TCC EM TEOLOGIA-AULA 2-Pesquisa em Teologia

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TCC em Teologia
Aula 2: Pesquisa em Teologia
Apresentação
Cada área de conhecimento pensa suas estratégias de pesquisa para a construção de seus argumentos,
ideias e teorias. A essa reꢀexão chamamos de metodologia ou de método. Se assumimos caminhos
distintos para a construção de um determinado conhecimento, podemos nos equivocar ou chegar a
resultados que parecem certos, mas estão errados. Assim o método é uma ferramenta que nos ajuda a
explorar melhor o material que temos à mão para chegarmos ao conhecimento.
Objetivos
Identiꢁcar as características de um TCC em Teologia;
Apontar as características do fazer teológico;
Situar a pesquisa em Teologia como uma pesquisa dentro das Ciências Humanas.
O TCC em Teologia
Você está chegando ao ꢁm de da graduação em
Teologia e em breve você será um teólogo. Até agora,
o TCC será, provavelmente, o trabalho no qual você,
mais vai mostrar suas ideias como um teólogo.
Contudo, seria um TCC de Teologia diferente de um
TCC em outras áreas? Ao compararmos, por
exemplo, a um TCC de um aluno de engenharia
mecânica, a resposta é até mais simples. Mas, e se
pensarmos em um TCC do curso de história ou
ꢁlosoꢁa? Esses TCCs seriam diferentes de um TCC
em Teologia? A resposta é sim. Isso porque em um
trabalho de Teologia pensamos algumas questões
que são diferentes daquelas pensadas nos trabalhos
de história ou ꢁlosoꢁa, por exemplo.
Observe dois exemplos que ajudam a entender melhor que há diferença em um TCC de Teologia em relação aos
trabalhos feitos nas outras áreas de conhecimento:
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Um aluno que decide pesquisar em
seu TCC a Reforma Protestante e faz
essa pesquisa no curso de História,
realiza sua pesquisa com o mesmo
objetivo de um aluno que faz essa
pesquisa, também sobre a Reforma
Protestante, no curso de Teologia?
Um estudante decide escrever um
TCC sobre a concupiscência em
Agostinho, que é a inclinação do ser
humano para o pecado. Uma
pesquisa sobre esse assunto é
diferente na ꢁlosoꢁa e na Teologia?
Comentário
Nos dois exemplos, a resposta é sim. Caso contrário, não precisaríamos fazer Teologia, mas uma faculdade de
Ciências Humanas. Não se trata de ser a Teologia melhor nem pior do que as outras áreas do conhecimento.
Mas, ela tem perguntas, métodos e linguagens que lhes são próprios e, portanto, diferentes das outras áreas de
conhecimento.
Nesta aula, ainda não abordaremos questões práticas de seu TCC nem de seu projeto de pesquisa. Mas, essa
aula é muito importante para que você dê, à sua pesquisa, um “rosto” de pesquisa teológica.
O que é a Teologia?

A criação de Adão por Michelangelo. | Fonte: Shutterstock.
O teólogo John Haught (2004, p.8) entende que há dois caminhos para falarmos de Deus: O da Teologia negativa
e da Teologia positiva.
1
2
Teologia negativa
Teologia positiva
Dizer aquilo que Deus não é.
Dizer aquilo que Deus é, mas sempre com analogias.
Assim é comum utilizarmos metáforas e
simbolismos na tentativa de alcançar a profundidade
de Deus.
Para Lonergan, a Teologia surge da necessidade de entender a religião em outra matriz cultural:
"A Teologia realiza a mediação entre uma matriz cultural e o
signiꢀcado e papel de determinada religião nesta matriz."
- Lonergan, 2012, p. 11
Provavelmente foi a patrística o primeiro encontro do cristianismo com a cultura helênica. Diante da ꢁlosoꢁa
grega os primeiros teólogos sentiram a necessidade de pensar a fé cristã a partir dos conceitos ꢁlosóꢁcos.
Sendo assim, toda Teologia é uma interpretação em perspectiva religiosa (cf. GEFFRÉ, 1989, p. 20). Ao vermos,
por exemplo, alguém que morre injustamente, ou o sofrimento, ou uma tragédia natural, podemos nos perguntar:
Onde estava Deus? Por que deixou que isso acontecesse? A
busca por essas respostas nos insere na produção teológica.
O teólogo francês Claude Geffré entende a Teologia como uma hermenêutica, ou seja, como um exercício de
interpretação da realidade onde vivemos (1989, p. 23). Gesché entende ainda que, ao deixar de olhar para a
realidade humana e olhar apenas para Deus, a Teologia perde a capacidade de dialogar com as pessoas e deixa
de ter sentido (2017, p. 17).
Uma questão de método
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Fazer Teologia não pode ser considerado apenas um falar de assuntos tentando explicitar a vontade de Deus.
Isso poderia ser considerado um achismo, além de não ser nada acadêmico. A Teologia tem um método – ou
vários métodos – todos academicamente válidos e que dão à Teologia a credibilidade que ela merece.
Os teólogos brasileiros Libanio e Murad entendem o
fazer Teologia a partir de uma estrutura tripartida do
crer, considerada a partir do método assumido por
Paulo (cf. Rm 10,41-15.17). O teólogo é o ouvinte da
Palavra, que impelido por sua relação com Deus,
busca reꢀetir sobre sua fé que é assumida e
vivenciada junto à comunidade cristã (cf. LIBANIO;
MURAD, 2007, p. 70).
Teologia é doutrina?
Teologia e doutrina são diferentes. Não necessariamente contrárias nem opostas. Mas sim, são diferentes. Isso
porque a Teologia pensa a fé enquanto a doutrina oferece os principais elementos para a sua vivência.
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Assim, a liberdade do teólogo é maior. Ele pensa a fé em diferentes
contextos e situações, dialogando com a doutrina que, por sua vez, não é de
responsabilidade do teólogo, mas dos líderes religiosos.
Não é incomum que a doutrina assimile elementos de algum teólogo. Foi assim com Agostinho e o pensamento
acerca do pecado original, com Tomás de Aquino e a transubstanciação e com Lutero e a justiꢁcação.
Comentário
Para nosso trabalho de TCC, é importante dizermos que não faremos um trabalho doutrinário, mas teológico. Na
prática, isso signiꢁca que não basta ir aos documentos publicados por alguma igreja cristã e sintetizar os
discursos e elementos acerca de determinado assunto. O TCC vai tratar de um assunto buscando estabelecer
um diálogo entre as motivações do teólogo, da comunidade eclesial e da sociedade com aquilo que foi pensado.
Vamos a um exemplo:
Exemplo
Você decide fazer um TCC sobre a eutanásia. Seria possível desligar os aparelhos de alguém que está enfermo e
inconsciente e que depende desses aparelhos para viver ? Se você, estudante de Teologia, diz apenas que
determinada igreja é contra ou determinado líder religioso, a favor, não contribui muito para o cenário teológico. É
preciso dialogar com autores da bioética, com moralistas (estudantes e pesquisadores da moral) e com as
diretrizes do cristianismo.
Não é incomum que a doutrina assimile elementos de algum teólogo. Foi assim com Agostinho e o pensamento
acerca do pecado original, com Tomás de Aquino e a transubstanciação e com Lutero e a justiꢁcação.
Video
Assista ao vídeo
Cláudio Duarte // Casos de Família.
Agora, responda:
O discurso do pastor Claudio Duarte é teológico ou doutrinário? Busque
elencar algumas características que justiꢀquem sua resposta.
Leitura bíblica como base para a Teologia
Para construirmos um argumento teológico mais completo, é sempre necessário um diálogo com as Escrituras,
o que costumeiramente chamamos de fundamentação bíblica.
Segundo Haight, a importância da utilização das Escrituras na Teologia está na autoridade que ela exerce (2004,
p. 130). As Escrituras têm papel normativo. E é importante dizer que isso não tem a ver com a leitura
fundamentalista que diz que, se está na Bíblia, devemos fazer. É normativo no sentido de oferecer diretrizes para
a ação da Igreja. Sendo assim, p. ex., a ação de Jesus, as exortações de Paulo ou a liderança exercida por
Moisés, nos servem de referencial para a produção teológica atual.
Dimensão eclesial da Teologia
A pesquisa em Teologia está relacionada á comunidade cristã, e isso não porque seja submissa a ela, mas
porque está a seu serviço. O teólogo quer dar qualidade e elementos para que os cristãos vivam sua fé. Sobre a
relação entre a Teologia e a comunidade, dizem Libanio e Murad:
"Todo teólogo elabora suas reꢁexões como membro da
Igreja.Sua Teologia assume as questões, os problemas, as
angústias, as dúvidas que lavram dentro da comunidade.
Elabora-as com clareza e didática para devolvê-las à
comunidade como alimento de sua fé. Mais. A comunidade
torna-se instância crítica de sua Teologia. Se esta não
responde a seus problemas, se não se deixa entender por
ela, se não a ajuda a crescer, o teólogo, com razão, deve
suspeitar da validade de sua Teologia. E todo esse processo
de teologizar exige ser feito com sintonia com a vida da
comunidade"
- LIBANIO e MURAD, 2007, p. 72-73
Junto ao diálogo com as Escrituras e com a história
da Teologia, o teólogo tem plenas condições de
pensar teologicamente. No caso do seu TCC
podemos entender que há uma primeira inspiração
sua, que o levou a escolher o seu tema. Para que seu
TCC tenha um diálogo frutuoso com área de
conhecimento Teologia, você deve estabelecer um
diálogo com as Escrituras e com os teólogos que na
história da Teologia também pensaram este tema.
Se o seu TCC for em Teologia bíblica, o uso das
Escrituras se torna não somente indispensável, mas
logicamente relevante. Nesse caso cabe dialogar
com os autores que pensaram métodos de leitura
bíblica. Isso porque misturar diferentes métodos
pode gerar complicações em seu trabalho pois, sem
perceber, um método pode contradizer o outro.
Com outras palavras, podemos entender assim, o
tripé que sustenta a Teologia:
"Uma das principais funções do teólogo é a de transpor à
comunidade de fé, utilizando uma linguagem e método que
lhes são próprios, a experiência acolhida na revelação "
- (cf. LIBANIO; MURAD, 2007, p. 73).
Linguagem teológica
É comum que a Teologia faça uso de linguagem simbólica e icônica (LIBANIO; MURAD, 2007, p. 89). Isso
acontece porque muitas vezes a linguagem estritamente acadêmica e técnica não conseguem expressar o
sentido da revelação de Deus na história e sua relação com o ser humano. A linguagem teológica busca adentrar
no mistério que é a relação com Deus.
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Mas o que é mistério?
Costumeiramente entendemos mistério como aquilo que não pode ser explicado. Essa visão é verdade, mas
apenas em parte. O mistério pode sim, ser explicado. Aꢁnal, muitos foram os teólogos e pensadores que
buscaram adentrar no mistério que é a relação com Deus. Agostinho, por exemplo, escreveu um enorme livro
sobre a Trindade.
Mas, o mistério é inesgotável. Por mais que o expliquemos,
não o esgotamos. O mistério, então, mais que explicado, deve
ser vivenciado.
Comentário
A linguagem simbólica é a mais eꢁciente para tratar daquilo que deve ser vivenciado. Ela consegue, portanto, nos
fazer adentrar no mistério que é a vida. Vamos a um exemplo. Quando dizemos que Deus é Pai, estamos fazendo
uso de uma linguagem simbólica. Isso porque Deus cria, mas não gera. Trata-se de uma analogia. Falamos de
Deus a partir de linguagem simbólica.
Saiba mais
As poesias são uma forma metafórica de falar da realidade. É certo que no TCC não podemos utilizar a poesia. O
trabalho cientíꢁco não permite tal linguagem. Para entender um dos aspectos da linguagem simbólica, leia o texto
Cora Coralina: 10 poemas essenciais para compreender a autora.
Se a Teologia ꢁzesse uso apenas de uma linguagem positiva, ou seja, se ela falasse daquilo que Deus é, ela seria
inútil. Falamos, então, daquilo que Deus não é, ou seja, fazemos Teologia negativa. Falar de Deus é falar de uma
experiência de Deus. Quando fazemos Teologia, falamos sobre os ser humano que busca Deus e falamos,
sobretudo, de nós mesmos.
Veja a seguir alguns aspectos a serem considerados no que diz respeito a Teologia:
No cristianismo primitivo, a Teologia buscava falar sobre Deus. Havia uma diferenciação da Teologia,
como doutrina acerca de Deus, e a história da salvação, entendida como economia, ou seja, de como
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deus se apresenta na história (VILANOVA, 1998, 29). O problema da Teologia como um falar sobre Deus
é que ela é especulativa e isso não pelo melhor sentido da palavra. Trata-se, o falar teológico, de uma
reꢀexão, mas não de mera especulação (VILANOVA, 1998, p. 31).
Clodovis Boff, maior autor brasileiro ao tratar de método teológico, diferencia ainda o discurso teológico
do discurso religioso. Sei que muitos de vocês, alunos, são líderes religiosos em suas igrejas e
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comunidades, são pastoras e pastores, presbíteros e diáconos, catequistas ou lideranças comunitárias.
Lá na comunidade vocês pregam e instruem utilizando o discurso religioso. Aqui no TCC a linguagem
deve ser diferente.
O termo ciência foi empregado à Teologia no século XIII (VILANOVA, 1998, p. 108). Mas não podemos
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pensar que antes disso ela não tinha método e seriedade. Mas a linguagem e os pressupostos
epistemológicos e metodológicos eram diferentes.
A Teologia é uma ciência, mas que não utiliza apenas uma linguagem cientíꢁca, assim como se construiu
no período moderno (BOFF, 1998, p. 40). De alguma maneira o que deꢁne o estudo teológico é muito
mais a perspectiva que o objeto. Assim, tudo pode ser “teologizável” (BOFF, 1998, p. 46).
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Utilização de material de outras áreas de conhecimento
Se minha pesquisa é em Teologia, posso utilizar apenas teólogos?
A resposta para essa pergunta é que devemos, sim, dialogar com outras áreas de conhecimento. Elas nos
ajudam a entender melhor nosso objeto de estudo. Assim, se você vai pesquisar algo que deve ser
contextualizado historicamente, os historiadores são muito importantes.
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Exemplo 1

Se o seu assunto de TCC é a secularização, necessariamente você terá que passar por autores que
originalmente trataram do conceito. Assim será preciso ler autores como, por exemplo, Peter Berger, que
tratou do tema sobretudo em duas obras: O dossel sagrado e Os múltiplos altares da modernidade. No caso
de Berger, é importante saber que desde a primeira obra O dossel sagrado, e a última Os múltiplos altares,
ele mudou de opinião sobre o processo de secularização.
Exemplo 2

Você decide pesquisar em seu TCC sobre a atuação do padre Cícero na cidade de Juazeiro, no Ceará. Pode
ser que você precise dialogar com biógrafos do padre Cícero ou mesmo com autores que tratam da
religiosidade popular ou ainda da cultura nordestina. Eles podem ser teólogos ou não.
Exemplo 3

Ao estudar o impacto da urbanização nas práticas religiosas pode ser importante tratar da identidade do
cristão. Autores pós-coloniais como Stuart Hall e Homi Bhabha são importantes para entendermos a
identidade como constitutivo cultural e social. O trabalho teológico vem depois do diálogo com esses
autores.
O diálogo da Teologia com autores e áreas de saberes não tira sua autonomia nem a diminui (cf. BOFF, 1998, p.
365). Sendo a Teologia um discurso sobre o humano, faz-se necessário entender aspectos da humanidade que
ultrapassam a abordagem teológica. O ser humano é um objeto de estudo que pede uma abordagem orgânica,
ou seja, não há um único instrumento ou área de conhecimento que consiga esgotar o objeto ser humano.
Atividade
1. Para Lonergan a Teologia surge da necessidade de entender a religião em outra matriz cultural: “A Teologia
realiza a mediação entre uma matriz cultural e o signiꢁcado e papel de determinada religião nesta matriz.”
(Método em Teologia, 2012, p. 11). Assinale a modalidade teológica que melhor corresponde à perspectiva
descrita acima.
a) Patrística
b) Escolástica
c) Teologia da Libertação
d) a, b e c não se adequam.
e) a, b e c se adequam
2. Toda Teologia é uma interpretação em perspectiva religiosa. Ao vermos, por exemplo, alguém que morre
injustamente, ou o sofrimento, ou uma tragédia natural, podemos nos perguntar: Onde estava Deus? Por que
deixou que isso acontecesse? A busca dessas respostas nos insere na produção teológica. O teólogo francês
Claude Geffré entende a Teologia como uma hermenêutica, ou seja, como um exercício de interpretação da
realidade onde vivemos (Como fazer Teologia hoje, 1989, p. 23). A partir desse raciocínio é possível aꢁrmar que:
a) Toda Teologia éuma antropologia pois diz apenas daquilo que é vivido pelo humano.
b) Toda Teologia é uma especulação pois inventa resposta aos dilemas humanos.
c) Toda Teologia é uma antropologia pois parte das aspirações humanas.
d) Alguns assuntos da Teologia como o céu e o inferno não tem implicações ou motivações humanas.
e) Também a cristologia não tem relações com a concepção de ser humano da Teologia.
3. Alguns elementos são indispensáveis para a produção teológica. Dentre os elementos abaixo, assinale aquele
que é INDISPENSÁVEL à produção teológica.
a) Escrituras
b) Motivações do teólogo
c) Tradição
d) História da Teologia
e) Todas as anteriores.
4. Muitos autores entendem que o discurso teológico se articula como Teologia positiva ou negativa que podem
ser deꢁnidos, respectivamente, como:
a)A Teologia positiva é especulativa, pois entende que de Deus nada se pode afirmar, enquanto a Teologia negativa diz
aquilo que Deus não é.
b) A Teologia positiva é falsa, pois de Deus nada se pode afirmar, enquanto a Teologia negativa é verdadeira pois trata
daquilo que Deus não é.
c) A Teologia positiva é especulativa, pois de Deus nada se pode afirmar, enquanto a Teologia negativa enquanto a
Teologia negativa é descritiva.
d) A Teologia positiva é metodologicamente equivocada, enquanto a Teologia negativa é mais acertada
metodologicamente.
e) A Teologia positiva se organiza sempre por analogia enquanto a Teologia negativa se organiza sempre por descrição.
5. Sobre as características do discurso teológico é possível aꢁrmar que:
a) Não se diferencia do discurso doutrinário.
b) Não utiliza linguagem científica pois ela é própria das ciências da natureza.
c) Deve ser espiritualizado no sentido de falar das coisas de Deus.
d) Está relacionado à capacidade de ler os acontecimentos e dimensões da vida humana na perspectiva da Teologia.
e) Não faz uso de discurso simbólico pois ele é equivocado.
6. “Atualmente, a interdisciplinaridade continua seu caminho pela (re)construção do conhecimento unitário e
totalizante do mundo frente à fragmentação do saber. Na escola, essa noção é materializada em práticas e
reꢀexões como a integração de conteúdos e a interação entre ensino e pesquisa.” (Isabel Brasil Pereira, em
//www.sites.epsjv.ꢁocruz.br/dicionario/verbetes/int.html acesso em 11/10/2019)
Considerando a interdisciplinaridade como a interação de conteúdos e áreas de conhecimento, é possível aꢁrmar
sobre seu uso em trabalhos teológicos:
a) Trata-se de um erro pois a Teologia que se mistura com outras áreas do saber perde suas características.
b) A Teologia, historicamente, não fez uso de interdisciplinaridade.
c) Sendo revelação a religião não é fragmentada e, consequentemente, também a Teologia não o é.
d) A interdisciplinaridade está presente nas outras áreas de conhecimento, mas pouco tem a oferecer à Teologia.
e) A Teologia reflete a realidade que é multifacetada e, por isso, a interdisciplinaridade revela-se uma viável perspectiva
metodológica.
Notas
Geshé:
Adolphe Gesché (Bruxelas, 25 de outubro de 1928 - 30 de novembro de 2003) foi um sacerdote e teólogo belga,
professor de teologia dogmática na Faculdade de teologia da Universidade Católica de Lovaina.
Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolphe_Gesch%C3%A9
BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
GEFFRÉ, Claude. Como fazer Teologia hoje: hermenêutica teológica. São Paulo: Paulinas, 1989.
GESCHÉ, Adolphe. La teología. Salamanca: Sigueme, 2017.
HAIGHT, Roger. Dinâmica da Teologia. São Paulo: Paulinas, 2004.
HAUGHT, John. O que é Deus? Como pensar o divino. São Paulo: Paulinas, 2004.
LIBANIO, João Batista; MURAD, Afonso. Introdução à Teologia: perꢁl, enfoques, tarefas. 6 ed. São Paulo: Loyola,
2007.
LONERGAN, Bernard. Método em Teologia. São Paulo: É Realizações, 2012.
VILANOVA, Evangelista. Para compreender a Teologia. São Paulo: Paulinas, 1998.
Próxima aula
Sua pesquisa dentro da Teologia;
As possíveis áreas para um TCC em Teologia.
Explore mais
Uma boa dica para retomar o conceito de Teologia e do fazer teológico é a leitura da obra Introdução à
Teologia: perꢁl, enfoques, tarefas, de João Batista Libanio e Afonso Murad.