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Individualização - Direito Civil

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Individualização: nome 
Nomes: 
“Toda pessoa tem direito ao nome, nele 
compreendidos prenome e o sobrenome” (art. 
16. CC) 
“O nome é uma etiqueta pregada na testa de 
cada indivíduo” Juiz Frances 
Nome: 
- Proteção jurídica 
- Direito de personalidade 
- Micro sistemas legais (lei civil que trata de um 
único assunto) 
LEI DE REGISTROS PÚBLICOS 
Fundamentos legais: 
- CC/2002 art. 16 e ss 
- Lei de Registro Públicos (lei 6.015/73) art. 29 e 
ss 
O que é nome? 
Teorias: 
Nome é uma simples convenção social, sem 
prestigio jurídico e cuja existência não é válida 
pelo direito. 
a) O estado tem maior interesse em 
perfeitamente individualizar o ser 
humanos 
b) Nome é objeto de estudo doutrinário e 
da jurisprudência 
c) Temos o CC/02 + LRP/73 
Propriedade “sui generis” (algo especial/único) 
Não é aceita pois nome não pode ser 
comercializado 
- Nome não é propriedade 
“Com exceções dos casos previstos em lei, os 
direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício de 
limitação voluntaria” (art. 11, CC/02) 
- Nome pertence ao individuo de forma 
INDISSOCIÁVEL, IMANENTE e PERMANENTE 
- Nome merece proteção jurídica em toda a 
existência do indivíduo, e mesmo, no “post 
mortem” 
Legitimidade para defesa: 
a) Cônjuge + companheiro 
b) Descendentes; ascendentes 
- O seu nome tem mesma importância de 
proteção até mesmo quando voce morre. 
Elementos constitutivos do nome: 
“Toda pessoa tem direito ao nome, nele 
compreendidos prenome e o sobrenome” (art. 
16. CC) 
1. Prenome 
É a primeira partícula que identifica o indivíduo 
na sociedade 
Simples: é unitário 
Ex.: Pedro 
Composto: duplo 
Ex.: Pedro Miguel 
- Só pode ter prenome duplo, não pode ter 
prenome de 3 nomes 
2. Sobrenome (apelidos de família) 
- Identifica a sua estirpe/ascendência/origem 
familiar 
3. Agnome 
- É a partícula que separa/distingue pessoas 
com o mesmo nome dentro do mesmo núcleo 
familiar 
Ex.: Junior, Filho, Segundo, II 
- Só se for na mesma família, se outra pessoa 
estiver com mesmo nome que o seu, mas, não 
for seu parente, você não pode mudar 
So pode mudar se: 
a) Causado constrangimento várias vezes 
b) Causando prejuízos 
c) Veja se está te causando incomodo 
 
4. Hipocoristico 
O hipocorístico é a abreviação do prenome, 
com tons de afetuosidade, ou acrescenta o 
sufixo “inho” 
Ex.: Mila, Lipe, Bia, Terezinha, Paulinho 
Só pode alterar prenome 
5. Pseudonimo 
Pseudônimo é protegido por lei civil, desde que 
usado para fins lícitos e de exploração 
comercial 
- Cria um personagem 
Ex.: Silvio Santos, Anitta, Gustavo Lima 
- Tem que haver registro ® (INPI) 
Uso indevido do nome: 
- Não autorizar 
- Quando ocorrer exposição ou divulgação do 
nome sem finalidade difamatória deve ser paga 
indenização do mesmo jeito, pois não foi 
autorizado 
Ações judiciais cabíveis 
a) Danos morais 
Ressarcimento financeiro pela exposição 
indevida do nome 
b) Ação cominatória 
Cominar: obrigar alguém a fazer algo ou não 
fazer 
“obrigação de fazer” 
“obrigação de não-fazer” 
“ação cautelar” 
c) Desagravo ou retratação 
- O violador do nome faça uma meia culpa, 
corrigindo o equívoco quanto ao nome 
OPOSIÇÃO JUSTIFICADA DO OFICIAL 
DE REGISTRO CIVIL 
“Os oficiais do registro civil não registrarão 
prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os 
seus portadores. Quando os pais não se 
conformarem com a recusa do oficial, este 
submeterá por escrito o caso, independente da 
cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão 
do Juiz competente.” art. 55 parágrafo único, 
LRP. 
Recusa legítima 
- O oficial pode negar registrar a criança, cujo 
nome, exporá a situações ridículas ou 
vexatórias no futuro 
- A pessoa não pode escolher 
- Pode barrar todos os elementos do nome se 
porá a criança a situações constrangedoras 
PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE 
RELATIVA: 
- Via de regra é imutável para garantir uma 
sociedade com segurança jurídica 
 
PRINCÍPIO DA MUTABILIDADE 
MOTIVADA 
Exceções a imutabilidade: 
Controle repressivo (você traz o nome e eles 
avaliam) 
- Hoje são admitidas várias exceções: 
a) Legais 
b) Doutrinárias 
c) Jurisprudência (STJ e STF) 
Antes esse princípio era absoluto, e não era 
permito a alteração do nome 
- Todos os nomes são masculinos, é tudo no 
patriarcado 
Objeto: 
a) Nome 
b) Prenome ou sobrenome 
- Pode modificar agnome se você justificar 
- Voce não pode criar o que não está prevista 
na lei 
Motivada: motivação legal 
A alteração deve ser por meio de processo 
judicial e dentro das hipóteses legais 
- Não se permite modificar por simples 
questões ou desejos pessoas 
Forma de modificação: 
a) Erro ortográfico 
Obs.: quando se trata de mero erro de 
digitação (erros materiais), prescinde de ação 
judicial 
- A ratificação é extrajudicial/administrativo, 
diretamente no cartório de registro civil 
- Está hipótese não permite maiores 
indagações 
b) Nomes ridículos ou vexatórios 
Ridículos: feios por si só 
Vexatórios: por semelhança (associação) a 
fatos, situações ou personagens (negativos) 
- Ocorre quando o titular é constantemente 
exposto a situações de “escárnio público” 
Corona Victor; Lúcifer; Hitler 
- Tem que provar se você tá sendo 
constantemente constrangido por aquele nome 
c) Nome de uso social 
(jurisprudência) 
- Que o nome que deve constar no registro 
civil, é aquele pelo qual a pessoa é socialmente 
aceito e se apresenta para a sociedade, ao 
invés da verdade formal 
- Você é conhecido por aquele prenome 
Ex.: nome dela é Maria de Socorro, mas ela se 
apresentava como Juliana, se todo mundo te 
conhece assim e há uma reciprocidade na 
sociedade, você pode mudar 
- Não é um apelido 
- Tem que provar ao magistrado que você não 
usa o nome contado no registro civil 
d) Alteração decorrente de apelido 
público notório 
Público: uso ostensivo 
Gozar de prestígio social 
- Você se apresenta em sociedade 
- Reciprocidade 
Antes: só poderia acrescentar 
Ex.: Maria das Graças Meneghel 
Depois ela acrescentou o Xuxa 
Ficou: Maria das graças Xuxa Meneghel 
Pós 1998 
Agora você pode substituir o prenome pelo 
apelido 
- Substitui prenome pelo apelido notório, mas 
mantendo inalterado os sobrenomes 
- Não pode mexer no sobrenome 
Tem que substituir, mas, o STJ fala que quem 
pode mais pode menos, logo se você quiser 
pode apenas acrescentar. 
e) Alteração do prenome dos transexuais 
CFM resoluções: 
Disforia de gênero: nítida separação entre o 
sexo biológico (natural) e sexo psicológico 
(social) 
- Repulsa as gônadas sexuais primárias e 
secundárias 
LRP: dispensa a cirurgia de transgenitalização 
(SUS) 
A cirurgia é dada de graça pelo SUS, mas, você 
tem que passar 2 anos em observação 
- Modifica-se apenas o prenome, não altera o 
sobrenome 
STJ: modifica prenome 
- Nos campos dos documentos reservado ao 
gênero, deve-se adequar a nova realidade 
biológica-social 
- Na certidão de nascimento não pode constar 
qualquer anotação que remeta a mudança de 
sexo 
STF: fala que não precisa de ação judicial, pode 
ir diretamente no cartório, pois agora é 
completamente declaratória, mas precisa ter 
um fenótipo, uma aparência do sexo que você 
irá trocar. 
EX.: Cirurgia de mama, procedimento estético... 
- É auto declaratório, mas precisa do mínimo 
de fenótipo 
- Autoafirmação, apresentar os fenótipos do 
sexo social 
 
f) Alteração sem motivos 
- Quando você completar 18 anos até os 19 
você poderá alterar o seu prenome por meio 
administrativo. 
Desembargador Gilson Soares Lemes: 
“Saliente-se, que essa é a única hipótese de 
modificação imotivada, bastando a vontade do 
titular, desde que não prejudique os apelidos de 
família.” 
Walter Ceneviva afirma a respeito da alteração 
prevista o art. 56, que aalteração é do” 
prenome”, não podendo ser prejudicado o” 
sobrenome”: 
É interessado em alterar o prenome o titular 
deste, sem prejudicar o sobrenome, 
tradicionalmente referido no art. 56 como 
apelido de família. O interessado pode requerer 
a mudança pessoalmente ou por procurador. 
Agirá no primeiro ano após ter adquirido a 
maioridade civil, isto é, no decurso de seu 
décimo nono ano de existência, a terminar na 
véspera da data em que o complete. Bastará 
iniciar o processo entre 18 e 19 anos de idade, 
mesmo que o prazo legal termine na véspera 
da data em que os complete, respeitado o 
interstício entre os 18 e 19 anos para apresentar 
o pedido, mesmo que a decisão seja posterior. 
[…] A opção voluntária decorre do predicado 
poderá. 
O STJ, em 2019 , já se manifestou sobre a 
inclusão de sobrenome, tendo esclarecido que, 
se o sobrenome não foi incluído quando do 
registro de nascimento e se foi atribuído à 
criança sobrenome tanto da linha materna 
quanto da linha paterna, não há previsão legal 
de alteração do nome apenas para incluir outro 
sobrenome, ainda que para prestar 
homenagem a ancestral. No entanto, ressalvou 
o STJ que o titular do nome, “no momento 
oportuno”, qual seja, ao completar 18 (dezoito) 
anos, poderá fazer essa homenagem, se quiser: 
Do inteiro teor do Acórdão, reproduz-se o 
seguinte extrato, pela importância para o 
esclarecimento da questão: 
Finalmente, destaca-se que o art. 56 da Lei de 
Registros Públicos estabelece um prazo 
decadencial para a alteração imotivada do nome 
quando prevê que o “interessado, no primeiro 
ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, 
pessoalmente ou por procurador bastante, 
alterar o nome, desde que não prejudique os 
apelidos de família, averbando-se a alteração 
que será publicada pela imprensa”. 
Portanto, caso seja do interesse do menor 
prestar homenagem a seu bisavô paterno e sua 
avó materna poderá fazê-lo no momento 
oportuno. 
Mario de Carvalho Camargo Neto e Marcelo 
Salaroli de Oliveira, na linha do aqui defendido, 
afirmam que, na hipótese do art. 56, “a 
alteração deve ocorrer no primeiro ano após a 
maioridade, podendo ser por pedido imotivado 
em sede administrativa, independendo de justo 
motivo e de sentença, mas com publicação na 
imprensa.” Os referidos doutrinadores 
esclarecem que, já que a alteração imotivada é 
restrita ao primeiro ano após a maioridade, fica 
reduzida enormemente a possibilidade de ser 
utilizado esse expediente com intuito 
fraudulento, razão pela qual a segurança jurídica 
está garantida. 
- É permitido, segundo os doutrinadores 
Cristiano Chaves de Faria e Nelson Rosenvald, 
que a alteração na maioridade é plenamente 
justificável pois se trata do direito de 
personalidade, e que a pessoa pode escolher 
seu próprio nome civil. 
g) Adoção 
- O sobrenome será automaticamente alterado, 
pois vai adicionar os sobrenomes dos pais 
- Poderá alterar o prenome também, art. 47, § 
5°, ECA 
h) Programa de proteção a testemunha 
Foi testemunha de um processo criminal e em 
razão disso a vida dela começa a ter riscos, 
começa a ter seu nome pesquisado pelas 
pessoas que ela testemunhou, etc. 
i) Tradução do nome do estrangeiro 
Lei de imigração brasileira permite a tradução 
do nome a imigrantes 
Ex.: Joseph vira José; Richard vira Ricardo. 
j) Sobrenome
1) Casamento 
2) Divórcio (mas se quiser pode manter o 
sobrenome do marido) 
3) Anulação do casamento 
4) Conhecimento posterior de paternidade 
Pode suprimir um nome para adicionar o outro? 
O STJ entende-se que quando a pessoa casa 
pode substituir seu sobrenome, mas não pode 
suprimir ele todo, tem que deixar pelo menos 
um. Não pode haver prejuízo a ancestralidade 
k) Colocar o nome do padrasto ou 
madrasta 
O enteado ou a enteada, havendo motivo 
ponderável e na forma dos §§ 2o e 7o deste 
artigo, poderá requerer ao juiz competente 
que, no registro de nascimento, seja averbado 
o nome de família de seu padrasto ou de sua 
madrasta, desde que haja expressa 
concordância destes, sem prejuízo de seus 
apelidos de família. (Art. 57, § 8°) 
l) Multiparentalidade 
A multiparentalidade é reconhecimento 
concomitante entre uma pessoa e dois 
indivíduos, sendo um ligado por vínculo afetivo 
e outro por um vínculo biológico e, ambos, 
tidos como pais. Uma pessoa poderia, por 
exemplo, ter uma mãe, um pai de laço oriundo 
da afetividade e outro de proveniente da 
consaguinidade. 
O STF desde 2017 admite essa tese 
→ Informações adicionas: 
o Filhos fora do casamento tem que ter 
autorização do pai, tendo 
reconhecimento do mesmo, mas, se for 
um filho dentro do casamento não 
precisará de autorização, apenas a 
apresentação da certidão de casamento

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