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Origem e Evolução do Direito do Consumidor

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DIREITO DO
CONSUMIDOR
D E B O R A H C . A L V E S
Origem do Direito do Consumidor 
Conceitos iniciais; Perspectiva histórica; Direitos do Consumidor e 
Constituição Federal 
Deborah C. Alves 
Advogada, especialista em Administração Pública 
 
1. Conceitos iniciais 
Podemos conceituar o Direito do Consumidor como o ramo do Direito 
que normatiza e disciplina as relações de consumo, aquelas 
estabelecidas entre fornecedores (que disponibilizam produtos ou 
serviços ao mercado) e consumidores (que são aqueles que consomem 
produtos ou serviços como destinatário final). No Brasil, o seu 
regramento concentra-se, principalmente, no Código de Defesa 
do Consumidor (CDC – Lei nº 8.078/1990). 
Na lição de MARQUES in BENJAMIN, MARQUES e BESSA (2013, 5ª 
edição, pág. 31), o Direito do Consumidor é um ramo novo do direito, 
disciplina transversal entre o direito privado e o direito público, que tem 
como objetivo proteger um sujeito de direitos – o consumidor –, em 
todas as suas relações jurídicas frente ao fornecedor – que é um 
profissional, um empresário ou comerciante. 
Pelas palavras da autora, podemos notar que a característica principal 
do Direito do Consumidor é a sua natureza protetiva em relação à parte 
mais vulnerável da relação de consumo, que é o consumidor. 
A novidade do Direito do Consumidor deve-se, principalmente, ao fato 
de que a figura do consumidor em si, como sujeito de interesses 
individuais e coletivos, também só foi reconhecida recentemente. A 
autora destaca (pág. 31) que, no decorrer da História, este sujeito de 
direitos era identificado com denominações diversas, eminentemente 
neutras, como “contratante”, “cliente”, “comprador”, como aquele 
que é o transportado, o mutuário, quem contrata um serviço, o 
“terceiro” beneficiário de um seguro – em suma, o cocontratante ou o 
terceiro-vítima do fato de um produto e de um serviço. 
Outro ponto notável é que, em todas as situações citadas, a perspectiva 
era predominantemente individual; apenas de modo raro era 
considerado um possível aspecto coletivo ou relativo a um grupo social, 
em relação àqueles envolvidos em uma relação de aquisição de um 
produto ou de um serviço com os mesmos problemas e dificuldades 
(interesses metaindividuais). A relação em si, estabelecida entre o 
agente econômico e esses indivíduos, era considerada de maneira 
específica e individualizada. 
Vale também apontar que o Direito do Consumidor é um ramo do 
Direito privado, mas que apresenta um forte elemento social, 
personificado na ideia de proteção ao consumidor, tanto de forma 
individualizada quanto coletiva, com fundamento na questão da 
dignidade da pessoa humana. Ou seja, o Direito do Consumidor assume 
um forte caráter de transversalidade entre os campos público e privado. 
Diante dessas informações iniciais, devemos analisar como o consumo 
se tornou objeto de necessária disciplina jurídica, e como a figura do 
consumidor passou a ser considerada o cerne das relações de consumo. 
 
2. Perspectiva histórica 
O Direito do Consumidor é um ramo do Direito que, pelos padrões 
históricos, ainda é recente, uma vez que disciplina tópicos originados 
principalmente em razão do desenvolvimento tecnológico e científico 
dos dois últimos séculos. 
A percepção da necessidade de uma disciplina jurídica específica 
relativa às relações de consumo só surgiu com o advento da 
industrialização e o nascimento da chamada sociedade de consumo. 
O consumo sempre existiu, sendo considerado parte indissociável do 
cotidiano social. Motivado por fatores tão diversos quanto a 
necessidade de sobrevivência e a busca pela ostentação de riqueza, a 
compreensão do fenômeno do consumo extrapola as barreiras 
biológicas e transforma-se em condição essencial da existência humana, 
na pedra fundamental da chamada sociedade de consumo – 
compreendida esta como o tipo de sociedade que se encontra em uma 
etapa avançada de desenvolvimento industrial capitalista, na qual a 
elevada produção de bens e serviços consequentemente aumenta o 
consumo massivo. 
A sociedade de consumo é caracterizada pela produção em série, pela 
distribuição em massa de produtos e serviços, pela publicidade em 
grande escala, pela formalização das aquisições por meio de contratos 
de adesão e pela oferta generalizada de crédito. 
Conforme FERRACIOLLI in LENZA et al (2020, 7ª edição, pág. 2.410), 
apesar de tais características serem facilmente identificadas em nosso 
cotidiano, nem sempre foi assim; somente a partir da segunda metade 
do século XX que os cidadãos passaram a conviver com a complexa 
sociedade de consumo com esses traços, os quais acentuam o 
desequilíbrio de forças existente entre os que detêm os meios de 
produção (fornecedores) e os que deles dependem (consumidores). 
Tais peculiaridades também conduzem ao surgimento de uma situação 
de verdadeira desigualdade entre fornecedores e consumidores, o que 
deu causa à necessidade de criação de legislação cujo cerne é a defesa 
do consumidor. 
Assim como outros ramos jurídicos surgidos no Séc. XX, o Direito do 
Consumidor procura satisfazer as necessidades de uma sociedade em 
mudança. 
O fator que alavancou essa mudança social – cujos efeitos ditam as 
características que até hoje marcam a nossa sociedade – foi a chamada 
Revolução Industrial. 
A Revolução Industrial se iniciou na Inglaterra, no Séc. XVIII, com a 
mecanização da indústria e da agricultura, e que gerou uma intensa 
migração da população residente nas áreas rurais para os centros 
urbanos; esse novo contingente populacional começou, no decorrer do 
tempo, a manifestar ávido interesse pelo consumo de novos produtos e 
serviços capazes de satisfazer suas necessidades materiais (ALMEIDA, 
2020, 8ª edição, pág. 46). 
As relações de consumo evoluíram, deixando de ser pessoais e diretas, 
centradas na mera troca de mercadorias por valores, e assumindo 
conformações mais complexas, fundamentadas em contratos e 
tornando-se mais impessoais, uma vez que a identidade do fornecedor 
vai perdendo importância. A produção deixa de ter um caráter bilateral 
(em que as partes contratantes discutiam cláusulas contratuais e 
eventual matéria-prima que seria utilizada na confecção de 
determinado produto) e passa a ser unilateral: uma das partes, o 
fornecedor, é o responsável exclusivo por ditar os caminhos da relação 
de consumo, sem a participação efetiva do consumidor (ALMEIDA, pág. 
46). 
Os bens de consumo passaram a ser produzidor em série, para um 
número cada vez maior de consumidores, estabelecendo assim uma das 
maiores características das sociedades capitalistas. 
Essa alteração substancial do teor da relação de consumo também 
deixou em evidência a fragilidade do consumidor diante dos grandes 
conglomerados industriais e das novas situações decorrentes do 
desenvolvimento – e a subsequente necessidade de uma resposta legal 
protetiva. O excesso de força e de influência que os fornecedores 
detêm, amplificados pela publicidade e pela criação opressiva de falsas 
necessidades, repercutem de forma negativa sobre os consumidores, 
evocando a demanda por um arcabouço legal protetivo. 
Conforme GIANCOLI e ARAUJO JUNIOR (2012, 3ª edição, pág. 23), nos 
Estados Unidos, a proteção ao consumidor havia começado em 1890 
com a Lei Shermann, que é a lei antitruste americana; e, ao final do 
século XIX e início do século XX, surgiram os primeiros movimentos 
consumeristas em países como a França, a Alemanha, a Inglaterra e, 
principalmente, os Estados Unidos, manifestando uma tendência de 
proteção jurídica às relações de consumo e representando uma reação 
social de conscientização do consumo – o qual permitiu o surgimento 
de sistemas normativos de proteção. 
No entanto, somente a partir dos anos 60 do Séc. XX é que essa 
questão tomou um novo fôlego. MARQUES in BENJAMIN, MARQUES e 
BESSA (pág. 32) cita que se considera que foi um discurso de JohnKennedy, em 1962, em que o presidente norte-americano enumerou os 
direitos do consumidor e os considerou como novo desafio necessário 
para o mercado, é que se deu o início de reflexões jurídicas mais 
profundas sobre este tema. 
Posteriormente, já na década de 70, foi a vez da Europa se manifestar 
sobre o assunto, especialmente pelo Conselho da Europa em 1973 e da 
Comunidade Econômica Europeia em 1975. 
A defesa do consumidor é um tema supranacional, que abrange todos 
os países, sejam estes desenvolvidos ou em via de desenvolvimento – o 
que ficou evidenciado pelas manifestações da Organização das Nações 
Unidas (ONU) em relação a esse tópico. Em ocasiões diversas, a partir 
de 1969, a ONU manifestou-se acerca da questão da defesa dos 
consumidores, sendo os principais exemplos os seguintes: 
 A Resolução nº 2.542/1969, que proclamou a Declaração das 
Nações Unidas sobre o progresso e desenvolvimento social; 
 A Comissão de Direitos Humanos da ONU, em 1973, enunciou e 
reconheceu os direitos fundamentais e universais do consumidor. 
 A Resolução nº 39/248 de 1985, que traz normas sobre proteção 
do consumidor, positivando o princípio da vulnerabilidade no 
plano internacional ao considerar que os consumidores se 
deparam com o desequilíbrio em termos econômicos, níveis 
educacionais e poder aquisitivo. 
No Brasil, a proteção ao consumidor desenvolveu-se de forma lenta. 
Fomos um país preponderantemente rural até quase a metade do 
século passado, momento no qual se inicia um período de forte 
industrialização e urbanização não planejada, o que reforçou muitos 
conflitos decorrentes do desequilíbrio natural presente nas relações de 
consumo (FERRACIOLLI in LENZA, pág. 2.411). O autor destaca (pág. 
2.411) que, até a década de 1980, a figura do consumidor não 
encontrava proteção legal específica além de alguns tipos penais 
criados na década de 1940 para regular o crescente comércio; o diploma 
que regulava as relações no campo do direito privado era o Código Civil 
de 1916, norma concebida para disciplinar situações cujo ponto de 
partida era a suposição de igualdade entre as partes, realidade cada vez 
mais distante na sociedade de consumo da década de 1980. 
Assim, a norma civil era caracterizada por disciplinar situações 
predominantemente individuais, não sendo suficiente para atender de 
maneira adequada as questões relativas ao consumo, frequentemente 
dotadas de caráter coletivo. Os próprios elementos tipicamente 
contratuais, como os princípios do pacta sunt servanda 
(obrigatoriedade dos termos pactuados), da autonomia da vontade e 
da responsabilidade fundada na culpa mostravam-se absolutamente 
inadequados para tratar das questões consumeristas (ALMEIDA, pág. 
48). 
Somente com o advento da Constituição Federal de 1988 é que foi 
reconhecida – e normatizada – a questão do reconhecimento da 
vulnerabilidade do consumidor e sua necessária proteção pelo ente 
estatal. 
 
3. Direitos do Consumidor e Constituição Federal 
A Constituição é a norma máxima de um ordenamento 
jurídico, fundamentando-o e lhe dando validade, além de ser diploma 
capaz de definir a estrutura política fundamental de um Estado, 
seus princípios políticos, e estabelecer a estrutura, procedimentos, 
poderes e direitos de um governo, reunindo as regras a serem seguidas 
em sociedade.   
Após uma longa ditadura militar, o Brasil viveu, entre os anos de 1975 e 
1985, o período chamado de “redemocratização”, um processo de 
restauração da democracia. Em 1985, foi convocada a Assembleia 
Constituinte, com a finalidade de elaborar novo texto constitucional 
para expressar a realidade social pela qual passava o país. 
Datada de 5 de outubro de 1988, a Constituição inaugurou um novo 
arcabouço jurídico-institucional no país, com ampliação das liberdades 
civis e os direitos e garantias individuais. 
A nossa atual Constituição Federal trata, de maneira pormenorizada, da 
proteção a vários direitos fundamentais. A sua designação de 
“Constituição Cidadã” advém da vastidão de direitos fundamentais por 
ela resguardada. 
Em relação ao consumidor, a Constituição Federal traz dois comandos 
em seu corpo principal: os arts.5º, XXXII, e 170, V. 
O art. 5º, XXXII, prevê que o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa 
do consumidor. Já o art. 170, V, estabelece a defesa do consumidor 
como princípio da ordem econômica, de modo que o aspecto protetivo 
da norma em relação ao consumidor deve ser observado em todos os 
aspectos do exercício da atividade econômica. 
Assim, por previsão constitucional, o Direito do Consumidor passa a ser 
um direito social fundamental, atribuindo ao Estado a responsabilidade 
obrigatória de promover a defesa do vulnerável da relação jurídica de 
consumo (ALMEIDA, pág. 56). 
A Constituição Federal também impôs ao legislador ordinário a 
necessidade de elaboração de um Código de Defesa do Consumidor no 
prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar de sua promulgação (art. 48, 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT). FERRACIOLLI 
in LENZA (pág. 2.412) destaca que o prazo não foi cumprido – mas a 
determinação constitucional foi fundamental para pressionar o 
Congresso Nacional a editar a Lei Federal nº 8.078/1990, o denominado 
Código de Defesa do Consumidor. 
GARCIA in GARCIA et al (2019, 6ª edição, pág. 2.490) destaca que a 
Constituição determinou a elaboração de um Código de Defesa do 
Consumidor, e não de um mero código de relações de consumo; em 
razão desta previsão, as normas trazidas pelo CDC concedem certas 
prerrogativas e vantagens em favor do consumidor, tratando-o de 
maneira especial em relação ao fornecedor, com o objetivo de deixar 
mais equilibrada a relação jurídica entre os dois. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilad
o.htm.    
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do 
consumidor e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. 
ALMEIDA, Fabricio Bolzan de. Direito do consumidor esquematizado. – 
Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 8. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2020. 
MARQUES, Claudia, in BENJAMIN, Antonio Herman de Vasconcellos; 
MARQUES, Claudia Lima, e BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de Direito 
do Consumidor - 5ª Ed. – São Paulo: Thomson Reuters Brasil (Editora 
Revista dos Tribunais), 2013. 
FERRACIOLLI, Renan, in LENZA, Pedro... [et al.]. OAB primeira fase: 
volume único. (Coleção esquematizado ® / coordenador Pedro Lenza) – 
7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 
GARCIA, Wander in GARCIA, Wander… [et al.]. Super-revisão concursos 
jurídicos (Organização Wander Garcia, Ana Paula Garcia, Renan 
Flumian). - 6. ed. - Indaiatuba, SP: Editora Foco, 2019. 
GIANCOLI, Brunno Pandori e ARAUJO JUNIOR, Marco Antonio. Direito 
do Consumidor. Coleção Elementos do Direito. 3ª edição revista, 
atualizada e ampliada. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
Destaques do Direito do Consumidor 
Introdução; Destaques do Direito do Consumidor 
1. Introdução
As previsões legais trazidas pelo Direito do Consumidor já fazem parte 
de nosso cotidiano social. 
A considerável popularização da norma – especialmente em razão da 
atuação de órgãos que integram o Sistema Nacional de Defesa do 
Consumidor (SNDC), que abranges órgãos federais, estaduais, do 
Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do 
consumidor – trouxe consigo a implantação de uma nova cultura entre 
as relações de fornecedores e consumidores. 
Todavia, com o avançodo conhecimento do tema pelas pessoas, 
também surgiram uma série de ideias preconcebidas acerca dos direitos 
dos consumidores, e que nem sempre correspondem à realidade – ou 
são decorrentes dá má interpretação dos pormenores jurídicos relativos 
ao tema. 
Assim, neste material, a ideia é procurar esclarecer alguns dos “mitos” 
mais comuns em relação à aplicação do Direito do Consumidor. 
2. Destaques do Direito do Consumidor
 Valor mínimo para compras no cartão de crédito ou de débito: É
uma prática comum, nos estabelecimentos comerciais, impor um
valor mínimo para compras pagas por meio de cartão de crédito
ou de débito. A prática, porém, é considerada abusiva pelo
Código de Defesa do Consumidor (CDC – Lei nº 8.078/1990).
O art. 39, I do CDC prevê que é vedado ao fornecedor de produtos ou 
serviços condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao 
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, 
a limites quantitativos. Embora os estabelecimentos não sejam 
obrigados a aceitar o cartão como meio de pagamento, se aceitarem, 
não podem impor um preço mínimo. 
Por configurar-se igualmente como uma forma dos estabelecimento de 
impor ao consumidor que ele adquira produtos e serviços além do 
planejado, a prática também viola o art. 39, V, do CDC, que veda ao 
fornecedor de produtos exigir do consumidor vantagem 
manifestamente excessiva. 
 Desistência de compras feitas pela internet: O comércio pela 
internet cresce no mesmo ritmo dos avanços tecnológicos. Entre 
2013 e 2019, a parcela da população brasileira que realizou 
compras pela internet quase dobrou, passando de 23% para 42% 
(Diário do Comércio, 2020). 
O CDC permite ao consumidor desistir de compras feitas pela Internet, 
dentro do prazo de sete dias – período contado a partir da assinatura 
do contrato ou do recebimento do produto, conforme previsto no 
artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e no Decreto nº 
7.962/2013. 
Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento, os valores 
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, 
serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. Em tais 
casos, o fornecedor deve devolver quaisquer valores extras pagos pelo 
comprador, como o frete, uma vez que o CDC prevê que o direito de 
arrependimento deve ser exercido sem ônus. 
 Prazo para reclamações acerca de defeitos de produtos: Nem 
sempre tudo ocorre como esperado ao adquirir um produto ou 
serviço. 
O art. 26 do CDC prevê que o direito de reclamar pelos vícios aparentes 
ou de fácil constatação caduca em trinta dias, tratando-se de 
fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; ou noventa dias, 
tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. 
São exemplos de serviço e de produtos não duráveis os alimentos, a 
lavagem de automóveis, serviços de lavanderia etc. Já como exemplo 
de fornecimento de serviço e de produtos duráveis podemos citar 
móveis, eletrodomésticos ou consertos e reparos. 
Os vícios aparentes ou de fácil constatação são aqueles cuja 
identificação não exige qualquer conhecimento especializado por parte 
do consumidor. 
No caso de defeito (vício) oculto, onde o problema se manifesta após 
certo tempo de uso, o prazo para reclamar inicia-se a partir do 
momento em que ele ficar caracterizado, até o prazo máximo de cento 
e oitenta dias, em se tratando de bens móveis, e de um ano, para os 
imóveis. 
Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 dias, o consumidor 
tem o direito de exigir, em alternativa à sua escolha, um dos seguintes 
procedimentos: 
a) A substituição do produto por outro da mesma espécie em 
perfeitas condições de uso 
b) A restituição imediata da quantia paga, monetariamente 
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. 
c) O abatimento proporcional do preço. 
d) A Complementação do peso ou medida. 
 
 Responsabilidade dos estacionamentos: é extremamente comum 
nos deparamos, em estacionamentos, com uma placa que afirma 
que o estabelecimento não se responsabiliza por itens deixados 
no interior do veículo. No entanto, a informação ostentada por 
esses cartazes não corresponde à verdade. 
Nos termos do art. 14 do CDC, o fornecedor de serviços responde, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos 
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos 
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas 
sobre sua fruição e riscos. A norma estabelece, portanto, a 
responsabilidade objetiva do fornecedor, independente de culpa. 
Ao deixar o veículo no estacionamento, o consumidor deve receber um 
comprovante de entrega com a data e hora de recebimento, marca, 
modelo e placa do veículo; o prazo de tolerância; e os dados da 
empresa. Esse documento materializa a relação contratual de consumo 
e fundamenta reclamações do consumidor, com base na disciplina do 
CDC. 
O Superior Tribunal de Justiça já sumulou o entendimento de que a 
empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto 
de veículo ocorridos em seu estacionamento. 
A regra também vale para os casos em que o estacionamento é 
ofertado, gratuitamente, pelo estabelecimento comercial. Assim, os 
estacionamentos gratuitos também estão sujeitos ao regramento do 
CDC; o estabelecimento comercial que oferece estacionamento a seus 
clientes, ainda que não cobre pelo serviço e não entregue comprovante, 
assume a obrigação de guarda do veículo, podendo ser 
responsabilizado por furto ou danos. 
 Cobranças indevidas: Quem sofreu qualquer cobrança indevida 
por parte de alguma empresa sabe o tamanho do aborrecimento 
provocado por essa prática. Nesse caso, o consumidor poderá 
exigir que o valor seja restituído em dobro e com correção 
monetária. 
O art. 42 do CDC, em seu parágrafo único, determina que o consumidor 
cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por 
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. 
 Direito à informação: O CDC, em seu art. 6º, III estabelece que 
produtos e serviços devem oferecer informação adequada, com 
especificação correta de quantidade, características, composição, 
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos 
que apresentem. 
Ou seja, o direito à informação é um dos direitos básicos do 
consumidor, de modo que o cliente não pode ter dúvidas acerca de 
detalhes importantes relativos ao item que está sendo comprado. 
 Suspensão temporária de serviço: Em caso de viagens, o 
consumidor que está em dia com seus pagamentos pode solicitar 
a suspensão temporária dos serviços regulamentados pela 
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). 
Essa suspensão é possível uma vez a cada doze meses, por um período 
de trinta a cento e vinte dias (de um a quatro meses). São exemplos de 
serviços abrangidos por essa regra: a telefonia fixa e de celular, a TV por 
assinatura e a Internet. 
Sobre o tema, ver as Resoluções 426, 477, 488, 614 e 632, todas da 
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). 
 Falta de troco: É o estabelecimento comercial que deve 
providenciar, em seu caixa, valores para oferecer o troco nas 
transações ali realizadas. O art. 39, incisos I e II do CDC, 
estabelecem como práticas abusivas condicionar o fornecimento 
de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou 
serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos e 
recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata 
medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de 
conformidade com os usos e costumes. 
Recaem nessas previsões a imposição da substituição do troco por 
mercadorias equivalentes (a famosa “balinha”), o arredondamento do 
valor para cima ou a negação em fornecer o serviço por não haver troco 
disponível. 
Preços diferentes: Caso haja dois preços registrados para umamesma 
mercadoria, o consumidor pagará o menor deles. Conforme os art. 5º e 
5º-A da Lei nº 10.962/2004, no caso de divergência de preços para o 
mesmo produto entre os sistemas de informação de preços utilizados 
pelo estabelecimento, o consumidor pagará o menor dentre eles. 
O fornecedor é obrigado ainda a informar, em local e formato visíveis 
ao consumidor, eventuais descontos oferecidos em função do prazo ou 
do instrumento de pagamento utilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do 
consumidor e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. 
Lei nº 10.962, de 11 de outubro de 2004. Dispõe sobre a oferta e as 
formas de afixação de preços de produtos e serviços para o 
consumidor. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/lei/l10.962.htm. 
Resolução 477, de agosto de 2007, da Agência Nacional de 
Telecomunicações – ANATEL. Disponível em: 
https://informacoes.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/2007/9-
resolucao-477. 
E-commerce conquista os brasileiros - Diário do Comércio Em: 
https://diariodocomercio.com.br/negocios/e-commerce-conquista-os-
brasileiros. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.962.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.962.htm
https://informacoes.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/2007/9-resolucao-477
https://informacoes.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/2007/9-resolucao-477
https://diariodocomercio.com.br/negocios/e-commerce-conquista-os-brasileiros
https://diariodocomercio.com.br/negocios/e-commerce-conquista-os-brasileiros
Aplicação do Direito do Consumidor 
Introdução; Aplicação do Direito do Consumidor 
1. Introdução
O conhecimento das regras jurídicas que regem um determinado tópico 
faz com que as condutas a ele relativas sejam realizadas dentro da 
legalidade, além de possibilitar eventuais direitos e prerrogativas 
garantidas no âmbito do ordenamento jurídico. 
Conhecer quais são os direitos legalmente atribuídos faz com que os 
membros da sociedade possam exercer sua cidadania, não apenas em 
desfrutá-los, mas também para cobrar do ente estatal as ferramentas e 
meios para concretizá-los no plano concreto. 
O conteúdo trabalhado pelo Direito do Consumidor não é exceção. Ao 
tratar das relações de consumo, as normas consumeristas, como o CDC, 
estabelecem regras tanto para fornecedores quanto para os 
consumidores, sempre com o objetivo de equilibrar a ligação entre 
ambos e proteger a parte mais vulnerável. 
Conhecer quais são os direitos e obrigações também pauta 
comportamentos, criando uma cultura de observância das normas e a 
percepção de sua adequação à realidade. 
A consolidação da disciplina do CDC, especialmente em relação aos 
deveres dos fornecedores, criou consumidores mais informados e 
esclarecidos, exigentes em relação à atuação dos fornecedores. O 
reconhecimento de tais direitos por parte dos cidadãos, e suas 
cobranças, também obrigam o mercado a adequar-se às demandas de 
seu público, que ecoam o regramento normativo. 
Assim, vamos analisar brevemente algumas manifestações do Direito 
do Consumidor no plano concreto. 
2. Aplicação do Direito do Consumidor
A seguir, vamos fazer algumas considerações acerca da aplicabilidade 
do Direito do Consumidor. 
 O exercício profissional e os comandos normativos relativos ao 
consumidor: A observância do regramento legal, de maneira 
ampla, garante a convivência em sociedade e a pacificação social, 
pela diminuição do surgimento de conflitos, bem como sua 
resolução e a imposição de sanções àqueles que não respeitam as 
normas estabelecidas. 
Em nossa sociedade, como estudamos anteriormente, em decorrência 
do desenvolvimento do modo de produção capitalista e do surgimento 
da sociedade de consumo, restou evidente que as leis civis não eram 
suficientes para atender, de maneira satisfatória, as demandas dos 
consumidores. Daí nasceu a percepção da necessidade de legislação 
específica acerca do tópico das relações de consumo, pensadas de 
forma a proteger o consumidor perante o fornecedor. 
O CDC traz normas principiológicas (que possuem como objetivo maior 
conferir direitos aos consumidores, que são os vulneráveis da relação, e 
impor deveres aos fornecedores) e de ordem pública e interesse social, 
que repercutem além da esfera privada das pessoas envolvidas 
(ALMEIDA, 2020, 8ª edição, págs. 62 e ss.), procurando atingir a 
concretização da igualdade material entre o fornecedor e o consumidor 
vulnerável. 
O conhecimento dessas regras faz com que os fornecedores encontrem 
diversos limites em sua atuação. Pela norma, são vedadas as práticas 
abusivas e enganosas, e atribuídas responsabilidades e obrigações aos 
fornecedores, que não podem agir de maneira irresponsável para 
incrementar seu lucro e suas vendas. 
A estruturação da norma impede também que os consumidores 
renunciem a seus direitos em razão de pressões do fornecedor. 
Vale também lembrar que a atuação dentro da legalidade representa, 
para os fornecedores, o incremento da segurança de suas relações 
jurídicas, o estabelecimento de uma relação de confiança com os 
consumidores e evita processos e punições de natureza judicial. 
Sob a ótica do fornecedor, o conhecimento do regramento relativo ao 
Direito do Consumidor traz ainda benefícios específicos, de modo a 
garantir que sua empresa funcione de acordo com os ditames do CDC 
(ou seja, dentro da legalidade), estabeleça relações positivas com os 
consumidores e atue como elemento ampliador e propagador do 
conhecimento, ao fazer com que sua conduta conforme o CDC funcione 
como instrumento de informação e de esclarecimento para seus 
clientes. 
 A prova e o momento processual: No âmbito do Direito do 
Consumidor, as questões da prova e do momento de sua 
apresentação têm importância dentro do desenvolvimento do 
processo consumerista. 
A atenção em relação às provas, e o modo como estas são reunidas, 
organizadas e apresentadas, fazem diferença no momento de elaborar 
uma boa defesa – seja esta do fornecedor ou do consumidor. O art. 6º, 
VIII, do CDC, determina que haverá a inversão do ônus da prova ao 
consumidor, quando, no processo civil, for verossímil a alegação ou 
quando for o consumidor hipossuficiente na relação de consumo. 
A inversão do ônus da prova é uma importante manifestação do intuito 
protetivo da norma e visa a facilitação da defesa do consumidor em 
juízo, também prevista pelo CDC (art. 6º, VIII). 
 O cumprimento de prazos no âmbito do CDC: Em toda atividade 
humana, a adequada observância dos prazos e o cumprimento de 
tarefas e a realização de condutas em tempo hábil são essenciais 
à sua adequada realização. 
O CDC estabelece prazos de prescrição e decadência para o exercício de 
direitos. Por exemplo, temos que o direito de reclamar pelos vícios 
aparentes ou de fácil constatação caduca em trinta dias, tratando-se de 
fornecimento de serviço e de produtos não duráveis e em noventa dias, 
tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis (art. 
26). 
Também podemos citar as previsões do CDC em relação ao prazo de 
validade dos orçamentos (que será de dez dias, contado de seu 
recebimento pelo consumidor, nos termos do art. 40, §1º, CDC), e a 
determinação de que são impróprios ao uso e consumo os produtos 
cujos prazos de validade estejam vencidos (art. 18, §6º, I, CDC). 
Em relação aos prazos processuais previstos pelo CDC, podemos 
mencionar, como exemplo, o prazo prescricional de cinco anos, relativo 
à pretensão de reparação pelos danos causados por fato do produto ou 
do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento 
do dano e de sua autoria (art. 27, CDC). 
 A educação dos consumidores e fornecedores: um dos princípiosda Política Nacional das Relações de Consumo, previsto pelo art. 
4º, IV, do CDC, é a educação e informação de fornecedores e 
consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à 
melhoria do mercado de consumo. 
Na lição de GARCIA (2016, 13ª edição, pág. 68), por força deste princípio, 
é dever de todos (o Estado, entidades privadas de defesa do 
consumidor, empresas etc.), informar e educar o consumidor a respeito 
de seus direitos e deveres, de modo que este possa atuar de maneira 
mais consciente no mercado de consumo – o que resulta, 
consequentemente, em uma sociedade mais justa e equilibrada. O autor 
destaca ainda (pág. 68) a relação de complementaridade entre a 
educação de fornecedores e consumidores, colocando-os lado a lado no 
comando normativo, de tal maneira que quanto maior for o grau de 
informação existente, menor será o índice de conflitos nas relações de 
consumo – justificando, assim, a preocupação com a conscientização de 
ambos os polos da relação de consumo. 
Outro dos princípios da Política Nacional das Relações de Consumo é 
o fomento de ações direcionadas à educação financeira e ambiental dos 
consumidores. 
A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e 
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas 
contratações é um dos direitos básicos do consumidor. 
 Publicidade e práticas abusivas: Em razão da importância da 
publicidade no âmbito do mercado de consumo, nada mais 
natural que o CDC tenha disciplinado o tema. 
ALMEIDA (pág. 748) conceitua a publicidade como a informação 
veiculada ao público consumidor, com o objetivo de promover 
comercialmente e, ainda que de maneira indireta, produto ou serviço 
disponibilizado ao mercado de consumo. 
Pelo seu poder e presença, a publicidade é um campo amplo para o 
cometimento de práticas abusivas e enganosas. 
O CDC veda toda publicidade enganosa – modalidade de informação ou 
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, 
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em 
erro o consumidor – ou abusiva – que traz informações que ferem 
valores da coletividade, como a publicidade discriminatória de qualquer 
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, por 
exemplo (ALMEIDA, pág. 773). 
Assim, é seguro afirmar que compreender quais são as práticas 
publicitárias vedadas pelo CDC tem como consequência o respeito ao 
regramento legal acerca do tema, ao mesmo tempo em que são 
evitados prejuízos à imagem da empresa, ao relacionamento desta com 
os consumidores e despesas de natureza financeira, uma vez que todas 
essas práticas são penalizadas com multa, com a obrigação de indenizar 
etc. 
Encerramos aqui essa breve análise das hipóteses de aplicabilidade do 
CDC aos casos concretos de nosso cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do 
consumidor e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. 
ALMEIDA, Fabricio Bolzan de. Direito do consumidor esquematizado. – 
Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 8. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2020. 
GARCIA, Leonardo de Medeiros. Código de Defesa do Consumidor 
Comentado: artigo por artigo. - 13. ed. rev. ampl. e atual.- Salvador: 
Juspodivm, 2016. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
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