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Direito Civil - Pessoas Naturais e Jurídicas

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CURSO ON-LINE – ICMS/RJ – DIREITO CIVIL
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROF: DICLER FERREIRA 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AAUULLA A 1 1 – – P PEES SSSOOAAS S NNA ATTU URRA AIISS, , P PEES SSSOOAAS S JJU URRÍÍDDIICCAAS S, , D DOOM MIICCÍÍLLI IOO E E BBEEN NSS
Nobre concurseiro(a), seguindo o programa de Direito Civil os próximos assuntos a
serem abordados são as pessoas. 
Tais assuntos têm como base legal o Código Civil, nos artigos 1o a 39 e 70 a 78.
Dessa forma, na aula passada estudamos a Lei de Introdução ao Código Civil, que não
faz parte do novo diploma legal que começará a ser estudado hoje. 
O Código Civil se divide em duas partes: a parte geral e a parte especial.
A Parte Geral do Código Civil subdivide-se em 3 (três) livros: 
1) Das pessoas: trata dos sujeitos da relação jurídica; 
2) Dos bens: trata dos objetos da relação jurídica; 
3) Dos atos e fatos jurídicos: trata dos atos e fatos que formam a relação
jurídica entre os sujeitos e os objetos. 
E a parte especial em outros X livros: 
1) Do direito das obrigações; 
2) Do direito de empresa: assunto estudado na disciplina Direito Empresarial; 
3) Do direito das coisas; 
4) Do direito de família; e 
5) Do direito das sucessões. 
Hoje estudaremos os livros 1 e 2 da parte geral do Código Civil.
Vamos ao que interessa!!!!!!! 
No sentido jurídico, a palavra pessoa representa o titular de direitos e obrigações.
Duas são as espécies de pessoas: 
- pessoa natural ou física: é o ser humano; e 
- pessoa jurídica ou moral: são organizações que visam a realização de um certo 
interesse. 
O titular de direitos e obrigações é aquele pode figurar em uma relação jurídica,
conforme esquema a seguir: 
 
 
 
 
 
 
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 RELACÃO JURÍDICA 
SUJ. ATIVO PRESTAÇÃO SUJ. PASSIVO 
 (direito) (bem jurídico) (dever) 
A todo direito subjetivo de alguém corresponde um dever de outra pessoa. Há, na
relação jurídica, pelo menos dois sujeitos: o ativo, que tem o direito, e o passivo, que tem
o dever, além de uma prestação (dar, fazer e não fazer) cujo objeto representa o bem
jurídico e funciona como elo de ligação na relação. 
Ou seja, aqueles que podem figurar como sujeito ativo ou sujeito passivo em uma
relação jurídica são a pessoa natural (ou física) e a pessoa jurídica (ou moral). 
Imagine que eu vá a uma clínica odontológica e, após o dentista que lá trabalha
realizar o procedimento necessário, eu passe a ter a obrigação de pagar o preço do
serviço realizado. Nessa relação jurídica, eu (pessoa natural) sou o sujeito passivo; a
clínica (pessoa jurídica) é o sujeito ativo; e o valor a ser pago é o objeto da prestação. 
PESSOA NATURAL 
CONCEITO DE PESSOA NATURAL: é o ser humano considerado como sujeito de
direitos e obrigações. Para ser uma pessoa, basta existir, basta nascer com vida,
adquirindo personalidade. 
CAPACIDADE DE DIREITO X CAPACIDADE DE FATO: o Código Civil em seus artigos
1o e 2o nos apresenta diversos conceitos importantes. 
Art. 1o do CC - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2o do CC - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Dessa forma, a pessoa natural, ao nascer com vida, adquire personalidade jurídica
e passa a ser titular de direitos e deveres na ordem civil. Ou seja, a personalidade
adquirida ao nascer representa o conjunto de capacidades (aptidões) referentes a uma
pessoa. Duas são as espécies de capacidade: 
- Capacidade de Direito ou de Gozo: é adquirida junto com a personalidade e
representa a aptidão para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, conforme 
 
 
 
 
 
 
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dispõe o art. 1o do CC. A capacidade de Direito ou de Gozo é adquirida através do
nascimento com vida. 
- Capacidade de Fato ou de Exercício: é a aptidão para alguém exercer por si só
(sozinho) os atos da vida civil. Ou seja, representa a capacidade de praticar
pessoalmente os atos da vida civil, independente de assistência ou representação.
Em regra é adquirida ao completar dezoito anos de idade. 
Conclui-se que todas as pessoas possuem capacidade de direito ou de gozo, mas
nem todas possuem a capacidade de fato ou de exercício. Esta, em regra, é adquirida ao
completar 18 anos, mas também pode ser adquirida através da emancipação ou do
levantamento da interdição. 
Apesar de não possuir capacidade de fato ou de exercício, uma pessoa pode ser
titular de direitos. Como exemplo, temos a possibilidade de uma criança de dois anos ser
proprietária de um apartamento, pois ela tem capacidade de direito ou de gozo.
Entretanto, por ainda não ter condições de discernir sobre a prática dos atos da vida civil,
tal criança possui uma deficiência jurídica. 
Vejamos o gráfico esquemático para que depois eu explique melhor o que vem a
ser essa “deficiência jurídica”. 
No art. 2o do CC, o legislador colocou a salvo os direitos do nascituro (aquele que
está para nascer). 
Art. 2o do CC - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Concluímos então que o nascituro poderá figurar em algumas relações jurídicas,
tais como os dispositivos legais exemplificados a seguir: 
NASCIMENTO 18 ANOS 
AQUISIÇÃO DA
CAPACIDADE DE
DIREITO OU DE GOZO 
REGRA: AQUISIÇÃO DA
CAPACIDADE DE FATO 
OU DE EXERCÍCIO 
 
 
 
 
 
 
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Art. 542 do CC - A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu
representante legal. 
Art. 1.798 do CC - Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no
momento da abertura da sucessão. 
Percebe-se que a doação feita a uma pessoa, mesmo antes dela nascer, é válida.
O mesmo acontece durante a sucessão hereditária, pois, se um homem morre e deixa a
sua esposa grávida, o feto que ela carrega em seu ventre também participará da
sucessão. 
Os direitos do nascituro, entretanto, estão condicionados ao nascimento com vida,
ou seja, se nascer morto, os direitos eventuais que viria a ter estarão frustrados. 
O artigo 2o do Código Civil deu origem a duas grandes correntes sobre o início da
personalidade. A primeira, denominada teoria natalista, preconiza que o início da
personalidade começa a partir do nascimento com vida. A segunda, denominada
teoria concepcionista, defende que, pelo fato da lei por a salvo desde a concepção os
direitos do nascituro, a personalidade se divide em duas partes: a personalidade jurídica
formal (adquirida através da concepção) e a personalidade jurídica material (adquirida
através do nascimento com vida). 
Por concepção, devemos entender o momento em que o óvulo fecundado pelo
espermatozóide se junta à parede do útero. 
Lembre-se que a teoria adotada pela doutrina majoritária é a natalista e, se a
banca do seu concurso nada dispuser a respeito da teoria da concepção, então é para ser
adotada a teoria natalista. 
Segue um quadro sobre o assunto: 
AAQQUIS UI SIIÇÇÃÃO O DDA A PPEERRSSOONNAALLIIDDAADDE E 
TEORIA NATALISTA Através do nascimento com vida. 
TEORIA
CONCEPCIONISTA 
PERSONALIDADE
JURÍDICA FORMAL Através da concepção 
PERSONALIDADE
JURÍDICA MATERIAL Através do nascimento com vida.
 
 
 
 
 
 
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LEGITIMAÇÃO X CAPACIDADE 
A legitimação é a posição favorável de uma pessoa em relação a certos bens ou
interesses, habilitando-a à prática de determinados atos ou negócios jurídicos. A falta de
legitimação acarreta um impedimento específico para a prática de determinadosatos ou
negócios jurídicos. 
A legitimação difere da capacidade de direito ou de gozo, pois, esta todas as
pessoas possuem, ao passo que aquela é característica de apenas alguns. Como
exemplo temos o art. 1.749, I do CC: 
Art. 1.749 do CC - Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de
nulidade: 
I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis
ou imóveis pertencentes ao menor; 
[...]. 
Ou seja, pelo dispositivo legal acima, o tutor possui capacidade de direito ou de
gozo, assim como a capacidade de fato ou de exercício, entretanto, não possui
legitimidade para adquirir bens móveis ou imóveis do menor que ele representa. 
Observação: Outro exemplo de legitimidade será estudado na aula seguinte dentro do
tópico direitos da personalidade. 
INCAPACIDADE ABSOLUTA E RELATIVA: as pessoas que possuem os dois tipos de
capacidade (de direito/gozo e de fato/exercício) têm a chamada capacidade plena, e
aqueles que não possuem a capacidade de fato ou de exercício são chamados
incapazes, sendo portadores de uma “deficiência jurídica”. Justamente por existir tal
deficiência é que os incapazes precisam ser representados ou assistidos. 
 
A incapacidade (deficiência jurídica) pode se apresentar sob duas formas: 
• Incapacidade absoluta: acarreta a proibição total da prática dos atos da vida civil.
Tal deficiência é suprida pela representação; 
CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO = CAPACIDADE PLENA 
 
 
 
 
 
 
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• Incapacidade relativa: permite a prática dos atos civis, desde que o incapaz seja
assistido por seu representante. Tal deficiência é suprida pela assistência. 
Quando a pessoa não possui capacidade de fato ou de exercício e,
conseqüentemente, a capacidade civil plena, ela é considerada incapaz. Na visão da
Profa. Maria Helena Diniz a incapacidade deve ser observada de forma restritiva, pois a
capacidade é a regra (todos adquirem ao nascer com vida), ao passo que incapacidade é
a exceção. 
IMPORTANTE !!! 
A incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil e tem
como objetivo proteger os que são portadores de alguma deficiência jurídica
apreciável através da graduação da forma de proteção. Dependendo da deficiência,
a incapacidade gera como forma de proteção a necessidade de um representante 
(incapacidade absoluta) ou de um assistente (incapacidade relativa). 
A incapacidade absoluta é suprida pela representação. Na representação, o
incapaz não esboça sua vontade em relação à prática ou não do ato ou negócio jurídico,
pois esta é tomada pelo representante legal. Ou seja, o ato ou negócio jurídico é realizado
de acordo com a vontade do representante. A falta de representante acarreta a nulidade
do ato. 
Já a incapacidade relativa é suprida pela assistência. Na assistência o próprio
incapaz decide se pratica ou não o ato ou negócio jurídico, esboçando, portanto, a sua
vontade, limitando-se o assistente a apenas presenciá-lo durante a celebração do ato.
São pessoas que, por terem algum discernimento, estão em uma situação intermediária
entre a capacidade plena e a incapacidade total. A falta de assistência acarreta a
anulabilidade do ato. 
 
Após saber os tipos de incapacidade, creio que você deva estar se perguntando:
quem é considerado incapaz? 
 
 
 
 
 
 
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A resposta para essa pergunta é dada pelos arts. 3º e 4º do CC que trazem,
respectivamente, o rol dos absolutamente e relativamente incapazes. 
Art. 3o do CC - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da
vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Art. 4o do CC - São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os
exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental,
tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
Rol dos absolutamente incapazes: 
- Os menores de 16 anos são chamados de menores impúberes. São os que ainda não
atingiram a maturidade suficiente para participar da atividade jurídica. 
- Os privados do necessário discernimento por enfermidade ou deficiência mental
para serem considerados absolutamente incapazes necessitam de um processo de
interdição. Tal processo segue o rito do Código de Processo Civil e a sentença terá
natureza declaratória de uma situação ou estado anterior devendo ser registrada em livro
especial no Cartório do 1º Ofício do Registro Civil. 
- Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade tem nas
pessoas que estão em estado de coma o clássico exemplo de incapacidade absoluta
comumente cobrado em concursos. Este caso não precisa de interdição pelo fato de,
teoricamente, se tratar de uma situação “passageira”. 
Rol dos relativamente incapazes: 
- Os maiores de 16 e menores de 18 anos são chamados de menores púberes e,
apesar de serem relativamente incapazes, podem praticar determinados atos sem a
assistência, tal como: aceitar mandato, ser testemunha, fazer testamento, etc. 
 
 
 
 
 
 
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- Os ébrios (alcoólatras) habituais e os viciados em tóxicos (toxicômanos), quando o
efeito das respectivas substâncias (álcool e entorpecente) provocar uma redução na
capacidade de entendimento, não poderão praticar os atos da vida civil sem assistência
de um curador, desde que interditos. 
- Os deficientes mentais com discernimento reduzido são fracos da mente ou
fronteiriços. Dessa forma, quando a debilidade privar completamente o amental do
necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil, então ele será considerado
incapaz de forma absoluta. Porém, se ocorrer apenas uma redução na capacidade,
teremos a incapacidade relativa. 
- Todos os excepcionais sem desenvolvimento mental completo, incluindo os surdos-
mudos (em determinadas situações), são considerados relativamente incapazes. Para tal,
deve haver uma sentença de interdição. 
- Os pródigos são gastadores que dissipam o próprio patrimônio de forma desvairada.
Trata-se de um desvio de personalidade e não, propriamente, de um estado de alienação
mental. No entanto, o pródigo só ficará privado de praticar atos que extravasam a mera
administração e implicam no comprometimento de seu patrimônio, como emprestar,
alienar, hipotecar, etc. (art. 1.782 do CC). Precisa de interdição. 
Art. 1.782 do CC - A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar,
transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em
geral, os atos que não sejam de mera administração. 
Observação: existem algumas exceções em que os relativamente incapazes podem
praticar atos sozinhos, como fazer um testamento, aceitar mandato para praticar
negócios, celebrar contrato de trabalho a partir de 16 anos, ser testemunha a partir de 16
anos, etc. 
A seguir temos mais uma tabela para sintetizar o assunto: 
 
 
 
 
 
 
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INCAPACIDADE 
ABSOLUTA RELATIVA 
1 - menores de dezesseis anos; 
2 - enfermos, sem discernimento;
3 - deficientes mentais, sem 
discernimento; e 
4 - impossibilidade transitória de 
exprimir a vontade. 
1 - maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos; 
2 - ébrios habituais;3 - viciados em tóxicos; 
4 - deficientes mentais, com 
discernimento reduzido; 
5 - excepcionais, sem desenvolvimento
mental completo; e 
6 - pródigos. 
CAPACIDADE CIVIL DO ÍNDIO: nos termos do art. 4º, § único do CC, a capacidade dos
índios deve ser regulada por lei especial. Tal diploma legal é a Lei 6.001/1973 (Estatuto
do Índio). 
O Estatuto do Índio dispõe que todo ato praticado por silvícola, sem a assistência
da FUNAI, é nulo. O próprio Estatuto, no entanto, dispõe que o juiz poderá considerar
válido o ato se constatar que o silvícola tinha plena consciência do que estava fazendo e
que o ato não foi prejudicial a ele. 
Ou seja, dependendo do grau de integração com a sociedade, o índio pode ser
considerado absolutamente incapaz, relativamente incapaz ou plenamente capaz. 
CURATELA X TUTELA 
A curatela é um instituto que visa a proteção da pessoa e o regimento ou
administração de seus bens. Incide tal instituto sobre aqueles que não possuem
capacidade para fazer a referida administração sozinhos, em razão de ausência, moléstia,
ou até mesmo dos que ainda nem nasceram. 
A tutela visa os cuidados com a pessoa do menor ante a ausência dos pais (ex:
menor órfão de pai e mãe), já a curatela visa o amparo de maiores em condições
específicas onde estes, não tendo capacidade em virtude de problemas mentais, sejam
ébrios habituais ou dependentes toxicológicos ou todos os que não tem condições de
exprimir a sua vontade por estas ou outras causas também tem direito a um curador. 
 
 
 
 
 
 
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Assim, para a determinação de curador para o incapaz, necessário que se faça o
reconhecimento judicial da incapacidade, onde logo será declarada a interdição e
estabelecida a curatela, onde o curador ficará responsável pelo interdito e administração
de seus bens. 
TUTELA Î amparo de menores 
CURATELA Î amparo de maiores com “problemas” 
O art. 1.728 do CC trata do instituto da tutela. 
Art. 1.728 do CC -. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
Já o rol do art. 1.767 do CC enumera as pessoas que estão sujeitas à interdição e,
conseqüentemente, à curatela. 
Art. 1.767 do CC -. Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para os atos da vida civil; 
II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; 
III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; 
IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; 
V - os pródigos. 
FIM DA INCAPACIDADE 
O término da incapacidade (absoluta ou relativa) pode se dar de 3 (três) formas: 
1. maioridade - ao completar 18 (dezoito) anos; 
2. levantamento da interdição – quando a causa da interdição cessar (ex: a
enfermidade deixa de existir); e 
3. emancipação – aquisição da capacidade civil plena antes de completar 18
(dezoito) anos, ou seja, representa a antecipação da capacidade civil plena.
Também pode ser de 3 (três) tipos: voluntária, judicial e legal. 
Segue gráfico esquemático: 
 
 
 
 
 
 
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Observação: a emancipação deve objetivar o benefício do menor, ou seja, pode ser
anulada (emancipação voluntária) ou denegada (emancipação judicial) quando o menor
for prejudicado com o ato. 
Vimos no gráfico anterior que uma das características da emancipação é a
irrevogabilidade, entretanto, revogar (desfazimento de um ato válido) é diferente de anular
(cancelamento de um ato inválido). 
Imagine uma emancipação concedida através de um documento fraudulento. É
perfeitamente possível a anulação do ato. 
Os institutos da maioridade é da emancipação são tratados no art. 5º do CC: 
Art. 5o do CC - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
EMANCIPAÇÃO 
É o instituto jurídico que
antecipa a aquisição da
capacidade plena aos
menores de 18 anos. 
Características: 
- irrevogabilidade: não
pode ser revogada pelos
pais do menor. 
- perpetuidade: se o
casamento for desfeito a
emancipação continua. 
- pura e simples: não
admite termo ou
condição. 
VOLUNTÁRIA: é concedida pelos pais (os dois) mediante
escritura pública, independente de homologação judicial. O
menor deve ter 16 anos completos. 
- se um dos pais for falecido ou estiver interditado (falta de
um dos pais), o outro pode conceder a emancipação. 
- se um dos pais se achar em local incerto, deve haver
autorização judicial. 
JUDICIAL: é concedida por sentença judicial. O menor
deve ter 16 anos completos. Duas hipóteses: 
1) quando o menor estiver sob tutela; e 
2) quando houver divergência entre os pais. 
LEGAL: se opera automaticamente, independente de ato
dos pais, tutor ou sentença judicial. Hipóteses: 
1) casamento (16 anos completos, em regra – arts. 1.517 e 
1.520 do CC); 
2) exercício de emprego público efetivo (concurso público); 
3) colação de grau em curso de ensino superior (faculdade); 
4) ter estabelecimento civil ou comercial que lhe propicie
economia própria (16 anos completos); 
5) possuir relação de emprego que lhe propicie a obtenção
de economia própria (16 anos completos). 
 
 
 
 
 
 
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III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia
própria. 
É importante frisar que a emancipação não é causa de maioridade, mas sim de
antecipação da capacidade de fato ou de exercício. Dessa forma, apesar de o
emancipado possuir a capacidade de fato, para alguns atos a lei exige idade mínima de
18 anos, tal como, tirar carteira nacional de habilitação e poder ser responsabilizado
penalmente. 
MORTE 
Para o direito civil a morte representa o fim da personalidade jurídica. Pode ser de
três tipos: 
1 - Morte Real – é a que pressupõe a existência de um cadáver para comprovar o
óbito. 
2 - Morte Civil - quando uma pessoa, embora viva, é tratada como morta, perdendo
os seus direitos civis. Está prevista no art. 1.816 do Código Civil, só produzindo
efeitos com relação à herança. 
Art. 1.816 do CC - São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro
excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à
administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à
sucessão eventual desses bens. 
3 - Morte Presumida – ocorre quando não há um cadáver para provar efetivamente
a morte. O Código Civil trata do assunto nos arts. 6º e 7º. 
Art. 6o do CC - A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta,
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
definitiva. 
Art. 7o do CC - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até
dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá
ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações,devendo a sentença
fixar a data provável do falecimento. 
 
 
 
 
 
 
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A morte presumida freqüentemente costuma ser alvo de questões de concursos,
portanto, segue gráfico esquemático sobre o assunto: 
MORTE
PRESUMIDA 
SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA (art. 7º do CC): são os casos de: 
- extrema probabilidade de morte de quem se encontrava em perigo de
vida (ex: queda do avião da Air France); e 
- desaparecimento em campanha ou aprisionamento após 2 anos do
término da guerra. 
COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA (art. 6º do CC): pessoa com
paradeiro desconhecido. Existe a necessidade de que alguém
represente os bens do ausente. Fases: 
1 - curadoria dos bens do ausente Î o curador administra os bens do
ausente. 
2 - sucessão provisória Î os herdeiros se imitem na posse dos bens
do ausente. 
3 - sucessão definitiva Î os herdeiros adquirem a propriedade dos
bens do ausente. 
É na abertura da sucessão definitiva que o ausente é declarado morto. 
Já vimos que a morte presumida com decretação de ausência atravessa três
fases, entretanto é necessário tecermos comentários sucintos sobre cada uma, pois a
matéria é tratada de forma mais específica no Código de Processo Civil: 
1) Curadoria dos bens do ausente: nesta fase o juiz, após analisar a petição inicial e se
convencer do desaparecimento de certa pessoa, deverá nomear um curador para
administrar os bens do ausente, caso ele não tenha deixado um procurador. A escolha do
curador deverá obedecer a ordem do art. 25 do CC. 
Art. 25 do CC - O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente,
ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo
curador. 
 
 
 
 
 
 
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§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o
cargo. 
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
O juiz também arrecadará os bens do ausente, entregando a administração deles
para o curador; e, mandará publicar editais durante um ano, reproduzidos de dois em dois
meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse dos bens. 
Após um ano da publicação do primeiro edital, ou três anos no caso de haver
deixado procurador, permanecendo a ausência, avança-se para a segunda fase (art. 26
do CC). 
Art. 26 do CC - Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele
deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os
interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a
sucessão. 
2) Sucessão provisória: esta fase é aberta pela sentença do juiz após o julgamento das
habilitações dos herdeiros. Com exceção dos ascendentes, dos descendentes e do
cônjuge, os demais herdeiros para se imitirem na posse dos bens do ausente devem
prestar uma caução de garantia. 
Art. 30 do CC - Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão
garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos
quinhões respectivos. 
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia
exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a
administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa
garantia. 
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade
de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do
ausente. 
Havendo certeza de morte ou persistindo a ausência após dez anos contados a
partir do trânsito da sentença de abertura da sucessão provisória, ou então, dentro de
cinco anos a contar das últimas notícias, se o ausente contava oitenta ano de idade,
avança-se para a terceira fase. 
Art. 35 do CC - Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento
do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros,
que o eram àquele tempo. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 37 do CC - Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a
abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão
definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
Art. 38 do CC - Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o
ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
3) Sucessão definitiva: tal sentença acarreta a presunção da morte do ausente devendo
ser averbada no Cartório de Registro Civil. Os herdeiros deixam de ter a posse e passam
a ter a propriedade resolúvel dos bens do ausente. É resolúvel porque o retorno do
ausente em até dez anos após a abertura da sucessão definitiva provoca a extinção da
propriedade. 
 
Art. 39 do CC - Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da
sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes
haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu
lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos
bens alienados depois daquele tempo. 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não
regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados
nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando
situados em território federal. 
Percebemos que, em regra, não é possível um intervalo de tempo menor que onze
anos (1 + 10) entre a curadoria dos bens e a sucessão definitiva, pois deve-se publicar
editais durante um ano e aguardar dez anos da sucessão provisória até a sucessão
definitiva. 
COMORIÊNCIA: é a morte de duas ou mais pessoas, simultaneamente, sendo elas
herdeiras entre si. Produz como efeito jurídico o fato de os comorientes não herdarem
entre si, ou seja, não há transmissão de bens entre os comorientes. 
Art. 8o do CC - Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos. 
Ex: Um casal sem descendentes e ascendentes falece em um acidente de carro. O
Marido possui como único herdeiro um primo. A esposa possui como única herdeira uma
irmã. 
 
 
 
 
 
 
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1) Se ficar provado que o marido morreu primeiro (antes da esposa), este transmite
sua herança para a esposa que, consequentemente, transmite para a irmã. O primo
fica sem nada. 
2) Se ficar provado que a esposa morreu primeiro (antes do marido), esta transmite
sua herança para o marido que, consequentemente, transmite para o primo. A irmã
fica sem nada. 
3) Se não puder se provar quem morreu primeiro, presume-se a comoriência, ou
seja, a herança do marido será transmitida ao primo e a herança da esposa será
transmitida para a irmã. 
REGISTRO E AVERBAÇÃO 
A averbação difere-se do registro (principal ato ocorrido no cartório) por
representar um ato secundário que modifica o teor do ato principal. O assunto tem como
base legal os artigos 9º e 10 do CC. 
Art. 9o do CC - Serão registrados em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
Art. 10 do CC - Far-se-á averbação em registro público: 
I - dassentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a
separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; 
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 
III – (revogado). 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL 
Os elementos individualizadores da pessoa natural são três:
- o nome; 
- o estado; e 
- o domicílio. 
O nome apresenta dois aspectos: 
1) aspecto individual: diz respeito ao direito que todas as pessoas têm ao nome; 
 
 
 
 
 
 
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2) aspecto público: é o interesse que o Estado tem de que as pessoas possam se
distinguir umas das outras, por isso regulamentou a adoção de um nome por meio da
Lei n. 6.015/73 (Lei dos Registros Públicos - LRP). Não abordaremos o conteúdo da
LRP por não constar no edital. 
O nome integra os direitos da personalidade (arts. 16 a 19 do CC) e é composto
de 3 (três) elementos: 
1) prenome (pode ser simples ou composto); 
2) sobrenome ou patronímico (designa a origem familiar da pessoa); e 
3) agnome (é a partícula acrescentada ao final do nome para diferenciar as pessoas
da mesma família com o mesmo nome). 
Veja o exemplo a seguir: 
João Pereira Neto
O estado é a soma das qualificações da pessoa na sociedade e apresenta 3 (três)
aspectos: 
1) aspecto individual: diz respeito ao modo de ser das pessoas. Representa as
características individuais, tal como altura, peso, cor, maior, menor, etc. 
2) aspecto familiar: diz respeito à posição que uma pessoa ocupa na família, tal
como o estado de solteiro, casado, viúvo, etc. 
3) aspecto político: diz respeito à qualificação de nacionalidade e cidadania, tal
como o fato de ser brasileiro ou estrangeiro. 
O estado tem três características importantes: 
1) irrenunciabilidade: não se pode renunciar aquilo que é característica pessoal; 
2) inalienabilidade: não se pode transferir as características pessoais; e 
3) imprescritividade: o simples decurso do tempo não faz com que as pessoas
percam as qualificações inerentes ao estado. 
 prenome sobrenome agnome 
 
 
 
 
 
 
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DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL 
O domicílio é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para
efeitos de direito. Ou seja, é o local onde a pessoa pratica habitualmente seus atos e
negócios jurídicos e, conseqüentemente, onde responde por suas obrigações. 
Para chegarmos ao conceito de domicílio é necessário entendermos a diferença
entre morada, residência e domicílio. 
- Morada: é o lugar onde a pessoa é encontrada. O normal é a idéia do recolhimento.
Local onde é encontrada para dormir. 
- Residência: é a morada habitual. É o local onde a pessoa é encontrada habitualmente.
Ex: Casa de praia. 
- Domicílio: é a residência com ânimo definitivo. Não é residência eterna. É o local onde
a pessoa é encontrada habitualmente e não sabe quando vai sair. Ânimo definitivo é a
vontade de permanecer. A pessoa pode até não ter vontade de permanecer, mas
enquanto ela permanecer de modo habitual é domicílio, (Ex: morar em um bairro que não
gosta). 
Existem duas espécies de domicílio para a pessoa natural: 
1) Domicílio Voluntário - pode ser: 
a) comum ou geral (arts. 70 a 74 do CC): é aquele escolhido livremente pela
pessoa e que poderá ser mudado por ela. 
Art. 70 do CC - O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo. 
O conceito de domicílio voluntário do art. 70 do CC apresenta dois elementos: 
a) elemento objetivo: é a residência; 
b) elemento subjetivo: é o ânimo definitivo. 
Dessa forma, se uma pessoa vai passar o mês de férias em uma casa de praia o
domicílio não estará sendo mudado, pois, como se trata de uma situação
temporária, falta a intenção de permanecer definitivamente no local. 
Art. 71 do CC -Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. (PLURALIDADE
DE DOMICÍLIOS) 
 
 
 
 
 
 
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No artigo 71 o Código Civil consagra a pluralidade domiciliar, ou seja, é possível
que uma pessoa tenha mais de um domicílio. Como exemplo temos a pessoa que fica
durante a semana no Rio de Janeiro e todo final de semana vai para São Paulo. Tal
pessoa possui duas moradas habituais e, nesse caso, a lei estipulou que quando a
pessoa possui mais de uma residência, qualquer uma delas serve como domicílio. 
Art. 72 do CC -É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações
concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. (DOMICÍLIO
PROFISSIONAL) 
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles
constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. (PLURALIDADE DE
DOMICÍLIOS PROFISSIONAIS) 
Além do domicílio escolhido livremente pela pessoa ao fixar residência com ânimo
definitivo, no artigo 72 do Código Civil criou-se a possibilidade da pessoa ter como
domicílio o local relacionado com o seu trabalho. A situação é exemplificada pelas
pessoas que trabalham em grandes centros e moram em cidades satélites, tal como a
pessoa que mora na cidade de São Caetano-SP e trabalha na cidade de São Paulo-SP
(capital). 
Art. 73 do CC - Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde for encontrada. (AUSÊNCIA DE RESIDÊNCIA) 
Todos possuem domicílio, inclusive aqueles que não têm residência. Dessa forma,
o domicílio dos ciganos, dos artistas de circo (circenses) e do cacheiro viajante é o local
onde forem encontrados. 
Art. 74 do CC - Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção
manifesta de o mudar. 
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não
fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. 
No artigo 74 do Código Civil está prevista a forma para uma pessoa mudar o seu
domicílio. 
b) especial (art.78 do CC) - é aquele que possibilita aos contratantes estabelecer
um local para o cumprimento das obrigações (foro de contrato) ou um local para
dirimir quaisquer controvérsias surgidas em decorrência do contrato (foro de
eleição). 
 
 
 
 
 
 
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Art. 78 do CC - Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 
2) Domicílio Necessário ou Legal (art. 76 do CC) - é aquele determinado pela lei
em razão da condição ou situação de certas pessoas. Nesses casos a lei não
permite a escolha do domicílio. 
Art. 76 do CC - Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso. 
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do
servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar,
onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se
encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado;
e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. 
Além dos domicílios já citados, também é consagrado no art. 77 do Código Civil
uma situação especial para o agente diplomático. 
Art. 77 do CC - O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. 
Pelo fato do agente diplomático não ter residência noBrasil e, se em razão de uma
demanda, tal fato for suscitado por ele, então a jurisdição competente para resolver o
litígio pode ser duas: 
1) o Distrito Federal; ou 
2) o local do Brasil onde teve seu último domicílio. 
PESSOAS JURÍDICAS
CCONC ON EI CE ITO DTO E PDE ESPE SOSS A JOA URÍDJU ICRÍ DI A CA 
A pessoa jurídica é o conjunto de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a
consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e
obrigações. Para existir, são necessários três requisitos: 
1) organização de pessoas ou de bens; 
2) licitude de propósitos ou fins; e 
3) capacidade jurídica reconhecida por norma. 
 
 
 
 
 
 
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Dessa forma, para que o ser humano possa atingir seus fins e objetivos lícitos, ele
se une a outros homens formando agrupamentos. A esses grupos a lei atribui
personalidade jurídica, capacitando-os a serem sujeitos de direitos e de obrigações. 
Nesse sentido é que surgem as pessoas jurídicas, também chamadas de pessoas
morais, pessoas coletivas, pessoas abstratas, pessoas místicas, pessoas civis ou
pessoas intelectuais. 
CCLASSS IFICLA SI CA ÃOFI AÇ O D PEÇÃ DA ES OAA P SS A J RÍSO JU DI A UR ÍDIC CA 
Vários são os critérios adotados para a classificação das pessoas jurídicas, para
fins de concurso, destaco os que seguem abaixo: 
a) Quanto à nacionalidade: as pessoas jurídicas podem ser nacionais ou
estrangeiras. 
b) Quanto à estrutura interna: as pessoas jurídicas podem ser uma universitas
personarum (conjunto de pessoas) como é o caso das corporações (associações
– fins não econômicos - e sociedades – fins econômicos), ou uma universitas
bonorum (patrimônio personalizado) como é o caso das fundações. 
c) Quanto às funções e capacidade (arts. 40 a 42 do CC): as pessoas jurídicas são
de direito público (interno – art. 41 do CC - ou externo – art. 42 do CC) e de
direito privado. 
Art. 40 do CC - As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de
direito privado. 
Art. 41 do CC - São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público,
a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao
seu funcionamento, pelas normas deste Código. 
Art. 42 do CC - São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 44 do CC - São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
 
 
 
 
 
 
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§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou
registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às
sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. 
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei
específica. 
Fazendo um gráfico esquemático juntando as três classificações, temos,
basicamente, o seguinte: 
 ADM. DIRETA União / Est. / Territ. / D.F. / Munic. 
INTERNO 
 ADM. INDIRETA Aut. e demais entid. criadas por lei. 
 DIREITO 
 PÚBLICO 
 
 EXTERNO Estados estrangeiros e pessoas regidas pelo D.I.P. 
 
 SIMPLES 
PESSOA SOCIEDADE 
JURÍDICA EMPRESÁRIA 
 fim econômico 
 CORPORAÇÃO ASSOCIAÇÃO 
 
un u ivni ersitave rs as it s ASSOCIAÇÃO PART. POLÍTICO 
 DIREITO personarum 
 PRIVADO fim não ORG. RELIGIOSA 
econômico 
 
 FUNDAÇÃO 
 
unni er u iv sitave rs as it s 
 bonorum 
A seguir vamos tratar de cada uma das pessoas jurídicas citadas: 
1. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO são aquelas cuja
atuação se restringe aos interesses e limites territoriais do país. Podem ser da
Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) ou
da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, associações públicas e
agências reguladoras). 
É comum a ESAF colocar em suas provas a sigla de uma pessoa jurídica e cobrar
do aluno a respectiva classificação. Como a banca em questão costuma utilizar 
 
 
 
 
 
 
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como base o livro da Profa. Maria Helena Diniz, seguem algumas siglas citadas
pela renomada autora: 
- AUTARQUIAS: INSS, INCRA, INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial),
IPHAN (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), USP, Embratur, SUFRAMA
(Superintendência da Zona Franca de Manaus), CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica); 
- ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS: são consórcios públicos com personalidade jurídica
de direito público, por conjugarem esforços visando atingir uma finalidade pública.
Ex: COPATI (consórcio formado por municípios cortados pelo rio Tibagi, no 
Paraná, com o fim de preservar esse rio); 
- FUNDAÇÕES PÚBLICAS: surgem quando a lei individualiza um patrimônio a
partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando-o à
realização de um fim administrativo, e dotando-o de organização adequada. Ex:
FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), FUNARTE
(Fundação Nacional das Artes), FUNASA (Fundação Centro Brasileiro para a
Infância e Adlescência); 
- AGÊNCIAS REGULADORAS: são autarquias federais especiais incumbidas de
normatizar, disciplinar e fiscalizar a prestação de certos bens e serviços de grande
interesse público por agentes econômicos públicos e privados. Ex: ANA (Agência 
Nacional de Águas), ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), ANCINE
(Agência Nacional do Cinema), ANTAQ (Agência Nacional de Transportes
Aquáticos), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), etc. 
- 
2. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO são
regulamentadas pelo direito internacional e compreendem as nações
estrangeiras (Ex: Itália, França, Alemanha, Uruguai, etc.) e as pessoas regidas
pelo direito internacional público tal como a Santa Sé, uniões aduaneiras com o
objetivo de facilitar o comércio exterior (Ex: MERCOSUL, União Européia, etc) e
organismos internacionais (Ex: ONU, OEA, UNESCO, FMI, INTERPOL, OIT, FAO 
– Food and Agriculture Organization, etc.). 
3. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO são elencadas no art. 44 do
Código Civil. São elas: 
 
 
 
 
 
 
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: são caracterizadas pela existência de seus membros. Toda - CORPORAÇÕES 
corporação é representada por um grupo de pessoas (naturais ou jurídicas), sendo
que o patrimônio não é essencial. No Direito Romano, as corporações eram
conhecidas como universitas personarum. Têm por objetivo sempre o bem-estar
de seus membros, ou seja, existem para beneficiar os seus membros. 
O gênero corporações se subdivide em duas espécies:as associações e as
sociedades. 
: surgem quando não há um fim lucrativo ou intenção de a) ASSOCIAÇÕES 
dividir o resultado, embora tenham patrimônio, formado por contribuição de seus
membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos,
beneficentes, recreativos, morais, etc. Entretanto, não perdem a categoria de
associação mesmo que realizem negócios para manter ou aumentar o seu
patrimônio, desde que não proporcionem ganho aos associados. (Ex: APAE, UNE,
Associação de Pais e Mestres, Associação dos Advogados de São Paulo, etc.) 
Art. 53 do CC - Constituem-se as associações pela união de pessoas que se
organizem para fins não econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
O documento a ser utilizado na constituição da associação é o estatuto. Tal
documento deve possuir os requisitos listados no art. 54 do CC. 
Art. 54 do CC - Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Além disso, como se trata de uma pessoa sem finalidade lucrativa, os associados
devem ter direitos iguais, apesar de ser possível a existência de uma categoria de
associados com vantagens especiais. Um exemplo comum ocorre com os
associados criadores que reservam para si vantagens especiais, enquanto que os
demais associados terão iguais direitos. 
Art. 55 do CC - Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá
instituir categorias com vantagens especiais. 
 
 
 
 
 
 
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Outro conceito importante está inserido no art. 56 do CC. 
Art. 56 do CC - A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser
o contrário. 
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da
associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da
qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do
estatuto. 
Após sua análise, conclui-se que no silêncio do estatuto a qualidade de associado
é intransmissível, seja por ato inter vivos (ex: doação) ou causa mortis
(testamento). Entretanto, é possível a transferência de quota ou fração ideal do
patrimônio da associação. 
Ainda sobre o associado, o art. 57 do CC prevê a possibilidade de sua exclusão: 
Art. 57 do CC - A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos
termos previstos no estatuto. 
Percebe-se que para um associado ser excluído da associação deve haver um
procedimento específico, com a possibilidade de direito de defesa e, também,
possibilidade de recurso quanto à primeira decisão. 
: podem ser simples ou empresárias. A sociedade simples visa o b) SOCIEDADES 
fim econômico ou lucrativo, pois o lucro obtido deve ser repartido entre os
sócios , sendo alcançado pelo exercício de cenas profissões ou pela prestação de
serviços técnicos. Já a sociedade empresária objetiva o lucro através do
exercício de atividade empresarial ou comercial. 
Art. 981 do CC - Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e
a partilha, entre si, dos resultados. 
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios
determinados. 
: é um acervo de bens livres de ônus e c) FUNDAÇÕES PARTICULARES 
encargos (universitas bonorum) representando um patrimônio a que a lei atribui
personalidade jurídica, em atenção ao fim a que se destina (fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência). O CC começa a regular a criação de uma fundação no
seu art. 62. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 62 do CC - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência. 
Percebe-se que a instituição da fundação é um ato solene que depende de
escritura pública ou testamento. Tais documentos deverão conter a dotação de
bens a serem transferidos para a fundação, assim como a finalidade a que ela se
destina. 
Após a escritura pública ou o testamento, deve ocorrer a elaboração do seu
estatuto. Documento este que deve ser levado à apreciação do Ministério
Público (responsável por fiscalizar a fundação) para depois ocorrer o registro no
Cartório das Pessoas Jurídicas. 
Dessa forma, concluímos que a instituição de uma fundação deve atravessar as
seguintes fases: 
1) dotação de bens livres: é o momento em que o instituidor destina determinados
bens para a criação da fundação; 
2) elaboração do estatuto: pode ser própria (feita pelo próprio instituidor) ou
fiduciária (quando fica a cargo de alguém de confiança do instituidor). Caso a
pessoa responsável pela elaboração do estatuto não o faça no prazo estipulado, o
encargo de elaborar o estatuto caberá ao Ministério Público nos termos do art. 65
do CC; 
Art. 65 do CC - Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em
tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o
estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da
autoridade competente, com recurso ao juiz. 
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor,
ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério
Público. 
3) aprovação do estatuto pelo Ministério Público: sendo elaborado pelo próprio
instituidor ou pessoa de sua confiança, a aprovação o estatuto fica a cargo do
Ministério Público (MP), entretanto, caso o MP não aprove, poderão passar pela
apreciação do Juiz da comarca, de forma subsidiária, para que a aprovação do MP
seja suprida pelo magistrado; no entanto, se o estatuto for elaborado pelo MP,
sempre deverá passa pela aprovação do juiz; e 
 
 
 
 
 
 
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4) registro no Cartório das Pessoas Jurídicas: após ultrapassadas as fases
anteriores, a fundação deverá ser registrada no Cartório do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas. 
Nos termos do art. 66 do CC, também cabe ao Ministério Público Estadual (MPE)
o encargo de velar pelas fundações. 
Art. 66 do CC - Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§ 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao
Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8) 
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada
um deles, ao respectivo Ministério Público. 
A ADIN em questão, que foi julgada procedente por unanimidade, atribui o
encargo de fiscalizar as fundações que funcionarem no DF ou em um Território ao
Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT). 
Já nos termos do art. 69 do CC, as hipóteses de extinção de uma fundação são
as seguintes: 
- quando vencer o prazo de sua duração (entretanto é raro, tendo em vista que
normalmente não se dispõe prazo de duração); 
- quando se tornar ilícita a finalidade da fundação, o Ministério Público poderá
ingressar com uma ação visando à sua extinção; e 
-quando se tornar impossível ou inútil a sua manutenção (a causa mais comum,
nessa hipótese, é o surgimento de dificuldades financeiras). 
Art. 69 do CC - Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou
qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio,
salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 
: são associações civis defensoras do interesse do d) PARTIDOS POLÍTICOS 
regime democrático, da autenticidade do sistema representativo e dos direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal de 1988. Sua organização e seu
funcionamento são regulados por lei específica (Lei 9.096/95). 
: também têm natureza de associação. Além e) ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS 
disso, a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das 
 
 
 
 
 
 
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organizações religiosas são livres, sendo vedado ao poder público negar-lhes
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento. 
Enunciado 142 do CJF, aprovado na Jornada de Direito CIvil de 2004: “Os partidos
políticos, os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza associativa,
aplicando-se-lhes o Código Civil.” 
CCOOM MEEÇ ÇO O DDA A EEX XIISSTTÊ ÊNNC CI IAA LLE EGGA AL L DDA AS S PPE ESSS SOOA AS S JJU URÍD RÍ DIICCAAS S 
Enquanto a existência legal das pessoas naturais ocorre através de um fato
biológico (nascimento com vida), a pessoa jurídica tem seu início legal (aquisição da
personalidade) subordinado a um ato jurídico ou a uma norma. 
As pessoas jurídicas de direito público são criadas através de fatos históricos
(Ex: independência do Brasil), de criação constitucional (ex: Estados- membros da
federação brasileira), de lei especial (ex: autarquias) e de tratados internacionais, caso
se trate de uma pessoa jurídica de direito público externo. 
Já o processo de formação das pessoas jurídicas de direito privado é diferente. 
Art. 45 do CC - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro. 
Compõe-se de duas fases: 
1) a elaboração do ato constitutivo: Sendo uma associação, que tem por
natureza a inexistência de fins lucrativos, deve-se elaborar um estatuto
como ato constitutivo. Se a pessoa jurídica tiver fins lucrativos, seja uma
sociedade simples ou empresária, elabora-se um contrato social como ato
constitutivo. As fundações possuem como ato constitutivo o testamento ou
a escritura pública. 
2) o registro do ato constitutivo: para que a pessoa jurídica de direito
privado exista legalmente é necessário inscrever os contratos ou estatutos
no seu registro peculiar. As sociedades empresárias devem se registrar no
Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial), porém, as 
 
 
 
 
 
 
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demais pessoas jurídicas devem se registrar no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas. 
Entretanto, algumas pessoas jurídicas necessitam de autorização do Poder
Executivo para terem a constituição e o funcionamento válidos. Temos como exemplo as
sociedades estrangeiras, as agências ou estabelecimento de seguros, as caixas
econômicas, as bolsas de valores, as cooperativas, etc. 
Faz-se necessário compararmos o início da existência legal (aquisição de
personalidade jurídica) das pessoas naturais e das pessoas jurídicas de direito privado. 
O registro, nas pessoas naturais, representa um ato meramente declaratório,
pois, mesmo que uma pessoa nasça e não seja feita a certidão de nascimento, ocorre o
início da personalidade jurídica. 
No entanto, o registro, nas pessoas jurídicas, representa um ato constitutivo,
ou seja, apenas com o registro que se adquire personalidade jurídica. A personalidade
não surge, simplesmente, quando se firma o contrato. 
Conforme o art. 45, § único do CC, havendo defeito no ato constitutivo de uma pessoa
jurídica de direito privado, pode-se desconstituí-la dentro do prazo decadencial de três anos,
contado este prazo a partir da publicação de sua inscrição no Registro. 
 Segue tabela: 
REGISTRO CONSEQÜÊNCIA 
PESSOA
NATURAL 
natureza declaratória 
A personalidade é adquirida antes do registro,
ou seja, através do nascimento com vida. 
PESSOA
JURÍDICA 
natureza constitutiva A personalidade é adquirida através do registro.
FFIIM M DDA A EEX XIISSTTÊ ÊNNC CI IAA LLE EGGA AL L DDA AS S PPE ESSS SOOA AS S JJU URÍD RÍ DIICCAAS S 
Os mesmos fatores que dão origem a uma pessoa jurídica de direito público,
também podem acarretar o seu término. Dessa forma, extinguem-se pela ocorrência de
fatos históricos, por norma constitucional, lei especial ou tratados internacionais. 
Já a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado termina através da
dissolução (ato declaratório motivado por causas supervenientes à constituição da
sociedade, oriundo de deliberação dos sócios, do Poder Judiciário ou de autoridade
administrativa, com a finalidade de fazer cessar as atividades) e da liquidação (objetiva a 
 
 
 
 
 
 
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desativação operacional da sociedade e a apuração do ativo e passivo para posterior
pagamento das dívidas e partilha do patrimônio remanescente entre os sócios). Após
estar encerrada a liquidação promove-se o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica
no respectivo registro. Caso a pessoa jurídica esteja em funcionamento decorrente de
autorização do Poder Executivo, o seu término também pode ocorrer através de um ato
governamental que cassar a autorização para o funcionamento. 
Art. 51 do CC - Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização
para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se
conclua. 
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua
dissolução. 
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às
demais pessoas jurídicas de direito privado. 
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa
jurídica. 
DDESC ES ON CO SI NS IDERDE AÇRA ÃO ÇÃ DA O D PE A P RSER ONSO ALNA IDLI ADDA E JDE URÍDJU ICRÍ DI A CA 
O fato da pessoa jurídica registrar seu ato constitutivo acarreta a sua aquisição da
personalidade, como já vimos. Essa personalidade jurídica é muito importante, pois ela dá
origem ao princípio da autonomia da pessoa jurídica. Ou seja, A pessoa jurídica,
quando personificada, não se confunde com as pessoas que a integram. Dessa forma, é a
pessoa jurídica, e não seus integrantes, que participa dos negócios jurídicos de seu
interesse e titulariza os direitos e obrigações dela decorrentes. Também é ela quem
demanda e é demandada em razão de tais direitos e obrigações. Finalmente, é apenas o
patrimônio da pessoa jurídica (e não o de seus integrantes) que, em princípio, responde
por suas obrigações. Ou seja, com a aquisição da personalidade ocorre uma separação
patrimonial entre os bens da pessoa jurídica e os bens dos sócios e administradores. 
Dessa forma, de acordo com o artigo 50 do CC, apesar de haver uma separação
patrimonial entre os bens dos sóciose administradores dos bens da pessoa jurídica, é
possível que em razão de atos fraudulentos e abusivos o juiz, a requerimento da parte
interessada ou do Ministério Público quando couber intervir, decida estender aos bens
dos sócios e administradores a execução por dívidas da pessoa jurídica. Quando este 
 
 
 
 
 
 
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fenômeno acontece, a doutrina diz que houve uma desconsideração da personalidade
jurídica. 
Art. 50 do CC - Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio
de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos
de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Este fenômeno, também chamado de disregard of the legal entity, encontra
fundamento no fato de a pessoa jurídica não poder servir de manto protetor aos seus
representantes ou integrantes da diretoria que praticarem atos fraudulentos ou abusivos
contra as demais pessoas (terceiros). O escudo que a personalidade da pessoa jurídica
proporciona aos seus representantes pode ser removido e o manto protetor ser suspenso
pela teoria da desconsideração da personalidade jurídica, também chamada de teoria da
despersonalização ou teoria da penetração. 
Ou seja, o juiz (não pode ser autoridade administrativa), desde que
fundamentadamente em processo legalmente estabelecido, pode afastar
temporariamente a personalidade jurídica da pessoa jurídica e determinar que as pessoas
naturais que a representam respondam solidariamente pelos atos e negócios jurídicos
praticados em nome da mesma. Ocorrendo a quebra da personalidade, tais pessoas
naturais serão incluídas no pólo passivo do processo e responderão com seus bens, em
face da fraude ou abuso comprovados e praticados sob o manto protetor da pessoa
jurídica. 
Ressalta-se que a desconsideração da personalidade não acarreta a extinção da
pessoa jurídica e nem a exclusão do sócio, apenas permite, em determinada relação
(episodicamente), a execução dos bens dos sócios e representantes em nome da pessoa
jurídica. 
Segue quadro resumo sobre o assunto: 
 
 
 
 
 
 
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RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃO O E E RRE ESSP POON NSSA ABILBI LIIDDAADDE E DDA A PPE ESSS SOOA A JJU URÍDRÍ DIICCA A 
Estudamos na aula passada que a capacidade da pessoa jurídica decorre de sua
personalidade reconhecida pela ordem pública no momento de seu registro. Entretanto,
por ser uma instituição jurídica, ela necessita de uma pessoa natural para representá-la
ativa e passivamente, exteriorizando sua vontade nos atos judiciais e extrajudiciais que
participar. 
Em se tratando de pessoa jurídica de direito público interno, (art. 12, I e II do CPC)
temos o seguinte: 
- União, Estados, Distrito Federal e Territórios: serão representados em juízo,
ativa e passivamente por seus procuradores; 
- Municípios: serão representados por seu prefeito ou procurador. 
Art. 12 do CPC - Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores;
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; 
[...]. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO CÓDIGO CIVIL 
abuso da
personalidade 
jurídica 
- parte interessada 
- Ministério Público 
 (quando couber intervir) 
podem solicitar que o juiz decida sobre a extensão
dos efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações da PJ aos bens particulares dos
administradores ou sócios da PJ. 
desvio de finalidade (Ex: fundação com finalidade lucrativa)
confusão patrimonial (Ex: celebrar contrato particular em nome da PJ) 
Pela desconsideração da personalidade jurídica fica afastado, provisoriamente, o princípio
da autonomia da personalidade jurídica. 
A doutrina criou a desconsideração inversa da personalidade jurídica que ocorre
quando o juiz decide sobre a extensão dos efeitos de determinada relação jurídica praticada
pelo particular aos bens da pessoa jurídica. 
Como exemplo, temos os casos de separação judicial em que o marido transfere seus bens
particulares para a empresa, fazendo com que, na hora da divisão dos bens, a esposa fique
quase sem nada. Nesse caso o juiz pode atingir os bens sociais de forma a estabelecer uma
correta divisão do patrimônio adquirido de forma conjunta pelo casal. 
 
 
 
 
 
 
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VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os
designando, por seus diretores; 
[...]. 
No tocante às demais pessoas jurídicas (art. 12, V do CPC), em regra, o
representante é indicado no estatuto. Caso haja omissão de tal indicação a pessoa
jurídica será representada pelos seus diretores. Entretanto, os atos dos administradores,
quando exercidos dentro dos limites definidos no estatuto também obrigam a pessoa
jurídica (art. 47 do CC). 
Art. 47 do CC - Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos
limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. 
Caso tais administradores pratiquem desvio ou excesso de poder, deverão
responder pessoalmente com o seu patrimônio pelos atos lesivos causados às pessoas
com quem celebraram negócios. 
Caso a pessoa jurídica tenha administração coletiva (gerência colegiada), em
regra, as decisões deverão ser tomadas por metade dos votos dos presentes mais um,
nos termos do art. 48 do CC. 
Art. 48 do CC - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de
modo diverso. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere
este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,
simulação ou fraude. 
Em se tratando de sociedade, serão necessários votos correspondentes a mais da
metade do capital social da empresa. Já o parágrafo único do dispositivo acima prevê a
possibilidade de anulação de decisão contrária à lei e ao estatuto, ou eivada de vício de
consentimento ou social. 
Pelo fato da pessoa jurídica precisar ser representada, ativa ou passivamente, em
juízo ou fora dele, deverá ser administrada, em regra, por quem o estatuto designar.
Porém, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, caracterizando uma vacância
geral, então o magistrado, nos termos do art. 49 do CC, deverá nomear um administrador
provisório. 
Art. 49 do CC - Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a
requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. 
 
 
 
 
 
 
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Sabe-se, porém, que independentemente da pessoa jurídica, ser representada por
seus diretores ou por quem conste em seus estatutos ou contrato social, poderá (aquela
por intermédio destes), outorgar poderes para terceira pessoa (mandatário), praticar atos
e administrar interesses em seu nome (pessoa jurídica). No mandato, o mandatário atua
por conta e ordem do representado. 
Dessa forma, a agilidade do mundo dos negócios impede muitas vezes que os
representantes legais estejam presentes a todos os atos, fazendo, na maioria das vezes,
se representar por mandatário especialmente nomeado. 
Assim como a pessoa natural pode nomear mandatário para a administração de
seus bens e interesses, como, por exemplo, alguém que passará longo período fora do
país, a pessoa jurídica, com muito mais razão, também pode usar do mesmo instituto. Há
de se ressaltar que não podemosconfundir a figura da representação com a figura do
preposto, apesar de que a pessoa jurídica tem a faculdade de fazer-se representar em
juízo tanto por intermédio de preposto (funcionário credenciado), como por intermédio
de mandatário (não-funcionário). 
Sobre a responsabilização da pessoa jurídica temos que ela pode ser penal e civil.
A responsabilização penal é prevista na legislação infraconstitucional através da Lei 
9.605/1998 que trata dos crimes ambientais. No caso em questão será responsabilizada
tanto a pessoa jurídica como a pessoa física pela qual se exteriorizou o ato danoso. Sobre
a responsabilidade civil, vamos dividi-las em duas: 
1) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado. 
No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser contratual 
(decorrente de um contrato) ou extracontratual/aquiliana (decorrente de um delito).
Veremos o assunto com mais detalhes na aula de ato ilícito. 
Ressalta-se que toda pessoa jurídica de direito privado, tendo ou não finalidade
lucrativa, responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e
os seus fins. 
2) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno.
O assunto encontra-se positivado no art. 43 do CC: 
Art. 43 do CC - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por
parte destes, culpa ou dolo. 
 
 
 
 
 
 
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No artigo em questão está consagrada responsabilidade civil objetiva onde a
indenização estatal e cabível na hipótese de danos causados por comportamentos dos
funcionários, a direitos de particulares, bastando a comprovação da existência de
prejuízo. 
Por força do art. 37, § 6º da CF, as pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos, respondem pelos danos que seus
funcionários causem a terceiro, sem distinção da categoria do ato, seja comissivo ou
omissivo; entretanto, é cabível ação regressiva contra o agente público, quando tiver
havido culpa deste, de modo a não ser o patrimônio público desfalcado por sua conduta. 
DDOOM MIICCÍÍLLIIO O DDA A PPEESSSSOOA A JJUUR RÍÍDDIICCAA
Assim como a pessoa natural, a pessoa jurídica também deve responder pelos
atos referentes às relações jurídicas em que está envolvida. 
O assunto é tratado no art. 75 do CC: 
Art. 75 do CC - Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias
e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos. 
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada
um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. 
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das
suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 
A pessoa jurídica não possui residência, mas tem sede ou estabelecimento que a
“prende” a um determinado lugar. Trata-se do domicílio especial da pessoa jurídica que
pode ser livremente escolhido no seu ato constitutivo. 
Não havendo tal escolha o domicílio será o lugar onde funcionar as respectivas
diretorias e administrações. 
O gráfico a seguir resume o assunto. 
 
 
 
 
 
 
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DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO 
União o Distrito Federal. 
Estados e Territórios as respectivas capitais. 
Municípios o lugar onde funcione a administração municipal. 
DOMICÍLIO DAS DEMAIS PESSOAS JURÍDICAS 
Regra onde elegerem domicílio especial no seu estatutoou atos constitutivos. 
Na falta de domicílio especial o lugar onde funcionarem as respectivas diretoriase administrações. 
Havendo diversos estabelecimentos
(pluralidade domiciliar) 
cada um dos estabelecimentos será considerado 
domicílio para os atos nele praticados. 
Se a administração ou diretoria tiver
sede no estrangeiro 
o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que
ela corresponder. 
DIREITOS DA PERSONALIDADE
Na conceituação da Profª. Maria Helena Diniz, “os direitos da personalidade são
direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade
física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, corpo alheio vivo ou morto, partes
separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de
pensamento, autoria científica, artística e literária); e a sua integridade moral (honra,
recato, segredo profissional e doméstico, identidade pessoal, familiar e social)”. 
Em razão da matéria tratar de assunto bastante complexo e de significação ética
essencial, o legislador preferiu enunciar no Código Civil poucas normas dotadas de rigor e
clareza, cujos objetivos permitem o desenvolvimento da doutrina e da jurisprudência. 
Não só a pessoa natural possui tais direitos, mas também a pessoa jurídica nas
situações que cabem à sua natureza (art. 52 do CC). Dessa forma, a pessoa jurídica pode
titularizar os direitos personalidade no que tange à honra, à imagem e ao nome. 
Art. 52 do CC - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
da personalidade. 
 
 
 
 
 
 
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Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e intransmissíveis, segundo prevê
o art. 11 do CC. Assim, nunca caberá afastamento volitivo (pela vontade do agente) de
tais direitos, como daquele atleta que se expõe a uma situação de risco e renuncia
expressamente a qualquer indenização futura decorrente de lesão ou ameaça a tais
direitos. Tal declaração não valerá. Mas sem dúvidas que o valor da indenização deve ser
reduzido, diante de culpa concorrente da própria vítima, nos moldes dos art. 945 do CC. 
Art. 11 do CC - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade
são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária. 
Art. 945 do CC - Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a
sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto
com a do autor do dano. 
 
A intransmissibilidade dos direitos da personalidade não é absoluta, pois pode
ocorrer em casos excepcionais, como naqueles envolvendo os direitos patrimoniais do
autor, exemplo sempre invocado pela doutrina. De qualquer forma, não cabe limitação
permanente e geral de direito da personalidade, como cessão de imagem vitalícia,
conforme reconhece o enunciado nº 4, também aprovado na I Jornada CJF, nos seguintes
termos: 
Enunciado 4 da I Jornada de Direito Civil do CJF: “Art.11: o exercício dos direitos
da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente
nem geral”. 
Para exemplificar a regra acima, caso fosse celebrado em nosso País, não teria
validade o contrato do jogador de futebol Ronaldo com a empresa esportiva Nike, pois,
nesse negócio, pelo menos de forma aparente, há uma cessão vitalícia de direitos de
imagem, o que representa uma limitação permanente do direito de imagem. 
O art. 12 do novo Código Civil traz o princípio da prevenção e da reparação
integral nos casos de lesão a direitos da personalidade. 
Art. 12 do CC - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo

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