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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
RISCO, INCERTEZA E DEPRECIAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
0800 283 8380 
 
www.ucamprominas.com.br 
 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 
UNIDADE 1 – A “FAMÍLIA GASTO” E SEUS DESCENDENTES DE 
PRIMEIRO GRAU ............................................................................................ 12 
UNIDADE 2 – PROJEÇÃO DE FLUXO DE CAIXA ......................................... 18 
2.1 Depreciação ............................................................................................... 26 
2.2 Impostos e contribuições ............................................................................ 31 
2.3 Sistemas de custeio ................................................................................... 32 
2.3.1 Custeio por absorção .............................................................................. 33 
2.3.2 Custeio variável ou direto ........................................................................ 34 
2.3.3 Custeio padrão (ou standard) .................................................................. 34 
2.3.4 Custeio baseado em atividades (Activity Based Costing - ABC) ............. 36 
2.4 Demonstrativo de resultado de exercício sob o custeio direto ................... 37 
2.5 Efeitos das fontes de financiamento ........................................................... 39 
UNIDADE 3 – METODOLOGIA MULTI-ÍNDICE .............................................. 42 
3.1 Grau de comprometimento da receita ........................................................ 43 
3.2 Risco de gestão .......................................................................................... 44 
3.3 Risco de negócio ........................................................................................ 47 
3.4 Síntese dos indicadores de risco ................................................................ 49 
UNIDADE 4 – ALTERNATIVAS MUTUAMENTE EXCLUSIVAS .................... 50 
UNIDADE 5 – RISCO E INCERTEZA .............................................................. 57 
5.1 Risco versus incerteza ............................................................................... 58 
5.2 Análise de sensibilidade ............................................................................. 60 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 65 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nunca deixe que as tristezas do passado e as 
incertezas do futuro estraguem as alegrias do 
presente. 
(Autor desconhecido) 
 
Avalia-se a inteligência de um indivíduo pela 
quantidade de incertezas que ele é capaz de suportar. 
(Immanuel Kant) 
 
Com certeza, você já ouviu ou sentiu na prática a necessidade de 
entendimento dos termos, risco, incerteza e depreciação. Em verdade, tais 
conceitos são de fundamental importância atualmente na gestão empresarial 
de empresas, na gestão estratégica de custos organizacionais, na mensuração 
e maximização de resultados, na gestão organizacional e financeira, entre 
outras. 
Não tão distante, poderíamos dizer que estes termos, ao mesmo tempo 
de fácil compreensão nas suas definições próprias, apresentam 
particularidades na mensuração e cálculos associados. 
Dessa forma, por exemplo, do dicionário temos que depreciação ou 
desvalorização é o custo ou despesas do ou da obsolescência 
dos ativos imobilizados, como por exemplo: máquinas, veículos, móveis, 
imóveis ou instalações diversas. 
Lembrando também que, de acordo com Martins (2003), Custo pode ser 
definido como um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de 
outros bens ou serviços, enquanto Despesa são todos os bens ou serviços 
consumidos na manutenção de atividades operacionais e na obtenção de 
receitas, não vinculadas à produção de bens e serviços. Em outras palavras, 
isto significa que despesa é bem ou serviço consumido direta ou indiretamente 
para obtenção de receitas. 
Salientamos ainda que com o passar do tempo, com a obsolescência 
natural ou desgaste com uso na produção, os ativos vão perdendo valor, essa 
perda de valor é apropriada pela contabilidade periodicamente até que esse 
ativo tenha valor reduzido a zero. 
http://pensador.uol.com.br/autor/immanuel_kant/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ativo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ativo
4 
 
Ressalta-se também que a depreciação do ativo imobilizado diretamente 
empregado na produção será alocada como custo. Por sua vez, os ativos que 
não forem usados diretamente na produção terão suas depreciações 
contabilizadas como despesa. 
Especificamente falando no contexto brasileiro, no foco contábil, o 
cálculo da depreciação deverá obedecer aos critérios determinados 
pelo governo, através da Secretaria da Receita Federal, art. 305 do RIR/99, 
que estipula o prazo de 10 anos para depreciarmos as máquinas, 5 anos para 
veículos, 10 anos para móveis e 25 anos para os imóveis. Cabe ressaltar ainda 
que a depreciação não é obrigatória para as entidades, mas aquelas que 
auferem lucros farão uso como redutor “artificial” dos seus resultados a 
oferecer à tributação. As entidades sem fins lucrativos não têm razão para usar 
essa técnica. 
Observe então que a depreciação é método contábil que independe da 
influência administrativa, visa a atender às exigências do Fisco quanto à 
dedução do Imposto sobre a Renda das empresas em percentuais fixados. A 
razão dessa depreciação é a de promover a capitalização das organizações 
para que o objeto que está sendo usado seja substituído no seu descarte, 
fazendo a entidade “poupar” recursos que seriam distribuídos aos sócios ou 
acionistas, afinal, o lucro contábil da entidade, que será distribuído 
“monetariamente”, foi reduzido por um efeito contábil “não monetário”, através 
da depreciação, e assim, capitalizou a empresa no exato valor lançado nesta 
rubrica, através do lançamento a débito do patrimônio na Despesa com 
Depreciação. 
Sendo um pouco mais específico, todavia, na determinação da 
depreciação, o gestor envolvido poderá estabelecer expressões mais 
convenientes ao seu mundo empresarial (gerencialmente, a depreciação 
passaria a ter influência da administração), desde que não fira o Regulamento 
do Imposto de Renda/RIR, que estabelece percentuais máximos (ou períodos 
mínimos de tempo). Dessa maneira, um automóvel, por exemplo, embora 
tenha uma vida útil econômica teórica de cinco anos, não precisa ser 
depreciado nesse período, pois a sua vida útil efetiva será bem maior do que 
isso, principalmente se os resultados da empresa não forem sempre de lucros 
para serem “poupados” para esta finalidade. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Produ%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Governo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Secretaria_da_Receita_Federal
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Vida_%C3%BAtil_econ%C3%B4mica_te%C3%B3rica&action=edit&redlink=1
5 
 
De outra forma, risco significa no âmbito da administração como a 
combinação entre a probabilidade de ocorrência de um determinado evento 
(aleatório, futuro e independente da vontade humana) e os impactos (positivos 
ou negativos) resultantes, caso ele ocorra. 
É interessante comentarmos que a gestão de riscos consiste em 
relacionar os eventos relevantes possíveis, avaliar as probabilidades de que 
esses eventos se concretizarem e definir seus possíveis impactos. Em geral, 
organizações que estão planejando ou desenvolvendo projetos ou negócios 
realizam a análise de riscos. Além disso, segundo Martins (2009), a gestão de 
riscos em sua análise propriamente dita deve ter três pontos principais, que 
são: matriz de impacto; matriz de probabilidade; e, definição de riscos. 
De outro modo, a gestão de riscos pode ser visualizada como o 
processoatravés do qual as empresas interpretam com base em métodos, os 
riscos inerentes às suas atividades, com o objetivo de identificação dos 
mesmos, estimativa da probabilidade de ocorrência de eventos de risco e seu 
impacto financeiro e definição das medidas para evitar, amenizar, transferir 
(mediante a contratação de apólices de seguros, por exemplo) ou assumir os 
riscos. 
 
Importante! O gerenciamento de riscos é um elemento central na gestão 
de estratégia pessoal e também de qualquer organização, principalmente 
em processos econômicos. Deve ser integrada à cultura da organização, 
com uma política eficaz e um programa conduzido pela alta 
administração. Deve traduzir a estratégia em objetivos táticos e 
operacionais, atribuindo responsabilidades na gestão dos riscos em 
todos os níveis da organização, como parte integrante da descrição de 
funções. 
 
Por fim, qualquer gestor ou diretor responsável deve ter em mente que a 
gestão de riscos deve ser um processo contínuo (sem parada) e em constante 
desenvolvimento aplicado à estratégia da organização e à implementação 
dessa mesma estratégia, envolvendo ainda, a análise sistemática de todos os 
riscos inerentes às atividades passadas, presentes e, em particular, futuras de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Probabilidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Probabilidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ap%C3%B3lice
https://pt.wikipedia.org/wiki/Seguro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_de_riscos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o
6 
 
uma organização. Sendo assim, o gerenciamento dos riscos sustenta a 
responsabilização, a avaliação do desempenho e respectiva recompensa, 
promovendo, dessa forma, a eficiência operacional em todos os níveis da 
organização em questão. 
Contrariamente, temos que o termo incerteza possui várias definições, 
ou seja, em um primeiro momento, poderia ser encarada com vários 
significados, em muitos campos, incluindo, dentre eles a: 
Filosofia, Física, Estatística, Economia e Finanças, Psicologia e, obviamente a 
gestão como um todo. Podemos referir-se a uma situação em que não se pode 
prever exatamente o resultado de uma ação ou o efeito de uma condição. Ou 
ainda, pode-se também referir-se ao grau de imprecisão de medidas físicas ou, 
simplesmente, ao desconhecido. 
Salientamos ainda que, segundo Martins (2009), a mensuração de 
risco pode ser definida como a tentativa de se medir o grau de incerteza na 
obtenção do retorno esperado em uma determinada aplicação financeira ou 
investimento efetuado. 
Dessa maneira, os investimentos podem ser classificados como de 
baixo, médio e alto risco. Geralmente, investimentos de baixo risco apresentam 
um maior nível de segurança ao investidor, mas em contrapartida, costumam 
ter um retorno menor. Investimentos de alto risco, por outro lado, podem trazer 
um retorno mais alto, mas com um grau muito maior de incerteza, podendo até 
mesmo trazer prejuízos aos investidores. 
Em economia, uma distinção clássica entre risco e incerteza é a 
proposta por Frank Knight, da Universidade de Chicago, em sua obra Risk, 
Uncertainty and Profit (Risco, Incerteza e Lucro), de 1921. Segundo ele, risco é 
uma incerteza mensurável – uma “falsa incerteza”. Assim, o risco de que um 
evento ocorra é dado por uma distribuição de probabilidades. Conforme o 
mesmo autor: 
Incerteza deve ser entendida num sentido radicalmente distinto da 
familiar noção de risco, da qual nunca foi convenientemente separada 
(...) Incerteza mensurável, ou risco no sentido próprio do termo, é tão 
diferente de incerteza não mensurável que, de fato, não é, de modo 
algum, uma incerteza (KNIGHT, 1921). 
 
Antes de iniciarmos todos os aspectos teóricos relacionados à disciplina 
em si, listamos aqui alguns Cases Empresariais que são interpretados e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estat%C3%ADstica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Finan%C3%A7as
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Incerteza
https://pt.wikipedia.org/wiki/Investimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Investimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Investimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Investimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo_de_risco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Frank_Knight
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Chicago
https://pt.wikipedia.org/wiki/1921
https://pt.wikipedia.org/wiki/Probabilidade
7 
 
resolvidos a partir das ferramentas teóricas e quantitativas a serem discutidas 
ao longo deste material. 
 
Case Empresarial 01 – Uma empresa está estudando a aquisição de um 
equipamento por R$ 300.000,00, cuja vida econômica está estimada em cinco 
anos com valor residual igual a 10% do custo de aquisição. A taxa de 
depreciação é de 20% ao ano. Esse equipamento trará acréscimos no fluxo de 
caixa de R$ 100.000,00 por ano, já a partir do primeiro ano. A empresa, se 
desejar, pode obter um financiamento através do SAC por 4 anos de 80% do 
valor do equipamento a um custo de 10% ao ano. A TMA da empresa é de 
10% ao ano. Caracterizar os indicadores de análise e dê a sua opinião sobre a 
viabilidade do empreendimento com recursos próprios e com recursos de 
terceiros. 
 
Case Empresarial 02 – O departamento de Engenharia de Produção de uma 
empresa está estudando a possibilidade de redução de custos pela 
modernização da tecnologia instalada. Um dos estudos aponta para redução 
da mão de obra pela compra de equipamentos de base microeletrônica para 
substituir os atuais de base essencialmente mecânica. As estimativas de tal 
substituição estão apresentadas no Quadro a seguir. 
 
 Estimativas 
 
Investimento inicial 
 
 
R$ 120.000,00 
 
 
 
Redução anual de custos 
 
 
R$ 32.000,00 
 
 
 
Valor residual 
 
 
R$ 10.000,00 
 
 
8 
 
 
Vida econômica 
 
 
 
5 anos 
 
Depreciação linear anual 
 
 
R$ 24.000,00 
 
 TMA 
 
 
10% ao ano 
 
Pede-se: 
a) A análise da viabilidade do projeto após o Imposto de Renda. 
b) A análise da viabilidade do aluguel da máquina por R$ 25.000,00. 
c) Analisar as consequências de 60% do investimento inicial do projeto ser 
financiado pelo SAC em 5 anos por um banco de desenvolvimento que 
cobra juros de 8% ao ano. 
 
Case Empresarial 03 – Consideremos uma oportunidade de investimento de 
R$ 100.000,00 que proporcionará lucros anuais, antes de IR e CSLL, de R$ 
30.000,00 durante cinco anos. Esse equipamento se depreciará totalmente em 
cinco anos. Após cinco anos de uso, o valor de mercado deste equipamento 
está estimado em R$ 24.000,00. A TMA da empresa, após IR e CSLL, é de 8% 
ao ano. 
a) Verifique a atratividade do investimento. 
b) Compare os resultados obtidos com a possibilidade de se fazer leasing 
do equipamento por R$ 20.000,00. 
c) Analise as consequências de 80% do investimento inicial do projeto ser 
financiamento (Price ou SAC – 5 anos) por um banco de 
desenvolvimento que cobra juros de 6% ao ano. 
d) Qual estratégia de investimento você recomendaria? 
 
9 
 
Case Empresarial 04 – Uma cooperativa de laticínios está estudando as 
consequências financeiras do lançamento de um novo produto derivado do 
leite. As vendas anuais estão estimadas em 200.000 unidades para o primeiro 
ano. Para os anos seguintes, espera-se que as vendas aumentem na mesma 
proporção do crescimento do mercado. As previsões mais otimistas apontam 
para um crescimento do mercado de, no máximo, 10% ao ano. Qualquer que 
seja a taxa de crescimento do mercado, estudos preliminares apontam para 
uma estabilização da quantidade vendida (300.000 unidades) após cinco anos 
de permanência desse produto no mercado, alguns desses dados relevantes 
para a análise são os seguintes: 
 
 Estimativas 
 
Investimento inicial 
 
R$ 400.000,00 
 
Margem de contribuição unitáriaR$ 0,40 
 
Custo fixo anual (incluindo R$ 20.000,00 de 
depreciação) 
 
R$ 40.000,00 
 
TMA 
 
12% ao ano 
 
Vida Útil do Projeto 
 
10 anos 
 
Se a cooperativa tem adotado uma política de não investir em projetos 
que não se paguem (pay-back) em sete anos, como você analisaria a 
viabilidade do presente projeto? 
10 
 
Case Empresarial 05 – Um fabricante de calçados está considerando o 
lançamento de uma nova linha de calçados esportivos para jovens. 
Experiências anteriores têm mostrado que o ciclo de vida de produtos 
esportivos similares tem sido de cinco anos. Para os cinco anos de vida desse 
produto, espera-se o seguinte comportamento para as vendas conforme o 
quadro a seguir. 
 
Ano Vendas 
previstas 
(Distribuição 
uniforme) 
(pares) 
 
Margem de 
contribuição 
Valor residual 
 
1 
 
2000 a 2500 R$ 20,00 
 
2 
 
3000 a 3500 R$ 25,00 
 
3 
 
2800 a 3200 R$ 25,00 
 
4 
 
2000 a 2400 R$ 20,00 
 
5 
 
1200 a 2000 R$ 18,00 R$ 15.000,00 
 
O investimento adicional necessário para o lançamento desse produto 
está estimado em R$ 130.000. Os custos fixos anuais decorrentes dessa 
decisão estimados em R$ 32.000 (já incluídos R$ 14.000 de depreciação). 
11 
 
Considerando uma TMA de 12% emita um parecer sobre a viabilidade desse 
projeto. 
Neste sentido, o objetivo geral da disciplina é apresentar os principais 
conceitos, resultados e métodos associados à depreciação, risco e incerteza, 
no que diz respeito a toda fundamentação para uma mensuração de resultados 
organizacionais apurado, visando a maximização de resultados pessoais e 
empresariais. 
Pois bem, as palavras acima são nossa justificativa para o módulo em 
estudo. 
 
Vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, 
mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um 
pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente 
certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz 
também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão. 
(Caio Fernando Abreu) 
 
Tempo de decisão poupado, é tempo de ação ganho. 
(Gerald Michaelson) 
 
O segredo de meu sucesso é pagar como se fosse perdulário e 
comprar como se estivesse quebrado. 
(Henry Ford) 
 
 
O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. 
O planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que 
trabalhos e ações serão necessários hoje, para merecermos um 
futuro. O produto final do planejamento não é a informação: é sempre 
o trabalho. 
(Autor Desconhecido) 
 
http://pensador.uol.com.br/autor/caio_fernando_abreu/
12 
 
UNIDADE 1 – A “FAMÍLIA GASTO” E SEUS 
DESCENDENTES DE PRIMEIRO GRAU 
 
 Como estaremos interessados em descrever os aspectos 
relacionados à parte da depreciação, risco e incerteza, teremos o aparecimento 
de termos como gastos, despesas e custos, dessa forma, antes de 
propriamente descrevermos tais aspectos, estaremos interessados na 
descrição da família gastos com os seus descendestes de primeiro grau, que 
são elementos indispensáveis para o entendimento acerca da depreciação, 
risco e incerteza. Grosso modo, as nomenclaturas ou terminologias mais 
utilizadas no universo da Gestão de Custos são: gasto; investimento; custo; 
despesa; desembolso; e, perda. 
 
Figura 1: A família gasto com os seus membros. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
A descrição de cada um deles é colocada na sequência. 
a) Gasto: sacrifício financeiro para a obtenção de um produto ou serviço, 
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (dinheiro). 
Perceba que o gasto pode ser ENTREGA ou PROMESSA DE ENTREGA DE 
ATIVOS. Pode estar relacionado tanto com um custo na produção quanto com 
uma despesa administrativa ou financeira ou, ainda, com as vendas e 
distribuição dos produtos vendidos. 
 
13 
 
Saiba Mais! O gasto implica em entrega de ativos, portanto, encargos, tais 
como depreciações, amortizações ou custo de oportunidade não são 
gastos. 
 
Exemplos – gastos relacionados a um hospital: 
 gasto com mão de obra (salários e encargos sociais) – enfermagem e 
plantonistas; 
 gasto com aquisição de materiais e medicamentos; 
 gasto com energia elétrica – aquisição de serviços de fornecimento de 
energia; 
 gasto com aluguel de edifício (aquisição de serviços); 
 gasto com reorganização administrativa (serviço). 
 
b) Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou em função de 
benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Os investimentos são, em sua 
maioria, as aquisições para o imobilizado, como veículos, máquinas e 
equipamentos, computadores, entre outros. 
 
Exemplos – investimentos relacionados a um hospital: 
 aquisição de móveis, utensílios e equipamentos; 
 aquisição de imóveis; 
 despesas pré-operacionais; 
 aquisição de marcas e patentes; 
 aquisição de materiais e medicamentos (estoque); 
 contas a receber. 
 
c) Custo: gasto relativo à bem CONSUMIDO ou serviço UTILIZADO na 
produção de outros bens e serviços. Em verdade, temos três grandes 
definições de custos – uma para o comércio, uma para a indústria e outra para 
serviços. Assim, custos são os gastos acumulados para adquirir uma 
mercadoria (comércio) ou para executar um serviço. 
 
14 
 
 
Figura 2: As três principais definições de custo. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Exemplos: 
 
 custo no comércio – na farmácia AFA que vende penicilina G 
benzatina, o custo desse antibiótico será o preço de compra pelo qual a 
farmácia AFA adquiriu o medicamento do fabricante ou distribuidor; 
 custo na indústria – para o laboratório que fabricou a penicilina, qual o 
custo associado? Na indústria, temos que o custo será composto por 
todos os fatores de produção do medicamento. Assim, para produzir o 
antibiótico foram necessários: mão de obra (salários, encargos e 
benefícios), aluguel do espaço para produção, energia elétrica, 
equipamentos e tudo que estiver envolvido na produção do 
medicamento; 
 custo em serviços – para o hospital AFA que tratou o paciente com a 
penicilina, o que é custo relacionado? Na área de serviços, são todos os 
fatores associados à prestação daquele serviço. Ou seja, no serviço de 
tratar o paciente de uma infecção, entrarão no custo, além da penicilina 
benzatina usada no tratamento, salários, encargos e benefícios dos 
profissionais envolvidos no procedimento (médicos, enfermeiros, 
técnicos), energia elétrica que ilumina o espaço, depreciação dos 
15 
 
equipamentos utilizados (maca, por exemplo) e tudo que está associado 
ao procedimento. 
 
d) Despesa: são os gastos com bens e serviços consumidos de forma direta ou 
indireta com a finalidade de obtenção de receitas. Como exemplos de despesa 
podemos citar os impostos. 
 
e) Desembolso: pagamento resultante da aquisição (compra) do bem ou 
serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada. 
Perceba que no desembolso existe a necessidade de ENTREGA de ativo, o 
que diferencia do gasto. Portanto, podemos ter ao mesmo tempo o GASTO e 
um DESEMBOLSO. 
 
Exemplos: 
 
1) Compra de papel sulfite para o escritório com pagamento à vista. Neste 
momento, houve um gasto e um desembolso, uma vez que tivemos uma 
obtenção de produto com a entrega ou promessa de entrega de ativos (neste 
caso, dinheiro) e a efetiva entrega de ativos (dinheiro), já que o pagamento foi 
à vista. 
2) Compra de papel sulfite para o escritório com o pagamento para 30 dias. 
Neste momento houve somente um gasto, uma vez que tivemos uma obtenção 
de produto com a promessa de entrega de ativos (dinheiro) e não houve, ainda, 
a entrega de ativos (dinheiro). 
 
f) Perda: é um gasto não intencional decorrente de fatores externos casuais 
(ou acidentais) ou da atividade produtiva normal da empresa. 
 
Exemplos: 
 
 fatores casuais – incêndio, obsolescência de estoques, período 
relacionados a greves, enchentese furtos; 
 atividade produtiva normal – perdas normais em procedimentos 
cirúrgicos – uma cirurgia em que o médico aproveita 80% dos fios 
16 
 
cirúrgicos ficando 20% com perda. Da mesma forma, é considerado no 
custo da cirurgia o preço total do fio, não importando os pedaços 
descartados. 
 
Curiosidade! Podemos perceber que o conceito de CUSTO e DESPESA 
são parecidos e pode causar confusão, então, como diferenciar esses 
dois termos? Custo é o gasto com a fabricação do produto (processo 
produtivo). A parcela do custo que afetará o resultado é somente aquela 
que foi incorporada no produto que foi vendido (CPV) e Despesa é o 
gasto que não está relacionado ao processo produtivo. São todos os 
demais fatores identificáveis com a administração, vendas e distribuição, 
e encargos financeiros. A despesa afetará diretamente o resultado do 
exercício em que foi consumida. Não incorpora o custo dos produtos 
fabricados no período. 
 
Figura 3: Custos e despesas de investimentos. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Saiba Mais! A forma com que os gastos impactam o resultado definirá sua 
classificação. 
17 
 
 
Figura 4: Principais termos utilizados na gestão de custos. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
18 
 
UNIDADE 2 – PROJEÇÃO DE FLUXO DE CAIXA 
 
 Comumente na parte da gestão empresarial e financeira, as 
operações envolvem fluxos de caixa específicos. Exemplificando, diagramas de 
fluxo de caixa semelhantes aos apresentados nas Figuras 5 e 6 a seguir. 
 
 
Figura 5: Modelo de diagrama de fluxo de caixa – pagamentos uniformes. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 
Figura 6: Modelo de diagrama de fluxo de caixa – pagamentos variáveis. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 
Sendo que PV representa o valor presente, FV o valor futuro. Além 
disso, a simbologia CF0 representa o investimento inicial (fluxo de caixa na 
data zero) e cada CFj (j = 1, ..., n) representa a entrada ou a saída de caixa no 
período j (fluxo de caixa na data j). 
19 
 
Todavia, é interessante nos atentarmos para o fato de que pouco se 
explicou a respeito da obtenção desses valores, dessa forma, neste primeiro 
momento, será de nosso interesse eliminarmos essa simplificação, resgatando, 
ordenando e aplicando as informações necessárias para a projeção do fluxo de 
caixa. 
Dessa forma, entendemos por investimento inicial todo o aporte de 
capital necessário para colocar o projeto em funcionamento, seja ele a nível 
pessoal ou empresarial. Cabe ressaltar que usualmente, o investimento inicial é 
composto pelos investimentos em ativos fixos, despesas pré-operacionais e 
aporte inicial de capital de giro, sendo que os ativos fixos compreendem os 
terrenos, obras civis, máquinas e equipamentos, veículos, ferramentas, 
infraestrutura de comunicação, hardware e software, móveis, máquinas e 
utensílios, entre outros. 
Note que nada mais é do que a infraestrutura básica do contexto 
empresarial em questão. Contrariamente, é importante visualizarmos que as 
edificações são, geralmente, parte importante das obras civis e abrangem a 
administração, a fábrica ou setor de produção, os depósitos, cozinha industrial, 
refeitórios, entre outros. As instalações elétricas, hidráulicas e cabeamento de 
comunicação não fazem parte das obras civis por apresentarem vida útil e 
taxas de depreciação distintas. A Figura 7 a seguir, nos mostra um exemplo de 
investimento inicial. 
 
Descrição Estimativas 
 
Ativo fixo na área industrial 
 
 
R$ 240.000,00 
 
Ativo fixo na área administrativa 
 
 
R$ 25.000,00 
 
Ativo fixo na área comercial 
 
 
R$ 30.000,00 
20 
 
 
Ativos fixos de uso compartilhado 
 
 
R$ 25.000,00 
 
Capital de giro 
 
 
R$ 40.000,00 
 
Despesas pré-operacionais 
 
 
R$ 20.000,00 
 
Total 
 
 
R$ 380.000,00 
 
Figura 7: Modelo de investimento inicial. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 
As despesas pré-operacionais compreendem os desembolsos realizados 
antes de o projeto entrar em funcionamento. Representam gastos que seriam 
lançados como despesas operacionais caso o projeto já estivesse em 
funcionamento. 
 
 
Figura 8: Interpretando as despesas pré-operacionais. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
21 
 
Incluem-se nessa categoria, por exemplo: pesquisa e desenvolvimento, 
ponto, marcas, direitos e patentes industriais/empresariais e obras preliminares 
e complementares. Notemos que estas últimas abrangem todos os 
melhoramentos e obras integradas aos terrenos, bem como os serviços e 
instalações provisórias, necessários à construção e ao andamento das obras, 
como limpeza do terreno, terraplenagem, drenagem, arruamento, pátios, 
cercas, muros, jardins, portões, guaritas, instalações elétricas e hidráulicas. 
 
Descrição Estimativas 
 
Obras preliminares 
 
 
R$ 11.000,00 
 
Pesquisa de marketing 
 
 
R$ 6.000,00 
 
Material de expediente 
 
 
R$ 800,00 
 
Procedimentos legais e contábeis 
 
 
R$ 700,00 
 
Registro de marcas e patentes 
 
 
R$ 600,00 
 
Visitas a fornecedores 
 
 
R$ 500,00 
 
Outros 
 
 
R$ 400,00 
Total R$ 20.000,00 
Figura 9: Exemplos de despesas pré-operacionais. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
22 
 
De outra forma, da literatura é sabido que a nível organizacional, existem 
dois tipos de investimentos que a empresa recebe quando inicia suas 
atividades. Um deles é o conhecido investimento fixo, que serve para a 
aquisição de máquinas, móveis, prédios, veículos, enfim, para investir em itens 
do ativo imobilizado. O segundo é o conhecido como Capital de Giro. 
Grosso modo, cabe salientar que o Capital de giro é uma parte do 
investimento que compõe uma reserva de recursos que serão utilizados para 
suprir as necessidades financeiras da empresa ao longo do tempo. Esses 
recursos ficam nos estoques, nas contas a receber, no caixa, no banco, entre 
outros. É o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus 
negócios acontecerem (girar). Existe a expressão “Capital em Giro”, que seriam 
os bens efetivamente em uso. 
O estoque de uma empresa é formado e mantido em função das 
necessidades do mercado consumidor, portanto, ele está sempre sofrendo 
mudanças de investimentos, seja em tipos de itens ou em quantidades. Quanto 
maior a necessidade de investimento nos estoques, mais recursos financeiros 
a empresa deverá ter. Notemos, por exemplo, que nas vendas, quanto mais 
prazo uma empresa oferece ao cliente ou quanto maior for a parcela de 
vendas a prazo no seu faturamento, mais recursos financeiros a empresa 
deverá ter ao final da operação em questão. 
Fica evidente que são nas instituições financeiras e no caixa que fica 
uma parte dos recursos financeiros disponíveis da empresa, ou seja, aquela 
que a empresa pode utilizar a qualquer tempo para honrar os seus 
compromissos diversos. Salienta-se ainda que, de acordo com Clemente e 
Abreu (2009), dependendo do saldo inicial, das entradas e das saídas, pode 
ocorrer uma falta ou uma sobra desses recursos em um momento específico, 
dia ou semana. Para isso não ocorrer, as decisões de compra e venda devem 
ser tomadas com critérios estabelecidos. Sempre que uma decisão for tomada, 
é necessário que seja feita uma análise sobre a disposição dos recursos 
financeiros da empresa para isso. Se for tomada uma decisão de compra em 
excesso ou de dar mais tempo para os clientes nas vendas a prazo, a empresa 
deverá ter uma quantidade maior de dinheiro (recursos financeiros). Se esse 
23 
 
recurso não existe, a entidade vai precisar utilizar recursos emprestados de 
bancos, de fornecedores ou de outras fontes, o que gerará uma necessidade 
de pagamentos de juros, diminuindo a margem de lucro do negócio. Note então 
que administrar o capital de giro da empresa significa avaliar o momento atual, 
as faltas e as sobras de recursos financeiros e os reflexos geradospor decisões tomadas em relação a compras, vendas e à administração do 
caixa. 
De forma sucinta, temos que, de acordo com Samanez (2006), o Capital 
de giro (capital circulante ou capital de trabalho) indica a parte do patrimônio 
que sofre constante movimentação nas empresas, tais como as 
disponibilidades e os valores realizáveis, diferenciando-se entre estes os 
créditos, os estoques e os investimentos. São excluídos, portanto, os capitais 
permanentes (ativo fixo ou imobilizado, investimentos permanentes) e o ativo 
pendente, que compreende valores contingentes como, por exemplo, despesas 
do exercício seguinte. 
 
Importante! O Capital de giro pode ser encarado como uma parte do 
investimento que compõe uma reserva de recursos que serão utilizados 
para suprir as necessidades financeiras da empresa ao longo do tempo. 
Esses recursos ficam nos estoques, nas contas a receber, no caixa, no 
banco, entre outros. 
 
Um outro ponto importante que deve ser comentado aqui, é com relação 
aos termos Capital e Patrimônio. São termos distintos ou sinônimos? Saberia 
descrever? Em verdade, tanto Capital quanto Patrimônio podem, em termos 
mais amplos, serem considerados sinônimos. Porém, é necessário distingui-
los, tendo em vista que a expressão capital pode assumir nos termos contábeis 
todos os significados descritos anteriormente, enquanto o Patrimônio será 
sempre o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa. 
 Neste sentido, o capital de giro inicial é o volume de recursos 
necessários para a empresa se sustentar até que seu volume de vendas 
proporcione caixa suficiente para fazer face aos desembolsos inerentes a sua 
operação. São necessários recursos para pagamento de fornecedores, 
inclusive das utilidades (luz, água, gás, entre outros); para sustentar a folha de 
24 
 
pagamento, para realizar as despesas administrativas e comercias, para pagar 
pelos serviços terceirizados e para saldar outros compromissos periódicos. 
O capital de giro inicial também influenciado pelos níveis médios de 
estoque de matérias-primas, de produtos em elaboração e de produtos 
acabados, bem como pelos prazos médios de pagamentos de fornecedores e 
de recebimento de vendas. A compra de ativos fixos, independentemente da 
forma de pagamento, constitui investimento. O uso desses ativos, na operação 
do empreendimento, representa consumo de recursos e, contabilidade, é 
interpretado como custo ou despesa operacional. 
Dessa forma, de acordo com Clemente e Souza (2009), os 
investimentos em ativos fixos definem a parcela de depreciação que será 
deduzida como custo ou despesa. Embora não se caracterize como 
desembolso, a depreciação afeta a renda tributável e, portanto, os 
desembolsos referentes ao Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o 
Lucro Líquido. Resumindo, a depreciação afeta o Demonstrativo de Resultados 
do Exercício (DRE) e, por consequência, o Fluxo de Caixa associado. Um 
exemplo de estrutura genérica do Demonstrativo de Resultados do Exercício 
(DRE) é mostrado na Figura 10 a seguir. 
 
25 
 
 
Receita R$ 
- Custo do Produto Vendido 
 Material Direto 
 Mão de obra Indireta 
 Material Indireto 
 Depreciação de Equipamentos 
 Depreciação de Instalações 
. 
. 
. 
= Lucro Bruto 
- Despesas Administrativas 
- Despesas Comerciais 
- Despesas Financeiras 
 
 
R$ 
R$ 
R$ 
R$ 
 
R$ 
R$ 
R$ 
R$ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R$ 
R$ 
R$ 
 
= Lucro Líquido 
- Imposto de Renda 
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
 R$ 
R$ 
R$ 
 
= Lucro após IR e CSLL 
 
 R$ 
Figura 10: Exemplo de Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE). 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Notemos que a partir da Figura 10 anterior, ou seja, a partir da leitura 
interpretativa do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), torna-se 
evidente que a depreciação, como custo indireto de fabricação, afeta o 
resultado operacional e, por consequência, a base sobre qual incidirá a 
alíquota do Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(renda tributável). 
 
26 
 
Saiba Mais! Não confunda dinheiro com capital. Na Contabilidade 
Financeira e Gerencial, os dois termos são coisas diferentes. O capital é 
formado por dinheiro ou qualquer outro bem (móvel ou imóvel) e até por 
créditos. Se o capital pertencer aos sócios ou aos proprietários, será 
chamado de capital próprio, porém, se pertencer a pessoas ou empresas 
alheias à entidade, será chamado de capital de terceiros. O capital, seja 
próprio ou alheio, sempre estará investido (aplicado) no Ativo da 
entidade, podendo estar materializado em dinheiro, estando na conta 
Caixa ou conta Bancos pertencente à entidade. 
 
2.1 Depreciação 
De acordo com Samanez (2006), podemos entender em um primeiro 
momento que o termo depreciação significa declínio no potencial de serviços 
do Imobilizado Tangível e de outros ativos não correntes, em função de 
deterioração física gradual ou abrupta, consumo dos potenciais de serviços por 
meio de uso, mesmo que nenhuma mudança física seja aparente, ou 
deterioração econômica por causa da obsolescência ou de mudança na 
demanda dos consumidores. 
 
 
Figura 11: Exemplos de ativos imobilizados. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
27 
 
Cabe salientar que o entendimento por conta da natureza do ativo 
imobilizado perpassa pelos ativos de natureza permanente e que se destinam 
exatamente para as operações de negócios de uma organização e, que não se 
destina às vendas. Sendo assim, podemos falar que um ativo poderá ser 
considerado relativamente permanente imobilizado quando: 
1) Houver natureza relativamente permanente. 
2) Ser utilizado na operação dos negócios. 
3) Não se destinar a vendas. 
 
Importante! Aqui o termo “relativamente” deve ser entendido como a 
referência a condição que praticamente nenhum bem (com exceção de 
terrenos) possui vida limitada dentro da organização, sofrendo desgaste 
com uso, passar do tempo e obsolescência. 
 
Um outro ponto importante a ser comentado é que tanto a obsolescência 
(que significa desuso ou antiquado) como o desgaste são reconhecidos pela 
legislação que autoriza as organizações a contabilizarem tais desgastes como 
depreciação. Além disso, o comitê gestor de uma empresa (diretores, 
contadores, entre outros) deve analisar a atividade da empresa para verificar 
se os ativos se enquadram como imobilizado ou estoque. Por exemplo, 
automóveis para uma empresa de transporte poderão ser considerados como 
ativo imobilizado, todavia, para uma concessionária poderão ser 
considerados como estoque. 
Com relação à classificação do ativo imobilizado, temos que os mesmos 
podem ser caracterizados como tangíveis e intangíveis. 
 
Figura 12: Classificação do ativo imobilizado. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
28 
 
 
De acordo com Bruni (2003), os ativos imobilizados tangíveis são os 
ativos que tem uma substância concreta, aqueles que conseguimos tocar, 
como por exemplo, edifícios e equipamentos. Contrariamente, os ativos 
imobilizados intangíveis são os ativos que não tem uma substância concreta 
e que não podem ser tocados, porém sempre comprovados. Por exemplo, aqui 
podemos citar direitos autorais, marcas e patentes, bem como, marcas de 
indústria. 
 
 
Figura 13: Interpretando ativos tangíveis e intangíveis. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 Clemente e Souza (2009) nos mostra que a empresa, para atender a 
seu objetivo de unidade de expansão de capital, realiza diversas operações. A 
operação mais comum é transformar matéria-prima em produto acabado e 
comercializar esse produto no mercado. Nessa operação, para que não se 
oponha ao objetivo da empresa, dois requisitos devem ser sempre notados: 
 a) O preço pelo qual o produto é comercializadodeve ser, no mínimo, 
suficiente para remunerar todos os fatores de produção (material, equipamento, 
capital, trabalho, entre outros) utilizados no processo de transformação de 
matéria-prima em produto acabado (critério de sobrevivência, de longo prazo). 
29 
 
 b) O tempo decorrido entre os desembolsos para colocar o produto 
acabado nas mãos do cliente e os recebimentos decorrentes da venda do 
produto devem ser compatíveis com o fôlego financeiro da empresa, de tal 
forma que a empresa possa sustentar o ciclo de negócios (critério de liquidez, 
de curto prazo). 
Dos fatores de produção consumidos no processo de transformação de 
matéria-prima em produto acabado, destaca-se o desgaste dos equipamentos 
utilizados. A parcela teórica de desgaste dos equipamentos devido à fabricação 
de um produto é apropriada ao custo desse produto, sob a denominação de 
depreciação. Esse valor, embora represente um custo de produção, não se 
materializa em desembolso (saída de caixa). Os valores correspondentes à 
depreciação, teoricamente, seriam acumulados em um fundo denominado 
Fundo de Depreciação. A ideia básica da constituição do Fundo de 
Depreciação é permitir que, ao dar baixa de um ativo depreciável, o valor 
monetário correspondente, contabilizado nesse fundo, seja suficiente para 
aquisição de outro similar. Em economias inflacionárias, têm-se recorrido a 
alguns ajustes contábeis, de modo a impedir que o valor do fundo de 
depreciação seja corroído pela inflação. O mais comum desses ajustes é 
indexar o valor do bem e, consequentemente, o valor de sua depreciação, a 
uma moeda estável. 
 
Importante! Depreciação pode ser entendida como o fenômeno contábil 
que expressa a perda do valor que os valores imobilizados de utilização 
para a atividade da empresa sofrem com o passar do tempo. Ou ainda, 
como a diminuição do valor dos bens que integram o ativo permanente 
em decorrência do desgaste, perda de utilidade, ação da natureza e 
obsolescência. 
 
Além disso, Clemente e Souza (2009) nos diz que a depreciação de 
bens do ativo imobilizado corresponde à diminuição do valor dos elementos ali 
classificáveis, resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou 
obsolescência. A referida perda de valor dos ativos, que tem por objeto bens 
físicos do imobilizado das empresas, será registrada periodicamente nas 
30 
 
contas de custo ou despesa (depreciação do período de apuração), que terão 
como contrapartida as contas de registro de depreciação acumulada, 
classificadas como contas retificadoras do ativo permanente (RIR/1999 art. 
305). 
Em linhas gerais, temos que a taxa de depreciação será fixada em 
função do período em que se espera a utilização econômica do bem, pelo 
contribuinte, na produção de seus rendimentos (RIR/1999, art. 310). Para 
maiores detalhes averiguar o site: 
http://www.receita.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2003/PergResp 2003/pr 
406a473.htm. 
 
A Figura 14, na sequência, nos mostra alguns bens e a taxa anual de 
depreciação permitida pela legislação brasileira. 
Bens Taxa Anual de Depreciação Prazo 
Tratores 
Caminhões fora-de-estrada 
Motociclos 
Veículos de passageiros 
Computadores 
Software 
Veículo de carga 
Maquinários 
Edificações 
25% 
25% 
25% 
20% 
20% 
20% 
20% 
10% 
4% 
4 anos 
4 anos 
4 anos 
5 anos 
5 anos 
5 anos 
5 anos 
10 anos 
2 anos 
Figura 14: Taxa de depreciação para alguns bens. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
O dinamismo da tecnologia que a nova ordem econômica impõe às 
organizações tem gerado reflexões sobre a forma de apropriação dos valores 
referentes à depreciação, ou seja, neste contexto, está cada vez mais presente 
a necessidade de substituirmos os equipamentos atuais por outros mais 
competitivos. Com grande frequência, o valor monetário disponível no fundo de 
depreciação não é suficiente para efetuarmos a substituição do equipamento 
ultrapassado por um mais moderno e competitivo. Salientamos que essa é uma 
http://www.receita.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2003/PergResp%202003/pr%20406a473.htm
http://www.receita.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2003/PergResp%202003/pr%20406a473.htm
31 
 
questão da maior importância para a sobrevivência das empresas com relação 
a um grande prazo. É interessante observarmos também que a depreciação de 
um equipamento pode ocorrer por desgaste físico ou obsolescência 
tecnológica. 
Nos dias atuais, de acordo com Clemente e Souza (2009), a rápida 
obsolescência tecnológica leva empresas a questionarem as taxas definidas 
pela legislação brasileira, o método de depreciação linear, e o valor base 
utilizado no cálculo. Comparações internacionais indicam que a adoção do 
método exponencial em vez do linear e a substituição do valor histórico pelo 
valor de reposição tendem a garantir maior competitividade às empresas na 
medida em que elevam sua capacidade de se manterem tecnologicamente 
atualizadas. 
 
2.2 Impostos e contribuições 
De acordo com Clemente e Souza (2009), a estruturação do fluxo de 
caixa também é influenciada pelos impostos e contribuições a que a 
organização está sujeita a pagar. Dessa forma, exemplificando, para uma 
organização sob regime tributário de lucro real, os principais impostos e 
contribuições são apresentados na Figura 15 a seguir. 
 
Tipo Sigla Atividade Alíquota Base de 
Cálculo 
Imposto de 
Renda sobre o 
Lucro Líquido 
 
Contribuição 
Social sobre o 
Lucro Líquido 
 
Programa de 
Integração 
Social 
IR 
 
 
 
CSSL 
 
 
 
PIS 
 
 
Comércio, 
Indústria e 
Serviços. 
 
Comércio, 
Indústria e 
Serviços. 
 
Comércio, 
Indústria e 
Serviços. 
15% (*) 
 
 
 
9% 
 
 
 
1,65%(***) 
 
 
Lucro 
Líquido 
 
 
Lucro 
Líquido 
 
 
Faturamento 
 
 
32 
 
 
Contribuição 
Financeira 
Social 
 
Imposto sobre 
Circulação de 
Mercadorias e 
Serviços 
 
Imposto sobre 
Produtos 
Industrializados 
 
Imposto sobre 
Serviços 
 
COFINS 
 
 
 
ICMS 
 
 
 
 
IPI 
 
 
 
ISS 
 
 
Comércio, 
Indústria e 
Serviços. 
 
Comércio, 
Indústria e 
Serviços. 
 
 
Indústria. 
 
 
 
Serviços 
 
7,6%(***) 
 
 
 
0 a 25% 
(**) 
 
 
 
5 a 
15%(**) 
 
 
0 a 5% 
 
Faturamento 
 
 
 
Faturamento 
 
 
 
 
Faturamento 
 
 
 
Faturamento 
 
(*) 15% até R$ 240.000,00/ano mais 10% sobre o excedente. 
(**) Compensado com o valor apurado na compra. 
(***) Compensado com o valor apurado na compra e variável para algumas atividades. 
Figura 15: Principais impostos e contribuições. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Deve ficar claro que tais tributos devem ser levados em conta quando se 
projetam os ingresso líquidos de certo projeto de investimento. 
 
2.3 Sistemas de custeio 
De acordo com Martins (2009), existem algumas formas de se atribuir 
custos a um produto ou serviço. Tais métodos que descrevem essas formas 
são denominados de sistemas de custeio, ou seja, os métodos de custeio 
estão relacionados à forma de atribuir os custos aos produtos ou outros 
objetos. Temos quatro principais métodos de custeio que são descritos logo 
abaixo. 
 
33 
 
2.3.1 Custeio por absorção 
Consiste em atribuir aos produtos ou serviços todos os custos da área 
de fabricação, sejam eles diretos e indiretos, com comportamento fixo ou 
variável. O próprio nome nos diz muito sobre sua particularidade, que consiste 
em absorver os custos diretos e indiretos relacionados à fabricação. Foi o 
primeiro sistema de custeio criado na gestão de custos. 
Primeiramente, ressaltamos que este método em verdade nasceu para 
fins de apuração de resultados, devido à obrigatoriedade da legislação vigente. 
Todavia, algumas empresas o utilizam para a tomada de decisão gerencial e/ou 
realizam adaptações diversas para este princípio. 
Em termos específicos, a legislação determina a divisão do que é custo 
e o que é despesa, levando ao produto apenaso primeiro, sendo que para 
tomar decisões gerenciais essa divisão não necessita ser tão engessada. 
Sendo assim, temos o sistema de custeio por absorção sem 
departamentalização e o sistema de custeio por absorção com 
departamentalização. Para o caso da departamentalização, é de fundamental 
importância o conhecimento de três conceitos, que são: contas contábeis, 
departamentos e centro de Custos. 
 
 
 
Figura 16: Conceitos fundamentais para o sistema de custeio por absorção 
departamentalizada. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
34 
 
2.3.2 Custeio variável ou direto 
Consiste em atribuir aos produtos ou serviços somente os custos 
variáveis (ou diretos) de produção. Neste método, somente os custos variáveis 
são alocados no produto, sendo que os demais custos são considerados como 
“despesas” do período, reduzindo assim o resultado. É o sistema de custeio 
amplamente utilizado na tomada de decisões gerenciais, ou seja, no meio 
empresarial. 
Tal sistema é conhecido como sistema de custeio variável ou sistema 
de custeio direto. Para a utilização de tal sistema, é de fundamental 
importância estarmos familiarizados com alguns conceitos fundamentais, 
especificamente falando, tais como, margem de contribuição e ponto de 
equilíbrio. 
Inicialmente, podemos dizer que o sistema de custeio variável trabalha 
centrado no conceito de ponto de equilíbrio. Em verdade, segundo Martins 
(2009), o sistema de custo variável permite a determinação do ponto de 
equilíbrio de um produto, de uma família de produtos ou de toda a empresa. 
Além disso, possibilita simulações para a fixação dos preços de venda, o 
cálculo da lucratividade de cada produto, a seleção do melhor mix de produção, 
a projeção de resultados, a preparação de orçamentos e a análise de projetos. 
É interessante salientarmos que o sistema de custeio variável é indicado 
para a tomada de decisões, pois permite visualizar com clareza a margem de 
contribuição, o ponto de equilíbrio, a margem de segurança e o grau de 
alavancagem operacional. Em verdade, de acordo com a literatura, o efeito da 
alavancagem operacional está relacionado com os gastos fixos da empresa, 
gastos estes que poderão constituir risco para as atividades operacionais. 
 
2.3.3 Custeio padrão (ou standard) 
Consiste em predeterminar os custos antes da produção, como sendo o 
custo normal de um produto ou serviço. Este custeio é utilizado para 
acompanhar as variações ocorridas entre o custo padrão (projeto e ideal) e 
custo real (apontado pela contabilidade). O custo-padrão é um custo 
previamente atribuído, tomado como base para o registro da produção antes da 
determinação do custo efetivo. Em sua concepção gerencial, o custo-padrão 
35 
 
indica um “custo ideal” que deverá ser perseguido, servindo de base para a 
administração mediar a eficiência da produção e conhecer as variações de 
custo. Esse custo ideal seria aquele que deveria ser obtido pela indústria nas 
condições de plena eficiência e máximo rendimento. Algumas características 
essenciais do método de custeio padrão são: 
1) Pré-fixação de seu valor, com base no histórico ou em metas a serem 
perseguidas pela empresa. 
2) Pode ser utilizado pela contabilidade, desde que se ajuste, periodicamente, 
suas variações para acompanhar seu valor efetivo real (pelo método do custo 
por absorção). 
3) Permite maior facilidade de apuração de balancetes, sendo muito utilizado 
nas empresas que precisam de grande agilidade de dados contábeis. 
 
Cabe ressaltar ainda que a Resolução 750/93 do CFC (Conselho 
Federal de Contabilidade) fixou os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
Dentre esses, aparece o Princípio do Registro pelo Valor Original que 
determina a avaliação dos componentes do patrimônio pelos valores originais 
das transações com o mundo exterior, o valor presente em moeda nacional, 
sendo mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, o que 
descarta a utilização do custo-padrão para fins de avaliação dos estoques e 
dos custos dos produtos vendidos, posto que este pode divergir da transação 
efetiva. 
Todavia, o item 37 da NPC 2 – Pronunciamento do Instituto dos 
Auditores Independentes do Brasil – IBRACON nº 2 de 30/04/1999, admite o 
custo-padrão, desde que ajustado periodicamente, nos seguintes termos: 
Custos-padrão são também aceitáveis se revisados e reajustados 
periodicamente, sempre que ocorrerem alterações significativas nos 
custos dos materiais, dos salários, ou no próprio processo de 
fabricação, de forma a refletir as condições correntes. Na data do 
balanço, o custo-padrão deve ser ajustado ao real. 
 
O Parecer Normativo CST 7/1979 exige que se faça o ajuste periódico 
na contabilidade entre o método de custeio padrão e custeio integral. Portanto, 
observa-se a exigência de ajuste, no mínimo a cada três meses, para as 
empresas que adotarem o custo padrão. 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custeioporabsorcao.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custeioporabsorcao.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/res750.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custeioporabsorcao.htm
36 
 
De forma resumida, o método de custeio-padrão pode ser utilizado, 
contabilmente e gerencialmente, porém, é imprescindível que seu ajuste com 
os custos reais se faça regularmente, exigindo-se tal procedimento quando por 
ocasião do levantamento do balanço patrimonial. 
 
2.3.4 Custeio baseado em atividades (Activity Based Costing - ABC) 
Consiste inicialmente na identificação dos custos às atividades 
desenvolvidas pela empresa, para, em seguida, alocar aos produtos com base 
em medida de consumo apropriada a cada atividade. Primeiramente, podemos 
descrever que o sistema ABC considera que a empresa é formada por um 
leque de atividades. Em outras palavras, o pressuposto básico é que os 
recursos das empresas são consumidos pelas atividades desenvolvidas. Os 
produtos, por sua vez, consomem atividades. 
Cabe ressaltar que o sistema de custeio baseado em atividade (ABC) foi 
desenvolvido pelos professores Robin Cooper e Robert S. Kaplan e adotado 
inicialmente por empresas, tais como: Hewlett – Packard, John Deere, 
Siemens, GM, dentre outras empresas americanas. Em verdade, a ideia surgiu 
do fato de observarem que, em várias organizações, os gestores começaram a 
perceber, principalmente, que os métodos de custeio utilizados distorciam os 
custos dos produtos, além de reconhecer que os custos indiretos de produção 
vinham aumentando significativamente, em função da aquisição de novas 
tecnologias de produção e de automação e da deficiência da aprovação dos 
custos indiretos comuns (overhead) com base em um critério único: horas de 
mão de obra direta. 
Segundo Martins (2003), a Gestão Estratégica de Custos, da qual faz 
parte o ABC, reconhece que os custos não são dirigidos unicamente para os 
bens produzidos, mas, também, para servir os clientes e os canais, por meio 
dos quais os produtos são oferecidos, removendo a restrição de que todos os 
custos devam ser relacionados aos produtos para que se tenha uma visão mais 
adequada dos custos consumidos. 
Note que o objetivo principal de qualquer método de custeio é 
determinar o custo de produção de um bem ou serviço, e dependendo da 
utilidade que será dada a essa informação, escolhe-se o método a ser utilizado. 
37 
 
A Figura 17 a seguir, nos mostra a especificidade de cada um dos sistemas de 
custeio. 
Utilidade Método de Custeio 
Atendimento a exigências 
fiscais 
Por absorção 
Gerencial Variável 
Controle Padrão 
Melhoria de processos ABC 
 
Figura 17: Peculiaridades de cada sistema de custeio. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
2.4 Demonstrativo de resultado de exercício sob o custeio direto 
De acordo com Martins (2009), vimos que o custeio direto é um sistema 
que faz o necessário confronto entre os compromissos financeirosfixos por 
período e o volume de vendas necessário para manter o saldo de caixa 
positivo. Sob a visão do custeio direto, as vendas, e não a produção, 
impulsionam a empresa, pois se admite uma relação inversa entre produções e 
vendas: no custeio direto, a variável dependente é a quantidade produzida. Em 
outras palavras, o custeio direto é um sistema que destaca o peso da estrutura, 
despesas e custos fixos, e conduz a adoção de estratégias que otimizem o uso 
dessa estrutura. A preferência pelo custeio direto para projetar o fluxo de caixa 
se justifica por sua simplicidade e ferramentas gerenciais interessantes como 
citadas anteriormente. Além disso, temos que no custeio direto: 
 os custos e despesas são classificados como fixos ou variáveis, 
facilitando a elaboração de orçamentos; 
 somente os custos e despesas variáveis são apropriados aos produtos; 
 os custos fixos e as despesas fixas são lançadas pelo total como 
despesas de exercício, eliminando a necessidade de rateios, sempre 
questionáveis. 
 
38 
 
 A Figura 18 a seguir, nos mostra as principais fontes de informações para a 
projeção dos demonstrativos de resultados. 
 
Informações Relevantes para a DRE Fonte de Informação 
 
Preço 
Market share 
Previsão de vendas 
Taxa anual de crescimento das vendas 
 
 
 
Estudo de mercado 
 
Custo variável unitário 
Custo variável do produto vendido 
Custos fixos 
 
 
 
Orçamento de produção 
 
Despesas variáveis 
Despesas fixas 
 
 
Orçamento de vendas 
 
Despesas fixas 
Orçamento de despesas 
administrativas 
 
Figura 18: Fontes de informação para o DRE. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 
Importante! Segundo Clemente e Souza (2009): 
 
Estudo de mercado é o conjunto de atividades orientadas para 
antever as vendas e os preços de certo produto com a finalidade de 
estimar as receitas futuras. Dessa forma, o estudo de mercado 
tipicamente envolve projeções das vendas e dos preços, ano a ano, 
para o horizonte de planejamento adotado para certo projeto. 
 
É importante averiguarmos que o Fluxo de Lucro Contábil obtido do DRE 
é ajustado, inicialmente, para expressar entradas e saídas de caixa em função 
dos prazos de recebimento (política de crédito) e prazos de pagamento 
39 
 
decorrentes de negociação com os fornecedores de insumos. O próximo ajuste 
é adicionar o valor da depreciação, porquanto, esta não representa 
desembolso ou saída de caixa. Deve ser observado que na construção do fluxo 
de caixa, não adicionar a depreciação ao resultado do respectivo exercício 
corresponde, grosso modo, a considerar duas vezes o investimento em ativos 
depreciáveis. 
 
2.5 Efeitos das fontes de financiamento 
A premissa básica que trabalhamos anteriormente foi que havia 
disponibilidade de recursos para a execução dos projetos, isto é, os projetos 
seriam executados integralmente com recursos próprios. Mas, o que acontece 
se a pessoa (gestor ou administrador ou outro) ou a própria organização não 
possuir tais recursos. Dessa forma, surge então mais uma vez o termo 
financiamento ou tomar emprestado uma determinada quantia de dinheiro. 
Logicamente, é interessante examinarmos as implicações de financiar parte do 
projeto recursos de terceiros. Nesse caso, temos sim ajustes a serem feitos no 
Fluxo de Caixa, que são descritos como: 
a) Elaborar a planilha de pagamento do financiamento, separando o valor da 
amortização e do juro contido em cada prestação. 
b) Lançar os juros como despesas financeiras no Demonstrativo de Resultados 
do Exercício. 
c) Apurar o lucro após IR e CSSL. 
d) Deduzir as amortizações do Fluxo de Lucro Contábil. 
 
Para ilustrarmos os efeitos da fonte de financiamento, suponhamos que 
o capital próprio disponível para um investimento seja da ordem de R$ 
130.000,00. O restante pode ser obtido por meio de um financiamento. O 
Sistema de Amortização utilizado pela instituição financeira é o SAC, prazo de 
amortização de seis anos, um ano de carência e juros de 14% ao ano. A nova 
composição das fontes de financiamento para o projeto é mostrada na Figura 
19 a seguir. 
40 
 
 
Período Prestação Amortização Juro 
Saldo 
Devedor 
0 250.000,00 
1 35.000,00 0 35.000,00 250.000,00 
2 85.000,00 50.000,00 35.000,00 200.000,00 
3 78.000,00 50.000,00 28.000,00 150.000,00 
4 71.000,00 50.000,00 21.000,00 100.000,00 
5 64.000,00 50.000,00 14.000,00 50.000,00 
6 57.000,00 50.000,00 7.000,00 0,00 
Figura 19: Fontes de financiamento. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 Salientamos que os juros constantes na Figura 19 anterior, são 
lançados como despesas financeiras no Demonstrativo de Resultados do 
Exercício. Além disso, na maioria dos casos, considera-se que o Imposto de 
Renda foi pago no mesmo exercício em que foi auferida a renda. Em termos 
práticos, existe uma defasagem entre o fato gerador do tributo e seu 
pagamento. Apesar dessa imprecisão, os resultados não se alteram 
substancialmente. Nesta direção, os novos valores dos indicadores, em 
decorrência da decisão de financiar parte do investimento inicial, são 
mostrados na Figura 20 a seguir. 
Valor Presente 
Valor Presente Líquido 
Valor Presente Líquido Anualizado 
Índice Benefício Custo 
Retorno Adicional (ROIA) 
R$ 210.565,00 
R$ 80.565,00 
R$ 15.120,00 
1,62 
5,50% 
 
Taxa Interna de Retorno 
Índice TMA/TIR 
Pay-back 
Índice Pay-back/N 
19,15% 
0,52 
7,5 
0,83 
 
Figura 20: Novos valores associados aos indicadores. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
41 
 
 Note que se existisse disponibilidade de capital para investimento, 
deveria ser feita uma comparação entre os indicadores do projeto realizado 
com recursos próprios (Projeto A) e os indicadores do projeto financiado 
(Projeto B). 
 Na análise de projetos mutuamente exclusivos (A e B), deve-se evitar a 
comparação direta entre os projetos se apenas um deles puder ser financiado. 
O ideal seria compará-los numa situação em que ambos pudessem ser 
realizados com recursos próprios, ou numa situação em que ambos pudessem 
ser financiados. Outra análise pode ser feita quando se pretende recorrer a 
fontes externas de financiamento: procurar a melhor composição entre capital 
próprio e capital de terceiros. A melhor composição é a que maximiza o Valor 
Presente Líquido de Projeto e atende às restrições do percentual do projeto 
que a linha de financiamento impõe. Uma boa maneira de solucionar esse 
problema é representar o comportamento do Valor Presente Líquido como uma 
função de percentual de financiamento do projeto. 
42 
 
UNIDADE 3 – METODOLOGIA MULTI-ÍNDICE 
 
Constantemente nos deparamos com situações que exigem decisão, 
determinação de realizar, ou não, algo específico, bem como de qual maneira 
será realizado. Da literatura, decisão é um evento que faz parte do nosso 
cotidiano, seja em um ambiente empresarial ou até mesmo em um ambiente 
familiar. Salientamos que, de acordo com o contexto estudado, várias 
definições acerca de decisão podem ser visualizadas. 
Segundo Bruni (2003), a tomada de decisão está ligada ao conceito de 
processo, composta por várias etapas consecutivas, ligadas por relações de 
causa e efeito, as quais se baseiam em sistema de valor de preferência dos 
decisores envolvidos. 
Já vimos que para auxiliar os gestores em suas decisões, existem várias 
técnicas e ferramentas disponíveis para analisar e escolher a melhor alternativa 
de investimento para as empresas. Dessa forma, surge a Metodologia Multi-
índice, na qual se considera como problema de pesquisa a questão de uso, 
independente da metodologia clássica (VPL, TIR, Pay-back, entre outras) na 
avaliação financeira de projetos utilizados pela organização e se esta reflete 
ser a melhor norteadora para os gestores suportarem suas decisões. 
Em outras palavras, na Metodologia Multi-índice, procura-se embasar 
o processo decisório quanto à aceitação ou rejeição de certoprojeto de 
investimento através da utilização de vários indicadores. O uso conjunto de 
vários indicadores resulta em informações mais consistentes do que o uso 
isolado de qualquer um deles ou de um subconjunto deles e se caracteriza pelo 
aprofundamento da avaliação do risco e o confronto com a expectativa de 
retorno. 
Essa metodologia utiliza dois grupos de indicadores. O primeiro grupo, 
composto pelos indicadores VP, VPL, VPLa, IBC e ROIA é utilizado para 
avaliar a percepção de retorno; enquanto que o segundo grupo, composto 
pelos indicadores TMA/TIR, Pay-back/N, Grau de Comprometimento da 
Receita (GCR), Risco de Gestão e Risco de Negócio, é utilizado para melhorar 
a percepção do risco. De acordo com Clemente e Souza (2009), a essência da 
Metodologia Multi-índice consiste em: 
43 
 
1) Não incorporar o prêmio pelo risco como um spread sobre a TMA. 
2) Expressar a rentabilidade do projeto por meio do ROIA como um 
retorno adicional além do que seria auferido pela aplicação de 
capital de títulos de baixo risco. 
3) Utilizar a análise ambiental para aprofundar a avaliação sobre os 
riscos envolvidos. 
4) Confrontar os ganhos esperados com a percepção dos riscos de 
cada projeto. 
 
3.1 Grau de comprometimento da receita 
Segundo Bruni (2003), o Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) 
equivale à quantidade mínima a ser produzida e vendida, em certo período, 
para que se possam cobrir todos os custos operacionais. No PEO, todos os 
custos são pagos, mas não existe lucro. 
É interessante observar que tão importante quanto determinar o PEO é 
analisar sua posição relativa ao nível máximo de atividade. Este nível é 
determinado pelo mínimo entre a capacidade produtiva e a demanda máxima 
de mercado. A proximidade entre o PEO e a capacidade máxima, ao qual 
chamamos de Grau de Comprometimento de Receita (GCR) pode ser 
interpretada como medida de risco operacional do projeto e caracterizada 
diretamente pela expressão: 
 
GCR = 
Re
Re
ceita de Equilíbrio
ceita no Nível Máximode Atividade
 
 
 Se a empresa apresentar lucros apenas a níveis elevados de 
utilização da capacidade instalada, pode-se concluir que o risco envolvido é 
elevado. Segundo Bruni (2003), a Receita de Equilíbrio é obtida por meio da 
seguinte fórmula característica: 
 
Re
EQUILÍBRIO
ceita = 
1
Re
Custos Fixos Despesas Fixas
Custo Variável Total Despesa Variável Total
ceita no Nível Máximo de Atividade



 
 
44 
 
A partir de um DRE referencial, por exemplo, podemos escrever: 
 
Re
EQUILÍBRIO
ceita = 
180.000,00
955.799,00 45.878,00
1
1.231.677,00


 
 
Logo, o Grau de Comprometimento da Receita é calculado como 0,78, 
isto é: 
GCR = 
963.921,13
1.231.677,00
 = 0,78 
 
 Em termos teóricos, temos que: 
 
0 < GCR < 1 
 
 É interessante notarmos que quanto mais próximo de 1 estiver o GCR, 
maior será o risco operacional do projeto. Um GCR igual a 0,78 significa que o 
projeto só apresentará lucros a 78% da capacidade máxima. 
 
3.2 Risco de gestão 
Em um primeiro momento, podemos encarar o Risco, geralmente, como 
a probabilidade de ocorrência de alguns acontecimentos desfavoráveis. O risco 
do investimento está relacionado com a probabilidade da obtenção de um 
retorno menor que o retorno esperado, quanto maior for a probabilidade da 
obtenção de retornos baixos ou negativos, maior risco terá o investimento 
A taxa de retorno esperada de um investimento é o valor esperado da 
distribuição de probabilidade dos possíveis retornos. Investidores racionais 
detêm portfólios de ativos com risco, mas estão mais preocupados com o risco 
da carteira do que com o risco de cada um dos ativos. 
De acordo com Samanez (2006), o Risco de Gestão está associado ao 
grau de conhecimento e de competência do grupo gestor em projetos similares. 
Argumenta-se que o conhecimento e experiência acumulados sobre o processo 
produtivo, processo de comercialização, canais de distribuição e, 
principalmente, na condução de negociações, auxiliam a empresa em períodos 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taxa_de_retorno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Portfolio
45 
 
turbulentos e desfavoráveis. Essas competências e habilidades podem ser 
inferidas, numa escala de 0 a 1, por meio de coleta de opiniões de 
especialistas. 
(...) no processo de avaliação de projetos é necessário verificar se a 
organização reúne as condições para desenvolver esforço requerido 
pelo projeto? Por exemplo, a empresa é capaz de atingir o nível de 
qualidade e o nível de serviço? O projeto leva à posição de mercado 
desejada? As necessárias competências de marketing estarão 
disponíveis? Será possível administrar a reação dos competidores do 
projeto? Como se poderá garantir que as competências requeridas 
das áreas gerenciais e operativas estarão disponíveis? Será possível 
tornar disponíveis os materiais e serviços essenciais? (SAMANEZ, 
2006). 
 
 Vejamos a Figura 21 a seguir, que nos mostra um resultado hipotético 
para a avaliação de percepção do Risco de Gestão. 
Áreas Administrativo Produção Financeiro Comercial RH 
Aspectos 
Econômicos 
 
Indústria ou 
Segmento 
 
Processo Produtivo 
 
Negociação 
 
Estratégias de 
Comercialização 
 
Média por Área 
 
0,40 
 
 
0,50 
 
 
0,50 
 
0,60 
 
0,30 
 
 
0,46 
 
0,30 
 
 
0,50 
 
 
0,80 
 
0,50 
 
0,40 
 
 
0,50 
0,80 
 
 
0,80 
 
 
0,40 
 
0,70 
 
0,60 
 
 
0,66 
0,70 
 
 
0,80 
 
 
0,50 
 
0,90 
 
0,90 
 
 
0,76 
0,50 
 
 
0,40 
 
 
0,40 
 
0,80 
 
0,30 
 
 
0,48 
Média Total 0,57 
Risco de Gestão 
Percebido 
 
0,43 
(*) Escala de 0 a 1 onde 1 implica competência suficiente para gerenciar situações de crise. 
 
Figura 21: Avaliação da percepção de Competência e Habilidades do Grupo Gestor. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
 
46 
 
 Neste caso, foi utilizada a média aritmética para a avaliação do Risco de 
Gestão. Tal fato nada impede que se atribuam pesos e se utilize média 
ponderada. Para a apuração do Risco de Gestão, é fundamental que seja 
feita uma avaliação dos gestores das áreas funcionais da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 22: Ilustrações sobre a gestão de riscos. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
47 
 
3.3 Risco de negócio 
Quando usamos o termo “risco” para os negócios, nos referimos ao fato 
que as previsões efetuadas para o empreendimento podem não ocorrer como 
planejadas. Portanto, risco está relacionado com o futuro e com o fato de 
existirem expectativas sobre o futuro. Não existe risco com relação a fatos 
passados. Com relação a fatos passados, pode haver conhecimento ou 
desconhecimento, no entanto, não existe o “risco” de virem a ser diferentes na 
medida em que já ocorreram. 
Da mesma forma, não podemos falar de maior ou menor conhecimento 
sobre o futuro. O futuro é antes de tudo incerto, portanto, qualquer inferência 
que fazemos quanto ao futuro é mera suposição com relação a algo que 
desconhecemos. Decisões empresariais são tomadas com relação ao futuro, 
carregam, portanto, alta dose de incerteza quanto aos seus resultados. 
De acordo com Bruni (2003), o Risco de Negócio pode ser encarado 
como a incerteza inerente às projecções do resultado operacional, ou seja, o 
resultado antes de impostos e encargos financeiros (resultado econômico de 
exploração). O risco de negócio varia de empresa para empresa e varia ao 
longo do tempo, a depender de vários fatores, como: 
1) Instabilidade da procura: quanto maior for a estabilidade da procura menor 
será o risco do negócio. 
2) Volatilidade do preço: quanto maior for a variabilidade do preço maior será 
o risco. 
3) Volatilidade dos custos dos fatores: quanto mais incerta for a previsão da 
evolução dos preços de aquisição dos insumos e da mão de obra, tanto mais 
arriscado é o negócio. 
4) Repercussão dos aumentos dos custos nos preços de venda: em uma 
conjuntura inflacionária,este item é da maior importância. Quanto mais difícil 
for prever a repercussão das variações dos custos dos fatores no preço de 
venda, maior será o risco de negócio. 
5) Dimensão dos custos fixos: quanto maior for o peso dos custos fixos, maior 
será o risco do negócio, na medida em que a queda da procura tem um 
impacto mais que proporcional no resultado operacional. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infla%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Custos_fixos
48 
 
Dessa forma, cabe ressaltar então que o Risco de Negócio está 
associado a fatores conjunturais e não controláveis que afetam o ambiente do 
projeto. Incluem-se neste caso o grau de concorrência, as barreiras à entrada e 
à saída, as tendências da economia e do setor de atividade. 
Informações relevantes para a avaliação do Risco de Negócio são 
derivadas tanto da opinião de especialistas como das análises clássicas PEST 
(Fatores Políticos, Econômicos, Sociais e Tecnológicos), 5 forças de Porter 
(Concorrência, Novos entrantes, Substituídos, Poder relativo dos grandes 
fornecedores e Poder relativo de grandes clientes e consumidores) e SWOT 
(Strenghts, Weaknesses, Oportunities and Threats). Vejamos um resultado 
hipotético para a avaliação e percepção do Risco de Negócio descrito aqui na 
Figura 23 a seguir. 
Pest 5 Forças de Porter Swot 
Aspecto 
Percepção(*) 
Aspecto 
Percepção(*) 
Aspecto 
Percepção(*) 
Político-legal 0,2 
Econômico 0,4 
Sociocultural 0,4 
Tecnológico 0,5 
Demográfico 0,2 
Entrantes 0,4 
Substitutos 0,7 
Fornecedores 0,3 
Clientes 0,5 
Concorrentes 0,6 
Pontos Fortes (**) 0,6 
Pontos Fracos 0,3 
Oportunidades (**) 0,6 
Ameaças 0,7 
 
 0,34 0,5 
 0,45 
 0,5 
(*) Escala de 0 a 1 onde 1 implica competência suficiente para gerenciar situações de crise. 
Figura 23: Exemplo de avaliação do Risco de Negócio. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
Sendo assim, algumas decisões podem ser tomadas nas empresas para 
reduzir o risco do negócio, como, por exemplo: 
a) A política de marketing pode ser utilizada para reduzir a variabilidade 
da demanda e a volatilidade dos preços. 
b) As negociações de contratos com os fornecedores e com os clientes, as 
pressões sobre o governo ou ainda, a utilização do mercado de futuros, podem 
ajudar a estabilizar os preços de venda e de compra. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing
https://pt.wikipedia.org/wiki/Demanda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_de_futuros
49 
 
Importante! O grau de alavancagem operacional é um indicador utilizado 
para medir o risco do negócio da empresa. Quanto maior for o GAO, tanto 
maior será o risco do negócio. Por outras palavras, um alto grau de 
alavancagem operacional para uma empresa significa que uma pequena 
variação do seu volume de vendas ocasionará uma grande alteração dos 
seus resultados operacionais. 
 
3.4 Síntese dos indicadores de risco 
Na Metodologia Multi-índice são utilizados cinco indicadores de risco 
para avaliar o risco percebido do projeto, que são: 
 índice TMA/TIR como proxy da probabilidade de obter retorno maior em 
aplicações financeiras de baixo risco do que no projeto; 
 índice Pay-back/N como proxy da probabilidade de não recuperação do 
capital investido; 
 grau de comprometimento da receita (GCR), para avaliar o risco 
operacional, isto é, para avaliar o percentual da receita máxima que está 
comprometida com o pagamento dos custos e despesas; 
 risco de gestão, para avaliar o grau de competência do grupo gestor para 
realizar com sucesso o empreendimento; 
 risco de negócio, para quantificar, mesmo que subjetivamente, as análises 
clássicas PEST, 5 forças de Porter e SWOT. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alavancagem_operacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vendas
50 
 
UNIDADE 4 – ALTERNATIVAS MUTUAMENTE 
EXCLUSIVAS 
 
 A grande maioria dos investimentos empresariais tende a ser 
independente, quer dizer, a escolha de qualquer um deles não impede a 
escolha de outro. Contudo, existem circunstâncias nas quais as alternativas 
competem entre si em seus propósitos específicos. Essas alternativas são 
chamadas de alternativas mutuamente excludentes ou mutuamente 
exclusivas. Nesse tipo de alternativa, se uma for escolhida, as outras serão 
eliminadas por essa única decisão. Tipicamente, por exemplo, isso ocorre 
quando são analisadas duas formas alternativas de resolver o mesmo 
problema. 
Suponhamos que uma empresa analise três alternativas de 
investimento: A, B e C. O custo do capital adequado é de 9%, e a vida útil das 
alternativas é de sete anos. Admitamos que a qualidade das estimativas e a 
incerteza dos resultados sejam as mesmas nos três casos. As principais 
informações sobre as três alternativas são apresentadas na Figura 24 a seguir. 
 
Alternativa Investimento 
líquido 
Fluxo de 
caixa anual 
Valor de 
liquidação 
(no 7
0
ano) 
VPL TIR 
Índice 
custo-
benefício 
(B/C) 
– 
Investimento 
de capital 
– 
R$80.000,00 
 
+ Redução 
de custos 
 R$20.000,00 R$20.000,00 R$20.000,00 R$20.000,00 R$20.000,00 
– 
Depreciação 
 – 
R$16.000,00 
– 
R$16.000,00 
– 
R$16.000,00 
– 
R$16.000,00 
– 
R$16.000,00 
LAIR R$4.000,00 R$4.000,00 R$4.000,00 R$4.000,00 R$4.000,00 
IR (34%) + 
Depreciação 
 – 
R$1.360,00 
R$16.000,00 
– 
R$1.360,00 
R$16.000,00 
– 
R$1.360,00 
R$16.000,00 
– 
R$1.360,00 
R$16.000,00 
– 
R$1.360,00 
R$16.000,00 
Fluxo de 
caixa livre 
– 
R$80.000,00 
R$18.640,00 R$18.640,00 R$18.640,00 R$18.640,00 R$18.640,00 
 
Figura 24: Disposição dos dados das três alternativas. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
51 
 
A primeira observação é que as três alternativas atendem à rentabilidade 
mínima desejada (9%), conforme as TIRs apontam, embora em graus 
diferentes. A questão agora é selecionar a melhor das três. Os métodos da TIR 
e do índice custo-benefício favorecem a alternativa A, entretanto, do ponto de 
vista do VPL, a alternativa C é claramente a melhor. Caso apenas uma delas 
pudesse ser escolhida, isso favoreceria a alternativa C, que apresenta o maior 
VPL, mas essa é também a alternativa mais cara, e sua capacidade de gerar 
valor por unidade monetária investida (índice B/C) é um pouco menor que a da 
alternativa A. É consistente a escolha da alternativa C, conforme determina o 
método do VPL? 
Um procedimento usual na seleção e comparação dos aspectos 
econômicos de alternativas mutuamente exclusivas é examinar o benefício 
obtido com uma mudança de investimentos menores para maiores. Em nosso 
exemplo, o investimento adicional ou incremental para se passar da alternativa 
A para a alternativa B é de R$ 140 (de R$ 480 para R$ 620), mas ele reduz o 
VPL em –R$ 77 (de R$ 170 para R$ 93). Isso não é economicamente 
desejável, portanto, descartamos a alternativa B. 
Por outro lado, mudando da alternativa A para a alternativa C, o 
investimento incremental adicional necessário é de R$ 270 (de R$ 480 para R$ 
750), o que aumenta o VPL em +R$ 22 (de R$ 170 para R$ 192). O retorno 
desse investimento adicional ou incremental excede a rentabilidade desejada 
pela empresa, pois sua TIR é de 11,16%. 
Caso a empresa não disponha de outras possibilidades de aplicação 
(em igualdade de condições) que possam trazer um retorno maior que 11,16%, 
a alternativa C deverá ser a preferida. Dessa forma, podemos ver que, caso a 
análise seja realizada com base na TIR do fluxo incremental resultante da 
mudança de uma alternativa para outra, a seleção será consistente com a 
escolha determinada pelo métododo VPL. Em geral, os problemas em 
orçamentação de capital estão mais ligados à seleção de uma ou mais 
alternativas dentre um conjunto de alternativas disponíveis, envolvendo uma 
comparação que dá origem ao problema da escolha. 
 
52 
 
Importante! Duas ou mais alternativas são mutuamente exclusivas entre 
si quando a aceitação de uma delas elimina as demais, dessa forma, por 
exemplo, fabricar cimento via seca ou úmida (somente uma pode ser 
empreendida). 
 
Vejamos algumas situações envolvendo os indicadores financeiros para 
caracterização da viabilidade de projetos. 
 
Estudo de Caso – adaptado de Samanez (2006) – Vamos determinar o VPL e 
a TIR de um projeto associado a uma empresa no ramo logístico, que requer 
investimento inicial de R$ 30.000,00 e produz um fluxo de caixa livre de R$ 
5.000,00/ano durante 12 anos. Consideremos um custo do capital de 8% a.a. 
 
Solução: neste caso, temos que: 
 
 Cálculo do VPL: 
 
VPL = – R$30.000,00 + R$5.000,00 x a
%8|12
= – R$30.000,00 + R$5.000,00 x 
7,536078 = R$7.680,40 > 0 
 
 Cálculo da TIR: 
 
VPL = – R$30.000,00 + R$5.000,00 x a
TIR|12
 = 0 
 
Algebricamente falando, o procedimento para determinar a TIR seria 
aproximá-la por meio de uma interpolação linear. O processo consiste em 
tentar duas taxas de desconto que resultam em VPLs de sinal contrário, de 
modo que seja possível efetuar a interpolação: 
 
VPL (12%) = – R$30.000,00 + R$5.000,00 x a
%12|12
= – R$30.000,00 + 
R$5.000,00 x 6,194374 = + R$971,87 
 
53 
 
VPL (13%) = – R$30.000,00 + R$5.000 x a
%13|12
= – R$30.000,00 + 
R$5.000,00 x 5,917647 = – R$411,77 
 
Por proporcionalidade: 
 
%8%70,12
13
77,411
12
87,971




TIR
TIRTIR
 
 
Com alguma experiência, você perceberá que normalmente não mais de 
duas tentativas são necessárias, porque o sinal do primeiro VPL indicará a 
direção da taxa de desconto apropriada para a segunda tentativa. Um VPL 
positivo pede uma taxa de desconto maior, enquanto um VPL negativo 
requer uma taxa menor. 
 
Estudo de Caso – adaptado de Samanez (2006) – Para um custo do capital de 
10% a.a., determinar o índice custo-benefício. 
 
 Ano 0 Ano 1 Ano 2 
Custos (c t ) – R$ 100,00 – R$ 1.100,00 – R$ 12.100,00 
Benefícios (b t ) R$ 50,00 R$ 1.650,00 R$ 14.520,00 
Fluxo de Caixa 
Líquido 
– R$ 50,00 R$ 550,00 R$ 2.420,00 
Figura 25: Disposição dos dados do problema. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Solução: neste caso, temos que: 
 
 B/C calculado sobre custos e benefícios: 
 
B/C = 22,1
)10,1(
00,100.12
10,1
00,100.1
00,100
)10,1(
00,520.14
10,1
00,650.1
00,50
)1(
)1(
2
2
0
0










n
t
t
t
n
t
t
t
K
c
K
b
 
 
54 
 
 B/C calculado sobre o fluxo de caixa líquido: 
 
B/C = 50
00,50
)10,1(
00,420.2
10,1
00,550
2


 
 
Podemos notar que o índice B/C está sujeito a um problema de 
dimensão, pois depende da forma como é calculado. Os resultados mostram 
que o índice calculado a partir da divisão do valor presente dos benefícios pelo 
valor presente dos custos (1,22) é diferente do calculado a partir da divisão do 
valor presente dos fluxos de caixa pelo investimento inicial (50). De todo modo, 
um B/C maior que 1 indica que o projeto é economicamente viável. 
 
 
Situação Problema – adaptado de Samanez (2006) – Considerando um custo 
do capital de 10% a.a., comparar os seguintes projetos de investimento, 
usando o índice custo-benefício e o VPL como critérios de decisão. 
 
Projeto A Ano 0 Ano 1 Ano 2 
Custos (c t ) – R$ 100,00 – R$ 1.100,00 – R$ 12.100,00 
Benefícios (b t ) R$ 50,00 R$ 1.650,00 R$ 14.520,00 
Fluxo de Caixa 
Líquido 
– R$ 50,00 R$ 550,00 R$ 2.420,00 
Projeto B Ano 0 Ano 1 Ano 2 
Custos (c t ) – R$ 100,00 0 0 
Benefícios (b t ) R$ 50,00 R$ 400,00 R$ 10.565,00 
Fluxo de Caixa 
Líquido 
– R$ 50,00 R$ 400,00 R$ 10.565,00 
Figura 26: Disposição dos dados do problema. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Solução: Calculemos o índice B/C e o VPL para os dois projetos: 
 
55 
 
 Projeto A: 
 
B/C = 22,1
)10,1(
00,100.12
20,1
00,100.1
00,100
)10,1(
00,650.1
10,1
00,650.1
00,50
2
2



 
 
VPL A = – 50 + 2)10,1(
00,400.10
10,1
00,550
 = R$ 9.045,00 
 
 Projeto B: 
 
B/C = 18,124
00,100
)10,1(
00,565.10
10,1
00,400
00,50
2


 
 
VPL B = –50,00 + 2)10,1(
00,565.10
10,1
00,400
 = R$ 9.045,00 
 
O índice B/C foi calculado a partir da divisão do valor presente dos 
benefícios pelo valor presente dos custos. Aparentemente, esse índice indicaria 
que a alternativa B é a melhor. No entanto, vemos que as duas alternativas são 
equivalentes, pois tem o mesmo VPL (R$ 9.045,00). O exemplo mostra que o 
índice custo-benefício não deve ser utilizado isoladamente na comparação e 
seleção de alternativas mutuamente exclusivas, pois não reflete 
necessariamente a maior ou menor conveniência ou atratividade real de uma 
alternativa com relação à outra. 
 
Situação Problema – adaptado de Samanez (2006) – Uma empresa na área 
logística necessita decidir com relação a empreendimentos em determinadas 
cidades. Sendo assim, para um custo do capital de 10% a.a. e com as 
informações disponíveis a seguir, qual será o projeto selecionado? Qual 
indicador deverá ser utilizado nesta seleção? 
 
56 
 
Ano A B C D 
0 – R$ 8.000,00 – R$ 8.000,00 – R$ 8.000,00 – R$ 8.000,00 
1 R$ 1.000,00 R$ 7.000,00 R$ 2.000,00 R$ 3.500,00 
2 R$ 2.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 4.500,00 
3 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 
4 R$ 4.000,00 – R$ 1.000,00 R$ 8.000,00 R$ 1.000,00 
VPL – R$ 452,00 R$ 1.362,00 R$ 1.611,00 R$ 1.087,00 
TIR 7,8% 21,3% 16,8% 17,5% 
B/C 0,94 1,17 1,20 1,14 
Figura 27: Disposição dos dados do problema. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Solução: note que nem o índice B/C nem a TIR são adequados para comparar 
alternativas. O método apropriado é o VPL, pois seleciona a alternativa que cria 
maior valor em termos de valor presente. Portanto, selecionamos o projeto C. 
57 
 
UNIDADE 5 – RISCO E INCERTEZA 
 
Um termo que existe (real) e que introduz uma nova dimensão na 
análise de projetos de investimentos é a incerteza. Esta tem origem na 
impossibilidade de se controlarem os eventos futuros. 
Podem-se fazer previsão sobre os eventos futuros, mas não se pode 
determinar exatamente quando e com que intensidade eles irão ocorrer. 
Exemplos clássicos desses eventos são o comportamento futuro da economia, 
as vendas futuras de certo produto, o desgaste e custos de manutenção de 
equipamentos, entre outros. 
Apesar da incerteza, o tomador de decisão tem de decidir, à luz das 
informações disponíveis, qual o melhor curso de ação a ser tomado. Fizemos 
análises anteriores, tendo como pré-requisito válido o conhecimento 
determinístico dos elementos que compõem o fluxo de caixa, ou seja, admitia-
se conhecer com certeza a taxa de desconto a ser utilizada, a duração do 
projeto e quais seriam as receitas e os custos previstos para cada período. 
Estimar os valores (ingressos e desembolsos) e compor o fluxo de caixa 
representativo de um projeto de investimentos com os valores resultantes 
significa utilizar aproximações ou médias. Para evitar a fragilidade dessa 
abordagem, recorre-se a técnicas de análise que levem em conta a 
aleatoriedade dos elementos que compõem o fluxo de caixa de um projeto de 
investimento. 
A diferenciação, de natureza muito mais acadêmica do que prática, entre 
risco e incerteza, está associada ao grau de conhecimento que se tem sobre o 
futuro. O termo incerteza é geralmente utilizado quando a informação 
disponível é tão escassa que não se sabe quais os eventos possíveis ou se 
sabe os eventos possíveis, mas não se consegue atribuir probabilidades a eles. 
O termo risco é utilizado quando a informação disponível e suficiente para 
determinar os possíveis eventos e atribuir-lhes probabilidades. As situações de 
incertezaabsoluta são raras porque em geral é possível pelo menos 
estabelecer limites para as variáveis de interesse. As técnicas mais conhecidas 
para tratar risco e incerteza são Análise de Sensibilidade, Geração Analítica da 
Distribuição de Probabilidade do Valor Presente Líquido do Projeto e Geração 
58 
 
Numérica da Distribuição de Probabilidade do Valor Presente Líquido do 
Projeto. 
 
5.1 Risco versus incerteza 
Comumente paira na cabeça dos gestores das empresas, ou sendo um 
pouco mais específico, no contexto financeiro, uma dúvida sobre os termos, 
Risco e Incerteza. Especificamente falando, para a tomada de decisões, essa 
dúvida não pode existir, pois esses fenômenos são bem diferentes. 
O Risco está associado a situações em que a distribuição de 
probabilidades (aquela na qual as probabilidades de acontecerem e o sucesso 
estão definidos num intervalo de valores e não em apenas num ponto) dos 
retornos sobre um dado negócio ou projeto possa ser estimada. 
De modo contrário, temos que a Incerteza está associada a situações 
em que não existem evidências suficientes, até para estimar uma distribuição 
de probabilidades. Podemos até não fazer distinção entre Risco e 
Incerteza para o propósito a que iremos pretender, mas podemos usar as duas 
expressões como sinônimas, pelo fato do Risco ser qualificado como evento 
probabilístico e esperado, através de estimação de maior ou menor precisão, 
enquanto a Incerteza é bem mais genérica e bem menos probabilística. 
Quando puder usar procedimentos estatísticos, o Risco é medido 
por distribuição de probabilidades, as quais quanto mais concentradas menores 
serão os riscos de erros. Em outras palavras, então observamos que a 
Incerteza refere-se à dificuldade de prever eventos futuros em razão de 
eventuais erros em medidas físicas já realizadas. 
A incerteza, segundo a Diretiva Comunitária 2007/589/CE, é definida 
como o parâmetro associado ao resultado da determinação de uma 
quantidade, que caracteriza a dispersão dos valores que poderiam 
razoavelmente ser atribuídos a essa determinada quantidade (incluindo os 
efeitos de fatores sistemáticos e aleatórios), expresso em percentagem e que 
descreve um intervalo de confiança próximo do valor médio, compreendendo 
95% dos valores inferidos. A incerteza de uma medida exprime-se por uma 
faixa de valores que provavelmente estão próximo do valor real. Isso pode ser 
denotado por barras de erros em um gráfico ou como um valor ± incerteza ou 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Erro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A2metro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dispers%C3%A3o_estat%C3%ADstica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aleat%C3%B3rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Percentagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intervalo_de_confian%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medida_(f%C3%ADsica)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barras_de_erros
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A1fico
59 
 
como porção decimal (incerteza). Esta última notação é utilizada, por exemplo, 
pela IUPAC para representar a incerteza com relação à massa atômica de 
um elemento químico. Assim, uma incerteza quanto ao último dígito da massa 
atômica do elemento é indicada por um algarismo entre parênteses. Por 
exemplo: 1,00794(7) indica ±0,00007. 
Para termos uma maior precisão, a medida do risco deve ter algum valor 
definido, necessitando de uma medida de concentração da distribuição de 
probabilidades, e a medida usualmente utilizada para tal é o Desvio 
Padrão (diferença entre os valores observados das probabilidades e a média 
desses valores), que quanto menor, mais concentrada a distribuição de 
probabilidade e, dessa forma, menor o Risco. Naturalmente, quanto mais 
concentrada for essa distribuição, maior será a probabilidade do resultado real 
se aproximar do valor esperado ou previsto. Portanto, define-se o Risco na 
tomada de decisões como termos da variação provável de acerto. É importante 
salientar que, na condução financeira, a análise do Risco é tratada de duas 
maneiras distintamente diferentes: ou é ignorada ou é seguida de 
forma matemática e altamente formal. 
Portanto, sabemos que pelo menos dois fatos são importantíssimos nas 
finanças, um que os investidores são avessos ao risco e outro que ao menos 
algum risco é inerente à maioria das decisões empresariais. Considerando 
então os dois fatos, é necessário prever o risco, estimá-lo e definir as medidas 
de amortecimento na possibilidade de seu acontecimento. 
Além disso, devemos comentar que em termos econômicos, uma 
diferenciação entre risco e incerteza é a proposta por Frank Knight, 
da Universidade de Chicago, em sua obra Risk, Uncertainty, and Profit (Risco, 
Incerteza e Lucro), de 1921, conforme mencionamos na introdução deste 
material. Segundo ele, risco é uma incerteza mensurável, uma “falsa incerteza”. 
Sendo assim, o risco de que um evento ocorra é dado por uma distribuição de 
probabilidades. 
Incerteza deve ser entendida num sentido radicalmente distinto da 
familiar noção de risco, da qual nunca foi convenientemente separada 
(...) Incerteza mensurável, ou risco no sentido próprio do termo, é tão 
diferente de incerteza não mensurável que, de fato, não é, de modo 
algum, uma incerteza (KNIGHT, 1921). 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/IUPAC
https://pt.wikipedia.org/wiki/Massa_at%C3%B4mica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elemento_qu%C3%ADmico
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo_de_risco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Frank_Knight
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Chicago
https://pt.wikipedia.org/wiki/1921
https://pt.wikipedia.org/wiki/Probabilidade
60 
 
De acordo com Samanez (2006), o risco caracteriza uma situação em 
que as possibilidades do futuro são conhecidas, enquanto que a incerteza se 
refere a uma situação em que não se conhecem essas possibilidades. Knight 
diferencia, portanto, as situações arriscadas (nas quais a distribuição de 
probabilidades dos casos possíveis não é conhecida) das situações incertas 
(nas quais nem mesmo os casos possíveis são conhecidos). Uma incerteza 
knightiana é, portanto, uma situação em que o futuro não é e nem pode ser 
conhecido. 
 
5.2 Análise de sensibilidade 
De acordo com Samanez (2006), a análise de sensibilidade é uma 
metodologia de decisão centrada em um estudo técnico e peculiar de carácter 
financeiro com o intuito de mensurarmos qual a viabilidade ou sucesso de um 
determinado projeto, especificamente falando, seja de âmbito da análise de 
investimentos, ou projetos associados à reorganização empresarial, ou com 
projetos envolvendo o lançamento de um novo produto ou mesmo a antevisão 
do eventual sucesso num novo mercado de acordo com o planejamento 
estratégico. 
Devemos salientar que esta abordagem e, por conseguinte, a sua 
conclusão é, frequentemente, fundamental para a tomada de decisão de um 
administrador/gestor ou investidor, particularmente falando, no contexto de 
novas perspectivas de investimentos diversos. Dessa forma, a mensuração da 
sensibilidade tem como alicerce as simulações possíveis para diferentes 
variáveis existentes no projeto analisado, que constituem maior incerteza no 
futuro. 
Sendo assim, surgem aqui parâmetros como a variação de preço 
e/volume das vendas, diversos custos e despesas, taxas associadas à letra de 
câmbio e às condições de financiamento do projeto, tais como taxas de juro 
(efetiva e de retorno) e prazos, a fim de caracterizarmos possíveis impactos e 
alterações financeiramente falando. 
As variáveis são interpretadas de modo isolado, quando alteradas 
implicam consequentemente na alteração do Valor Presente Líquido e da Taxa 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Distribui%C3%A7%C3%A3o_de_probabilidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Distribui%C3%A7%C3%A3o_de_probabilidade
61 
 
Interna de Retorno do projeto, sendo possível mensurar a sensibilidade do 
VAL/TIR relativamente às variações. 
A análisede sensibilidade identifica as variáveis que determinam o 
sucesso do projeto, mas não mede o risco associado a essas variáveis. Deve 
ficar claro que todo estudo envolvendo a viabilidade econômica possui sempre 
um fator, que é a incerteza e, no caso, a análise de sensibilidade não fura esta 
premissa. É interessante também que, além dos estudos de mercado setoriais, 
a análise de sensibilidade possa analisar distintos cenários e não apenas 
cenários particulares e/ou centralizados. 
De acordo com Clemente e Souza (2009), a técnica de Análise de 
Sensibilidade é usada principalmente para o caso em que existem poucos 
componentes do fluxo de caixa sujeitos a aleatoriedade baixa, na qual 
podemos citar, por exemplo, os casos de pequenas variações na Taxa de 
Mínima de Atratividade, no Investimento Inicial ou nos Benefícios Líquidos 
Periódicos, ou ainda, no prazo do referido projeto. 
Indo um pouco mais além, pode-se não ter certeza sobre qual taxa de 
desconto utilizar, mas pode-se esperar que se situe no intervalo de 8 a 10%. 
Outro exemplo que pode ser comentado, é o de não se saber exatamente qual 
o crescimento futuro das vendas, mas ter como razoável que a taxa de 
crescimento não ultrapasse 20%. 
A técnica de Análise de Sensibilidade é um procedimento simples para 
implementação. Grosso modo, para aplicá-la, basta variarmos os parâmetros 
de entrada, resolver o problema e ir anotando os resultados obtidos. Logo, ao 
invés de ter um único resultado, ter-se-á um resumo dos resultados em função 
dos valores dos parâmetros do problema. Para cada taxa de desconto utilizada, 
haverá um Valor Presente Líquido (VPL). O mesmo acontecerá para cada taxa 
de crescimento das vendas, duração do projeto, entre outros. 
 
Importante! A ideia básica, ao se utilizar a técnica de Análise de 
Sensibilidade, é a de verificar quão sensível é a variação do VPL à 
variação de um dos componentes do fluxo de caixa. Os parâmetros que, 
proporcionalmente, provocarem maior variação no VPL serão 
classificados como sensíveis ou críticos. Esses parâmetros deveriam 
merecer investigações adicionais para melhorar sua estimativa e, por 
62 
 
consequência, melhorar também as informações relevantes para a 
tomada de decisão. 
 
Para ilustrarmos a aplicabilidade da análise de sensibilidade, vejamos o 
estudo de caso a seguir. 
 
Estudo de Caso – adaptado de Clemente e Souza (2009) – Um projeto da 
Constrular, na área da construção civil, demanda de um investimento inicial 
que gira em torno de R$ 25.000,00. Os benefícios líquidos anuais serão, por 
força de contrato, no mínimo iguais a R$ 6.000,00 pelos próximos 8 anos. Além 
desses benefícios, a Constrular espera obter benefícios que irão depender do 
comportamento da economia atual. A Constrular acredita que a taxa de 
crescimento anual dos benefícios provenientes do mercado não ultrapassará a 
10% e, por questão de capacidade de produção, esses benefícios não 
ultrapassarão o valor de R$ 9.000,00. A taxa de desconto a ser utilizada pela 
Constrular também contém um componente de incerteza, podendo oscilar entre 
10% até 12% ao ano. Vamos analisar a viabilidade do referido projeto. 
 
Solução do Estudo de Caso: a solução deste caso via a Análise de 
Sensibilidade consiste em introduzirmos pequenas variações nos parâmetros e 
observarmos o comportamento do Valor Presente Líquido (VPL) em 
decorrência dessas variações. Para o nosso caso, em peculiar, foram criados 
cenários imaginando-se que os benefícios líquidos aumentem segundo as 
seguintes taxas: 2%, 3%, 4%, 5%, 7,5% e 10%. Para cada um desses 
cenários, calculamos o VPL do projeto para cada uma das possíveis taxas de 
mínima atratividade, isto é, 10%, 10,5%, 11%, 11,5% e 12%. Vejamos na 
Figura 28 a seguir, os fluxos de caixa para os diferentes cenários de 
crescimento. 
 
Período Taxa de Crescimento 
 0% 2% 3% 4% 5% 7,5% 10% 
0 - 35.000 - 35.000 - 35.000 - 35.000 - 35.000 - 35.000 - 35.000 
1 6.000 6.120 6.180 6.240 6.300 6.450 6.600 
2 6.000 6.242 6.365 6.490 6.615 6.933 7.260 
63 
 
3 6.000 6.367 6.556 6.749 6.946 7.453 7.986 
4 6.000 6.495 6.753 7.019 7.293 8.013 8.785 
5 6.000 6.624 6.956 7.300 7.658 8.614 9.000 
6 6.000 6.757 7.164 7.592 8.040 9.000 9.000 
7 6.000 6.892 7.379 7.896 8.442 9.000 9.000 
8 6.000 6.030 7.601 8.211 8.865 9.000 9.000 
 
Figura 28: Fluxo de caixa para diferentes cenários de crescimento. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
De outra forma, a Figura 29, na sequência, ilustra o comportamento do 
Valor Presente Líquido em função de diferentes taxas de mínima atratividade e 
de crescimento do mercado. 
 
 TMA 
 10 10,5 11,0 11,5 12 
 
T
a
x
a
 d
e
 
C
re
s
c
im
e
n
to
 
0,0 - 2.990 - 3.565 - 4.123 - 4.666 - 5.194 
2,0 - 314 - 952 - 1.572 - 2.175 - 2.761 
3,0 1.113 440 - 213 - 848 - 1.465 
4,0 2.601 1.893 1.205 536 - 114 
5,0 4.155 3.409 2.684 1.980 1.295 
7,5 6.913 6.913 5.331 4.573 3.838 
10 8.486 8.486 6.857 6.078 5.320 
 
Figura 29: VPL para diferentes TMA’s e taxas de crescimento. 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 
 
Devemos observar que pela análise dos cenários anteriores, verifica-se 
que o projeto será inviável se a economia não se expandir e, por conseguinte, 
o mercado não crescer, mantendo-se o benefício anual no piso de R$ 6.000,00. 
Olhando para os valores encontrados, ou seja, para os resultados 
descritos anteriormente, podemos afirmar que a viabilidade do projeto depende 
em maior grau se a taxa de crescimento for superior a 4%, os resultados (VPL) 
tendem a sinalização da viabilidade do projeto. 
Resumindo, o presente projeto apresenta risco considerável, e a decisão 
de implementá-lo depende do grau de aversão ao risco do tomador de decisão. 
O tomador de decisão poderia tentar mensurar o risco determinado à 
64 
 
probabilidade de o presente projeto ser inviável. Para tal, é necessário que se 
conheçam as probabilidades associadas a cada uma das possíveis taxas de 
crescimento dos benefícios anuais e também dos possíveis valores para a 
TMA. 
Cabe ressaltar que dependendo das opções de análise que se façam, a 
Análise de Sensibilidade poderia envolver outros indicadores de viabilidade, 
bem como poderia envolver dois ou mais desses indicadores simultaneamente. 
 
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