Prova Final Geologia de Engenharia

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PROVA FINAL DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA 2022/1 
PROFESSOR: AMARAL ESTUDANTE: 
 
1. Por que os argilominerais nem sempre têm granulometria de argila, e por que os 
solos argilosos nem sempre são compostos apenas por argilominerais? 
Argilominerais são filossilicatos compostas por cadeias de tetraedros de sílica 
e octaedros de alumínio, cuja estruturação tem ligações químicas muito 
vulneráveis, razão pela qual se compartimentam com facilidade para chegar a 
a tamanhos microscópicos. Já os solos argilosos são compostos por minerais 
na fração argila, ou seja, com diâmetros inferiores a 0.002mm, e embora os 
seus minerais mais frequentes sejam os argilominerais, podem conter também 
grãos de quartzo e até feldspato no tamanho argila. 
 
2. A classificação geomecânica de Barton é a mais usualmente utilizada nas 
classificações de maciços rochosos para fins de escavações subterrâneas no Brasil, 
pois relaciona as características dos trechos de maciços a seu possível 
comportamento, o que lhes permite associar as obras de tratamento necessárias à 
estabilização. Quais são os fatores mais problemático para definição das classes no 
sistema Q de Barton e por que? 
Na classificação de Barton o RQD e o SRF são os índices mais problemáticos, 
pois a sua determinação, no 1º caso, exige a realização de sondagens ao longo 
de todo traçado da escavação, e no 2º caso, é de difícil mensuração por 
métodos diretos. 
 
3. Em relação à preparação das carta geotécnica, qual deve ser a escala para reunir 
as informações necessárias para a definição do risco geológico urbano associado a 
deslizamentos nas encostas? Que informações são estas? 
A escala ideal é 1:2000 ou maior, de modo a poder representar as informações 
referentes ao início do deslizamento (tipo de material e tipo de processo de 
deslizamento), à sua trajetória(topografia), alcance (dinâmica) e capacidade de 
destruição, assim como sobre as consequências potenciais – elementos sob 
risco, sua vulnerabilidade e exposição temporal. 
dos terrenos, pois indica as limitações dos terrenos frente a diferentes 
solicitações, tanto obras civis como desastres geológicos. 
 
4. Numa manobra de sondagem mista foram obtidos a 10m de profundidade um SPT 
igual a 25 e entre 15m e 16m de profundidade 10 fragmentos de 10cm. Indique uma 
possível combinação de número de golpes para cravar os 45cm do amostrador a 
10m de profundidade, assim como o valor de RQD na manobra realizada entre 15 e 
16m de profundidade. 
10m de profundidade – Sequência de golpes, A, B e C, qualquer combinação 
na qual B + C = 25. Exemplo: A=8 – B=12 – C=13. Mas pode ser 
RQD entre 15m e 16m: todos os fragmentos têm mais ou 10 cm, ou seja, todos 
entram no cálculo do RQD. Somatório dos Comprimentos dos fragmentos : 10 
x 10cm = 100cm; Comprimento da manobra: 1m = 100cm; Cálculo: (100cm 
/100cm) x 100% RQD = 100% 
 
 
5. Por que numa encosta constituída por solo residual jovem e solo maduro, a 
escavação de um talude vertical com 6m de altura, levou à ocorrência de erosão 
superficial intensa apenas na camada de solo residual jovem, e, depois, após a 
evolução da erosão, à queda da camada de solo maduro? 
O solo residual jovem guarda as características da rocha matriz, como alguns 
minerais primários de maior tamanho e fraturas, o que lhe garante uma 
permeabilidade significativa, permitindo assim a evolução da erosão hídrica. 
Já o maduro que o recobre é homogêneo em termos de granulometria fina e 
mineralogia – quartzo e argilominerais -, o que lhe confere uma permeabilidade 
baixa. Há, então, a formação de panelas na base do talude, e, depois, a queda 
de “blocos” de solo maduro. 
 
6. Por que a liberação das tensões residuais in situ dos maciços rochosos promovida 
por uma obra subterrânea (escavação) pode se refletir na ocorrência de 
deslizamentos de lascas rochosas de taludes rochosos à superfície ou na formação 
de trincas na fundação de prédios apoiada no mesmo maciço rochoso? 
A abertura de espaços numa escavação subterrânea, como acontece no Rio de 
Janeiro, permite a formação de fraturas ou o levantamento súbito da superfície 
rochosa, em função do alívio da tensão residual presente nos maciços 
rochosos, as quais só não geraram descontinuidades estruturais ao longo do 
tempo geológico porque os maciços são homogêneos, isotrópicos e elevada 
resistência mecânica.