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24 Unidade I Tabela 1 Valores em bilhões de US$ (dólares dos Estados Unidos da América) 1960 1980 1995 2013 Produto Nacional Bruto 518,9 2.725,4 7.325,1 16.800,0 Receitas das 500 maiores empresas 197,4 1.436,0 4.228,7 12.210,5 % das receitas em relação ao PNB 38,0 52,7 57,7 72,7 Adaptada de: Rossetti e Andrade (2014, p. 142). Em resumo, vimos que as principais empresas saltaram, em um período de pouco mais de cinquenta anos, de 38% para 72,7% de participação no PNB, ou seja, elas compõem quase 3/4 do total produzido no país. Tal situação resultou, diretamente, no processo de dispersão de capital e na separação entre a propriedade e a gestão das empresas. 1.2.9.1 Dispersão do capital Com o aumento da participação das empresas na economia, há a pulverização do capital da sociedade, que aumenta de forma exponencial o número de acionistas interessados no crescente valor de mercado. Tal feito também proporciona a elevação da importância e da participação do mercado de capitais na economia, levando o governo, as instituições e as próprias empresas a um controle maior de seus atos administrativos, provocando a busca pelas boas práticas de governança. Essas situações geram uma série de fusões e aquisições entre as grandes companhias, que levam aos ajustes de controle e garantias dos acionistas minoritários (que veremos mais detalhadamente durante o estudo dos princípios da governança corporativa) e/ou fazem com que as empresas assumam processos de sucessão com procedimentos administrativos testados e aprovados no mercado. Nesta última, vemos que, aos poucos, as companhias percebem a necessidade da separação entre o proprietário (sócios-fundadores e seus familiares) e as pessoas responsáveis pela gestão administrativa do negócio. 1.2.9.2 Separação entre propriedade e gestão A dispersão da propriedade, que surge com o gigantismo das corporações e as necessidades de atender aos desejos e anseios do mercado e das demais partes interessadas (stakeholders), provoca uma série de transformações importantes nas organizações. São elas: • Os fundadores das empresas e seus sucessores não mais participam diretamente da administração, criando Diretorias e Conselhos de Administração que cuidam dos planejamentos estratégicos e das ações administrativas, reduzindo a participação da propriedade no controle e comando. • Os objetivos da empresa se ampliam além dos fatores econômicos (como a maximização dos lucros), atingem a responsabilidade socioambiental, o respeito aos acionistas e às demais partes interessadas, reduzindo conflitos internos e riscos desnecessários por falta de planejamento.
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