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1 ELASTÔMEROS INTRODUÇÃO ✓ Utilizados para moldagem de precisão em pacientes dentados. ✓ Em pacientes desdentados, o uso dos elastômeros restringe-se para moldagem em prótese total e prótese sobre implante. ✓ São materiais elásticos, ou seja, são capazes de se distender e voltar a sua forma original, oferecendo uma alta precisão. ✓ Possuem uma alta capacidade de copiar os detalhes. ✓ São mais estáveis dimensionalmente. Prótese fixa convencional ✓ Deve-se realizar o desgaste dos dentes adjacentes (que são os pilares) para posterior confecção de coroa. ✓ O dente preparado adquire uma forma ligeiramente cônica de cervical para incisal para que a peça onde será confeccionada a coroa consiga entrar e se encaixar no dente. Preparo dental 1. Delimitação da área cervical com ponta diamantada esférica, estabelecendo a profundidade do desgaste nessa região; 2. Sulcos de orientação vertical (canaletas) na face vestibular, seja em dentes posteriores ou anteriores. Utilizam-se pontas montadas para a confecção dos sulcos, que fornecem a profundidade do desgaste da estrutura; 3. Realizar o desgaste do dente: um lado de cada vez, protegendo o dente vizinho com tira de aço; 4. Preparo com toda a face vestibular desgastada orientado pelos sulcos de orientação; 5. Desgaste da face palatina; 6. Finalização do preparo: formato do dente reduzido com o objetivo de criar espaço para que a peça protética, coroa ou prótese fixa, encaixe no dente, restaurando a forma e anatomia; 2 7. Refinamento do preparo: alisamento geral das paredes, removendo pontos retentivos ou rugosos; 8. Aprofundamento da área cervical ligeiramente dentro do sulco gengival, pois a linha de união entre a peça feita no laboratório e o dente natural é clinicamente visível. Para evitar tal problema, a estrutura é colocada embaixo da gengiva marginal livre e por isso o aprofundamento dessa região é importante; 9. O término do preparo para a coroa deve estar 2 mm distante da crista óssea para que a saúde periodontal seja preservada; 10. O fio retrator tem como objetivo afastar a gengiva, permitindo o término adequado do preparo e a entrada do material de moldagem nessa região, sendo possível copiar esta área além do preparo. Essa área delimita o local onde acaba o preparo e continua o dente. MOLDAGEM DE PRECISÃO COM ELASTÔMEROS Características desejáveis do molde: ✓ Capacidade de copiar detalhes; ✓ Livre de contração, expansão e distorção (contração sempre existe pelo fato de o elastômero ser um polímero, mas essas propriedades variam entre si dependendo do elastômero utilizado); ✓ Estabilidade dimensional; ✓ Atóxico; ✓ Técnica de moldagem confortável; ✓ Custo acessível, embora mais caro que o alginato. Tipos de elastômeros segundo composição química: ✓ Mercaptana ou polissulfeto (praticamente em desuso) ✓ Silicona de condensação ✓ Silicona de adição ✓ Poliéter 3 Viscosidade: ✓ Pastas (pasta base + pasta catalizadora) em tubos individuais ou chartucho automix; Pasta leve: fluido, light, wash; Pasta regular (médio); Pasta pesada (heavy); Denso (massa, putty), erroneamente chamado também de “pesado”. ✓ Pote com massas para ser manipulado com as mãos. O fabricante adiciona agentes de carga inertes na composição para regular a viscosidade. A massa densa possui cerca de 70% de carga, enquanto a leve, 30%. Pastas regular e pesada apresentam porcentagens intermediarias entre a massa densa e a pasta leve. SILICONA DE CONDENSAÇÃO ✓ Encontrada na forma de pasta leve e massa densa; ✓ É o material que apresenta a segunda melhor recuperação elástica, ficando atrás da silicona de adição. Pasta base: ✓ Polidimetil siloxano; ✓ Tetraetil ortosilicato (agente de ligação cruzada); ✓ Carga inorgânica: 30 a 75% (SiO2 – óxidos metálicos) – 30% de carga concentrada na pasta leve, por isso ela é mais fluida, e 75% de carga na massa densa; ✓ Corantes orgânicos (pigmentos). Pasta reagente: ✓ Octoato de estanho; ✓ Diluente oleoso; ✓ Ortoalquilsilicato (agente de ligação cruzada). Reação de polimerização: O octoato de estanho envolve as cadeias por condensação dos grupos hidroxila (- OH) e ligação cruzada entre as cadeias pelo tetraedil ortosilicato → formação de subproduto volátil (álcool), pois são separados alguns produtos durante a formação da ligação cruzada. Com isso, o vazamento deve ser feito imediatamente, pois a evaporação do álcool pode gerar problemas como provocar a contração do material, que perde sua estabilidade dimensional e capacidade de copiar os detalhes fielmente. 4 SILICONA DE ADIÇÃO ✓ Pode vir em todas as formas de consistência: massa densa, pasta leve, regular e pesada; ✓ Opção de pastas para serem misturadas em bloco de espatulação ou no automix; ✓ Material com maior capacidade de copiar detalhes; ✓ Melhor estabilidade dimensional; ✓ Melhor recuperação elástica, ou seja, é o elastômero que menos sofre distorção quando removido da boca. Pasta base: ✓ Polimetil siloxano hidrogenado; ✓ Outros siloxinanos pré-polimerizados; ✓ Agentes de carga; ✓ Corantes. Pasta reagente: ✓ Divinil polidimetil siloxano; ✓ Outros siloxanos pré-polimerizados; ✓ Ácido cloroplatínico (catalisador); ✓ Retardadores; ✓ Agentes de carga; ✓ Corantes. Reação de polimerização: → Não há formação de subprodutos voláteis porque as cadeias se ligam entre si: 5 Por não ter subprodutos voláteis como a silicona de condensação, eles apresentam grande estabilidade dimensional. Assim, o molde pode ser guardado por diversos dias sem que se altere, desde que seja armazenado em ambiente adequado; → Possível liberação de H2 (reação com impurezas do material): A mistura dos materiais acaba provocando a liberação de H2. Após a formação do material, a tendência desse gás hidrogênio é sair da estrutura do molde e ir para o ambiente. Por mais que o gás não seja suficiente para alterar o molde, se o vazamento for realizado imediatamente, esse gás encontrará o gesso que ainda não reagiu, ficando preso entre o molde e o gesso. Com isso, pode haver a formação de microbolhas de ar no gesso. Dessa forma, é recomendado pelo fabricante o retardamento do vazamento para que o gás seja eliminado (isso leva em torno de 30 minutos a 2 horas); → Efeito do enxofre: A presença de enxofre presente nas luvas de látex, por exemplo, pode afetar a polimerização do material. A mistura da massa densa com luva de látex pode alterar a polimerização a ponto de retardá-la, fazendo com que o material reaja parcialmente. Se isso ocorrer, as propriedades do material serão alteradas, incluindo a recuperação elástica. Por isso, recomenda-se o uso de luvas de nitrila ou de vinil. Alguns fios retratores possuem enxofre (sulfatos) em sua composição, podendo atrapalhar também a polimerização do material. Dessa forma, a silicona de adição não deve ser usada nesses casos. A área do término cervical pode estar contaminada com o enxofre do frio retrator e retardar a polimerização dessa região, causando distorção e consequente desadaptação da prótese. POLISSULFETO OU MERCAPTANA ✓ São oferecidos nas consistências de pastas leve, regular e pesada. Pasta base: ✓ Polímero polissulfeto (mercaptana polifuncional); ✓ Agentes de carga: 12 a 50% (ZnO2, TiO2, SiO2); ✓ Óleos não reativos como plastificante (dibutil ftalato); ✓ Enxofre: 0,5% (velocidade de reação). Pasta reagente: ✓ Dióxido de chumbo: 30%; ✓ Óxido de cobre ou peróxido orgânico (catalizador); ✓ Agentes de carga (os mesmos). ✓ Plastificantes (os mesmos); ✓ Ácido oleico (retardador). Reação de polimerização (por condensação): O componente principal é o polissulfeto ou mercaptana polifuncional, que é um polímero linear que possui grupamentos mercaptanas terminais e pendentes, que são os6 sítios para ligação cruzada. Os radicais mercaptana (-SH) reagem com dióxido de chumbo, formando polímero de polissulfeto por alongamento das cadeias e ligações cruzadas. Quando ocorre a união entre as cadeias das moléculas, os hidrogênios e os oxigênios acabam sendo descartados. Essas moléculas de hidrogênio e oxigênio acabam gerando água como produto, sendo esta volátil. Assim, com o decorrer do tempo, o polissulfeto acaba contraindo por perda da água devido a evaporação. Por conta disso, o molde deve ser vazado rapidamente. POLIÉTER Interessante para a moldagem de prótese sobre implante por ser um material rígido, mesmo na consistência regular, conseguindo estabilizar os sistemas utilizados na moldagem sob o implante e de paciente desdentado, pois a consistência regular desse material é capaz de copiar a mucosa com detalhes. Pasta base: ✓ Polímero de poliéter de baixo peso molecular (grupamento etileno-imina); ✓ Agente de carga (SiO2); ✓ Plastificante: glicoéter ou ftalato). Pasta reagente: ✓ Alquilsulfonato aromático (éster sulfônico); ✓ Agente de carga (o mesmo); ✓ Plastificante (o mesmo). Reação de polimerização (por adição): Assim como na silicona de adição, não há formação de subprodutos. Com isso, o vazamento do molde pode ser realizado em até duas semanas. É um material estável, porém capaz de absorver água, podendo expandir e alterar suas dimensões. Ou seja, pode ser vazado em até duas semanas, desde que não fique armazenado em ambiente úmido ou em submersão. As siliconas de adição e condensação são as mais comuns porque elas possuem a combinação do material denso com o leve. 7 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ELASTÔMEROS Tempo de trabalho Reconhecer alteração na viscosidade: inserção tardia da moldeira provoca aumento da viscosidade, levando à dificuldade de escoamento (menor cópia dos detalhes). A medida do tempo de trabalho inicia na mistura das pastas e termina antes que o material de moldagem altere sua viscosidade, devendo esse tempo ser suficiente para a mistura, preenchimento da seringa e da moldeira, injeção nos dentes preparados e assentamento da moldeira na boca do paciente. Tempo de presa O tempo de presa é o tempo decorrido do início da mistura até que a polimerização tenha avançado o suficiente para que seja possível remover o molde com mínima deformação. Reconhecer elasticidade do material, pois a remoção prematura do molde provoca distorções. Intervalo entre tempo de trabalho e de presa: ✓ Não pressionar a moldeira após o assentamento; ✓ Não movimentar a moldeira; ✓ Nunca delegar ao paciente a tarefa de manter a moldeira na boca. Tempo de trabalho e presa: ✓ O tempo de reação em si e o efeito da temperatura de armazenagem e ambiente variam em função de cada tipo de material; ✓ O mais importante é reconhecer o momento para remoção sem risco de rasgamento e distorções. Como identificar clinicamente? Testar a elasticidade no remanescente da placa de mistura, comprimindo o material com o cabo de alguma espátula, uma vez que, diferentemente do alginato, o elastômero ainda apresenta polimerização quando não está mais “grudando” na luva, não sendo possível removê-lo da boca nesse momento (importante lembrar que o alginato, quando não está mais “grudando” na luva, terminou sua polimerização e o molde está pronto para ser removido da boca). Se o material ainda estiver em fase de polimerização, haverá marcas do cabo da espátula no remanescente. Quando o elastômero estiver polimerizado, a marca do cabo da espátula sumirá assim que for retirada do remanescente, indicando que o material já apresenta as características elásticas suficientes. Aguardar mais 1 ou 2 minutos para ter certeza da resistência e elasticidade durante a remoção do molde. O aumento da temperatura acelera a reação de polimerização de todos os materiais de moldagem reduzindo o tempos de trabalho e de presa. Por outro lado, baixas temperaturas retardam a reação química. As siliconas polimerizadas por adição são mais sensíveis a variações de temperatura. Para obter maior tempo de trabalho recomenda-se refrigerar o material, pois a viscosidade do material não é substancialmente alterada nestas condições. Além disso, o elastômero ao 8 ser introduzido na boca do paciente, é rapidamente aquecido, fazendo com que o tempo de presa não seja excessivamente aumentado. A silicona polimerizada por condensação e o poliéter são menos sensíveis a variações de temperatura quanto ao tempo de presa, porém como comentado anteriormente a pasta do poliéter fica excessivamente viscosa a baixas temperaturas. Elasticidade As distorções dos moldes de elastômero são mínimas comparadas com os alginatos. Porém a remoção do molde deve ser feita com atenção uma vez que a recuperação elástica está diretamente relacionada ao tipo e viscosidade do elastômero, tempo de polimerização e tensões induzidas na remoção do molde. O polissulfeto é o que demora mais a recuperar a deformação resultante e o que apresenta a maior deformação permanente, ou seja, a menor recuperação elástica (cerca de 96%). Por outro lado, este tipo de material mostra pouca rigidez, tornando fácil a remoção de moldes em áreas retentivas, por conta da excelente elasticidade. A flexibilidade aproximada dos polissulfetos varia de 8,5% a 20% dependendo da consistência. Ao contrário dos polissulfetos as siliconas polimerizadas por condensação exibem mínima deformação permanente e rápida recuperação elástica de aproximadamente 99%. A rigidez é maior que a dos polissulfetos e menor que os demais elastômeros, com flexibilidade que varia de acordo com a consistência, entre 3,5% e 7,8%, valores que não dificultam muito a remoção do molde. As siliconas polimerizadas por adição são os materiais com as melhores características elásticas sendo as distorções praticamente inexistentes, com recuperação elástica próxima de 100%. A flexibilidade, entretanto, é menor que a dos polissulfetos e siliconas de condensação, ficando entre 1,3% e 5,6%. O poliéter recuperação elástica um pouco abaixo da silicone de condensação e superior à dos polissulfetos. Porém sua alta rigidez, com flexibilidade de 1,9% a 3,3%, torna mais difícil a remoção dos moldes de áreas retentivas. Dureza Tomando como base do material mais rígido ao mais fluido, têm-se o seguinte: polissulfeto < silicona de condensação < silicona de adição < poliéter. Deformação permanente Tomando como base do material que sofre maior deformação para o menor, têm-se o seguinte: polissulfeto > poliéter > silicona de condensação > silicona de adição. Resistência ao rasgamento Os polissulfetos apresentam resistência ao rasgamento superior aos demais elastômeros, porém, está maior resistência pode estar relacionada à sua maior suscetibilidade à deformação permanente. Estabilidade dimensional 9 Todos os elastômeros estão sujeitos à contração de polimerização intrínseca ao processo de presa e alterações dimensionais térmicas. O coeficiente de expansão térmica linear dos elastômeros situa-se entre 150 e 220x10-6 / 0 C. Tanto a contração de polimerização quanto as alterações dimensionais térmicas estão diretamente relacionadas à concentração de agentes de carga inertes, inseridos na composição para ajustar a viscosidade, ou seja, quanto menos viscoso o tipo de material (mais fluido), mais alterações ocorrerão por conta dessas propriedades. Por isso, se recomenda que os materiais leves sejam usados no menor volume possível. Além disso, os materiais apresentam diferentes formas de polimerização (adição ou condensação). Como comentado na seção que trata da composição dos materiais, os polimerizados por condensação têm a formação de sub-produtos voláteis. Durante a reação de polimerização por condensação dos polissulfetos há formação de água como sub-produto as siliconas polimerizadaspor condensação sofrem a formação de álcool etílico, e sua consequente evaporação, compromete mais acentuadamente a estabilidade do molde obtido. Para contornar esse problema, o tempo recomendável para a obtenção do modelo de gesso é de até 30 minutos após a remoção do molde. Efeito da contração de polimerização: ✓ Poliéter = silicona de adição < polissulfeto < silicona de condensação Efeito da contração térmica: ✓ Silicona de condensação = silicona de adição < polissulfeto < poliéter MANIPULAÇÃO DOS ELASTÔMEROS Materiais na forma de pastas leve, regular e pesada São dispensadas sobre uma placa de vidro ou um bloco de espatulação de papel impermeável descartável, comprimentos iguais das pastas base e reagente, e com uma espátula de aço inoxidável rígida a pasta reagente é recolhida e misturada à pasta base, com movimentos circulares da espátula em ângulo de 45o, para a mistura inicial. Em seguida, em movimentos circulares, a mistura é concluída com a face da espátula até a obtenção de mistura homogênea, caracterizada pela coloração uniforme da massa sem a presença de estrias marrons e brancas das pastas originais. Caso a mistura não seja homogênea, a polimerização não deverá ser uniforme podendo provocar distorção do molde. Devido a viscosidade extremamente baixa das pastas de consistência leve, os cuidados nos procedimentos de proporcionamento são de vital importância, pois é frequente o erro na proporção entre pasta base e catalisadora, provocando acentuadas alterações no tempo de trabalho. Para a silicone de adição, a manipulação dos materiais de consistência leve, regular ou pesada, em geral, é feita por sistemas de proporcionamento e mistura automáticos (automix), onde cartuchos contendo as pastas base e catalisadora em compartimentos separados, são colocados em um dispositivo dispensador (tipo pistola). Ao acionar o gatilho, as pastas base e reagente são estruídas, mesma quantidade e ao mesmo tempo. Junto as aberturas dos compartimentos do cartucho, por onde as pastas são ejetadas, é acoplada uma ponta misturadora, dotada de um sistema de hélices que faz com que as pastas ao passarem por esta ponta sejam misturadas homogeneamente. 10 O material de consistência densa de silicone de condensação, devido à sua elevada viscosidade, é fornecido em potes acompanhados de colher de medida. Para cada colher de massa densa é utilizado um determinado comprimento de pasta catalisadora. A mistura é feita manualmente, com movimentos de amassamento com os dedos, até a obtenção de uma mistura homogênea. O material de consistência densa das siliconas de adição é preparado manualmente de modo similar a silicone de condensação, com a diferença de que as massas base e catalisadora são fornecidas em dois potes. Para cada colher da massa base é utilizada uma colher de massa catalisadora. Deve-se lembrar que há o risco de inibição ou retardamento da polimerização caso ocorra contaminação pelo enxofre presente nas luvas de látex. O poliéter pode ser manipulado da forma convencional, mas atualmente já se encontram opções de automistura. Um diferencial é uma máquina onde se coloca um cartucho grande e a máquina prepara o material para inserir direto na moldeira, como se fosse uma pequena máquina de sorvete italiano. Como deficiência podemos destacar que esse material, caso esteja frio, estará excessivamente rígido, o que impedirá espremer o tubo para proporcionar as pastas. Portanto, apesar da recomendação feral de se armazenar os elastômeros em geladeira para aumentar sua vida útil, o poliéter deve ser retirado da geladeira com antecedência. TÉCNICAS DE MOLDAGEM 1. Técnica Monofásica ou da Única Mistura 2. Técnica Bifásica de um passo ou da Dupla Mistura ou Espatulação Simultânea 3. Técnica Bifásica de dois passos ou do Reembasamento 4. Técnica de Moldagem Unitária (casquete) 1. Técnica Monofásica ou da Única Mistura ✓ É utilizado um material de consistência regular e moldeira individual; ✓ Siliconas de adição, polissulfeto (desuso) ou poliéter (mais comum); ✓ Importante para a moldagem de pacientes desdentados e para prótese sobre implantes. Passos: Após o ajuste da moldeira individual de resina acrílica, aplica-se uma fina camada de adesivo de moldeira que acompanha o produto. Em seguida uma quantidade suficiente de material é proporcionada e manipulada de acordo com o descrito anteriormente sendo parte do material utilizado para preencher a seringa de moldagem e o restante é utilizado para carregar a moldeira. Após, o material é injetado cuidadosamente, com seringa, nos dentes preparados, sempre cuidando para que a ponta da seringa permaneça em contato com o dente e a injeção seja iniciada pela área de maior dificuldade de acesso. Na sequência, a moldeira é assentada na boca do paciente, e mantida em posição sem pressão até a polimerização do material. 2. Técnica Bifásica de um passo ou da Dupla Mistura ou Espatulação Simultânea Duas consistências preparadas simultaneamente; ✓ Material leve + material pesado: moldeira individual; 11 ✓ Material leve + denso: moldeira de estoque (procedimento mais comum); Pelo fato de os materiais serem de viscosidade diferente e necessitarem ser trabalhos simultâneos, a técnica exige grande prática. Do ponto de vista de precisão, atinge a mesma satisfação ou até mais em relação a técnica de reembasamento (dois passos), uma vez que a película mais final de material leve. Por ser realizada em uma única etapa, não há o risco de compressão da moldeira. Entretanto, a moldeira deve ser estabilizada e mantida na boca com a menor pressão possível. Mais crítica do que a técnica de dois passos no quesito de remoção da moldeira da boca de pacientes com dentes retentivos (dentes mesializados, supranumerários, entre outros). Para esses pacientes, a técnica de um passo não é a mais recomendada, pois quanto mais difícil for a remoção do molde, mais distorção haverá. Passos: Na primeira situação, a moldeira individual de resina acrílica é preparada como descrito na técnica anterior e são preparadas as pasta leve e pesada ao mesmo tempo. A pasta leve é aplicada com seringa nos dentes preparados e ao mesmo tempo a moldeira é carregada com a pasta pesada. Em seguida a moldeira carregada é assentada e mantida na boca até a polimerização. A outra técnica utiliza moldeira de estoque e associa a massa densa e a pasta leve. Nesta técnica, o material leve é preparado e injetado nos preparos e o material denso é preparado ao mesmo tempo, a moldeira de estoque é carregada com a massa densa e assentada na boca do paciente. Nessa técnica, o volume de material leve é muito pequeno, suficiente apenas para copiar os detalhes, já o material denso preencherá a maior parte do molde. 3. Bifásica de dois passos ou Reembasamento → 1º passo - moldagem com material denso com moldeira de estoque: criação de alívio (espaço) para o material leve com lâmina de plástico entre o material denso e as estruturas a serem moldadas. Criação de espaço com lâmina de plástico: ✓ Vantagens: menor espessura (menos alterações dimensionais), menor tempo clínico, limpeza e facilidade de reinserção da moldeira. ✓ Desvantagens: alívio não totalmente uniforme e dificuldade de remoção do molde (menor espessura de material leve). Escavação do molde de material denso para criar espaço para o material leve: ✓ Vantagens: tempo de confecção do alívio. ✓ Desvantagens: descontrole da espessura do alívio, sujeira, dificuldade de reinserção da moldeira (falha no recorte pode produzir interferências). → 2º passo - reembasamento com material leve: remoção do 1º molde, retirada do plástico, afastamento gengival e moldagem com o material leve (reembasamento). O material leve possui um maior coeficiente de expansão térmico, maior cópia de detalhes. Assim, quanto mais fino for o material, melhor. 124. Técnica de Moldagem Unitária (casquete) Desvantagens: ✓ Moldagem de alginato prévia para ter o modelo de gesso para que o casquete (moldeira individual) possa ser realizado; ✓ Adaptação clínica dos casquetes na cervical nos dentes de interesse e movimentação dos casquetes durante a remoção do molde com golpe único, provocando alteração de sua posição em relação à arcada dentária. Vantagens: ✓ Moldagens de dentes sem a necessidade de afastamento gengival com fio retrator, pois o casquete é capaz de afastar a gengiva marginal livre; ✓ Menos traumática porque evita o afastamento gengival e fornece uma ótima cópia da região cervical; ✓ Quando a boca apresenta muitos preparos, ao inserir o material dente por dente, pode ocorrer a reação do material no primeiro dente quando se está fazendo a inserção no último dente, sendo difícil a moldagem nesses casos e tornando o casquete uma opção viável. Indicações: ✓ Técnica indicada para paciente com gengiva flácida, tornando difícil a moldagem e estabilização do fio retrator. ✓ A técnica de casquete deve ocorrer com material regular, pois esse tipo de material apresenta uma consistência boa. Quando o casquete é apertado na boca do paciente, o excesso por si só é capaz de afastar a gengiva e por isso a consistência escolhida deve ser a regular. Embora a cópia de detalhes não seja tão boa com um material de consistência regular, ela é clinicamente aceitável para que o trabalho protético seja realizado. Um material de consistência leve, por ser muito fluido, poderia ser eliminado sem apresentar a força necessária para afastar a gengiva. Passos: Inicialmente é obtido um modelo de gesso do dente preparado sobre o qual será confeccionada uma moldeira individual de resina acrílica para um único dente, chamada casquete. O processo é semelhante ao da obtenção de uma moldeira individual, sendo feito um fino alívio. Após, este casquete será provado e adaptado clinicamente, realizando um reembasamento da área cervical com resina acrílica. Em seguida, é aplicado o adesivo compatível com o material de moldagem e aguarda- se a secagem. A moldagem será feita com um material de viscosidade regular, pois apresenta uma consistência capaz de copiar detalhes. A área de término cervical sub gengival se dará pelo extravasamento do material de moldagem na área da gengiva marginal livre, promovendo seu afastamento. Para isso, a viscosidade da pasta regular deve ser suficiente para afastar esses tecidos gengivais. Após a polimerização do material, é feita uma moldagem total sobre o casquete que deverá ser removido junto com o molde total. DESINFECÇÃO DO MOLDE Devido ao risco de contaminação cruzada, os moldes de elastômero devem ser adequadamente desinfetados antes do vazamento do gesso. Esses procedimentos somente poderão ser feitos por meios químicos, pois as características intrínsecas dos elastômeros, 13 assim como dos demais materiais de moldagem, não permitem o uso de métodos físicos, onde se utiliza calor. Existe uma preocupação a respeito dos possíveis efeitos quanto à estabilidade dimensional e às características da superfície de moldes submetidos à desinfeção química, porém diversos autores concluíram que a desinfecção, se realizada por curtos períodos não provocam alterações significativas nos moldes. A A.D.A. recomenda que os moldes de elastômero sejam desinfetados por imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1%, durante 10 minutos ou solução de glutaraldeído a 2% por 30 minutos. OBTENÇÃO DO MODELO DE GESSO É recomendável que a obtenção dos modelos de gesso a partir de moldes de polissulfetos ou siliconas polimerizadas por condensação seja feito até no máximo 30 minutos após a remoção da boca do paciente, pois como comentado anteriormente esses materiais perdem a estabilidade dimensional ao longo do tempo. Devido sua excelente estabilidade dimensional, os poliéteres e as siliconas polimerizadas por adição, os moldes podem ser armazenados por até duas semanas sem que sejam observadas alterações clinicamente significativas. Quanto ao poliéter, devemos lembrar que esse pode absorver fluidos e provocar expansão, por isso, a armazenagem deve ser feita em ambiente seco. Quanto à silicone de adição, outros aspectos devem ser levantados, como a possibilidade de ocorrer a formação de gás hidrogênio durante o processo de polimerização. Se isso acontecer enquanto o gesso vazado ainda está fluido, poderá haver a formação de muitos pequenos poros, distribuídos por toda a superfície do gesso. Por isso, é importante observar as informações dos fabricantes, que recomendam armazenagem do molde por até 2 horas previamente à obtenção do modelo. Como esses materiais são dimensionalmente estáveis, não há prejuízo pela espera imposta por essa particularidade. CAUSAS DE FALHAS I - As principais causas de falhas relacionada à distorção do molde são: ✓ Perda da estabilidade dimensional; ✓ Falta de adesão do material à moldeira; ✓ Espessura excessiva de material leve; ✓ Introdução da moldeira com o material já apresentando alteração da viscosidade; ✓ Pressão ou movimentação após o assentamento da moldeira; ✓ Remoção prematura do molde; ✓ Retirada incorreta da moldeira da bocado paciente. II - As irregularidade no modelo de gesso podem ser resultado de: ✓ Remoção prematura da boca; ✓ Falha na proporção e/ou mistura das pastas; ✓ Inibição da polimerização por agentes químicos; ✓ Nódulos resultantes de bolhas no molde; ✓ Limpeza inadequada do molde com presença de resíduos como restos de cimento provisório; 14 ✓ Separação prematura do conjunto molde/modelo; ✓ Proporcionamento e manipulação inadequado do gesso; ✓ Porosidade causada pela não observação do tempo de espera para as siliconas de adição. CONCLUSÃO Os elastômeros são materiais de moldagem de excepcionais características em termos de reprodução de detalhes e precisão, entretanto, existem muitas variáveis que podem comprometer o resultado. O conhecimento básico sobre as diferentes formulações químicas e suas propriedades, assim como das técnicas de moldagem e de modelagem são imprescindíveis para que seja alcançado pleno sucesso neste passo técnico fundamental para a obtenção de um trabalho protético de qualidade
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