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A(O) PSICÓLOGA(O) FRENTE AOS DESAFIOS DA ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS FLORIANÓPOLIS, NOVEMBRO DE 2020 EQUIPE RESPONSÁVEL COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO X PLENÁRIO Adriana Braatz Zluhan Giovana Mara Sens Ivana de Paula Sousa Jamir Sardá EQUIPE TÉCNICA DEDICADA À COMISSÃO Carlos EduardoRodrigues de Araújo Daniela Furlan Lucila de Castro Neves Pâmela Lunardelli Trindade Priscila de Abreu COMISSÃO DE ÉTICA DO X PLENÁRIO Mariana Macedo Nora Diego Remor Moreira Francisco Janaína Henrique Andrea Lemos Capoani de Moura Pedro Augusto Crocce Carlotto EQUIPE TÉCNICA DEDICADA À COMISSÃO Flávia Elisa Haut Iramaia Ranai Gallerani SEDE DO CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA 12a REGIÃO Rua Prof. Bayer Filho, 110 – Coqueiros – Florianópolis/SC – CEP: 88080-300 Fone (48) 3244-4826 – https://crpsc.org.br/fale-conosco-1 SUBSEDE OESTE Av. Porto Alegre, 427-D, Ed. Lázio Executivo, Sala 802 – Centro – Chapecó/SC CEP: 89802-130 – Fone: (49) 3304-0388 – E-mail: oeste@crpsc.org.br SUBSEDE SUL Rua Henrique Lage, 267, 2o andar, sala 2, Ed. João Benedet – Centro – Criciúma/SC CEP: 88801-010 – Fone: (48) 2102-7091 – E-mail: sul@crpsc.org.br SUBSEDE NORTE Rua Mario Lobo, 61, sala 905/906, Centro, Joinville/SC – CEP: 89201-330 Fone: (47) 3202-7421 – E-mail: norte@crpsc.org.br A CARTILHA A presente cartilha foi elaborada como um material de suporte para as oficinas “A(o) psicóloga(o) frente aos desafios da elaboração de documentos” quanto ao conteúdo ministrado pela equipe da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) e da Comissão de Ética (COE). O objetivo do material é servir à(ao) participante para acompanhar as falas e tomar notas para que possa se utilizar depois durante seu exercício profissional. Como o material prescinde de contextualização, não se autoriza a reprodução do material ou sua utilização para outras finalidades. As oficinas foram planejadas devido ao grande número de dúvidas e denúncias recebidas tanto pela COF quanto pela COE referente à emissão de documentos decorrentes do exercício profissional de psicólogas(os), que impactam a vida das pessoas. Esperamos contribuir ao enriquecimento das práticas, ao aprimoramento técnico e à valorização do compromisso social da Psicologia na promoção da saúde mental e qualidade de vida das pessoas! 3 www.crpsc.org.br F crp12sc T crpsc12 Y CRP12SC I crpsc12 OBJETIVOS Orientar sobre as diretrizes normativas; Informar sobre os desafios identificados a partir do cotidiano de trabalho no CRP-12; Conduzir reflexões éticas e técnicas responsáveis; Criar espaços de mútua ajuda e compartilhamento de experiências. SUMÁRIO COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO .......................................... 5 RESOLUÇÃO CFP No 6/2019 ....................... 6 MODALIDADES DE DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS ............................................. 8 ESTRUTURA DOS DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS ...........................................10 LAUDO E RELATÓRIO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL ................................11 ENTREGA DE DOCUMENTOS ...................12 REGISTRO DOCUMENTAL ........................13 COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS ...........16 COMISSÃO DE ÉTICA .................................18 PALAVRAS CHAVES Xxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx xxxxx Xxxxxxxxxxxxxxx COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO Diretrizes normativas para a elaboração de documentos psicológicos PRINCIPAIS NORMAS ABORDADAS NA OFICINA • Política de Orientação e Fiscalização Resolução CFP no 10/2017 • Código de Ética Profissional do Psicólogo Resolução CFP no 10/2005 • Elaboração de documentos psicológicos Resolução CFP no 06/2019 • Avaliação psicológica Resolução CFP no 09/2018 • Registro documental obrigatório Resolução CFP no 01/2009 5 O QUE É UM DOCUMENTO PSICOLÓGICO? Deve refletir o compromisso com os princípios éticos da profissãoe apresentar osdados comobjetividade, rigidez e linguagem profissional. Meio pelo qual as(os) psicólogas(os) comunicam resultados ou informações acerca do seu trabalho. São motivados, ou seja, respondem a uma solicitação ou são resultado de uma avaliação psicológica. Resulta da prestação direta de serviços psicológicos a uma pessoa, grupo ou organização. Possui amparo normativo que organiza de forma precisa os tipos e a estrutura dos documentos psicológicos. Possui modalidades diferentes de acordo com a finalidade da comunicação. RESOLUÇÃO CFP No 6/2019 Ponto de partida ATUAÇÃO TRANSFORMADORA E SIGNIFICATIVA • Implicações sociais decorrentes do uso dos documentos escritos produzidos pelas(os) psicólogas(os); COMPLEXIDADE DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL • Construção de documentos decorrentes de diversos campos de atuação. RACIOCÍNIO PSICOLÓGICO “Atitude avaliativa, compreensiva, integradora e contínua, que deve orientar a atuação nos diferentes campos da Psicologia e estar relacionada ao contexto que origina a demanda.” “Toda a ação da(o) psicóloga(o) demanda um raciocínio psicológico.” AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA “Ação sistemática e delimitada no tempo, com a finalidade de diagnóstico ou não, que utiliza de fontes de informações fundamentais e complementares com o propósito de uma investigação realizada a partir de uma coleta de dados, estudo e interpretação de fenômenos e processos psicológicos.” • Processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos; • Fornece informações à tomada de decisão (demandas, condições e finalidades específicas); • Decisão baseada, obrigatoriamente, em fontes fundamentais de informação; • Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI: http://satepsi.cfp.org.br/ VOLTANDO À RESOLUÇÃO CFP No 6/2019 Elaboração de documentos psicológicos • Institui REGRAS para elaboração de documentos escritos produzidos pelo(a) psicólogo(a) no exercício profissional. Possui formato normativo e orienta de forma precisa a escrita de documentos psicológicos. • Documentos psicológicos devem ser emitidos mediante solicitação ou em decorrência de avaliação psicológica. 6 7 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: FONTES DE INFORMAÇÃO Diretrizes da Resolução CFP no 9/2018 COMPLEMENTARES Técnicas e instrumentos não psicológicos com respaldo científico da área e que respeitem os princípios do código. Documentos técnicos (protocolos e relatórios de equipes multiprofissionais). FUNDAMENTAIS Testes psicológicos. Entrevistas psicológicas; anamnese. Protocolos ou registro de observação do comportamento. Pessoa atendida; Responsáveis legais pela pessoa atendida; Organizações; Equipes multidisciplinares; Outros profissionais; Autoridades. QUEM PODE SOLICITAR UM DOCUMENTO? 8 9 MODALIDADES DE DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS Resolução CFP no 6/2019 DECLARAÇÃO • DOCUMENTO SIMPLES • Serve para comunicar informações pontuais sobre a prestação do serviço. • Principais finalidades: • Informar comparecimento ao atendimento; • Informar realização de acompanhamento (frequência, • tempo, dias e horários). ATESTADO PSICOLÓGICO • Comunica situação, estado ou funcionamento psicológico, fundamentado no diagnóstico psicológico e em argumentos técnico-científicos. • DOCUMENTO DECORRENTE DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA • Documento sintético: apenas a informação principal e necessária ao cumprimento de sua finalidade. • Em TEXTO CORRIDO, para evitar adulterações. • Deve ser requerido formalmente. Quando justificadamente necessário, é possível fazer uso da Classificação Internacional de Doenças (CID) ou outras Classificações diagnósticas científicas e socialmente reconhecidas como fonte de enquadramento diagnóstico. • Principais finalidades: • Justificar faltas, impedimentos, afastamentos ou dispensas. • Justificar a aptidão para atividades específicas após avaliação psicológica. • Ex.: manuseio e porte de arma de fogo, condução de veículos, trabalho em condições específicas. LAUDO PSICOLÓGICO • Apresenta os resultados do processo de avaliação psicológica (AP) comosubsídio para a tomada de decisões em diversos contextos. • Emitido quando a finalidade do documento requer a comunicação de informações detalhadas e contextualizadas sobre a AP, diante das quais podem ser apresentados encaminhamentos, diagnósticos, prognósticos, propostas de tratamento, entre outras conclusões. • Informar apenas o estritamente necessário à finalidade do documento, preservando o sigilo sobre as demais informações. RELATÓRIO PSICOLÓGICO • Documento descritivo que comunica informações, encaminhamentos, intervenções, evolução ou orientações decorrentes da atuação profissional (finalizada ou em andamento) que não resultam de uma demanda por avaliação psicológica. • Inovação da Resolução CFP no 6/2019: distinção entre Relatório e Laudo psicológico possibilita a comunicação escrita decorrente da atuação psicológica em variados contextos de atuação, podendo desempenhar finalidades diversas conforme os objetivos do trabalho e o que está sendo solicitado. A Previdência e Consolidação das Leis Trabalhistas não preveem a Psicologia entre as profissões passíveis de justificar falta ao trabalho ou estudo. Embora seja um documento legítimo, a empresa não é obrigada a aceitá-lo a menos que exista acordo de trabalho coletivo ou convenção que pressuponha esta justificativa na empresa em questão. Embora o relatório possa mencionar o diagnóstico psicológico, essa não é sua finalidade. A descrição literal das sessões ou atendimentos deve ser evitada e utilizada apenas quando justificada tecnicamente! 10 11 ESTRUTURA DOS DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS Padrões e diretrizes PARECER PSICOLÓGICO • Comunica o pronunciamento da(o) psicóloga(o) sobre uma questão-problema ou documento psicológico questionado, a partir da expertise em determinada área da Psicologia. • Finalidade: sanar dúvidas técnicas que estão interferindo na decisão do solicitante. É, portanto, uma resposta a uma consulta que exige conhecimento aprofundado no assunto. • Pode ser requerido por meio de quesitos, que devem ser avaliados e respondidos pela(o) profissional conforme os limites de sua atribuição. • A estrutura de cada documento está definida na Resolução CFP no 6/2019, que padroniza: • Os títulos dos documentos; • O formato (texto corrido ou itens); • O tipo de conteúdo pertinente a cada documento; • A organização dos conteúdos e itens em cada documento; • Referências bibliográficas: • Item obrigatório em laudos e pareceres; • Preferencialmente em nota de rodapé, para que a assinatura da(o) profissional encerre o documento; • Condizentes com a demanda e pertinentes à ciência psicológica. • Numerar e rubricar laudas, assinando ao final. O parecer não é o documento adequado para comunicar resultados/informação decorrente de avaliação/intervenção psicológica. LAUDO E RELATÓRIO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Aspectos normativos RELATÓRIO MULTIPROFISSIONAL • Consta como uma modalidade de documento psicológico definida no art. 12 da resolução. LAUDO • Não consta como uma modalidade à parte, mas há a possibilidade de apresentar conclusões integradas à avaliação da equipe multi (incisos V, VI e VII do art. 13). Preservação da autonomia: considerar os objetivos coletivos da equipe sem sujeita-se a eles, preservando sua autonomia teórico-técnica e assumindo somente atividades para as quais esteja preparada(o) (Código de Ética Profissional, art. 1o, b). Sigilo profissional: registrarem documento multi apenas as informações que subsidiam a conclusão conjunta da equipe. Pode ser redigidoem conjunto com os demais profissionais Psicóloga(o) deve redigir separadamente COMPROMISSOS ÉTICOS NA ELABORAÇÃO DEDOCUMENTOS MULTI 12 13 ENTREGA DE DOCUMENTOS REGISTRO DOCUMENTAL • Os documentos psicológicos devem ser entregues diretamente: • ao beneficiário do serviço; • ao seu responsável legal; • e/ou ao solicitante. • Entrevista devolutiva obrigatória para a entrega de relatório e laudo, mas deve ser disponibilizada nos demais casos. • Não sendo possível a entrevista, deve-se registrar a justificava em prontuário. • Manter protocolo de entrega: • Orientar sobre a utilização adequada do documento (atestado, relatório, laudo e parecer podem conter indicação sobre a impossibilidade de utilização para fins diversos); • Comprovação que o solicitante recebeu e se responsabiliza pelo uso e sigilo das informações; • Comprovação do conteúdo emitido no documento que foi entregue, evitando adulterações (coletar rubrica e arquivar cópia junto ao prontuário). • Materialidade do trabalho realizado: • Registro das informações, procedimentos, resultados, providências e decisões tomadas no curso do trabalho; • Atualizar com frequência (preservar fidedignidade dos dados); • Anexar os documentos emitidos, materiais e instrumentos pertinentes ao processo. • Reúne as informações que fundamentam os documentos produzidos. • Prontuário psicológico • Acessado pela pessoa atendida ou representante legal (linguagem acessível e adequada à profissão). • Registro documental exclusivo • Materiais privativos acessados somente pela(o) profissional (materiais/instrumentos aplicados, folhas resposta de testes, relatos de sessão...). • • Guarda dos registros documentais: • Responsabilidade da psicóloga(o) e da instituição em que foi prestado o serviço; • Condições adequadas de segurança e sigilo; • Prazo mínimo de guarda: 5 anos (pode ser ampliado em casos específicos). Registrar documentalmente o trabalho é uma obrigação das(os) psicólogas(os) independente da área de atuação. 14 15 PRINCÍPIOS TÉCNICOS • Atividade a ser desempenhada com competência técnica e autonomia intelectual. • Argumentações sustentadas em conhecimentos próprios da ciência psicológica que favoreçam a qualidade técnico- científica do documento. • Dados fidedignos, adequados à elucidação da demanda e próprios à finalidade de cada documento. • Análises atentas aos condicionantes históricos e sociais que impactam os fenômenos psicológicos observados. • compromisso social da profissão de subsidiar a tomada de decisões contextualizadas, acertadas e responsáveis. • Validade (art. 17): citar previsão legal ou embasamento técnico que indique a expectativa de permanência dos fenômenos observados e, quando necessário, a frequência com que o fenômeno deve ser reavaliado. PRINCÍPIOS DA LINGUAGEM TÉCNICA • Escrita impessoal (na terceira pessoa) e de acordo as normas cultas da língua portuguesa. • Comunicação objetiva, apresentando os conteúdos de forma organizada, coerente com os princípios da profissão e acessível aos sujeitos e solicitantes. • A linguagem deve refletir a conduta esperada dos profissionais, especialmente quanto à promoção dos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os documentos não devem ser usados para emissão de juízo de valor e opiniões pessoais. • O uso de transcrições de falas das pessoas atendidas requer justificativa técnica e ética, bem como a necessária contextualização textual. PRINCÍPIOS ÉTICOS • Código de Ética Profissional do Psicólogo • Art. 1o: deveres fundamentais. • Alíneas ‘b’, ‘c’: capacitação profissional e compromisso com a qualidade do trabalho. • Alíneas ‘e’, ‘f ’, ‘g’, ‘h’: direitos dos usuários de requerer informações sobre a atuação dos psicólogos, que deve estar devidamente contratada. • Art. 2o: condutas vedadas. • Utilizar a profissão em favor da manutenção de estereótipos e violação de direitos ou para a promoção de convicções pessoais. • Emitir documentos sem qualidade ou a partir de dados e declarações falsas. • Prejudicar os vínculos profissionais importantes ao objetivo do trabalho. Importante para refletir sobre demandas externas (perícia). • Art. 6o e 12: compartilhamento de informações com outros profissionais e equipes multiprofissionais. • Art. 9o, 10, 13: sigilo e busca do menor prejuízo (crianças e adolescentes). • Art.15 e 18: Zelo na destinação de arquivos e instrumentos confidenciais. • Resolução CFP no 6/2019, art. 7o: • § 2o. Sigilo em relação às equipes, à Justiça e políticas públicas, identificando riscos e compromissos do alcance social do documento. • § 4o. Possibilidade de intervir sobre a demanda que gerou o documento, observando a reformulação dos condicionantes que provocam o sofrimento psíquico ou a situação de violação de direitos. • § 6o. Elaborar e fornecer documentos quando solicitada(o) ou quando realiza uma avaliação psicológica. • § 7o. Responsável ética e disciplinarmente por cumprir as diretrizes e responsável civil e criminalmente pelas informações dos documentos. 16 17 COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS AS(OS) PSICÓLOGAS(OS) TRABALHAM DIARIAMENTE COM DEMANDAS COMPLEXAS E IMPREVISÍVEIS, POSTO QUE A REALIDADE SE APRESENTA ALHEIA A QUALQUER REGULAMENTAÇÃO. • Para além do domínio teórico-técnico sobre os procedimentos e objeto de estudo/atuação, deve aprimorar e desenvolver competências profissionais para responder adequadamente ao público que a(o) contrata. • Deve preparar-se para saber delimitar as condições necessárias ao seu processo de trabalho sem as quais, de acordo com o consenso democrático materializado no Código de Ética Profissional, a qualidade e segurança do trabalho podem ser prejudicadas. ATITUDES QUE PODEM CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS, CONSIDERANDO AS SITUAÇÕES CONCRETAS ORIENTADAS COTIDIANAMENTE PELA EQUIPE TÉCNICA DO CRP-12: • Conhecer o Código de Ética Profissional da(o) Psicóloga(o)... • Pois este é o Código que expressa a conduta esperada dessas(es) profissionais. Deve ser cotidianamente consultado, interpretado e servir como norte para a tomada de decisões diante dos conflitos éticos inaugurados diariamente pela prática da Psicologia. • Conhecer as resoluções que normatizam a sua área... • Pois as normativas dependem da participação democrática de suas profissionais que, no questionamento legítimo às normativas promovem a atualização dos parâmetros técnicos que guiam a prática. • Estabelecer acordos de trabalho transparentes, honestos e responsáveis... • Para que se possa, sempre que necessário, reforçar esse contrato, indicando os limites que impedem o atendimento a solicitações que o extrapolem. • Compreender profundamente a solicitação de um documento... • Para atender ao pedido de forma honesta, fidedigna e coerente à demanda e ao trabalho que foi ou vem sendo executado. • Manter isenção em relação às partes conflitantes... • Principalmente em se tratando do atendimento à situações judicializadas, colocando o saber da Psicologia à serviço da tomada de decisões justas, contextualizadas e competentes na erradicação de toda e qualquer forma de violação de direitos humanos. • Avaliar criticamente quem tem direito a solicitar informações e quem deve ser cientificado sobre a emissão do documento... • Para dirimir riscos que o documento pode representar à pessoa e aos vínculos de confiança necessários ao trabalho. • Buscar apoio da equipe técnica do CRP-12... • Frente aos desafios que emergem no cotidiano de trabalho. • Buscar supervisão e aprimoramento... • Para qualificar suas práticas e fornecer informações condizentes com os avanços científicos da profissão. 18 19 COMISSÃO DE ÉTICA A COMISSÃO DE ÉTICA (COE) DO CRP-12 TEM A ATRIBUIÇÃO DE ACOLHER E TRAMITAR AS DENÚNCIAS RECEBIDAS ACERCA DE POSSÍVEL EXERCÍCIO IRREGULAR DA PROFISSÃO DE PSICÓLOGA(O). • A temática da elaboração de documentos representa 35,5% do total de denúncias recebidas pela Comissão, de 1994 a 2020. O principal contexto de decúncia é a clínica, o que nos remete a algumas questões: • O entendimento de que o trabalho clínico, em muitos casos, se faz de forma isolada, sem considerar o território em que a pessoa atendida se encontra e em desarticulação com a rede de serviços que a circunda; • A falta de discussões de casos, supervisão e trocas entre os pares pode influenciar na qualidade do exercício profissional; • A falta de definição do papel profissional enquanto psicóloga(o) clínica(o), a despeito do trabalho de perícia e assistência técnica, traz prejuízos de ordem ética e técnica. A MAIOR PARTE DAS DENÚNCIAS (58,5%) NA CATEGORIA DE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS SE REFERE À FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA E CIENTÍFICA NA ESCRITA DOCUMENTAL. • O que isso quer dizer? • Falta de conhecimento sobre a Resolução CFP no 006/2019, principalmente no que se refere à estrutura e finalidade dos documentos; • Dificuldade para articular os conteúdos advindos do trabalho realizado com a análise, com respaldo em teorias e técnicas da ciência psicológica, de forma coesa, objetiva e com a linguagem adequada; • Análises realizadas de forma parcial, muitas vezes, desconsiderando o amplo contexto de ocorrência dos fatos; • Não há nitidez quanto aos construtos ou fenômenos psíquicos que a(o) profissional pretende avaliar (extrapola os limites desse processo ou não conseguir elencar quais dados são importantes constar no documento). • Cuidados importantes na elaboração de documentos • Analisar os condicionantes das pessoas atendidas e/ou avaliadas (contexto histórico, social, cultural e econômico das pessoas envolvidas); • O uso de transcrições de falas ou informações decorrentes dos atendimentos deve acontecer de forma subsidiada e justificada, considerando a quem o documento será destinado; • Colher informações sobre o contexto de solicitação, finalidade da elaboração e para quem será entregue; • Não realizar inferências sobre pessoas que não perticiparam do processo de atendimento ou avaliação sem que haja o devido respaldo teórico; • Não fazer afirmações categóricas ou previsão taxativas de resultados; • A realização de indicativos para a proteção aos direitos de pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pode ocorrer de diferentes formas, a exemplo de notificações à Vigilância Epidemiológica ou comunicações a autoridades competentes, e não exclusivamente por meio de documento elaborado. • Sobre a entrega de documentos • Realizar análise sobre o impacto da entrega de um documento tal qual se apresenta (em termos de estrutura e conteúdo). O documento pode acarretar em consequências danosas e irreversíveis às relações sociais e familiares dos envolvidos no processo de atendimento ou avaliação; • Atenção aos direitos das pessoas envonvidas no processo de atendimento, sobre o acesso às informações, a exemplo de genitores em litígio. Indicativos acerca da elaboração de documentos https://crpsc.org.br/
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