Buscar

TEXTO 24 - AVALIAÇÃO DE RISCOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AVALIAÇÃO DE RISCOS 
Marcelo Vladimir Corrêa – Tenente Coronel da PMMG. 
 
 
Toda intervenção envolve algum tipo de risco potencial que deverá ser considerado 
pelo agente de segurança pública. O risco é a probabilidade de concretização de uma 
ameaça contra pessoa e bens; é incerto, mas previsível. Cada situação exigirá que ele 
mantenha-se no estado de prontidão compatível com a gravidade dos riscos que 
identificar. Uma ponderação prévia irá orientar o agente de segurança pública sobre a 
necessidade e o momento de iniciar a intervenção, escolhendo a melhor maneira para 
fazê-lo. 
 
Toda ação agente de segurança pública deverá ser precedida de uma avaliação dos 
riscos envolvidos, que consiste na análise da probabilidade da concretização do dano 
e de todos os aspectos de segurança que subsidiarão o processo de tomada de 
decisão em uma intervenção. 
 
O agente de segurança pública deverá ter em mente que, em qualquer processo de 
tomada de decisão em ambiente operacional, a polícia tem o dever funcional de servir 
e proteger a sociedade, preservar a ordem pública e incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, garantindo a vida, a dignidade e a integridade de todos1. 
 
Metodologia de avaliação de riscos 
 
Esta metodologia compreende cinco etapas, sendo elas: 
 
 
1 Inciso V do artigo 144 da Constituição Federal Brasileira e Identidade Organizacional da PMMG. 
 
 
a) Etapa 1 - Identificação de direitos e garantias2 sob ameaça: consiste em 
identificar quais são os indivíduos expostos ao risco, bens móveis e imóveis 
sujeitos a algum tipo de dano, as circunstâncias e o histórico dos fatos, 
comportamento das pessoas envolvidas, tipo de delito e a possibilidade de 
evolução do problema. 
 
b) Etapa 2 - Avaliação das ameaças: consiste em avaliar as características 
dos fatores que ameaçam direitos e garantias, identificar os pontos que 
possuem um maior potencial de se tornarem fontes reais de agressão e 
que, por isso, devem ser cautelosamente monitorados para garantir a 
segurança de todos os envolvidos. Para tanto, o agente de segurança 
pública deve: 
 Obter informações sobre o agressor em potencial e dos envolvidos 
(idade, sexo, compleição física, estado emocional e psicológico, 
motivação para o ato, armas empregadas, trajetória criminal, registro 
anterior de agressão ou ação contra policiais, entre outros). 
 Estar atento às condições do ambiente e a geografia urbana que 
podem interferir diretamente na intervenção agente de segurança 
pública, à presença de árvores, postes, caçambas, pontos de ônibus 
em alvenaria, hidrantes, rochas (podem servir como abrigos), à 
concentração de residências, presença de becos e vielas, às 
características do terreno (curvas e colinas, descampados e grandes 
retas) e ao fluxo de pessoas. 
 
c) Etapa 3 – Classificação de risco: a classificação de risco permite ao 
agente de segurança pública agir dentro de padrões de segurança, auxilia na 
 
2 Os direitos e garantias são os previstos na legislação internacional e na Constituição Federal de 1988. 
 
 
escolha do comportamento tático mais adequado, além de lhe propiciar 
melhores condições para assegurar direitos e proteger todos os envolvidos. A 
classificação de risco está estruturada em 3 níveis: 
 
 Risco Nível I: caracterizado pela reduzida possibilidade de ocorrerem 
ameaças que comprometem a segurança. Este nível de risco está presente 
em situações rotineiras e intervenções de caráter educativo e assistencial. 
 
 Risco Nível II: caracterizado pela real possibilidade de ocorrerem ameaças 
que comprometem a segurança. São situações nas quais o risco é 
conhecido, mas que a intervenção do agente de segurança pública ainda é 
de caráter preventivo. 
 
 Risco Nível III: caracterizado pela concretização do dano ou pelo grau 
de extensão da ameaça. São situações nas quais a intervenção agente 
de segurança pública é de caráter repressivo. 
 
d) Etapa 4 – Análise das vulnerabilidades: consiste em analisar os recursos 
que existem para responder à ameaça, dentre eles: 
 Competências profissionais dos agentes de segurança pública e da 
equipe como um todo para agir no cenário em função das técnicas e 
táticas adequadas aos tipos de ameaças; 
 Efetivo agente de segurança pública suficiente para atuar com 
supremacia de força; 
 Meios de que o agente de segurança pública dispõe para intervir 
de forma efetiva e segura (armamento, colete balístico, equipamento 
para comunicação, veículos, entre outros); 
 
 
 
e) Etapa 5 - Avaliação de possíveis resultados: é a análise da relação custo-
benefício da intervenção agente de segurança pública diante de cada situação 
de risco. Cabe ao agente de segurança pública deve calcular quais serão os 
resultados de suas ações e seus reflexos na defesa da vida e das pessoas, no 
reforço de um cenário de paz social e na imagem da sua instituição. 
 
Ao fazer a avaliação de risco, o agente de segurança pública tem subsídios para 
avaliar a oportunidade e conveniência de uma intervenção e decidir sobre a ação e o 
nível de força adequado para controlar a ameaça, seja por meio da verbalização, força 
física ou mesmo a força potencialmente letal, conforme as circunstâncias assim 
exigirem3. 
 
Aplicação 
 
A avaliação e classificação de risco possibilitam o uso de técnicas e táticas 
adequadas às diversas formas de intervenção agente de segurança pública. 
 
Para cada nível de risco determinado, haverá uma conduta operacional estabelecida 
como referência para a ação agente de segurança pública, cabendo-lhe selecionar os 
procedimentos mais adequados a cada situação. 
 
Cada atuação do agente de segurança pública é cercada de particularidades. Não 
existem intervenções iguais, contudo é possível desenhar um conjunto de “situações 
básicas” que podem servir de modelos aplicáveis ao treinamento. 
 
 
3Interpretação do princípio 4 dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo 
pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei (PBUFAF) e em conformidade com o artigo 3º 
do Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei (CCEAL). 
 
 
A sistematização das respostas esperadas a partir da identificação e classificação de 
riscos em uma intervenção agente de segurança pública viabiliza a seleção e a 
aplicação de procedimentos adequados à solução de problemas, como será visto na 
seção seguinte. 
 
Não é possível afastar completamente o risco em uma intervenção agente de 
segurança pública, mas o preparo mental, o treinamento e a obediência às normas 
técnicas garantem uma probabilidade maior de sucesso.

Outros materiais