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CURSO ON-LINE – ICMS/RJ – DIREITO CIVIL
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROF: DICLER FERREIRA 
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Querido(a) aluno(a), eu me chamo Dicler Forestieri sou bacharel em
Ciências Navais, formado pela Escola Naval em 2001, e pós graduado em Auditoria
Fiscal Tributária, pela Universidade Gama Filho, em 2007. Atualmente ministro aulas
presenciais e à distância dos Direitos Civil e Penal em diversos cursos do eixo Rio X
São Paulo e ocupo o cargo de Auditor-Fiscal Tributário do Município de São Paulo
(AFTM-SP), onde trabalho no Departamento de Arrecadação, especialmente na
Divisão de Cadastros Imobiliários (IPTU). Fui aprovado no concurso de 2006 e entrei
em exercício no ano 2007. Antes deste concurso também exerci o cargo de Auditor-
Fiscal de Tributos do Estado da Paraíba (ICMS-PB – concurso em 2006) e fui oficial
da Marinha do Brasil durante doze anos e meio; além de ter sido aprovado em 6o lugar
para o concurso de Auditor-Fiscal de Tributos do Estado do Rio Grande do Sul (ICMS-
RS - 2006). 
Ressalto que é um imenso prazer poder ministrar mais um curso online pelo
renomado PONTO DOS CONCURSOS. A equipe que o compõe dispensa
comentários em decorrência da excelente qualidade na preparação para concursos
públicos, especialmente da área fiscal. Desta forma, sinto-me honrado em poder
colaborar com os Profs. Vicente Paulo e Moraes Junior. 
O atual curso será direcionado para a banca FGV (Fundação Getúlio Vargas) e
será composto de teoria e exercícios de provas anteriores comentados.
Excepcionalmente abordaremos exercícios de outras bancas desde que eu julgue a
questão interessante. Ou seja, o foco será a banca FGV, mas não me limitarei
exclusivamente a ela. 
Além disso, as diferenças entre este curso e o último curso voltado para o
ICMS-RJ que começou no fim do ano passado serão a inclusão de mais questões de
provas de concursos anteriores e a abordagem teórica do assunto de forma mais
resumida. 
Os alunos que já me conhecem de aulas presenciais ou já estudaram por livros
ou apostilas que escrevi sabem que a minha principal característica é a
OBJETIVIDADE. Procuro não me alongar nas explicações de modo a elaborar um
material conciso e objetivo, pois sei que você deve estudar diversas matérias além do
Direito Civil. No ramo dos concursos, principalmente quando o edital já está publicado,
o tempo é algo extremamente precioso. 
Concluindo, o meu objetivo com este curso é otimizar o seu tempo de estudo e
ajudá-lo (a) a “fugir” do famoso corte pelo mínimo de 50%. 
 
 
 
 
 
 
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Este curso será composto de 8 (oito) aulas (esta e mais 7), com a freqüência 
de duas aulas semanais, assim divididas: 
AULA 0
(Apresentação) 
A Lei: vigência no tempo e no espaço. 
AULA 1 Das pessoas. Pessoas naturais e jurídicas. Domicílio civil. Dasdiferentes classes de bens. 
AULA 2 Fatos e atos jurídicos. Validade e defeitos dos negócios jurídicos.Prescrição e decadência. 
AULA 3 Atos ilícitos. Responsabilidade civil. Responsabilidade contratual eextracontratual. Relações de consumo (Lei nº 8.078/90). 
AULA 4 
Teoria Geral das obrigações. Direito das obrigações. Fontes das
obrigações. Modalidades das obrigações. Transmissão das
Obrigações. As formas de extinção das obrigações. A inexecução
das obrigações. 
AULA 5 Contratos, atos unilaterais. Teoria Geral dos contratos. Contratosem espécie. 
AULA 6 Posse. Efeitos da posse. Propriedade. Direitos reais sobre coisasalheias. 
AULA 7 
Direito das Sucessões. Sucessão em geral. Sucessão legítima.
Sucessão testamentária. Regimes de bens entre cônjuges.
Inventário e partilha. 
Após as devidas apresentações, vamos começar os trabalhos de hoje!!!! 
 
 
 
 
 
 
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AULA DEMO: LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL (LICC)
TTÓÓPPI ICCO O 1 1: : L LEEI I D DE E IINNTTR ROODDU UÇÇÃÃO O AAO O CCÓ ÓDDIIGGO O C CIIVVI ILL ((LLIICCC C))
A Lei de Introdução ao Código Civil representa o Decreto-Lei 4.657/1942, ou
seja, não é parte integrante do Código Civil (Lei 10.406/2007). O CC cuida de tratar
das relações de ordem privada, a LICC não. 
 As principais características da LICC são: 
- é um conjunto de normas sobre normas, pois, é uma lei que disciplina 
outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e
entendimento, sendo chamada de lei das leis (lex egum); 
- é aplicável a todos os ramos do direito, não apenas ao Direito Civil; e 
- por ultrapassar em muito o âmbito do Direito Civil, podemos afirmar que os 
dispositivos deste diploma legal contém normas de sobredireito.
À LICC foi atribuída a tarefa de disciplinar os seguintes assuntos: 
1) vigência e eficácia das normas jurídicas; 
2) conflito de leis no tempo; 
3) conflito de leis no espaço; 
4) critérios de hermenêutica jurídica (interpretação); 
5) critérios de integração do ordenamento jurídico; e 
6) normas de direito internacional público e privado. 
Cabe salientar que, em 30 de dezembro de 2010, a Lei 12.376/2010 alterou a 
ementa da LICC que deixou de ser Lei de Introdução ao Código Civil e passou a ser
chamada de Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LIDB). Mas como a
nova nomenclatura ainda não “pegou”, continuaremos utilizando a sigla LICC. 
TÓPICO 1.1: Vigência da norma.
O art. 1o, caput, da LICC consagra o princípio da vigência sincrônica: 
Art. 1o da LICC - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
Pelo princípio da vigência sincrônica entende-se que a obrigatoriedade da lei
no país é simultânea, pois ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja,
quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data estipulada para sua
entrada em vigor. 
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A vigência é critério puramente temporal da norma, vai desde o início da
obrigatoriedade da norma até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que
fazer qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à possibilidade de
produção concreta de efeitos pela norma. Quando classificada (segundo José Afonso
Da Silva) de acordo com a dependência de outras normas, podem ser: 
a) Normas de eficácia plena – função eficacial é imediatamente concretizada; 
b) Normas de eficácia limitada – a função eficacial depende de uma outra norma;
e 
c) Normas de eficácia contida – a função eficacial será restringida por outra
norma. 
É possível que a lei seja inválida (não esteja em vigência) mas tenha eficácia 
(produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o Direito Penal e
analisar o art. 3o do Código Penal que trata da aplicação da lei penal quando esta for
excepcional ou temporária: 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência 
- Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia do fim) de
vigência previsto expressamente em seu corpo. 
- Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a determinadas
circunstâncias, como guerra, epidemia, etc. 
Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade como grande característica. 
Por ultratividade devemos entender a capacidade de uma lei, após ser revogada
(perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que
esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei
excepcional ou temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de
vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia). 
CRIME
Vigência da lei temporária ou
excepcional 
Ultra-atividadejulgamento 
EFICÁCIA 
 
 
 
 
 
 
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Continuando o estudo do art. 1o da LICC, temos que: 
Art. 1o da LICC - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
§ 2o Revogado 
[...]. 
O processo de nascimento de uma lei pode ser apresentado da seguinte forma: 
1) Edição; 
2) Processo Legislativo; 
3) Sanção do Presidente da República; 
4) Publicação: e 
5) Vigência. 
As fases de edição e do processo legislativo são estudadas pelo Direito
Constitucional. Aqui começaremos o estudo na fase da sanção. Após a lei ser
sancionada, deve haver a sua publicação para que as pessoas tomem conhecimento
do seu conteúdo; e, conseqüentemente, o diploma legal irá adquirir vigência (validade)
estando apto a produzir efeitos. Entretanto, o nascimento da lei se dá com a
promulgação. 
Não podemos confundir a promulgação com a publicação, apesar de ambas
constituírem fases essenciais da eficácia da lei. 
 A promulgação atesta a existência da lei, produzindo dois efeitos básicos: 
 a) reconhece os fatos e atos geradores da lei; 
 b) indica que a lei é válida, ou seja, que obedece aos requisitos formais. 
 A promulgação das leis compete ao Presidente da República (Constituição, art.
66, § 7o). Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas decorrido da sanção ou
da superação do veto. Neste último caso, se o Presidente não promulgar a lei,
competirá a promulgação ao Presidente do Senado Federal, que disporá,
igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-
Presidente do Senado, em prazo idêntico. 
PROMULGAÇÃO ≠ PUBLICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
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A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência da promulgação da lei
aos seus destinatários. É condição de vigência e eficácia da lei. 
Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece entre a
publicação e a entrada em vigor da lei. Neste intervalo de tempo a lei não produzirá
efeitos, devendo incidir a lei anterior no sistema. 
Existem três espécies de leis referentes à vacatio legis: 
1) Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão, que, de
acordo com o artigo 8.º da Lei Complementar n. 95/98, tem expressa disposição do
período de vacatio legis. Como exemplo, temos a expressão contida em lei
deteminando "entra em vigor um ano depois de publicada". 
2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com
o artigo 1.º da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, no silêncio da lei entra
em vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no estrangeiro,
quando admitida, três meses após a publicação oficial. 
3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão,
entra em vigor na data de publicação, devendo esta estar expressa ao final do
texto legal. 
Segue esquema gráfico: 
Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não produz efeitos, ou seja,
ainda não tem vigência. Dessa forma, enquanto a lei nova ainda não entrar em vigor
ela não será obrigatória e os atos praticados de acordo com a lei antiga serão
plenamente válidos. 
edição sanção publicação vigência
vacatio legis 
salvo
disposição
em contrário 
no país
(45 dias) 
no estrangeiro
(3 meses) 
obrigatoriedade 
 
 
 
 
 
 
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A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo 8o, §
1o da Lei Complementar 95/98, incluindo o dia da publicação e o último dia na
contagem do prazo. 
Art. 8o, § 1o da LC 95/98 - A contagem do prazo para entrada em vigor das leis
que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da
publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua
consumação integral. 
Para exemplificar, se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro,
estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela entrará em vigor em qual
dia? 
No exemplo apresentado, a contagem do prazo de vacância (vacatio legis)
inclui o dia 2 de janeiro e vai até o dia 16 de janeiro (15 dias), entrando a lei e vigor no
dia subseqüente (17 de janeiro). Seque quadro: 
Contagem do
dia do mês 
 2 3 4 5 . . 16 Î DIA 17 
Contagem do
vacatio 
 1 2 3 4 . . . 15 Î vigência no dia subseqüente
Finalizando o estudo do art. 1o da LICC temos: 
Art. 1o da LICC – [...]. 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergência de
interpretação, então poderemos observar situações distintas por ocasião da correção
de tal erro, dependendo de qual fase se encontra o processo de criação da norma: 
1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida sem maiores
problemas; 
2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser corrigida; no
entanto, deverá contar novo período de vacatio legis para o texto corrigido; 
 
 
 
 
 
 
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3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida mediante
uma nova norma de igual conteúdo. 
Segue esquema gráfico: 
TÓPICO 1.2: Revogação da norma.
É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência porque outra norma veio
modificá-la ou revogá-la. A norma jurídica é permanente e só poderá deixar de surtir
efeitos se a ela sobrevier outra norma que a revogue. O desuso não implica a perda
da vigência da norma, e sim, a perda de sua efetividade. 
Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode ser: 
1) total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou 
2) parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é revogada. 
Através do art. 2o, caput, da LICC, o legislador expressou o Princípio da
Continuidade. 
Art. 2o da LICC - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue. 
Dessa forma, em regra, as leis possuem efeito permanente, isto é, vigência por
prazo indeterminado, excetuando-se as leis com vigência temporária, que possuem
data certa para “morrer” (perder a vigência). 
A lei orçamentária é um clássico exemplo de lei temporária, dessa forma, para
que ocorra o fim de sua vigência, não é necessário outra lei. Basta que transcorra o
lapso temporal de um ano. 
Tendo como base legal o art. 2o, § 1o da LICC, existem três formas de
revogação de uma lei antiga por uma lei nova. 
edição sanção publicação vigência
vacatio legis obrigatoriedade 
1) correção sem
maiores problemas 
2) novo prazo de
vacatio legis 3) lei nova 
 
 
 
 
 
 
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Art. 2o § 1o da LICC - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a
matéria de que tratava a lei anterior. 
São elas: 
1) Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos que estão
sendo por ela revogados. 
2) Revogação tácita ou indireta: quando a nova lei é incompatível com a lei
anterior. 
3) Revogação global: quando a leirevogadora disciplina inteiramente a matéria
disciplinada pela lei antiga. Para a banca CESPE/UnB, a revogação global é
uma forma de revogação tácita ou indireta, 
Sobre a revogação expressa ou direta, a LC 107/2001 deu nova redação à LC 
95/98 que ficou da seguinte forma: 
Art. 9o da LC 95/98 - A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente,
as leis ou disposições legais revogadas. 
Ou seja, através do dispositivo legal acima, o legislador não deve mais se
valer daquela vaga expressão “revogam-se as disposições em contrário”. 
Quando uma norma entra em conflito com outra surge a antinomia. Para a
verificação de revogação das normas e solução de tais conflitos, três critérios, listados
no quadro a seguir, devem ser utilizados: 
CRITÉRIOS PARA A SOLUÇÃO DE UMA ANTINOMIA 
1) HIERÁRQUICO (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em verificar qual
das normas é superior, independentemente da data de vigência das duas normas
(exemplo: um regulamento não poderá revogar uma lei ainda que entre em vigor
após esta); 
2) ESPECIALIDADE (lex specialis derrogat legi generali): as normas gerais não
podem revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e instituída em norma
especial; e 
3) CRONOLÓGICO (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrar em vigor 
posteriormente irá revogar a norma anterior que estava em vigor. 
 
 
 
 
 
 
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Dos três critérios anteriores, o cronológico é o mais fraco de todos, sucumbindo
diante dos demais. O critério da especialidade é o intermediário e o hierárquico é o
mais forte de todos. 
Podemos classificar as antinomias, quanto ao critério de solução, em: 
1. Antinomia real, quando não houver na ordem jurídica qualquer critério
normativo para solucioná-la, sendo, então imprescindível à sua eliminação a
edição de uma norma nova. 
2. Antinomia aparente, quando os critérios para a sua solução (hierarquia,
cronologia e especialidade) forem suficientes para a solução do conflito. 
O art. 2o, § 2o da LICC consagra o princípio da conciliação. 
Art. 2o, § 2o da LICC - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a
par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
De acordo com tal princípio, se uma lei não contraria outra já existente, então
eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação. 
Já o art. 2o, § 3o da LICC dispõe sobre a repristinação. 
Art. 2o, § 3o da LICC - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se
restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
Através da sua leitura, concluímos que a regra é a não-restauração da norma,
ou seja, a impossibilidade de uma norma jurídica, uma vez revogada, voltar a vigorar
no sistema jurídico pela simples revogação de sua norma revogadora. O motivo dessa
não-restauração de normas é o controle do sistema legal para que se saiba
exatamente qual norma está em vigor. 
Admite-se, no entanto, a restauração expressa da norma, ou seja, uma norma
nova que faça tão-somente remissão à norma revogada poderá restituir-lhe a vigência,
desde que em sua totalidade. 
Na página seguinte temos um esquema gráfico sobre a repristinação: 
 
 
 
 
 
 
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Sendo a Lei A revogada pela Lei B e, posteriormente, a Lei B revogada
pela Lei C, a Lei A irá “ressuscitar”? ou seja, irá ocorrer a repristinação? 
Resposta: Caso a Lei C disponha expressamente sobre o “renascimento” da
Lei A, então é possível a repristinação, caso contrário, a Lei A continua “morta”. 
TÓPICO 1.3: Conflito de normas no tempo 
O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e as velhas
normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que acaba de ser revogada.
Isso porque alguns fatos iniciam-se sob a égide de uma lei e só se extinguem quando
outra nova está em vigor. Para solucionar tais conflitos existem dois critérios: 
• disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo novo
concilia a nova norma com as relações já definidas pela norma anterior; 
• princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingir fatos e
efeitos já consumados sob a lei antiga. 
Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de acordo
com a produção de efeitos, temos que eles podem ser: 
a) Pretéritos – são os que se constituíram na vigência de uma lei e tem seus
efeitos produzidos na vigência daquela lei. 
b) Futuros – são os que ainda não foram gerados. 
c) Pendentes – são os que foram constituídos na vigência de uma lei anterior
e não produziram todos os seus efeitos nela. 
LEI REVOGADA LEI REVOGADORA 
revogação revogação 
REPRISTINAÇÃO 
(disposição expressa) 
A B C
 
 
 
 
 
 
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Ex: Celebrei um contrato de empréstimo no ano passado e até hoje a coisa
emprestada está emprestada comigo. Esse contrato embora constituído na
vigência de uma lei, ele continua produzindo seus efeitos na vigência da lei
revogadora. Segundo o Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é
aplicada a lei anterior, porque a lei posterior só se aplica para o futuro. 
Analisando o art. 6o da LICC, percebemos que a lei, em regra, é irretroativa,
devendo ser expedida para disciplinar fatos futuros. Entretanto, a retroatividade da lei
pode ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, desde que respeite o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Art. 6º da LICC - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo
em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por
êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo,
ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba
recurso. 
A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito difícil de ser
estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico: 
• Ato Jurídico Perfeito – ato que já se consuma segundo a lei de seu tempo 
• Direito Adquirido – direito incorporado ao patrimônio do particular 
Como exemplo de ato jurídico perfeito o contrato de locação celebrado
durante a vigência de uma lei que não pode ser alterado somente porque a lei mudou;
ou seja, é necessário que o prazo do contrato termine. 
Como exemplo de direito adquirido temos a pessoa que se aposenta e,
posteriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal modificação não irá atingir
aquele que já está aposentado. 
TÓPICO 1.4: Conflito de normas no espaço 
Pela LICC (arts. 7o a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes da
aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos 
 
 
 
 
 
 
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Estados, por isso, é que a LICC é considerada o Estatuto de Direito Internacional
Público e Privado. 
Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas
fronteiras do Estado que a promulgou (territorialidade). Entretanto, visando facilitar as
relações internacionais, é comum, em algumas situações, ser admitida a aplicação de
leis estrangeiras dentro do território nacional e de leis nacionais dentro do território
estrangeiro (extraterritorialidade). 
Desta forma, pelo princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no
Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que leis e sentenças
estrangeiraspodem ser aplicadas no Brasil desde que observadas as seguintes
regras: 
1) não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando
ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
2) não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra-se), ou
seja, a permissão dada pelo STJ para que a sentença tenha efeitos, conforme
art. 105, I, i da CF. 
Nos quadros a seguir, apresentaremos exemplos de aplicação da
territorialidade e da própria extraterritorialidade de acordo com os dispositivos da
LICC. 
TERRITORIALIDADE 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-áa lei do país em que estiverem situados. 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que seconstituirem. 
Art. 11 As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades eas fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem. 
Art. 13 
A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais
brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
 
 
 
 
 
 
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EXTRATERRITORIALIDADE 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começoe o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
Art. 10 
A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a
situação dos bens. 
Art. 12 É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado noBrasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
Art. 17 
As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional,
a ordem pública e os bons costumes. 
TÓPICO 1.5: Preenchimento da lacuna jurídica. 
Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição, o juiz é obrigado a
decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa forma, diante da
ausência de lei regulando determinada situação jurídica, faz-se necessário ao
magistrado valer-se dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico indicados
pelo art. 4o da LICC. 
Art. 4o da LICC - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
1) a Analogia; 
2) os Costumes; e 
3) os Princípios Gerais do Direito. 
Deve ser observada a seqüência apresentada, ou seja, primeiro o magistrado deve
fazer uso da analogia, posteriormente dos costumes e, por último, dos princípios
gerais de direito. 
 
Se você está se perguntando sobre a equidade, veja a observação a seguir: 
 
 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÃO SOBRE A EQUIDADE !!!!
- Apesar do art. 4o da LICC não mencionar a equidade, ela pode funcionar como último
mecanismo para integração do ordenamento jurídico. Ou seja, diante da ausência de 
lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito, e,
prevendo a lei a possibilidade do uso da equidade, o magistrado, para fazer valer o
princípio da indeclinabilidade de jurisdição pode utilizá-la. È o que se depreende do
art. 127 do Código de Processo Civil (CPC). 
Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos em lei. 
 
Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de
integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos 
análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado
à apreciação jurisdicional (a que se denomina anomia – falta de norma). 
A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris).
Vejamos: 
a) Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que regula caso
semelhante; 
b) Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto de normas
para extrair elementos que possibilitem a aplicabilidade ao caso concreto. 
ANALOGIA LEGAL Î UMA NORMA 
ANALOGIA JURÍDICA Î CONJUNTO DE NORMAS 
O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em 
razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o predomínio da lei
escrita sobre a norma consuetudinária. 
Os costumes distinguem-se em: 
1) Costume secundum legem - é o que auxilia a esclarecer o conteúdo de
certos elementos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei delega ao costume a
solução do caso concreto. 
 
 
 
 
 
 
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Ex: art. 569, II do CC: “O locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel
nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar” 
2) Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei. Pode ser de
dois tipos: 
- Consuetudo abrogatória – espécie de costume contra legem que se caracteriza
por ser uma prática contrária às normas legais. 
- Desuetudo – espécie de costume contra legem que consiste na falta de
efetividade da norma legal não revogada formalmente. 
Um exemplo de costume contra legem ocorre no mercado de Barretos (Estado
de São Paulo), onde os negócios de gado, por mais avultados que sejam, celebram-se
dentro da maior confiança, verbalmente. 
Nos termos do art. 227 do CC, os negócios jurídicos que ultrapassem o valor
de dez salários mínimos não admitem prova exclusivamente testemunhal (verbal). 
Art. 227 do CC - Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal
só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior
salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. 
Dessa forma, os negócios vultosos (superiores a 10 salários mínimos) de gado
no mercado de Barretos representam um costume contra legem, pois deveriam ser
celebrados na forma escrita, em decorrência do grande valor, mas são celebrados
verbalmente, contrariando a lei. 
3) Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou lacuna
da lei nos casos omissos. É o costume citado no art. 4o da LICC. 
Ex: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta não possui
regulamentação legal. 
São condições para a vigência do costume sua continuidade,
diuturnidade e obrigatoriedade. 
O costume deriva da longa prática uniforme, constante, pública e geral de
determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. São, pois, condições
indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constância na
realização do ato, não implicando sanção), moralidade e obrigatoriedade. 
 
 
 
 
 
 
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CARACTERÍSTICAS 
DOS 
COSTUMES 
 - CONTINUIDADE 
 - DIUTURNIDADE 
 - OBRIGATORIEDADE 
Princípios Gerais do Direito são postulados que estão implícita ou
explicitamente expostos no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Os
princípios gerais de Direito são a última salvaguarda do intérprete, pois este precisa se
socorrer deles para integrar o fato ao sistema. De acordo com as lições de Celso
Antônio Bandeira de Mello, princípios são vetores de interpretação, que, por sua
generalidade e amplitude, informam as demais regras, constituindo a base de todo o
ramo do Direito ao qual se aplica. 
TÓPICO 1.6: Critérios de Hermenêutica jurídica.
Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação da linguagem
jurídica. Serve para trazer os princípios e as regras que são as ferramentas do
intérprete. A aplicação, a prática das regras hermenêuticas, é chamada exegese. 
Não se deve confundirintegração da lei com interpretação da lei. Na primeira a
lei não regula determinado fato, ao passo que, na segunda, a lei regula, mas não é
cristalina e precisa. Quando a lei não permite a exata compreensão da ordem, faz-se
necessário o seu exercício interpretativo buscando alcançar o seu real sentido. 
 INTEGRAÇÃO INTERPRETAÇÃO 
 ≠ 
 NÃO HÁ LEI HÁ UMA LEI DÚBIA 
A teoria científica que trata da arte de interpretar as leis, descobrindo seu
alcance e seu sentido é a hermenêutica. 
 
 
 
 
 
 
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Com base no art. 5o da LICC, ao utilizar os mecanismos de integração para o
preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juiz deve buscar a
estabilidade social desejada. 
Art. 5o da LICC - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum. 
Dentre as diversas formas de interpretar as leis, aquelas que costumas ser
cobradas em provas de concursos estão listadas nos quadros a seguir. 
 
 
 
 
 
 
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INTERPRETAÇÃO QUANTO 
À FONTE OU ORIGEM SIGNIFICADO 
Autêntica 
Emana do próprio legislador que reconhece a
ambigüidade da norma e elabora uma nova lei destinada
a esclarecer a intenção da primeira. 
Jurisprudencial Tem como origem as reiteradas decisões judiciaisproferidas pelos diversos Tribunais.. 
Doutrinal Emana dos estudiosos da matéria do direito e das obrascientíficas. 
INTERPRETAÇÃO QUANTO 
AO MEIO OU ELEMENTO 
UTILIZADO 
SIGNIFICADO 
Gramatical ou Literal 
Busca auxílio nas regras de gramática para a solução da
dúvida, tal como a análise da pontuação, da colocação da
palavra na frase, a sua origem etimológica, etc. 
Histórica 
Baseia-se na investigação dos antecedentes da norma,
ou seja, consiste na pesquisa das circunstâncias que
nortearam a sua elaboração, de ordem econômica,
política e social, bem como do pensamento dominante ao
tempo da formação da norma. 
Lógica ou Racional 
Atende ao espírito da lei procurando-se apurar o sentido
e a finalidade da norma, a intenção do legislador, através
de raciocínios lógicos, com abandono dos elementos
puramente verbais. 
Teleológica ou Sociológica Adapta-se o sentido ou finalidade da norma às novasexigências sociais. 
Sistemática 
Entende-se que a lei não existe isoladamente e o Direito
deve ser visto como um todo, como um sistema,
comparando a norma com outras espécies legais. 
 INTERPRETAÇÃO QUANTO 
AOS RESULTADOS SIGNIFICADO 
Declarativa Quando a letra da lei corresponde exatamente ao que olegislador pensa. 
Extensiva Quando o legislador expõe na lei menos do que pretendiadizer, sendo necessário ampliar a aplicação da lei. 
Restritiva Quando o legislador expõe na lei mais do que pretendiadizer, sendo necessário restringir a aplicação da lei. 
 
 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS
1. (ESAF - Assistente Jurídico da União – 1999) Assinale a opção falsa. 
(A) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código Civil,
sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil. 
(B) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um conjunto de
normas sobre normas. 
(C) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito
Internacional Privado. 
(D) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito intertemporal, para
assegurar a certeza, segurança e estabilidade do ordenamento jurídico-positivo,
preservando as situações consolidadas em que o interesse individual prevalece. 
(E) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de hermenêutica
jurídica. 
(A) Errada. A LICC é um decreto-lei publicado em 1942 e não é parte integrante do
Código Civil. 
(B) Certa. A LICC é a lei das leis. 
(C) Certa. A partir do art. 7o a LICC trata de institutos pertinentes ao Direito
Internacional Privado e Direito Internacional Público. 
(D) Certa. A LICC trata da vigência da lei no tempo cuidando das situações de vacatio
legis, início e fim da vigência. 
(E) Certa. A hermenêutica é a arte de interpretar as leis e será estudada mais adiante,
ainda nesta aula. 
Gabarito: Letra A. 
2. (ESAF - Advogado do IRB - 2006) Se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro,
estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela entrará em vigor no dia 
(A) 16 de janeiro. 
(B) 15 de janeiro. 
(C) 20 de janeiro. 
(D) 18 de janeiro. 
(E) 17 de janeiro. 
No exemplo da questão, a contagem do prazo de vacância (vacatio legis) inclui
o dia 2 de janeiro e vai até o dia 16 de janeiro (15 dias), entrando a lei e vigor no dia
subseqüente (17 de janeiro). Seque quadro: 
 
 
 
 
 
 
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Contagem do
dia do mês 
 2 3 4 5 . . . 16 Î DIA 17 
Contagem do
vacatio 
 1 2 3 4 . . . 15 Î vigência no dia subseqüente 
Gabarito: E 
3. (FGV - ADVOGADO – BESC – 2004) Alterada uma lei, durante o prazo de
vacatio legis da lei nova aplica-se: 
(A) a lei nova. 
(B) a lei antiga. 
(C) a lei que o magistrado entender, segundo seu livre arbítrio, que deva ser
aplicada. 
(D) o Código Civil. 
(E) a lei mais benéfica. 
A solução da questão está no art. 1o, §§ 3o e 4o da LICC temos: 
Art. 1o da LICC – [...]. 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Conclui-se que se uma lei for alterada durante o prazo de vacatio, um novo
período de vacatio legis deverá ser contado e, durante esse período, continua-se
utilizando a lei antiga, pois a lei nova só adquire vigência e se torna apta a produzir
efeitos após o término do prazo de vacatio. 
Gabarito: B 
4. (FGV - FISCAL DE RENDAS – MS – 2006) A lei geral posterior que cria
disposição geral: 
(A) ab-roga a lei especial. 
(B) depende, para entrar em vigor, que a lei especial seja revogada. 
(C) altera a lei especial, mas sem revogá-la. 
(D) não revoga nem modifica a lei especial em vigor. 
(E) revoga a lei especial. 
 
 
 
 
 
 
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Questão facilmente resolvida pelo art. 2o, § 2o da LICC. 
Art. 2o, § 2o da LICC - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a
par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
O dispositivo legal em questão consagra o princípio da conciliação. De
acordo com tal princípio, se uma lei não contraria outra já existente, então eles podem
coexistir, não havendo a necessidade de revogação. 
Gabarito: D 
5. (FGV - AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL – MS – 2006) Com base na LICC,
assinale a alternativa incorreta. 
(A) A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
(B) Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto
aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
(C) Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum. 
(D) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e osprincípios gerais de direito. 
(E) Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade de lei brasileira, quando
admitida, se inicia 2 (dois) meses depois de oficialmente publicada. 
Esta questão aborda diversos artigos da LICC. Dessa forma, é interessante a
análise de cada alternativa apresentada. 
(A) CORRETA. A assertiva tem como base legal o art. 7o da LICC. 
Art. 7o da LICC - A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras
sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família. 
Para reger os conflitos concernentes ao começo e ao fim da personalidade, ao
nome, à capacidade e ao Direito de Família, deve-se observar a lei do país onde
domiciliada a pessoa, de modo que, se duas pessoas forem domiciliadas no Brasil,
então a lei brasileira deverá dirimir algum possível conflito existente, independente da
nacionalidade. 
 
 
 
 
 
 
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Exemplificando, se um homem alemão se casa com uma mulher italiana e, os
dois são domiciliados no Brasil, então deve-se observar a lei brasileira na celebração
do casamento. 
(B) CORRETA. A assertiva tem como base legal o art. 7o, § 1o da LICC. 
Art. 7o, § 1o da LICC - Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
 
Observando o exemplo anterior, caso os nubentes fossem domiciliados em
outro lugar (ex: França) e resolvessem casar no Brasil, deveria-se observar a lei
francesa na celebração do casamento, por se tratar de assunto relacionado ao Direito
de Família. Entretanto, no que tange aos impedimentos e às formalidades, deverá ser
observada a lei brasileira. 
Conclui-se que o § 1o do art. 7o da LICC é uma exceção à regra apontada pelo
caput. 
(C) CORRETA. Com base no art. 5o da LICC, ao interpretar a lei, o juiz deve buscar a
estabilidade social pretendida. 
Art. 5o da LICC - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum. 
(D) CORRETA. Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição , o juiz é
obrigado a decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa forma,
diante da ausência de lei regulando determinada situação jurídica, faz-se necessário
ao magistrado valer-se dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico. 
Art. 4o da LICC - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia,
os costumes e os princípios gerais de direito. 
(E) ERRADA. Conforme o esquema gráfico apresentado na página 3 e com base no
art. 1o, § 1o da LICC, o prazo para a lei adquirir vigência no estrangeiro é de 3 (três)
meses. 
Art. 1o da LICC - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
Gabarito: E 
 
 
 
 
 
 
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6. (CESGRANRIO - Advogado – Casa da Moeda do Brasil – 2005) De acordo com
as regras instituídas pela Lei de Introdução ao Código Civil, é correto afirmar
que: 
(A) a pessoa pode se escusar de cumprir a lei desde que prove que a
desconhecia. 
(B) a lei do país onde nasceu a pessoa determina as regras sobre o começo e o
fim da personalidade. 
(C) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga a lei anterior. 
(D) a decisão judicial erga omnes chama-se coisa julgada. 
(E) se a lei for omissa, o juiz decidirá com base na jurisprudência. 
Outra vez é interessante analisarmos cada alternativa separadamente. 
(A) ERRADA. Alternativa em desacordo com o art. 3o da LICC que consagra o
princípio da obrigatoriedade das leis. 
Art. 3o da LICC - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a
conhece. 
(B) ERRADA. As regras sobre o começo e o fim da personalidade são determinadas
pela lei do país onde domiciliada a pessoa. 
A base legal da questão é o art. 7o da LICC já reproduzido na questão anterior,
alternativa (A). 
(C) CORRETA. Alternativa já comentada na questão 2 desta aula. A base legal é o art.
2o, § 2o da LICC. 
(D) ERRADA. A coisa julgada produz efeitos entre as partes que estavam litigando.
Dessa forma, conclui-se que a coisa julgada produz efeitos inter partes. 
(E) ERRADA. De acordo com os comentários da alternativa (D) da questão anterior, os
mecanismos de integração do ordenamento jurídico são: a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito. 
Gabarito: C 
7. (ESAF – AFRFB - Auditor-Fiscal - 2009) Assinale a opção falsa. 
a) Se, durante a vacatio legis, vier a norma a ser corrigida em seu texto, que
contém erros substanciais, suscetíveis de modificar parcial ou totalmente o seu
sentido, ensejando nova publicação, o prazo nela mencionado para sua entrada
em vigor ou, não o havendo, os prazos de 45 dias e 3 meses começam a correr
da nova publicação. 
 
 
 
 
 
 
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b) O estatuto pessoal, no Brasil, baseia-se na lei do domicílio, que é o elemento
de conexão indicativo da lei competente para reger conflitos de lei no espaço
concernentes aos direitos de família. 
c) O costume praeter legem, previsto no art. 4o da Lei de Introdução ao Código
Civil, por revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos. 
d) Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade no
todo, caso em que se tem a derrogação, ou em parte, hipótese em que se
configura a ab-rogação. 
e) Para a integração jurídica, em caso de lacuna, o juiz poderá fazer uso da
analogia, do costume e dos princípios gerais de direito. 
Análise das alternativas: 
(A) CORRETA. Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergência
de interpretação e houver correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser
corrigida; no entanto, deverá contar novo período de vacatio legis; 
(B) CORRETA. A assertiva tem como base legal o art. 7o da LICC: “A lei do país em
que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.” 
Ou seja, para reger os conflitos concernentes ao Direito de Família, deve-se observar
a lei do país onde domiciliada a pessoa, de modo que, se duas pessoas forem
domiciliadas no Brasil, então a lei brasileira deverá dirimir algum possível conflito
existente, independente da nacionalidade. 
Exemplificando, se um homem alemão se casa com uma mulher italiana e, os dois são
domiciliados no Brasil, então deve-se observar a lei brasileira na celebração do
casamento. 
(C) CORRETA. O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e
uniforme, em razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o
predomínio da lei escrita sobre a norma consuetudinária. 
Os costumes distinguem-se em: 
- Costume secundum legem - é o que auxilia a esclarecer o conteúdo de certos
elementos da lei. 
- Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei. 
- Costume praeter legem ou integrativo – é o que está disciplinado no art. 4o da
LICC e supre a ausência ou lacuna da lei.” 
(D) ERRADA. As características de derrogação e ab-rogação estão invertidas. Opção
incorreta. 
(E) CORRETA. Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição, o juiz é
obrigado a decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa forma,
diante da ausência de lei regulando determinada situação jurídica, faz-se necessário 
 
 
 
 
 
 
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ao magistrado valer-se dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico
indicadospelo art. 4o da LICC (analogia, costumes e princípios gerais de direito). 
Gabarito: D 
8. (ESAF – AFT – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) Sobre o efeito
repristinatório, podemos afirmar que: 
a) a regra geral do vacatio legis, com os critérios progressivo e único, decorre
do efeito repristinatório. 
b) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, revogará a lei anterior quando regular inteiramente a matéria tratada
na anterior. 
c) o legislador, derrogando ou ab-rogando lei que revogou a anterior,
restabelece a lei abolida anteriormente, independentemente de declaração
expressa. 
d) a vigência temporária da lei decorre do efeito repristinatório que fixa o tempo
de sua duração. 
e) a lei revogadora de outra lei revogadora somente restabelece a velha lei,
anteriormente abolida, quando expressamente declarado. 
Análise das alternativas: 
a) ERRADA. A regra geral do prazo de vacatio legis (a lei, salvo disposição em
contrário, entra em vigor, no país, 45 dias após a publicação e, no estrangeiro, 3
meses depois de oficialmente publicada) não obedece o critério progressivo, mas sim
o critério sincrônico, pois a lei entra em vigor a um só tempo em todo o país (art. 1o da
LICC). Tal situação não se relaciona com o efeito repristinatório. 
b) ERRADA. A opção trata do princípio da conciliação (art. 2o, § 2o da LICC), ou seja,
quando as leis especial e a geral poderão coexistir. Nesse sentido, se uma lei especial
trata de determinado assunto a par de outra lei geral, então conclui-se que elas se
completam e, por isso, não haverá revogação. Tal situação não se relaciona com o
efeito repristinatório. 
c) ERRADA. Para que ocorra o efeito repristinatório é necessário haver disposição
expressa da lei revogadora. 
d) ERRADA. A lei temporária é exceção ao princípio da continuidade das leis e, por
isso, não precisa ser revogada por outra. Tal situação não se relaciona com o efeito
repristinatório. 
e) CORRETA. Admite-se a restauração expressa da norma antiga, ou seja, é possível
que uma norma nova que remissão à norma revogada e lhe restitua a vigência. 
Gabarito: E 
 
 
 
 
 
 
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9. (FCC - TRT 15ª - Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2009)
Denomina-se vacatio legis 
a) o período de tramitação da lei no Congresso Nacional. 
b) o instituto de direito não regulamentado por lei. 
c) o período de vigência da lei temporária. 
d) o intervalo entre a data da publicação da lei e a da sua entrada em vigor. 
e) a situação jurídica dos fatos regulamentados por lei revogada. 
Conforme comentários da aula sabemos que o período de vacatio legis vai desde a
publicação até o início da vigência da lei. 
Gabarito: D 
10. (FCC - ISS/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007) Na lacuna da lei, o
juiz 
a) decidirá com base na analogia, nos costumes e nos princípios gerais de
direito. 
b) decidirá com base na eqüidade e na jurisprudência. 
c) decidirá o caso apenas se houver precedentes judiciais vinculantes dos
tribunais superiores. 
d) arbitrará a solução que lhe parecer mais justa, de forma motivada. 
e) poderá escusar-se de proferir decisão.
Questão com base na literalidade do art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil que
corresponde ao princípio da indeclinabilidade de jurisdição. 
Gabarito: A 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DAS QUESTÕES 
1. (ESAF - Assistente Jurídico da União – 1999) Assinale a opção falsa. 
(A) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código Civil,
sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil. 
(B) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um conjunto de
normas sobre normas. 
(C) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito
Internacional Privado. 
(D) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito intertemporal, para
assegurar a certeza, segurança e estabilidade do ordenamento jurídico-positivo,
preservando as situações consolidadas em que o interesse individual prevalece. 
(E) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de hermenêutica
jurídica. 
2. (ESAF - Advogado do IRB - 2006) Se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro,
estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela entrará em vigor no dia 
(A) 16 de janeiro. 
(B) 15 de janeiro. 
(C) 20 de janeiro. 
(D) 18 de janeiro. 
(E) 17 de janeiro. 
3. (FGV - ADVOGADO – BESC – 2004) Alterada uma lei, durante o prazo de
vacatio legis da lei nova aplica-se: 
(A) a lei nova. 
(B) a lei antiga. 
(C) a lei que o magistrado entender, segundo seu livre arbítrio, que deva ser
aplicada. 
(D) o Código Civil. 
(E) a lei mais benéfica. 
4. (FGV - FISCAL DE RENDAS – MS – 2006) A lei geral posterior que cria
disposição geral: 
(A) ab-roga a lei especial. 
(B) depende, para entrar em vigor, que a lei especial seja revogada. 
(C) altera a lei especial, mas sem revogá-la. 
(D) não revoga nem modifica a lei especial em vigor. 
(E) revoga a lei especial. 
 
 
 
 
 
 
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5. (FGV - AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL – MS – 2006) Com base na LICC,
assinale a alternativa incorreta. 
(A) A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
(B) Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto
aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
(C) Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum. 
(D) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito. 
(E) Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade de lei brasileira, quando
admitida, se inicia 2 (dois) meses depois de oficialmente publicada. 
6. (CESGRANRIO - Advogado – Casa da Moeda do Brasil – 2005) De acordo com
as regras instituídas pela Lei de Introdução ao Código Civil, é correto afirmar
que: 
(A) a pessoa pode se escusar de cumprir a lei desde que prove que a
desconhecia. 
(B) a lei do país onde nasceu a pessoa determina as regras sobre o começo e o
fim da personalidade. 
(C) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga a lei anterior. 
(D) a decisão judicial erga omnes chama-se coisa julgada. 
(E) se a lei for omissa, o juiz decidirá com base na jurisprudência. 
7. (ESAF – AFRFB - Auditor-Fiscal - 2009) Assinale a opção falsa. 
a) Se, durante a vacatio legis, vier a norma a ser corrigida em seu texto, que
contém erros substanciais, suscetíveis de modificar parcial ou totalmente o seu
sentido, ensejando nova publicação, o prazo nela mencionado para sua entrada
em vigor ou, não o havendo, os prazos de 45 dias e 3 meses começam a correr
da nova publicação. 
b) O estatuto pessoal, no Brasil, baseia-se na lei do domicílio, que é o elemento
de conexão indicativo da lei competente para reger conflitos de lei no espaço
concernentes aos direitos de família. 
c) O costume praeter legem, previsto no art. 4o da Lei de Introdução ao Código
Civil, por revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos. 
d) Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade no
todo, caso em que se tem a derrogação, ou em parte, hipótese em que se
configura a ab-rogação. 
e) Para a integração jurídica, em caso de lacuna, o juiz poderá fazer uso da
analogia, do costume e dos princípios gerais de direito. 
 
 
 
 
 
 
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8. (ESAF – AFT – Auditor-Fiscal do Trabalho – 2010) Sobre o efeito
repristinatório, podemos afirmar que: 
a)a regra geral do vacatio legis, com os critérios progressivo e único, decorre
do efeito repristinatório. 
b) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, revogará a lei anterior quando regular inteiramente a matéria tratada
na anterior. 
c) o legislador, derrogando ou ab-rogando lei que revogou a anterior,
restabelece a lei abolida anteriormente, independentemente de declaração
expressa. 
d) a vigência temporária da lei decorre do efeito repristinatório que fixa o tempo
de sua duração. 
e) a lei revogadora de outra lei revogadora somente restabelece a velha lei,
anteriormente abolida, quando expressamente declarado. 
9. (FCC - TRT 15ª - Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2009)
Denomina-se vacatio legis 
a) o período de tramitação da lei no Congresso Nacional. 
b) o instituto de direito não regulamentado por lei. 
c) o período de vigência da lei temporária. 
d) o intervalo entre a data da publicação da lei e a da sua entrada em vigor. 
e) a situação jurídica dos fatos regulamentados por lei revogada. 
10. (FCC - ISS/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007) Na lacuna da lei, o
juiz 
a) decidirá com base na analogia, nos costumes e nos princípios gerais de
direito. 
b) decidirá com base na eqüidade e na jurisprudência. 
c) decidirá o caso apenas se houver precedentes judiciais vinculantes dos
tribunais superiores. 
d) arbitrará a solução que lhe parecer mais justa, de forma motivada. 
e) poderá escusar-se de proferir decisão.
GABARITO: 1-A 2-E 3-B 4-D 5-E 6-C 7-D 8-E 9-D 10-A

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