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Página 1 de 4 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM AULA 1 Introdução Ultrassonografia Método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas sonoras com frequência acima das audíveis pelo ouvido humano Existem ultrassons terapêuticos e outros que auxiliam o diagnóstico A ultrassonografia é ótima para tecidos órgãos, mas também é aplicada a ligamentos, tendões e partes ósseas O termo ultrassonografia são ondas de som de alta frequência, inaudíveis ao ouvido humano. Um pulso de ondas de ultrassom é direcionado para o interior do corpo, este pulso atravessa nos tecidos até atingir uma superfície refletora, a partir da qual é refletido de volta para o transmissor. O sinal que retorna é denominado como eco EFEITO PIEZOELÉTRICO: Este efeito é a capacidade de certos materiais, por exemplo, o cristal de quartzo ou algumas cerâmicas, tem de vibrar em determinada frequência quando submetemos a pressão mecânica, como o som, transformando as em impulsos elétricos Lazzaro Spallanzani iniciou estudos sobre as ondas sonoras, com observação dos morcegos e sua capacidade de caça e localiza- ção durante períodos noturnos por meio da emissão de sons (som alcança e reflete com amplitude específica de acordo com objeto) Estudo sobre eco localização dos animais Descobriram que o Quartzo tem algumas peculiaridades Quando submetido a correte elétrica tem capacidade de contração e expansão, gerando ondas sonoras de alta frequência Quartzo tem capacidade de efeito piezolétrico – objeto tem capacidade de enviar o som e captar o som enviado 1971: Escala de cinza (níveis de intensidade do eco): Quanto do eco vai ser retornado para a tela HIPERECÓIDO / HIPERECOGÊNIO: Existem ecos brancos; há uma alta ecointensidade HIPOECÓICO / HIPOECOGÊNICO: Existem ecos discerníveis, mas são de baixa intensidade e geram uma imagem cinza; ANECÓICO / ANECOGÊNICO: Não existem ecos discerníveis, o resultado é uma área preta no monitor; líquido no ul- trassom é anecogênico ISOECÓIDO / ISOECOGÊNICO: Igual em ecogenicidade; eco de uma estrutura é semelhante da outra estrutura; ecoge- nicidade do tecido é similar às estruturas edjacentes INTERAÇÃO DO ULTRASSOM COM TECIDO: A densidade de diversos tecidos corpóreos tem um efeito profundo na transmissão do ultrassom. Se um tecido é homogêneo nenhum som é refletido Ondas sonoras de baixa frequência (2 a 3,5 MHz) percorrem distâncias mais profundas do tecido, mas a resolução ou definição da imagem que produzem é relativamente inferior Ondas sonoras de alta frequência (7,5 a 10 MHz) se atenuam rapidamente no tecido, mas a resolução da imagem resultante é muito melhor Dessa forma, existe uma relação entre a profundidade tecidual e a resolução e a qualidade da imagem. Portanto, é necessária uma seleção cuidadosa da frequência do transdutor, dependendo da estrutura a ser examinada A intensidade do feixe sonoro reduz-se à medida que o feixe se propaga mais profundamente nos tecidos, portanto, o sinal de estruturas mais profundas é mais fraco. Isso resultará em uma imagem que se torna mais escura A característica da transmissão do som em um tipo de tecido é denominada como impedância acústica. As diferenças na impedância acústica dos tecidos fazem a intensidade dos ecos variar A velocidade do som diminui em estruturas preenchidas por gás, portanto, o gás possui menor impedância acústica O osso possui alta impedância acústica, e transmite o som a uma velocidade superior a dos tecidos mole A transmissão do som através de uma estrutura de baixa atenuação, como por exemplo uma estrutura preenchida por fluido, resulta em ecos mais intensos, que são provenientes de estruturas posteriores Na imagem acima é possível observar o feixe de ultrassom propagando-se ao longo do caminho B, atravessa a vesí- cula biliar (VB) Os ecos emitidos posteriormente a partir da vesícula biliar, ao longo do caminho B, serão mais fortes do que aqueles que seguem o caminho A, transpassando o fígado Esse artefato (reforço acústico) ocorre geralmente profundamente em relação a estruturas preenchidas por líquido, como cistos Os transdutores possuem uma zona ótima de obtenção de imagem ao longo do comprimento do feixe. Essa área é denominada como ZONA FOCAL, e varia com a frequência do cristal • Estruturas que se localizam próximas à pele e à superfície do transdutor frequentemente se localizam fora da zona focal ótima do transdutor. Pode-se utilizar um acoplador preenchido por líquido, ou standoff. Página 2 de 4 TRANSDUTORES: Os transdutores são dispositivos que possuem propriedade piezoelétrica, sendo montados para serem capazes de produzir e receber os ecos gerados pelas diversas interfaces. Atualmente há transdutores denominados como multifrequenciais que trabalham com diferentes frequências que po- dem ser selecionados durante o exame. De acordo com o tipo de imagem produzida os transdutores podem ser classificados em: • SETORIAIS E CONVEXOS: Dão origem a imagens em formato de cunha; em geral são mais indicados para órgãos mais profundos e estruturas cujo acesso é limitado, como exame cardíaco e da cavidade abdominal total • LINEARES: Produzem um feixe sonoro de linhas paralelas, dando origem a um campo de imagem retangular; exigem uma superfície de contato maior e são mais adequados para exames de tecidos moles superficiais e pequenas partes JANELA ACÚSTICA: Osso, ar e gordura são estruturas que impossibilitam a visualização de determinadas estruturas, por isso a necessidade da ultrassonografia “driblar” essas interferências. Janela acústica é o modo pela qual é pos- sível driblas essas interferências, seja ela conseguida por meio da mudança de decúbito do animal, da mudança da angulação do feixe ou pela utilização de estruturas adjacentes com estruturas acústicas ideias, como a vesícula uri- nária repleta na avaliação da próstata em cães machos MODO DE EXIBIÇÃO: Aparelhos modernos permitem uma variação na frequência de atualização do computador, ou quadros por segundo (determinação a resolução temporal e a atualização da capacidade de identificar eventos indi- viduais que ocorrem em tempos diferentes Com uma profundidade maior, o tempo necessário para um pulso percorrer externamente e um eco retornar aumenta, e o número de quadros por segundo é reduzido. Uma atualização mais rápida ou número de quadros por segundo das imagens, é necessária para que se avalie o trabalho cardíaco, ou seja, quando as estruturas estão se movendo rapidamente. Imagens de melhor qualidade são obtidas a partir de estruturas relativamente estáticas, como músculos e tendões, por meio da utilização de um número menor de quadros por segundo. MODOS DE PROCESSAMENTO DOS ECOS MODO B: Conhecido como modo de brilho ou modo bidimensional, neste tipo de representação, a intensidade do eco é caracterizada pelo processamento do eco em ponto luminoso no monitor. Quanto maior o tempo gasto para receber o eco de uma interface, mais longe da superfície da imagem ele a coloca. Dessa forma, estruturas mais profundas irão aparecer em situação mais inferior na tela; quanto maior a reflexão da onda, maior será o brilho. As intensidades de brilho determinam em uma escala de cinza as diversas ecogenicidade dos tecidos MODO M: Também conhecido como modo de avaliação de movimento temporal, corresponde a representação gráfica de estruturas em movimento, e é utilizado para avaliação cardíaca, ou seja, na ecocardiografia DOPPLER É utilizada para identificação do fluxo e da velocidade sanguínea e para cálculo de gradientes e pressão através das válvulas cardíacas O princípio Doppler é baseado no fato de que a frequência do som muda à medida que se aproxima ou se distancia de um objeto em movimento. Quando ondas de ultrassom com uma frequência conhecida encontram células sanguíneas que se propagam em direção ao transdutor, as ondas de som refletidas sofrem um aumento na frequência. À medida que se afastam, a frequência é reduzidaTÉCNICA A preparação do paciente é importante. O ar retido entre a pele e a superfície do transdutor deve ser removido. A raspagem dos pelos e a aplicação de um gel para condução do ultrassom são pré-requisitos para a maioria dos exa- mes. O posicionamento do animal normalmente requer decúbito lateral ou dorsal. Animais grandes ou estressados podem ser examinados em estação ou em decúbito esternal. Uma janela acústica deve ser encontrada – área que evite a interposição de estruturas ósseas ou gasosas entre o transdutor e a área de interesse. Página 3 de 4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ULTRASSOM VANTAGENS: É um procedimento não invasivo Permite a avaliação da função dinâmica Geralmente não requer anestesia nem sedação DESVANTAGENS: O equipamento pode ser caro Os artefatos podem levar a interpretação errada A onda sai reta, mas quando se distancia ela se dispersa Interage com tecidos, podendo acontecer três fenômenos • Absorvida: absorvia por tecido e não é refletida • Refletida: Eco – o que se enxerga • Ultrapassada: não é refletida; líquido por exemplo Velocidade do som nos tecidos depende das próprias características do tecido para atravessar, como a elasticidade e da densidade. Velocidade em tecidos tende a ser mais rápida Pâncreas reflete baixa quantidade e é isoecogênico ao mesentério ao seu redor Modo brilho/bidimensional: quando ondas sonoras atingem o tecido elas mostram as estruturas no monitor, mas permite identificar apenas altura e largura ARTEFATOS Refere-se à apresentação de informação que não reflete de forma precisa a verdadeira imagem da área sob exame. A informação gerada pode ser errônea, supérflua, ausente ou deslocada. São decorrentes da exibição de ecos que retornam erroneamente ao transdutor ou da ausência destes. O reconhecimento de artefatos é importante para evitar a interpretação incorreta. Diafragma é altamente refletora, por isso hiperecogênica Vesícula biliar normalmente tem parede fina, entretanto, apresenta espessamento e irregularidade desta parede. IMAGEM EM ESPELHO: ocorre na junção de tecidos com uma interface curva, altamente refletiva, como a dia- fragma e a pleura Imagem refletida, pois o diafragma é tão reflexível, que acontece um “erro” apresentado uma duplicação. O verdadeiro é quem está mais perto do aparelho SOMBRA ACÚSTICA É criado quando o feixe de ultrassom encontra estrutura altamente reflexiva, como gás ou áreas mineralizadas. O feixe é refletido de volta para o transdutor e nenhuma imagem é gerada posteriormente a região mineralizada Estrutura que reflete tanto a onda sonora, que não permite nenhuma passagem de onda sonora para refletir o que está embaixo. Sempre acontece em estruturas densas, como as mineralizadas Útil na identificação de cálculos e outras causas de mineralização tecidual Página 4 de 4 Na imagem abaixo há um cálculo na bexiga, sua superfície está refletida de volta para o transdutor, formando uma sombra logo abaixo REVERBERAÇÃO / CAUDA DE COMETA Som não propaga muito bem onde tem imagem. Neste caso, no estômago o gás fica próximo à parede do estômago, a onda sonora interage com gás e se perde, formando uma cauda de cometa quando está unida (imagem esquerda) ou reverberação (direita) – Ligada a presença de gás Em alguns casos esse gás pode auxiliar dando noção de normalidade em alguns tecidos, mas também pode atrapa- lhar visualização de alguns órgãos REFRAÇÃO O artefato de refração ocorre quando parte do feixe sonoro transmitido muda de direção em relação ao feixe incidente (desvio do feixe sonoro) ao passar através de uma interface altamente ecogênica grande e lisa, ou composta por tecidos de diferentes impedâncias acústicas FERRAMENTAS PARA EXECUÇÃO Existe a móvel ou fixa Necessário de computador para realizar laudo, calha, aparelho para tricotomia (entre pelos tem gás), gel (auxilia con- dução do som) Transdutores possuem inúmeros cristais que apresentam o efeito piezoelétrico: energia elétrica transformada em mecânica, e energia mecânica que retorna e transforma em elétrica novamente para aparecer na tela Transdutores são multifrequência: vão de baixa a alta frequência – quanto maior a frequência menor a profundidade alcança a onda sonora, enquanto menor a frequência maior a profundidade a onda sonora irá alcançar Todos os mamíferos possuem estes termos de correlação: 1. Baço sempre será hiperecogênico ao fígado, que será hiperecogênico ou isoecogênico ao cortical renal 2. Cortical renal X Medula renal: Ambas possuem uma proporção de 1:1, tendo a mesa medida 3. Avaliação de órgãos em duplicidade: comparando um com o outro Gato possui muita gordura perirrenal então pode tornar a cortical renal mais hiperecogênico em relação ao fígado Anamnese é um dos pontos mais importantes, sendo necessário conversar com o proprietário afim de buscar mais informações Em gestação a mineralização da coluna ocorre a partir dos 45 dias