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EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE;

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EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Arts. 107 a 120, CP
Conceito = perda do direito de punir do Estado por alguma causa extintiva da punibilidade;
queixa crime: pedir a condenação do réu;
conceito analítico de crime: ação/ omissão- típico- ilícito- culposo __ punibilidade;
*Ação ou omissão + tipicidade + ilicitude + culpabilidade punibilidade
*Não são causas taxativas! Existem causas fora do art. 107 e fora do CP. EX: delação
premiada, reparação do dano ambiental, pagamento de impostos;
art. 100-101/102/103
art. 107-120 = causas de extinção da punibilidade; não é taxativo
- o crime acontece mas não é punível
1. Crime tributário {exemplo que não está no art 107}
- ex: crime ambiental [reparação do dano ambiental]
2. Morte do agente
Art. 5°, XLV, CF : a pena não passará da pessoa do condenado, a obrigação de indenizar
(civil) se transmite aos familiares até o limite do patrimônio transferido.
- Causa pessoal de extinção da punibilidade (não se comunica aos coautores).
- Certidão de óbito: não vale a morte presumida; falsidade da morte não permite a
revisão criminal em prejuízo do réu – “reformatio in pejus” (*somente em benefício
do réu – art. 626, p. único do CPP).
- 107, I - penas são pessoais
- intransferíveis
- falsa morte: 626 CPP p único/ não se permite - admite revisão criminal / em prejuízo
do réu
3. Anistia
Anistia = Lei do Congresso Nacional (art. 48, VIII, CF) . Ex: Lei 6.683/1979
- Mais comum em crimes políticos, mas pode ocorrer também em crimes tributários.
- Ampla ou restrita (pode ou não escolher os agentes e os crimes anistiados).
- Própria ou imprópria
1. própria = antes da condenação
2. imprópria: após a condenação
- lei federal / competência do Congresso Nacional
- a pessoa é perdoada não precisa pagar
4. Graça
- competência do presidente da república art 84, 12 CF
- individual
- provocada
- advogado
- Após a condenação (trânsito em julgado da sentença);
- Não extinguem os outros efeitos penais da condenação (ex. devolução dos
instrumentos do crime, obrigação de reparar o dano)
- São insuscetíveis de anistia, graça e indulto os crimes hediondos (Lei 8.072/90), a
tortura (Lei 9.455/97), o tráfico de drogas (Lei 11.343/2006) e o terrorismo (Lei
13.260/2016) (art. 5°, XLIII, CF);
5. Indulto
- ato heróico
- coletivo/ geral / espontânea
- condições subjetivas e objetivas
- após a condenação
- são insuscetíveis de anistia
* graça/ indulto= crimes hediondos art. 5 43 LIII
6. Abolitio criminis
- Leis posterior deixa de considerar o fato como criminoso
- revogação
- Art. 2°, CP – a lei penal não retroagirá salvo para beneficiar o réu (princípio dA
retroatividade benéfica)
- Ex: adultério (art. 240, CP) – Lei 11.106/2005
- Sedução (art. 217, CP) – “ “ “ “
- Rapto (art. 219, CP) – “ “ “ “
- Permanecem os efeitos civis da condenação:
AÇÃO TÍPICA + ILÍCITA + CULPÁVEL (CRIME) = EXCLUI PUNIBILIDADE;
7. Renúncia do ofendido
- acontece na ação privada e ação penal pública condicionada à representação
- 104 CP expressa ou tácita
*ANTES do processo penal.
- É um ato UNILATERAL (não depende da aceitação do réu).
- Vítima renuncia ao direito de queixa ou de representação.
*Ação penal privada e ação penal pública condicionada à representação
- Expressa ou tácita (art.104, CP)
- Princípio da indivisibilidade da renúncia (art. 50, CPP)
- Indivisibilidade ativa (vítimas) = todos as vítimas
(querelantes/representantes) devem renunciar conjuntamente para haver a extinção da
punibilidade. A renúncia de uma das vítimas não prejudica o direito das demais.
- Indivisibilidade passiva (réus) = a renúncia deve atingir todos os autores do crime
(querelados/representados), não admitindo divisão.
- a renúncia que beneficia um dos criminosos a todos aproveita;
8. Perdão Judicial
- APÓS o início da ação penal (durante o processo)
- Somente na ação penal privada (queixa-crime). Ex: calúnia, difamação, injúria. É
BILATERAL (deve ser aceito pelo querelado).
- Perdão expresso ou tácito (arts. 105 e 106, CP)
- Se não aceita em três dias corridos, ocorre a aceitação tácita do perdão (art. 58,
CPP).
- O perdão é cabível até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (art. 106,
§2o, CP)
- Indivisibilidade do perdão:
1. Indivisibilidade Ativa (querelantes) = todas as vítimas devem perdoar conjuntamente
para haver a extinção da punibilidade. O perdão de uma delas não prejudica o direito
das demais.
2. Indivisibilidade passiva (querelados) = ́deve-se perdoar todos os réus, sem exceção.
*Porém como o perdão é BILATERAL, a não aceitação do perdão por um dos réus
faz com que o processo continua somente em relação A ELE.
9. Perdão Judicial {crimes culposos}
- Dado pelo magistrado (sentença) e só cabe nos casos expressamente previstos em lei.
- Crimes de ação penal pública (condicionada ou incondicionada) ou privada.
- Direito público subjetivo do réu que preenche os requisitos legais.
EX: homicídio culposo (art. 121, §5o, CP). Imprudência, negligência, imperícia.
Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal
se torne desnecessária.
Ex: morte de familiares, amigos... O agente ficou paraplégico, tetraplégico.
- Trânsito: art. 302, CTB, Lei 9.503/1997 (homicídio culposo no trânsito), art. 300
(VETADO – perdão judicial). Analogia “in bonam partem” (jurisprudência)
- Lesões corporais culposas (art. 129, §8o, CP)= imprudência, negligência, imperícia.
Igual o art. 121, §5o, CP. Parentes próximos, amigos... Ou o agente sofreu um trauma
grave (ex. paraplégico). CTB = art. 303 (Lesões culposas)
– analogia “in bonam partem”
- Art. 242, p. único, CP (registro de filho alheio como próprio – “adoção à brasileira”) –
por motivo de reconhecida nobreza, pode o juiz deixar de aplicar pena
- “Delação premiada”- um dos réus dá informações privilegiadas ao Estado em troca de
diminuição de pena ou de perdão judicial (extinção da punibilidade).
- Origem na Itália (máfias). Críticas (DAMÁSIO): o Estado não dá conta de investigar
e “premia” o próprio investigado; estimula a falta de fidelidade entre as pessoas.
- Ex: art. 159, §4o, CP (extorsão mediante sequestro) – diminuição; art. 13, Lei
9.807/99 (Lei de proteção às vítimas, testemunhas e réus colaboradores) – perdão
completo: réu primário (I- delatar os comparsas; OU II – ajudar a localizar a vítima
com a integridade física preservada; OU III – ajuda a recuperar o produto do crime).
- Art. 14, réu não primário, diminuição de pena;
- Natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial: (*ANTES de 1984)
A) sentença condenatória (Damásio, Mirabete);
B) sentença absolutória; (Basileu Garcia)
C) sentença declaratória do perdão judicial: SÚMULA 18 STJ e art. 120, CP (não
gera reincidência);
10. Retratação do agente
- Crimes de opinião, palavra.
- Voltar atrás no que foi dito (desmentir).
Ex: crimes contra a honra (calúnia e difamação (arts. 138 e 139, CP), falso
testemunho e falsa perícia (art. 342, §2o, CP – até a sentença de 1o grau).
- Crimes contra a honra: a retratação deve ser feita da mesma forma como foi feita a
ofensa.
- Ato unilateral do agente, pessoal, depende de análise do Juiz.
11. Decadência e perempção
Decadência = perda do prazo da representação do ofendido e da queixa-crime (*ANTES do
processo)
- Ação penal pública cond. à representação e ação penal privada.
- 6 meses a contar do conhecimento da autoria (ex. crimes contra a honra, ameaça), 30
dias para as lesões corporais culposas e lesões corporais leves.
- *Súmula 594, STF= em caso de representação processual, o ofendido e seu
representante legal decaem separadamente do seu direito de queixa ou de
representação;
Perempção = DURANTE o processo penal / Somente na ação penal privada.
- São causas da perempção (art. 60, CPP):
I- Quando a vítima (=querelante) deixa de praticar atos processuais por 30 dias corridos;
II - Quando a vítima faleceu ou tornou-se incapaz, o representante legal não pratica nenhum
ato processual por 60 dias corridos;
III- Quando o querelante deixa de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - Vítima é empresa e extingue-se (=falência) sem deixar representante legal.
- A morte da vítima na ação penal privada personalíssima;

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