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CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 1 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO - LIDB Primeira “pegadinha” para concurso: A Lei de Introdução ao Código Civil é PARTE INTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL. Falso! A atual Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LIDB) – Lei 12.376/2010 NÃO É PARTE INTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL, por uma simples razão, o CC é a Lei 10.406/2007 e a LIDB é a Lei 12.376/2010. Lei 12.376/2010: Art. 1o Esta Lei altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657 (LICC), de 4 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de aplicação. Art. 2o A ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, passa a vigorar com a seguinte redação: “Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LIDB).” Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. O Código Civil cuida de tratar das relações de ordem privada, entre particulares e a LIDB é uma norma que trata sobre outras normas. Características da LIDB: * é um conjunto de normas sobre normas, pois, é uma lei que disciplina outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e entendimento, sendo chamada de lei das leis (Lex Legum); * é aplicável a todos os ramos do Direito, não apenas ao Direito Civil; e * Os dispositivos da LIDB contém normas de sobredireito. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 2 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br À LIDB trata de: * vigência e eficácia das normas jurídicas * conflito de leis no tempo * conflito de leis no espaço * critérios de hermenêutica jurídica (interpretação) * critérios de integração do ordenamento jurídico * normas de direito internacional público e privado Estrutura da LIDB - DIVISÃO: Art. 1º e 2º – Vigência das normas; Art. 3º – Obrigatoriedade geral e abstrata das normas; Art. 4º – Integração normativa; Art. 5º Interpretação das normas; Art. 6º – Aplicação da norma no tempo (Direito Intertemporal); Art. 7º e seguintes – Aplicação da lei no espaço (Direito Espacial); VIGÊNCIA Princípio da vigência sincrônica: Art. 1 o . Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para propagar efeitos, tão logo aconteçam no mundo fáctico, os eventos que elas descrevem. Há normas que existem e que são válidas no sistema, mas não estão vigentes. A despeito de ocorrerem os fatos previstos na hipótese da norma, não se desencadeiam as consequências estipuladas no mandamento. LIDB * Conjunto de normas sobre normas * Disciplina outras normas jurídicas * Lei das leis (Lex legum) * É aplicávela a todos os ramos do direito; * Contém normas de sobredireito * Não é parte integrante do Código Civil CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 3 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Tais regras de direito não têm vigor, seja porque já o perderam, seja porque ainda não o adquiriram. Em suma, a vigência é uma "característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a conduta por esta prescrita é exigível. Início da vigência Geralmente, uma norma entra em vigor no momento de publicação do texto legal que a veicula. Porém, pode ser estabelecido no próprio texto legislativo que a norma só passará a viger após certo período de tempo contado a partir da publicação. Tal período é denominado vacatio legis. Pelo PRINCIPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA a obrigatoriedade da lei no país é simultânea, pois ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. Não há vigência progressiva da lei: a lei não entra em vigor, por exemplo, em Manaus e Rio de Janeiro para depois entrar em vigor nas demais Estados. A vigência da norma ocorre desde o início da validade da norma até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazer qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma. É possível que a lei não esteja em vigência, porém possua eficácia (produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o Direito Penal e analisar o art. 3 o do Código Penal que trata da aplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária: Lei excepcional ou temporária Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. - Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 4 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br - Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc. Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade: capacidade de, após ser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia). OBRIGATORIEDADE DA LEI BRASILEIRA NO ESTRANGEIRO Art. 1 o da LIDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1 o Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. § 2 o Revogado. O estudo de um projeto de lei bem como o processo de elaboração e seu nascimento é matéria de Direito Constitucional. Passa pelas seguintes fases: 1) Edição 2) Processo Legislativo 3) Sanção do Presidente da República 4) Publicação 5) Vigência Como ressaltada, as fases de edição e do processo legislativo são estudadas pelo Direito Constitucional. A LIDB trata da publicação em diante da lei. Após a lei ser sancionada, deve haver a sua publicação para que as pessoas tomem CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 5 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br conhecimento do seu conteúdo; e, consequentemente, o diploma legal irá adquirir vigência (validade) estando apto a produzir efeitos. Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece entre a publicação e a entrada em vigor da lei. Neste intervalo de tempo a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no sistema. Existem três espécies de leis referentes de vacatio legis: 1) Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão, que, de acordo com o artigo 8.º da Lei Complementar n. 95/98, tem expressa disposição do período de vacatio legis. Exemplo: a expressão contida em lei determinando "entra em vigor um ano depois de publicada". 2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com o artigo 1.º da LIDB: no silêncio da lei entra em vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial. 3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo esta estar expressa ao final do texto legal. LEI:VACATIO LEGIS ELABORAÇÃO --- SANÇÃO ---- PROMULGAÇÃO --- PUBLICAÇÃO ----45d----- VIGÊNCIA ----- REVOGAÇÃO Parág. 3 art.1 Parág. 4 art. 1 Parág. 2 art. 2 Vigência: é a lei estar “pronta” para produzir os efeitos; pode ser que não os produza de imediato. Eficácia: é a produção dos efeitos. Exequibilidade: é poder produzir seus efeitos. Aplicação: é fazer incidir a lei no caso concreto. Interpretar: é buscar o alcance, o significado da lei; pressupõe CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 6 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br existência de norma jurídica. Integração: preencher as lacunas quando a lei é omissa. VIGÊNCIA DA LEI = ART. 1° - regra = a lei diz quando entra em vigor; no silêncio, a lei entra e vigor 45 dias após sua publicação. Vacatio Legis DATA DA PUBLICAÇÃO --------------- 45 ------------------- ENTRADA EM VIGOR A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo 8 o , § 1 o da Lei Complementar 95/98, incluindo o dia da publicação e o último dia na contagem do prazo. Art. 8 o , § 1 o da LC 95/98: A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. ERRO NA LEI Art. 1 o da LIDB, § 3 o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4 o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. LEI: VACATIO LEGIS ELABORAÇÃO --- SANÇÃO ---- PROMULGAÇÃO --- PUBLICAÇÃO ----45d----- VIGÊNCIA ----- REVOGAÇÃO Parág. 3 art.1 Parág. 4 art. 1 Parág. 2 art. 2 CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 7 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergência de interpretação, então poderemos observar situações distintas por ocasião da correção de tal erro, dependendo de qual fase se encontra o processo de criação da norma: 1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida sem maiores problemas; 2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser corrigida; no entanto, deverá contar novo período de vacatio legis; 3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida mediante uma nova norma de igual conteúdo. REVOGAÇÃO ATÉ QUANDO VIGORARÁ? ART. 2° Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Regra 1. a lei é feita para viger por tempo indeterminado; só perde sua eficácia se outra lei posterior a modificar ou revogar. Regra 2. a lei só se revoga por outra lei; não pode um regulamento, uma portaria revogar a lei. QUAIS AS HIPÓTESES EM QUE UMA LEI POSTERIOR REVOGA A ANTERIOR? ART. 2°, §2°: Espécies de Revogação: a) Revogação Expressa e Revogação Tácita b) Revogação total (ab-rogação) e Revogação parcial (derrogação) CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 8 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Revogação Expressa e Tácita: A) QUANDO EXPRESSAMENTE A LEI O DECLARE (expressa); B) QUANDO A LEI POSTERIOR COM ELA SE TORNAR INCOMPATÍVEL (tácita) E C) QUANDO DISCIPLINA A MATÉRIA POR AQUELA TRATADA (tácita). É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência porque outra norma veio modificá-la ou revogá-la. A norma jurídica é permanente e só poderá deixar de surtir efeitos se a ela sobrevier outra norma que a revogue. O desuso não implica a perda da vigência da norma, e sim, a perda de sua efetividade. Revogação total e parcial: Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode ser: 1) total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou 2) parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é revogada. Art. 2 o . Princípio da Continuidade: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Em regra as leis possuem efeito permanente: vigência por prazo indeterminado, excetuando-se as leis com vigência temporária. Art. 2 o § 1 o da LIDB: A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. * Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos que estão sendo por ela revogados. * Revogação tácita ou indireta: esta se subdivide em dois tipos. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 9 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br * Revogação tácita por incompatibilidade * Revogação tácita global (quando uma lei nova regula inteiramente uma matéria tratada por uma lei anterior). Art. 3 o da LC 95/98 - A lei será estruturada em três partes básicas: I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições normativas; II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada; III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes às medidas necessárias à implementação das normas de conteúdo substantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de vigência e a cláusula de revogação, quando couber. As disposições transitórias de uma lei estão inseridas na parte final e não na parte normativa. CONFLITO ENTRE NORMAS = ANTINOMIA Três critérios devem ser utilizados para a solução dos conflitos entre normas: 1) hierárquico (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em verificar qual das normas é superior, independentemente da data de vigência das duas normas (exemplo: um regulamento não poderá revogar uma lei ainda que entre em vigor após esta); 2) cronológico (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrar em vigor posteriormente irá revogar a norma anterior que estava em vigor; 3) especialidade (lex specialis derrogat legi generali): as normas gerais não podem revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e instituída em norma especial. O art. 2 o , § 2 o = princípio da conciliação. Art. 2 o , § 2 o da LIDB: A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. E por que não revoga? Porque é uma lei meramente interpretativa. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 10 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br POR QUE NÃO REVOGA? Porque para a revogação só ocorre: Art. 2 o § 1 o da LIDB: A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. De acordo com este princípio, se uma lei não contraria outra já existente, então eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação. REPRISTINAÇÃO Art. 2 o , § 3 o da LIDB: Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadoraperdido a vigência. A regra é a não-restauração da norma: a impossibilidade de uma norma jurídica, uma vez revogada, voltar a vigorar no sistema jurídico pela simples revogação de sua norma revogadora. O motivo dessa não-restauração de normas é o controle do sistema legal para que se saiba exatamente qual norma está em vigor. Admite-se, porém, a restauração expressa da norma, ou seja, uma norma nova que faça tão-somente remissão à norma revogada poderá restituir-lhe a vigência, desde que em sua totalidade. Lei revogada Lei revogadora Lei revogadora: revogada a Lei Y Ex: Temos uma Lei X. Posteriormente ela é revogada pela Lei Y. Posteriormente a Lei Z revoga a Lei Y. O fato da da Lei Z ter revogado a Lei Y, a Lei X volta automaticamente a ter vigência? NÃO!!! A repristinação – para os países que a admite - é o fenômeno pelo qual a lei revogada - Lei X - se restaura por ter a lei revogadora – Lei Y - perdido a vigência. O Brasil NÃO aceita a repristinação, SALVO SE FOR EXPRESSAMENTE pela Lei z, no LEI X LEI Y LEI Z CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 11 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br exemplo; SE A LEI Z com todas as letras disser expressamente que está restaurada a Lei X. Sendo a Lei X revogada pela Lei Y e, posteriormente, a Lei Y revogada pela Lei Z, a Lei X volta a “ressuscitar”? irá ocorrer a repristinação? Caso a Lei Z disponha expressamente sobre o “renascimento” da Lei X, então é possível a repristinação, caso contrário, a Lei X continua “revogada”. CONCLUSÃO: A regra é não ocorrer a repristinação, entretanto, excepcionalmente, a lei revogada pode ser restaurada se houver disposição expressa. CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e as velhas normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que acaba de ser revogada. Isso porque alguns fatos iniciam-se sob a égide de uma lei e só se extinguem quando outra nova está em vigor. Para solucionar tais conflitos existem dois critérios: • disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo novo concilia a nova norma com as relações já definidas pela norma anterior; • princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingir fatos e efeitos já consumados sob a lei antiga. Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de acordo com a produção de efeitos, temos que eles podem ser: a) Pretéritos – são os que se constituíram na vigência de uma lei e tem seus efeitos produzidos na vigência daquela lei. b) Futuros – são os que ainda não foram gerados. c) Pendentes – são os que foram constituídos na vigência de uma lei anterior e não produziram todos os seus efeitos nela. Ex: Celebrei um contrato sob a égide da Lei X. Esse contrato embora constituído na vigência da lei X, continua produzindo seus efeitos na vigência da lei revogadora X e na vigência da Lei Y. Segundo o CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 12 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é aplicada a lei anterior, porque a lei posterior só se aplica para o futuro. O art. 6 o da LIDB, em regra, é irretroativa, devendo ser expedida para disciplinar fatos futuros. Porém, a retroatividade da lei pode ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, desde que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Art. 6º da LIDB: A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito difícil de ser estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico: • Ato Jurídico Perfeito: ato que já se consuma segundo a lei de seu tempo • Direito Adquirido: direito incorporado ao patrimônio do particular. O ato jurídico perfeito é aquele que foi realizado sob o manto de uma lei, e embora esta tenha sido revogada, o ato permanece inalterado produzindo todos os efeitos. Direito adquirido é o já ingressou no patrimônio do indivíduo (embora não o tivesse ainda exercido): pessoa que se aposenta e, posteriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal modificação não irá atingir aquele que já está aposentado. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 13 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO Eficácia da Lei no Espaço (Direito Internacional Privado) Tendo em vista a soberania nacional o Direito Brasileiro está submetido ao Princípio da Territorialidade Moderada/Mitigada; vale dizer: no território brasileiro aplica-se, em regra, a lei brasileira. Excepcionalmente, porém, é aplicável a norma estrangeira no território brasileiro, desde que haja disposição legal expressa neste sentido. ESTATUTO PESSOAL: artigo 7º - LIDB: aplica-se a lei do domicílio para reger: I) nome; II) capacidade; III) personalidade; IV) IV) direito de família. BENS IMOVEIS: Conflito sobre bens imóveis situados fora do Brasil aplica-se a lei do lugar onde estiver situado (art. 8º da LINDB). Assim, execução hipotecária cujo bem hipotecado está no Paraguai se submete à legislação paraguaia. CONTRATO INTERNACIONAL: O contrato internacional se reputa formado onde residir o seu proponente, sendo esta a legislação aplicável e o foro competente (art. 9º, §2º, LINDB). Enfatiza-se que este dispositivo apenas se aplica a contratos internacionais. Para os contratos celebrados no Brasil há norma específica reputando-os celebrados no local em que foi proposto (art. 435 do CC/02); LEI SUCESSORIA: Aplica-se a lei sucessória mais benéfica para sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil, quando há herdeiros brasileiros (art. 10, § 1º da LINDB e 5º, XXXI CF/88). Em outras palavras, quando o estrangeiro morre e deixa bens no Brasil, a competência para processar e julgar a ação de inventário e partilha desses bens é exclusiva do Brasil. Tal partilha, todavia, não se fará necessariamente com base na lei brasileira, mas sim na lei sucessória mais benéfica (art. 89, CPC). CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 14 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br SENTENÇA ESTRANGEIRA: As sentenças, cartas rogatórias e laudos arbitrais estrangeiros podem ser executados no Brasil, desde que: I) Homologação pelo STJ (exequatur), que se dá por procedimento especial submetido às formalidades insculpidas nos artigos 483 e 484 do CPC. Tal homologação é de competência do STJ por força da Emenda Constitucional 45/04. II) Prova do Trânsito em Julgado da Sentença Estrangeira, consoante orientação da súmula 420 do STF. III) Filtragem Constitucional, pois só é permitida a execução no Brasil de sentença estrangeira compatível com a ordem interna, sob pena de manifesta violação a soberania nacio Pela LIDB (arts. 7 o a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos Estados, por isso, é que a LIDB é considerada o Estatuto de Direito Internacional Público e Privado. Toda lei, em princípio, temseu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou (princípio da territorialidade). Porém, para facilitar as relações internacionais, pode a lei ser admitida em território estrangeiro (além do território nacional): princípio da extraterritorialidade. Pelo princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que leis e sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil desde que observadas as seguintes regras: 1) não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 2) não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra-se), ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a sentença tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 15 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br TERRITORIALIDADE E EXTRATERRITORIALIDADE Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente. Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem. § 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação. § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. Art. 13. (locus regit actum) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 16 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br EXTRATERRITORIALIDADE Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende- se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 17 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. MEIOS DE INTEGRAÇÃO DAS NORMAS PREENCHIMENTO DA LACUNA JURÍDICA Princípio da indeclinabilidade de jurisdição, o juiz é obrigado a decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa forma, diante da ausência de lei regulando determinada situação jurídica, faz-se necessário ao magistrado valer-se dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico indicados pelo art. 4 o da LIDB. Art. 4 o da LIDB: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Nos termos do art. 4 o da LIDB, tais MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO são: ORDEM DECRESCENTE: O juiz deve seguir a ordem. 1) a Analogia 2) os Costumes 3) os Princípios Gerais do Direito. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 18 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Analogia: aplicação de outra lei prevista para um caso semelhante. Veja o desenho: ? não existe lei CASO A CASO A1 Acompanhe o raciocínio: A Lei X regula o CASO concreto A. Na sociedade aconteceu o CASO A1, mas não há lei que o regule. Provocada a jurisdição (através do direito de ação), pelo princípio da indeclinabilidade da jurisdição, o Juiz não pode alegar que não vai julgar, decidir o caso concreto com base na lacuna da lei. Nesse caso, aplica a analogia. Em que consiste a analogia? O Juiz vai aplicar a Lei X ao CASO A1! CASO A1 Exemplo concreto de uso, pelo Juiz, dos meios de integração: a lei até bem pouco tempo não regulava os casos de “barriga de aluguel”, mas esses casos ocorriam. Apresentado o caso em juízo (antes da regulamentação): quem era considerada a mãe? Aquela que emprestava a barriga? Aquelaque fez a doação do óvulo? Enfim, o Juiz tinha que julgar. Pois bem! Caso não haja a lei; caso não seja possível decidir o caso concreto pela analogia (não há previsão de norma aplicada a um caso semelhante), o Juiz decide, então, pelos costumes do lugar. Lei X Lei X CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 19 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se denomina anomia – falta de norma). A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris). Vejamos: a) Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que regula caso semelhante; b) Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem a aplicabilidade ao caso concreto. Costumes: são os usos e as práticas reiteradas numa determinada sociedade, numa determinada época. O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o predomínio da lei escrita sobre a norma consuetudinária. Os costumes podem ser: 1) Costume secundum legem: é o que auxilia a esclarecer o conteúdo de certos elementos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei delega ao costume a solução do caso concreto. Ex: art. 569, II do CC: “O locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar”. 2) Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei. Pode ser de dois tipos: - Consuetudo abrogatória: espécie de costume contra legem que se caracteriza por ser uma prática contrária às normas legais. - Desuetudo: espécie de costume contra legem que consiste na falta de efetividade da norma legal não revogada formalmente. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 20 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 3) Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou lacuna da lei nos casos omissos. É o costume citado no art. 4 o da LIDB. Ex: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta não possui regulamentação legal. São condições indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constância na realização do ato, não implicando sanção), moralidade e obrigatoriedade. Princípios Gerais do Direito: o ordenamento jurídico possui inúmeros princípios, tanto explícitos (legalidade, impessoalidade, boa-fé, moralidade, etc.), como implícitos (proporcionalidade, razoabilidade, etc.). O Juiz deve, por último, se utilizar dos princípios gerais para solucionar o caso concreto. Equidade significa justiça, que o Juiz confronte a lei e o fato e aplique a lei atendendo os fins sociais e o bem comum. Mas ATENÇÃO! *O Juiz pode se utilizar da equidade? Sim, SÓ nos CASOS PREVISTO EM LEI. A própria lei vai dizer: “nesse caso, o Juiz pode usar a equidade” ou “admite equidade”. **A equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do ordenamento jurídico! São comuns as questões de concursos abordarem: “são meios de integração: a analogia, os costumes, os princípios gerais do direito e a equidade” (errado). Repito a equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do ordenamento jurídico! Equidade = justiça. A equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do ordenamento jurídico. Art. 127. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 21 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br EQUIDADE: Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. HERMENÊUTICA JURÍDICA INTERPRETAÇÃO DA NORMA Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação da linguagem jurídica. Serve para trazer os princípios e as regras que são as ferramentas do intérprete. A aplicação, a prática das regras hermenêuticas, é chamada exegese. INTERPRETAR: buscar o alcance, o significado da lei. Com base no art. 5 o da LIDB, ao utilizar os mecanismos de integração para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juiz deve buscar a estabilidade social desejada. MEIOS DE INTEGRAÇÃO Analogia Costumes Princípios Gerais do Direito GERAIS DO DIREITOS DE EQUIDADE NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO SÓ nos casos previstos em lei INTEGRAÇÃO HÁ LEI INTERPRETAÇÃO NÃO HÁ LEI CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 22 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br APLICAÇÃO DA LEI: Art. 5 o da LIDB: Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO: QUANTO À FONTE: a) Autêntica: Emana do próprio legislador que editou a lei. b) Jurisprudencial: interpretação mansa, pacífica e reiterada dos Tribunais. c) Doutrinária: interpretação dos doutrinadores (doutos, juristas) da ciência do Direito. QUANTO AO MEIO UTILIZADO Gramatical Leva-se em consideração a literalidade da lei. Histórica Leva-se em consideração os fatos históricos que antecederam a criação da norma. Lógica Pesquisa-se o espírito do da lei através dos fatores racionais, a gênese histórica, a conexão com outra norma e com todo o sistema. Teleológica Adapta-se o sentido ou finalidade da norma às novas exigências sociais. Sistemática Entende-se o Direito como um todo, como um sistema, comparando a norma com outras espécies legais. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 23 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br QUANTO AOS RESULTADOS Declarativa Quando a letra da lei corresponde exatamente ao que o legislador pensa. Extensiva Quando o legislador expõe na lei menos do que pretendia dizer, sendo necessário ampliar a aplicação da lei. Restritiva Quando o legislador expõe na lei mais do que pretendia dizer, sendo necessário restringir a aplicação da lei. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 24 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br QUESTÕES Questão 01. (CESPE/2004/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, uma lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior; desse modo, o (advento do novo Código Civil brasileiro não derrogou nem ab-rogou as disposições da Lei n.º 8.866/1994. Gabarito: c Questão 02. (ESAF/AGU/Assistente Jurídico da União/1999) Assinale a opção falsa. a) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código Civil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil. b) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas sobre normas. c) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito Internacional Privado. d) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e estabilidade do ordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas em que o interesse individual prevalece. e) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de hermenêutica jurídica. Como a questão é antiga, ainda menciona a expressão “Lei de Introdução ao Código Civil”, entretanto, pela atualizaçãoque ocorreu em dezembro de 2010, devemos ler “Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro” Análise das alternativas: (A) Errada. A LIDB é a Lei 12.376/2010 NÃO É PARTE INTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL, por uma simples razão, o CC é a Lei 10.406/2007 e a LIDB é a Lei 12.376/2010 e não é parte integrante do CC. (B) Correta. A LIDB é a lei das leis. (C) Correta. A partir do art. 7 o a LIDB trata de institutos pertinentes ao Direito Internacional Privado e Direito Internacional Público. (D) Correta. A LIDB trata da vigência da lei no tempo cuidando das situações de vacatio legis, início e fim da vigência. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 25 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br (E) Correta. A hermenêutica é a arte de interpretar as leis e será estudada mais adiante, ainda nesta aula. Gabarito: a. Questão 03. (ESAF/BACEN/Procurador/2001) Pelo princípio da vigência sincrônica, a) a norma não tem possibilidade de ser aplicada, por depender de lei posterior para produção de efeitos. b) a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entrará em vigor a um só tempo em todo país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. c) a norma não será válida por si por relacionar-se com outras normas. d) a norma pode ter eficácia sem ter vigência. e) a norma sempre terá eficácia residual. Comentários: Errada. A norma que depende outra norma para produzir efeitos é chamada de norma de eficácia limitada (comentários na opção “D”). Certa. Conforme definição apresentada. (C) Errada. Toda norma se relaciona com outras, de modo a, juntas, formarem o ordenamento jurídico. (D) Errada. Apesar da afirmativa estar correta, não se relaciona com o princípio da vigência sincrônica. A vigência da norma ocorre desde o início da validade da norma até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazer qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma. É possível que a lei não esteja em vigência, porém possua eficácia (produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o Direito Penal e analisar o art. 3 o do Código Penal que trata da aplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária: Lei excepcional ou temporária Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. - Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 26 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br - Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc. Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade: capacidade de, após ser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia). (E) Errada. Não se refere ao princípio da vigência sincrônica. Gabarito: Letra B. Questão 04. (ESAF/SERPRO/Analista/2001) Pelo princípio da vigência sincrônica: a) a norma é efetiva quando ocorrer o comportamento que ela configura e a consequência jurídica que ela prevê. b) a norma pode ter efeito repristinatório. c) a lei entrará em vigor a um só tempo em todo o país. d) a lei nova tem força obrigatória antes do decurso da vacatio legis. e) não há obrigatoriedade da lei revogada durante a vacatio legis. Gabarito: c Questão 05. (ESAF/IRB/Advogado/2006) Se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela entrará em vigor no dia a) 16 de janeiro. b) 15 de janeiro. c) 20 de janeiro. d) 18 de janeiro. e) 17 de janeiro. Início: 02/01 até dia 16/01. Resposta dia 17/01: e Questão 06. (ESAF - Fiscal de Tributos Estaduais – SEFA-PA – 2002) Os atos que forem praticados de conformidade com a antiga norma, no período que decorre entre a publicação da lei nova e o início de sua vigência, não terão validade. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 27 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Comentários: Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não produz efeitos, ou seja, ainda não tem vigência. Dessa forma, enquanto a lei nova ainda não entrar em vigor ela não será obrigatória e os atos praticados de acordo com a lei antiga serão plenamente válidos. Gabarito: Errada. Questão 07. (ESAF/AFRFB/Auditor-Fiscal/2009) Se, durante a vacatio legis, vier a norma a ser corrigida em seu texto, que contém erros substanciais, suscetíveis de modificar parcial ou totalmente o seu sentido, ensejando nova publicação, o prazo nela mencionado para sua entrada em vigor ou, não o havendo, os prazos de 45 dias e 3 meses começam a correr da nova publicação. Gabarito: c Questão 08. (ESAF/MPU/Analista Processual/2004) Derrogação é a) a aplicabilidade da norma no espaço delimitado pelas fronteiras do Estado. b) a supressão total da norma anterior. c) o fato de a norma atingir os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da norma revogada. d) a não-aplicabilidade da lei nova a qualquer situação jurídica constituída anteriormente. e) tornar sem efeito uma parte da norma. Gabarito: e Questão 09. (ESAF/AFT/Auditor-Fiscal do Trabalho/2003) A derrogação é a supressão total da norma anterior. Gabarito: Errada. A derrogação é a supressão parcial. Questão 10. (ESAF/CGU/Correição/2006) A derrogação é a supressão total da norma anterior e a ab-rogação torna sem efeito uma parte da norma. Gabarito: Errada. As características de derrogação e ab-rogação estão invertidas. Questão 11. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade no todo, caso em que se tem a derrogação, ou em parte, hipótese em que se configura a ab-rogação. Gabarito: Errada. As características de derrogação e ab-rogação estão invertidas. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 28 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Questão 12. (ESAF/TRT 7 a Região/Juiz Substituto/2005) O princípio da continuidade assim se enuncia: a) a norma revogada continua vinculante para os casos anteriores à sua revogação. b) a norma atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da lei revogada. c) não se destinando à vigência temporária, a norma estará em vigor enquanto não surgir outra que a altere ou revogue. d) há incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, se a nova regular inteiramente a matéria tratada pela anterior. e) a norma só obriga no espaço nacional, ou seja, no seu território, mas suas águas e na sua atmosfera. Comentários: (A) Errada. Se refere ao princípio da ultratividade. (B) Errada. Se refere ao princípio da retroatividade. (C) Correta. Se refere ao princípio da continuidade. (D) Errada. Se refere à revogação tácita. (E) Errada. Se refere ao princípio da territorialidade. Gabarito: c Questão 13. (ESAF/MP-CE/Promotor de Justiça/2001) A vigência da lei orçamentária, que estabelece a despesa e a receita nacional pelo período de um ano, cessará a) pelo decurso do tempo b) pela consecução do fim a que se propõe c) por revogaçãoexpressa d) por revogação tácita e) pelo término do estado de coisas não permanentes Comentários: A lei orçamentária é um clássico exemplo de lei temporária, dessa forma, para que ocorra o fim de sua vigência, não é necessária outra lei. Basta que transcorra o lapso temporal de um ano. Gabarito: a Questão 14. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Se a lei fixar prazo final de sua vigência, completado este ela não mais produzirá efeitos. Comentários: Como regra, a lei ao completar sua vigência deixa de produzir efeitos, ou seja, também perde a eficácia. Porém, para as leis excepcionais e temporárias (art. 3 o do Código Penal), é possível a produção de efeitos, mesmo após o fim da vigência, em decorrência da ultratividade. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 29 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: Correta Art. 2 o § 1 o da LIDB - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. * Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos que estão sendo por ela revogados. * Revogação tácita ou indireta: esta se subdivide em dois tipos. * Revogação tácita por incompatibilidade * Revogação tácita global (quando uma lei nova regula inteiramente uma matéria tratada por uma lei anterior). Questão 15. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) A cláusula de revogação deverá enumerar expressamente as leis ou disposições legais revogadas. Gabarito: Correta. Conforme o art. 9 o da LC 95/98. Questão 16. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) As disposições transitórias são elaboradas pelo legislador no próprio texto normativo para conciliar a nova norma com as relações já definidas pela anterior. Art. 3 o da LC 95/98 - A lei será estruturada em três partes básicas: I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições normativas; II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada; III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes às medidas necessárias à implementação das normas de conteúdo substantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de vigência e a cláusula de revogação, quando couber. As disposições transitórias de uma lei estão inseridas na parte final e não na parte normativa. Gabarito: posição da ESAF: Correta Questão 17. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) O critério lex posterior derogat legi priori significa que, de duas normas do mesmo escalão, a última prevalece sobre a anterior. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 30 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: Correta, (critério cronológico). Questão 18. (FCC/TCE-AL/Procurador/2008) O servidor X contava treze (13) anos de serviço público estadual, quando entrou em vigor nova lei, que aboliu adicionais sobre os vencimentos a cada cinco (05) anos de serviço. Neste caso, X (A) manterá sem seu patrimônio o equivalente aos dois (02) adicionais pelos dez (10) anos completos e mais 30% (trinta por cento) do adicional pelo período seguinte de cinco (05) anos que estava em curso. (B) a partir da nova lei, perderá os adicionais que havia conquistado, pois só tem direito adquirido àqueles vencidos, que, eventualmente, estivessem pendentes de pagamento. (C) continuará adquirindo o direito aos adicionais a cada cinco (05) anos de serviço, que se completarem. (D) adquirirá apenas mais um adicional, quando se completar o terceiro período de cinco (05) anos. (E) manterá em seu patrimônio dois (02) adicionais, mas não obterá o terceiro. Comentários: os dois primeiros adicionais, cujo tempo já foi completado, representam direitos adquiridos e não serão perdidos por esta razão. Por outro lado, o terceiro adicional, cujo período ainda estava em andamento, não irá gerar um caso de direito adquirido e será perdido. Gabarito: e Questão 19. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) É retroativa a norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da norma revogada. Comentários: a lei nova é criada para regular situações futuras, entretanto, não é proibido por nosso ordenamento jurídico que a norma regule situações pretéritas, desde que respeite o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Isso se deve ao princípio da segurança jurídica ou da estabilidade social. Gabarito: Correta Questão 20. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) É irretroativa a norma que se aplica a qualquer situação jurídica constituída anteriormente. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 31 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: Errada. Se a lei está regulando uma situação constituída antes de adquirir vigência, então ela é retroativa. Questão 21. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) O princípio da territorialidade é, no Brasil, aplicado de modo absoluto. Gabarito: Errada. Existem exceções onde a lei estrangeira é aplicada. Questão 22. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2003) O princípio da territorialidade pode e deve ser sempre aplicado de modo absoluto. Gabarito: Errada. Existem exceções onde a lei estrangeira é aplicada. Questão 23. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O penhor regula-se pela lei do país em que se contraiu o contrato de penhor. Comentários: Art. 8 o § 2 o da LIDB - O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. O penhor, assim como a hipoteca, são direitos reais de garantia sobre coisa alheia. O penhor é utilizado para bens móveis, ao passo que a hipoteca é utilizada para bens imóveis. Ambos institutos jurídicos são utilizados para garantia de uma dívida. No penhor comum a posse da coisa móvel é transferida ao credor que fica com o direito de vendê-la caso a dívida não seja paga. Conforme observamos no dispositivo legal acima, se a posse da coisa empenhada é exercida fora do Brasil, então tal contrato de penhor deverá ser regulado pelas leis do país onde for domiciliada a pessoa que tem tal posse, consagrando a extraterritorialidade. Gabarito: Errada. Questão 24. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) À autoridade judiciária brasileira, exclusivamente, compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. Comentários: Art. 12, § 1 o da LIDB - Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações, relativas a imóveis situados no Brasil. Conclui-se que a ação relativa a bens imóveis situados no Brasil obedece o princípio lex rei sitae (lei da situação da coisa). CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 32 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: Correta Questão 25. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O estatuto pessoal, no Brasil, baseia-se na lei do domicílio, que é o elemento de conexão indicativo da lei competente para reger conflitos de lei no espaço concernentes aos direitos de família. Comentários: Art. 7 o da LIDB - A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Para reger os conflitos concernentes ao Direito de Família, deve-se observar a lei do país onde domiciliada a pessoa, de modo que, se duas pessoas forem domiciliadas no Brasil, então a lei brasileira deverá dirimir algum possível conflito existente, independenteda nacionalidade. Exemplificando, se um homem alemão se casa com uma mulher italiana e, os dois são domiciliados no Brasil, então deve-se observar a lei brasileira na celebração do casamento. Gabarito: Correta Questão 26. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) Os meios de preenchimento de lacuna são indicados pela própria lei. Gabarito: Correta. Art. 4 o da LIDB. Questão 27. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Para a integração jurídica, em caso de lacuna, o juiz poderá fazer uso da analogia, do costume e dos princípios gerais de direito. Gabarito: Correta Comentários: Deve o juiz observar a respectiva ordem para utilização dos mecanismos; ou seja, primeiro a analogia e por último os princípios gerais de direito. Questão 28. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Para integrar a lacuna o juiz recorre, preliminarmente, à analogia, que consiste em aplicar a um caso não previsto de modo direto ou específico por uma norma jurídica uma norma que prevê hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado. Gabarito: Correta. Comentários: OBSERVAÇÃO SOBRE A EQUIDADE !!!! Apesar do art. 4 o da LIDB não mencionar a equidade, ela pode funcionar como último mecanismo para integração do ordenamento jurídico, CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 33 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br quando expressamente autorizada pela lei. Diante da ausência de lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito, e, prevendo a lei a possibilidade do uso da equidade, o magistrado, para fazer valer o princípio da indeclinabilidade de jurisdição pode utilizá-la. Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. Gabarito: Correta. Conforme comentários, a ordem deve ser seguida EQUIDADE: Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. Questão 29. (ESAF/CGU/Correição/2006) O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. Comentários: A equidade não é meio de integração, de suprir a lacuna da lei, apenas auxilia nesta missão. Traduz no senso de justiça ao adaptar razoavelmente a lei ao caso concreto. Ou seja, a equidade representa a justiça prudentemente aplicada ao caso e só pode ser usada quando expressamente permitida pela lei. Gabarito: Correta. Questão 30. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) A analogia juris estriba-se em um conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas similar ao previsto. Gabarito: Correta. Questão 31. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) A analogia "juris" é a aplicação de uma norma, que rege caso semelhante ao não previsto. Gabarito: Errada. Trata-se da analogia legal (legis). Questão 32. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) A analogia júris estriba-se num conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas similar. Gabarito: Correta. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 34 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 33. (ESAF/TRT 7 a Região/Juiz Substituto/2005) A analogia júris estriba-se num conjunto de normas, para extrair elementos que possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não contemplado, mas similar. Gabarito: Correta. 34. (ESAF/BACEN/Procurador/2002) No mercado de Barretos (Estado de São Paulo), os negócios de gado, por mais avultados que sejam, celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente, dando origem a: a) princípio geral de direito b) costume praeter legem c) costume contra legem d) desuso e) costume secundum legem Comentários: Nos termos do art. 227 do CC, os negócios jurídicos que ultrapassem o valor de dez salários mínimos não admitem prova exclusivamente testemunhal (verbal). Os negócios jurídicos superiores a 10 salários mínimos deverem ser celebrados na forma escrita, em decorrência do grande valor, não podendo ser celebrado verbalmente, contrariando a lei. Gabarito: c Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou lacuna da lei nos casos omissos. É o costume citado no art. 4 o da LIDB. Ex: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta não possui regulamentação legal. Questão 35. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O costume praeter legem, previsto no art. 4 o da Lei de Introdução ao Código Civil, por revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos. Gabarito: Correta CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 35 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Questão 36. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) São condições para a vigência do costume sua continuidade, diuturnidade e não- obrigatoriedade. Comentários: O costume deriva da longa prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. São, pois, condições indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constância na realização do ato, não implicando sanção), moralidade e obrigatoriedade. Gabarito: Errado. Questão 37. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Não há possibilidade de existirem, no ordenamento jurídico, princípios e normas latentes capazes de solucionar situações não previstas, expressamente pelo legislador. No art. 4 o da LIDB estão previstos os princípios gerais de direito como mecanismo de integração do ordenamento jurídico. Dessa forma, na lacuna da lei, é possível que o magistrado utilize princípios como a razoabilidade e a proporcionalidade. Gabarito: Errada. Questão 38. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Os princípios gerais de direito não são normas de valor genérico, nem orientam a compreensão do direito, em sua aplicação e integração. Comentários: Os princípios gerais de direito são os pressupostos lógicos e necessários das diversas normas legislativas existentes. Dessa forma, os princípios gerais de direito são encontrados nas normas e orientam a compreensão do direito, em sua aplicação e integração. Gabarito: Errada. Questão 39. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) Os princípios gerais de direito são normas de valor genérico que orientam a compreensão do ordenamento jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou não positivadas. Gabarito: Correta Questão 40. (ESAF/CGU/Correição/2006) A hermenêutica é a teoria científica da arte de interpretar. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 36 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: Correta Comentários: Não se deve confundir integração da lei com interpretação da lei. Na primeira a lei não regula determinado fato, ao passo que, na segunda, a lei regula, mas não é cristalina e precisa. Quando a lei não permite a exata compreensão da ordem, faz-se necessário o seu exercício interpretativo buscando alcançar o seu real sentido. INTERPRETAR: buscar o alcance, o significado da lei. Com base no art. 5 o da LIDB, ao utilizar os mecanismos de integração para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juiz deve buscar a estabilidade social desejada. Art. 5 o da LIDB - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Questão 41. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O juiz atenderá aos fins sociais a que a lei se dirige. Gabarito: Correta. Questão 42. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O aplicador da norma deverá perscrutar as necessidades práticas da vida social e a realidade sócio cultural, sem olvidar a valoração objetiva. Gabarito: Correta. Conforme o art. 5 o da LIDB. Questão43. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil permite corrigir a inadequação da norma à realidade fático-social e aos valores positivados, harmonizando o abstrato e rígido da norma com a realidade concreta, mitigando o seu rigor, corrigindo-lhe os desacertos, ajustando-a do melhor modo possível ao caso emergente. INTEGRAÇÃO HÁ LEI INTERPRETAÇÃO NÃO HÁ LEI CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 37 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: Correta, art. 5 o da LIDB. Questão 44. (ESAF/TCU/Analista de Controle Externo/2000) Quando o aplicador da norma vier a reconduzi-la ao campo de aplicação que corresponde ao fim que pretende obter, porque foi formulada de modo amplo, ter-se-á uma a) interpretação declarativa. b) interpretação teleológica. c) interpretação restritiva. d) interpretação sistemática. e) interpretação extensiva. Gabarito: c Questão 45. (ESAF/TRT 7 a Região/Juiz Substituto/2005) A anologia júris é o argumento consistente em ter por ordenado ou permitido, de modo implícito, algo menor do que o que está determinado ou autorizado expressis verbis. Gabarito: Errada. Trata-se da interpretação restritiva e não da analogia júris. Questão 46. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) a interpretação sistemática atende ao espírito da lei, procurando apurar o sentido e a finalidade da norma, com abandono dos elementos puramente verbais. Gabarito: Errada. A questão trata da interpretação teleológica. Questão 47. (ESAF/CGU/Correição/2006) A técnica interpretativa lógica pretende desvendar o sentido e o alcance da norma, mediante seu estudo, por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade. Gabarito: Correta. Questão 48. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) Ter-se-á interpretação declarativa ou especificadora, apenas quando houver correspondência entre a expressão linguístico-legal e a voluntas legis, sem que haja necessidade de dar ao comando normativo um alcance ou sentido mais amplo ou mais restrito. Gabarito: Correta. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 38 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br LISTA DAS QUESTOES APRESENTADAS Questão 01. (CESPE/2004/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, uma lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior; desse modo, o (advento do novo Código Civil brasileiro não derrogou nem ab-rogou as disposições da Lei n.º 8.866/1994. Questão 02. (ESAF/AGU/Assistente Jurídico da União/1999) Assinale a opção falsa. a) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código Civil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil. b) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas sobre normas. c) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito Internacional Privado. d) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e estabilidade do ordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas em que o interesse individual prevalece. e) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de hermenêutica jurídica. Questão 03. (ESAF/BACEN/Procurador/2001) Pelo princípio da vigência sincrônica, a) a norma não tem possibilidade de ser aplicada, por depender de lei posterior para produção de efeitos. b) a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entrará em vigor a um só tempo em todo país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. c) a norma não será válida por si por relacionar-se com outras normas. d) a norma pode ter eficácia sem ter vigência. e) a norma sempre terá eficácia residual. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 39 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Questão 04. (ESAF/SERPRO/Analista/2001) Pelo princípio da vigência sincrônica: a) a norma é efetiva quando ocorrer o comportamento que ela configura e a consequência jurídica que ela prevê. b) a norma pode ter efeito repristinatório. c) a lei entrará em vigor a um só tempo em todo o país. d) a lei nova tem força obrigatória antes do decurso da vacatio legis. e) não há obrigatoriedade da lei revogada durante a vacatio legis. Questão 05. (ESAF/IRB/Advogado/2006) Se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela entrará em vigor no dia a) 16 de janeiro. b) 15 de janeiro. c) 20 de janeiro. d) 18 de janeiro. e) 17 de janeiro. Questão 06. (ESAF - Fiscal de Tributos Estaduais – SEFA-PA – 2002) Os atos que forem praticados de conformidade com a antiga norma, no período que decorre entre a publicação da lei nova e o início de sua vigência, não terão validade. Questão 07. (ESAF/AFRFB/Auditor-Fiscal/2009) Se, durante a vacatio legis, vier a norma a ser corrigida em seu texto, que contém erros substanciais, suscetíveis de modificar parcial ou totalmente o seu sentido, ensejando nova publicação, o prazo nela mencionado para sua entrada em vigor ou, não o havendo, os prazos de 45 dias e 3 meses começam a correr da nova publicação. Questão 08. (ESAF/MPU/Analista Processual/2004) Derrogação é a) a aplicabilidade da norma no espaço delimitado pelas fronteiras do Estado. b) a supressão total da norma anterior. c) o fato de a norma atingir os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da norma revogada. d) a não-aplicabilidade da lei nova a qualquer situação jurídica constituída anteriormente. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 40 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br e) tornar sem efeito uma parte da norma. Questão 09. (ESAF/AFT/Auditor-Fiscal do Trabalho/2003) A derrogação é a supressão total da norma anterior. Questão 10. (ESAF/CGU/Correição/2006) A derrogação é a supressão total da norma anterior e a ab-rogação torna sem efeito uma parte da norma. Questão 11. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade no todo, caso em que se tem a derrogação, ou em parte, hipótese em que se configura a ab-rogação. Questão 12. (ESAF/TRT 7 a Região/Juiz Substituto/2005) O princípio da continuidade assim se enuncia: a) a norma revogada continua vinculante para os casos anteriores à sua revogação. b) a norma atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da lei revogada. c) não se destinando à vigência temporária, a norma estará em vigor enquanto não surgir outra que a altere ou revogue. d) há incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, se a nova regular inteiramente a matéria tratada pela anterior. e) a norma só obriga no espaço nacional, ou seja, no seu território, mas suas águas e na sua atmosfera. Questão 13. (ESAF/MP-CE/Promotor de Justiça/2001) A vigência da lei orçamentária, que estabelece a despesa e a receita nacional pelo período de um ano, cessará a) pelo decurso do tempo b) pela consecução do fim a que se propõe c) por revogação expressa d) por revogação tácita e) pelo término do estado de coisas não permanentes Questão 14. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Se a lei fixar prazo final de sua vigência, completado este ela não mais produzirá efeitos. Questão 15. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) A cláusula de revogação deverá enumerar expressamenteas leis ou disposições legais revogadas. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 41 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Questão 16. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) As disposições transitórias são elaboradas pelo legislador no próprio texto normativo para conciliar a nova norma com as relações já definidas pela anterior. Questão 17. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) O critério lex posterior derogat legi priori significa que, de duas normas do mesmo escalão, a última prevalece sobre a anterior. Questão 18. (FCC/TCE-AL/Procurador/2008) O servidor X contava treze (13) anos de serviço público estadual, quando entrou em vigor nova lei, que aboliu adicionais sobre os vencimentos a cada cinco (05) anos de serviço. Neste caso, X (A) manterá sem seu patrimônio o equivalente aos dois (02) adicionais pelos dez (10) anos completos e mais 30% (trinta por cento) do adicional pelo período seguinte de cinco (05) anos que estava em curso. (B) a partir da nova lei, perderá os adicionais que havia conquistado, pois só tem direito adquirido àqueles vencidos, que, eventualmente, estivessem pendentes de pagamento. (C) continuará adquirindo o direito aos adicionais a cada cinco (05) anos de serviço, que se completarem. (D) adquirirá apenas mais um adicional, quando se completar o terceiro período de cinco (05) anos. (E) manterá em seu patrimônio dois (02) adicionais, mas não obterá o terceiro. Questão 19. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) É retroativa a norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da norma revogada. Questão 20. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) É irretroativa a norma que se aplica a qualquer situação jurídica constituída anteriormente. Questão 21. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) O princípio da territorialidade é, no Brasil, aplicado de modo absoluto. Questão 22. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2003) O princípio da territorialidade pode e deve ser sempre aplicado de modo absoluto. Questão 23. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O penhor regula-se pela lei do país em que se contraiu o contrato de penhor. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 42 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Questão 24. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) À autoridade judiciária brasileira, exclusivamente, compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. Questão 25. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O estatuto pessoal, no Brasil, baseia-se na lei do domicílio, que é o elemento de conexão indicativo da lei competente para reger conflitos de lei no espaço concernentes aos direitos de família. Questão 26. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) Os meios de preenchimento de lacuna são indicados pela própria lei. Questão 27. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Para a integração jurídica, em caso de lacuna, o juiz poderá fazer uso da analogia, do costume e dos princípios gerais de direito. Questão 28. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Para integrar a lacuna o juiz recorre, preliminarmente, à analogia, que consiste em aplicar a um caso não previsto de modo direto ou específico por uma norma jurídica uma norma que prevê hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado. Questão 29. (ESAF/CGU/Correição/2006) O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. Questão 30. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) A analogia juris estriba-se em um conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas similar ao previsto. Questão 31. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) A analogia "juris" é a aplicação de uma norma, que rege caso semelhante ao não previsto. Questão 32. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) A analogia júris estriba-se num conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas similar. 33. (ESAF/TRT 7 a Região/Juiz Substituto/2005) A analogia júris estriba-se num conjunto de normas, para extrair elementos que CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 43 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não contemplado, mas similar. 34. (ESAF/BACEN/Procurador/2002) No mercado de Barretos (Estado de São Paulo), os negócios de gado, por mais avultados que sejam, celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente, dando origem a: a) princípio geral de direito b) costume praeter legem c) costume contra legem d) desuso e) costume secundum legem Questão 35. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O costume praeter legem, previsto no art. 4 o da Lei de Introdução ao Código Civil, por revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos. Questão 36. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) São condições para a vigência do costume sua continuidade, diuturnidade e não- obrigatoriedade. Questão 37. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Não há possibilidade de existirem, no ordenamento jurídico, princípios e normas latentes capazes de solucionar situações não previstas, expressamente pelo legislador. Questão 38. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Os princípios gerais de direito não são normas de valor genérico, nem orientam a compreensão do direito, em sua aplicação e integração. Questão 39. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) Os princípios gerais de direito são normas de valor genérico que orientam a compreensão do ordenamento jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou não positivadas. Questão 40. (ESAF/CGU/Correição/2006) A hermenêutica é a teoria científica da arte de interpretar. CURSO DE DIREITO CIVIL – TEORIA E EXERCICIOS – P/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 44 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Questão 41. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O juiz atenderá aos fins sociais a que a lei se dirige. Questão 42. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O aplicador da norma deverá perscrutar as necessidades práticas da vida social e a realidade sócio cultural, sem olvidar a valoração objetiva. Questão 43. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil permite corrigir a inadequação da norma à realidade fático-social e aos valores positivados, harmonizando o abstrato e rígido da norma com a realidade concreta, mitigando o seu rigor, corrigindo-lhe os desacertos, ajustando-a do melhor modo possível ao caso emergente. Questão 44. (ESAF/TCU/Analista de Controle Externo/2000) Quando o aplicador da norma vier a reconduzi-la ao campo de aplicação que corresponde ao fim que pretende obter, porque foi formulada de modo amplo, ter-se-á uma a) interpretação declarativa. b) interpretação teleológica. c) interpretação restritiva. d) interpretação sistemática. e) interpretação extensiva. Questão 45. (ESAF/TRT 7 a Região/Juiz Substituto/2005) A anologia júris é o argumento consistente em ter por ordenado ou permitido, de modo implícito, algo menor do que o que está determinado ou autorizado expressis verbis. Questão 46. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) a interpretação sistemática atende ao espírito da lei, procurando apurar o sentido e a finalidade da norma, com abandono dos elementos puramente verbais. Questão 47. (ESAF/CGU/Correição/2006) A técnica interpretativa lógica pretende desvendar o sentido e o alcance da norma, mediante seu estudo, por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade. Questão 48. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) Ter-se-á interpretação declarativa ou especificadora, apenas quando houver correspondência
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