Buscar

Sociedade Anônima e Mercado de Capital

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SOCIEDADE ANÔNIMA E MERCADO DE CAPITAL 
 
 
 
 
 
 
1 
1 
 
Sumário 
 
SOCIEDADE ANÔNIMA E MERCADO DE CAPITAL ............................. 0 
FACUMINAS ........................................................................................ 3 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................ 4 
2. SOCIEDADE ANÔNIMA NO BRASIL.......................................... 5 
3. CARACTERÍSTICAS DAS SOCIEDADES ANÔNIMA .............. 14 
4. ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA ..................................... 19 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................... 21 
6. MERCADO DE CAPITAL .......................................................... 23 
7. DESENVOLVIMENTO ............................................................... 24 
7.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO, OS JUROS 
E LUCRO. ..................................................................................................... 24 
7.2 A EVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO NO BRASIL ......... 25 
7.3 NOVO MERCADO ....................................................................... 27 
7.4 A REFORMA NA LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS ............... 28 
7.5 A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO ... 29 
7.6 O PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL............................. 31 
7.8 TÍTULOS FINANCEIROS ............................................................. 33 
8. O MERCADO DE CRÉDITO ..................................................... 35 
9. O MERCADO DE CAPITAIS ..................................................... 37 
9.1 OBJETIVOS DAS BOLSAS DE VALORES .................................. 40 
9.2 O MERCADO MONETÁRIO E O MERCADO CAMBIAL ............. 41 
9.3 O PREGÃO .................................................................................. 43 
9.4 TAXAS E ÍNDICES ....................................................................... 44 
10. FONTES DE FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS .................. 44 
10.1 FONTES INTERNAS ............................................................. 45 
file:///C:/Users/Willian/Desktop/APOSTILA%20SOCIEDADE%20ANONIMA%20E%20MERCADO%20DE%20CAPITAL..docx%23_Toc54106617
 
 
 
2 
2 
10.2 FONTES EXTERNAS ................................................................ 45 
11. EMISSÃO DE AÇÕES ............................................................... 47 
12. COMPANHIA DE CAPITAL ABERTO ....................................... 48 
13. CONCLUSÃO ............................................................................ 51 
14. REFERÊNCIAS ......................................................................... 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
3 
 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos 
de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
4 
4 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As Sociedades Anônimas surgiram primeiramente no contexto das grandes 
navegações e com a necessidade de mobilizar grandes investimentos 
econômicos tendo como principal alvo, a descoberta e manutenção de novas 
terras, com o propósito de acumular riquezas. Esse tipo de sociedade atraiam 
os investidores que buscavam um alto retorno financeiro. 
A Sociedade Anônima iniciou seu processo produtivo comercial naquele tempo, 
através de pequenas empresas familiares, sendo conhecida como sociedades 
familiares, onde os membros eram os pais, irmãos, sobrinhos, tios e etc. 
O processo produtivo era individualizado, onde quem tinha algum recurso, 
iniciava seu próprio negócio e/ou sua pequena fábrica, para produzir algum 
produto que lhe conviesse. Contudo, dependendo do processo, o mesmo 
precisava crescer, atendendo assim as expectativas de seu proprietário. 
 
 
 
5 
5 
 Para a existência desses negócios, eles viram que existia a necessidade de 
Capital, sendo assim com a junção do “pouco” capital de cada um de seus 
familiares, eles conseguiam um montante satisfatório para o início do negócio, 
tendo como administradores seus próprios donos investidores. 
Durante a revolução industrial para que as indústrias se desenvolvessem em 
grande escala, necessitavam de grandes investimentos para a expansão dos 
negócios, a partir daí vários investidores se juntaram, formando assim as 
sociedades por ações, com o privilégio real que era concedido por carta ou 
patente real onde começaram a debaterem entre si em círculo fechado visando 
o poder estatal, procurando a libertação, senão vejamos (REQUIÃO, 1.995, p. 
6): 
“A sociedade anônima, com efeito, tornou-se eficaz instrumento do 
capitalismo precisamente porque permite à poupança popular participa 
dos grandes empreendimentos, sem que o investidor, modesto ou 
poderoso, se vincule à responsabilidade além da soma investida, e pela 
possibilidade de a qualquer momento, sem dar conta de seu ato a 
ninguém, negociar livremente os títulos, obtendo novamente a liquidez 
monetária desejada”. 
 
2. SOCIEDADE ANÔNIMA NO BRASIL 
 
Esse tipo societário foi aceito por lei no Brasil através do Código Comercial 
Brasileiro, com a Lei 556 de 25 de julho no ano de 1.850, época em que foi 
editado do Código Comercial Brasileiro, porém essas empresas eram abertas 
com um tempo determinado e com a autorização do governo, para a fruição de 
seu funcionamento. Quando esse prazo chegasse ao fim, as mesmas eram 
dissolvidas. 
 
 
 
6 
6 
No Brasil, como instituto jurídico mercantil, onde era outorgada por carta real é 
instituída a sociedade Banco do Brasil S/A., por alvará de Dom João VI, em 
1.808, nasce aí uma das grandes empresas da sociedade anônima, conforme 
Código Comercial Brasileiro. 
Art. 295. As companhias ou sociedades anônimas, designadas pelo 
objeto ou empresa a que se destinam, sem firma social, e administradas 
por mandatários revogáveis, sócios ou não sócios, só podem estabelecer-
se por tempo determinado, e com autorização do Governo, dependente 
da aprovação do Corpo Legislativo quando hajam de gozar de algum 
privilégio: e devem provar-se por escritura pública, ou pelos seus 
estatutos, e pelo ato do Poder que as houver autorizado. 
Só depois de trinta anos do começo de sua existência no Brasil, foi estabelecida 
uma lei que regulamenta esse tipo de companhia. Com o crescimento do 
comércio no País, já no século XX o funcionamento das Sociedades Anônimas 
tanto internas quanto estrangeiras se tornou mais eficiente. 
Em 1.976, através da Lei 6.404 veio a favorecer os acionistas minoritários da 
Sociedade Anônima de capital aberto, que por falha do decreto anterior não 
haviam reconhecido seus privilégios em determinadas situações. E depois veio 
a Lei nº 6.404/76, a ser modificada por força dos planos econômicos das crises 
financeiras enfrentadas pelo Brasil. 
Até os tempos atuais, as Sociedades Anônimas são regulamentadas pela Lei nº 
6.404/76, sendo que o Código Civil Brasileiro em 2.002, trata das sociedades 
limitadas,sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, 
porém, em seus artigos 1.088 e o 1.089, que menciona sobre as sociedades 
anônimas. Assim disposto na mencionada Lei: 
 
 
 
7 
7 
Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-
se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo 
preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. 
Art. 1.089. A Sociedade Anônima rege-se por lei especial, 
aplicando-se lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código. 
Para tanto, como se vê nos dois dispositivos legais citados, o Código Civil de 
2.002 veio ratificar o fato de que as sociedades anônimas são reguladas por uma 
Lei especial, que é a Lei 6.404/76, sendo, assim regida pelo Código Civil 
somente as Omissões. 
As Sociedades Anônimas, a partir de quando foi implantada a lei nº 6.404/76 são 
consideradas sociedade empresária, ou seja, sociedade que visão exercer suas 
atividades econômicas e com fins lucrativos, de forma ordenada, promovendo a 
circulação de produtos e/ou serviços, bem como descrito no Art. 2º da citada Lei: 
Art. 2º Pode ser objeto de companhia qualquer empresa de fim 
lucrativo, não contrário a Lei, à ordem pública e aos bons 
costumes. §1ºQualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil 
e se rege pelas leis e usos do comércio. [...] 
O Código Civil brasileiro de 2.002, em seu artigo 982, parágrafo único, assim 
confirma o fato da sociedade anônima ser uma sociedade empresária 
independentemente do tipo de atividade que exerce. 
As sociedades anônimas devem se resguardar, na realidade, aos grandes 
empreendimentos, cujo seu agigantamento permitirá a poupança popular a 
participar do seu crescimento e, consecutivamente da sua rentabilidade. 
O Banco Central do Brasil, é o órgão que tem competência para autorizar o 
exercício das atividades dessas entidades. De acordo com o Conselho 
Monetário Nacional, estipula em suas resoluções o capital mínimo que as 
 
 
 
8 
8 
mesmas deverão possuir, proibindo assim a fruição com o capital inferior. Devem 
ser vistas como um instrumento da união dos capitais, atendendo principalmente 
à necessidade estrutural das grandes empresas. Senão vejamos o que diz 
Requião 
A sociedade anônima, segundo a Lei n. º 6.404, de 15 de dezembro 
de 1.976 constitui efetivamente o instrumento da grande empresa 
brasileira, que vai se formando, ao passo que se desenvolve o 
neocapitalismo brasileiro, na concentração paulatina de capitais 
nas mãos dos empresários nacionais. (REQUIÃO, 1.995, p. 18): 
Sendo assim, as Sociedades Anônimas no Brasil desde a sua regulamentação 
em 1.976, são sociedades que se constituem através de um Estatuto, sendo que 
os seus acionistas fundadores são mencionados no ato constitutivo, porém, após 
o registro e constituição dessa sociedade as transferências de ações são 
efetivadas na própria empresa. 
Dentro das Sociedades Anônimas ou companhia, quanto ao capital social, 
(mesmo também é regulamentado pela Lei 6.404/76), será dividido em ações. 
Os proprietários são denominados sócios acionistas, e sua responsabilidade 
será limitada ao preço de suas ações subscritas ou adquiridas, seus titulares 
assumem a responsabilidade de pagar o preço das suas emissões, e tem a 
mesma obrigação aqueles que as adquirirem de um terceiro, caso essas ações 
ainda não tenha sido, parcial ou totalmente pagas, porém a responsabilidade se 
limita ao valor total das ações integralizadas ao capital social. 
A estrutura de funcionamento deverá ser definida em seu estatuto social, e este 
deverá ser aprovado quando da criação da sociedade, sendo levado para 
registro mercantil, ou seja, na Junta Comercial, sendo esse o documento que 
comprova sua aprovação, dando assim início a existência da pessoa jurídica. Ao 
contrário do que se passa com do contrato social, o estatuto não especifica o 
 
 
 
9 
9 
nome dos sócios da empresa, porém apenas registra aqueles que estavam 
presentes na sua fundação, dispensando alterações, quando haja cessão de 
ações, e com ela da condição de sócio, terá que ser feito em livro próprio, não 
importando, para sua natureza quem são as pessoas dos sócios, levando em 
consideração que esse tipo societário, tem a sua característica voltada apenas 
visando o capital a ser investido, independente de quem seja, estatuto não 
deverá ser um contrato, é o regulamento no qual se relaciona a estrutura de 
existência e funcionamento da instituição. 
Quanto ao capital social, deverá ser definido em moeda corrente nacional, e 
também o número das ações e o seu valor nominal os quais serão determinados 
através do estatuto, onde cada ação será definida através da divisão do capital 
social pelo número de ações, assim todas as ações deverão ter o mesmo valor. 
Entretanto, é opcional atribuir valores nominais às ações, mas se assim o fizer, 
será necessário o registro em cláusula estatutária, ficará à a cargo da sociedade 
decidir ou não, determinar o valor nominal das ações, e se não for atribuir o valor 
nominal as ações, o estatuto poderá criar uma ou mais classes de ações, onde 
as mesmas 13 serão definidas como ações preferenciais. Conforme afirma 
(MAMEDE, 2.015, p. 132) 
 
“A opção por fixar, ou não, valor nominal tem efeitos práticos; por 
exemplo, em se tratando de companhia aberta, o valor nominal das 
ações não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de 
Valores Mobiliários. Por outro lado, é vedada a emissão de ações 
por preço inferior ao seu valor nominal, sob pena de nulidade do 
ato ou operação e responsabilidade dos infratores, sem prejuízo da 
ação penal que no caso couber. Não é só; se o preço de emissão 
for superior ao valor nominal, a diferença constituirá reserva de 
capital da companhia. Em oposição, quando há ações sem valor 
 
 
 
10 
10 
nominal, o preço de emissão das ações será fixado, na constituição 
da companhia, pelos fundadores, e no aumento de capital, pela 
assembleia geral ou pelo conselho de administração, podendo 
incluir uma parcela destinada à formação de reserva de capital”. 
As ações designam os direitos ou nas vantagens atribuídas aos titulares, às 
mesmas são classificadas como ordinárias, preferenciais ou de fruição. Essas 
distinções definem o modo de participação perante administração e/ou o 
interesse da não participação, dando assim a possibilidade de acompanhamento 
das vantagens econômicas aos acionistas. 
Assim, as sociedades Anônimas por serem sociedades empresárias, aquelas 
cuja finalidade é a lucrativa, e devido às suas características são sociedades 
próprias para grandes empreendimentos não podem assim ser enquadradas nos 
padrões Lei Complementar 123 as quais se beneficiam as Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte conforme Art. 3º. 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se 
microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade 
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de 
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 
da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2.002 (Código Civil), 
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
Como se verifica do citado dispositivo legal a sociedade anônima não foi 
contemplada como microempresa ou empresa de pequeno porte, confirmando 
ser sociedade de grande porte. 
Entretanto, caso a instituição tenha a necessidade de alterar suas características 
jurídica a mesma se posiciona em uma situação de restrição perante a Lei 
Complementar 123 das Micro e Pequenas Empresas, conforme Art. 30º. 
 
 
 
11 
11 
Art. 30 A exclusão do Simples Nacional, mediante comunicação 
das microempresas ou das empresas de pequeno porte, dar-se-á: 
[...] §3º I - alteração de natureza jurídica para Sociedade Anônima, 
Sociedade Empresária em Comandita por Ações, Sociedade em 
Conta de Participação ou Estabelecimento, no Brasil, de Sociedade 
Estrangeira;AÇÕES ORDINÁRIAS 
Assim nas ações ordinárias, seus titulares assumem os direitos básicos do 
acionista, participando dos resultados da companhia, direito ao voto nas 
assembleias gerais, onde cada ação corresponde a um voto, conforme 
preleciona (MAMEDE, 2.013, p. 130) 
“As Ações ordinárias da companhia fechada e as ações 
preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma 
ou mais classes. As ações ordinárias de companhia fechada 
poderão ser de classes diversas, em função de: (1) 
conversibilidade em ações preferenciais; (2) exigência de 
nacionalidade brasileira do acionista; ou (3) direito de voto 
separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos 
administrativos. A alteração do estatuto na parte em que regula a 
diversidade de classes, se não for expressamente prevista, e 
regulada, requererá a concordância de todos os titulares das ações 
atingidas. Nas companhias abertas, haverá uma única classe de 
ações ordinárias.” 
 
AÇÕES PREFERENCIAIS 
 
 
 
12 
12 
Já nas ações preferenciais, os titulares terão preferência na distribuição de 
dividendo, porém não tem o direito do voto nas assembleias. Vejamos o que diz 
Requião (1.995, p. 71:) 
 “Como a própria expressão as define, as ações preferenciais 
conferem, aos seus titulares, vantagens e preferências especiais, 
que escapam à natureza das ações ordinárias. ” 
 
AÇÕES DE FRUIÇÃO 
 Nas ações de fruição, destaca-se um estado social ou estado de contábil, onde 
o acionista ao adquirir esse tipo de ação, podendo ser Ordinárias ou 
Preferenciais em usufruto de terceiro, tendo esse acionista a possibilidade de 
resgate do valor investido, através dos resultados da empresa. De acordo com 
(REQUIÃO, 1.995, p. 74): 
 
“As ações de fruição, decorrentes, portanto, da amortização das 
ações, devolvem ao acionista o valor de seu investimento. São 
ações, como se vê, despidas de capital. Resultam, como diz a lei, 
da distribuição ao acionista de quantias que lhe poderiam tocar em 
caso de liquidação da companhia, sem redução do capital social. 
Assim, esvaziadas de seu conteúdo financeiro, no caso de 
liquidação da sociedade, nada tem o acionista a receber a título de 
capital. Mas concorrem essas ações ao acervo líquido – ao produto 
líquido final da sociedade – após pago aos acionistas o valor de 
suas ações não amortizadas, com correção monetária.” 
 
 
 
 
13 
13 
OBJETO DA COMPANHIA 
Quanto ao objeto da companhia, cabe ao estatuto designar e definir de modo 
completo e preciso. A companhia funcionará visando fins lucrativos, desde que 
seja respeitando as exigências da lei, à ordem pública e aos bons costumes, 
tendo também a possibilidade de inserção da mesma em outras sociedades, 
atuando assim, como uma sociedade de empresa de participações, 
normalmente chamadas de “holdings”: companhias constituídas para titular 
rezarem quotas ou ações de outras sociedades. 
A Sociedade Anônima tem sua atividade voltada para as médias e grandes 
empresas, o que provoca essa reação é o fato de admitir a reunião de vários 
investidores gerando assim grandes montantes de investimentos, tendo a 
possibilidade de expandir seus negócios podendo operá-las com as famosas 
“holdings”. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Para o Balanço Patrimonial as contas devem ser registradas de acordo com o 
exercício patrimonial e de modo a assegurar o acesso à transparência da 
situação financeira da instituição. As contas do Ativo são classificadas em ordem 
decrescente do grau de liquidez é um recurso controlado pela entidade como 
resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem, no futuro, 
benefícios econômicos para a entidade. 
Ou seja, deve ser compreendido como o conjunto de recursos financeiros e 
econômicos que são administrados de forma a gerarem mais 15 recursos 
financeiros e econômicos. A finalidade de uma empresa é o lucro, e o Ativo é a 
aplicação de bens e direitos de modo a produzir lucro, conforme Lei nº 6.404/76: 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a 
 
 
 
14 
14 
facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da 
companhia. 
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de 
grau de liquidez dos elementos nelas registrados. 
 
3. CARACTERÍSTICAS DAS SOCIEDADES ANÔNIMA 
 
A sociedade anônima, desde a edição da Lei n.º 6.404/76 é regida através de 
um estatuto aprovado por uma Assembleia de Constituição, onde a demanda 
recai única e exclusivamente sobre o capital, não depende de pessoas e sim do 
capital a ser investido, na qual possui característica empresarial, em que seu 
próprio exercício denunciará sua atividade, já as demais a exemplo da sociedade 
limitada que é regida através de contato, e tem como característica a afinidade 
de pessoas, o ingresso de novos sócios depende da anuência dos demais. De 
acordo com o que diz NEGRÃO, (2.014, p.427). 
“Desde seu nascedouro, distingue-se as sociedades por ações das 
demais porque seus títulos são negociáveis sem necessidade de 
anuência dos demais sócios, facultando-se o livre ingresso na 
sociedade. Outra Característica própria das sociedades por ações 
é que elas são sempre empresárias, independentemente de seu 
objeto social, isto é, mesmo que este não se constitua em atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou 
serviços, sua estrutura denunciará sua qualidade empresarial. 
(NEGRÃO, 2.014, p.427).” 
Assim também segundo REQUIÃO (REQUIÃO, 2.000, p. 413), que cita: 
 
 
 
15 
15 
“Temos, para nós, que a sociedade por cotas de responsabilidade 
limitada constitui sociedade de pessoas: não podemos, porém, 
deixar de nos impressionar com a circunstância de que os sócios, 
na elaboração do contrato social, lhe podem dar um cunho 
capitalista, quando permitem acessão de quotas a estranhos, sem 
a necessária anuência dos demais. Se 16 na Sociedade pode 
ingressar um estranho, e porque os sócios mantêm a sociedade 
mais em atenção ao seu capital, do que à qualidade pessoal dos 
companheiros.” (REQUIÃO, 2.000, p. 413). 
Assim, a sociedade de capital se diferencia da sociedade de pessoas, por não 
necessitar da aprovação de sócios para o ingresso de novo ou novos integrantes, 
pois são sustentadas pelo capital investido, sendo esse fator um facilitador para 
a captação de recursos financeiros para os empreendimentos que se propõe a 
sociedade. 
 
DO CAPITAL 
Quanto ao capital das Sociedades Anônimas, destaca-se que estas sociedades 
podem ser classificadas em: sociedade anônima de capital aberto e sociedade 
anônima de capital fechado. 
Sociedade anônima de capital aberto: 
Na sociedade anônima de capital aberto, as ações estarão livres para 
negociação na bolsa de valores ou mercado de balcão, ou seja, depende 
somente do capital a ser investido, já na fechada são negociadas internamente 
dentro de suas instituições, impondo assim a circulação das ações nominativas, 
contanto que regule minuciosamente essas limitações para que não impeça as 
negociações. 
 
 
 
16 
16 
As Sociedades Anônimas de capital aberto expõem recurso no mercado de 
capitais, sendo assim submetem-se sua administração à fiscalização 
governamental, através da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, com a 
detenção desse controle a CVM tem como objetivo passar segurança e 
credibilidade ao investidor, conferindo-se ao investimento em ações e outros 
valores mobiliários dessas companhias maior segurança e liquidez possível. 
Sociedade anônima de capital fechado: 
Em contrapartida na sociedade anônima de capital fechado, geralmente suas 
ações são divididas entre poucos acionistas. Se houver interesse em comprar 
ações de uma empresa de capital fechado, o investidor terá que procurar um 
acionista para a possível negociação, dependendo assim da pessoa, e caso este 
acionista aceite a proposta será necessárioque realize uma escrituração de 
transferência de propriedade das ações para o investidor no livro de ações da 
empresa, conforme Lei nº 6.404/76: 
Art. 36º O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à 
circulação das ações normativas, contanto que regule 
minuciosamente tais limitações e não impeça a negociação, nem 
sujeite o acionista ao 17 arbítrio dos órgãos de administração da 
companhia ou da maioria dos acionistas. Parágrafo único. A 
limitação à circulação criada por alteração estatutária somente se 
aplicará às ações cujos titulares com ela expressamente 
concordarem, mediante pedido de averbação no “Livro de Registro 
de Ações Normativas”. 
E já em relação à sociedade aberta, segundo Requião (1.995, p. 31): 
“Assim, desde que a companhia tem os títulos de sua emissão 
registrados na Comissão de Valores Mobiliários, a companhia é 
aberta: ao revés, se não houver esse registro, a companhia é 
 
 
 
17 
17 
fechada, independentemente, de seu capital ou do número de 
acionistas que possua. A norma que regulam esse registro da 
emissão de títulos estão ainda reguladas pela Resolução nº 88, do 
Banco Central do Brasil, de 30 de janeiro de 1.968.” 
DO CAPITAL SOCIAL 
Por outro lado, o Capital Social nas Sociedades Anônimas deve ser repartido em 
partes, os quais são chamados de ações. É a soma de toda contribuição de 
seus sócios, isto é, o montante financeiro pertencente à companhia. E através 
dessa quantia que a sociedade dá início a parte econômica. 
Esse capital é expresso em moeda corrente nacional e pode compreender 
qualquer espécie de bem que possa ser avaliado em dinheiro no decorrer do 
processo de formação. E são regulamentadas por lei algumas regras que 
delimitam os valores dos bens para constituir o capital social. 
A responsabilidade do Acionista é limitada ao valor das ações adquiridas e 
subscritas. Assim que a ação for integrada, o acionista não terá nenhuma 
responsabilidade suplementar. 
Nestas Modalidades societárias as instituições podem migrar–se entre as 
abertas e as fechadas, ou vice-versa, em conformidade com outros fatores, e do 
que for mais interessante à empresa, independente dos caminhos que desejam 
seguir e/ou for mais vantajoso, a sua comercialização na bolsa ou não. 
Por outro lado, por ser uma sociedade de capitais e própria para grandes 
empreendimentos, no art. 201 da Lei das Sociedades Anônimas em seus 
parágrafos 1º e 2º dispõe sobre o dever de distribuir os dividendos com os 
acionistas ao final do exercício social, após o levantamento do balanço, conforme 
citado na referida Lei. 
 
 
 
18 
18 
Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de 
lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de 
lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações 
preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17. 18 § 1º A distribuição 
de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica 
responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que 
deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo 
da ação penal que no caso couber. 
§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que 
em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os 
dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou 
em desacordo com os resultados deste. 
 
DO NOME 
Com Relação ao nome empresarial, deverá ser designada pela expressão 
“companhia” ou “sociedade anônima” por extenso ou abreviadamente, só não 
poderá utilizar a primeira no final, e deve adotar a denominação social, não 
podendo usar o nome de firma, conforme art. 3º da lei das sociedades Anônimas: 
 “Art. 3º A sociedade será designada pode determinação 
acompanhada das expressões “companhia” ou “sociedade 
anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada 
a utilização da primeira no final.” 
A Denominação é o nome empresarial formado pelo objeto, e firma é o nome 
empresarial formado pelo nome do titular ou sócio da empresa, conforme 
disposto no Código Civil de 2.002: 
 
 
 
19 
19 
Art. 1.158. [...] § 1º A firma será composta com o nome de um ou 
mais sócios, desde que pessoa física, de modo indicativo da 
relação social. 
§ 2º A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo 
permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. 
4. ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA 
 
A Sociedade anônima tem sua administração dividida através de órgãos sociais 
que tem como característica a centralização do poder. Essa divisão é formada 
para que as atribuições sejam endereçadas aos órgãos competentes, visando 
assim uma maior eficiência na parte administrativa. Tais órgãos são divididos em 
Assembleia Geral, Conselho de Administração ou Diretoria e Conselho Fiscal. 
ASSEMBLEIA GERAL 
A Assembleia Geral é subdividida em Assembleia Geral Ordinária e Assembleia 
Geral Extraordinária. 
Este órgão determina a vontade social, como em qualquer outra pessoa jurídica, 
sendo assim quando esse órgão social se pronuncia é a própria sociedade que 
está emitindo seu pronunciamento. Segundo Mamede (2.013, p. 159) 
“A assembleia geral tem poderes para decidir todos negócios 
relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar 
convenientes à sua defesa e ao seu desenvolvimento, desde que 
convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto.” 
 
 
 
 
20 
20 
O Conselho Administrativo é eleito pela assembleia geral. É formado pelo grupo 
de conselheiros, os quais têm a função de orientar os negócios da empresa, 
fiscalizar, eleger e acompanhar os diretores. 
A Formação obedece conforme disposto no estatuto social, no entanto, há 
exigência legal de no mínimo três conselheiros. O período da Gestão será, no 
máximo, três anos, sendo permitida a reeleição, conforme disposto no Art. 140. 
III. da LSA. 
Art. 140. O conselho da administração será composto por, no 
mínimo, 3 (Três) membros, eleitos pela assembleia-geral e por ela 
destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer: [...] 
III –O prazo de gestão, que não poderá ser superior a 3 (três) anos, 
permitida a reeleição; 
 
DIRETORIA 
A Diretoria é o órgão executivo da instituição, devendo ser composta no mínimo, 
três pessoas, sendo essas eleitas, e destituíveis, pelo conselho da 
administração, ou se não existir conselho tem que ser pela assembleia geral, 
compete aos seus componentes, na administração interna, gerir a empresa, e 
no externo, manifestar a vontade da pessoa Jurídica, unanimidade dos atos e 
negócios que ela pratique. De acordo com Mamede (2.015, p, 174). 
“A representação da companhia é privativa dos diretores. No 
silêncio do estatuto e inexistindo deliberação do conselho de 
administração, competirão a qualquer diretor a representação da 
companhia a prática dos atos necessários ao seu funcionamento 
regular; mas o estatuto pode estabelecer que determinadas 
 
 
 
21 
21 
decisões, de competência dos diretores, sejam tomadas em 
reunião da diretoria.” 
 
CONSELHO FISCAL 
Dispõe que toda a instituição terá seu conselho fiscal e que o estatuto deverá 
estabelecer seu funcionamento, e que poderá ser permanente ou apenas nos 
exercícios sociais, em que for solicitado pelos acionistas. Sua Composição se 
dará, por no mínimo, três e no máximo, cinco membros, devendo eles ser 
brasileiros, Conforme Art.161 §1º da LSA - Lei da Sociedade Anônima. 
 
Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá 
sobre seu funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios 
sociais em que for instalado a pedido de acionistas. 
[...] § 1º O conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, 
no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, 
acionistas ou não, eleitos pela assembleia-geral. 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A Sociedade Anônima é o modo societário mercantil voltado para a formação de 
um aglomerado de investidores a fim de formaremgrandes empresas e que 
necessitam assim de volumes grandes de investimentos. 
 
 
 
22 
22 
Neste sentido, compete a Lei Brasileira atribuir uma série de regulamentações 
para que se possa formalizar a constituição desse tipo societário, deixando para 
os estados o poder regulador das demais sociedades. 
Na Sociedade Anônima, quanto ao capital social, o mesmo se torna complexo 
por se tratar da referência à contribuição que cada um dos sócios dão a 
sociedade, a fim desenvolver o exercício das atividades, transformando assim 
em “ações”, ou seja, esta participação dos sócios ou acionistas se dá através da 
subscrição ou aquisição das ações. 
Em Relação à responsabilidade, limita-se ao sócio acionista, e de acordo com o 
que diz no art. 1º da Lei das S/A. É nítido que, cada sócio ou acionista responderá 
pelo risco apenas no limite do preço das ações ao qual a adquiriu e/ou 
subscreveu. É uma característica marcante da sociedade anônima, porque 
reflete a regra da autonomia patrimonial. 
E destaca-se a diferença entre a Sociedade Anônima da Sociedade Limitada, 
quanto à responsabilidade dos acionistas. Naquela e sócios nesta, pois na 
Sociedade Limitada os sócios respondem de forma solidária até a integralização 
total do capital social, o que não ocorre na Sociedade Anônima. 
É relevante ressaltar que, as obrigações contraídas pela sociedade anônima, em 
regra, serão de responsabilidade exclusiva do patrimônio da pessoa jurídica. 
Essa distinção entre estes patrimônios é a principal proposta da sociedade 
anônima, e por esse motivo a razão de ser apreciada pelos grandes investidores, 
pois apresenta um menor risco para o patrimônio próprio de seus acionistas 
investidores. 
Em virtude do exposto e visando uma maior eficiência para a parte 
administrativa, a sociedade anônima é dividida através dos órgãos sociais. 
Caracterizando- se como sendo o centro de poderes, tendo dentre outros a 
função de orientar os negócios, fiscalizando, elegendo seus representantes e 
 
 
 
23 
23 
também acompanhando seus diretores, fazendo assim a prevalecer a vontade 
social entre a sociedade. 
A contabilidade é um instrumento fundamental que auxilia tanto as pessoas 
jurídicas quanto as pessoas físicas, pois é nela que se consegue controlar os 
valores do seu ativo, passivo, receita, despesa, custo, rentabilidade e a 
lucratividade dos negócios das empresas principalmente se tratando das 
empresas de grande porte, incentivando maior transparência nas negociações, 
promovendo assim em ótimo planejamento, melhor controle para negociações 
e/ou investimentos futuros aos empresários investidores. Ela é de suma 
relevância, pois é uma ciência social que tem por objetivo o estudo das variações 
qualitativa e quantitativa ocorridas no patrimônio das entidades sob o ponto de 
vista econômico e financeiro para a melhor estrutura de uma organização. 
 
6. MERCADO DE CAPITAL 
 
O mercado financeiro vem se expandindo em termos de participantes e de 
produtos diversificados, principalmente, após a abertura global dos mercados no 
final da década de 1980 e início da década de 1990, efeito este que ficou 
conhecido como globalização. Com as fronteiras mercadológicas cada vez mais 
próximas, diversos países passam a interagir econômico/financeiramente com 
maior vigor e menos barreiras. 
Sendo a bolsa de valores uma instituição que representa, talvez, a forma mais 
eclética e dinâmica para alocação e obtenção de recursos capitais, se faz 
necessário entender como ela funciona e quais os agentes envolvidos. Apesar 
de ouvirmos diariamente nos noticiários sobre as altas e as baixas dos índices 
das bolsas de valores e seus impactos no mercado, esse assunto ainda não é 
 
 
 
24 
24 
tão comum quanto se pensa quando falamos em termos gerais, ou seja, para o 
cidadão comum a bolsa pode parecer algo, ainda, obscuro demais. 
 
 
7. DESENVOLVIMENTO 
 
7.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO, 
OS JUROS E LUCRO. 
 
Keynes (1936) formalizou teoricamente o processo poupança-investimento. 
Define-se renda como quaisquer recursos obtidos por um indivíduo. Assim, 
salários, juros, aluguéis e lucros constituem renda. 
Poupança refere-se à renúncia ao consumo imediato de bens e serviços, o que 
disponibiliza parte da renda para o investimento. O investimento é definido como 
a aplicação de recursos visando, direta ou indiretamente, a produção de bens e 
serviços, possibilitando maior consumo ou maior renda no futuro. 
 A totalidade da renda de um indivíduo somente pode se destinar ao consumo 
ou à poupança. E o investimento somente pode ser feito se houver poupança. À 
medida que aumenta a renda individual e, portanto, são satisfeitas as 
necessidades básicas do consumidor, aumenta a sua capacidade de poupança 
e sua propensão ao investimento. 
Agora surge uma consideração importante: nem sempre aquele que tem um bom 
projeto de investimento dispõe da poupança para viabilizá-lo. Neste caso, 
poderia "alugar" a poupança de outrem que possui os recursos, mas não se 
 
 
 
25 
25 
habilita a empreender. Aí está, de forma bastante simplificada, a origem dos juros 
e do sistema financeiro. 
O referido aluguel de recursos financeiros constitui-se nos juros do empréstimo. 
Estes juros devem compensar o aplicador pela perda temporária de liquidez de 
sua poupança (estar com o dinheiro preso) e pelo risco de eventualmente ver 
frustrados os recebimentos previstos no futuro. Esta frustração dependerá, entre 
outros fatores, do retorno do investimento efetuado pelo tomador do empréstimo. 
Em consequência, para que o empreendimento seja viável, o retorno da 
atividade produtiva (renda variável pelas incertezas do negócio) tem que ser 
obrigatoriamente maior que o rendimento dos juros (renda fixa estabelecida 
contratualmente). 
O sistema financeiro promove a troca de recursos de poupadores para 
empreendedores, seja direta ou indiretamente através de sucessivas 
intermediações. As necessidades financeiras do empreendedor não coincidem 
em volumes e prazos com as disponibilidades do emprestador. 
O sistema de intermediação financeira encarrega-se de promover, mediante 
determinada remuneração, o encontro de recursos de múltiplos poupadores com 
os de múltiplos empreendedores. Assim, o sistema financeiro viabiliza a 
compatibilização das necessidades de uns com as disponibilidades de outros. 
Fundos de renda fixa, certificados de depósitos bancários, cadernetas de 
poupança e uma diversidade de outros mecanismos financeiros nada mais são 
do que meios de transferir poupanças entre agentes superavitários e agentes 
deficitários. 
 
7.2 A EVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO NO BRASIL 
 
 
 
 
26 
26 
No Brasil, a formação do sistema financeiro teve seu início com a vinda da 
Família Real portuguesa, em 1808, quando foi criado o Banco do Brasil. Com o 
tempo novas instituições foram surgindo, como a Inspetoria Geral dos Bancos 
(1920), a Câmara de Compensação do Rio de Janeiro (1921) e de São Paulo 
(1932), dentre outros bancos e instituições privadas e as Caixas Econômicas 
fortalecendo o Sistema. 
Após a Segunda Guerra Mundial, nascem novas instituições financeiras 
mundiais, como o FMI - Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Em 
1945 é criado no Brasil a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), 
que futuramente em 1964, pela lei 4.595, daria lugar ao Banco Central do Brasil. 
Nas décadas de 50 e 60, com a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES), do Sistema Financeiro da Habitação, do Banco 
Nacional da Habitação e do Conselho Monetário Nacional, o país passa por um 
novo ciclo econômico e o Sistema Financeiro Nacional passa a ser 
regulamentado através do CMN e do Banco Central (BC ou BCB), que se tornam 
os principais órgãos do sistema. 
O surgimento de bancos de investimento e a facilitação dada pelo CMN às 
empresas para obtençãode recursos exteriores possibilitou um aumento no fluxo 
de capitais no país. Em sete de dezembro 1976, é criada a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), que facilita a obtenção de recursos pelas empresas, e o 
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), criado em 1979, passou a 
realizar a custódia e liquidação com títulos públicos como as Letras do Tesouro 
Nacional e as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional. 
A Constituição de 1988, que buscou estruturar o Sistema Financeiro Nacional 
(SFN) de forma a promover o desenvolvimento e equilíbrio do país e a servir aos 
interesses da coletividade, e a estabilidade econômica, dão nova cara ao 
Sistema Financeiro Nacional (SFN). Mercados, como o de previdência privada, 
 
 
 
27 
27 
passam a ganhar envergadura e exigir maior atenção. Em 1996, no Governo 
FHC (Fernando Henrique Cardoso) é criado o Copom, ligado ao BCB, que 
estabelece as diretrizes da política monetária, como a Taxa SELIC. 
 
7.3 NOVO MERCADO 
 
No final dos anos 90 era evidente a crise de grandes proporções que passava o 
mercado de ações no país. A título de exemplo, o número de companhias 
listadas na Bovespa tinha caído de 550 em 1996 para 440 em 2001. O volume 
negociado após atingir US$ 191 bilhões em 1997, recuaram para US$ 101 
bilhões em 2000 e US$ 65 bilhões em 2001. Além disso, muitas companhias 
fechavam o capital e poucas abriam. 
É nesse cenário que a Bovespa cria o Novo Mercado como um segmento 
especial de listagem de ações de companhias que se comprometam 
voluntariamente a adotar as boas práticas de governança corporativa. Numa 
necessária adaptação à realidade do mercado de ações brasileiro, são criados 
dois estágios intermediários: Níveis I e II, que, juntos com o Novo Mercado, 
estabelecem compromissos crescentes de adoção de melhores práticas de 
governança corporativa. 
A ideia que norteou a criação do Novo Mercado tem seu fundamento na 
constatação de que entre os diversos fatores que contribuem para a fragilidade 
do mercado de capitais brasileiro está a falta de proteção aos acionistas 
minoritários. Dessa forma, a valorização e a liquidez das ações de um mercado 
são influenciadas positivamente pelo grau de segurança que os direitos 
concedidos aos acionistas oferecem e pela qualidade das informações prestadas 
pelas empresas. 
 
 
 
28 
28 
A ausência de regras adequadas de defesa dos interesses dos acionistas 
minoritários acarreta a exigência por parte dos investidores de um deságio sobre 
o preço da ação, causando uma desvalorização no valor de mercado das 
companhias. Dessa forma, é esperado que as empresas cujas ações estejam 
listadas em algum dos segmentos diferenciados de governança corporativa, nas 
quais os riscos envolvidos são minimizados, apresentem prêmios de risco 
consideravelmente reduzidos, implicando valorização do patrimônio de todos os 
acionistas. 
7.4 A REFORMA NA LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS 
 
As alterações da Lei Societária em vigor desde 1976 (Lei nº 6.404/76), com o 
objetivo de aperfeiçoar e incrementar os direitos e a proteção dos acionistas 
minoritários tornaram-se uma reivindicação generalizada dos diversos 
integrantes do mercado e tiveram como objetivo o fortalecimento do mercado de 
capitais e o estímulo à maior participação dos investidores. 
Nas alterações realizadas, foram introduzidas diversas regras de governança 
corporativa nascidas de princípios de “disclosure” (transparência), tratamento 
equitativo, “compliance” e “accountability” (prestação de contas), aperfeiçoados 
após a edição da Lei nº 6.404/76 e reintroduzidos alguns outros que constavam 
desta última e foram casuisticamente retirados, como é o caso do instituto do 
“tag along” (direito de recesso), revogado pela Lei nº 9.457/97 com o objetivo 
único de facilitar o processo de privatização e maximizar o valor recebido pela 
União ao impedir a extensão aos minoritários dos grandes ágios pagos nos 
leilões. 
A partir de 2003, houve um reaquecimento do mercado. Para se ter uma ideia 
da magnitude dessa retomada, basta observar o salto na quantidade de ofertas 
iniciais (IPOs) após 2003. Em todo o período de 1996 a 2003 foram feitas apenas 
 
 
 
29 
29 
quatro – menos de uma por ano –, ao passo que entre 2003 e 2011 foram 
realizadas mais de 100. 
Em 2008, a Bolsa de Valores de São Paulo e a Bolsa de Mercadorias & Futuros 
se integraram, dando origem a BM&FBOVESPA. Atualmente, a 
BM&FBOVESPA é a única bolsa que opera no Brasil, além de ser líder na 
América Latina e uma das maiores do mundo em valores de mercado. Seus 
mercados abrangem ações, contratos futuros, câmbio, operações, fundos e 
ETFs (fundos de índices), crédito de carbono, leilões e renda fixa pública e 
privada. No início de 2010, a BM&FBOVESPA ampliou sua posição no quadro 
acionário do CME Group, de 1,8% para 5%, o que representa um investimento 
de US$ 620 milhões. 
 
7.5 A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO 
BRASILEIRO 
 
A entidade normativa máxima do sistema financeiro nacional é o Conselho 
Monetário Nacional - CMN, composto por três membros: o ministro da fazenda 
(preside o conselho), o presidente do Banco Central e o ministro do 
planejamento. 
Com inspiração numa abordagem realizada por Rudge e Cavalcante (1996), 
pode-se agrupar as instituições financeiras no Brasil, segundo a natureza 
principal de suas atividades, da seguinte forma: 
• Crédito de curto prazo: bancos comerciais, caixas econômicas, 
cooperativas de crédito, empresas de factoring e companhias de 
crédito, financiamento e investimentos ("financeiras"). 
 
 
 
30 
30 
• Crédito de médio e longo prazo: bancos de investimento, bancos 
de desenvolvimento, companhias de leasing (arrendamento 
mercantil) e consórcios. 
• Crédito imobiliário: caixas econômicas, companhias de crédito 
imobiliário, associações de poupança e empréstimo (APE), 
cooperativas habitacionais e consórcios. 
• Intermediação de títulos e valores mobiliários (basicamente ações 
e debêntures): sociedades corretoras de títulos e valores 
mobiliários distribuidoras de títulos e valores mobiliários e agentes 
autônomos de investimentos. 
• Capitalização: seguradoras, companhias de capitalização, 
fundações de seguridade social, fundos de investimentos e clubes 
de investimentos. 
• Câmbio: sociedades corretoras de câmbio e bancos comerciais. 
Todas estas entidades são consideradas instituições financeiras e operam sob 
as normas e limites fixados pelo CMN e sob a fiscalização e controle do Banco 
Central. 
O Banco Central é o principal órgão executor da política econômica oficial e 
fiscalizador do sistema financeiro. É uma autarquia vinculada ao Ministério da 
Fazenda. Suas principais atribuições são: executar a política monetária 
(incluindo gestão do depósito compulsório, redesconto, emissão e circulação de 
moeda), fiscalizar e controlar as instituições financeiras em geral, administrar a 
dívida interna e externa, financiar o Tesouro Nacional e ser depositário de 
reservas oficiais de ouro e moedas. 
É comum ver expressões como autoridade monetária ou autoridade competente 
utilizadas em noticiários e até em textos de normas e regulamentos oficiais, 
 
 
 
31 
31 
possivelmente quando os redatores não sabiam ou não quiseram se dar ao 
trabalho de identificar exatamente a qual autoridade se referiam. Por suas 
atribuições, o Banco Central é a autoridade monetária. 
Em alguns textos, percebe-se a preferência pela expressão autoridade 
monetária com o intuito de estender a abrangência, de forma vaga, às entidades 
superiores como o CMN e o próprio Ministério da Fazenda. Recomenda-se, 
sempre que possível, pesquisar melhor para nominar sem medo o órgão ou os 
órgãos pretendidos, ao invés de se utilizar substitutos imprecisos como 
autoridade monetária e, pior ainda, autoridades competentes. 
Além da fiscalização por parte do Banco Central, as instituiçõesfinanceiras que 
operam com valores mobiliários passaram a ser adicionalmente fiscalizadas pela 
Comissão de Valores Mobiliários - CVM, outra autarquia vinculada ao Ministério 
da Fazenda e criada em 1976. Antes desta data a fiscalização era exercida 
diretamente pelo Banco Central. A criação da CVM talvez tenha sido moldada 
na SEC americana (Securities and Exchange Comission). Além das instituições 
financeiras que operam com valores mobiliários, a CVM fiscaliza ainda 
sociedades anônimas de capital aberto, bem como auditores, consultores e 
administradores de carteiras de valores mobiliários. 
Considere-se, ainda, três importantes agentes financeiros oficiais: a Caixa 
Econômica Federal (CEF), destacando-se no financiamento habitacional, o 
Banco do Brasil, principal executor da política de crédito agrícola e o Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, responsável pela 
maior parte dos financiamentos de projetos industriais e agente do programa de 
privatização de empresas estatais. 
 
7.6 O PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL 
 
 
 
 
32 
32 
Muitas vezes, as empresas necessitam de capital para implementar planos de 
crescimento, os governos precisam de fundos para financiar projetos de 
construções, e as pessoas normalmente fazem empréstimos para comprar 
carros, casas ou financiar a educação. E onde eles podem conseguir esse 
dinheiro? Felizmente, há pessoas e empresas cujas rendas são maiores que os 
gastos. 
A maioria das pessoas e empresas é financiador e mutuário ao mesmo tempo. 
Por exemplo, uma pessoa pode financiar um carro ou uma casa própria, mas 
também pode emprestar dinheiro por meio de sua conta poupança. Em geral, as 
pessoas físicas são credoras líquidas e fornecem a maioria dos recursos que 
acaba sendo utilizada por sociedades anônimas não financeiras. 
Embora a maioria das sociedades anônimas não financeiras possua alguns 
títulos financeiros, como Letras do Tesouro Nacional, elas geralmente são 
credoras líquidas. Os bancos e outras sociedades anônimas financeiras 
levantam recursos com uma mão e os investem com a outra. Por exemplo, um 
banco pode levantar recursos da conta poupança de uma pessoa física e, em 
seguida, emprestar essa quantia às empresas. Em linhas gerais, as sociedades 
anônimas financeiras mais tomam emprestado do que emprestam. 
As transferências de capital entre os poupadores e os que necessitam dele 
ocorrem de três maneiras diferentes. 
TRANSFERÊNCIAS DIRETAS 
As transferências diretas de dinheiro e títulos ocorrem quando uma empresa (ou 
governo) vende seus títulos diretamente aos poupadores. A empresa distribui 
seus títulos diretamente aos poupadores, que, por sua vez, oferecem à empresa 
o dinheiro de que ela precisa. Por exemplo, uma sociedade de capital fechado 
poderia vender ações diretamente a um acionista ou um governo poderia vender 
um título do Tesouro diretamente a um investidor que seja pessoa física. 
 
 
 
33 
33 
TRANSFERÊNCIAS INDIRETAS 
As transferências indiretas podem passar por um banco de investimentos como 
o Goldman Sachs, que coordena a emissão. Um coordenador funciona como 
intermediário e facilita a emissão de títulos. A empresa vende suas ações ou 
títulos ao banco de investimentos, que, por sua vez, os vende aos poupadores. 
Visto que há novos títulos envolvidos e a sociedade anônima recebe os lucros 
da venda, essa é uma transação de mercado “primário”. 
TRANSFERÊNCIAS POR MEIO DE UM INTERMEDIÁRIO 
Também é possível realizar as transferências por meio de um intermediário 
financeiro, como um banco ou fundo mútuo. Nesse caso, o intermediário obtém 
recursos de poupadores em troca de seus próprios títulos. Em seguida, o 
intermediário utiliza esse dinheiro para comprar e deter os títulos das empresas. 
 Por exemplo, um poupador pode pagar uma quantia a um banco e receber um 
certificado de depósito bancário (CDB). Depois disso, o banco pode emprestar 
esse capital a uma pequena empresa, recebendo um empréstimo assinado em 
troca. Portanto, os intermediários literalmente criam novos tipos de títulos. 
Há três características importantes do processo de alocação de capital: 
-Primeira: são criados novos títulos financeiros; 
 -Segunda: normalmente há instituições financeiras envolvidas; 
-Terceira: a alocação entre quem oferece e quem utiliza os recursos ocorre nos 
mercados financeiros. 
 
7.8 TÍTULOS FINANCEIROS 
 
 
 
 
34 
34 
A variedade de títulos financeiros limita-se somente à criatividade e à perspicácia 
humana, além dos regulamentos governamentais. Em linhas bem gerais, 
podemos classificar a maioria dos títulos financeiros pelo tipo e pelo tempo 
restante até seu vencimento. Além disso, alguns títulos são, na verdade, criados 
com pacotes de outros títulos. 
Os títulos financeiros são simplesmente papéis com disposições contratuais que 
conferem direitos e créditos especiais aos seus portadores em relação a fluxos 
de caixa ou valores específicos. 
Os títulos de dívida normalmente possuem pagamentos e vencimento 
especificados. Por exemplo, um título da Altus pode prometer o pagamento de 
10% de juros pelo período de 30 dias, quando ela promete efetuar o pagamento 
do principal, no valor de R$1000,00. Caso a dívida vença em mais de um ano, é 
denominada título de longo prazo. Logo, o título da Altus é um exemplo de título 
de longo prazo. 
Caso a dívida vença em menos de um ano, é denominada título de curto prazo. 
Por exemplo, é possível que a Gedore receba R$300.000,00 dentro de 75 dias, 
mas ela precisa de caixa agora. A empresa poderá emitir uma nota promissória, 
que basicamente é um vale. Nesse exemplo, a Gedore poderia concordar em 
pagar R$300.000,00 dentro de 75 dias em troca da quantia de R$297.000,00 
hoje. Portanto, a nota promissória é um título de curto prazo. 
Ações são um resgate do valor residual. Por exemplo, os acionistas têm direito 
aos fluxos de caixa gerados pela Altus após a satisfação dos créditos de seus 
debenturistas e outros credores. Como as ações não possuem data de 
vencimento, elas são um título de longo prazo. 
Observe que os títulos de dívida e as ações representam resgates dos fluxos de 
caixa gerados por ativos reais, como os fluxos de caixa gerados pelas fábricas e 
operações da Altus. Por sua vez, os derivativos são títulos cujos valores 
 
 
 
35 
35 
dependem ou derivam dos valores de outros ativos negociados. Por exemplo, 
futuros e opções são dois importantes tipos de derivativos e seus valores 
dependem dos preços de outros ativos. Uma opção de compra das ações da 
Altus ou um contrato de futuros para a compra de um determinado produto são 
exemplos de derivativos. 
Alguns títulos são uma combinação de dívida, ações e derivativos. Por exemplo, 
as ações preferenciais possuem algumas características semelhantes aos títulos 
de dívida, e outras, aos de ações. Já o título de dívida conversível possui 
características de dívida e de opções ao mesmo tempo. 
 
8. O MERCADO DE CRÉDITO 
 
Associava-se o sistema financeiro à transferência de recursos de emprestadores 
para investidores, sendo a remuneração dos emprestadores dada pelo resultado 
da atividade econômica. Assim colocado, este processo exibe características de 
coerência e viabilidade típicas do mercado de crédito à produção. Existe também 
outro tipo de transferência de poupança: é a que se dá entre emprestadores e 
consumidores, constituindo o mercado de crédito ao consumidor. 
Tal mercado propicia que, pelo menos temporariamente, indivíduos consumam 
mais que sua renda. Mesmo nestes casos, indiretamente, o sistema financeiro 
está viabilizando a produção que se beneficia da regularização do fluxo ou da 
oportunidade de consumo. É o caso dos bens de consumo duráveis (desde 
geladeiras até automóveis) e dos imóveis residenciais cujos compradores, por 
vezes temerariamente, confiam em rendas futuras para satisfazer necessidadesou impulsos presentes. 
 
 
 
36 
36 
Para a captação de recursos destinados às operações de crédito, o sistema 
financeiro conta com uma diversidade de instrumentos e títulos de crédito, dos 
quais serão abordados apenas os mais importantes, a caderneta de poupança e 
o certificado de depósito bancário. 
A caderneta de poupança destina-se à captação da pequena poupança popular 
(ainda que tenha havido inúmeras distorções) e seus recursos direcionam-se 
prioritariamente para o financiamento da habitação. Diz-se que a caderneta de 
poupança é aplicação popular porque tem determinado nível de garantia 
governamental e rende igualmente para quaisquer volumes de aplicação. 
Seus rendimentos são mensais com base na data do depósito e calculados pela 
TR (taxa referencial do período divulgada pelo Banco Central) mais um 
percentual fixo de juros de 0,5% ao mês. A expressão "mais juros de..." leva 
frequentemente a enganos. Na realidade, não se somam os juros à TR, mas se 
aplicam os juros sobre o percentual da TR. Por Exemplo, se a TR do período foi 
de 2%, faz-se o cálculo por fatores (1+i), ou seja, a caderneta de poupança 
renderá o fator (1+0,02) x (1+0,005) = 1,0251, o que equivale a 2,51% ao mês. 
[(1,0251-1) x 100]. 
 
O certificado de depósito bancário - CDB é o principal título utilizado por bancos 
comerciais e bancos de investimentos para a captação de recursos destinados 
às diversas linhas de crédito pessoal e empresarial. Os inúmeros fundos de 
investimentos de renda fixa existentes atualmente no mercado (os FIF e os FAQ, 
ainda que comercialmente possam ter diferentes denominações) são aplicações 
em condomínio e que aplicam, basicamente, em títulos do governo e em títulos 
privados, como os CDB. 
Os rendimentos dos CDB podem ser pós-fixados com base na TR ou pré-fixados 
e referem-se a uma taxa efetiva ao ano, embora a instituição captadora possa 
 
 
 
37 
37 
transformar em taxa efetiva para o período exato da aplicação. Geralmente, os 
CDB pós-fixados são de prazo mais longo (exemplo: 90, 180 ou 360 dias) e os 
pré-fixados são de prazo mais curto (exemplo: 30, 31, 32, 35, 40, 50 e 60 dias. 
Os mais comuns são de 30, 31 e 32 dias, conforme o vencimento padrão de 30 
dias ocorra em dia útil, sábado ou domingo). 
É importante lembrar que os rendimentos dos CDB resultam de negociação com 
a instituição financeira e não são tabelados como os da poupança. As taxas 
dependem da necessidade de captação dos bancos e dos volumes disponíveis 
pelo aplicador. Em função dos custos fixos bancários e do interesse pelo cliente, 
as aplicações de maior vulto tendem a ter remunerações melhores que as 
pequenas aplicações. 
Pela prática atual, aplicações abaixo de R$10.000,00 talvez não sejam 
apropriadas para um CDB, devendo ser direcionadas para fundos de renda fixa 
ou para a caderneta de poupança. O limite superior do rendimento de um CDB 
deve ser a taxa do CDI - certificado de depósito interfinanceiro, pois o banco não 
irá pagar ao aplicador mais do que pode obter emprestando a outros bancos. 
 
9. O MERCADO DE CAPITAIS 
 
Diferencie-se, inicialmente, o investimento financeiro do investimento de capital. 
O doador de um empréstimo é um investidor financeiro, visto que renuncia ao 
consumo presente visando uma renda maior no futuro, mas o resgate do 
empréstimo e o respectivo rendimento são definidos contratualmente em termos 
de prazos e valores. 
Já o empreendedor investe em ativos que normalmente integram o capital fixo 
de uma empresa: trata-se de um investimento de capital. Diferentemente do 
 
 
 
38 
38 
investimento financeiro, o investimento de capital não tem uma data certa de 
resgate (ou a tem muito distante) nem pode oferecer uma remuneração 
previamente definida. Dificilmente alguém se animaria a um investimento de 
capital se ficasse preso a ele para sempre. 
Então, para satisfazer uma eventual necessidade de resgate por parte do 
investidor de capital, os direitos sobre o negócio podem ser transferidos a outros 
investidores desejosos de assumir os riscos e benefícios do negócio. Assim, a 
finalidade da aplicação, a variabilidade do rendimento e a forma de reembolso 
são fatores específicos que caracterizam o mercado de capitais. 
As bolsas de valores são instituições (não as únicas) encarregadas, 
basicamente, de promover estas transferências. Diz-se que dão liquidez aos 
investimentos de capital. O mercado de capitais abrange a oferta e procura pelos 
investimentos de capital primário e pelas transferências secundárias daqueles 
investimentos. 
 Mercado primário refere-se, portanto, às aplicações diretas na atividade 
produtiva, por exemplo, compra de novas ações pelo investidor quando do 
aumento do capital de uma empresa em expansão. Já o mercado secundário 
refere-se às transferências entre investidores dos direitos sobre estes 
investimentos. Outro ambiente típico de mercado secundário é o chamado 
mercado de balcão. São negociações de compra e venda de ações fora das 
bolsas, normalmente promovido por corretoras especializadas nesta área. O 
mercado de balcão é mais apropriado para empresas de pequeno e médio porte, 
cujas ações não são bem conhecidas ou que não têm volume de negociação 
que justifique sua movimentação através de uma bolsa de valores. 
As bolsas de valores são sociedades civis, de direito privado, sem fins lucrativos, 
exercendo relevante atividade de interesse público e de importante significado 
econômico. O patrimônio da bolsa é constituído por títulos patrimoniais de 
 
 
 
39 
39 
propriedade dos corretores de valores que a fundaram. As bolsas funcionam 
como clubes de serviço para facilitar e dar confiabilidade aos negócios com 
ações intermediados pelos corretores. Os investidores que operam na bolsa o 
fazem por intermédio de suas sociedades corretoras das quais são clientes. As 
corretoras cobram de seus clientes uma comissão próxima a 0,5% do valor das 
operações. 
A função econômica das bolsas é prover liquidez dos títulos e valores mobiliários 
(basicamente ações), criando condições de negociação e, em consequência, 
viabilizando o mercado primário destes títulos. O mercado primário é o único que 
efetivamente capitaliza as empresas, mediante ingresso de novos recursos para 
o seu desenvolvimento. 
O mercado secundário, do qual a bolsa é o centro de gravidade, não gera 
diretamente recursos para as empresas. No mercado secundário, as ações 
apenas trocam de mãos. Os recursos fluem entre os investidores interessados 
nas ações e não passam pelas empresas emitentes. Significa que se as ações 
sobem na bolsa, este fato em si não faz as empresas ficarem mais ricas, nem 
mais sólidas, nem com maior patrimônio. 
 Seus acionistas, sim, teriam seu patrimônio aumentado com uma alta das 
cotações. E o contrário é válido para as baixas das ações. O mercado secundário 
caracteriza-se pelas trocas entre detentores de direitos sobre uma empresa, sem 
nenhuma implicação direta sobre o caixa ou sobre o patrimônio das empresas 
cujas ações são negociadas. Observa-se que não se está tratando do 
interessante tópico em finanças sobre a separação entre a propriedade e a 
administração das empresas, o que é outra coisa. O que se pretende aqui é 
alertar para a separação entre o lucro da empresa e o lucro do acionista 
eventualmente verificado no mercado secundário. 
 
 
 
40 
40 
Alguns autores, como Oliveira (1979), consideram que as aplicações de médio 
e longo prazo caracterizam o mercado de capitais. Assim, inclusive os 
financiamentos do sistema habitacional fariam parte do mercado de capitais. O 
Mercado de capitais refere-se à participação do investidor no risco do negócio 
ou em financiamentos de longo prazo voltados para a formação de ativos fixos 
nas empresas e cujas garantias dependam fundamentalmente do retorno dos 
referidos ativos. 
Assim, mercado de capitais abrange ações, debêntures,bônus de subscrição, 
outros valores mobiliários e financiamentos de longo prazo destinados à 
formação do patrimônio produtivo das empresas, tal como os financiamentos de 
projetos do BNDES e do Finame. Todavia, os ativos predominantes neste 
mercado são as ações. 
Entende-se que os financiamentos habitacionais, normalmente destinados ao 
mutuário que vai adquirir a primeira residência, é uma operação do mercado de 
crédito pessoal, visto que o mutuário não vai utilizar o imóvel para aluguel ou 
outra forma de renda. Ao contrário, o imóvel vai ser depreciado fisicamente pelo 
uso e pelo tempo e, em longo prazo, a única parcela a manter valor será a fração 
proporcional ao terreno onde o imóvel foi implantado. Veja-se o exemplo de 
prédios que são implodidos para dar lugar a outras construções mais modernas 
e com maior número de pavimentos. 
 
9.1 OBJETIVOS DAS BOLSAS DE VALORES 
 
Os objetivos das bolsas de valores são: 
• Manter local adequado à realização, entre corretores, de transações de 
compra e venda de títulos de valores mobiliários, em mercado livre, 
 
 
 
41 
41 
organizado e fiscalizado pelos próprios membros, pela autoridade 
monetária e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
• Criar e organizar os meios materiais, os recursos técnicos e as 
dependências administrativas necessárias à pronta, segura e eficiente 
realização e liquidação das operações efetuadas no recinto de 
negociação (pregão); 
• Organizar, administrar, controlar e aperfeiçoar o sistema e o mercado de 
registro e liquidação das operações realizadas; 
• Estabelecer sistema de negociação que propicie e assegure a 
continuidade das cotações e a plena liquidez do mercado de títulos e 
valores mobiliários; 
• Fiscalizar o cumprimento, pelos seus membros e pelas sociedades 
emissoras de títulos e valores mobiliários, das disposições legais e 
regulamentares, estatutárias e regimentais, que disciplinam as operações 
de Bolsa, aplicando aos infratores as penalidades cabíveis; 
• Dar ampla e rápida divulgação às operações efetuadas em seu pregão; 
• Assegurar aos investidores completa garantia pelos títulos e valores 
negociados; 
• Exercer outras atividades conexas e correlatas que lhe sejam permitidas 
por lei. 
 
9.2 O MERCADO MONETÁRIO E O MERCADO CAMBIAL 
 
MERCADO MONETÁRIO 
 
 
 
42 
42 
O Mercado Monetário poderia ser inicialmente confundido com o próprio 
mercado de crédito. Entretanto, possui a peculiaridade de referir-se às 
operações de curtíssimo prazo, cujo objetivo não é financiar diretamente nenhum 
empreendedor ou consumidor, mas equilibrar as reservas de moeda entre os 
vários agentes da economia. 
São operações típicas deste mercado as trocas de disponibilidades entre os 
próprios bancos, através dos certificados de depósitos interfinanceiros (CDI) e 
as operações chamadas de mercado aberto ("open market") nas quais o Banco 
Central e o Tesouro Nacional são os principais operadores. 
Se realizadas de um dia para o outro, estas operações são conhecidas como 
"overnight", cuja taxa é um importante referencial nos mercados financeiros, 
conhecida no jargão dos operadores como "taxa over". Os principais títulos 
negociados no mercado aberto são o BBC - Bônus do Banco Central, a LTN - 
Letra do Tesouro Nacional, a LFT - Letra Financeira do Tesouro e a NTN - Nota 
do Tesouro Nacional. 
MERCADO DE CÂMBIO 
O mercado de câmbio envolve a troca de moedas estrangeiras para o 
atendimento das necessidades de viagens e comércio exterior. São 
normalmente, transações a vista, mas podem associar-se a operações de crédito 
com moedas estrangeiras. Estas operações são intermediadas por bancos 
comerciais e corretoras de câmbio autorizadas pelo Banco Central que 
regulamenta detalhadamente todos os procedimentos necessários. 
 
 A inexistência de um mercado livre de câmbio conduz à existência de um 
mercado ilegal (mercado paralelo ou "black") cujas cotações são publicadas 
 
 
 
43 
43 
diariamente nos principais jornais e acompanhadas por terminais de computador 
no Banco Central, repassadas por empresas especializadas no assunto. 
 
9.3 O PREGÃO 
 
Embora existam entidades que só operam com pregão eletrônico (como a norte 
americana Nasdaq), em sua maioria as bolsas de valores dispõem de um pregão 
físico, onde são realizadas as negociações. 
As bolsas têm o dever de repassar aos investidores (através de revistas, boletins 
e meios eletrônicos) informações sobre seus negócios diários, comunicados 
relevantes de empresas abertas, dados de mercado e tudo o mais que contribua 
para a transparência das operações. No Brasil, a atividade das bolsas é 
fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
O pregão é o nome dado ao dia de trabalho na Bovespa. No princípio, ele se 
dividia em Viva Voz e Eletrônico ou Mega Bolsa. No Viva Voz, os corretores 
(funcionários das empresas corretoras que intermedia os negócios entre os 
investidores) compravam e vendiam ações das 11h às 17h45. Era a famosa 
gritaria normalmente transmitida pela televisão. Atualmente só é realizado o 
método eletrônico. 
No Pregão Eletrônico, a compra e a venda de papéis se dá eletronicamente, por 
meio de um programa de computador que cruza informações e efetua as 
transações. Por exemplo: a corretora, ao receber uma ordem do investidor, entra 
no software da Bolsa com uma senha e informar que alguém quer comprar a 
ação X. Aí o programa vai procurar se alguém está querendo vendê-la e, então, 
colocará as partes em contato. Ou seja, você, na qualidade de investidor, 
transmite sua ordem de compra ou venda de ações para a Corretora da qual é 
 
 
 
44 
44 
cliente. A Corretora repassa a ordem para um de seus operadores presentes no 
Pregão. No Pregão, o operador anuncia, em voz alta, sua disposição em 
comprar/vender, mencionando, obrigatoriamente, a quantidade de ações e o 
preço. Concordando com o preço e as quantidades anunciadas, a outra parte irá 
declarar, à viva voz, a expressão "fechado". Pronto! O negócio foi concretizado. 
 
9.4 TAXAS E ÍNDICES 
 
No funcionamento da bolsa de valores existem os custos envolvidos nas 
operações realizadas nos diversos mercados que a instituição intermediária. Por 
exemplo, taxas regulares sobre emolumentos, liquidação, permanência e 
registro, entre outros, incidem sobre os serviços realizados diariamente na 
manutenção, aquisição e venda de ativos financeiros. Essas tarifas são 
diferenciadas conforme o tipo de serviço, variando em termos percentuais. 
Os índices da bolsa dizem respeito aos pontos percentuais de ganho/perda com 
referência às ações diárias ou, também, ao volume de negociações realizadas 
naquele dia. Os índices são voláteis, pois dependem de múltiplos fatores 
tangíveis e intangíveis. 
 
10. FONTES DE FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS 
 
O uso de fontes internas de financiamento impacta diretamente a rentabilidade 
esperada do investimento, reduzindo o fluxo futuro de rendimentos, o que tira a 
atratividade desta alternativa 
 
 
 
45 
45 
Cada um desses tipos de financiamento tem custos e obrigações diferentes e a 
relação entre eles, em particular entre os recursos de terceiros e os próprios, 
determina a estrutura de capital das empresas e condiciona a rentabilidade do 
empreendimento. 
 
10.1 FONTES INTERNAS 
 
Lucros retidos: os lucros retidos podem ser considerados como uma emissão 
inteiramente subscrita pelos próprios acionistas que tenham direitos aos 
dividendos. O impacto sobre o valor da empresa na distribuição de lucros é tema 
controverso. Basicamente, há duas correntes teóricas: uma afirma que a política 
de dividendos é irrelevante (o que importa é que a empresa tenha projetos 
rentáveis) e a outra que dá importância à distribuição de dividendos (alguns 
investidores preferem receber dividendos face às incertezas futuras). 
Rotatividade do crédito: uma empresa pode autofinanciarseu crescimento 
melhorando a relação entre o tempo de uso do capital próprio e o de terceiros. 
Isso pode ser feito, por exemplo, reduzindo o período pelo qual o caixa da 
empresa está bloqueado em estoques e outros ativos correntes, antes de ter 
novas receitas pelos produtos e serviços produzidos ou encurtando os prazos de 
recebimento e aumentando os de pagamento. 
 
10.2 FONTES EXTERNAS 
 
Recursos de terceiros: o capital de terceiros inclui qualquer tipo de fundo obtido 
via empréstimo, com ou sem concessão de garantias reais. Dentre eles, estão: 
 
 
 
46 
46 
• Debêntures: são títulos emitidos por sociedades anônimas. Caracterizam-se 
por ter prazo superior a um ano e pela flexibilidade em relação à amortização 
e garantias. Somente as companhias abertas, com registro na CVM, podem 
efetuar emissões públicas de debêntures. 
• Commercial papers: são notas de curto prazo emitidas por instituições não 
financeiras. Ao contrário das debêntures, os “commercial papers” podem ser 
emitidos por uma sociedade anônima, sem capital aberto. Geralmente, 
apenas grandes empresas, de sólida capacidade financeira, têm condições 
de emitir com sucesso estes títulos de curto prazo. 
• Créditos: são fontes de financiamento de curto prazo fundamentais na 
estrutura de capital da empresa para financiar boa parte do ativo circulante, 
tais como caixa, títulos negociáveis, duplicatas a receber e estoques, todos 
garantindo a operação. A forma mais típica de financiamento de curto prazo 
não garantido é a carteira de duplicatas a pagar, que se origina da operação 
da empresa. 
• Capital de não residentes: as empresas têm a opção de se financiarem com 
a obtenção de recursos provenientes do Exterior. Incluem-se, nesta 
modalidade, os créditos comerciais (como as export notes – títulos emitidos 
por empresas exportadoras com os quais levantam recursos para financiar a 
produção a ser exportada). Além disso, cabe mencionar que, com o 
lançamento de valores mobiliários, as empresas realizam a captação de 
recursos, mediante investimentos de instituições nacionais e estrangeiras. 
Capital próprio: aumento de capital – o lançamento de ações, em colocação 
“primária” (pública ou privada) pode ocorrer tanto na fase de abertura de capital 
como quando a empresa já possui o registro de companhia aberta, mas opta por 
captar novos recursos via mercado de capitais. Quando o lançamento ao público 
de um lote de ações é realizado por um acionista (que já detém as ações), a 
 
 
 
47 
47 
operação é chamada distribuição secundária e não resulta na captação de novos 
recursos para a companhia. 
 
11. EMISSÃO DE AÇÕES 
 
Ações são valores mobiliários emitidos por sociedades anônimas. Representam 
a fração mínima do capital das empresas. Ao comprar uma ação, os investidores 
se tornam coproprietários do empreendimento, tendo direito à participação em 
seu resultado. 
As sociedades anônimas emitem ações e as ofertam a investidores (instituições 
financeiras ou não, ou mesmo pessoas físicas) por meio de ofertas públicas ou 
privadas. Na oferta pública, o esforço de venda é precedido pelo registro do 
processo junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dando assim garantias 
aos investidores de que os requisitos de abertura de informações foram 
atendidos (isso inclui folhetos, prospectos, publicações etc.). 
Quando esse registro não é realizado e a colocação é feita junto a um grupo 
restrito de indivíduos ou instituições (por exemplo, entre os que já detêm ações 
da companhia ou entre os funcionários ou diretores da empresa) e quando não 
é utilizado qualquer meio de comunicação para divulgar a venda, dá-se o nome 
de oferta privada. 
De acordo com o Guia de Mercado de Capitais da Nova Bolsa – 
BM&FBOVESPA, as empresas propiciam benefícios a seus acionistas, os quais 
podem ser: 
Proventos – os quais podem ser classificados em: 
 
 
 
48 
48 
• Dividendos: parcela dos lucros paga aos acionistas em dinheiro, 
estabelecida no estatuto da empresa (no mínimo, iguais a 25% dos lucros 
anuais da empresa). 
• Juros sobre o capital próprio: além da distribuição de dividendos, a 
empresa pode remunerar seus acionistas por meio do pagamento de juros 
sobre o capital próprio baseado em reservas patrimoniais de lucros retidos 
em exercícios anteriores. Esse procedimento segue regulamentação 
específica. 
• Bonificação em ações: distribuição gratuita de ações aos acionistas de 
forma proporcional às parcelas que os mesmos possuem. Resulta do 
aumento de capital, por incorporação de reservas ou lucros em suspenso. 
A bonificação representa a atualização da cota de participação do 
acionista no capital da empresa. 
• Bonificação em dinheiro: além de distribuir os dividendos aos seus 
acionistas, as empresas poderão, em alguns casos, conceder uma 
participação adicional nos lucros, realizando, assim, uma bonificação em 
dinheiro. 
• Direito de preferência na aquisição de ações (subscrição): os 
acionistas ainda podem ter o direito de aquisição de novo lote de ações 
(com preferência na subscrição) em quantidade proporcional às 
possuídas. Vale observar que o exercício de preferência na subscrição de 
novas ações não é obrigatório. Dessa forma, o acionista poderá vender 
esses direitos a terceiros em bolsa. 
 
12. COMPANHIA DE CAPITAL ABERTO 
 
 
 
 
49 
49 
A companhia de capital aberto é aquela cujos títulos de emissão própria (ações, 
debêntures, bônus de subscrição, commercial papers) estão registrados na 
Comissão de Valores Mobiliários – CVM e distribuídos entre o público, podendo 
ser negociados no mercado de bolsa ou de balcão organizado. Observe-se que 
a distribuição pode resultar de um processo de oferta pública ou privada. 
Tais companhias podem obter recursos adicionais com a emissão de novas 
ações, da mesma forma que empresas constituídas sob outra forma jurídica (por 
exemplo, as limitadas) podem obtê-los ao tornarem-se sociedades de capital 
aberto. 
O processo pelo qual uma companhia fechada se transforma em aberta é 
denominado de abertura de capital. Após a solicitação e entrega da 
documentação pertinente (balanços publicados dos últimos exercícios sociais, 
cópia do estatuto e das suas alterações, atas de assembleias etc.), a Comissão 
de Valores Mobiliários - CVM outorga o “registro de companhia aberta". 
A abertura do capital de uma empresa pode ser realizada a qualquer momento 
de sua existência, captando recursos do público por meio de: 
• Emissão de debêntures simples ou conversíveis em ações; 
• Emissão de bônus de subscrição, ou de subscrição de ações, ou de 
subscrição de ações resgatáveis; 
• Combinação das modalidades citadas 
O registro na Comissão de Valores Mobiliários - CVM e o atendimento às normas 
legais são fundamentais para garantir os direitos do acionista e dar credibilidade 
ao sistema. Na tentativa salutar de adequar o mercado acionário ao contexto da 
nova economia, na virada do milênio, a BM&FBOVESPA criou segmentos 
diferenciados para listagem das empresas negociadas em seus mercados. 
Trata-se do Novo Mercado, e dos Níveis 1 e 2 de Governança Corporativa e do 
 
 
 
50 
50 
Bovespa Mais (no mercado de balcão). Em todos os casos, a adesão das 
companhias é voluntária e exige a assinatura de um contrato com a Bolsa. 
Ao participar desses segmentos de negociação, as empresas se submetem a 
normas de "boa prática de governança corporativa" que devem favorecer o 
funcionamento do mercado como fonte de captação de recursos das empresas. 
Os direitos dos acionistas também são fortalecidos, pois as partes firmam o 
compromisso de respeitar normas de transparência e de dispersão acionária e 
de equilíbrio de direitos entre acionistas controladores e minoritários. Dentre 
essas regras, que se aplicam de maneira diferenciada aos quatro níveis, 
destacam-se: 
• Emissão de ações ordinárias unicamente (todas as ações têm direito a 
voto)

Continue navegando