolvidos, os Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio podem ser alcançados, mesmo nos países mais pobres, 
até 2015 (PNUMA, 2015).
 O Brasil tem um novo objetivo. Não adianta melhorar apenas as estatísticas gerais 
sem oferecer condições iguais a todas as etnias. Por isso, a partir de 2006, a ONU 
estipulou um nono objetivo para o Brasil: garantir que as melhorias obtidas na luta pelo 
cumprimento dos objetivos do milênio promovam igualdade de condições para brancos 
e negros. Tal meta foi batizada de “Os objetivos do milênio sem o racismo” e será levada 
em conta na análise dos resultados finais da campanha, ou seja, só vamos cumprir os 
oito objetivos principais se lá em 2015 brancos e negros estiverem em condições iguais.
Fonte: As Metas do Milênio da ONU ( 2015) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável | PNUD Brasil 
(undp.org). Acesso: 24 nov.2020
27UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
REFLITA
 Os animais cumprem um papelmuito importante para o equilíbrio do planeta, 
pois, são os principais responsáveis pela respiração, fenômeno capaz de equilibrar a 
fotossíntese. A fotossíntese precisa de luz solar, água e gás carbônico para produzir 
açúcares. Os animais, ao respirarem, quebram essas moléculas e absorvem a energia 
armazenada, liberando a água e o gás carbônico novamente (fundamental para a vida 
vegetal). E, embora as plantas também respirem, sua liberação de gás carbônico é mais 
lenta. Em um ambiente sem animais haveria uma forte tendência ao gás carbônico se 
fixar nas plantas, interrompendo a fotossíntese e aumentando o efeito estufa produzido 
pela camada de gás carbônico.
Fonte: UOL (s. d.).
 As plantas e os animais são essenciais para a manutenção da vida na Terra. As 
plantas fazem, entre outras coisas, a fotossíntese, absorvendo gás carbônico e libe-
rando oxigênio. Os animais são agentes polinizadores, garantindo a germinação de 
novas árvores. Um beneficia o outro, e todos são beneficiados. Por isso é tão impor-
tante à proteção ambiental. 
 Você consegue imaginar este planeta sem plantas e animais? Por que é importante 
cuidar dos animais e do meio ambiente? Talvez você nunca tenha pensado a respei-
to disso, no entanto os animais estão sempre presentes em nosso cotidiano e muitas 
vezes não damos conta de sua presença. Se estendermos essa pergunta ao universo 
ecológico, vamos perceber que sem os animais habitando o planeta Terra a vida sim-
plesmente iria se extinguir. 
Fonte: LBV (2016).
28UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os problemas ambientais desencadeiam uma série de questionamentos sobre 
suas causas e consequências. Essas causas e consequências afetam a relação entre os 
homens e deles com a natureza. 
O ser humano deve observar os exemplos da natureza e ter a consciência de que 
a biosfera tem limites e que estes devem ser respeitados, sendo necessário repensar 
práticas, costumes e padrões de consumo e tecnologias empregadas, pois com os pa-
radigmas atuais, não haverá planeta suficiente para manter a sociedade com a inclusão 
que ainda precisa ser feita.
Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes de-
vem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambiente, a fim de 
minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos naturais e a escassez em 
nome da melhoria da qualidade de vida.
Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento. Por isso, 
entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado, compreender a natureza e 
aplicar este conhecimento a benefício do homem e da própria natureza. 
Segundo Leripio, a relação meio ambiente e desenvolvimento devem deixar de ser 
conflitantes para tornar-se uma relação de parceria. O ponto chave da questão passa a ser 
a necessidade de uma convivência pacífica entre a boa qualidade do meio ambiente e o 
desenvolvimento econômico (LERIPIO, 2001).
A Agenda 2030 sinaliza a compreensão por todos de que a humanidade pode e 
deve fazer escolhas por trajetórias tecnológicas, sociais, econômicas que maximizem os 
ganhos para as pessoas e para o planeta, visando a prosperidade e a paz, de forma colabo-
rativa, por meio de parcerias. A Agenda mostra, ainda, a necessidade em reduzir a geração 
de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reutilização e pensar na imensa 
oportunidade para trabalhar em parcerias.
Importante ressaltar que cerca de cinco a 20 milhões de pessoas morrem por ano 
por causa da fome, muitas delas crianças, e alterar essa situação significa buscar mudan-
ças no estilo de vida da sociedade. A própria Constituição de 1988, em seu Preâmbulo, 
trata da erradicação da pobreza e da marginalização, mas, infelizmente, temos ainda “um 
longo caminho a percorrer”. 
29UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
Garantir o alimento para todos, superar a miséria e a fome exige mais que esforço: 
comprometimento de todos os agentes públicos e privados, atendendo às exigências e a 
busca da sustentabilidade social.
Há uma estreita sintonia entre as prioridades da Agenda 21 e os Objetivos e Metas 
de Desenvolvimento do Milênio. A Agenda 21 é um importante instrumento para que temas 
essenciais à sustentabilidade do desenvolvimento alcancem a transversalidade necessária 
nas políticas de governo, como é o caso do meio ambiente e do próprio combate à pobreza. 
Os ODM dão finalidade e direção comuns aos esforços empreendidos no combate 
à pobreza, em seu sentido amplo. A oportunidade de tirar-se o máximo proveito da experiên-
cia da Agenda 21 para o atendimento dos ODM é dada porque, do conjunto de instrumentos 
direcionados à sustentabilidade do desenvolvimento, possivelmente, a Agenda 21 seja o 
mais completo, em termos de setores e temas transversais tratados e, sobretudo, o que 
mais permeou os diferentes setores da sociedade níveis de governo. 
A Agenda 21 constitui-se no principal referencial de princípios e valores que estariam 
contidos no conceito de desenvolvimento sustentável. É o canal para envolver a sociedade 
(método) e o desenvolvimento social, meio ambiente e desenvolvimento, habitat, gênero, 
direitos humanos etc. Considerando-se que já havia um amadurecimento em torno dos 
princípios que norteariam o tratamento desses temas em prol do desenvolvimento humano 
sustentável, tratava-se, então, acima de tudo, de estabelecer um acordo em torno dos 
grandes objetivos e metas que os países estariam dispostos a cumprir.
30UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
LEITURA COMPLEMENTAR 
Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos
 sobre as inter-relações pessoa-ambiente
O texto examina alguns dos pressupostos que guiaram os primeiros trabalhos em 
Psicologia Ambiental e os revisa à luz de perspectivas contemporâneas. Muitos desses 
pressupostos continuam a ter relevância, mas são necessárias algumas modificações e 
acréscimos para dar conta do desenvolvimento em ideias e pesquisas ao longo dos anos. 
É preciso: ir além da pesquisa multidisciplinar, engajando-se no pensamento interdisciplinar 
e pesquisa em colaboração com pessoas de outras disciplinas; ampliar a atenção com as 
questões éticas; examinar o papel da tecnologia na vida das pessoas; reconhecer a na-
tureza holística das transações pessoa-ambiente levando em consideração a diversidade 
criada por idade, gênero, nível de capacidade/incapacidade, cultura e economia.
Fonte: Scielo (2019). 
Relações ecológicas - Os tipos de relacionamento entre os seres vivos
Na natureza, existem diversos tipos de relações entre os seres vivos, sendo al-
gumas benéficas e outras prejudiciais para cada um dos envolvidos. Essas relações são 
classificadas como positivas, quando há ganho para um dos envolvidos ou para ambos, e 
como negativas, quando há prejuízo pelo menos para um dos envolvidos. Quando ocorrem 
entre indivíduos da mesma espécie, as relações são denominadas intraespecíficas e, quan-
do são de espécies diferentes, chamamos de interespecífica. 
Fonte: UOL (2019). 
Interações Ecológicas
Este texto traz complemento mais abrangente sobre as relações ecológicas, possi-
bilitando maiores conhecimentos sobre o conteúdo ministrado neste capítulo.
Fonte: Biomania (s. d.).
31UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Este texto traz os objetivos do desenvolvimento sustentável, demonstrando suas 
metas dentro de cada objetivo.
Fonte: Itamaraty (2019).
Novas propostas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Em 2015 termina o prazo estabelecido para o cumprimento das metas dos oito Ob-
jetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que foram definidos na Cúpula do Milênio, 
da Organização das Nações Unidas (ONU), no ano 2000, em Nova Iorque.
Atualmente, a ONU está realizando um debate global para definir quais serão as 
novas metas que substituirão os ODMs,entre 2015 e 2030, e que vão dar continuidade às 
decisões da Conferência do Meio Ambiente de 2012, a Rio + 20.
 
Fonte: Alves (2014).
32UNIDADE I Princípios e Objetivos da Educação Ambiental
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO 
Título: Relações ecológicas
Ano: 2016
Sinopse: a vida na terra, seja ao nível de uma pequena poça 
ou ao nível de um ecossistema que abrange um continente, se 
resume em interações. Além de interagirem com o meio físico, 
os organismos interagem com indivíduos da sua espécie e com 
outras espécies, estabelecendo o que chamamos de relações eco-
lógicas. As relações ecológicas podem ser harmônicas (quando 
não há prejuízo para nenhum indivíduo) ou desarmônicas (quando 
um indivíduo é prejudicado por outro). Ambas ocorrem tanto ao 
nível intra-específico (entre indivíduos da mesma espécie) quanto 
ao nível interespecífico (entre espécies diferentes).
Link: https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U.
FILME/VÍDEO 2
Título: Relações Ecológicas
Ano: 2013
Sinopse: recortes de filmes mostrando diferentes Relações ecoló-
gicas intraespecíficas e interespecíficas.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=SB5jkiM4R8g. 
FILME/VÍDEO 3
Título: Conheça os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável 
Ano: 2017
Sinopse: relata os problemas da revolução devido produção em 
massa e consumismo e as propostas do ODS.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY. 
FILME/VÍDEO 4
Título: O que é essa tal de sustentabilidade?
Ano: 2016
Sinopse: o que é essa tal de sustentabilidade traz uma provoca-
ção sobre o tema e o autor Saulo com este vídeo inicia uma série 
de quebras de paradigmas sobre o tema.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=tBr6GvbeJvo. 
FILME/VÍDEO 5
Título: Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável – Uni-
dade I
Ano: 2013
Sinopse: o vídeo traz conceitos sobre meio ambiente, ecologia, 
interações ecológicas, explicando as inter-relações ecossistêmi-
cas e equilíbrio ecológico. 
Link:https://www.youtube.com/watch?time_continue=116&-
v=HLOCF_Z9XdY. 
33
Plano de Estudo:
● Problemas ambientais que afetam o planeta - introdução 
 da relação de depredação do ser humano sobre o meio ambiente;
● Industrialização e seus efeitos;
● Pressupostos teórico-metodológicos da Educação Ambiental;
● Correntes da educação ambiental.
Objetivos da Aprendizagem:
● Demonstraremos que os problemas ambientais são sistêmicos, o que significa 
que estão interligados e são interdependentes. Esses problemas precisam ser 
vistos, exatamente, como diferentes facetas de uma única crise, que é em gran-
de medida uma crise de percepção. Assim, promover conhecimentos necessá-
rios à compreensão do ambiente, de modo a suscitar uma consciência social 
que possa gerar atitudes capazes de afetar comportamentos, onde a educação 
ambiental não pode ser definida em práticas isoladas, mas deve ser um pro-
cesso contínuo de tomada e retomada de decisões, análises e, principalmente, 
ações, já que dessas dependem o futuro da humanidade, a qualidade de vida e 
a manutenção da vida na terra.
UNIDADE II
Problemas Ambientais
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
34UNIDADE II Problemas Ambientais
INTRODUÇÃO
Modernamente, as relações estabelecidas entre os indivíduos e os recursos natu-
rais, levando-se em conta, como não poderia deixar de ser, fatores como o consumismo 
desenfreado, o desenvolvimento capitalista, bem como a expansão populacional, têm 
levado o meio ambiente a atual situação de crise.
A interferência desordenada humana no meio ambiente é a grande causadora da 
perda da biodiversidade mundial. Desta forma, a importância de preservar as plantas e 
os animais tem sido cada vez mais discutida na atualidade. Plantas e animais têm sido 
exterminados de maneira muito rápida pela ação humana, quando as matas e florestas são 
de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o bom funcio-
namento climático. Desse modo, dentre as principais causas da perda de biodiversidade, 
destacam-se a destruição de habitat, a introdução de espécies exóticas e o uso exagerado 
de recursos naturais.
A biodiversidade é ameaçada pela introdução de espécies exóticas: ao inserirmos 
uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode competir com as outras, 
predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se exageradamente e até mesmo provo-
car doenças. Percebe-se, portanto, que essa ação pode provocar a destruição de algumas 
espécies, afetando diretamente o equilíbrio daquele ecossistema.
Consequentemente, posterior a estes fatos, no Brasil, o desenvolvimento de 
atividades industriais gerou diversos problemas para a economia, com destaque para o 
encarecimento dos alimentos e o agravamento do problema de escassez de mão de obra. 
35UNIDADE II Problemas Ambientais
1. PROBLEMAS AMBIENTAIS QUE AFETAM O PLANETA - INTRODUÇÃO DA 
 RELAÇÃO DE DEPREDAÇÃO DO SER HUMANO SOBRE O MEIO AMBIENTE 
Se voltássemos na história, perceberíamos que o homem sempre estabeleceu uma 
relação de dominação com a natureza e, com o passar dos tempos, cada geração viveu em 
realidades sociais e culturais diferentes. No entanto, a descrição dos relatos de um passado 
distante pode favorecer o enriquecimento dos argumentos nas discussões e reflexões sobre 
a relação sociedade natureza no tempo e no espaço, buscando impedir a devastação de 
toda forma de vida no planeta.
Por volta de 1966, o governo criou uma política de incentivos fiscais em nome do 
desenvolvimento econômico. Na época, os agricultores, para terem direito de receber o 
incentivo financeiro para plantar e adquirir equipamentos, necessitavam assumir o com-
promisso de desmatar. O governo entendia que, para desenvolver, havia a necessidade do 
desmatamento no intuito de expandir atividades produtivas e maior obtenção de solo para 
a agropecuária, uso das árvores na indústria madeireira e a especulação imobiliária. 
Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de destruição 
ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chegou a 14 milhões de hectares, processo de 
desmatamento que trouxe prejuízos ambientais e socioeconômicos muito significativos, como:
● A ocorrência de desequilíbrios climáticos com a diminuição das chuvas devido à 
alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de estiagem e redução 
36UNIDADE II Problemas Ambientais
da umidade relativa do ar, pois, com a remoção das folhagens, há uma queda da regulação 
da temperatura ambiental, deixando-a mais alta e instável;
● Perda de biodiversidade da fauna e flora nativas, podendo o equilíbrio ecológico 
tornar-se ameaçado;
● Degradação de mananciais pela remoção da proteção das nascentes, prejudi-
cando a impermeabilização do solo em torno da água;
● O esgotamento dos solos com a intensificação de processos de erosão e 
desertificação.
Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade, o desmatamento 
ainda traz diversos prejuízos, como o enfraquecimento do ecoturismo, a diminuição das 
possibilidades de pesquisas para a área de fármaco, a perda qualidade da água e o au-
mento da resistência a doenças e pragas na agricultura que provém, muitas vezes, do 
cruzamento entre espécies nativas próximas.
Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável pelo 
desaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu habitat. A pecuária, 
para Margulis (2003), constitui a principal atividade responsável pela maior parte do des-
matamento. Nesse sentido, Castro (2007) complementa que uma das principais soluções a 
serem adotadas para a preservação do meio ambiente seria a implantação de políticas que 
visem o desenvolvimento sustentável, através do fortalecimento do comércio de carbono.
O desmatamento, também chamado de desflorestamento, nas florestas brasileiras 
começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano de 1500. Interes-
sados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os portugueses iniciaram a explora-ção da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro, carregadas 
de toras de pau-brasil para serem vendidas no mercado europeu. Enquanto a madeira era 
utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do 
pau-brasil era usada para tingir tecidos.
Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata 
Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da derrubada ilegal de 
árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras 
instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Embora os casos da 
Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento 
ocorre nos quatro cantos do país.
Além da derrubada predatória para fins econômicos, outras formas de atuação do 
ser humano têm provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido também 
37UNIDADE II Problemas Ambientais
nas chamadas frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas para a agricultura, 
muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvores para o plantio. 
O crescimento das cidades sem que haja planejamento urbano adequado, por sua 
vez, pode ser causador de vários impactos ambientais. Um dos principais é a retirada de áreas 
verdes para a construção de prédios, residências, fábricas e outros tipos de construção. Com 
pouca área verde, aumenta-se muito a poluição atmosférica, além de ser um fator determinante 
no aumento de enchentes e alagamentos em períodos de grande quantidade de chuvas.
O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam áreas 
amplas nas cidades e arredores. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção 
de condomínios residenciais e polos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. 
Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de 
grandes faixas de florestas.
Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e 
incêndios florestais. Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar 
matas protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar as 
áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Além disso, também ocorrem incêndios por 
pura irresponsabilidade de motoristas: bombeiros afirmam que muitos incêndios têm como 
causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias.
 
 GRÁFICO 1 - DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA LEGAL (1988 - 2016)
 Fonte: INPE (2019).
38UNIDADE II Problemas Ambientais
Segundo dados do relatório de organizações como Greenpeace (2017), o desmata-
mento da floresta amazônica no Brasil é contínuo, mas o tamanho das áreas afetadas vive 
uma rotina de altos e baixos nas últimas duas décadas. A prática na região já teve crescimento 
de 29% (entre 2012 e 2013), bem como reduções de até 42% (entre 2008 e 2009).
Segundo Luzzi, (2015), os principais problemas ambientais atuais são: poluição 
do ar por gases poluentes gerados, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis 
(carvão mineral, gasolina e diesel) e indústrias; poluição de rios, lagos, mares e oceanos 
provocados por despejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vazamento de petróleo), 
etc. Essa poluição leva à eutrofização, que pode ter causas naturais ou ser provocado por 
uma ação humana negativa nas águas (causas artificiais). Atualmente, tem se tornado um 
problema ambiental grave, derivado do aumento do descarte de lixo, esgoto e substâncias 
químicas, principalmente nas águas de lagos do Brasil próximos ou dentro de grandes cen-
tros urbanos. Como consequência, a água perde sua transparência natural e, em muitos 
casos, ela adquire uma tonalidade esverdeada ou até azulada. 
A mudança de coloração é provocada, principalmente:
● pelo aumento de algas;
● pelo envelhecimento da água represada;
● pelo crescimento da quantidade de vegetais na água (principalmente plantas 
que vivem na superfície);
● pela redução do oxigênio na água.
As mudanças ocorridas no processo de eutrofização podem prejudicar o equi-
líbrio ecológico do ecossistema existente nas águas do local, provocando a morte de 
peixes e o aumento de outras formas de vida, como, por exemplo, algas. O aumento 
de cianobactérias (organismos tóxicos), por exemplo, compromete a qualidade da água 
destinada ao abastecimento público.
Outro impacto da atualidade, segundo Luzzi (2015), é a poluição do solo provocada 
por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos) e o descarte incorreto de 
lixo. A Agropecuária tem causado impactos ambientais significativos no cerrado, no panta-
nal e na floresta amazônica. Grandes áreas verdes têm sido desmatadas para a criação de 
gado e o plantio de soja. Estes problemas têm prejudicado os ecossistemas destas regiões, 
além da diminuição das áreas verdes que deveriam ser preservadas. 
Alguns climatologistas afirmam que o desmatamento na floresta amazônica pode 
ocasionar a diminuição das chuvas na região sudeste do Brasil, o aumento dos processos 
de desertificação e a erosão do solo. Exemplos de áreas que sofrem com estes problemas 
39UNIDADE II Problemas Ambientais
no Brasil são o Sul da Amazônia, o norte do Pantanal Mato-grossense e o norte do cerrado. 
Assim, há o esgotamento do solo (perda da fertilidade para a agricultura), provocado pelo 
uso incorreto, além de queimadas em matas e florestas como forma de ampliar áreas para 
pasto ou agricultura e o desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercialização 
de madeira, causando a diminuição e extinção de espécies animais, provocadas pela caça 
predatória e destruição de ecossistemas. 
Não poderíamos deixar de relatar a falta de água para o consumo humano, causa-
da pelo uso irracional (desperdício), contaminação e poluição dos recursos hídricos, além 
do aquecimento global, causado pela grande quantidade de emissão de gases do efeito 
estufa, entre outros.
Segundo relatório de 2014 da Organização Mundial da Saúde - OMS, em 2012, 
cerca de Sete milhões de pessoas morreram no mundo por causa da poluição do ar. 
Percebe-se que esses problemas estão interligados, uma vez que todos contribuem para 
alteração do clima e, consequentemente, para o aquecimento global.
O aquecimento global é o aumento da temperatura média do planeta devido à maior 
absorção da radiação infravermelha térmica na atmosfera. As consequências são desastrosas, 
como o degelo, fenômeno que derrete as camadas de gelo e aumenta o nível dos oceanos, 
ameaçando, assim, a existência das cidades costeiras. As espécies marinhas também são 
atingidas. A desertificação, alteração do regime de chuvas, tempestades, furacões, inunda-
ções e a redução da biodiversidade são consequências desse problema, e, sem dúvidas, o 
aquecimento global é a maior ameaça à sobrevivência dos seres (PINOTTI, 2016).
A mineração é uma outra atividade causadora de vários impactos ambientais no Bra-
sil. O pequeno garimpo irregular pode provocar contaminação, principalmente por mercúrio, 
nas águas de rios, lagos e também no solo. As grandes empresas mineradoras também 
geram impactos ambientais significativos: além de removerem áreas verdes, costumam 
abrir grandes crateras no solo, provocando alterações na paisagem ambiental. Exemplos 
de áreas que sofrem com estes problemas no Brasil são: Pará (extração de bauxita, cobre, 
manganês, ouro e níquel), Minas Gerais (extração de ouro e manganês) e Goiás (extração 
de níquel e cobre).
Outro problema é a destinação de resíduos dos mais variados processos produtivos 
e a escassez e falta de qualidade da água, que constitui um importante elemento para vida 
dos seres. Compreender que a destinação final adequada dos resíduos, segundo Ibrahin 
(2014), inclui a reciclagem, a reutilização, a compostagem, o aproveitamento energético ou 
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destinações diferentes admitidas por órgãos competentes, de modo que a evitar

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