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Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LIDB)

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CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 
1 Prof. Márcia Albuquerque 
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NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO - LIDB 
Primeira “pegadinha” para concurso: A Lei de Introdução ao
Código Civil é PARTE INTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL. Falso! 
A atual Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
(LIDB) – Lei 12.376/2010 NÃO É PARTE INTEGRANTE DO
CÓDIGO CIVIL, por uma simples razão, o CC é a Lei 10.406/2007 e
a LIDB é a Lei 12.376/2010. 
Lei 12.376/2010: Art. 1o Esta Lei altera a ementa do Decreto-Lei no 
4.657 (LICC), de 4 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de 
aplicação. 
Art. 2o A ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, 
passa a vigorar com a seguinte redação: 
“Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LIDB).” 
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
O Código Civil cuida de tratar das relações de ordem privada, entre
particulares e a LIDB é uma norma que trata sobre outras normas. 
Características da LIDB: 
* é um conjunto de normas sobre normas, pois, é uma lei que
disciplina outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de
aplicação e entendimento, sendo chamada de lei das leis (Lex
Legum); 
* é aplicável a todos os ramos do Direito, não apenas ao Direito
Civil; e 
* Os dispositivos da LIDB contém normas de sobredireito. 
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À LIDB trata de: 
* vigência e eficácia das normas jurídicas 
* conflito de leis no tempo 
* conflito de leis no espaço 
* critérios de hermenêutica jurídica (interpretação) 
* critérios de integração do ordenamento jurídico 
* normas de direito internacional público e privado 
Estrutura da LIDB - DIVISÃO: 
Art. 1º e 2º – Vigência das normas; 
Art. 3º – Obrigatoriedade geral e abstrata das normas; 
Art. 4º – Integração normativa; 
Art. 5º Interpretação das normas; 
Art. 6º – Aplicação da norma no tempo (Direito Intertemporal);
Art. 7º e seguintes – Aplicação da lei no espaço (Direito Espacial); 
VIGÊNCIA 
Princípio da vigência sincrônica: Art. 1
o
. Salvo disposição
contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada. 
A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas
para propagar efeitos, tão logo aconteçam no mundo fáctico, os
eventos que elas descrevem. 
Há normas que existem e que são válidas no sistema, mas não estão
vigentes. A despeito de ocorrerem os fatos previstos na hipótese da
norma, não se desencadeiam as consequências estipuladas no
mandamento. 
LIDB 
* Conjunto de normas sobre normas 
* Disciplina outras normas jurídicas 
* Lei das leis (Lex legum) 
* É aplicávela a todos os ramos do direito; 
* Contém normas de sobredireito 
* Não é parte integrante do Código Civil 
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Tais regras de direito não têm vigor, seja porque já o perderam, seja
porque ainda não o adquiriram. Em suma, a vigência é uma
"característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a
conduta por esta prescrita é exigível. 
Início da vigência 
Geralmente, uma norma entra em vigor no momento de publicação
do texto legal que a veicula. Porém, pode ser estabelecido no próprio
texto legislativo que a norma só passará a viger após certo período
de tempo contado a partir da publicação. Tal período é denominado
vacatio legis. 
Pelo PRINCIPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA a obrigatoriedade
da lei no país é simultânea, pois ela entra em vigor a um só
tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua
publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. 
Não há vigência progressiva da lei: a lei não entra em vigor, por
exemplo, em Manaus e Rio de Janeiro para depois entrar em vigor
nas demais Estados. 
A vigência da norma ocorre desde o início da validade da norma
até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazer
qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à
possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma. 
É possível que a lei não esteja em vigência, porém possua eficácia
(produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o 
Direito Penal e analisar o art. 3
o 
do Código Penal que trata da
aplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária: 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
- Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e
dia do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo. 
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- Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a
determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc. 
Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade: capacidade de,
após ser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos
ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja,
ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei excepcional ou
temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de
vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia). 
OBRIGATORIEDADE DA LEI BRASILEIRA NO ESTRANGEIRO 
Art. 1
o 
da LIDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar
em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicada. 
§ 1
o 
Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de
oficialmente publicada. 
§ 2
o 
Revogado. 
O estudo de um projeto de lei bem como o processo de elaboração e
seu nascimento é matéria de Direito Constitucional. Passa pelas
seguintes fases: 
1) Edição 
2) Processo Legislativo 
3) Sanção do Presidente da República 
4) Publicação 
5) Vigência 
Como ressaltada, as fases de edição e do processo legislativo são
estudadas pelo Direito Constitucional. 
A LIDB trata da publicação em diante da lei. Após a lei ser
sancionada, deve haver a sua publicação para que as pessoas tomem 
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conhecimento do seu conteúdo; e, consequentemente, o diploma
legal irá adquirir vigência (validade) estando apto a produzir efeitos. 
Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se
estabelece entre a publicação e a entrada em vigor da lei.
Neste intervalo de tempo a lei não produzirá efeitos, devendo incidir
a lei anterior no sistema. 
Existem três espécies de leis referentes de vacatio legis: 
1) Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande
repercussão, que, de acordo com o artigo 8.º da Lei Complementar n.
95/98, tem expressa disposição do período de vacatio legis. Exemplo:
a expressão contida em lei determinando "entra em vigor um ano
depois de publicada". 
2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em
consonância com o artigo 1.º da LIDB: no silêncio da lei entra em
vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no
estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial. 
3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena
repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo esta
estar expressa ao final do texto legal. 
LEI:VACATIO 
LEGIS 
ELABORAÇÃO --- SANÇÃO ---- PROMULGAÇÃO --- PUBLICAÇÃO ----45d----- VIGÊNCIA ----- REVOGAÇÃO 
Parág. 3 art.1 Parág. 4 art. 1 
Parág. 2 art. 2 
Vigência: é a lei estar “pronta” para produzir os efeitos; pode ser que 
não os produza de imediato. 
Eficácia: é a produção dos efeitos. 
Exequibilidade: é poder produzir seus efeitos. 
Aplicação: é fazer incidir a lei no caso concreto. 
Interpretar: é buscar o alcance, o significado da lei; pressupõe 
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existência de norma jurídica. 
Integração: preencher as lacunas quando a lei é omissa. 
VIGÊNCIA DA LEI = ART. 1° - regra = a lei diz quando entra
em vigor; no silêncio, a lei entra e vigor 45 dias após sua
publicação. 
Vacatio Legis 
DATA DA PUBLICAÇÃO --------------- 45 ------------------- ENTRADA EM VIGOR 
A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo 
8
o
, § 1
o 
da Lei Complementar 95/98, incluindo o dia da publicação e o
último dia na contagem do prazo. 
Art. 8
o
, § 1
o 
da LC 95/98: A contagem do prazo para entrada em
vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a
inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. 
ERRO NA LEI 
Art. 1
o 
da LIDB, § 3
o 
Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer
nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo
deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da
nova publicação. 
§ 4
o 
As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei
nova. 
LEI: VACATIO 
LEGIS 
ELABORAÇÃO --- SANÇÃO ---- PROMULGAÇÃO --- PUBLICAÇÃO ----45d----- VIGÊNCIA ----- REVOGAÇÃO 
Parág. 3 art.1 Parág. 4 art. 1 
Parág. 2 art. 2 
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Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando
divergência de interpretação, então poderemos observar situações
distintas por ocasião da correção de tal erro, dependendo de qual
fase se encontra o processo de criação da norma: 
1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida
sem maiores problemas; 
2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser
corrigida; no entanto, deverá contar novo período de vacatio legis; 
3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser
corrigida mediante uma nova norma de igual conteúdo. 
REVOGAÇÃO 
ATÉ QUANDO VIGORARÁ? ART. 2° 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até
que outra a modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
Regra 1. a lei é feita para viger por tempo indeterminado; só perde
sua eficácia se outra lei posterior a modificar ou revogar. 
Regra 2. a lei só se revoga por outra lei; não pode um regulamento,
uma portaria revogar a lei. 
QUAIS AS HIPÓTESES EM QUE UMA LEI POSTERIOR REVOGA A
ANTERIOR? ART. 2°, §2°: 
Espécies de Revogação: 
a) Revogação Expressa e Revogação Tácita 
b) Revogação total (ab-rogação) e Revogação parcial
(derrogação) 
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Revogação Expressa e Tácita: 
A) QUANDO EXPRESSAMENTE A LEI O DECLARE (expressa); 
B) QUANDO A LEI POSTERIOR COM ELA SE TORNAR
INCOMPATÍVEL (tácita) E 
C) QUANDO DISCIPLINA A MATÉRIA POR AQUELA TRATADA
(tácita). 
É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência porque outra
norma veio modificá-la ou revogá-la. A norma jurídica é permanente
e só poderá deixar de surtir efeitos se a ela sobrevier outra norma
que a revogue. O desuso não implica a perda da vigência da norma, e
sim, a perda de sua efetividade. 
Revogação total e parcial: 
Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode
ser: 
1) total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou 
2) parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é
revogada. 
Art. 2
o
. Princípio da Continuidade: Não se destinando à vigência
temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
Em regra as leis possuem efeito permanente: vigência por prazo
indeterminado, excetuando-se as leis com vigência temporária. 
Art. 2
o 
§ 1
o 
da LIDB: A lei posterior revoga a anterior quando
expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior. 
* Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os
dispositivos que estão sendo por ela revogados. 
* Revogação tácita ou indireta: esta se subdivide em dois tipos. 
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* Revogação tácita por incompatibilidade 
* Revogação tácita global (quando uma lei nova regula
inteiramente uma matéria tratada por uma lei anterior). 
Art. 3
o 
da LC 95/98 - A lei será estruturada em três partes básicas: 
I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o
preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de
aplicação das disposições normativas; 
II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de
conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada; 
III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes às
medidas necessárias à implementação das normas de conteúdo
substantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula
de vigência e a cláusula de revogação, quando couber. 
As disposições transitórias de uma lei estão inseridas na parte final e
não na parte normativa. 
CONFLITO ENTRE NORMAS = ANTINOMIA 
Três critérios devem ser utilizados para a solução dos conflitos entre
normas: 
1) hierárquico (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em
verificar qual das normas é superior, independentemente da data de
vigência das duas normas (exemplo: um regulamento não poderá
revogar uma lei ainda que entre em vigor após esta); 
2) cronológico (lex posterior derrogat legi priori): a norma que
entrar em vigor posteriormente irá revogar a norma anterior que
estava em vigor; 
3) especialidade (lex specialis derrogat legi generali): as normas
gerais não podem revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e 
instituída em norma especial. O art. 2
o
, § 2
o = 
princípio da 
conciliação. 
Art. 2
o
, § 2
o 
da LIDB: A lei nova, que estabeleça disposições
gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem
modifica a lei anterior. 
E por que não revoga? Porque é uma lei meramente interpretativa. 
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POR QUE NÃO REVOGA? Porque para a revogação só ocorre: Art. 2
o 
§ 
1
o 
da LIDB: A lei posterior revoga a anterior quando
expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior. 
De acordo com este princípio, se uma lei não contraria outra já
existente, então eles podem coexistir, não havendo a necessidade de
revogação. 
REPRISTINAÇÃO 
Art. 2
o
, § 3
o 
da LIDB: Salvo disposição em contrário, a lei
revogada não se restaura por ter a lei revogadoraperdido a
vigência. 
A regra é a não-restauração da norma: a impossibilidade de uma
norma jurídica, uma vez revogada, voltar a vigorar no sistema
jurídico pela simples revogação de sua norma revogadora. 
O motivo dessa não-restauração de normas é o controle do sistema
legal para que se saiba exatamente qual norma está em vigor. 
Admite-se, porém, a restauração expressa da norma, ou seja, uma
norma nova que faça tão-somente remissão à norma revogada
poderá restituir-lhe a vigência, desde que em sua totalidade. 
Lei revogada Lei revogadora Lei revogadora: revogada a Lei Y 
Ex: Temos uma Lei X. Posteriormente ela é revogada pela Lei Y.
Posteriormente a Lei Z revoga a Lei Y. O fato da da Lei Z ter
revogado a Lei Y, a Lei X volta automaticamente a ter vigência?
NÃO!!! 
A repristinação – para os países que a admite - é o fenômeno pelo
qual a lei revogada - Lei X - se restaura por ter a lei
revogadora – Lei Y - perdido a vigência. O Brasil NÃO aceita a
repristinação, SALVO SE FOR EXPRESSAMENTE pela Lei z, no 
LEI X LEI Y LEI Z 
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exemplo; SE A LEI Z com todas as letras disser expressamente que
está restaurada a Lei X. 
Sendo a Lei X revogada pela Lei Y e, posteriormente, a Lei Y 
revogada pela Lei Z, a Lei X volta a “ressuscitar”? irá ocorrer a 
repristinação? 
Caso a Lei Z disponha expressamente sobre o “renascimento” da Lei 
X, então é possível a repristinação, caso contrário, a Lei X continua
“revogada”. 
CONCLUSÃO: A regra é não ocorrer a repristinação,
entretanto, excepcionalmente, a lei revogada pode ser
restaurada se houver disposição expressa. 
CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO 
O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e
as velhas normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que
acaba de ser revogada. Isso porque alguns fatos iniciam-se sob a
égide de uma lei e só se extinguem quando outra nova está em vigor.
Para solucionar tais conflitos existem dois critérios: 
• disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo
novo concilia a nova norma com as relações já definidas pela norma
anterior; 
• princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para
atingir fatos e efeitos já consumados sob a lei antiga. 
Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de
acordo com a produção de efeitos, temos que eles podem ser: 
a) Pretéritos – são os que se constituíram na vigência de uma lei e
tem seus efeitos produzidos na vigência daquela lei. 
b) Futuros – são os que ainda não foram gerados. 
c) Pendentes – são os que foram constituídos na vigência de uma
lei anterior e não produziram todos os seus efeitos nela. 
Ex: Celebrei um contrato sob a égide da Lei X. Esse contrato embora
constituído na vigência da lei X, continua produzindo seus efeitos na
vigência da lei revogadora X e na vigência da Lei Y. Segundo o 
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Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é aplicada a lei
anterior, porque a lei posterior só se aplica para o futuro. 
O art. 6
o 
da LIDB, em regra, é irretroativa, devendo ser expedida
para disciplinar fatos futuros. Porém, a retroatividade da lei pode
ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, desde que respeite o
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Art. 6º da LIDB: A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei
vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou
alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do
exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso
julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito
difícil de ser estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico: 
• Ato Jurídico Perfeito: ato que já se consuma segundo a lei de seu
tempo 
• Direito Adquirido: direito incorporado ao patrimônio do particular. 
O ato jurídico perfeito é aquele que foi realizado sob o manto de
uma lei, e embora esta tenha sido revogada, o ato permanece
inalterado produzindo todos os efeitos. 
Direito adquirido é o já ingressou no patrimônio do indivíduo
(embora não o tivesse ainda exercido): pessoa que se aposenta
e, posteriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal
modificação não irá atingir aquele que já está aposentado. 
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CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO 
Eficácia da Lei no Espaço (Direito Internacional Privado) 
Tendo em vista a soberania nacional o Direito Brasileiro está
submetido ao Princípio da Territorialidade Moderada/Mitigada;
vale dizer: no território brasileiro aplica-se, em regra, a lei brasileira. 
Excepcionalmente, porém, é aplicável a norma estrangeira no
território brasileiro, desde que haja disposição legal expressa neste
sentido. 
ESTATUTO PESSOAL: artigo 7º - LIDB: aplica-se a lei do domicílio
para reger: 
I) nome; 
II) capacidade; 
III) personalidade; 
IV) IV) direito de família. 
BENS IMOVEIS: Conflito sobre bens imóveis situados fora do
Brasil aplica-se a lei do lugar onde estiver situado (art. 8º da
LINDB). Assim, execução hipotecária cujo bem hipotecado está no
Paraguai se submete à legislação paraguaia. 
CONTRATO INTERNACIONAL: O contrato internacional se reputa
formado onde residir o seu proponente, sendo esta a legislação
aplicável e o foro competente (art. 9º, §2º, LINDB). 
Enfatiza-se que este dispositivo apenas se aplica a contratos
internacionais. 
Para os contratos celebrados no Brasil há norma específica
reputando-os celebrados no local em que foi proposto (art. 435 do
CC/02); 
LEI SUCESSORIA: Aplica-se a lei sucessória mais benéfica para
sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil, quando
há herdeiros brasileiros (art. 10, § 1º da LINDB e 5º, XXXI CF/88).
Em outras palavras, quando o estrangeiro morre e deixa bens no
Brasil, a competência para processar e julgar a ação de inventário e
partilha desses bens é exclusiva do Brasil. Tal partilha, todavia, não
se fará necessariamente com base na lei brasileira, mas sim na lei
sucessória mais benéfica (art. 89, CPC). 
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SENTENÇA ESTRANGEIRA: As sentenças, cartas rogatórias e
laudos arbitrais estrangeiros podem ser executados no Brasil,
desde que: 
I) Homologação pelo STJ (exequatur), que se dá por
procedimento especial submetido às formalidades insculpidas nos
artigos 483 e 484 do CPC. Tal homologação é de competência do STJ
por força da Emenda Constitucional 45/04. 
II) Prova do Trânsito em Julgado da Sentença Estrangeira,
consoante orientação da súmula 420 do STF. 
III) Filtragem Constitucional, pois só é permitida a execução no
Brasil de sentença estrangeira compatível com a ordem interna, sob
pena de manifesta violação a soberania nacio 
Pela LIDB (arts. 7
o 
a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes
da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de
soberania dos Estados, por isso, é que a LIDB é considerada o
Estatuto de Direito Internacional Público e Privado. Toda lei, em
princípio, temseu campo de aplicação limitado no espaço pelas
fronteiras do Estado que a promulgou (princípio da
territorialidade). Porém, para facilitar as relações internacionais,
pode a lei ser admitida em território estrangeiro (além do território
nacional): princípio da extraterritorialidade. 
Pelo princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no
Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que
leis e sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil desde
que observadas as seguintes regras: 
1) não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os
bons costumes. 
2) não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur
(cumpra-se), ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a
sentença tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF. 
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TERRITORIALIDADE E EXTRATERRITORIALIDADE 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,
aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário,
quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte
para outros lugares. 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja
posse se encontre a coisa apenhada. 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em
que se constituirem. 
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo
de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da
lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em
que residir o proponente. 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as
sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se
constituirem. 
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou
estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo
Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer
natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de
funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou
susceptiveis de desapropriação. 
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios
necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes
consulares. 
Art. 13. (locus regit actum) A prova dos fatos ocorridos em país
estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios
de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei
brasileira desconheça. 
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EXTRATERRITORIALIDADE 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras
sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os
direitos de família. 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira
quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade
do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro
domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de
entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do
regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros
e dada esta adoção ao competente registro. 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges
forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da
data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial
por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato,
obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças
estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu
regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado,
decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças
estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir
todos os efeitos legais. 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-
se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou
curador aos incapazes sob sua guarda. 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no
lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. 
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Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a
natureza e a situação dos bens. 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações
relativas a imóveis situados no Brasil. 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e
segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências
deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei
desta, quanto ao objeto das diligências. 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem
a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
MEIOS DE INTEGRAÇÃO DAS NORMAS 
PREENCHIMENTO DA LACUNA JURÍDICA 
Princípio da indeclinabilidade de jurisdição, o juiz é obrigado a
decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa
forma, diante da ausência de lei regulando determinada situação jurídica,
faz-se necessário ao magistrado valer-se dos mecanismos de integração 
do ordenamento jurídico indicados pelo art. 4
o 
da LIDB. 
Art. 4
o 
da LIDB: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
Nos termos do art. 4
o 
da LIDB, tais MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO 
são: 
ORDEM DECRESCENTE: O juiz deve seguir a ordem. 
1) a Analogia 
2) os Costumes 
3) os Princípios Gerais do Direito. 
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Analogia: aplicação de outra lei prevista para um caso
semelhante. 
Veja o desenho: 
? não existe lei 
CASO A CASO A1 
Acompanhe o raciocínio: 
A Lei X regula o CASO concreto A. 
Na sociedade aconteceu o CASO A1, mas não há lei que o regule.
Provocada a jurisdição (através do direito de ação), pelo princípio da
indeclinabilidade da jurisdição, o Juiz não pode alegar que não vai julgar,
decidir o caso concreto com base na lacuna da lei. Nesse caso, aplica a
analogia. Em que consiste a analogia? 
O Juiz vai aplicar a Lei X ao CASO A1! 
CASO A1 
Exemplo concreto de uso, pelo Juiz, dos meios de integração: a lei até
bem pouco tempo não regulava os casos de “barriga de aluguel”, mas 
esses casos ocorriam. Apresentado o caso em juízo (antes da
regulamentação): quem era considerada a mãe? Aquela que emprestava
a barriga? Aquelaque fez a doação do óvulo? Enfim, o Juiz tinha que
julgar. 
Pois bem! Caso não haja a lei; caso não seja possível decidir o caso
concreto pela analogia (não há previsão de norma aplicada a um caso
semelhante), o Juiz decide, então, pelos costumes do lugar. 
Lei X 
Lei X 
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Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de
integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a
casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso
concretamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se
denomina anomia – falta de norma). 
A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica
(júris). Vejamos: 
a) Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que
regula caso semelhante; 
b) Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto
de normas para extrair elementos que possibilitem a aplicabilidade ao
caso concreto. 
Costumes: são os usos e as práticas reiteradas numa determinada
sociedade, numa determinada época. 
O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme,
em razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o
predomínio da lei escrita sobre a norma consuetudinária. 
Os costumes podem ser: 
1) Costume secundum legem: é o que auxilia a esclarecer o
conteúdo de certos elementos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei
delega ao costume a solução do caso concreto. 
Ex: art. 569, II do CC: “O locatário é obrigado a pagar 
pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de
ajuste, segundo o costume do lugar”. 
2) Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei.
Pode ser de dois tipos: 
- Consuetudo abrogatória: espécie de costume contra legem que se
caracteriza por ser uma prática contrária às normas legais. 
- Desuetudo: espécie de costume contra legem que consiste na falta
de efetividade da norma legal não revogada formalmente. 
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3) Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a
ausência ou lacuna da lei nos casos omissos. É o costume citado no 
art. 4
o 
da LIDB. 
Ex: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta 
não possui regulamentação legal. 
São condições indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade,
diuturnidade (constância na realização do ato, não implicando sanção),
moralidade e obrigatoriedade. 
Princípios Gerais do Direito: o ordenamento jurídico possui inúmeros
princípios, tanto explícitos (legalidade, impessoalidade, boa-fé,
moralidade, etc.), como implícitos (proporcionalidade, razoabilidade,
etc.). O Juiz deve, por último, se utilizar dos princípios gerais para
solucionar o caso concreto. 
Equidade significa justiça, que o Juiz confronte a lei e o fato e aplique
a lei atendendo os fins sociais e o bem comum. 
Mas ATENÇÃO! 
*O Juiz pode se utilizar da equidade? Sim, SÓ nos CASOS PREVISTO
EM LEI. A própria lei vai dizer: “nesse caso, o Juiz pode usar a equidade” 
ou “admite equidade”. 
**A equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do ordenamento
jurídico! São comuns as questões de concursos abordarem: “são meios 
de integração: a analogia, os costumes, os princípios gerais do direito e a
equidade” (errado). 
Repito a equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do ordenamento
jurídico! 
Equidade = justiça. A equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do 
ordenamento jurídico. 
Art. 127. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em
lei. 
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EQUIDADE: Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade nos
casos previstos em lei. 
HERMENÊUTICA JURÍDICA 
INTERPRETAÇÃO DA NORMA 
Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação da
linguagem jurídica. Serve para trazer os princípios e as regras que
são as ferramentas do intérprete. A aplicação, a prática das regras
hermenêuticas, é chamada exegese. 
INTERPRETAR: buscar o alcance, o significado da lei. 
Com base no art. 5
o 
da LIDB, ao utilizar os mecanismos de integração
para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o
juiz deve buscar a estabilidade social desejada. 
MEIOS DE INTEGRAÇÃO 
Analogia 
Costumes 
Princípios Gerais do Direito 
GERAIS DO DIREITOS DE 
EQUIDADE 
 NÃO É MEIO DE 
INTEGRAÇÃO 
 SÓ nos casos previstos em
lei 
INTEGRAÇÃO 
HÁ LEI 
INTERPRETAÇÃO 
NÃO HÁ LEI 
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APLICAÇÃO DA LEI: Art. 5
o 
da LIDB: Na aplicação da lei, o juiz
atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do
bem comum. 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO: 
QUANTO À FONTE: 
a) Autêntica: Emana do próprio legislador que editou a lei. 
b) Jurisprudencial: interpretação mansa, pacífica e reiterada dos
Tribunais. 
c) Doutrinária: interpretação dos doutrinadores (doutos, juristas) 
da ciência do Direito. 
QUANTO AO MEIO UTILIZADO 
Gramatical Leva-se em consideração a
literalidade da lei. 
Histórica Leva-se em consideração os fatos
históricos que antecederam a
criação da norma. 
Lógica Pesquisa-se o espírito do da lei
através dos fatores racionais, a
gênese histórica, a conexão com
outra norma e com todo o sistema. 
Teleológica Adapta-se o sentido ou finalidade da
norma às novas exigências sociais. 
Sistemática Entende-se o Direito como um todo,
como um sistema, comparando a
norma com outras espécies legais. 
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QUANTO AOS RESULTADOS 
Declarativa Quando a letra da lei corresponde
exatamente ao que o legislador
pensa. 
Extensiva Quando o legislador expõe na lei
menos do que pretendia dizer,
sendo necessário ampliar a
aplicação da lei. 
Restritiva Quando o legislador expõe na lei
mais do que pretendia dizer, sendo
necessário restringir a aplicação da
lei. 
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QUESTÕES 
Questão 01. (CESPE/2004/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) De
acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, uma lei nova, que
estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior; desse modo, o (advento do
novo Código Civil brasileiro não derrogou nem ab-rogou as
disposições da Lei n.º 8.866/1994. 
Gabarito: c 
Questão 02. (ESAF/AGU/Assistente Jurídico da União/1999) Assinale
a opção falsa. 
a) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código
Civil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil. 
b) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um 
conjunto de normas sobre normas. 
c) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito
Internacional Privado. 
d) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito
intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e estabilidade do
ordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas
em que o interesse individual prevalece. 
e) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de
hermenêutica jurídica. 
Como a questão é antiga, ainda menciona a expressão “Lei de 
Introdução ao Código Civil”, entretanto, pela atualizaçãoque ocorreu 
em dezembro de 2010, devemos ler “Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro” 
Análise das alternativas: 
(A) Errada. A LIDB é a Lei 12.376/2010 NÃO É PARTE
INTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL, por uma simples razão, o CC é a 
Lei 10.406/2007 e a LIDB é a Lei 12.376/2010 e não é parte
integrante do CC. 
(B) Correta. A LIDB é a lei das leis. 
(C) Correta. A partir do art. 7
o 
a LIDB trata de institutos pertinentes
ao Direito Internacional Privado e Direito Internacional Público. 
(D) Correta. A LIDB trata da vigência da lei no tempo cuidando das
situações de vacatio legis, início e fim da vigência. 
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(E) Correta. A hermenêutica é a arte de interpretar as leis e será
estudada mais adiante, ainda nesta aula. 
Gabarito: a. 
Questão 03. (ESAF/BACEN/Procurador/2001) Pelo princípio da
vigência sincrônica, 
a) a norma não tem possibilidade de ser aplicada, por depender de lei
posterior para produção de efeitos. 
b) a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entrará em vigor a
um só tempo em todo país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua
publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. 
c) a norma não será válida por si por relacionar-se com outras
normas. 
d) a norma pode ter eficácia sem ter vigência. 
e) a norma sempre terá eficácia residual. 
Comentários: 
Errada. A norma que depende outra norma para produzir efeitos é
chamada de norma de eficácia limitada (comentários na opção “D”). 
Certa. Conforme definição apresentada. 
(C) Errada. Toda norma se relaciona com outras, de modo a, juntas,
formarem o ordenamento jurídico. 
(D) Errada. Apesar da afirmativa estar correta, não se relaciona com
o princípio da vigência sincrônica. 
A vigência da norma ocorre desde o início da validade da norma
até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazer
qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à
possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma. 
É possível que a lei não esteja em vigência, porém possua eficácia
(produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o 
Direito Penal e analisar o art. 3
o 
do Código Penal que trata da
aplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária: 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
- Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e
dia do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo. 
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- Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a
determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc. 
Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade: capacidade de,
após ser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos
ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja,
ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei excepcional ou
temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de
vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia). 
(E) Errada. Não se refere ao princípio da vigência sincrônica. 
Gabarito: Letra B. 
Questão 04. (ESAF/SERPRO/Analista/2001) Pelo princípio da vigência
sincrônica: 
a) a norma é efetiva quando ocorrer o comportamento que ela
configura e a consequência jurídica que ela prevê. 
b) a norma pode ter efeito repristinatório. 
c) a lei entrará em vigor a um só tempo em todo o país. 
d) a lei nova tem força obrigatória antes do decurso da vacatio legis. 
e) não há obrigatoriedade da lei revogada durante a vacatio legis. 
Gabarito: c 
Questão 05. (ESAF/IRB/Advogado/2006) Se uma lei for publicada no
dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela
entrará em vigor no dia 
a) 16 de janeiro. 
b) 15 de janeiro. 
c) 20 de janeiro. 
d) 18 de janeiro. 
e) 17 de janeiro. 
Início: 02/01 até dia 16/01.
Resposta dia 17/01: e 
Questão 06. (ESAF - Fiscal de Tributos Estaduais – SEFA-PA – 2002)
Os atos que forem praticados de conformidade com a antiga norma,
no período que decorre entre a publicação da lei nova e o início de
sua vigência, não terão validade. 
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Comentários: Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não
produz efeitos, ou seja, ainda não tem vigência. Dessa forma,
enquanto a lei nova ainda não entrar em vigor ela não será
obrigatória e os atos praticados de acordo com a lei antiga serão
plenamente válidos. 
Gabarito: Errada. 
Questão 07. (ESAF/AFRFB/Auditor-Fiscal/2009) Se, durante a vacatio
legis, vier a norma a ser corrigida em seu texto, que contém erros
substanciais, suscetíveis de modificar parcial ou totalmente o seu
sentido, ensejando nova publicação, o prazo nela mencionado para
sua entrada em vigor ou, não o havendo, os prazos de 45 dias e 3
meses começam a correr da nova publicação. 
Gabarito: c 
Questão 08. (ESAF/MPU/Analista Processual/2004) Derrogação é 
a) a aplicabilidade da norma no espaço delimitado pelas fronteiras do
Estado. 
b) a supressão total da norma anterior. 
c) o fato de a norma atingir os efeitos de atos jurídicos praticados sob
o império da norma revogada. 
d) a não-aplicabilidade da lei nova a qualquer situação jurídica
constituída anteriormente. 
e) tornar sem efeito uma parte da norma. 
Gabarito: e 
Questão 09. (ESAF/AFT/Auditor-Fiscal do Trabalho/2003) A
derrogação é a supressão total da norma anterior. 
Gabarito: Errada. A derrogação é a supressão parcial. 
Questão 10. (ESAF/CGU/Correição/2006) A derrogação é a supressão
total da norma anterior e a ab-rogação torna sem efeito uma parte da
norma. 
Gabarito: Errada. As características de derrogação e ab-rogação
estão invertidas. 
Questão 11. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Revogar é tornar sem
efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade no todo, caso em
que se tem a derrogação, ou em parte, hipótese em que se configura
a ab-rogação. 
Gabarito: Errada. As características de derrogação e ab-rogação
estão invertidas. 
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Questão 12. (ESAF/TRT 7
a 
Região/Juiz Substituto/2005) O princípio
da continuidade assim se enuncia: 
a) a norma revogada continua vinculante para os casos anteriores à
sua revogação. 
b) a norma atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o
império da lei revogada. 
c) não se destinando à vigência temporária, a norma estará em vigor
enquanto não surgir outra que a altere ou revogue. 
d) há incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, se a nova regular
inteiramente a matéria tratada pela anterior. 
e) a norma só obriga no espaço nacional, ou seja, no seu território,
mas suas águas e na sua atmosfera. 
Comentários: 
(A) Errada. Se refere ao princípio da ultratividade. 
(B) Errada. Se refere ao princípio da retroatividade. 
(C) Correta. Se refere ao princípio da continuidade. 
(D) Errada. Se refere à revogação tácita. 
(E) Errada. Se refere ao princípio da territorialidade. 
Gabarito: c 
Questão 13. (ESAF/MP-CE/Promotor de Justiça/2001) A vigência da
lei orçamentária, que estabelece a despesa e a receita nacional pelo
período de um ano, cessará 
a) pelo decurso do tempo 
b) pela consecução do fim a que se propõe 
c) por revogaçãoexpressa 
d) por revogação tácita 
e) pelo término do estado de coisas não permanentes 
Comentários: A lei orçamentária é um clássico exemplo de lei
temporária, dessa forma, para que ocorra o fim de sua vigência, não
é necessária outra lei. Basta que transcorra o lapso temporal de um
ano. 
Gabarito: a 
Questão 14. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Se a
lei fixar prazo final de sua vigência, completado este ela não mais
produzirá efeitos. 
Comentários: Como regra, a lei ao completar sua vigência deixa de
produzir efeitos, ou seja, também perde a eficácia. Porém, para as 
leis excepcionais e temporárias (art. 3
o 
do Código Penal), é possível a
produção de efeitos, mesmo após o fim da vigência, em decorrência
da ultratividade. 
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Gabarito: Correta 
Art. 2
o 
§ 1
o 
da LIDB - A lei posterior revoga a anterior quando
expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior. 
* Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os
dispositivos que estão sendo por ela revogados. 
* Revogação tácita ou indireta: esta se subdivide em dois tipos. 
* Revogação tácita por incompatibilidade 
* Revogação tácita global (quando uma lei nova regula
inteiramente uma matéria tratada por uma lei anterior). 
Questão 15. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) A
cláusula de revogação deverá enumerar expressamente as leis ou
disposições legais revogadas. 
Gabarito: Correta. Conforme o art. 9
o 
da LC 95/98. 
Questão 16. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) As
disposições transitórias são elaboradas pelo legislador no próprio
texto normativo para conciliar a nova norma com as relações já
definidas pela anterior. 
Art. 3
o 
da LC 95/98 - A lei será estruturada em três partes básicas: 
I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o
preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de
aplicação das disposições normativas; 
II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de
conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada; 
III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes às
medidas necessárias à implementação das normas de conteúdo
substantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula
de vigência e a cláusula de revogação, quando couber. 
As disposições transitórias de uma lei estão inseridas na parte final e
não na parte normativa. 
Gabarito: posição da ESAF: Correta 
Questão 17. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) O
critério lex posterior derogat legi priori significa que, de duas normas
do mesmo escalão, a última prevalece sobre a anterior. 
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Gabarito: Correta, (critério cronológico). 
Questão 18. (FCC/TCE-AL/Procurador/2008) O servidor X contava
treze (13) anos de serviço público estadual, quando entrou em vigor
nova lei, que aboliu adicionais sobre os vencimentos a cada cinco 
(05) anos de serviço. Neste caso, X 
(A) manterá sem seu patrimônio o equivalente aos dois (02)
adicionais pelos dez (10) anos completos e mais 30% (trinta por
cento) do adicional pelo período seguinte de cinco (05) anos que
estava em curso. 
(B) a partir da nova lei, perderá os adicionais que havia conquistado,
pois só tem direito adquirido àqueles vencidos, que, eventualmente,
estivessem pendentes 
de pagamento. 
(C) continuará adquirindo o direito aos adicionais a cada cinco (05)
anos de serviço, que se completarem. 
(D) adquirirá apenas mais um adicional, quando se completar o
terceiro período de cinco (05) anos. 
(E) manterá em seu patrimônio dois (02) adicionais, mas não obterá
o terceiro. 
Comentários: os dois primeiros adicionais, cujo tempo já foi
completado, representam direitos adquiridos e não serão perdidos
por esta razão. 
Por outro lado, o terceiro adicional, cujo período ainda estava em
andamento, não irá gerar um caso de direito adquirido e será
perdido. 
Gabarito: e 
Questão 19. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) É retroativa a
norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o
império da norma revogada. 
Comentários: a lei nova é criada para regular situações futuras,
entretanto, não é proibido por nosso ordenamento jurídico que a
norma regule situações pretéritas, desde que respeite o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Isso se deve ao
princípio da segurança jurídica ou da estabilidade social. 
Gabarito: Correta 
Questão 20. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) É irretroativa a
norma que se aplica a qualquer situação jurídica constituída
anteriormente. 
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Gabarito: Errada. Se a lei está regulando uma situação constituída
antes de adquirir vigência, então ela é retroativa. 
Questão 21. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) O princípio da
territorialidade é, no Brasil, aplicado de modo absoluto. 
Gabarito: Errada. Existem exceções onde a lei estrangeira é
aplicada. 
Questão 22. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2003) O princípio da
territorialidade pode e deve ser sempre aplicado de modo absoluto. 
Gabarito: Errada. Existem exceções onde a lei estrangeira é
aplicada. 
Questão 23. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O penhor regula-se pela lei
do país em que se contraiu o contrato de penhor. 
Comentários: Art. 8
o 
§ 2
o 
da LIDB - O penhor regula-se pela lei do
domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa
apenhada. 
O penhor, assim como a hipoteca, são direitos reais de garantia sobre
coisa alheia. O penhor é utilizado para bens móveis, ao passo que a
hipoteca é utilizada para bens imóveis. Ambos institutos jurídicos são
utilizados para garantia de uma dívida. 
No penhor comum a posse da coisa móvel é transferida ao credor que
fica com o direito de vendê-la caso a dívida não seja paga. 
Conforme observamos no dispositivo legal acima, se a posse da coisa
empenhada é exercida fora do Brasil, então tal contrato de penhor
deverá ser regulado pelas leis do país onde for domiciliada a pessoa que
tem tal posse, consagrando a extraterritorialidade. 
Gabarito: Errada. 
Questão 24. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) À autoridade judiciária
brasileira, exclusivamente, compete conhecer das ações relativas a
imóveis situados no Brasil. 
Comentários: Art. 12, § 1
o 
da LIDB - Só à autoridade judiciária brasileira
compete conhecer das ações, relativas a imóveis situados no Brasil.
Conclui-se que a ação relativa a bens imóveis situados no Brasil obedece
o princípio lex rei sitae (lei da situação da coisa). 
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Gabarito: Correta 
Questão 25. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O estatuto pessoal, no
Brasil, baseia-se na lei do domicílio, que é o elemento de conexão
indicativo da lei competente para reger conflitos de lei no espaço
concernentes aos direitos de família. 
Comentários: Art. 7
o 
da LIDB - A lei do país em que domiciliada a pessoa
determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
capacidade e os direitos de família. 
Para reger os conflitos concernentes ao Direito de Família, deve-se
observar a lei do país onde domiciliada a pessoa, de modo que, se duas
pessoas forem domiciliadas no Brasil, então a lei brasileira deverá dirimir
algum possível conflito existente, independenteda nacionalidade. 
Exemplificando, se um homem alemão se casa com uma mulher italiana
e, os dois são domiciliados no Brasil, então deve-se observar a lei
brasileira na celebração do casamento. 
Gabarito: Correta 
Questão 26. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) Os meios de preenchimento
de lacuna são indicados pela própria lei. 
Gabarito: Correta. Art. 4
o 
da LIDB. 
Questão 27. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Para a integração
jurídica, em caso de lacuna, o juiz poderá fazer uso da analogia, do
costume e dos princípios gerais de direito. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Deve o juiz observar a respectiva ordem para utilização
dos mecanismos; ou seja, primeiro a analogia e por último os princípios
gerais de direito. 
Questão 28. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Para integrar a lacuna o
juiz recorre, preliminarmente, à analogia, que consiste em aplicar a um
caso não previsto de modo direto ou específico por uma norma jurídica
uma norma que prevê hipótese distinta, mas semelhante ao caso não
contemplado. 
Gabarito: Correta. 
Comentários: OBSERVAÇÃO SOBRE A EQUIDADE !!!! 
Apesar do art. 4
o 
da LIDB não mencionar a equidade, ela pode funcionar
como último mecanismo para integração do ordenamento jurídico, 
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quando expressamente autorizada pela lei. 
Diante da ausência de lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e
dos princípios gerais de direito, e, prevendo a lei a possibilidade do uso
da equidade, o magistrado, para fazer valer o princípio da
indeclinabilidade de jurisdição pode utilizá-la. 
Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em
lei. 
Gabarito: Correta. Conforme comentários, a ordem deve ser seguida 
EQUIDADE: Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade nos
casos previstos em lei. 
Questão 29. (ESAF/CGU/Correição/2006) O juiz só decidirá por equidade
nos casos previstos em lei. 
Comentários: A equidade não é meio de integração, de suprir a lacuna da
lei, apenas auxilia nesta missão. Traduz no senso de justiça ao adaptar
razoavelmente a lei ao caso concreto. Ou seja, a equidade representa a
justiça prudentemente aplicada ao caso e só pode ser usada quando
expressamente permitida pela lei. 
Gabarito: Correta. 
Questão 30. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) A analogia juris
estriba-se em um conjunto de normas para extrair elementos que
possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas
similar ao previsto. 
Gabarito: Correta. 
Questão 31. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) A analogia "juris" é
a aplicação de uma norma, que rege caso semelhante ao não
previsto. 
Gabarito: Errada. Trata-se da analogia legal (legis). 
Questão 32. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) A analogia júris
estriba-se num conjunto de normas para extrair elementos que
possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas
similar. 
Gabarito: Correta. 
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33. (ESAF/TRT 7
a 
Região/Juiz Substituto/2005) A analogia júris
estriba-se num conjunto de normas, para extrair elementos que
possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não contemplado,
mas similar. 
Gabarito: Correta. 
34. (ESAF/BACEN/Procurador/2002) No mercado de Barretos (Estado
de São Paulo), os negócios de gado, por mais avultados que sejam,
celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente, dando origem
a: 
a) princípio geral de direito 
b) costume praeter legem 
c) costume contra legem 
d) desuso 
e) costume secundum legem 
Comentários: Nos termos do art. 227 do CC, os negócios jurídicos
que ultrapassem o valor de dez salários mínimos não admitem prova
exclusivamente testemunhal (verbal). 
Os negócios jurídicos superiores a 10 salários mínimos deverem ser
celebrados na forma escrita, em decorrência do grande valor, não
podendo ser celebrado verbalmente, contrariando a lei. 
Gabarito: c 
Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou
lacuna da lei nos casos omissos. É o costume citado no art. 4
o 
da 
LIDB. 
Ex: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta 
não possui regulamentação legal. 
Questão 35. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O costume praeter
legem, previsto no art. 4
o 
da Lei de Introdução ao Código Civil, por
revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos. 
Gabarito: Correta 
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Questão 36. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) São condições para
a vigência do costume sua continuidade, diuturnidade e não-
obrigatoriedade. 
Comentários: O costume deriva da longa prática uniforme, constante,
pública e geral de determinado ato, com a convicção de sua
necessidade jurídica. São, pois, condições indispensáveis à sua
vigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constância na
realização do ato, não implicando sanção), moralidade e
obrigatoriedade. 
Gabarito: Errado. 
Questão 37. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Não há
possibilidade de existirem, no ordenamento jurídico, princípios e
normas latentes capazes de solucionar situações não previstas,
expressamente pelo legislador. 
No art. 4
o 
da LIDB estão previstos os princípios gerais de direito como
mecanismo de integração do ordenamento jurídico. Dessa forma, na
lacuna da lei, é possível que o magistrado utilize princípios como a
razoabilidade e a proporcionalidade. 
Gabarito: Errada. 
Questão 38. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Os princípios gerais
de direito não são normas de valor genérico, nem orientam a
compreensão do direito, em sua aplicação e integração. 
Comentários: Os princípios gerais de direito são os pressupostos
lógicos e necessários das diversas normas legislativas existentes.
Dessa forma, os princípios gerais de direito são encontrados nas
normas e orientam a compreensão do direito, em sua aplicação e
integração. 
Gabarito: Errada. 
Questão 39. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) Os princípios gerais
de direito são normas de valor genérico que orientam a compreensão
do ordenamento jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou
não positivadas. 
Gabarito: Correta 
Questão 40. (ESAF/CGU/Correição/2006) A hermenêutica é a teoria
científica da arte de interpretar. 
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Gabarito: Correta 
Comentários: Não se deve confundir integração da lei com
interpretação da lei. Na primeira a lei não regula determinado fato,
ao passo que, na segunda, a lei regula, mas não é cristalina e
precisa. Quando a lei não permite a exata compreensão da ordem,
faz-se necessário o seu exercício interpretativo buscando alcançar o
seu real sentido. 
INTERPRETAR: buscar o alcance, o significado da lei. 
Com base no art. 5
o 
da LIDB, ao utilizar os mecanismos de integração
para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o
juiz deve buscar a estabilidade social desejada. 
Art. 5
o 
da LIDB - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a
que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
Questão 41. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O juiz atenderá aos
fins sociais a que a lei se dirige. 
Gabarito: Correta. 
Questão 42. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O aplicador da norma
deverá perscrutar as necessidades práticas da vida social e a
realidade sócio cultural, sem olvidar a valoração objetiva. 
Gabarito: Correta. Conforme o art. 5
o 
da LIDB. 
Questão43. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O art. 5º da Lei de
Introdução ao Código Civil permite corrigir a inadequação da norma à
realidade fático-social e aos valores positivados, harmonizando o
abstrato e rígido da norma com a realidade concreta, mitigando o seu
rigor, corrigindo-lhe os desacertos, ajustando-a do melhor modo
possível ao caso emergente. 
INTEGRAÇÃO 
HÁ LEI 
INTERPRETAÇÃO 
NÃO HÁ LEI 
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Gabarito: Correta, art. 5
o 
da LIDB. 
Questão 44. (ESAF/TCU/Analista de Controle Externo/2000) Quando
o aplicador da norma vier a reconduzi-la ao campo de aplicação que
corresponde ao fim que pretende obter, porque foi formulada de
modo amplo, ter-se-á uma 
a) interpretação declarativa. 
b) interpretação teleológica. 
c) interpretação restritiva. 
d) interpretação sistemática. 
e) interpretação extensiva. 
Gabarito: c 
Questão 45. (ESAF/TRT 7
a 
Região/Juiz Substituto/2005) A anologia
júris é o argumento consistente em ter por ordenado ou permitido, de
modo implícito, algo menor do que o que está determinado ou
autorizado expressis verbis. 
Gabarito: Errada. Trata-se da interpretação restritiva e não da
analogia júris. 
Questão 46. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) a interpretação
sistemática atende ao espírito da lei, procurando apurar o sentido e a
finalidade da norma, com abandono dos elementos puramente
verbais. 
Gabarito: Errada. A questão trata da interpretação teleológica. 
Questão 47. (ESAF/CGU/Correição/2006) A técnica interpretativa
lógica pretende desvendar o sentido e o alcance da norma, mediante
seu estudo, por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da
lei e combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita
compatibilidade. 
Gabarito: Correta. 
Questão 48. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) Ter-se-á
interpretação declarativa ou especificadora, apenas quando houver
correspondência entre a expressão linguístico-legal e a voluntas legis,
sem que haja necessidade de dar ao comando normativo um alcance
ou sentido mais amplo ou mais restrito. 
Gabarito: Correta. 
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LISTA DAS QUESTOES APRESENTADAS 
Questão 01. (CESPE/2004/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) De
acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, uma lei nova, que
estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior; desse modo, o (advento do
novo Código Civil brasileiro não derrogou nem ab-rogou as
disposições da Lei n.º 8.866/1994. 
Questão 02. (ESAF/AGU/Assistente Jurídico da União/1999) Assinale
a opção falsa. 
a) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código
Civil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil. 
b) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um 
conjunto de normas sobre normas. 
c) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito
Internacional Privado. 
d) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito
intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e estabilidade do
ordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas
em que o interesse individual prevalece. 
e) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de
hermenêutica jurídica. 
Questão 03. (ESAF/BACEN/Procurador/2001) Pelo princípio da
vigência sincrônica, 
a) a norma não tem possibilidade de ser aplicada, por depender de lei
posterior para produção de efeitos. 
b) a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entrará em vigor a
um só tempo em todo país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua
publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. 
c) a norma não será válida por si por relacionar-se com outras
normas. 
d) a norma pode ter eficácia sem ter vigência. 
e) a norma sempre terá eficácia residual. 
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Questão 04. (ESAF/SERPRO/Analista/2001) Pelo princípio da vigência
sincrônica: 
a) a norma é efetiva quando ocorrer o comportamento que ela
configura e a consequência jurídica que ela prevê. 
b) a norma pode ter efeito repristinatório. 
c) a lei entrará em vigor a um só tempo em todo o país. 
d) a lei nova tem força obrigatória antes do decurso da vacatio legis. 
e) não há obrigatoriedade da lei revogada durante a vacatio legis. 
Questão 05. (ESAF/IRB/Advogado/2006) Se uma lei for publicada no
dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela
entrará em vigor no dia 
a) 16 de janeiro. 
b) 15 de janeiro. 
c) 20 de janeiro. 
d) 18 de janeiro. 
e) 17 de janeiro. 
Questão 06. (ESAF - Fiscal de Tributos Estaduais – SEFA-PA – 2002)
Os atos que forem praticados de conformidade com a antiga norma,
no período que decorre entre a publicação da lei nova e o início de
sua vigência, não terão validade. 
Questão 07. (ESAF/AFRFB/Auditor-Fiscal/2009) Se, durante a vacatio
legis, vier a norma a ser corrigida em seu texto, que contém erros
substanciais, suscetíveis de modificar parcial ou totalmente o seu
sentido, ensejando nova publicação, o prazo nela mencionado para
sua entrada em vigor ou, não o havendo, os prazos de 45 dias e 3
meses começam a correr da nova publicação. 
Questão 08. (ESAF/MPU/Analista Processual/2004) Derrogação é 
a) a aplicabilidade da norma no espaço delimitado pelas fronteiras do
Estado. 
b) a supressão total da norma anterior. 
c) o fato de a norma atingir os efeitos de atos jurídicos praticados sob
o império da norma revogada. 
d) a não-aplicabilidade da lei nova a qualquer situação jurídica
constituída anteriormente. 
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e) tornar sem efeito uma parte da norma. 
Questão 09. (ESAF/AFT/Auditor-Fiscal do Trabalho/2003) A
derrogação é a supressão total da norma anterior. 
Questão 10. (ESAF/CGU/Correição/2006) A derrogação é a supressão
total da norma anterior e a ab-rogação torna sem efeito uma parte da
norma. 
Questão 11. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Revogar é tornar sem
efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade no todo, caso em
que se tem a derrogação, ou em parte, hipótese em que se configura
a ab-rogação. 
Questão 12. (ESAF/TRT 7
a 
Região/Juiz Substituto/2005) O princípio
da continuidade assim se enuncia: 
a) a norma revogada continua vinculante para os casos anteriores à
sua revogação. 
b) a norma atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o
império da lei revogada. 
c) não se destinando à vigência temporária, a norma estará em vigor
enquanto não surgir outra que a altere ou revogue. 
d) há incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, se a nova regular
inteiramente a matéria tratada pela anterior. 
e) a norma só obriga no espaço nacional, ou seja, no seu território,
mas suas águas e na sua atmosfera. 
Questão 13. (ESAF/MP-CE/Promotor de Justiça/2001) A vigência da
lei orçamentária, que estabelece a despesa e a receita nacional pelo
período de um ano, cessará 
a) pelo decurso do tempo 
b) pela consecução do fim a que se propõe 
c) por revogação expressa 
d) por revogação tácita 
e) pelo término do estado de coisas não permanentes 
Questão 14. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Se a
lei fixar prazo final de sua vigência, completado este ela não mais
produzirá efeitos. 
Questão 15. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) A
cláusula de revogação deverá enumerar expressamenteas leis ou
disposições legais revogadas. 
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Questão 16. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) As
disposições transitórias são elaboradas pelo legislador no próprio
texto normativo para conciliar a nova norma com as relações já
definidas pela anterior. 
Questão 17. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) O
critério lex posterior derogat legi priori significa que, de duas normas
do mesmo escalão, a última prevalece sobre a anterior. 
Questão 18. (FCC/TCE-AL/Procurador/2008) O servidor X contava
treze (13) anos de serviço público estadual, quando entrou em vigor
nova lei, que aboliu adicionais sobre os vencimentos a cada cinco 
(05) anos de serviço. Neste caso, X 
(A) manterá sem seu patrimônio o equivalente aos dois (02)
adicionais pelos dez (10) anos completos e mais 30% (trinta por
cento) do adicional pelo período seguinte de cinco (05) anos que
estava em curso. 
(B) a partir da nova lei, perderá os adicionais que havia conquistado,
pois só tem direito adquirido àqueles vencidos, que, eventualmente,
estivessem pendentes 
de pagamento. 
(C) continuará adquirindo o direito aos adicionais a cada cinco (05)
anos de serviço, que se completarem. 
(D) adquirirá apenas mais um adicional, quando se completar o
terceiro período de cinco (05) anos. 
(E) manterá em seu patrimônio dois (02) adicionais, mas não obterá
o terceiro. 
Questão 19. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) É retroativa a
norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o
império da norma revogada. 
Questão 20. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) É irretroativa a
norma que se aplica a qualquer situação jurídica constituída
anteriormente. 
Questão 21. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) O princípio da
territorialidade é, no Brasil, aplicado de modo absoluto. 
Questão 22. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2003) O princípio da
territorialidade pode e deve ser sempre aplicado de modo absoluto. 
Questão 23. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O penhor regula-se pela lei
do país em que se contraiu o contrato de penhor. 
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Questão 24. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) À autoridade judiciária
brasileira, exclusivamente, compete conhecer das ações relativas a
imóveis situados no Brasil. 
Questão 25. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O estatuto pessoal, no
Brasil, baseia-se na lei do domicílio, que é o elemento de conexão
indicativo da lei competente para reger conflitos de lei no espaço
concernentes aos direitos de família. 
Questão 26. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) Os meios de preenchimento
de lacuna são indicados pela própria lei. 
Questão 27. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Para a integração
jurídica, em caso de lacuna, o juiz poderá fazer uso da analogia, do
costume e dos princípios gerais de direito. 
Questão 28. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Para integrar a lacuna o
juiz recorre, preliminarmente, à analogia, que consiste em aplicar a um
caso não previsto de modo direto ou específico por uma norma jurídica
uma norma que prevê hipótese distinta, mas semelhante ao caso não
contemplado. 
Questão 29. (ESAF/CGU/Correição/2006) O juiz só decidirá por equidade
nos casos previstos em lei. 
Questão 30. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) A analogia juris
estriba-se em um conjunto de normas para extrair elementos que
possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas
similar ao previsto. 
Questão 31. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) A analogia "juris" é
a aplicação de uma norma, que rege caso semelhante ao não
previsto. 
Questão 32. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) A analogia júris
estriba-se num conjunto de normas para extrair elementos que
possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas
similar. 
33. (ESAF/TRT 7
a 
Região/Juiz Substituto/2005) A analogia júris
estriba-se num conjunto de normas, para extrair elementos que 
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possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não contemplado,
mas similar. 
34. (ESAF/BACEN/Procurador/2002) No mercado de Barretos (Estado
de São Paulo), os negócios de gado, por mais avultados que sejam,
celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente, dando origem
a: a) princípio geral de direito 
b) costume praeter legem 
c) costume contra legem 
d) desuso 
e) costume secundum legem 
Questão 35. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O costume praeter
legem, previsto no art. 4
o 
da Lei de Introdução ao Código Civil, por
revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos. 
Questão 36. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) São condições para
a vigência do costume sua continuidade, diuturnidade e não-
obrigatoriedade. 
Questão 37. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Não há
possibilidade de existirem, no ordenamento jurídico, princípios e
normas latentes capazes de solucionar situações não previstas,
expressamente pelo legislador. 
Questão 38. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Os princípios gerais
de direito não são normas de valor genérico, nem orientam a
compreensão do direito, em sua aplicação e integração. 
Questão 39. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) Os princípios gerais
de direito são normas de valor genérico que orientam a compreensão
do ordenamento jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou
não positivadas. 
Questão 40. (ESAF/CGU/Correição/2006) A hermenêutica é a teoria
científica da arte de interpretar. 
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Questão 41. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O juiz atenderá aos
fins sociais a que a lei se dirige. 
Questão 42. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O aplicador da norma
deverá perscrutar as necessidades práticas da vida social e a
realidade sócio cultural, sem olvidar a valoração objetiva. 
Questão 43. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O art. 5º da Lei de
Introdução ao Código Civil permite corrigir a inadequação da norma à
realidade fático-social e aos valores positivados, harmonizando o
abstrato e rígido da norma com a realidade concreta, mitigando o seu
rigor, corrigindo-lhe os desacertos, ajustando-a do melhor modo
possível ao caso emergente. 
Questão 44. (ESAF/TCU/Analista de Controle Externo/2000) Quando
o aplicador da norma vier a reconduzi-la ao campo de aplicação que
corresponde ao fim que pretende obter, porque foi formulada de
modo amplo, ter-se-á uma 
a) interpretação declarativa. 
b) interpretação teleológica. 
c) interpretação restritiva. 
d) interpretação sistemática. 
e) interpretação extensiva. 
Questão 45. (ESAF/TRT 7
a 
Região/Juiz Substituto/2005) A anologia
júris é o argumento consistente em ter por ordenado ou permitido, de
modo implícito, algo menor do que o que está determinado ou
autorizado expressis verbis. 
Questão 46. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) a interpretação
sistemática atende ao espírito da lei, procurando apurar o sentido e a
finalidade da norma, com abandono dos elementos puramente
verbais. 
Questão 47. (ESAF/CGU/Correição/2006) A técnica interpretativa
lógica pretende desvendar o sentido e o alcance da norma, mediante
seu estudo, por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da
lei e combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita
compatibilidade. 
Questão 48. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) Ter-se-á
interpretação declarativa ou especificadora, apenas quando houver
correspondência

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