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A execução trabalhista tem por objetivo a efetivação de créditos de natureza alimentar

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Princípios da execução trabalhista
A execução trabalhista tem por objetivo a efetivação de créditos de natureza alimentar, sendo, portanto, pautada na celeridade. Os princípios que regem a execução trabalhista são os mesmos que orientam o Processo Civil, porém na seara laboral, alguns deles são aplicados de forma mais intensa, tendo em vista a urgência na satisfação creditícia.
São eles:
Princípio do impulso oficial
Dispõe o artigo 878, CLT que a execução trabalhista pode ser promovida de ofício, ou seja, o juiz do trabalho dará início à execução sem a necessidade de requerimento do exequente. Entretanto, a Reforma Trabalhista modificou o referido dispositivo legal, a partir da reforma a execução de ofício se dá apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. O princípio do impulso oficial decorre do caráter publicista da execução trabalhista que tem por objetivo a satisfação de crédito de natureza alimentar, por isso dotado de caráter urgente.
Princípio da subsidiariedade
O artigo 889, CLT, estabelece expressamente que, em sede de execução, nos casos em que a CLT for omissa, deve ser aplicada a Lei de Execuções Fiscais (LEF – Lei 6830/80), desde que respeitados os termos dispostos na CLT acerca da execução trabalhista.
Assim, são requisitos para a aplicação subsidiária:
· Omissão na CLT;
· Compatibilidade com a legislação trabalhista;
Princípio da primazia do credor trabalhista
A execução deve ser conduzida no interesse do credor, de forma que todos os atos contribuam 
para a rápida satisfação creditícia, ou seja, para que vencedor receba rapidamente a quantia fixada na sentença.
Nesse sentido, aplica-se subsidiariamente os termos do artigo 797, CPC/2015:
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
É, portanto, um princípio que deve nortear a atividade do juiz na execução, priorizando ao máximo os interesses do exequente.
Princípio do meio menos oneroso para o executado
O referido princípio estabelece que, quando a execução puder ser conduzida de várias formas igualmente eficazes, deve o magistrado adotar aquela que seja menos prejudicial ao executado.
Perceba, no entanto, que a opção ela menos gravosa ao executado ocorre apenas quando há mais de um meio executório igualmente eficaz, ou seja, seja indiferente ao exequente um ou outro modo.
Outro aspecto importante, é que o executado que requerer a aplicação de meio executivo menos gravoso deverá indicar que meio será esse.
Nesse sentido, destaca-se o artigo 805, CPC/2015:
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
Princípio do título
A fase executiva, ao contrário da fase de conhecimento que se baseia na mera pretensão de um direito, depende da existência de um título executivo, judicial ou extrajudicial, sendo nula a execução sem título.
O título, por sua vez, deve ser certo, líquido e exigível (artigo 783, CPC/2015):
· Certo: não mais sujeito à alteração judicial (para título executivo judicial); ou quando a lei confere tal qualidade, por cumprir as formalidades legais (para título executivo extrajudicial);
· Líquido: individualiza o objeto e o valor da execução;
· Exigível: não está sujeito à condição ou termo, podendo ser executado imediatamente;
O artigo 876, “caput”, CLT, estabelece quais os títulos executivos trabalhistas:
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executadas pela forma estabelecida neste Capítulo. 
Princípio da redução do contraditório
Na fase executiva, o exercício do contraditório é mitigado, ou seja, restringido, pois a sentença já contém em si uma execução preparada. Assim, não haverá mais o debate pelo reconhecimento de um direito, de forma que a execução se destina ao estabelecimento das medidas constritivas para a satisfação creditícia.
Princípio da patrimonialidade
A execução não recai sobre a pessoa do devedor, mas sobre seu patrimônio (bens). Assim, o devedor responde com todo os seus bens, presentes e futuros, são restrições legais.
Esse é o teor do artigo 789, CPC/2015.
Tanto é verdade, que, via de regra, é vedada a prisão civil por dívida – artigo 5º, LXVII, CF/88.
Princípio da efetividade
A efetividade da execução corresponde à capacidade de se materializar as obrigações contidas no título executivo, ou seja, é representada pela concretização do direito assegurado em juízo de forma rápida e integral, com o menor custo possível. Assim, a efetividade relaciona-se a outros princípios da execução trabalhista, como o da execução no interesse do credor e de forma menos gravosa ao executado.
Princípio da utilidade
A execução deve englobar apenas os atos úteis à satisfação do crédito, sendo vedada a prática de atos inúteis, que comprometam a própria celeridade e a efetividade processuais.
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