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4 Princípios do direito penal

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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
IZABELLA F. REIS - 3° PERÍODO 2022/01
É da CF/88 que se extraem as diretrizes ao legislador penal revelados pelos princípios penais nas formas de: incriminação (princípio da legalidade em matéria penal e princípio da irretroatividade); conteúdo da incriminação (princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos, princípio da fragmentariedade, princípio da intervenção mínima e princípio da ofensividade), possibilidade de imputação (princípio da culpabilidade e princípio da pessoalidade) e atribuição da pena (princípio da individualização da pena e princípio da humanização da pena).
Princípio da intervenção mínima.
O princípio da intervenção mínima, ou ultima ratio, é responsável pela indicação dos bens de maior relevância, como também, faz com que ocorra a descriminalização. 
Surgiu no cenário jurídico com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 e, no Brasil, deriva do princípio da dignidade da pessoa humana. 
O Direito penal só deve atuar na defesa de bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica dos homens, e somente atuará quando os outros ramos do Direito se mostrarem insuficientes, o denominado Direito Penal Mínimo.
Do princípio em análise, decorre o caráter fragmentário do Direito Penal, onde apenas as ações ou omissões mais graves podem ser objeto de criminalização. Assim, exerce a tutela seletiva do bem jurídico e protege as lesões mais graves aos bens jurídicos mais relevantes. Ele limita o poder punitivo do Estado em face dos bens jurídicos.
Por fim, a própria CF/88 traz no caput do art. 5° paradigmas ou critérios constitucionais de determinação de bens jurídicos penalmente relevantes (vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade).
Princípio da lesividade.
Em conjunto com o princípio anteriormente citado, o da lesividade estabelece limites no poder do legislador, além de determinar quais são as condutas que poderão ser incriminadas pela lei penal, possui quatro principais funções:
a) proíbe a incriminação de uma atitude interna (cogitationis poenam nemo patitur);
b) proíbe a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio agente;
c) proíbe a incriminação de simples estados ou condições existenciais;
d) proíbe a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico.
Ou seja, não há crime sem que haja lesão ou perigo a um bem jurídico, por exemplo, o crime impossível descrito no art. 17. 
Princípio da adequação social.
Este princípio possui dupla função, sendo a primeira a restringir o âmbito de abrangência do tipo penal, limitando a sua interpretação e excluindo as condutas socialmente aceitas. A segunda é orientar o legislador, se for considerada socialmente adequada, não poderá reprimi-la, como também, a análise e retirada do ordenamento, as condutas que já fazem parte da sociedade.
Princípio da fragmentariedade.
Surge como consequência dos princípios anteriormente citados, o caráter fragmentário do Direito Penal significa que uma vez escolhidos os bens jurídicos, comprovada a lesividade e a inadequação das condutas, eles passarão a fazer parte da proteção deste ramo do direito. Ou seja, os comportamentos mais lesivos e inadequados socialmente.
Princípio da insignificância.
Conduz à atipicidade do fato, por ausência de tipicidade material. Atuando como ferramenta de auxílio para o intérprete na análise do tipo penal, para fazer excluir do âmbito de incidência do tipo aquelas situações consideradas como da bagatela. 
Ou seja, deve-se descriminalizar condutas que, embora formalmente típicas, não atingem de forma relevante o bem jurídico tutelado.
Dessa forma, há vetores necessários para o reconhecimento desse princípio:
a) mínima ofensividade da conduta;
b) nenhuma periculosidade social da ação;
c) reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;
d) inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Princípio da individualização da pena.
Pelo princípio da individualização da pena, obriga o julgador a fixar a pena conforme a combinação legal e a determinar a forma de sua execução, vide art. 5º, inciso XLVI, da CF/88.
Existem três momentos da individualização da pena:
a) o legislativo – quando a lei fixa para cada tipo penal uma ou mais penas proporcionais à importância do bem jurídico tutelado;
b) o judicial – onde o juiz considera o quantum da pena fixando-a dentre as previstas alternativamente (“ou”), acertando o seu quantitativo entre o mínimo e o máximo;
c) o executório ou administrativo – momento em que se dá a execução da pena.
Princípio da proporcionalidade.
Deve haver um justo equilíbrio entre a gravidade do fato praticado e a sanção imposta. A pena deve ser proporcional ou adequada à magnitude da lesão ao bem jurídico representado pelo delito e a medida de segurança à periculosidade criminal do agente. 
Assim, age de duas maneiras, pela proibição de excesso, ou seja, proteção ao direito de liberdade dos cidadãos, evitando a punição desnecessária de comportamentos que não têm relevância penal. 
Como também, pela proibição de proteção deficiente, dessa forma, não é admitido que um direito fundamental não seja protegido.
Princípio da responsabilidade pessoal.
Por este princípio, impede-se a punição por fato alheio; só o autor da infração penal pode ser apenado, vide art. 5º, inciso XLV, da CF/88. A pena é uma resposta à culpa revelada por quem ofendeu um bem jurídico, ainda, a obrigação de reparar danos e a decretação de perdimento de bens podem ser estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do patrimônio transferido.
Princípio da limitação das penas.
Em uma tentativa de impedir qualquer retrocesso quanto à cominação de penas, a CF/88, define no seu art. 5, inc. XLVIII não haverá penas:
a) de morte, salvo em casos de guerra declarada (art. 84, XIX);
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis. 
Indo, desta maneira, em concordância com o princípio básico de proteção à dignidade humana.
Embora tenha tido constantes discussões acerca da pena de morte e de caráter perpétuo, a mesma não pode ser viabilizada, pois se encontra na seção de direitos e garantias fundamentais da Constituição, que, de acordo com o art. 60 da CF/88, é um cláusula pétrea.
Ademais, com a prática de trabalho forçado, a Constituição pretende proibir atividades e ações vexatórias, além da prática de atividades escravizadas.
Por fim, o banimento refere-se a expulsão do país daqueles que agirem conforme o previsto pelo governo em atuação. A partir da vedação desta prática, houve maior imparcialidade judicial. 
Princípio da culpabilidade. 
Culpabilidade refere-se ao juízo de censura, terceira característica do conceito analítico do crime. Atuando como princípios mediador ou limitador de pena, bem como impedidor de responsabilidade, se não há dolo ou culpa, não há crime.
Referências bibliográficas.
ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal - Vol. 1. [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2022. E-book. ISBN 9786555596540. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596540/. Acesso em: 25 fev 2023.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: artigos 1º a 120 do Código Penal. v.1. São Paulo: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9786559771493. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559771493/. Acesso em: 25 fev 2023.

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