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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE 1ª edição Ipatinga – MG 2022 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite Fernanda Cristine Barbosa Guilherme Prado Salles Thaynara Eloisa da Silva Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Eliza Perboyre Campos © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos.Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científicos (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 SUMÁRIO POLÍTICA PÚBLICA..................................................................................... 7 1.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................7 1.2 CONCEITO DE POLÍTICAS PÚBLICAS................................................................... 7 1.3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE GOVERNO E DE ESTADO: DIFERENCIAÇÕES E CARACTERÍSTICAS ............................................................................................... 8 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 13 ESPORTE, LAZER E CONSTITUIÇÃO.......................................................... 18 2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 18 2.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO ..................... 18 2.3 O ESTADO BRASILEIRO E O RECONHECIMENTO DO LAZER E DO ESPORTE COMO DIREITO CONSTITUCIONAL. .................................................................. 22 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 26 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, LAZER E ESPORTE: SISTEMA DESPORTIVO NACIONAL .............................................................................................. 31 3.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 31 3.2 HISTÓRIA DA ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL ........................................... 31 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 38 DISPOSITIVOS LEGISLATIVOS E PROGRAMAS DE ESPORTE E LAZER NO BRASIL...................................................................................................... 43 4.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 43 4.2 INICIATIVAS NACIONAIS PARA FOMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER. ............................................................................................... 43 4.3 LEIS DE INCENTIVO AO ESPORTE NO BRASIL. ................................................... 46 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 52 PROCESSOS DE PRODUÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER ............................ 57 5.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 57 5.2 IDENTIFICAR E ANALISAR OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE UMA POLÍTICA PÚBLICA ESPORTIVA. ......................................................................................... 57 5.3 O CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ................................................................. 59 5.4 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS............................................ 62 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 67 FUNDAMENTOS TÉCNICO-METODOLÓGICOS PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER ...................... 72 6.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 72 6.2 AS ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PROJETO..................................................... 72 6.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO: CARACTERÍSTICAS DE CADA PARTE .................... 73 6.4 PLANEJAMENTO DE PROPOSTAS INTERVENTIVAS EM ESPORTE E LAZER: UMA RELAÇÃO COM TEMAS TRANSVERSAIS. ........................................................... 79 FIXANDO CONTEÚDO........................................................................................ 82 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 UNIDADE 06 6 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DO ESPORTE .......................................... 86 7.1 BREVE HISTÓRICO .............................................................................................. 86 7.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO ......................................................................................... 86 7.3 REGULAÇÃO PSICOLÓGICA DA AÇÃO ESPORTIVA ....................................... 89 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 92 PROCESSOS SOCIAIS .............................................................................. 96 8.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO................................................................................ 96 8.2 COMUNICAÇÃO EFETIVA ................................................................................. 98 8.3 FORMAS DE LIDERANÇA.................................................................................. 100 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 103 PROCESSOS COGNITIVOS.................................................................... 108 9.1 PERCEPÇÃO ..................................................................................................... 108 9.2 ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO....................................................................... 110 9.3 MEMÓRIA ......................................................................................................... 112 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 114 PROCESSOS COGNITIVOS II ................................................................. 118 10.1 CONHECIMENTO PROCESSUAL E DECLARATIVO........................................... 118 10.2 INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE....................................................................... 120 10.3 TOMADA DE DECISÃO..................................................................................... 121 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 124 MOTIVAÇÕES EEMOÇÕES NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE ................ 128 11.1 MOTIVAÇÃO EM DIFERENTES CONTEXTOS DE PRÁTICA ............................... 128 11.2 EMOÇÕES......................................................................................................... 130 11.3 FLOW-FEELING E WINNING-FEELIN ................................................................. 132 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 134 ESTRESSE E AGRESSÃO.......................................................................... 138 12.1 CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA DO ESTRESSE................................................... 138 12.2 AGRESSIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR E COMPETITIVO......................... 139 12.3 PREVENÇÃO E CONTROLE DO ESTRESSE E DA AGRESSÃO ........................... 141 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 144 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 149 REFERÊNCIAS......................................................................................... 151 UNIDADE 07 UNIDADE 08 UNIDADE 09 UNIDADE 10 UNIDADE 11 UNIDADE 12 7 POLÍTICA PÚBLICA 1.1 INTRODUÇÃO É fundamental para os estudos das políticas públicas de esporte e lazer, entender o conceito de políticas públicas, ou seja, qual significado do termo. Por isso, nesta primeira unidade iremos entender o que é política e o que significa ser pública. Também iremos diferenciar as políticas públicas de governo e políticas públicas do estado. É imprescindível o entendimento deste conceito para que possamos nos próximos capítulos entrar na área específica da Educação Física, Esporte e Lazer. 1.2 CONCEITO DE POLÍTICAS PÚBLICAS Ao longo da história da sociedade o Estado passou por inúmeras transformações ao longo do tempo. Durante os séculos XVIII e XIX, o foco estava na defesa externa e na segurança pública. Porém, à medida que a democracia foi se consolidando, as funções do Estado foram variando. Atualmente, a questão do bem- estar social é o compromisso do Estado. Para tanto, ele necessita criar inúmeras ações e operar em diversas áreas, tais como meio ambiente, saúde, educação, esporte e lazer. Neste sentido, os governantes instituem as políticas públicas como forma de promover o bem-estar da sociedade (CALDAS, 2008). Para compreender a expressão "políticas públicas" é fundamental entender os significados dos termos “política” e “pública”. A política pode ter diversos enfoques, seja como arte ou ciência, prática ou teoria, na linguagem dos especialistas ou no senso comum. Refere-se ao exercício de alguma forma de poder, com suas múltiplas consequências (BRAMANTE, 2004). Entretanto, relacionar a palavra política somente ao exercício do poder não designa a totalidade de sua abrangência. É necessário refletir sobre o que é exercer poder. Em poucas palavras, poderíamos afirmar que é um processo pelo qual um grupo de pessoas, cujas opiniões ou interesses são a princípio divergentes, toma decisões coletivas que se tornam regras obrigatórias para o grupo e se executam de comum acordo (BRAMANTE, 2004). UNIDADE 01 8 Como envolvem o debate de interesses e concepções distintas sobre o que é público, as políticas públicas acabam por representar as ideias de um determinado grupo de poder, ou seja, é natural que as ações públicas se deem num cenário de tensão e complexidade, demandando constante negociação entre os atores envolvidos (UNGHERI, ISAYAMA, 2020). É certo que as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade. Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não pela sociedade. Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de forma integral. Ela faz solicitações (pedidos ou demandas) para os seus representantes (deputados, senadores e vereadores) e estes mobilizam os membros do Poder Executivo, que também foram eleitos (tais como prefeitos, governadores e inclusive o próprio Presidente da República) para que atendam as demandas da população (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2008). Percebe-se a pertinência das discussões sobre o controle e a participação social na gestão das políticas públicas de esporte e lazer (UNGHERI, ISAYAMA, 2020). 1.3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE GOVERNO E DE ESTADO: DIFERENCIAÇÕES E CARACTERÍSTICAS Para Dias e Matos (2012), a função do governo é aplicar as leis por meio dos seus poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Essa administração realizada pelo governo ocorre nas esferas federal, estadual e municipal e se materializam através de políticas públicas, que são: Planos, programas e ações governamentais, que articulando recursos dos governos e da sociedade civil organizada, destinam-se a intervir na realidade para resolver os problemas dos cidadãos, bem como atender as suas demandas. Uma política pública ou um programa governamental é algo que envolve necessariamente um processo e um resultado (DIAS; MATOS, 2012, p. 07). Com a definição realizada, precisa-se compreender que essas ações, constituídas como políticas públicas podem ser consideradas de tipos distintos. São elas as políticas públicas de Estado e as políticas públicas de Governo. Primeiro, é necessário diferenciar Estado de Governo. 9 Figura 1: Diferença entre Estado e Governo Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) O Estado é uma nação politicamente organizada, dotado de soberania, permanente e com território e população definidos. Já os governos são o modo como o Estado é administrado, com direcionamento ideológico e econômico e é transitório. Como exemplos temos: O Estado seria o nosso país, Brasil, devidamente organizado com os seus três poderes para atender ao povo nas questões de educação, saúde etc. enquanto o governo seria representado por Jair Messias Bolsonaro, anteriormente em 2016 Michel Temer, os quais têm como aspectos comuns, a função de administrar o Estado. Fazendo uma analogia, como mostra a Figura 2, logo abaixo, podemos dizer que o Estado é como se fosse uma casa, ela possui estrutura fixa e território. Já o governo é como se fossem as pessoas que moram dentro dessa casa, elas são responsáveis por cuidar, administrar e tomar as decisões. 10 Figura 2: Forma de Estado e Forma, sistema e regime de governo Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Também é interessante diferenciar “forma”, “sistema” e “regime de governo” de “Forma de Estado”. O art. 1º da Constituição Federal dispõe que: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito” (BRASIL, 1988). Vamos começar pela forma de Estado, que é Federação, que é caracterizada pela divisão do território em estados que possuem autonomia nos âmbitos políticos, administrativos e legislativos. Quando falamos em forma de governo, estamos nos referindo à República, na qual o poder emana do povo e acontece a escolha do chefe de Estado pelo voto secreto, livre e direto do povo. Portanto, existe a soberania popular. Lembrando que a monarquia também é considerada forma de governo. Ao nos referirmos ao regime de governo temos a Democracia, na qual as decisões mais importantes são tomadas através do voto direto ou indireto de TODOS os cidadãos, prevalecendo a vontade da maioria. Lembrando que não pode acontecer distinção no momento do voto. Todas as pessoas, independente de sexo, etnia, orientação sexual, classe social, nível de instrução, têm o direito de votar e o peso/valor do voto é o mesmo, diferenciando-se do regime de governo autoritário (ditadura) e regime de governo totalitário (nazismo). Destacamos que a nossa democracia é muito recente, tem menos de 40 anos. O povo brasileiro viveu sob o regime militar desde 1964 até meados da década de 11 1980, por isso,o nosso regime democrático, ainda é muito frágil e precisa ser garantido com ajuda dos governantes do país. Por último vamos explicar o sistema de governo: Presidencialismo. No Brasil, o presidente é eleito através do voto popular e possui mandato de 4 anos, com possibilidade de reeleição pelo mesmo período. O presidente possui poderes executivos, desempenhando o papel de chefe de Estado e de Governo. Para ajuda entender essas diferenças, veja a Figura 3 abaixo: Figura 3: Forma de Estado e Forma, sistema e regime de governo Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) A categoria Políticas de Estado é utilizada para defender políticas públicas ou orientações estatais que possuem razões éticas que impedem que sejam substituídas ou alteradas com as mudanças de governo. Dessa forma, as políticas de Estado não somente seriam políticas de longo prazo, mas seriam medidas que não poderiam ser substituídas ou alteradas com as mudanças de governo, a cada quatro anos ou a cada oito anos, caso o governo seja reeleito (CALDERÓN; POLTRONIERI; BORGES, 2011, p. 817-818). Portanto, quando se trata de políticas públicas, temos: Políticas de Estado, que acontecem independente de governo, pois sua obrigatoriedade possui amparo da lei; e, Políticas de governo, que são promovidas pela agenda governamental, ou seja, sua permanência depende daqueles que estão no poder. Lembrando que apesar de diferenciá-las, toda Política de Governo é uma Política de Estado e toda Política de Estado surgiu inicialmente como uma política de governo. 12 13 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (UNIOESTE - 2015) Sobre o conceito de políticas públicas, leia as afirmações abaixo: I. Políticas Públicas compreendem um conjunto de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico. II. As Políticas Públicas correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou como outros bens materiais ou imateriais. III. Política Pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. (IBADE 2020) Políticas públicas são uma necessidade ampla e constante de discussão e execução em qualquer município. De forma simples, como podem ser descritas? a) São decisões de qualquer administrador público. b) São leis promovidas por qualquer governo. c) São atos praticados por servidor público. d) São políticas votadas em referendo ou plebiscito. e) São medidas e programas criados pelos governos dedicados a garantir o bem- estar da população. joser Realce joser Realce 14 3. Sobre o conceito e características das políticas públicas, leia as alternativas a seguir: I. As políticas públicas correspondem à soma das atividades articuladas pelos governos para melhorar a vida dos cidadãos. II. As decisões e análises sobre políticas públicas implicam responder às seguintes questões: Quem ganha o quê? Por quê? e Que diferença isso faz? III. As políticas públicas são elementos fundamentais para a formação de programas de ação governamental. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. Julgue os itens a seguir, no que se refere as políticas públicas: I. as conferências de políticas públicas são um formato utilizado para aperfeiçoar as relações entre Estado e sociedade civil e para cumprir o princípio da participação, que compõe o texto constitucional. II. na esfera da gestão pública, a participação da sociedade é um princípio constitucional que proporciona a interação do Estado com a sociedade. III. para que as políticas públicas alcancem seus objetivos em uma sociedade é preciso: sujeitos políticos com capacidade para diagnosticar e analisar a realidade social, econômica e política em que vivem, além de negociar de forma democrática com os diferentes sujeitos envolvidos no processo. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II. joser Realce 15 d) II e III, apenas. e) I, II e III. 5. Sobre Políticas Públicas de Estado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A categoria Políticas de Estado é utilizada para defender políticas públicas ou orientações estatais que possuem razões éticas que impedem que sejam substituídas ou alteradas com as mudanças de governo. PORQUE II. As políticas de Estado não somente seriam políticas de longo prazo, mas seriam medidas que não poderiam ser substituídas ou alteradas com as mudanças de governo, a cada quatro anos ou a cada oito anos, caso o governo seja reeleito. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. ] e) As asserções I e II são proposições falsas. 6. Leia o texto abaixo e responda à questão a seguir. “As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento e a expansão da democracia, as responsabilidades do representante popular se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é promover o bem-estar da sociedade. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem desenvolvidas e à sua execução em áreas como saúde, educação, meio joser Realce joser Realce 16 ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo.” Assembleia Legislativa do Sergipe Quando se trata de políticas públicas, temos: I. Políticas de Estado, que acontecem independente de governo, pois sua obrigatoriedade possui amparo da lei. II. Políticas de governo, que são promovidas pela agenda governamental, ou seja, sua permanência depende daqueles que estão no poder. III. Toda Política de Governo é uma Política de Estado e toda Política de Estado surgiu inicialmente como uma política de governo. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 7. Leia o trecho a seguir. A política pública financiada pela ________ , visa garantir o acesso ao lazer que é um direito ________ pela constituição. Assinale a opção cujos termos completam corretamente as lacunas do trecho acima. a) sociedade como um todo, social b) camada mais rica da sociedade, constitucional c) sociedade religiosa, civil d) sociedade filantropa, social joser Realce joser Realce 17 e) políticos e funcionários públicos, civil 8. (COPESE - UFT - 2018) Em relação ao conceito de Políticas Públicas é CORRETO afirmar que: a) são atividades exercidas exclusivamente por organizações privadas que têm o intuito de servir à população. b) é a ação do governo buscando alcançar maioria nas cadeiras do Parlamento nos debates dentro do Poder Legislativo. c) é um campo de estudo da política que analisa as ações governamentais no que tange a questões públicas. d) é um conjunto de instituições políticas que visam elaborar ações/serviços públicos. e) é um conjunto de ações feito pelo poder legislativo para garantir os direitos das populações. joser Realce 18 ESPORTE, LAZER E CONSTITUIÇÃO 2.1 INTRODUÇÃO Nesta Unidade 2 vamos estudar a organização e funcionamento do Estado Brasileiro, entendendo as três esferas de poder (legislativo, executivo,judiciário), assim como a função executada por cada um. Também vamos discutir o lazer e o esporte na Constituição de 1988, respondendo as seguintes questões: Será que eles são direitos? Será que o povo deve ter acesso público e gratuito? 2.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO O título I da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que trata sobre os princípios fundamentais estabelece em seu Artigo 1º “ A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”, e enumera os seguintes fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e, o pluralismo político. Ao final deste primeiro artigo constitucional existe um parágrafo único afirmando que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Ressaltando as características apresentadas na Unidade anterior que o Brasil é uma República Federativa Democrática. Já no seu artigo 2º, a Constituição (1988) trata sobre a divisão de poderes no Brasil: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988). Segundo Paraná (2022) “Em verdade o poder é um só, ocorrendo uma divisão de atribuições e funções do Estado”. Portanto, a separação dos poderes é um princípio geral, que precisa ser atendido para que se reconheça o Estado Democrático de Direito. É, por conseguinte, crucial que seja esse princípio observado para atender ao Constitucionalismo e à sustento do organismo estatal. Previsto constitucionalmente Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 19 como cláusula pétrea, não podendo, em nenhuma hipótese, ter a sua aplicabilidade afastada. A divisão tripartite poderia se colocar como uma solução frente aos desmandos comumente observados nos antigos regimes absolutistas, em que o poder se concentrava na mão de uma única pessoa. Durante o período do absolutismo a monarquia, uma forma de governo, concentrava todo o poder do Estado, utilizando-a de acordo com seus próprios interesses. Não existia participação popular. Os tributos, Leis e impostos eram criados sem participação do povo ou órgão representativo dele. Portanto, “Como meio de evitar o abuso de poder e tirania, a divisão do "poder-função" é uma forma eficiente de exercê-lo”. (PARANÁ, 2022) Importante salientar dentro dessa divisão de poderes é fundamental achar o equilíbrio entre a autonomia e a intervenção nos demais poderes. De tal forma que, cada poder não seja desrespeitado nas funções que cumpre, ou pelo menos, deveria cumprir. São, estes poderes independentes; pois não estão submetidos entre si, não se curvam a vontade do outro poder (SILVA, 2006); “são harmônicos, pois tem que verificar as normas de trato recíproco” (SILVA, 2006, p. 110). Mas apesar da independência, atuam de forma colaborativa. Paralelamente, quando um deles se mostrava excessivamente autoritário ou ia além das suas designações, os demais poderes teriam o direito de intervir contra tal situação desarmônica. “A independência dos poderes, entendida como a impossibilidade de ingerência arbitrária entre os poderes, torna o Estado funcional, garantindo o seu equilíbrio.” (PARANÁ, 2022). Esta divisão denomina-se de freios e contrapesos, justamente por ser o que garante que um poder equilibre o outro (PORTAL E-CIDADANIA, 2022) Mas afinal, quais são as funções e atribuições de cada um destes poderes? De forma simplificada e ilustrativa, como mostra a Figura 4, vamos elucidar a questão. 20 Figura 4: Divisão dos três poderes no Brasil Fonte: Site Direitos Civis (2022) Basicamente, temos um sistema que observamos a existência dos seguintes poderes: o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Inicialmente, podemos dizer que o legislativo elabora e vota as leis, o Judiciário aplica as leis e o executivo administra o Brasil de acordo com o que as leis permitem. Como mostra a Figura 5. 21 Figura 5: Funções e atribuições dos três poderes no Brasil Fonte: Portal e-cidadania do Senado Federal (2020) Com a Figura 5, concluímos que: Poder Legislativo: responsável principalmente para criar ou alterar as leis, inclusive a Constituição Federal. Além de fiscalizar os atos do Executivo. Sendo assim, vemos que os “legisladores” monitoram a ação dos “executores”. Esse poder é formado a nível federal pela Câmara dos Deputados – formada pelos deputados federais - e Senado Federal – que é integrado pelos senadores, que juntos formam o Congresso Nacional. Nos Estados, o legislativo é a assembleia legislativa, constituída pelos deputados estaduais. Nos municípios o legislativo é presentado pela Câmara dos Vereadores. Poder Executivo: responsável por cuidar dos serviços públicos, como saúde, educação, segurança, esporte e lazer, dentre outros. A administração do governo é somente por meio das leis e demais marcos legislativos. Ele é quem administra o país, tomando as decisões e se preocupando em aplicar as leis e as políticas sociais. Logo, os representantes do executivo têm a função verificar as demandas públicas e garantir os meios cabíveis para que as necessidades da coletividade sejam atendidas no interior daquilo que é determinado pela lei. 22 Os representantes do poder executivo são: representados pelos administradores, ou seja: os prefeitos, vice-prefeitos e secretariado (municípios); os governadores, vice-governadores e secretários de estado (estados) e pelo presidente, vice-presidente e ministros de Estado (país). Poder Judiciário: é quem faz valer as leis ou é o responsável por julgar os crimes e avaliar as leis, analisando se elas obedecem à Constituição Federal. Ele quem decide, por exemplo, quem é culpado por um crime ou não. É representado pelos juízes e desembargadores, sendo o único dos três poderes que não é eleito democraticamente pelo povo. A sua principal instância é o Supremo Tribunal Federal (STF). Figura 6: Representantes dos três poderes no âmbito federal, estadual e municipal Fonte: Rosado (2019) Diante do exposto acima é preciso entender que para garantir o funcionamento dos Três Poderes, eles se fiscalizem mutualmente, de modo que cada um deles garanta e avalie o funcionamento dos demais. Caso um deles apresente erros ou problemas, os demais devem acompanhar e avaliar o caso. 2.3 O ESTADO BRASILEIRO E O RECONHECIMENTO DO LAZER E DO ESPORTE COMO DIREITO CONSTITUCIONAL. 23 Neste texto vamos analisar o esporte e o lazer de acordo com a redação da Constituição Federal de 1998, a qual se torna para Souza (2022) um texto constitucional equivocado ao restringir o termo a praticar esportes. Em consonância, Ungheri e Isayama (2020, p. 02), também afirmam que “o texto constitucional o aproxima das manifestações esportivas”. Sabemos que o termo lazer e esporte têm conceitos e significados diferentes, porém tomaremos a mesma estratégia dos autores supracitados, ou seja, “os termos esporte e lazer serão utilizados conjuntamente daqui em diante, ao se fazer referência às políticas públicas nessas áreas” (p. 2). Na Constituição Federal de 1988 o esporte e/ou lazer aparecem pela primeira vez no Artigo 6º do Capítulo II: “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados [...].”. Segundo Gomes (2014) fica clara a intenção do legislador em afirmar e garantir o lazer como direito social. Ainda em tempo, Gomes (2014) aponta que essa presença constitucional do lazer enquanto direito social, significa assenti-lo como dimensão da cultura humana. Entretanto, o fato de ser direito constitucional não garante políticas públicas de acesso ao lazer para a população brasileira e “por estarem submetidos às intencionalidadese aos interesses dos mandatos governamentais, não existem garantias para continuidade das políticas públicas voltadas para sua promoção” (UNGHERI, ISAYAMA, 2020, p. 3). Além disso, Souza (2022) aponta que a própria constituição é falha, afirmando que Em relação à tutela específica do lazer na Constituição, após o seu anúncio como direito social no artigo 6º, verifica-se apenas a ligação do termo "lazer" com o salário-mínimo (art. 7º, IV), com a tutela de menores (art. 227), e principalmente com o desporto (art. 217, § 3º). O que é um grave equívoco, uma vez que lazer não é um direito exclusivo de menores, ou ainda, não corresponde somente a praticar esportes (BRASIL, 1988). O Lazer também aparece no Artigo. 7° do texto constitucional que discorre sobre os “direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social”. No inciso IV afirma-se que o salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, deve ser capaz de atender as necessidades vitais básicas dos trabalhadores e às de sua família com “moradia, alimentação, 24 educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social[...]”. Neste artigo fica claro que o lazer é considerado um item de necessidade básica para vida humana. Seguindo para o Artigo 227 aponta que “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer [...]”. Acerca deste último, Soares Neto (2018, p. 97) relembra que “o lazer sempre veio associado à promoção e inclusão social, ao bem-estar, ao processo de interação entre indivíduos ou mesmo como meio de combate à violência ou insegurança. Por fim, o Artigo 217 vimos que ele dispõe o seguinte: “É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um”. Em seu parágrafo 3º afirma-se que o “Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social”. Ungheri e Isayama (2019), apontam que este trecho constitucional mostra que “é possível perceber uma ligação explícita entre o esporte e o lazer, quando o texto constitucional”(p. 2). Esta é uma questão de grande importância, porém, invisível, embora haja marcos legais como os que vimos. Acrescentamos, ainda, que o lazer e o esporte também aparecem enquanto direito no Estatuto da Na Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) - artigos 4º, 59º, 71º, 94º e 124º e na Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso) – artigos 3°, 20°, 23° e 50°. Diante do exposto acima fica evidente a necessidade do poder legislativo (re)elaborar leis que tenham o texto claro e que aproximem os termos esporte e lazer do significado correto, os quais foram apresentados no início desta seção, e fortaleçam as vivências de lazer e práticas esportivas como um direito amparado legalmente. Bem como, torna-se necessária a reflexão relativa às ações do poder executivo, que são responsáveis pelas políticas públicas de esporte e lazer, entendendo-as como: atividades sistematizadas ou formuladas em leis, programas, documentos; bem como projetos sociais que se utilizam de recursos do governo, seja eles Federal, Estadual e Municipal; às vezes em parceria com a esfera privada (empresas), com foco em ações cooperativas e participativas( SOARES NETO, 2018, p. 217). Por fim, se executivo não estejam cumprindo sua função constitucional de possibilitar a população o direito ao acesso ao lazer/esporte, o poder judiciário seja capaz de notificá-lo e pedir medidas que assegurem esse direito social para toda 25 população brasileira. 26 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (Enem 2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado). A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. b) consagração do poder político pela autoridade religiosa. c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas. d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito. 2. (Alternative Concursos - 2021) De acordo com a Constituição Federal de 1988: I. a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. II. são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, apenas o Executivo e o Judiciário. III. são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. É correto o que se afirma em: joser Realce 27 a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 3. (Adaptada - PM-MT - 2021) O art. 2º da Constituição Federal de 1988 prescreve: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Sobre o referido princípio constitucional da separação dos poderes, analise as assertivas. I. No sistema de divisão dos poderes, inexiste qualquer hierarquia entre os respectivos órgãos e funções do poder estatal, todos operando na esfera de suas competências constitucionalmente estabelecidas. II. A separação dos poderes é caracterizada pela atuação conjunta dos três Poderes direcionada à consecução dos objetivos constitucionais, sendo tal atuação juridicamente limitada por esferas de competências próprias e mecanismos de controle recíprocos. III. O princípio da separação dos poderes tem como objetivo o controle do poder pelo poder, o que se concretiza por um conjunto de técnicas, a citar o direito de veto do chefe do Poder Executivo, a aprovação pelo Legislativo do orçamento dos demais órgãos estatais e o controle judicial dos atos dos demais poderes. Estão corretas as assertivas: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 4. (IF-RJ - 2021 - IF-RJ - Assistente em Administração) São considerados os poderes do Estado: joser Realce joser Realce 28 I. Poder Executivo. II. Poder Legislatório. III. Poder Administrativo. IV. Poder Judiciário. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) I e IV, apenas. e) I, II e IV, apenas. 5. (Quadrix - 2021 - CRESS-PB - Agente Fiscal) “Em um Estado de Direito, prevalecem as normas jurídicas abstratas e gerais, e não a vontade do governante”. Marçal Justen Filho. Curso de direito administrativo.7.ª ed. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2011 (com adaptações). Tendo a afirmação acima como referência inicial, julgue o item quanto ao Estado, ao governo e à Administração Pública. I. O Brasil adotou a teoria da tripartição de funções do Estado organizada por Montesquieu e, portanto, a Constituição Federal de 1988. II. A Teoria dos três poderes prevê o funcionamento independente e harmônico entre Poderes. III. Os Poderes são: Legislativo, Executor e Fiscal. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. joser Realce joser Realce 29 6. (CS-UFG - 2017 - TJ-GO - Juiz Leigo) Nos termos doartigo 6º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, são direitos sociais: a) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, a segurança, o meio ambiente, a previdência social, a proteção a maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. b) a educação, a saúde, o meio ambiente, o trabalho, a moradia, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. c) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte e o meio ambiente e os direitos humanos. d) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, a segurança, a previdência social e os direitos humanos. e) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. 7. A palavra lazer é derivada do latim "licere", que significa “ser lícito” ou “ser permitido”. Em nossa constituição ela aparece nos seguintes artigos: I. o lazer está inserido no capítulo dos Direitos Sociais, e este, por sua vez, está inserido no Título dos Direitos Fundamentais. Da mesma forma que a saúde está no caput do art. 6º, CF, como dever do Estado, como direito social, assim também está o lazer. II. está no artigo 7º como direito social específico do trabalhador. É dever do Estado. Deste modo, tanto o Poder Público está obrigado a construir hospitais como também está obrigado a fornecer meios para que os indivíduos, trabalhadores ou não, possam gozar e usufruir do lazer. III. o artigo 227 dispõe que é dever do Estado assegurar o lazer de forma concorrente com o esforço da família e sociedade. A união de forças deve desembocar num esforço de todos para implementação e preservação do lazer. Estado e não-Estado devem dar execução e levar o lazer à prática por meio de providências concretas. joser Realce 30 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 8. (Adaptado – Âmbito Jurídico) Sobre o lazer enquanto direito e necessidade humana, leia as afirmativas abaixo. I. O direito ao lazer ao ser estabelecido pelo constituinte representa uma necessidade para satisfação e garantida de dignidade da pessoa humana e a sua desconsideração e ausência atentam contra os valores da vida e os fundamentos da República Federativa do Brasil. II. A atual organização da sociedade, seus modos e jornadas de trabalho sem limites privam o trabalhador deste direito social do lazer, afastando-o cada vez mais da vida social, do convívio com o mundo extra trabalho. III. O lazer tem papel de motivador social e político, é um tempo fora do ambiente que limita o homem, o ambiente laboral cheio de regras, ante um lazer que define a liberdade e a vontade do trabalhador. E como cidadão de direitos, deve ter a possibilidade de usufruir de todos os direitos constitucionalmente oportunizados, como a cultura, a educação, o trabalho, o lazer para satisfação de sua condição humana e o Estado deve garantir esse. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. joser Realce joser Realce 31 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, LAZER E ESPORTE: SISTEMA DESPORTIVO NACIONAL 3.1 INTRODUÇÃO Nesta unidade 3 vamos entender a estrutura do esporte e lazer no Brasil, apresentando os órgãos responsáveis e as funções de cada um. Mas, primeiramente, contaremos a história da estrutura de funcionamento no esporte no Brasil para que possamos entender o porquê da organização no governo atual. Por isso, vamos levantar alguns questionamentos, como: Quando o esporte se tornou parte do governo no país? Quais órgãos já foram responsáveis pela estrutura esportiva no país? Qual a estrutura de hoje? Por que o esporte e lazer são organizados desta forma? 3.2 HISTÓRIA DA ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL A história pode ser contada por diversos pontos de vista de acordo com as fontes disponíveis e outras tantas variáveis que influenciam na escrita de um texto historiográfico. A história da estrutura do esporte no Brasil a ser contada neste texto será baseada em arquivos online do site do governo federal brasileiro. Existem outras versões e analises, contudo, como forma de redigir um texto de maneira mais pontual e formal decidiu-se por utilizar tal fonte. De acordo com o Brasil (2022) “A história institucional do esporte no Brasil teve início em 1937, quando, por intermédio da Lei n° 378 de 13/03/37, foi criada a Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Cultura”. No ano de 1970, o Ministério da Educação (MEC) transformou essa divisão em Departamento de Educação Física e Desportos. Posteriormente, em 1978, o departamento foi convertido em Secretaria de Educação Física e Desporto. Entrando na fase democrática política brasileira, no ano de 1990, o presidente Fernando Collor de Melo suprime a Secretaria no MEC e cria a Secretaria de Desportos da Presidência da República. Após o impeachment do mesmo em Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 32 dezembro de 1992, o esporte retornou ao Ministério da Educação através da Secretaria de Desportos. A partir de 1995, o presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) criou o Ministério de Estado Extraordinário do Esporte (MEEE), tendo nomeado Pelé1 como ministro. Lembrando que a Secretaria de Desportos do MEC continuou existindo e tinha como função prestar apoio técnico e administrativo ao MEEE. Porém, em seguida, a Secretaria é transformada no Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (INDESP) -, sendo desassociado do MEC, tonando-se subordinado ao MEEE. No seu segundo mandato, no ano de 1998, FHC criou o Ministério do Esporte e Turismo. Em janeiro de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, separou as duas pastas e criou o Ministério dos Esportes. A Figura 7 representa a linha do tempo da estrutura do esporte no Brasil desde a primeira divisão até os tempos atuais. Figura 7: Linha do tempo da estrutura esportiva no Brasil Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Finalizando a análise da Figura 7, em 2019, por meio da Lei nº 13.844 o Ministério do Esporte foi extinto e transformado em Secretaria Especial do Esporte, passando a integrar o Ministério da Cidadania do governo presidencial de Jair Messias Bolsonaro. 3.3. ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL Desde 2019, a Secretaria Especial do Esporte (SEE), que está dentro da estrutura do novo Ministério da Cidadania (MC), é responsável por assessorar o MC 1 Pelé, ou Edson Arantes do Nascimento, é considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos. 33 na supervisão e coordenação da política nacional de desenvolvimento da prática esportiva. Segundo Brasil (2021), a SEE “desenvolve e implementa ações de inclusão social por meio do esporte, com a perspectiva de garantir à população o acesso gratuito a atividades físicas, qualidade de vida e desenvolvimento humano”. Além disso, a secretaria especial também deve possibilitar a estruturação e execução de políticas voltadas ao esporte de alto rendimento e de formação. Dentre as ações desenvolvidas pela SEE estão: o Forças no Esporte O Bolsa Atleta, o Programa Segundo Tempo, a Lei de Incentivo ao Esporte, o controle de dopagem e a gestão do legado olímpico . A coordenação e execução deles é conduzida por seis diferentes Secretarias Nacionais: Alto Rendimento Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor Incentivo e Fomento ao Esporte Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem Paradesporto. Figura 8: Organograma do Ministério da Cidadania Fonte: Elaborado pela Autora (2022) A Secretaria Nacional de Alto Rendimento (SNEAR) é comandada pelo secretário Bruno Souza. Ela “executa ações para fortalecer o esporte competitivo e dar suporte aos atletas nacionais” (BRASIL, 2021b). Para tal fim reuni com múltiplas 34entidades esportivas como: o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e entidades do esporte escolar e universitário. O programa de maior destaque da SNEAR é o Bolsa Atleta. A Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS), comandada pela ex-atleta de natação Fabiola Pulga Molina, é responsável pela elaboração e implantação de programas esportivos-educacionais, de lazer e de inclusão social. Essas ações contam com a parceira dos estados, municípios e o Distrito Federal. O público-alvo são “crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, além de pessoas com deficiência, e sempre com o foco no exercício de uma cidadania ativa, com ênfase na população de regiões com alta vulnerabilidade social” (BRASIL, 2021c) A Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, secretariada por Ronaldo Lima dos Santos, procura fortificar o futebol como instrumento essencial de inclusão social, cidadania e de consolidação da identidade nacional. Para tal, “planeja, elabora, acompanha e implementa políticas públicas para o futebol profissional e amador, masculino e feminino, além de promover a defesa dos direitos do torcedor.” (BRASIL, 2021d). O principal programa da secretaria é o Seleções do futuro, que tenta motivar e democratizar o acesso ao futebol em crianças de 6 a 17 anos. Michelle Moyses Melul Vinecky é a responsável pela Secretaria Nacional de Incentivo e Fomento ao Esporte (SENIFE). Este órgão governamental é encarregado pelo acompanhamento e monitoramento dos resultados obtidos nos projetos esportivos e paradesportivos financiados mediante incentivos fiscais; pela elaboração de estudos e pesquisas sobre fomento e incentivo ao esporte; e, pelas constantes atualizações e melhorias no sistema da Lei de Incentivo ao Esporte. (BRASIL, 2021e). Liderada pela ex-atleta de ginástica artística Luísa Parente, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem tem a função de implementar a Política Nacional de Combate à Dopagem e a missão de solidificar a cultura antidopagem no território brasileiro “por meio de ações de educação e controle em todas as manifestações esportivas, buscando o esporte limpo e saudável respeitando as normas e regramentos nacionais e internacionais” (BRASIL, 2021a) A Secretaria Nacional de Paradesporto (SNPAR) tem como secretário José Antônio Guedes Dantas e visa viabilizar e encadear vivências Paradesportivas, 35 facilitando “o acesso das pessoas com deficiência à prática esportiva em todas as suas manifestações, da iniciação ao alto-rendimento, em todas as faixas etárias e para as diversas deficiências independente do status dessa prática.” (BRASIL, 2021f). Entre os programas desenvolvidos pelo Ministério dos Esportes após sua criação em 2003, Tassa e Lovato (2014, p. 4) destacou e explicou as seguintes ações desenvolvidas pela antiga Secretaria Educação, Esporte, Lazer e Inclusão Social 1. Programa Segundo Tempo (PST): A Política Nacional do Esporte considera que o esporte é condição essencial para o desenvolvimento humano, frequentemente negado, principalmente, às camadas sociais de baixa renda. Com esse entendimento, por meio do principal programa do Ministério do Esporte - “Vivência e Iniciação Esportiva Educacional – Segundo Tempo” - a Secretaria Nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte (SNEED/ME) busca responder às demandas sociais geradas num momento histórico de garantia e de ampliação do conjunto dos direitos constitucionais. Considerado programa estratégico do governo federal, o Segundo Tempo é destinado a democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte educacional. O objetivo principal é democratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade, como forma de inclusão social, ocupando o tempo ocioso de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. 2. Programa Segundo Tempo no Mais Educação: O esporte, como expressão de cultura, é um fator de desenvolvimento humano, portanto, a educação não pode prescindir dessa produção humana representada pelas atividades de esporte e de lazer, especialmente pelo caráter lúdico e pela atração e fascínio que exerce sobre crianças e adolescentes. Nesse sentido o Ministério do Esporte, em parceria com o Ministério da Educação, na perspectiva do Programa Mais Educação, pretende com a implementação da proposta ampliar o Programa Segundo Tempo para promover o acesso ao esporte educacional, tendo como foco de intervenção nas Instituições de Ensino de Educação Básica. 3. Programa Recreio nas Férias: que tem o objetivo de oportunizar aos beneficiados do Programa Segundo Tempo eventos e programações diferenciadas ao longo do ano é uma das ações estratégicas desta Secretaria Nacional. Com a finalidade de atender a esta ação foi criado o Projeto Recreio nas Férias que pretende oferecer às crianças e adolescentes participantes do programa, no período de férias escolares de janeiro e julho, opções de esporte e lazer que preencham o tempo livre desses beneficiados de forma prazerosa e ao mesmo tempo construtiva, por meio do desenvolvimento de atividades lúdicas, esportivas, artísticas, culturais, sociais e turísticas. 4. Projetos Esportivos Sociais: A parceria firmada entre o Ministério do Esporte e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, possibilita a captação de recursos incentivados junto a pessoas físicas e jurídicas, as quais poderão direcionar suas doações aos Projetos Esportivos Sociais aprovados de sua preferência, por meio de depósitos em conta específica no Fundo Nacional para a Criança e ao Adolescente, conforme disposto no Art. 260 do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. 36 5.Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC): Para desenvolver uma proposta de política pública e social que atenda às necessidades de esporte recreativo e lazer da população, a Secretaria Nacional de Desenvolvimento de Esporte e de Lazer (SNDEL), do Ministério do Esporte, criou o Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC). O PELC, na sua essência, além de proporcionar a prática de atividades físicas, jogos e brincadeiras, que envolvam todas as faixas etárias e as pessoas com deficiência, estimula a convivência social, a formação de gestores e lideranças comunitárias, fomenta a pesquisa e a socialização do conhecimento, contribuindo para que o esporte e o lazer sejam tratados como políticas públicas e direitos de todos. Criado em 2003, o problema gerador que ainda hoje justifica a sua existência é a desigualdade de acesso ao esporte e lazer por parcela significativa da população brasileira. É importante mencionar que muitos programas permanecem até os dias atuais, como o Programa Segundo Tempo, porém eles vão ganhando características, orçamentos e perfis de acordo com o governo eleito. 37 38 FIXANDO O CONTEÚDO 1. ( Adaptado - FUNDATEC - 2018) Abaixo, é apresentada a definição de políticas públicas, trazida por Leonardo Secchi em “Políticas Públicas: Conceitos, esquemas de análise, casos práticos” (2013): “Uma política pública, independentemente de sua operacionalização, está vinculada à solução de um problema considerado público: a solução de um problema entendido como coletivamente relevante.” São consideradas políticas públicas: I. Programa Segundo Tempo. II. Programa Recreio nas Férias. III. Ministério dos Esportes. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. Sobre o Programa Segundo Tempo (PST) do Governo Federal, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. Considerado programa estratégico do governo federal, o Segundo Tempo é destinado a democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte educacional. PORQUE o objetivo principal é democratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade, como forma de inclusão social, ocupando o tempo ocioso de crianças, joser Realce 39 adolescentes e jovens em situaçãode vulnerabilidade social. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 3. Sobre o Programa Recreio nas Férias podemos apontar as seguintes características: I. Oportuniza aos beneficiados do Programa Segundo Tempo eventos e programações diferenciadas ao longo do ano. II. Oferece às crianças e adolescentes atividades lúdicas, esportivas, artísticas, culturais, sociais e turísticas. III. Acontece no período de férias escolares de janeiro e julho. É correto o que afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. Leia o trecho abaixo sobre os programas de esportes e lazer no Brasil. O Programa, na sua essência, além de proporcionar a prática de atividades físicas, jogos e brincadeiras, que envolvam todas as faixas etárias e as pessoas com deficiência, estimula a convivência social, a formação de gestores e lideranças comunitárias, fomenta a pesquisa e a socialização do conhecimento, joser Realce joser Realce 40 contribuindo para que o esporte e o lazer sejam tratados como políticas públicas e direitos de todos. Identifique o programa citado no trecho acima. a) Programa Segundo Tempo. b) Programa Recreio nas Férias. c) Projetos Sociais Esportivos. d) Programa Esporte e Lazer da Cidade. e) Programa Mais Educação. 5. Sobre a estrutura e organograma do esporte e lazer no governo federal, leia o trecho abaixo: Este órgão governamental é encarregado pelo acompanhamento e monitoramento dos resultados obtidos nos projetos esportivos e paradesportivos financiados mediante incentivos fiscais; pela elaboração de estudos e pesquisas sobre fomento e incentivo ao esporte; e, pelas constantes atualizações e melhorias no sistema da Lei de Incentivo ao Esporte. Aponte a Secretaria do Ministério da Cidadania que descrita no trecho acima. a) Secretaria Nacional de Incentivo e Fomento ao Esporte (SENIFE). b) Secretaria Nacional de Alto Rendimento. c) Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social. d) Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. e) Secretaria Nacional de Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. 6. Leia as afirmações abaixo sobre a Secretaria Nacional do Esporte no Ministério da Cidadania: I. Desenvolve e implementa ações de inclusão social por meio do esporte. II. Visa garantir à população o acesso gratuito a atividades físicas, qualidade de vida e desenvolvimento humano. joser Realce joser Realce 41 III. Deve possibilitar a estruturação e execução de políticas voltadas ao esporte de alto rendimento e de formação. É correto o que afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 7. Dentre as ações desenvolvidas pela SEE estão: I. Forças no Esporte. II. Bolsa Atleta. III. Controle de dopagem. IV. Gestão do legado olímpico. É correto o que afirma em: a) I e II, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) I, II e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II e III e IV. 8. Sobre a Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Governo Federal, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A Secretaria procura fortificar o futebol como instrumento essencial de inclusão social, cidadania e de consolidação da identidade nacional. PORQUE joser Realce joser Realce 42 II. Planeja, elabora, acompanha e implementa políticas públicas para o futebol profissional e amador, masculino e feminino, além de promover a defesa dos direitos do torcedor. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. joser Realce 43 DISPOSITIVOS LEGISLATIVOS E PROGRAMAS DE ESPORTE E LAZER NO BRASIL 4.1 INTRODUÇÃO Nesta unidade vamos apresentar as iniciativas nacionais para as demandas sociais relativas ao esporte e ao lazer, citando instrumentos legais para captação de recursos, como as leis de incentivo. Vamos problematizar as seguintes questões: Quais são as estratégias para captar recursos para projetos de esporte e lazer no Brasil? Quais opções de financiamento desses projetos? O que são leis de incentivo? Como elas funcionam? Quem pode captar recursos? 4.2 INICIATIVAS NACIONAIS PARA FOMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER. Como apresentado nas Unidades anteriores, o Esporte e Lazer serem direitos constitucionais não assegura o acesso de toda população brasileira ás práticas esportivas e as vivências de lazer. Ressaltando que enquanto direito e necessidade humana, a população, sem qualquer tipo de distinção/discriminação, deve ter alcance as políticas públicas de esporte e lazer. Todavia, vale lembrar que boa parte desses direitos não são plenamente exercidos pelos cidadãos brasileiros. Os entraves ou barreiras podem ser enumerados em: nível de instrução, etnia, orientação sexual, sexo, faixa etária, tempo disponível, apropriação/localização do espaço de prática, condições socioeconômicas, deslocamento, falta de políticas públicas de lazer ou pouca qualidade no planejamento de uma política, desigualdade salarial e diferenças de obrigações cotidianas entre homens e mulheres, bem como a violência. (MARIANO; MARCELLINO, 2008; MARCELLINO, 2002; MARCELLINO, 2007; RAMOS, 1997; REIS ET AL. 2015; SUASSUNA, 2007). Veja na Figura 9 os itens elencados: Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 44 Figura 9: Barreiras para lazer Fonte: Elaborado pela Autora (2022) À vista disto, as adversidades expostas acima colaboram para constatar que o cenário brasileiro é preocupante, especialmente, quando se considera o esporte e o lazer como um direito secundário, ou seja, “numa escala de prioridades em uma sociedade que se pauta no modelo capitalista e neoliberal, o direito, tanto da classe trabalhadora, ao esporte e ao lazer é visto como menos importante” (SUASSUNA, 2007, p. 22). Para que as políticas públicas de esporte e lazer se tornem mais democráticas é necessário que os órgãos públicos, terceiro setor e mesmo pessoas físicas tenham acesso à recursos financeiros que os possibilite criar, planejar e executar um programa, projeto ou ação. Infelizmente, no Brasil, a falta de financiamento a iniciativas ligadas ao esporte o lazer impossibilita a universalização das atividades esportivas e recreacionais/lazer. Por isso é fundamental entender as fontes de fomentos para esses projetos. 45 Figura 10: Fontes de captação de recursos Fonte: Poit (2006) Como mostra a Figura 10, Poit (2006) coloca como fontes de captação de recursos: patrocínio, apoio, mecenato, doação, permuta e incentivo fiscal. Mas também existem as emendas parlamentares, crowfunding, telemarketing, editais privados, financiamento coletivo pontual, face-to-face, geração de renda, dentre outros. A seguir tentaremos fazer uma explicação breve e clara de cada uma dessas possibilidades: Patrocínio: a empresa paga um valor em dinheiro para que a sua marca tenha alguma divulgação/exposição. Apoio: a empresa objetiva ter sua marca divulgada ou exposta, porém não paga em recursos financeiros, a “compra” ocorre sem que se envolva dinheiro. Portanto, o apoiador pode ser aquele que cede o local, que chancela o evento, que colabora com recursos materiais, entre outros tipos de suporte. Mecenato: patrocinador que ajuda sem pedir nada em troca. O nome vem de mecenas: fazer o bem sem olhar a quem” Doação: situação muito comum em projetos sociais e filantrópicos. Tem como característica não se fazer grande divulgação do nome do doador. Permuta: são trocas que visam interesse recíproco e não utiliza dinheiro. Leis de Incentivo fiscal: instrumentos que viabilizam a renúncia fiscal, concedido pelo Poder Executivo, de recursos que deveriam ser arrecadados de pessoas e empresas ou uma espécie de benefício tributário. Ou seja, o poder público renuncia receber parte dos impostos para incentivar projetos. 46 Emendas parlamentares: recursos financeiros previstos no processo legislativo brasileiro através de emendas apresentadas por deputados, que objetivam a alocação de recursos em projetos e ações em suas cidades ou em seus estados de origem. Crowfunding: financiamento coletivo que tem como base uma troca: o cidadão (seja pessoa física ou jurídica) faz uma doação e ganha em troca uma recompensa, baseada no valor que doou. Tudo acontece online através de cadastro em sites especializados. Telemarketing: Através de ligações telefônicas é solicitado recursos a pessoa que está do outro lado da linha. Esta estratégia foi mais usada na década de 1990, hoje caiu em desuso. Editais privados: chamadas públicas abertas por pessoas jurídicas que selecionam ONGs para receberem um recurso ou premiação previsto. Financiamento coletivo pontual: no Brasil é mais conhecido como vaquinha e são caracterizadas por captar valores de uma grande variedade de doares de uma só vez. Geralmente, essas campanhas são realizadas pela internet, que já possui sites especializados, durante um período determinado. Financiamento coletivo recorrente: neste modelo um grupo de pessoas fazem as doações mensalmente. Os valores podem variar e não existe período determinado. Campanhas realizadas pela internet sem temporalidade definida. Face-to-face: grupos de pessoas que vão às ruas buscar recursos diretamente com indivíduos, pedindo dinheiro cara a cara. Geração de renda: a própria executora do projeto gera uma renda própria. Existem algumas formas de gerar resultado financeiro positivo: Licenciamento, fundos patrimoniais, aluguéis, realização de eventos, prestação de serviços, comercialização de produtos, marketing de causa Fundos internacionais: instituições internacionais que possibilitam o financiamento do terceiro setor através de editais ou doações diretas. 4.3 LEIS DE INCENTIVO AO ESPORTE NO BRASIL. Como descrito anteriormente, o esporte e o lazer são extremamente importantes para qualidade de vida e se tornou uma necessidade humana, por isso é descrito na constituição como direito social. Porém, uma das barreiras de acesso a 47 essas práticas são a ausência de políticas públicas ou, quando existem, a falta de qualidade das mesmas (REIS et. al 2015). Essa escassez de oportunidades pode ter raiz no problema da falta de fomento as práticas esportivas e de lazer. Ou seja, mesmo que profissionais, ONGs, associações e órgãos públicos queiram oferecer as atividades, surge o obstáculo da falta de recursos financeiros. Neste sentido, as leis de incentivo fiscal podem ser uma alternativa para conseguir angariar os fundos necessários para a realização do projeto. No âmbito federal brasileiro, grande parte dos incentivos fiscais diz respeito à dedução no imposto de renda do doador (seja pessoa física ou jurídica). São exemplos de leis de incentivo fiscal: Lei nº 11.438 Lei de Incentivo ao Esporte Lei nº 8.313 Lei de Incentivo à Cultura ou Lei Rouanet; Lei nº 8.685 Lei do Audiovisual; Lei nº 8.069 Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente; Lei nº 12.213 Fundo Nacional do Idoso; Lei nº 12.715 Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD). Essas leis causam muita controvérsia na população, principalmente a Lei Rouanet, que pode fomentar ações de artistas já consagrados. Porém, grande parte da discussão acontece pelo desconhecimento dos mecanismos da lei. Em geral, os cidadãos acreditam, equivocadamente, que o dinheiro vem diretamente dos cofres do governo. A partir de agora vamos explicar este processo de captação de recurso, mas explicando especificamente a Lei nº 11.438/06, ou Lei de Incentivo ao Esporte – LIE. A LIE permite que recursos provenientes de renúncia fiscal sejam aplicados em projetos esportivos e paradesportivos em todo o Brasil. Por meio de doações e patrocínios, as ações executadas via LIE podem beneficiar crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, assim como, atletas de alto rendimento. Segundo Brasil (2022, on-line) “Mais do que um instrumento jurídico, trata-se de uma inovação e um avanço na consolidação do paradigma do esporte como um meio de inclusão social” 48 Primeiramente é necessário entender quem pode ser o proponente do projeto, ou seja, quem pode ser o responsável legal pela captação do recurso e execução do projeto. Segundo Brasil (2022, on-line) para apresentar projetos o proponente deverá, obrigatoriamente: Ser pessoa jurídica, de direito público ou privado, sem fins lucrativos, com finalidade esportiva expressa, com mínimo de um ano em funcionamento e sem registro de inadimplência junto ao Governo Federal. Acessar o Sistema da Lei de Incentivo ao Esporte, anualmente, entre 1º de fevereiro até 15 de setembro. Realizar o cadastro do usuário. Após este cadastro, o usuário terá acesso ao sistema para cadastrar proponente e apresentar projetos. Cadastrar a entidade proponente. Para esta etapa é necessário apresentar os documentos obrigatórios indicados no sistema e cumprir os requisitos obrigatórios como entidade. Após o cadastramento da entidade proponente, o usuário poderá cadastrar os projetos. A apresentação de projetos desportivos ou paradesportivos ocorre anualmente dentro do período de 1º de fevereiro até 15 de setembro por meio do Sistema da Lei de Incentivo ao Esporte – SLI. O cadastro de projetos é preenchido pelo proponente no SLI e é composto por: identificação do projeto: definição, destinação, local de execução, manifestação desportiva, público beneficiário, as informações complementares, Metas, Orçamento e Anexos. O projeto só poderá ser enviado, caso não tenha nenhuma pendência. A Figura 11 mostra o funcionamento e processo para captar recursos na LIE. 49 Figura 11: Processo de captação de recursos através da lei de incentivo ao esporte Fonte: Elaborado pela Autora (2022) Após o envio do projeto, acontece a admissibilidade, que consiste na verificação por parte da equipe técnica do Departamento de Incentivo e Fomento ao Esporte, que apresentará um parecer indicativo à Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte – CTLIE, sugerindo pela aprovação integral, aprovação parcial ou a rejeição do projeto. Só podem captar recursos os projetos aprovados pela CTLIE. Após as etapas de a Admissibilidade e autorização de a captação de recursos, acontece a publicação no Diário Oficial da União e a abertura das contas captação e movimento. Em seguida, o projeto entrará em fase de captação de recursos. Esta é a etapa que os proponentes encontram mais dificuldade, pois para executar o projeto é necessário captar pelo 20% do valor total com uma empresa. Infelizmente, nem todas as empresas são qualificadas para patrocinar ações da LIE. As empresas aptas são as que “declaram o Imposto de Renda com base no Lucro Real. Estas podem investir até 1% do imposto devido em projetos desportivos ou paradesportivos. Já as pessoas físicas podem investir até 6% do imposto devido. ” (BRASIL, 2022, on-line). O projeto pode ter diversos doares e/ou patrocinadores, como também, um mesmo patrocinador pode investir em inúmeros projetos. O prazo para a captação de recursos é de dois anos, contados da data da autorização de captação de recursos.Para eventos, o prazo de captação só pode 50 acontecer até 10 dias antes do início. A etapa final é a prestação de contas que deve acontecer até sessenta dias contados do término do prazo de vigência do termo de compromisso ou Termo Aditivo. 51 52 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Em relação as formas de captação de recursos: I. Permuta/escambo: São as trocas que fazemos visando interesses recíprocos e sem a utilização do dinheiro. II. Doação: Tem como característica não se fazer grande divulgação do nome do doador. III. Incentivo Fiscal: Neste caso devemos estar atentos a legislação municipal, estadual e federal. É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) I, II e III. c) I e II. d) III. e) II. 2. A Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) é uma lei que estabelece a possibilidade de pessoas e empresas investir parte do que pagariam no Imposto em projetos esportivos aprovados pelo governo. Leia os tópicos abaixo sobre a LIE: I. Pessoa física pode submeter um projeto na plataforma e receber os recursos para executá-lo. II. As empresas, através da LIE, podem investir até 1% do Imposto de renda em projetos esportivos. III.O esporte contemplado pela Lei Pelé é de rendimento, que busca inclusão e socialização entre participantes. É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. joser Realce joser Realce 53 c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. 3. A captação de recursos é a ferramenta crucial para execução dos seus projetos. Há diversas formas de captação de recursos que podem ser utilizadas. Esta área vive em constante metamorfose e cada vez mais necessita-se de profissionais verdadeiramente capacitados. As transformações e correrias do nosso dia a dia não nos permite dedicar tempo para acompanhar todas as mudanças e dinamismo. Dentre as formas de captação de recursos temos: I. Submetendo um projeto à Lei de Incentivo ao Esporte. II. Submetendo um projeto a um edital do Ministério da Cidadania. III. Conseguindo recursos através de emendas parlamentares apresentadas por deputados. É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. 4. Uma das maiores dificuldades para democratizar o acesso ás práticas esportivas no Brasil é a captação de recursos para execução de projetos. Dentre as possibilidades de conseguir recursos financeiros temos: I. Patrocínio: A empresa paga um valor em dinheiro para que a sua marca tenha alguma divulgação/exposição. II. Apoio: A empresa objetiva ter sua marca divulgada ou exposta, porém não paga em recursos financeiros, a “compra” ocorre sem que se envolva dinheiro. III. Mecenato: Patrocinador que ajuda sem pedir nada em troca. O nome vem de mecenas: fazer o bem sem olhar a quem”. joser Realce 54 É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. 5. O Financiamento coletivo pontual é são caracterizadas por captar valores de uma grande variedade de doares de uma só vez. Geralmente, essas campanhas são realizadas pela internet, que já possui sites especializados, durante um período determinado. No Brasil esse tipo de financiamento também é conhecido por qual nome? a) Incentivo coletivo. b) Vaquinha. c) Doação. d) Escambo. e) Rifa. 6. As barreiras do lazer são fatores que impossibilitam um maior número de pessoas a vivenciar uma atividade de recreação, lazer e relaxante. Dentre esses entraves podemos enumerar: I. nível de instrução. II. raça/etnia. III. sexo e/ou gênero. É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. c) I e II. d) I e III. joser Realce joser Realce 55 e) I, II e III. 7. Sobre as barreiras do lazer, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. As condições socioeconômicas podem ser consideradas uma barreira para prática do lazer. PORQUE A ausência de recursos financeiros pode limitar as escolhas dos indivíduos no seu tempo de lazer. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. ] e) As asserções I e II são proposições falsas. 8. (INEP - 2010 - ENADE - Educação Física) joser Realce joser Realce 56 A partir dessa citação, analise as afirmações que se seguem. I. Projetos de lazer devem trabalhar com grupos comunitários existentes, para minimizarem as barreiras e otimizarem o acesso aos serviços de lazer. II. Liderança e orientação permanentes do profissional de educação física são necessárias para que grupos comunitários se capacitem para propor formas que atendam aos seus interesses de lazer. III. As políticas de lazer comunitárias devem estimular a abrangência, respeitando a existência de grupos multiculturais, raciais, sexuais, etários e de habilidades na sociedade. Em relação à educação para o lazer na comunidade e à participação do profissional de educação física nesse processo, é correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) III, apenas. joser Realce 57 PROCESSOS DE PRODUÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER 5.1 INTRODUÇÃO Nesta Unidade 5 vamos entender o esporte e lazer enquanto política pública, buscando compreender a necessidade do monitoramento e da avaliação dos projetos/ações realizadas. Para isso, levantaremos questões como: : Como o Estado entende o esporte e o lazer? O que a lei brasileira fala o esporte e lazer? Quais são as manifestações do esporte? Por que monitorar e avaliar as ações de esporte e lazer? Como fazer a análise de políticas públicas de esporte e lazer? 5.2 IDENTIFICAR E ANALISAR OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE UMA POLÍTICA PÚBLICA ESPORTIVA. Segundo Costa e Silva(2015), tendo em vista que o surgimento do esporte moderno tenha ocorrido na Inglaterra, este não despertara grande interesse perante o estado e coube seu desenvolvimento sem tais ações estatais. Ao longo de seu processo o esporte passou a mover grande destaque em meio à população civil, despertando o interesse do Estado. Como podemos notar, atualmente “o Estado intervém no esporte de forma intensa. Vários e diversos são os princípios e os motivos que regem tal intervenção ou relação” (BRACHT, 2005, p. 70). Bracht (2005), lança o questionamento sobre o interesse de a ditadura militar investir tanto no esporte deixando de lado outras manifestações culturais. Se respaldando da fala de outros autores ele conclui que a não atribuição de conhecimento, contrário a outras manifestações, faz do esporte um campo limitado. O interesse nas tabelas dos campeonatos, nos ídolos esportivos etc. impediria a formação da consciência política e o consequente engajamento político. Além disso, a prática do esporte levaria à adaptação às normas e ao comportamento competitivo, básicos para a estabilidade e/ou reprodução do sistema capitalista” Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 58 (BRACHT, 2005, p. 30). A década de 1980 ficou marcada pelo início do processo de democratização do Brasil, que teve seu ápice em 1988 através da Constituição Federal, aumentando as discussões sobre as políticas sociais no meio acadêmico. Nesta direção, Oliveira (2011) retrata que esse processo de transição foi o grande impulso para o aumento das produções acadêmicas que visavam solucionar os problemas sociais emergentes, incluindo a escassez das fontes de pesquisas nessa área preenchendo, assim, mais uma lacuna. Segundo Tubino (1988), citado por Bueno (2008): O esporte sempre foi entendido no Brasil pelo esporte de alto rendimento e pelo futebol profissional, o que, convenha-se constitui uma visão hipotrofiada do esporte, delimitando-o apenas na perspectiva elitista do talento. A mudançade sentido no que concerne ao esporte, o favoreceu para que ocupasse de vez seu lugar de destaque frente à política social. O reconhecimento de sua importância através da Constituição de 1988 deu ao esporte um novo sentido para o redimensionamento de suas intervenções, considerando-o como um direito do cidadão e dever do Estado em fomentá-lo, sendo garantido através do Artigo 217, se tornando um grande fator motivacional para as produções acadêmicas neste campo. Fica explícito que além do direito de cada um à prática do esporte, as entidades esportivas, que antes eram dominadas pelo Estado, passam a serem independentes. Os incisos 1º e 2º deixam essa autonomia clara. Vale ressaltar também, o destaque para a destinação de recurso para o esporte educacional, deixando o esporte de rendimento em segundo plano. Assim se apresenta o artigo 217 (que também cita o lazer, ainda que de forma muito tímida): Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, observados: a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional; a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. 59 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. 3º O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social (BRASIL, 1988, p. 36). É importante salientar que as intervenções não pararam na Constituição de 1988, em 6 de julho de 1993 é promulgada a Lei nº 8.672 apelidada de Lei Zico. Esta lei dá ênfase ao desporto participação buscando reforçar o esporte como um direito social. “Outro fator importante está ligado a flexibilização da ordem desportiva de então, dando a alternativa dos clubes filiarem-se tanto nas federações quanto confederações” (MANHÃES, 2002, p. 112). Outro documento de suma importância e que também trata da política esportiva brasileira é a lei federal número 9.615, de 24 de março de 1998, conhecida como a “Lei Pelé”, que aponta para diferentes ramificações do esporte, reconhecendo-o em qualquer das expressões abaixo: Art. 3º - O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações: desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer; desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente; desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do país e estas com as de outras nações (BRASIL, 1998, online). Diante das três leis expostas aqui, se percebe a importância e destaque que o esporte tem ocupado não só perante a sociedade civil, mas, também, frente ao Estado. Diante disso a promoção das políticas públicas de esportes será consequência dessas leis, configurando, ainda mais, essa área como um importante mecanismo de desenvolvimento. 5.3 O CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 60 O ciclo de políticas é uma abordagem para o estudo das políticas públicas que identifica fases sequenciais e interativas-iterativas no processo de produção de uma política. Essas fases são: 1. Identificação do problema; 2. Formação da agenda 3. Formação das alternativas ou formação da política; 4. Tomada de decisão ou processo decisório; 5. Implementação; 6. Avaliação. Confira na Figura 12: Figura 12: Ciclo de Políticas Públicas Fonte: Ruas (2009, p. 36) A Figura 12 mostra as etapas do ciclo das políticas públicas supracitadas e para facilitar o entendimento, vamos explicar cada etapa baseado em OLIVEIRA (2016). A primeira etapa é a identificação do problema, que ocorre quando pessoas ou grupos identificam que algo é um problema. Por exemplo, um conjunto de mães, preocupadas com o tempo livre dos filhos, percebe que na sua comunidade existe quadra, porém não são oferecidas atividades esportivas. Então, elas se organizam e levam a questão para associação de bairro. A segunda etapa é a formação da agenda ocorre quando uma situação qualquer é reconhecida como um problema político e a sua discussão passa a integrar as atividades de um grupo de atores/ autoridades dentro e fora do governo. Mas quando um problema se torna público? Um problema se torna público quando: os atores políticos o consideram um problema (uma situação inadequada) e público (relevante para a coletividade). Nessa situação, busca-se alterar a realidade local. 61 Um conjunto de atores estão envolvidos no processo de construção de agenda, ou seja, de definição dos temas que entrarão na agenda política e serão – ou não – convertidos em políticas públicas. Os atores que interagem para a produção de políticas públicas podem ser de dois tipos: formais, que são aqueles que atuam diretamente nas arenas políticas (Executivo, Legislativo, Judiciário e partidos políticos), e informais, que são aqueles que atuam na política na busca de outros fins, próprios (mídia, sindicatos, empresariado, ONGs, movimentos sociais etc.) (OLIVEIRA, 2016). Observe o Quadro 1. Quadro 1: A construção da agenda política por atores informais Fonte: Oliveira (2016, p. 20) Importante ressaltar que nem sempre um problema identificado pela população é levado para agenda política, que depende das prioridades do governo. Às vezes, algo que é relevante para população, não é o foco de atuação dos governantes. Segundo Weigelt et al.(2004, p. 01): Em políticas públicas, a implementação é um processo de interação estratégica entre diversos atores que operam em ambiente de incertezas, pelos diferentes interesses em jogo, onde recursos são barganhados e tomadas de decisão são negociadas A terceira etapa é a formulação da política ou formação das alternativas, que ocorre quando, após a inclusão do problema na agenda e alguma análise deste, os 62 atores começam a apresentar propostas para sua resolução. Essas propostas expressam interesses diversos, os quais devem ser combinados, de tal maneira que se chegue a uma solução aceitável para o maior número de partes envolvida. Ou, neste momento vão se pensar em alternativas para “atacar o problema” para encontrar as possíveis soluções. A próxima etapa é a tomada de decisão. Neste momento eu já tenho uma alternativa elaborada, agora eu vou encontrar meios para colocá-la em prática. Este passo do processo traz um pouco de normatização, ou seja, mecanismos da lei, podendo ser através de decreto, judiciário ou legislativo. Portanto, essa etapa, traz como vai ser a decisão para enfrentar esse problema. A quinta etapa do processo é diretamente na prática chamada de implementação, que é quando acontece a execução desta política pública. Uma vez elaborada a política, processo este que conta com participação de políticos e da burocracia pública atuando conjuntamente, ela precisa ser implementada. (OLIVEIRA, 2016) A implementação consiste em um conjunto de decisões a respeito da operação das rotinas executivas das diversas organizações envolvidas em uma política, de tal maneira que as decisões inicialmente tomadas deixam de ser apenas intenções e passam a ser intervenção na realidade. Habitualmente,durante a implementação acontece o monitoramento, que é o acompanhamento das ações através de uma coleta sistemática e uma análise das informações que auxilia na tomada de decisões a respeito do que deve ser feito e do que necessita ser alterado no contexto das intervenções. O monitoramento é um instrumento de gestão das políticas públicas e o seu objetivo é facilitar a consecução dos objetivos pretendidos com a política. Por fim, temos última etapa que é a avaliação. Após a política pública ter sido implementada na prática, serão analisados dados que vão dar insumos para ver se faz sentido (ou não) a forma como a política pública foi executada ou se vale a pena ela ter continuidade. A avaliação vai verificar se esta política pública está sendo eficiente, eficaz e efetiva. Falaremos um pouco mais sobre avaliação de políticas públicas no próximo tópico. 5.4 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS 63 A temática avaliação de políticas públicas desponta com um pouco de atraso na América Latina e no Brasil, sofrendo influencias das concepções, modelos e técnicas oriundas da Policy Science norte-americana e do gerencialismo britânico. Na década de 1990, a avaliação contrai um papel de destaque na gestão pública, marcada pelos princípios da eficiência, eficácia e efetividade, tal como no modelo gerencialista e porque não dizer, fiscalizatório. Todavia, vale ressaltar que, nos últimos anos, identificamos no Brasil observamos experiências bem-sucedidas de monitoramento e de avaliação da gestão de políticas públicas no âmbito da Educação, da Saúde, da Cultura, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (PINTO, MASCARENHAS E ATHAYDE, 2019). Infelizmente, a avaliação de políticas públicas é uma das etapas do ciclo de políticas públicas mais negligenciadas pelos governos. No entanto, é uma etapa crucial para o sucesso e continuidade das políticas públicas. Uma vez implementada, será a avaliação que irá demonstrar aos governos se os seus objetivos foram ou não atingidos, e se foram atingidos da melhor maneira possível. De forma geral, a avaliação deve responder se foi cumprido os objetivos propostos no projeto. A avaliação indica (ou deveria indicar) os caminhos a serem seguidos para a correção dos problemas e adequada execução da política, com vistas a atingir os resultados desejados – e, portanto, o sucesso do governo naquela área e/ou política. (OLIVEIRA, 2016) O monitoramento e avaliação de um projeto poderão nos trazer parâmetros que ajudem em futuros projetos, possibilitando uma menor quantidade de erros na elaboração e execução, consequentemente, aumentando as chances de sucesso. Todavia, não podemos confundir o que é o monitoramento e o que é a avaliação. A OIT (2012, p. 20) faz essa diferenciação de maneira simples e objetiva: O monitoramento se concentra na “rota” seguida pelo programa. Trata-se, portanto, de um acompanhamento minucioso. Já a avaliação tem um caráter mais aprofundado, ou seja, ela tem, entre outras finalidades, o objetivo de medir os impactos das políticas e programas na vida da população.. O monitoramento é uma atividade gerencial cujo objetivo é promover o acompanhamento da implantação de uma dada política, programa ou projeto. Em outras palavras o monitoramento está direcionado para mensurar quão bem uma ação tem sido realizada, a partir do desenho inicial programado ou das mudanças impostas ao longo do período de execução. Apesar da análise preliminar de custo- 64 efetividade, no geral, o monitoramento não analisa os resultados ou os impactos do programa – ou seja, as mudanças de desenvolvimento que ele provocou. Avaliar uma política pública é verificar se as escolhas tomadas em uma determinada direção foram acertadas, é estimar o resultado de uma intervenção e seus efeitos em relação ao problema ou conflito que se pretende resolver. Como a etimologia da palavra sugere, no caso das políticas públicas, avaliar é atribuir valor (mérito) à uma dada intervenção governamental. (OIT, 2012) Vários instrumentos podem ser utilizados para monitorar e avaliar em projetos, como: Relatórios, Fichas de Avaliação, Listas de Presenças, Fotos, Vídeos, entre questionários, entrevistas, pesquisas, dentre outros, como menciona o POIT (2006). Diante do exposto acima, podemos dizer que o monitoramento busca procurar informações, coletar dados, perceber as ações e averiguar se os atores sociais estão exercendo suas atividades em consonância com o estipulado no projeto, já na avaliação, todos esses dados e informações prestarão de base para indicar a eficiência do projeto, se os objetivos estabelecidos foram de efetivamente alcançados. 65 66 67 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (CESPE/CEBRASPE - CGE CE - Auditor de Controle Interno-Área: Fomento ao Controle Social – 2019) No processo de formulação de políticas públicas, a fase na qual os objetivos previamente definidos são convertidos em ações empreendidas para atingi-los é denominada a) formação de agenda. b) tomada de decisão. c) implementação. d) avaliação. e) elaboração de alternativas. 2. (Adaptado - CESPE/CEBRASPE - ABIN - Oficial de Inteligência - Área 3 – 2018) Sobre a construção e o ciclo de políticas públicas, leia as alternativas abaixo: I. O ciclo de políticas públicas, organizado em fases sequenciais e interdependentes, reflete, na maior parte dos casos, a dinâmica real dessas políticas. II. O caráter público de uma política é definido somente quando existe personalidade jurídica de seus atores. III. Dois são os elementos fundamentais para a definição de políticas públicas: a intencionalidade pública e a resposta a um problema público. É correto o que se afirma em: a) II, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. (CESPE/CEBRASPE - INSS - Analista do Seguro Social - Área Serviço Social – 2016) Sobre o conceito e a formulação de políticas públicas, analise as alternativas abaixo: joser Realce joser Realce 68 I. Independentemente da tipologia adotada, é comum às políticas públicas o fato de se constituírem em espaços de poder onde se disputam recursos e a visão de mundo que orienta a ação sobre a realidade. II. A fase de formulação de uma política pública refere-se ao processo de criação de opções sobre o que fazer a respeito de um problema público, incluindo-se a identificação de restrições técnicas e políticas à ação do Estado. III. Política pública pode ser considerada sinônimo de política estatal, pois é do governo a responsabilidade de identificar os problemas sociais prioritários. É correto o que se afirma em: a) II, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. (Adaptado -FCC - ALE MS - Assistente Social – 2016) O planejamento em políticas públicas, imprescindível para o aprimoramento da gestão. I. São um instrumento burocrático que viabiliza o orçamento, mas a depender das especificidades de cada política social, pode se estabelecer seu próprio ciclo orçamentário sem necessidade de seguir o calendário estabelecido ou aprovação do governo. II. Precede, condiciona e orienta a ação estatal. É um mecanismo pelo qual o Estado viabiliza o acesso aos bens e serviços considerados direitos sociais aos seus cidadãos, sendo assim o planejamento pode ser considerado a necessidade de mediação entre futuro e o presente. III. Deve respeitar os seguintes momentos: definição da agenda − posicionamento exclusivo do chefe do executivo sobre as prioridades; definição de alternativas; e avaliação dos resultados – pautado somente nos indicadores quantitativos. É correto o que se afirma em: joser Realce 69 a) II, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 5. (Adaptado - Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista – VUNESP) Sobre a questão da formulação e formação de agenda em políticas públicas: I. A etapa de formulação de políticas públicas envolve, dentre outras atividades, o desenho de alternativascomo um momento em que são analisados os vários caminhos para que um objetivo possa ser alcançado. Cada uma das alternativas, além de requerer diferentes recursos, vai necessitar de mecanismos que induzam ao comportamento desejado. II. Grupos sociais, econômicos e religiosos têm pouco poder para influenciar a tomada de decisão nas políticas governamentais. III. Situações de crise, calamidade e catástrofes são os únicos problemas que originam políticas públicas, independentemente de se tornarem uma questão política. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 6. (VUNESP - Prefeitura de São Paulo - Biblioteconomia – 2016) O processo de elaboração de políticas públicas pode ser compreendido como um ciclo, no qual as diferentes fases sequenciais e interdependentes de uma política pública podem ser visualizadas. A fase denominada “formação da agenda” corresponde à definição dos joser Realce joser Realce 70 a) critérios para a tomada de decisão. b) destinatários de uma política pública. c) temas ou problemas considerados relevantes. d) mecanismos de avaliação a serem aplicados. e) Instrumentos disponíveis para a implementação. 7. (Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) - Professor - Administração (2021) Considere as afirmativas sobre as políticas públicas e seus elementos principais: I. Não são limitadas apenas a leis e regras jurídicas, são abrangentes. II. Em função de serem públicas e materializadas nos governos, apesar de haver vários atores e níveis de decisão, participantes são considerados apenas aquelas pessoas vinculadas formalmente ao Estado. III. São políticas de longo prazo, ainda que possam ter impactos de curto prazo. IV. São ações intencionais que buscam alcançar objetivos. Estão corretas, a) I, III e IV, apenas. b) I e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II, IV, apenas. 8. (Prefeitura Municipal de Vista Serrana - Agente Administrativo (2021) Fazem parte dos setores prioritários para atuação, em políticas públicas sociais: I. Água e Saneamento Básico. II. Educação. III. Multinacionais. IV. Esportes. Está correto o que se afirmar em: joser Realce joser Realce 71 a) I, II e III, apenas. b) II, III e IV, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. joser Realce 72 FUNDAMENTOS TÉCNICO- METODOLÓGICOS PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER 6.1 INTRODUÇÃO Nesta última unidade vamos ensinar a estruturação de projetos, assim como refletir sobre o contexto social que estas ações estão inseridas. Também vamos apresentar os temas transversais que são trabalhados por todas as disciplinas na escola, inclusive, Educação Física, que merecem ser comtemplados pelos programas sociais. Por isso, responderemos as seguintes perguntas: Como é elaborado um projeto? Quais são as etapas na elaboração? O contexto social interfere na escrita e execução do projeto? Quais são os temas transversais que devem ser trabalhados de acordo com o contexto da ação pública? 6.2 AS ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PROJETO Para Borges e Romera (2018), um projeto é um instrumento de sistematização de ações que nos levam a resolver problemas. No caso do esporte e lazer, a intenção é resolver problemas sociais, isto é, a ausência ou carência de atendimento às nossas necessidades que se convertem em direitos. Dizendo de outra forma, sobre o projeto, trata-se de “um conjunto de informações organizadas em função do tempo, do espaço e dos recursos, visando alcançar os objetivos desejados” (TENÓRIO et al., 1995, p. 82). Veja as etapas na Figura 13. Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 73 Figura 13: Elementos que estruturam a elaboração de um projeto Fonte: Borges e Romero(2018) Segundo Borges e Romera (2018) a ideia é que você visualize os elementos que estruturam o início da elaboração de um projeto de intervenção (quase sempre uma introdução do projeto). Após o conhecimento de cada um, você verá que os elementos se relacionam entre si e que para responder ao problema e o que permite a relação é um constante processo de análise quanto ao alcance de objetivos. A atitude de intervir na realidade social constitui-se em uma complexidade. Por isso, não pensamos um Ciclo de Projeto exatamente sequencial (identificação, elaboração, execução e monitoramento/avaliação). Embora cada etapa apresente momentos demarcados em termos de projeto, podemos dizer que em todo momento já estamos realizando cada uma delas Em termos gerais, Borges e Romera (2018) definem que: a fase de elaboração, com a identificação inclusive, diz respeito mais à escrita do projeto. A execução diz respeito à sua implementação e ao funcionamento das ações propriamente ditas. O monitoramento e avaliação se relacionam com o acompanhamento das ações e verificação do alcance dos objetivos, o que deve ser feito desde o início (considerando inclusive a elaboração), até o final (avaliação final das ações). 6.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO: CARACTERÍSTICAS DE CADA PARTE Para Poit (2006), projeto é sistematização de uma ideia, apresentando de maneira lógica sua forma e conteúdo, sendo forma a metodologia e organização e o conteúdo a explicitação da ideia e originalidade. O projeto é o instrumento pelo qual nós transformamos ideias em ações, é o passo que antecede o agir humano, é 74 um documento que tem como objetivo explicitar a nossa ideia. Ele é o resultado de um ato criativo e deve espelhar claramente a vontade de fazer, como fazer e porque fazer. O projeto do qual falaremos neste tópico é aquele feito para a construção e uma política pública e não o projeto acadêmico conhecido por “projetos de pesquisa”. Devemos lembrar também que algumas instituições que financiam ou apoiam projetos possuem modelos próprios de projeto, descritos/explicados em seus editais ou sistemas, que devemos adotá-los. Lembramos que a forma, conteúdo, abrangência e pertinência são itens importantíssimos para ajudar na entrada da agenda política e captação de recursos, e, isso dependerá diretamente da sua experiência, empenho, habilidade e criatividade. Basicamente, a composição do projeto segue a sequência que apresentamos a seguir. A partir deste momento vamos falar de cada parte projeto, mostrando suas características e as perguntas que devem ser respondidas em cada etapa. Veja a seguir a anatomia do projeto e a explicação para a escrita de cada parte: Capa/folha de rosto Esta é a primeira folha. Nela devem estar contidas informações para identificação do proponente (aquele que propõe o projeto), como: Nome e logomarca. Além disso, necessita de colocar uma identificação mínima do projeto, como o título, cidade e ano. Lembrando que projetos como, por exemplo, da Lei de Incentivo Federal não possuem essa parte, porque são escritos diretamente no Sistema de Lei de incentivo ao Esporte (SLI). Veja o modelo disposto na Figura 11. 75 Figura 14: Capa de projeto Fonte: Elaborado pela Autora (2022) Apresentação A apresentação contém o histórico e a introdução do projeto. Na parte histórica, deve-se colocar resumidamente a origem da ideia e se o evento/projeto já aconteceu em momentos anteriores, pois, caso já tenha ocorrido, sua ação ganha mais credibilidade (obviamente se ela foi bem-sucedida). Já na parte introdutória, pretende-se dar uma ideia inicial ou uma visão resumida do projeto. Por isso, a dica é escrevê-la por última, depois de já ter redigido todas as outras etapas e a proposta ficar mais clara, o que facilita a síntese. Lembre-se que está apresentando uma ideia e a primeira parte é fundamental para prender a leitura e atenção do leitor. Neste momento, o leitor deve ter as seguintes perguntas respondidas: O que é o projeto? O projeto já aconteceu quantas vezes? Quando? Objetivos Citar o OBJETO do projeto e apresentar de forma clara e objetiva o que se pretende alcançar com o seu desenvolvimento, dando Ênfasenos resultados esperados (SLI, 2022; POIT, 2006). Os objetivos podem ser divididos em geral e específico. Geral Considerado o objetivo principal e descrito de forma mais ampla e abrangente. Específicos Aqui são descritos objetivos secundários e geralmente são um detalhamento do geral. 76 Como se trata de uma ação, sempre começar os objetivos com verbos no Infinitivo. Vamos exemplificar os objetivos gerais e específicos de projeto social esportivo: Objetivo Geral Democratizar o acesso a pratica de atividades físicas, esportivas, culturais e de lazer, envolvendo beneficiários a partir de 6 anos de idade, prioritariamente em risco social, inclusive pessoas com deficiência, estimulando a convivência comunitária e a promoção social, através de seus núcleos descentralizados no Estado do Rio de Janeiro. Objetivos Específicos: 1. Promover atividades esportivas, culturais e de lazer que atendam aos anseios das comunidades, respeitando as especificidades locais e do público-alvo; 2. Garantir a qualidade dos serviços através de um processo constante de capacitação e avaliação da equipe; 3. Estimular o voluntariado por parte da comunidade, instituições parceiras e empresas privadas, na perspectiva da criação de uma rede de apoio ao Projeto; 4. Realizar eventos físico-esportivos, culturas e de lazer com os beneficiados do núcleo e, no caso de mais de um núcleo, internúcleos; e 5. Integrar as escolas existentes no raio de ação do projeto (até 2km). A pergunta que deve para o leitor nesta parte é: O que se pretende alcançar? E, caso você ainda não saiba responder essa questão é porque a ideia do projeto ainda não está clara. Consequentemente, é necessário refletir e amadurecer para a escrita. Uma dica: esta deve ser a primeira parte a ser escrita. 1) Justificativa Nesta etapa deve ficar claro a importância do projeto, ou seja, a justificativa da sua aplicação. Uma dica é abordar dois aspectos: o pessoal e o social. Na questão pessoal apresenta-se os benefícios da política pública para indivíduo nos aspectos físicos, cognitivos, emocionais, sociais e afetivos. Por exemplo, o projeto de handebol da única pode auxiliar na melhoria da coordenação motora dos participantes. Na questão social deve-se mostrar a relevância social do projeto, 77 apresentando as possibilidades de transformações na comunidade local ou na sociedade em que está inserido, sensibilizando as autoridades que estão lendo o projeto e a importância da ação para resoluções de problemas locais. De acordo com as orientações do Sistema de Lei de Incentivo ao esporte do Ministério da Cidadania a justificativa deve abordar o porquê se propõe o projeto, sua importância para o desenvolvimento do esporte no País e/ou na região geográfica de execução e justifique a conveniência de utilização de apoio financeiro. 2) Metodologia Esta é a parte que vai concentrar o maior número de informações do projeto, por isso, deve-se escrever com atenção e atentando aos detalhes. Afinal, a metodologia vai responder a seguinte pergunta ao leito: Como o projeto será realizado? Portanto, aqui deve-se descrever minunciosamente o desenvolvimento, a execução e a metodologia aplicada em todas as atividades do projeto. Incluindo todos de detalhes operacionais: Apresentar as fases de execução do projeto, constando as atividades com períodos de cada ação. Local; Público-alvo; Inscrições; Premiações; Métodos/Estratégias; Ações e Atividades planejadas, constando modalidades; Grade horária; Nº de turmas; Quantitativo de beneficiários por turma; Frequência semanal, de acordo com turnos e faixas etárias; Quadro de horário dos profissionais com frequência semanal, detalhando as atribuições de cada um; Apresentar os respectivos calendários dos eventos a participar ou a executar, especificando datas e duração deles; Apresentar o critério de seleção dos participantes e dos profissionais envolvidos; 78 Procedimentos éticos (termos de autorização de pais, termos de uso de imagem, dentre outros); Estratégias e instrumentos de monitoramento; e Avaliação. Neste subtópico é importante colocar os meios e os momentos que acontecerão as avaliações. No caso da necessidade de utilização de quadros ou planilhas explicativas, anexar pode-se anexar ao projeto. 3) Metas Apresentar as metas de qualidade (quais os resultados e benefícios a serem alcançados, mensuráveis não numericamente) e as metas de quantidade (mensuráveis numericamente), ambas com respectivos indicadores (de que forma as metas serão aferidas) de acordo com os objetivos propostos. 4) Aproveitamento promocional/contrapartida Neste item será mostrado os benefício e o retorno que o seu projeto trará para empresa patrocinadora/doadora ou para o órgão público que financiará a ação descrita no projeto. A pergunta respondida ao leitor neste item é: O que eu (empresa) ganho com isso? 5) Recursos Neste item relaciona-se todos os recursos humanos, materiais, físicos e financeiros que serão empregados no projeto. Especial atenção deve ser dada ao orçamento, pois ele é um excelente instrumento de controle. No orçamento, deve-se trabalhar com uma estimativa de custo clara e compatível. Uma boa análise dos recursos financeiros redundará em sucesso do evento, lembrando que dinheiro sem organização resulta em desperdício e falcatruas. (POIT,2006) 6) Cronograma Esta parte é quadro demonstrativo contendo a data e o tempo de duração de cada fase do projeto. É um resumo de tudo que acontece antes, durante e depois do projeto. Sua elaboração é em formato de tabela, simplificando o processo de verificação e se tornando um instrumento de consulta. 7) Anexos As informações muito extensas, que merecem ser apresentadas, mas que não são essenciais na composição da proposta em si, também devem ser dispostas nos anexos. Também utilize o bom senso e anexe somente o material necessário para tornar seu projeto mais vivo. A documentação da 79 instituição e do proponente, quando solicitada pelo patrocinador ou financiador do projeto, tem de vir como anexo da proposta (CAMPOS, ABEGÃO, DELAMARO, 2002) 8) Exemplos de anexo: mapa de acesso ao local, desenhos de peças de merchandising (Camiseta, máscara, brindes, pastas), fotos do local, modelo de ficha de inscrição, regulamentos, certificados, currículos etc. 9) Não devemos esquecer que o projeto é obra intelectual, podendo ser registrada em cartório ou empresas especializadas em marcas e patentes com amparo da Lei de direitos autorais, nº 10.695, aprovada em 31/07/2003. A violação dos direitos do autor pode levar a uma pena de três meses a um ano de prisão ou aplicação da multa. (POIT,2006) 6.4 PLANEJAMENTO DE PROPOSTAS INTERVENTIVAS EM ESPORTE E LAZER: UMA RELAÇÃO COM TEMAS TRANSVERSAIS. Os Temas transversais, de forma bastante simples, contemplam os problemas da sociedade brasileira, buscando em sua abordagem encontrar soluções e conscientizar os sujeitos acerca dessa necessidade, por isso são trabalhados na escola e em outras instituições educacionais. Os temas transversais citados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são: Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde, Orientação Sexual, como também Trabalho e Consumo (BRASIL, 1997; 1998). Embora, seja possível identificar outros temas de interesse, de acordo com o contexto específico de cada grupo social. Esses temas foram propostos para toda a escola, ou seja, devem ser tratados por todas as disciplinas escolares, inclusive pela Educação Física. No entanto, é preciso esclarecer que há diferentes formas de se compreender o que significa essa transversalidade (DARIDO,2001). Na disciplina Educação Física, por exemplo, percebe-se a necessidade e a importância de tratar os grandes problemas sociais nas aulas, tais como: ecologia, papéis sexuais, saúde pública, relações sociais do trabalho, preconceitos sociais, raciais, da deficiência, da velhice, distribuição de solo urbano,distribuição da renda, dívida externa; e outros, relacionados ao jogo, esporte, ginástica e dança (SOARES et al., 1992). 80 A reflexão sobre estes problemas é necessária se existe a pretensão de possibilitar ao aluno o entendimento da realidade social, interpretando-a e explicando-a a partir dos seus interesses de classe social. De acordo com Darido (2012, p.78): Na versão espanhola, os temas transversais escolhidos foram: Educação ambiental, educação para saúde e sexual, educação para o trânsito, educação para a paz, educação para a igualdade de oportunidades, educação do consumidor, educação multicultural, e educação moral e cívica. Esta foi concebida como tema nuclear que impregna todos os temas e as disciplinas curriculares tradicionais. Para Araújo (1998), a discussão a respeito dos temas transversais na Educação surge de questionamentos realizados por alguns grupos politicamente organizados em vários países sobre o papel da escola dentro de uma sociedade plural e globalizada, e as prioridades que devemos abordar nas aulas. Desse modo, surgem questões a respeito de como e o que é relevante ser ensinado na escola e nos projetos. 81 82 FIXANDO CONTEÚDO 1. A partir do momento que fizemos um projeto, é necessário dar um retorno para aqueles que estavam envolvidos. Por exemplo, é fundamental que possamos dar um retorno aos financiadores do projeto que desenvolvemos. Assim sendo, como é conhecido esse ponto do projeto? a) Feedback. b) Avaliação Diagnóstica. c) Execução. d) Planejamento. e) Contextualização. 2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais da educação física esclarecem sobre a importância de as aulas articularem os conteúdos de ensino aos temas transversais, dentre eles temos: I. Ética. II. Meio ambiente. III. Violência e uso de drogas. IV. Pluralidade cultural. É correto o que se afirma em: a) I e III, apenas. b) II e IV, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 3. Assinale a alternativa que corresponde a definição e características corretas dos principais Temas Transversais. joser Realce joser Realce 83 a) Ética: faz referência às reflexões sobre os princípios que regem as ações humanas em seu contexto social. b) Meio Ambiente: procura analisar não apenas as informações sobre as doenças e higiene, mas aponta perspectivas para uma educação à saúde como um direito de todos os cidadãos. c) Saúde: considerado como um sistema complexo e abrangente é compreendido a partir de uma rede de comunicação e interação entre os diferentes elementos e seres vivos do planeta. d) Pluralidade Cultural: também compreendida como educação sexual, tem como objetivo principal transmitir informações e problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluindo fatores históricos e culturais, além dos fatores afetivos. e) Orientação Sexual: apresenta as diferentes culturas e a forma de convívio entre elas. 4. O projeto deve passar uma mensagem clara para o patrocinador/financiador, deixando-o convicto que com o sucesso do evento/projeto ele fortalecerá sua empresa/marca. Os possíveis retornos que os patrocinadores terão com ação serão: I. Envolvimento com a comunidade. II. Visibilidade e credibilidade. III. Visualização nos momentos de alta receptividade. É correto apenas o que se afirma em: a) II, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 5. Davi Rodrigues Poit coloca que o projeto é a sistematização de ideia, apresentando de maneira lógica sua forma e conteúdo e possui as seguintes partes: I. Público promocional. joser Realce joser Realce 84 II. Cronograma. III. Aproveitamento de patrocinadores. É correto apenas o que se afirma em: a) II, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 6. Todo o projeto de evento possui uma estrutura básica que possui uma sequência lógica das partes e permite que o leitor entenda todos os detalhes da realização da ação. Quanto mais informações, maior o planejamento, e, consequentemente, menor o risco de erros na execução. Em relação ao projeto, podemos caracterizar suas partes da seguinte maneira: I. Folha de rosto: Nome do projeto, logomarca e slogan. II. Desenvolvimento ou procedimentos: Neste item relacionamos somente os recursos humanos, físicos e materiais do projeto. III. Apresentação: Esta é a primeira parte, na qual pode-se discorrer sobre o histórico do projeto e abordar resumidamente as ideias principais. É correto apenas o que se afirma em: a) II, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 7. Qualquer evento, seja esportivo, cultural, artístico e científico, necessita de um projeto para que possa ser realizado. O projeto documenta a ideia de um evento esportivo, além disso o projeto possibilita joser Realce joser Realce 85 I. tornar um evento esportivo num produto. Reunindo um bom projeto e um com produto é mais fácil conseguir patrocinadores. II. auxiliar no alcance dos objetivos do evento. III. evidenciar que os resultados serão positivos para todos: participantes, público, patrocinadores, organizadores, apoiadores, promotores e parcerias em geral. É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) I, II e III. c) I e II. d) III, apenas. e) II, apenas. 8. Na elaboração escrita do projeto de políticas públicas de lazer temos várias partes, dentre elas a justificativa, que deve abordar: I. os benefícios da política pública para indivíduo nos aspectos físicos, cognitivos, emocionais, sociais e afetivos. II. a relevância social do projeto, apresentando as possibilidades de transformações na comunidade local ou na sociedade em que está inserido, sensibilizando as autoridades que estão lendo o projeto e a importância da ação para resoluções de problemas locais. III. a importância para o desenvolvimento do esporte no País e/ou na região geográfica de execução e justifique a conveniência de utilização de apoio financeiro. É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. joser Realce joser Realce 86 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DO ESPORTE 7.1 BREVE HISTÓRICO Os primeiros laboratórios e institutos de psicologia do esporte surgem na década de 1920 em diferentes países como a União Soviética, Japão, Estados Unidos e Alemanha. Apesar disso, na área da Educação Física e, particularmente no Brasil, a psicologia do esporte é uma área relativamente nova. Isso ocorre pela formação histórica dos profissionais de educação física em áreas das Ciências Biológicas e da Saúde. Na década de 1970, a psicologia do esporte se desenvolve na América Latina e, especificamente em 1979, foi fundada a Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte, da Atividade Física e da Recreação - SOBRAPE (SAMULSKI, 2009). A psicologia do esporte deriva de sua “ciência-mãe”, a psicologia. No entanto, a psicologia do esporte já é considerada uma área científica independente, isto é, com seus próprios métodos, teorias e programas de treinamento. Portanto, antes de tratarmos com mais detalhes da psicologia do esporte, é necessário compreender a sua definição: 7.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO Diversas são as áreas de atuação de um psicólogo do esporte. Entre elas estão o ensino e a pesquisa. Em relação ao ensino, os professores de educação física e treinadores de diferentes modalidades esportivas vivenciam situações que necessitam transmitir determinado conhecimento em eventos como cursos e palestras. Basicamente, esses eventos de natureza de ensino têm a finalidade de (SAMULSKI, 2009). UNIDADE 01 87 formar profissionais para atuar com diferentes princípios e métodos psicológicos. Figura 1: Representação de uma atividade ensino. Fonte: Disponível em https://bit.ly/3eKstYs. Acesso em: 17 mai. 2021. Em relação à pesquisa, diversos professores têm se dedicado ao avanço no conhecimento acerca de diferentes áreas relacionadas à psicologia do esporte. Um exemplo disso foi aconstrução da “Escala de robustez mental para o esporte juvenil (RME-J)” desenvolvida durante o mestrado de Sermarini (2019). A validação dessa escala permitiu a avaliação da Robustez Mental em jovens esportistas brasileiros. Até o momento, não havia um instrumento que permitisse tal avaliação no contexto brasileiro. Por essa e outras razões, as pesquisas científicas são importantes e necessárias para desenvolvimento de uma área como a psicologia do esporte. Figura 2: Representação de atividades de pesquisa Fonte: Disponível em https://bit.ly/3uM1VLF. Acesso em: 17 mai. 2021. 88 Além do ensino e da pesquisa, existe o campo de atuação da psicologia que permite a intervenção psicológica no esporte, seja esse esporte no contexto de formação, escolar e/ou de alto rendimento. De acordo com Samulski (2009), o acompanhamento psicológico (coaching) tem o objetivo de potencializar o rendimento de indivíduos e equipes nas competições. Figura 3: Representação das intervenções do psicólogo do esporte Fonte: Disponível em https://bit.ly/3faRlHE. Acesso em: 17 mai. 2021. Adicionalmente, outro campo de intervenção emerge através do conceito de mental coaching. De acordo com Nitsch (1999), o objetivo do mental coaching é desenvolver as habilidades de autorregulação e autoadministração de treinadores, atletas, dirigentes, árbitros etc. Esse desenvolvimento ocorre por meio de assessoria psicológica profissional e contempla: i) o diagnóstico da personalidade e 89 o contexto esportivo; ii) treinamento psicológico para estimular o desenvolvimento da competência psicossocial; iii) suporte social e psicológico e; iv) intervenções psicológicas em situações de crises emocionais. Nessas áreas de atuação, os psicólogos do esporte geralmente se baseiam em teorias para nortear seus estudos e intervenções. Essas teorias por vezes são contraditórias. Por isso, é importante que o psicólogo do esporte saiba qual área pode explorar. Por exemplo, no construto de Robustez mental, existem teorias que a definem como um fator multidimensional enquanto em outra perspectiva essa variável é definida como um fator unidimensional. Outro exemplo está nas teorias: cognitivista e ecológica. Basicamente, a teoria ecológica sugere que a ação do esportista emerge de maneira mais significativa das condições do ambiente, enquanto a teoria cognitivista sugere que o conhecimento e a experiência do esportista irão influenciar mais na realização de suas ações. 7.3 REGULAÇÃO PSICOLÓGICA DA AÇÃO ESPORTIVA A ação esportiva é considerada um processo complexo e de interação, intencional, dirigido e regulado psicologicamente para atingir uma determinada meta. De acordo com Nitsch (1985) a ação esportiva emerge da interação entre fatores objetivos e subjetivos da pessoa, do meio ambiente e da tarefa. 90 Figura 4: Tríade de acordo com a teoria da ação proposta por Nitsch (1985) Fonte: Samulski (2009, p. 22) Desse modo, os fatores relacionados a pessoa referem-se às características individuais de cada indivíduo, as quais podem ser físicas (ex.: altura e peso) e psicológicas (ex.: motivações e emoções). Os fatores físicos citados anteriormente podem ser enquadrados como condições objetivas e as motivações podem ser entendidas como condições subjetivas. Por exemplo, os níveis de experiência na modalidade também são condições subjetivas, mas que influenciam as ações dos atletas, pois jogadores de futebol considerados peritos tendem a explorar melhor suas possibilidades de ação, além de tomar decisões mais rápidas e mais precisas, para se adaptarem aos diferentes contextos e produzirem soluções eficientes (BAKER et al., 2003) (ARAÚJO, 2009). Por sua vez, os fatores do meio ambiente também estão relacionados aos fatores físicos e sociais (SILVA, 2017). Por exemplo, em termos físicos (condições objetivas), a temperatura e a altitude podem influenciar o rendimento esportivo devido à interação do indivíduo com o ambiente (PASSOS; BATALAU; GONÇALVES, 2006). Ao mesmo tempo, o rendimento esportivo pode ser influenciado pelas expectativas sociais (condições subjetivas), como a oportunidade de disputar uma olimpíada fora do seu país e os possíveis incentivos de treinadores, família e amigos (ARAÚJO, 2005). Por fim, os fatores relacionados à tarefa também possuem características objetivas e subjetivas que influenciam a ação esportiva. Em relação às características objetivas incluem, por exemplo, as regras do esporte específico, a área de jogo e suas delimitações e os utensílios utilizados durante a atividade (ARAÚJO, 2009). Por sua vez, as características subjetivas englobam, por exemplo, as dificuldades de cada pessoa para lidar com a tarefa. 91 De acordo com Nitsch (1985), as ações possuem três funções básicas: Função de exploração: por meio de ações se explora, experimenta e reconstrói a realidade; isso significa que o indivíduo é capaz de aprender e se desenvolver por meio de vivências e experiências nas modalidades esportivas em questão. Função construtiva: por meio de ações se cria e transforma a realidade e soluciona tarefas e problemas específicos; essas ações permitem que os atletas possam coordenar suas ações coletivas e tomar decisões como uma equipe, no intuito de solucionar os problemas advindos das partidas. Função de apresentação: a ação é a auto apresentação da pessoa e seu reflexo interno de valores, normas e regras sociais. Em esportes que necessitam de uma boa expressão corporal como na dança e as ginásticas, essa função é dominante. 92 FIXANDO O CONTEÚDO 1. A psicologia do esporte se ocupa da análise e modificação de processos psíquicos e de ações esportivas. Muitos autores partem do princípio de que a ação esportiva representa um comportamento intencional e psiquicamente regulado a partir da interação do indivíduo com o ambiente e a tarefa. Diante do exposto, analise as duas asserções e assinale a alternativa correta. I. A psicologia do esporte analisa as bases e os efeitos psíquicos das ações esportivas, considerando por um lado a análise de processos psíquicos básicos (cognição, motivação, emoção) e, por outro, a realização de tarefas práticas do diagnóstico e da intervenção. PORQUE II. A função da psicologia do esporte consiste na descrição, na explicação e no prognóstico de patologias psicológicas, a fim de desenvolver e aplicar tratamentos, cientificamente fundamentados, de intervenção, levando em consideração os princípios éticos. a) A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda uma proposição falsa. b) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição verdadeira. c) As duas asserções são proposições falsas. d) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não se relaciona com a primeira. e) As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda se relaciona com a primeira. 2. Em 1920 surgiram os primeiros laboratórios e institutos de psicologia do esporte. Esses institutos surgiram na União Soviética, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Atualmente, o Brasil ocupa uma posição de liderança na América Latina em relação à produção de conhecimento científico na área. A Psicologia do esporte é uma disciplina científica independente com suas próprias teorias, métodos, programas. Em relação as teorias, uma delas, proposta por Nitsch, indica que a ação esportiva é fruto dos aspectos objetivos e subjetivos da tríade: pessoa, meio joser Realce 93 ambiente e tarefa. Ainda de acordo com essa teoria, a ação esportiva possui três funções: de exploração, construtiva e de apresentação. A partir das informações supracitadas, qual teoria relacionada com a ação esportiva foi mencionada? a) Teoria da Ação. b) Teoria do Caos. c) Teoria Cognitiva. d) Teoria dos Sistemas Dinâmicos. e) Teoria Ecológica. 3. O Brasil ocupa uma posição de liderança na América Latina em relação aos eventos relacionados a psicologia do esporte (congressos; publicações, etc.). No entanto, muitos profissionaisde educação física ainda não conhecem a diferença de psicologia do esporte para psicologia aplicada. Diante disso, o que se refere a psicologia do esporte? a) Ciência que analisada as bases e efeitos psíquicos da ação esportiva. b) Ciência que intervém nas bases e efeitos psíquicos das patologias. c) Ciência que analisada as bases e efeitos psíquicos das patologias. d) Ciência que intervém nas bases e efeitos sociais da ação esportiva. e) Ciência que observa as bases e efeitos sociais das patologias no esporte. 4. A psicologia do esporte não é apenas um ramo da psicologia, pois o esporte e as ações esportivas têm suas próprias regras, estruturas e princípios. Portanto, afigura- se uma disciplina científica independente com suas próprias teorias, métodos, programas. O objetivo e a meta do treinamento psicológico é a modificação dos processos e dos estados psíquicos (ex. percepção, pensamento, motivação). Diante disso, quais dessas alternativas representam as funções e tarefas da psicologia do esporte? 1) Especialista em análise das condições de treino. 2) Especialista em otimizar o desempenho. 3) Conselheiro para solucionar conflitos. 4) Cientista/pesquisador. joser Realce joser Realce 94 a) Apenas as alternativas 1 e 2 estão corretas. b) Apenas as alternativas 2 e 4 estão corretas. c) Apenas as alternativas 2, 3 e 4 estão corretas. d) Apenas as alternativas 3 e 4 estão corretas. e) Todas as alternativas estão corretas. 5. De acordo com a teoria da ação, os fatores relacionados a pessoa podem ser físicos e/ou psicológicos. Esses fatores podem ser como condições objetivas e subjetivas. Dessa maneira, considere as afirmativas abaixo, em relação as condições: 1) O peso e a altura do indivíduo podem ser considerados fatores psicológicos objetivos. 2) A expectativa do atleta para determinada competição pode ser considerado um fator subjetivo. 3) O peso é uma característica física objetiva que o atleta possui. Está correto o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 1 e 3. e) 2 e 3. 6. A ação esportiva é fruto da interação da tríade: indivíduo, ambiente e tarefa. As ações possuem três funções básicas que busca: 1) explorar, experimentar e reconstruir a realidade; 2) criar e transformar a realidade e solucionar tarefas e problemas específicos; e 3) permitir a auto apresentação da pessoa e seu reflexo interno de valores, normas e regras sociais. Diante disso, indique a alternativa correta com as três funções da ação: a) Função de reconhecimento, construtiva e de exposição. joser Realce joser Realce 95 b) Função de exploração, desconstrutiva e de apresentação. c) Função de exploração, construtiva e de apresentação. d) Função de reconhecimento, desconstrutiva e de exposição. e) Função de exploração, desconstrutiva e de exposição. 7. A psicologia do esporte é formada por suas próprias teorias. De acordo com o estudado na unidade, enquanto uma das teorias da psicologia do esporte sugere que a ação do esportista é mais influenciada pelas condições do ambiente, outra teoria aponta que o conhecimento e a experiência do esportista irão influenciar mais na realização de suas ações. Diante desse contexto, quais teorias estão sendo citadas acima? a) Ecológica e dos Sistemas Dinâmicos. b) Cognitivista e da Ação. c) Ecológica e da Ação. d) Cognitivista e dos Sistemas Dinâmicos. e) Ecológica e Cognitivista. 8. O objetivo do mental coaching é desenvolver as habilidades de autorregulação e autoadministração de treinadores, atletas, dirigentes, árbitros, etc. Esse desenvolvimento ocorre por meio de assessoria psicológica profissional e contempla diferentes aspectos desde o diagnóstico até a intervenção. Diante disso, considere as informações abaixo: 1) O diagnóstico da personalidade e o contexto esportivo. 2) Treinamento físico para estimular o desenvolvimento da competência pessoal. 3) Intervenções psicológicas em situações de crises emocionais. Está correto o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 1 e 3. e) 2 e 3. joser Realce joser Realce joser Realce 96 PROCESSOS SOCIAIS 8.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO O foco das pesquisas científicas relacionadas à psicologia do esporte no campo dos processos sociais é estabelecer uma ligação entre o contato do indivíduo e seus fatores internos como pensamentos e emoções, ao comportamento visível (externo), como a forma de falar e até mesmo os gestos e posturas. Dessa maneira, a comunicação surge como um ponto importante no campo da psicologia do esporte, pois é através da comunicação efetiva que se pode ter sucesso em uma competição esportiva e em muitas áreas da vida. A comunicação possui diversos objetivos. Entre eles estão: persuadir; avaliar; informar; motivar e solucionar conflitos (SAMULSKI, 2009). A partir disso, a comunicação pode ocorrer de diferentes maneiras. Abaixo segue um esquema das características da comunicação: Figura 5: Tipos de comunicação Fonte: Samulski (2009, p. 339). Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 97 De acordo com esse esquema, a comunicação pode ser intencional ou não intencional. Além disso, a comunicação intencional ou não intencional pode ser verbal ou não verbal. No que se refere à comunicação intencional, o indivíduo pode com intencionalidade transmitir uma mensagem que deve ser passada a outro indivíduo ou a um determinado grupo de pessoas. Por exemplo, enquanto escrevo este livro, intencionalmente escolho as palavras para formar frases e, consequentemente, os parágrafos e o texto completo. Isso é um tipo de comunicação intencional e não verbal, pois utilizo a escrita para enviar (propositalmente) a mensagem (conteúdo da disciplina de psicologia do esporte) aos leitores. Da mesma maneira, quando estou ministrando uma aula (presencial ou remota) para uma turma de psicologia do esporte, de maneira intencional escolho as palavras para enviar a mensagem (que ainda é o conteúdo da disciplina) aos alunos. Portanto, esse é um tipo de comunicação intencional e verbal. Figura 6: Representação da comunicação verbal do professor em uma sala de aula Fonte: Disponível em https://bit.ly/3v0HfQs. Acesso em: 17 mai. 2021. Por sua vez, a comunicação pode ser não intencional, sendo ela verbal ou não verbal. A comunicação não intencional ocorre quando o indivíduo não tem o propósito de enviar determinada mensagem. Por exemplo, imagine que você está em uma sala de aula e o professor quer emitir um comando para a turma: “Não pense na cor azul”. Qual foi a primeira cor que você pensou? Azul! O cérebro humano não consegue anular a cor azul pelo fato de o comando ter a palavra “não”, primeiro 98 ele vai filtrar a informação pensando na cor azul para depois compreender que não deve pensar nessa cor. Por muitas vezes, professores e treinadores cometem erros na comunicação verbal por não se concentrarem na informação mais relevante. Se o professor deseja que o aluno pense em outra cor ao invés do azul, ele pode direcionar a cor desejada. Por exemplo, pense na cor amarelo. Seu cérebro já o conduziu para essa determinada cor. Por fim, a comunicação pode ser não intencional não verbal. Essa é expressa por meio de gestos, expressões (conforme figura 7) ou escrita, por exemplo. Figura 7: Representação da comunicação não verbal por meio de expressões Fonte: Disponível em https://bit.ly/3osPyC7. Acesso em: 17 mai. 2021. Em relação aos gestos ou expressões, por vezes esses aspectos não refletem o que nossas palavras dizem. Posso afirmar que estou entusiasmado para determinada tarefa, mas se minha expressão mostra que estou cansado ou com medo, essa mensagem irá se sobrepor às minhas palavras. Em relação à escrita, sentenças mal elaboradas podem se tornar ambíguas e pode gerar diferentes sentidos nas frases. Dessa maneira, pode ser que a mensagem principal não seja compreendida corretamente pelo receptor. 8.2 COMUNICAÇÃO EFETIVA Para uma comunicação efetiva é necessário entender que o processo de comunicação possuí diferentesestágios: 1) Emissor: pessoa que lidera a 99 comunicação; 2) Mensagem: forma de informação, sugestão, direção ou ordem; 3) Canal de comunicação: Verbal, não verbal, escrita, sonora etc.; e 4) Receptor: pessoa ou grupo que recebe a mensagem (SAMULSKI, 2009). A habilidade de comunicação do indivíduo depende de fatores como a sua personalidade, liderança, capacidade de tomar decisões, entre outros. No entanto, o sucesso nas competições esportivas é resultado de comunicações eficazes entre membros das comissões técnicas, a torcida, os árbitros, os atletas. Por isso, de acordo com Samulski (2009) independentemente das características dos indivíduos, alguns pontos são transversais para uma boa comunicação: Para uma boa comunicação verbal, é imprescindível: Seja direto: evite excesso de informações desnecessárias. Isso pode sobrecarregar o receptor e ele pode não conseguir discernir as informações relevantes das irrelevantes; Assuma suas mensagens: responsabilize-se por suas mensagens, por exemplo, fale de seus sentimentos e emoções quando não gostar de algo no seu ambiente de trabalho; Seja completo: complete sua mensagem com todas as informações necessárias para ser bem compreendido; Claro e coerente: garanta que sua mensagem tenha um significado para o receptor; Reforce sua mensagem por meio de repetição: quando as mensagens são repetidas, damos ao nosso cérebro tempo suficiente para processar a mensagem e fixar como algo importante; Use linguagem apropriada: se estiver em um ambiente formal de trabalho, evite usar palavras que não se encaixam nesse ambiente; Procure por feedback: procure por expressões ou gestos que demonstre que sua mensagem foi corretamente entendida pelo receptor. Para uma boa comunicação não-verbal, leva-se em conta: Aparência física: a vestimenta adequada transmite uma mensagem de profissionalismo; Postura: no sentido de comportamento indica a forma como um profissional encara suas funções; 100 Gestos: gestos inapropriados (mesmo que involuntários) podem ofender pessoas que estão recebendo as mensagens de sua comunicação; Posição do corpo: demonstra muito sobre sua personalidade, sobre o quão confiante está na comunicação; Expressões faciais: não é necessário parar uma comunicação verbal para indicar que algo está sendo positivo ou negativo, por vezes basta um “olhar” para enviar a mensagem; Características da voz: o tom de voz é mais significativo do que as palavras usadas. 8.3 FORMAS DE LIDERANÇA No contexto esportivo, liderança tem sido definida, consensualmente, como a capacidade de influenciar pessoas a trabalharem juntas, visando alcançar metas de forma harmônica (BRANDÃO; AGRESTA; REBUSTINI, 2008). Dessa maneira, o processo de liderança depende essencialmente da compreensão do comportamento humano. Por isso, extrair o melhor de cada membro do grupo para realizar objetivos é uma tarefa complexa (por vezes difíceis) que o líder deve realizar. Essa tarefa é complexa, pois o comportamento humano, de acordo com Hersey e Blanchard (1986, p. 31), é “a soma dos padrões de hábitos ou respostas condicionadas a vários estímulos”. O livro “O poder do Hábito” de Duhigg (2012) (repórter investigativo do New York Times na época que o livro foi lançado em 2012) nos aponta que é possível modificar os hábitos dos indivíduos. No entanto, sob forte pressão, os indivíduos tendem a se comportar de acordo com seus “velhos hábitos” e a consequência disso pode ser a frustração. No contexto esportivo, pressões internas ou externas podem gerar comportamentos indesejados em atletas e isso pode levá-los ao 101 abandono da modalidade esportiva. Por isso, o líder deve conhecer a estrutura que gera motivação de cada membro de seu grupo. Além disso, deve perceber e conhecer os traços de personalidade de cada membro do grupo, assim como a forma como cada um reage às diversas situações. Para que isso seja possível, é necessário conhecer a estrutura de uma liderança efetiva conforme figura abaixo: Figura 8: Fatores para uma liderança efetiva Fonte: Samulski (2009) A liderança efetiva depende de vários fatores situacionais, tais como o tamanho do grupo (grupo maiores exigem mais de seus líderes), pressão de tempo para realizar determinada tarefa e a maturidade do grupo. Quanto mais maduro é um grupo, mais esse grupo irá respeitar o líder pela competência e menos pela coerção. Por conseguinte, a liderança efetiva depende das características dos liderados. Estes podem ser mais autônomos nas suas ações ou mais dependentes das orientações do líder. Ademais, a qualidade do líder também influencia esse processo de liderança efetiva, um dos aspectos está relacionado com a comunicação exposta no início dessa unidade. Por fim, o estilo de liderança (autocrático e democrático) também pode influenciar esse processo de liderança efetiva. Em relação aos estilos de liderança, Samulski (2009) enfatiza que o treinador ou professor autocrático toma as decisões pelo grupo e tem como característica a dominância verbal sobre o grupo. Além disso, esse treinador ou professor é mais 102 orientado a tarefa e tende a manter uma distância emocional em relação ao grupo. Por sua vez, o autor supracitado destaca ainda que o treinador ou professor democrático procura colocar os problemas em discussão com o grupo, sugere alternativas e oferece ajuda. Esse estilo de liderança é mais orientado a pessoa e mesmo orientado a tarefa. Os dois estilos de liderança têm seus pontos positivos e negativos e devem ser utilizados de acordo com o que o contexto “exige”. 103 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Se não houver comunicação entre os jogadores e comissão técnica ou essa comunicação não acontecer de forma efetiva, existe a possibilidade de prejudicar o desempenho da equipe. Dessa maneira, o treinador influencia o desempenho individual e coletivo, e deve ter conhecimento dos processos de intervenção, principalmente na emissão de informação. Diante disso, quais os processos de comunicação que estão presentes no esporte? a) Emissor, mensagem, canal de comunicação e receptor. b) Orador, mensagem, canal de aviso e receptor. c) Emissor, mensagem, canal de aviso e recebedor. d) Orador, notícia, canal de comunicação e receptor. e) Emissor, notícia, canal de aviso e recebedor. 2. No contexto esportivo, liderança tem sido definida, consensualmente, como a capacidade de influenciar pessoas a trabalharem juntas, visando alcançar metas de forma harmônica (Brandão et al., 2002). Grandes líderes mudam de estilo para levantar a autoestima de suas equipes. Por isso, o processo de liderança depende essencialmente da compreensão do comportamento humano. No entanto, extrair o melhor de cada membro do grupo para realizar objetivos é uma tarefa complexa que o líder deve realizar. Diante disso, quais os tipos de liderança? 1) Autocrático. 2) Democrático. 3) Tirano. 4) Ditador. a) Apenas as alternativas 1 está correta. b) Apenas as alternativas 1 e 2 estão corretas. c) Apenas as alternativas 1 e 3 estão corretas. d) Apenas as alternativas 2 e 3 estão corretas. e) Todas as alternativas estão corretas. joser Realce joser Realce 104 3. O processo de liderança depende essencialmente da compreensão do comportamento humano. Dependendo da situação da competição, cada atleta pode se comportar de uma maneira diferente. Diante disso, avalie as asserções a seguir: I. Em relação à manifestação do comportamento frustrado, a agressão diz respeito às desculpas e transferência de responsabilidades, além de comportamentos imaturos. PORQUE II. A regressão diz respeito à manutenção do comportamento apesar da ineficácia e perder a esperança de atingir seus objetivos. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas. b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. c) As duas asserções são proposições verdadeiras,e a segunda é uma justificativa da primeira. d) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa. e) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição verdadeira. 4. Os estudos relacionados à liderança no ambiente esportivo buscam verificar o papel do técnico e a influência de suas ações na gestão da equipe comandada, sendo que os componentes da Liderança Efetiva (esquema abaixo), proposto por Martens (1987), é um dos mais utilizados para representar a liderança efetiva: joser Realce 105 Fonte: Samulski (2009) Considerando os componentes da Liderança Efetiva, que pode ser utilizado pelo treinador na gestão de uma equipe, analise as afirmações que se seguem: I. A qualidade do líder depende da empatia que ele tem pelo grupo e da qualidade da sua comunicação. II. O estilo de liderança depende da característica da personalidade do líder. III. A liderança efetiva independe dos fatores situacionais. IV. As características do líder interferem diretamente no seu comportamento real com seus comandados. É correto o que se afirma em: a) II. b) I. c) I, II, III, IV. d) II, III, IV. e) I, II, IV. 5. Em um clube de handebol, Celso treinador de atletas da categoria Sub-15, percebeu que seus atletas apresentaram dificuldade para se comunicar durante uma competição, provavelmente devido às diferenças culturais dos atletas, que joser Realce 106 são nascidos em diferentes estados do Brasil. No esporte, se não houver comunicação entre os atletas ou essa comunicação não acontecer de forma efetiva, existe a possibilidade de prejudicar o desempenho da equipe. Além disso, o treinador tem o poder de influenciar positivamente o desempenho individual e coletivo através de uma boa comunicação e, por isso, deve conhecer os processos de intervenção, principalmente na emissão de informação. Assim, considere a afirmativa correta em relação aos processos de comunicação: a) Os canais de comunicação se referem apenas aos meios escritos da comunicação. b) O emissor é a pessoa que recebe a mensagem na comunicação através de um determinado meio de comunicação. c) O processo de comunicação ocorre a partir de três elementos: ouvinte, mensagem e emitente. d) O receptor é a pessoa que lidera a comunicação no intuito de transmitir a informação que deseja. e) O processo de comunicação ocorre a partir de quatro elementos: emissor, mensagem, canal de comunicação e receptor. 6. No esporte, a comunicação é um fator essencial para o bom desempenho nas competições. O professor/treinador tem o poder de influenciar (positivamente ou negativamente) o desempenho individual e coletivo e, por isso, deve conhecer os processos de intervenção, principalmente na emissão de informação. Assim, considere as afirmativas abaixo, em relação aos processos de comunicação: 1) O processo de comunicação ocorre a partir de quatro elementos: emissor, mensagem, canal de comunicação e receptor. 2) Os canais de comunicação se referem aos meios verbais, não verbais, escritas, sonoras. 3) O receptor é a pessoa que lidera a comunicação. É correto apenas o que se afirma em: a) 1. joser Realce 107 b) 2. c) 1 e 2. d) 1 e 3. e) 2 e 3. 7. A comunicação influencia na motivação, na concentração, na aquisição de habilidades, nas atitudes e em outros processos importantes para o rendimento esportivo. Neste sentido, quais os objetivos da comunicação? a) Persuadir; avaliar; informar; motivar e solucionar conflitos. b) Persuadir; refletir; confundir; desmotivar e solucionar conflitos. c) Persuadir; avaliar; informar; motivar e provocar conflitos. d) Persuadir; refletir; informar; motivar e solucionar conflitos. e) Persuadir; avaliar; confundir; desmotivar e solucionar conflitos. 8. O professor/treinador possui uma posição que necessita influenciar seus alunos/atletas na busca de um desenvolvimento individual e coletivo. Para que isso ocorra, é necessário que a sua liderança seja efetiva. Desse modo, quais fatores estão relacionados à liderança efetiva? a) Fatores ambientais; características dos liderados; qualidade do líder; tipos de liderança. b) Fatores situacionais; características dos liderados; qualidade do líder; estilos de liderança. c) Fatores ambientais; características dos liderados; relações pessoais; estilos de liderança. d) Fatores sociais; características dos liderados; qualidade do líder; tipos de liderança. e) Fatores ambientais; características dos liderados; relações pessoais; tipos de liderança. joser Realce joser Realce joser Realce 108 PROCESSOS COGNITIVOS 9.1 PERCEPÇÃO A Percepção é responsável pela extração de informação do meio ambiente para dar significado às coisas e objetos. É o processo pelo qual o indivíduo se torna consciente das relações no mundo circundante, na medida em que essa consciência depende dos processos sensoriais como por exemplo, a visão e a audição. É importante destacar a visão dentre os processos sensoriais, pois de 80 a 90% das informações extraídas do ambiente, no contexto dos esportes coletivos, advém da visão. Além disso, a característica da visão tem sido um indicador de comparação entre atletas experientes e novatos, mais habilidosos e menos habilidosos etc. Por exemplo, a literatura científica aponta que em situações de habilidade motora fechada (como a cobrança de um pênalti no futebol), os atletas mais habilidosos fixam a visão em um menor número de pontos “importantes” por períodos mais longos (WILLIAMS et al., 1993). Isso significa que os atletas são capazes de ignorar os estímulos irrelevantes para captar as informações essenciais para realização da tarefa. Por outro lado, em situações de habilidade motora aberta (como situações de ataque e defesa no handebol), os atletas mais habilidosos fixam em um maior número de pontos “importantes” por períodos mais curtos (WILLIAMS; DAVIDS, 1995). Isso significa que esses atletas são capazes de “rastrear” melhor as informações no ambiente para ter uma boa “leitura do jogo” e ajudar no processo de tomada de decisão. Portanto, o conhecimento é um fator primordial para que os atletas percebam melhor as situações de jogo (PETIOT; SILVA; OMETTO, 2020). Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 109 No contexto esportivo, a percepção deve ser entendida e analisada em relação a dois aspectos: percepção externa e percepção interna. A percepção externa diz respeito à habilidade de extrair informações dos objetos em movimentos, por exemplo: a bola, os adversários e os próprios companheiros de equipe. Portanto, conhecer as estruturas funcionais do jogo, por exemplo, possibilita reconhecer informações relevantes para agir em determinadas situações. Ademais, a percepção externa também se refere à captação de informações em objetos fixos como o gol, a cesta, a marcação da quadra ou campo etc. Por fim, a percepção interna diz respeito a reconhecer os próprios movimentos e se orientar em tarefas que exige essa habilidade. Os atletas de ginástica, por exemplo, necessitam ter uma excelente percepção interna para realizar suas ações. Cabe destacar que a quantidade de informações provenientes do meio ambiente é maior do que a capacidade de assimilação do organismo. Por isso, o conhecimento torna-se essencial no processo de percepção e, consequentemente, no rendimento esportivo. É através do conhecimento que o atleta é capaz de captar informações, processar as informações, reconhecer padrões e tomar decisões. Para ilustrar, veja a figura abaixo e responda quantas patas tem esse elefante. Figura 9: Imagem de um elefante com ilusão de ótica Fonte: Disponível em https://bit.ly/2SbcCZK. Acesso em: 17 mai. 2021. É interessante notar que essa imagem foi criada para gerar uma ilusão de ótica. Dessa maneira, pela imagem, o elefante parece ter cinco patas na base e 110 quatro patas na parte mais superior dos membros. Pelo conhecimento, pode-se afirmar que esse elefante tem quatro patas, pois em condições normais,um elefante tem quatro patas. 9.2 ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO A atenção é entendida, de modo geral, como um estado seletivo, intensivo e dirigido da percepção. Além disso, a atenção também é entendida como um processo consciente que envolve uma pessoa focalizando-se em um objeto, uma pessoa ou uma ação específica (SAMULSKI, 1992) (SCHUBERT, 1981). Dessa maneira, pela necessidade de interpretação e compreensão da situação de forma específica, a atenção torna-se importante. A atenção faz o papel de filtro, ou seja, somente uma pequena quantidade desses estímulos sensoriais torna-se evidente na percepção. A atenção pode ser dividida em três tipos: a atenção concentrada, a atenção distributiva e a capacidade de alternação da atenção (KONZAG; SCHELLENBERG, 1981). A atenção concentrada compreende a focalização da atenção em um determinado objeto/pessoa ou em uma ação. É a capacidade de dirigir conscientemente a atenção a um local específico para se concentrar somente naquele momento ou situação. É a utilização de um ponto específico da percepção: a percepção central. Um exemplo disso é um atleta atirando uma flecha em um alvo. 111 Figura 10: Representação de um atleta profissional de arco e flecha Fonte: Disponível em https://bit.ly/2T4cImE. Acesso em: 17 mai. 2021. Por sua vez, a atenção distributiva compreende a distribuição da atenção sobre vários objetos. Um exemplo disso é o momento em que o levantador realiza um toque no Voleibol. Esse atleta deve perceber as movimentações e posicionamento de seus colegas e adversários para passar a bola. Figura 11: Atleta profissional de voleibol realizando um levantamento Fonte: Disponível em https://bit.ly/3wnso2N. Acesso em: 17 mai. 2021. Por conseguinte, a capacidade de alternação da atenção diz respeito à 112 habilidade de se adaptar às diferentes situações. O atleta é capaz de alternar a atenção concentrada para distributiva e a atenção distributiva para a concentrada. Um exemplo disso é um goleiro no futebol que necessita ter atenção concentrada quando um chute é realizado contra sua baliza e a bola vem em sua direção. À medida que esse goleiro consegue realizar a defesa, ele necessita utilizar a atenção distributiva para fazer uma boa “leitura do jogo” e poder dar sequência às ações ofensivas da equipe. De acordo com Cratty (1989), os determinantes da atenção correspondem aos fatores internos e externos. Os fatores internos dependem do sistema sensorial do indivíduo e sua capacidade de processar informações. Além disso, dependem do comportamento aprendido em situações específicas e das características da personalidade. Por sua vez, os fatores externos dependem da quantidade de informações provenientes do ambiente, o estresse social e a complexidade dos estímulos. Portanto, a qualidade da atenção vai variar de indivíduo para indivíduo. Adicionalmente, a concentração é a capacidade de manter o foco de atenção sobre os estímulos relevantes do meio ambiente. Três elementos importantes definem a concentração: focalização de estímulos relevantes, manutenção do nível de atenção durante determinado tempo e a conscientização da situação (WEINBERG; GOULD, 1999). Dessa maneira, é importante entender que o atleta pode estar atento, mas não concentrado. Portanto, um estado mental focalizado não ocorre ao acaso, mas parece requerer intencionalidade e esforço deliberado do atleta. 9.3 MEMÓRIA A memória diz respeito ao processo de armazenamento e recuperação de informações (MATIAS; GRECO, 2010). Estes autores sugerem que a memória não é apenas um local onde as informações ficam armazenadas, mas é um local onde as informações podem interagir com as informações contextuais por meio sensoriais de curto prazo e de longo prazo. Adicionalmente, os autores supracitados dividem a memória em sensorial (ultracurto prazo), curto prazo e a memória de longo prazo. Segue a explicação de cada tipo de memória escrita pelos autores: A memória sensorial é uma forma transitória de armazenamento entre os sentidos e a memória de curto prazo. É responsável por registrar uma grande quantidade de informações e por guardá-las em breve 113 espaço de tempo, conserva as características físicas do estímulo durante menos de um segundo. As informações selecionadas pela memória sensorial são transferidas para o segundo estágio da memória, ou seja, para memória de curto prazo. A memória de curto prazo oferece um armazenamento temporário para as informações transferidas da memória sensorial. É o estágio da memória que apresenta uma retenção de informações em intervalos breves (aproximadamente 30 segundos) e uma capacidade limitada a ± 7 itens. A memória de longo prazo é, por fim, o terceiro estágio. O que a maioria das pessoas acredita ser a memória propriamente dita. É o armazenamento de longo prazo, o armazenamento para a vida toda (Hockenbury e Hockenbury, 2003). Na memória de longo prazo as informações são retidas de forma organizada (Glassman e Hadad, 2006). Segundo Marina (1995) a memória é essencial nos Jogos Esportivos Coletivos, pois é a chave de acesso das informações (MATIAS; GRECO, 2010, p. 254). A memória é um processo cognitivo importante, pois estabelece relações entre as informações adquiridas por meio de vivências e experiências no esporte e as informações presentes no contexto em que a ação esportiva está acontecendo. Dessa maneira, a utilização do conhecimento processual e declarativo se manifesta por meio das informações que estão armazenadas na memória. 114 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Durante uma partida de qualquer modalidade esportiva, a atenção tem um papel importante, pois essas partidas têm como características vários estímulos que estão disponíveis no ambiente e, dessa maneira, é necessário que o atleta interprete e compreenda a informação identificando-a como estímulos-sensórios. Portanto, a concentração é a capacidade de manter o foco de atenção sobre os estímulos relevantes do meio ambiente. A literatura indica que existem diferentes tipos de atenção. Diante disso, analise a situação abaixo e indique qual tipo de atenção o atleta está utilizando na ação: Durante uma ação de contra-ataque, no handebol, um jogador que porta a bola tem a sua frente três adversários e três colegas da mesma equipe, formando uma superioridade numérica de 4x3. Neste momento, precisa passar a bola para o jogador melhor posicionado. Portanto nessa situação, qual tipo de atenção ele deverá utilizar? a) Focalização em um objeto. b) Concentrada. c) Alternação da atenção. d) Distributiva. e) Ampla-externa. 2. Uma estudante de educação física está cursando a disciplina de Psicologia do Esporte. Durante seus estudos ela leu em um livro que em situações de habilidade motora fechada ou aberta, os atletas mais habilidosos e não habilidosos tendem a fixar o olhar em diferentes pontos e por períodos distintos. Neste caso, os atletas mais habilidosos tendem a fixar o olhar em pontos mais relevantes no contexto esportivo em que está inserido. Esse fenômeno ocorre através da percepção, a qual permite dar significados as coisas e aos objetos através da identificação da informação e do reconhecimento de semelhanças e diferenças. Dessa maneira, considere a afirmativa correta em relação à percepção: a) A visão é o único meio pelo qual as informações são adquiridas do meio ambiente. joser Realce 115 b) O processo da percepção possui os mesmos mecanismos em relação às perspectivas ecológica e cognitivista. c) A quantidade de informações provenientes do meio ambiente é igual a capacidade de assimilação do organismo. d) No esporte, a percepção é caracterizada apenas como percepção externa dos sinais relevantes do ambiente. e) A percepção é o meio pelo qual a informação adquirida do meio ambiente é transformada em experiência. 3. A atenção é um estado seletivo da percepção. Durante uma partida, os atletas devem ser capazes de selecionar as informações relevantes e ignorar as informações irrelevantes. Dessa maneira,analise a situação abaixo e indique qual tipo de atenção está sendo exigida nessa ação: Durante uma ação de arremesso, no basquetebol, um jogador sofre uma falta. O árbitro então assinala a infração e determina a cobrança de lances livres. Neste momento, a bola está morta e o cronômetro parado. No momento exato que o jogador for executar o lance livre, qual tipo de atenção ele deverá utilizar? a) Distributiva. b) Concentrada. c) Alternação da atenção. d) Focalização em vários objetos. e) Ampla-externa. 4. A memória é um processo cognitivo importante, pois estabelece relações entre as informações adquiridas por meio de vivências e experiências no esporte e as informações presente no contexto em que a ação esportiva está acontecendo. Dessa maneira, a literatura científica aponta três tipos de memória. Diante disso, considere a afirmativa correta em relação à memória: a) Auditiva, médio prazo e de longo prazo. b) Sonora, curto prazo e de médio prazo. c) Sensorial, curto prazo e de longo prazo. joser Realce joser Realce joser Realce 116 d) Sonora, curto prazo e de longo prazo. e) Sensorial, médio prazo e de longo prazo. 5. A percepção decorre dos conhecimentos adquiridos por cada indivíduo e a aplicação desses conhecimentos. No entanto, a percepção também depende das condições ambientais. Diante disso, considere a afirmativa correta em relação à percepção: a) Em geral, percebem-se todas as informações que estão disponíveis no ambiente. b) A percepção interna está relacionada com as informações que estão inseridas dentro de um jogo, em qualquer esporte. c) A quantidade de informação que o cérebro consegue processar é menor que a quantidade de informações disponíveis no meio ambiente. d) A percepção externa está relacionada com a autopercepção em relação aos movimentos realizados em um esporte. e) A quantidade de informações disponíveis em um ambiente de jogo é compatível com a quantidade de informações que o cérebro é capaz de processar. 6. A percepção permite dar significados às coisas e aos objetos através da identificação da informação e do reconhecimento de semelhanças e diferenças. Dessa maneira, considere as afirmativas abaixo, em relação à percepção: 1) A visão é o único meio pelo qual as informações são adquiridas do meio ambiente. 2) A percepção é o meio pelo qual a informação adquirida do meio ambiente é transformada em experiência. 3) O processo da percepção possui os mesmos mecanismos em relação às perspectivas ecológica e cognitivista. Está correto o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 1 e 3. joser Realce joser Realce joser Realce 117 e) 2 e 3. 7. De acordo com Konzag (1981), existem três tipos de atenção: atenção concentrada, atenção distributiva e a capacidade de alternação da atenção. Diante disso, considere as afirmativas sobre os tipos de atenção: 1) A atenção concentrada é a focalização da ação em um objeto/pessoa, ou seja, é a utilização de um campo específico no campo da percepção. 2) A atenção distributiva é a distribuição da concentração em um objeto, pessoa ou ação especificamente. 3) A capacidade de alternação da atenção está relacionada com adaptação da situação, na qual o aluno consegue transitar entre a atenção concentrada e distributiva. É correto apenas o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 1 e 3. e) 2 e 3. 8. A atenção é fundamental para o rendimento esportivo, pois sem ela o aluno poderá não perceber os estímulos relevantes no contexto esportivo. Diante disso, de acordo com o texto, a atenção é entendida, de modo geral, como a) um estado inconsciente através do qual a pessoa dirige processos psíquicos sobre um determinado objeto, uma pessoa ou ação. b) a capacidade de manter o foco de atenção sobre os estímulos relevantes do meio ambiente. c) um estado seletivo, dirigido, intensivo e dirigido da percepção. d) meio pelo qual a informação adquirida do meio ambiente, através dos órgãos sensoriais, é transformada em experiência de objetos e eventos. e) reconhecimento de semelhanças e diferenças sobre objetos, pessoas ou ações. joser Realce joser Realce 118 PROCESSOS COGNITIVOS II 10.1 CONHECIMENTO PROCESSUAL E DECLARATIVO A literatura aponta que o conhecimento no contexto esportivo não é um conhecimento geral, mas sim um conhecimento específico (MATIAS; GRECO, 2010). Dessa maneira, o conhecimento pode ser expresso por ações ou pela verbalização. Estes são conhecidos na literatura como conhecimento processual e declarativo. Esses tipos de conhecimento são importantes para o rendimento esportivo, pois eles se interagem durante a ação esportiva. Isso significa que a ação esportiva do atleta está condicionada à forma como ele compreende as situações do jogo. Uma vez que o conhecimento é específico de cada modalidade, esse é um conhecimento tático, pois essa dimensão proporciona sentido às demais dimensões em um jogo (TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 119 Adicionalmente, existe na literatura alguns instrumentos de avaliação capazes de medir o conhecimento processual e declarativo (TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Por exemplo, em relação ao processual, o Sistema de Avaliação Tática no Futebol (FUT-SAT) permite avaliar o comportamento e o desempenho tático em situação de jogo (TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Diversos estudos apontaram diferenças no comportamento tático de jogadores de diferentes posições, de diferentes faixas etárias, em respostas às manipulações dos constrangimentos do jogo (e de diferentes níveis de desempenho (OMETTO et al., 2021) (SOUZA et al., 2020). Além desses, foram encontradas diferenças no comportamento tático em equipes com diferentes colocações em torneios de jogos reduzidos e condicionados (SILVA et al., 2019). Por sua vez, o TacticUP® é um recente instrumento capaz de avaliar o conhecimento tático declarativo e proporciona informações relevantes acerca da velocidade de tomada de decisão dos jogadores (GUILHERME; TEOLDO, 2020). Ele é um teste de vídeo composto por sequências de cenas referentes às ações ofensivas e defensivas extraídas de jogos oficiais do futebol. Os vídeos são apresentados através de uma perspectiva panorâmica para permitir que os jogadores visualizem os princípios táticos, dentro ou fora do centro de jogo. O teste é composto por cenas de cada um dos princípios táticos fundamentais (ofensivos e defensivos). Para cada cena são apresentadas quatro possibilidades de soluções para a sequência de vídeos. Os participantes devem escolher a solução mais adequada para cada cena. 120 10.2 INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE A inteligência e a criatividade são fatores fundamentais para o bom desempenho esportivo (PETIOT; SILVA; OMETTO, 2020). No que diz respeito à inteligência, para o atleta realizar uma ação inteligente, deve contar com a capacidade de ler o jogo e interpretá-lo (percepção) para identificar o problema exato a ser resolvido e ter a intenção correta ao escolher a ação que deve resolver o problema (GARGANTA, 2005) (DEN HARTIGH et al., 2018). Além disso, o conhecimento é fundamental para permitir soluções capazes de resolver o problema do jogo (isto é, ações inteligentes). Apesar da inteligência ter como base o conhecimento, ela não se exprime apenas pela quantidade de conhecimento que o indivíduo possui, mas é dependente também da realidade ecológica das diversas situações que se apresentam no jogo. Dessa maneira, a inteligência irá emergir das vivências e experiências adquiridas no contexto específico de treinamento e jogo juntamente com a interação de todos os constrangimentos que envolvem suas práticas. Por isso, recomenda-se que os atletas possam testar diferentes ações e experimentar as consequências delas. Isso irá permitir o aprendizado devido à ampla variedade de situações representativas. Por meio dessa variabilidade, eles descobrem quais soluções são relevantes e adequadas às situações. Adicionalmente, no quese refere a criatividade, essa variável está relacionada as ações novas ou que poucas pessoas realizam. Isso torna a criatividade uma qualidade importante a ser desenvolvida no praticante. A criatividade permite soluções diferentes em um ambiente imprevisível e, por isso, pode ser uma vantagem no confronto entre duas equipes, por exemplo. De acordo com Petiot, Silva e Ometto (2020), a criatividade se relaciona com o conhecimento, com as demais habilidades cognitivas e a habilidade técnica do praticante, pois reflete a experiência necessária para a tomada de decisões 121 diferentes dos habituais. Os autores afirmam ainda que a criatividade poderá ser desenvolvida em ambientes ricos com variados estímulos, mas não necessariamente vinculada a muitas regras. Em tal ambiente, os praticantes devem ser estimulados a desenvolver seu lado criativo, devem ser incentivados a fazê-lo, ou devem se ater às ações esperadas e seus resultados imediatos. No entanto, dada a natureza não linear dos esportes, os praticantes irão desenvolver habilidades de acordo com suas vivências e experiências. 10.3 TOMADA DE DECISÃO A tomada de decisão é caracterizada como o processo de seleção de uma opção ou curso de ação a partir de um conjunto de alternativas (WILSON; KEIL, 1999). Dessa maneira, entender como os praticantes tomam suas decisões, pode fornecer informações valiosas para o contexto esportivo. A literatura científica relacionada ao esporte aponta diferentes modelos para explica o processo de tomada de decisão (ASSIS, 2016). Entre diferentes modelos, Assis (2016) destaca o modelo sequencial de tomada de decisão, o qual possui diferentes fases: percepção da informação, o processamento dessa informação e a resposta. A percepção envolve os sentidos como visto anteriormente neste livro, o processo da informação depende de diferentes habilidades percepto-cognitivas e a resposta pode ser observada pelas ações dos praticantes. Alguns estudos acerca da tomada de decisão apontam que os indivíduos considerados experts são capazes de tomar as melhores decisões em relação aos seus pares menos experientes (ROCA et al., 2011). Isso ocorre, uma vez que os mais experientes costumam buscar a informação disponível no jogo de forma mais eficaz, detectar e reconhecer melhor os padrões estruturados de jogo, interpretar melhor o significado das informações e tomar decisões mais rápidas e mais apropriadas (WILLIAMS et al., 2011). Recentemente, Assis et al. (2020) encontraram que praticantes do mesmo nível competitivo, porém com diferentes níveis de eficiência no comportamento tático, tomam decisões diferentes. Esses autores apontam que os praticantes mais eficientes taticamente são melhores em tomar decisão, pois foram capazes de fazer melhor leitura do contexto do jogo. Os estudos da tomada de decisão não se limitam a investigar os praticantes dos esportes, mas têm investigado diferentes intervenientes como os árbitros. Por 122 exemplo, em um estudo realizado por Helsen e Bultynck (2004), os autores investigaram a quantidade de decisões observáveis (as decisões transformadas em ações) de árbitros e assistentes em 31 partidas da “UEFA Euro 2000”. Eles realizaram em média 136,5 tomadas de decisões por jogo. Em média, os árbitros principais tomaram: 3,6 decisões de vantagem; 37,9 decisões de falta; 0,5 decisões de pênalti; 2,4 decisões de simulação; 0,2 Bola ao chão; 0,4 Cartão vermelho; 3,9 Cartões amarelos. Figura 12: Árbitro principal após tomar uma decisão de aplicar o cartão vermelho Fonte: Disponível em https://bit.ly/3yntv46. Acesso em: 17 mai. 2021. Por sua vez, em média, os assistentes tomaram: 10,7 decisões de escanteio; 2,8 decisões de gol; 19,9 decisões de tiro de meta; 6,7 decisões de impedimento; 5,2 decisões de substituições; 42,4 decisões de lateral. 123 Figura 13: Árbitro assistente indicando uma decisão Fonte: Disponível em https://bit.ly/3otrpLA. Acesso em: 17 mai. 2021. 124 FIXANDO O CONTEÚDO 1. A organização inerente ao jogo de Futebol justifica que as capacidades tácticas e os processos cognitivos subjacentes à tomada de decisão sejam considerados requisitos essenciais para o desempenho dos jogadores (McPherson, 1994). A essencialidade desses requisitos torna-se mais evidente ao considerar três aspectos específicos do jogo de Futebol: i) a maioria das ações ocorre sem que os jogadores estejam em contacto direto com a bola; ii) jogadores com limitado domínio das habilidades técnicas podem jogar Futebol se tiverem um nível razoável de compreensão táctica (Oslin, Mitchell, & Griffin, 1998); iii) parco conhecimento táctico pode comprometer a execução eficiente e/ou eficaz das habilidades técnicas (Teodorescu, 1984). Dada a importância da componente tática para o futebol, alguns instrumentos de avaliação são capazes de avaliar dessa componente. No entanto, apenas um avalia em um teste de campo as ações com e sem bola de acordo com os 10 princípios táticos do jogo de futebol. Diante disso, qual é esse instrumento? a) Sistema de Avaliação Táctica no Futebol (FUT-SAT). b) Konzeptorientierte Expertenratings (KORA). c) Game Performance Assessment Instrument (GPAI). d) Performance Assessment in Team Sports (TSAP). e) TacticUp. 2. Durante um dia, em condições normais, uma pessoa toma, em média, cerca de 6 mil decisões. Essas decisões vão desde as mais simples como escolher o que comer no café da manhã, até as mais complexas como decidir qual profissão seguir carreira. No futebol, durante 90 minutos, um jogador pode tomar cerca de 2 mil decisões gerando uma sobrecarga cognitiva. Neste sentido, sabendo que a tomada de decisão é uma escolha por parte do atleta no contexto esportivo e ela decorrente das variadas habilidades percepto-cognitivas, quais são as habilidades percepto-cognitivas subjacentes à tomada de decisão? a) Atenção; memória; criatividade; percepção e liderança. b) Atenção; memória; criatividade; percepção e pensamento. joser Realce joser Realce 125 c) Atenção; comportamento; comunicação; percepção e pensamento. d) Atenção; memória; comunicação; percepção e pensamento. e) Atenção; memória; comunicação; percepção e liderança. 3. Nos esportes é muito importante o uso do conhecimento, da captação da informação e tomada de decisão, pois, é preciso agir de modo contrário a previsibilidade ou se adaptar à imprevisibilidade do jogo. É necessário que o atleta tenha o saber da sua modalidade esportiva para solucionar, por meio dos processos cognitivos, os problemas presentes no contexto do jogo, resolução que será efetivada via a execução de uma habilidade motora. Dessa maneira, o modelo decisional explica os três aspectos necessários para tomada de decisão. Portanto, assinale a alternativa correta acerca dos três aspectos do modelo decisional: a) Percepção; processamento; resposta. b) Atenção; pensamento; resposta. c) Percepção; processamento; técnica. d) Percepção; pensamento; resposta. e) Atenção; processamento; técnica. 4. Durante uma partida a informação disponibilizada pelo ambiente é processada através de uma série de sistemas de processamento. Portanto, o processamento da informação do atleta será realizado por meio de diversas habilidades percepto-cognitivas. Essas habilidades irão proporcionar uma melhor tomada de decisão. Dessa maneira, quais habilidades percepto-cognitivas abaixo compõe o processamento da informação: a) Memória de trabalho; pensamento; inteligência; criatividade. b) Memória de trabalho; pensamento; estratégia de busca visual; antecipação. c) Esforço cognitivo; pensamento; inteligência; criatividade. d) Memória de trabalho; atenção; estratégia de busca visual; antecipação. e) Esforço cognitivo; atenção; inteligência; criatividade. 5. No futebol, cada partida é controlada por um árbitro que tem total autoridade joser Realce joser Realce 126 para cumprir as regras da modalidade durante o jogo (IFAB, 2016). Para cumprir as regras, oárbitro tem que analisar cada situação de tomar uma decisão acerca do que ele percebe. A tomada de decisão é caracterizada como o processo de seleção de uma opção ou curso de ação a partir de um conjunto de alternativas (FREDERICK, 2005). Helsen e Bultynck (2004) investigaram a quantidade de decisões observáveis de árbitros e assistentes em 31 partidas da “UEFA Euro 2000”. De acordo com esse estudo, quantas decisões observáveis, em média, são tomadas ao longo de um jogo de futebol? a) 136,5 tomadas de decisões por jogo. b) 166,5 tomadas de decisões por jogo. c) 186,5 tomadas de decisões por jogo. d) 236,5 tomadas de decisões por jogo. e) 286,5 tomadas de decisões por jogo. 6. O TacticUP® é um teste de vídeo composto por sequências de cenas referentes às ações ofensivas e defensivas extraídas de jogos oficiais do futebol. Os vídeos são apresentados através de uma perspectiva panorâmica para permitir que os jogadores visualizem os princípios táticos, dentro ou fora do centro de jogo. Esse instrumento permite obter informações relevantes do desempenho dos jogadores. Diante disso, quais informações são obtidas desse instrumento: a) Conhecimento tático processual e a velocidade de tomada de decisão. b) Conhecimento tático declarativo e a velocidade de processamento da informação. c) Conhecimento tático declarativo e a velocidade de tomada de decisão. d) Conhecimento tático processual e a velocidade de processamento da informação. e) Conhecimento tático processual e a velocidade de captação da informação. 7. A tomada de decisão é fruto da interação de diversas habilidades percepto- cognitivas. Dentre essas habilidades, a criatividade tem um papel importante para a tomada de decisão. Diante disso, aponte o conceito de criatividade para o joser Realce joser Realce 127 esporte: a) Realizar uma ação exclusivamente nova. b) Realizar uma ação que poucas pessoas realizam. c) Realizar uma ação nova e/ou que poucas pessoas realizam. d) Realizar uma ação treinada previamente. e) Realizar uma ação automatizada pelo treinamento. 8. Foi descoberto na literatura científica praticantes do mesmo nível competitivo, porém com diferentes níveis de eficiência no comportamento tático, tomam decisões diferentes. Isso ocorre, pois os praticantes mais eficientes taticamente foram melhores em tomar decisão devido a melhor capacidade de a) lembrar informações do contexto de jogo. b) realizar ações novas no contexto de jogo. c) captar mais informações no contexto de jogo. d) fazer melhor leitura do contexto de jogo. e) manter o foco atencional no contexto de jogo. joser Realce joser Realce 128 MOTIVAÇÕES E EMOÇÕES NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE 11.1 MOTIVAÇÃO EM DIFERENTES CONTEXTOS DE PRÁTICA No contexto esportivo, a motivação tem sido compreendida como um processo ativo. Além disso, essa compreensão passa pela intencionalidade e a direção da motivação para alcançar determinada meta. Por fim, essa compreensão interage com os fatores pessoais (fatores intrínsecos) e ambientais (fatores extrínsecos) (SAMULSKI, 2009). Esse autor sugere que os fatores pessoais dizem respeito a diversos fatores como as expectativas, as necessidades e interesses. Por sua vez, os fatores ambientais se relacionam com as tarefas atraentes, possibilidades de desafios e influências sociais. A literatura científica aponta diversos motivos que levam os indivíduos à prática de exercício físicos e/ou esportes. Por exemplo, Henriques e colaboradores (2019) analisaram os fatores motivacionais que levam homens e mulheres à prática de corrida de rua. Os autores encontraram que o fator Saúde e Fitness tiveram maior relevância nessa atividade. Portanto, conhecer os fatores motivacionais podem ajudar professores e treinadores a criar estratégias para manter os indivíduos na prática de exercícios por mais tempo, o que estimula um estilo de vida mais ativo. Figura 14: Representação da corrida de rua Fonte: Disponível em https://bit.ly/3eXz15Y. Acesso em: 17 mai. 2021. Adicionalmente, Souza et. al (2019) avaliaram a motivação de praticantes de Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 129 futebol amador. Os autores encontraram que os aspectos relacionados à saúde/fitness foram os fatores principais da prática de futebol. Na sequência, os fatores sociais, diversão/interesse, competência e aparência surgem como os principais fatores para a mesma prática. Dessa maneira, percebe-se que os indivíduos investigados a busca pela melhoria na condição física e prevenção de doenças está relacionada com a prática de futebol amador, e que o fator aparência (busca por estética) pouco influencia a busca pela prática desportiva. Ademais, no contexto do esporte paraolímpico, por muitas vezes os indivíduos necessitam de uma motivação intrínseca para iniciar a prática. No entanto, diferentes fatores podem fazê-los permanecer no contexto esportivo. Nesse sentido, Cardoso et al. (2019), buscaram identificar os motivos que levam o atleta paralímpico brasileiro a continuar praticando sua modalidade esportiva. Os autores apontam que as razões mais relevantes para a continuidade dos atletas são: (i) o incentivo de professores de Educação Física e Treinadores; (ii) a participação em competições e, (iii) o suporte emocional. Os autores ainda indicam que conhecer tais razões pode evitar possíveis abandonos no esporte, como também, aprimorar seu desempenho na modalidade paralímpica. Figura 15: Atletas paralímpicos durante a competição Fonte: Disponível em https://bit.ly/33XXQIG. Acesso em: 17 mai. 2021. 130 11.2 EMOÇÕES A literatura científica aponta que as emoções emergem das interrelações de três sistemas: psíquico, fisiológico e social (HACKFORT, 1993). Dessa maneira, as emoções estão no centro desses sistemas. De acordo com o autor supracitado, as emoções exercem duas funções básicas: i) organizar, orientar e controlar as ações; e ii) a função energética e de ativação. Dessa maneira, cabe destacar que os indivíduos orientados ao fracasso planificam suas ações de forma diferente que os orientados ao êxito. Além disso, o esportista alegre participa mais ativamente no treinamento que um desmotivado. Portanto, fica evidente que as emoções influenciam as ações dos atletas. Essa influência ocorre em diferentes fases da competição: fase pré-competitiva, durante a competição e pós-competitiva. Na fase pré-competitiva, o indivíduo se encontra em um estado de intensa carga psíquica. Este estado caracteriza-se pela antecipação da competição e, consequentemente, pela antecipação das oportunidades, dos riscos e das consequências. Existem três estados pré-competitivos: i) estado de febre (ex. nervosismo e incapacidade de concentração); ii) estado de apatia (ex. estado de mau humor e aversão à competição) e, iii) estado ótimo de ativação (ex. autoconfiança e orientação para o êxito). Este último é o ideal para o bom desempenho esportivo. Por outro lado, durante a competição o indivíduo pode experimentar emoções positivas como o flow-feeling e winning-feeling (que serão explicados com detalhes no próximo tópico desse capítulo), e emoções negativas que por muitas vezes são fruto da percepção do indivíduo em relação à sua prática. 131 Figura 16: Representação de um atleta com uma emoção negativa Fonte: Disponível em https://bit.ly/3f1z3tG. Acesso em: 17 mai. 2021. Por sua vez, após a competição o indivíduo pode ter uma experiência de êxito ou fracasso. E esses dois aspectos podem trazer benefícios ou malefícios para o próprio indivíduo. A experiência de êxito pode estimular processos emocionais e mentais para o indivíduo continuar se preparando para obtenção de um novo nível de rendimento ou uma nova conquista. No entanto, essa experiência de êxito também pode trazer um comportamento de arrogância, preguiça, autossatisfação, subestimação do adversário e autoestima exagerada. Esses fatores podem ser prejudiciais ao rendimento do indivíduo. Por fim, as experiências de fracasso podemtrazer descontentamento, sentimento de inferioridade e a perda da autoconfiança. No entanto, de maneira positiva ainda pode levar o indivíduo a aumentar seus esforços, ter modéstia e uma autoavaliação realista. 132 11.3 FLOW-FEELING E WINNING-FEELIN O flow-feeling (sensação de fluir) e winning-feelin (sensação de ganhar) são emoções positivas consideradas particularmente interessantes para o esporte. O flow-feeling é um equilíbrio entre habilidade e desafio, por exemplo: - “neste importante torneio, posso demonstrar todo o meu talento e o meu potencial”. É a absorção total na atividade: - “identifico-me tanto com o jogo que esqueço o que está acontecendo ao meu redor”. É a união entre consciência e ação: “Estou só pensando em jogar bem” (SAMULSKI, 2009, p. 217). Adicionalmente, este autor recomenda que os atletas tenham alto nível de motivação para adquirirem o estado de fluir. Além disso, devem ter um bom nível de ativação na fase pré-competitiva e de atenção etc. Dessa maneira, é possível perceber que para ter o praticante possa obter o estado de fluir é preciso uma harmonia dos aspectos cognitivos, fisiológicos e sociais. Figura 17: Representação de um atleta com uma emoção positiva Fonte: Disponível em https://bit.ly/3owgYXx. Acesso em: 17 mai. 2021. 133 Por sua vez, o winning-feelin (sensação de ganhar) possui quatro características segundo Unestahl (1983): Amnésia: geralmente após bons rendimentos os atletas não costumam recordar suas ações durante a competição; Concentração: os atletas conseguem focar sua atenção nos estímulos relevantes; Aumento de tolerância a dor: o atleta costuma não sentir dor ou fadiga. Mudanças na percepção: o atleta pode ter modificações de sua percepção em relação as ações durante a competição. Por exemplo, mesmo em alta intensidade, o atleta pode ter total controle das ações e ter a percepção que o jogo está mais lento. 134 FIXANDO O CONTEÚDO 1. No esporte, as emoções podem influenciar as ações dos atletas de maneira positiva (ex. aumento da motivação) ou negativa (ex. ansiedade). Essa influência depende da capacidade do atleta de regular suas emoções. De acordo com Hackfort (1993), qual o conceito de emoção? a) Interrelações dos sistemas psíquico, fisiológico e coletivo. b) Interrelações dos sistemas respiratório, hormonal e social. c) Interrelações dos sistemas psíquico, hormonal e social. d) Interrelações dos sistemas psíquico, fisiológico e social. e) Interrelações dos sistemas respiratório, fisiológico e coletivo. 2. As emoções exercem duas funções básicas: 1) Organizar, orientar e controlar as ações; 2) A função energética e de ativação. Atletas orientados ao fracasso planificam suas ações de forma diferente que os orientados ao êxito. Além disso, o esportista alegre participa mais ativamente no treinamento que um desmotivado. Portanto, fica evidente que as emoções influenciam as ações dos atletas. Essa influência ocorre em diferentes fases da competição, isto é: fase pré- competitiva, durante a competição e pós-competitiva. Em relação a fase pré- competiviva, três manifestações do estado de emoção podem ocorrer. Diante disso, indique quais são esses estados: a) Estado de febre, estado de apatia e estado ótimo de disposição. b) Estado de inquietação, estado de apatia e estado ótimo de disposição. c) Estado de febre, estado de abatimento e estado ótimo de atenção. d) Estado de agitação, estado de abatimento e estado ótimo de disposição. e) Estado de febre, estado de apatia e estado ótimo de atenção. 3. No esporte, as emoções podem influenciar o rendimento esportivo, por isso devem ser reguladas antes, durante e depois da competição. Assim, considere as afirmativas abaixo, em relação às emoções: 1) As emoções são um conjunto de reações psíquicas, fisiológicas e sociais. joser Realce joser Realce 135 2) São apenas experiências mentais de uma ação. 3) Atletas orientados ao fracasso planificam suas ações de forma diferente que os orientados ao êxito. É correto apenas o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 1 e 3. e) 2 e 3. 4. A motivação é um fator preponderante para o bom desempenho esportivo, uma vez que influencia o grau de comprometimento com a tarefa a ser realizada. Nesse sentido, a motivação é uma soma de variáveis sociais, ambientais e individuais que estabelecem a escolha de uma modalidade esportiva e a intensidade da prática dessa modalidade, que acarretará o rendimento. As investigações da motivação em torno da prática esportiva tornam-se relevantes, em especial para compreender a influência que a motivação tem sobre o desempenho esportivo dos atletas. Basicamente, a motivação pode surgir de dois aspectos fundamentais, a motivação intrínseca e extrínseca. Diante disso, indique as respostas correta em relação ao conceito de motivação intrínseca: a) A motivação intrínseca diz respeito aos fatores externos ao indivíduo. b) A motivação intrínseca diz respeito aos motivos pessoais dos indivíduos. c) A motivação intrínseca diz respeito aos fatores ambientais. d) A motivação intrínseca diz respeito aos fatores da tarefa. e) A motivação intrínseca diz respeito aos fatores sociais. 5. A literatura científica aponta diversos motivos que levam os indivíduos à prática de exercício físicos e/ou esportes, pois a motivação é caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais e ambientais. Diante disso, os fatores extrínsecos são: joser Realce joser Realce 136 a) Os fatores que se relacionam com a personalidade do indivíduo. b) Os fatores que se relacionam com o estilo de liderança do indivíduo. c) Os fatores que se relacionam com aspectos externos ao indivíduo. d) Os fatores que se relacionam com a atenção do indivíduo. e) Os fatores que se relacionam com a percepção do indivíduo. 6. No esporte paralímpico diversos fatores podem fazer com que o atleta permaneça ou abandone o esporte. Nesse sentido, Cardoso e colaboradores (2019) identificaram os motivos que levam o atleta paralímpico brasileiro a continuar praticando sua modalidade esportiva. Analise as informações abaixo e indique a resposta correta em relação às principais motivações dos atletas: 1) O incentivo de professores de Educação Física e Treinadores. 2) A participação em competições. 3) O suporte emocional. É correto apenas o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 2 e 3. e) 1, 2 e 3. 7. O flow-feeling (sensação de fluir) e winning-feelin (sensação de ganhar) são emoções positivas consideradas particularmente interessantes para o esporte. Em relação ao winning-feelin, de acordo com a literatura científica, existem quatro características que são observadas nos atletas. Quais são essas características? a) Amnésia, concentração, aumento de tolerância a dor, mudanças na percepção. b) Amnésia, falta de concentração, aumento de tolerância a dor, manutenção da percepção. c) Amnésia, concentração, diminuição de tolerância a dor, manutenção da percepção. joser Realce joser Realce joser Realce 137 d) Amnésia, falta de concentração, aumento de tolerância a dor, mudanças na percepção. e) Amnésia, falta de concentração, diminuição de tolerância a dor, manutenção da percepção. 8. O flow é uma sensação de alegria durante a atividade, a total e absoluta identificação e concentração na tarefa que se realiza, esquecendo-se de si mesmo. Dessa maneira, uma das características do flow-feeling é um equilíbrio entre habilidade e desafio. Analise as afirmativas abaixo que representam esse equilíbrio entre habilidade e desafio: 1) Nesta competição estou em dúvidas sobre meus talentos. 2) Nesta competição poderei demonstrar todo meu potencial. 3) Estou preparado para enfrentar essa importante competição. É correto apenas o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 2 e 3. e) 1, 2 e 3. joser Realce 138 ESTRESSE E AGRESSÃO 12.1 CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA DO ESTRESSE O estresse é uma condiçãopresente no cotidiano dos indivíduos, incluindo o esporte. Dessa maneira, pesquisadores ligados à psicologia do esporte têm se dedicado a entender essa condição. Figura 18: Representação de um atleta apresentando sintomas de estresse Fonte: Disponível em https://bit.ly/3whC7Y9. Acesso em: 17 mai. 2021. Este autor afirma ainda que o estresse é consequência das condições psicológicas, biológicas e sociais. Em termos psicológicos, o estresse é entendido como um estado de excitação e tensão emocional (SAMULSKI, 2009). Portanto, no contexto do exercício e/ou do esporte, é necessário haver um equilíbrio constante entre estresse e recuperação. Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 139 A recuperação é entendida como: [...] um processo inter e intraindividual com vários níveis envolvidos (psicológico, fisiológico, social, relativo ao humor, comportamental e regenerativo), que em um período de tempo propõe-se ao restabelecimento das habilidades do desempenho (SAMULSKI, 2009, p. 408). Segundo Kellmann e Kallus (2001), o processo de recuperação é personalizado e ativo e, por isso, não pode ser um processo isolado como uma eliminação simples do estresse. Caso esse processo não seja realizado de maneira adequada o indivíduo pode sofrer das síndromes do overtraining ou do Burnout. O Overtraining ocorre quando os fatores estressantes são mais frequentes do que a recuperação. Dessa maneira, existe um desequilíbrio entre estresse e recuperação (LEHMANN et al., 1999). De acordo com Samulski (2009), em situação de overtraining, os atletas podem apresentar um declínio aparentemente “inexplicável” do desempenho, mesmo que esteja mantendo uma rotina intensa de treinamento. Esse fato tem sido atribuído a determinados processos psicológicos e fisiológicos. Por sua vez, o indivíduo com a síndrome do Burnout, pode pelo nível de estresse ou insatisfação, gerar uma fuga psicológica e/ou emocionalmente de atividades prazerosas (ex. treinamento e competição). Isso ocorre, pois, o fator estressante é tão grande para o indivíduo que o total abandono da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator. 12.2 AGRESSIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR E COMPETITIVO A agressão não é um comportamento exclusivamente humano, por exemplo: os animais lutam entre si no intuito de estabelecer domínio em uma hierarquia social, ou estabelecer determinados direitos territoriais (MORRIS, 1967). Este autor ainda destaca que o gorila é uma espécie com organização social violenta, pois o chefe dos gorilas distribui as fêmeas entre os machos inferiores, apesar de se apresentar de forma generosa na hora da comida. No entanto, o chefe costuma se impor quando surge algo que não possa ser partilhado, quando há sinais de revolta, ou quando os membros mais fracos começam a lutar desregradamente. Neste caso, a intervenção do chefe serve para manter a ordem. No contexto esportivo, por muitas vezes a agressão está presente nas ações dos atletas, uma vez que necessitam “brigar” por espaços, pelo objeto de desejo do 140 jogo (ex. bola) e existe uma necessidade de se sobrepor ao adversário, não só de maneira física, mas também de maneira psicológica. Figura 19: Jogo de Futebol Americano com muitos contatos físicos Fonte: Disponível em https://bit.ly/3hEyV4M. Acesso em: 17 mai. 2021. Adicionalmente, Samulski (2009) destaca que a agressão pode ser boa ou ruim. A agressão boa diz respeito a uma ação que não está ligada a uma infração do jogo. Por exemplo, um atleta de voleibol que salta no chão para buscar uma bola considerada “perdida”, pode ser enquadrado no comportamento agressivo de maneira positiva. O autor destaca ainda que essa agressão boa é denominada na psicologia do esporte como comportamento assertivo, pois o atleta joga de acordo com as regras em alta intensidade e ativação, sem a intenção de lesionar o adversário. Por sua vez, ainda de acordo com Samulski (2009) a agressão ruim diz respeito a um comportamento que visa lesionar ou machucar outro indivíduo que esteja interessado em evitar esse comportamento. Portanto, no contexto esportivo a agressão é considerada um comportamento humano (ou seja, é intencional e 141 movido por diferentes razões) que envolve lesões e danos a outra pessoa (GILL, 1986). No contexto escolar, tal comportamento de agressão é por muitas vezes sutil e não se difere das práticas da sociedade. Este interessante trabalho intitulado “As sutilezas das faces da violência nas práticas escolares de adolescentes” aponta em seus resultados que são encontradas duas maneiras de se desvencilhar das punições destinadas à contenção da violência visível: i) dentro da escola só agressão verbal; ii) a violência mascarada (ex. depredação da escola). 12.3 PREVENÇÃO E CONTROLE DO ESTRESSE E DA AGRESSÃO A prevenção e o controle do estresse são fundamentais para evitar situações desagradáveis. Dessa maneira, algumas estratégias são tomadas para esse fato. Por exemplo, Liz et. al (2015) encontraram que o quarto motivo que leva pessoas à prática de exercícios físicos em academias é o controle do estresse. Além disso, os autores indicam que o controle do estresse por meio de exercícios se torna mais relevantes com o avançar da idade. Apesar do exercício físico ter essa característica, é necessário ter cuidado para essa prática não se tornar mais um elemento que vai gerar estresse devido à sobrecarga do treinamento. Portanto, é importante realizar bem a relação entre carga e recuperação nos treinamentos. Além disso, fatores como um boa noite de sono e alimentação saudável também contribuem para evitar o estresse. Em última análise, algumas técnicas podem ser inseridas nas rotinas dos indivíduos para prevenir e controlar o estresse (SAMULSKI, 2009). Dentro dessas técnicas se destaca a técnica somática de respiração, a qual tem o objetivo de relaxamento de todo o organismo e segmentos corporais. Além disso, segundo Nitsch e Hackfort (1981), as técnicas de autorregulação pelo esportista e regulação externa pelo treinador são estratégias de prevenção e 142 controle do estresse. No que diz respeito a essas técnicas, elas consideram as condições e os sintomas. Por exemplo, na autorregulação pelo esportista o controle das condições se refere a boa preparação para os jogos, descanso suficiente e influenciar o adversário. Por sua vez, o controle dos sintomas se refere a emprego de técnicas de regulação psicológica, conversas para distração e apoio dos espectadores. Por conseguinte, o exemplo para a regulação externa pelo treinador envolve em relação ao controle das condições o treinamento técnico e tático, mudanças nos métodos de treinamento para melhor atender aos jogadores e as equipes e planejar as viagens da equipe com antecedência necessária. Por fim, em relação ao controle dos sintomas o treinador pode ser um motivador para os atletas, criar um bom ambiente nos treinamentos e aplicar técnicas de regulação psicológicas. Figura 20: Representação de um ambiente de descontração no treinamento para prevenção e controle do estresse Fonte: Disponível em https://bit.ly/3yz7nUK. Acesso em: 17 maio. 2021. Ademais, Samulski (2009) recomenda algumas medidas pedagógicas e psicológicas para intervenção e controle da agressão no futebol. No entanto, as ideias apresentadas pelo autor podem ser transferidas para outros contextos esportivos. Entre essas medidas estão as medidas psicológicas, as medidas orientadas aos torcedores, as medidas orientadas ao comportamento dos jogadores e dos árbitros e as medidas orientadas aos meios de comunicação. 143 Em relação às medidas psicológicas, o autor supracitado indica: Reduzir a pressão por sucesso; Respeitar as regras do jogo; Respeitar os valores humanos e os princípios éticos; Melhorar a formação dos árbitros; Informar o atleta as causas e consequências do comportamento agressivo. Em relação às medidas orientadas aos torcedores, o autor supracitado indica: Controlar oconsumo de bebidas alcoólicas; Realizar trabalho social com os grupos agressivos; Incentivar a prática de exercícios físicos. Em relação às medidas orientadas ao comportamento dos jogadores e dos árbitros, o autor supracitado indica: Respeitar as regras e a saúde dos companheiros de profissão; Devem se comportar como modelos positivos; Os árbitros devem sancionar todas as infrações das regras; Devem se comportar de forma equilibrada. Por fim, em relação às medidas orientadas aos meios de comunicação, o autor supracitado indica: Evitar termos de “guerra”; Diminuir conceitos agressivos e violentos nos meios de comunicação; Evitar sensacionalismo e dramatização das situações esportivas. 144 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Pedro é atleta e foi diagnosticado com overtraining após uma competição de tênis extremamente estressante. O overtraining é uma condição resultante de se fazer mais exercícios do que seu corpo é capaz de se recuperar. Alguns fatores são agravantes, por exemplo, uma dieta incorreta e a falta de descanso. Portanto, esse excesso de exercícios pode se dar por falta de conhecimento, mas pode também ser consequência da aplicação incorreta dos princípios do treinamento esportivo e da falta de periodização nos treinos. Para que outros atletas não atinjam o estado de overtraining, além de uma dieta correta e tempo adequado para descanso, quais ações de prevenção do overtraining podem ser realizadas? 1) Considerar diferentes níveis de aptidão dos atletas. 2) Monitoramento do desempenho dos atletas em treinos e competições. 3) Aumento da carga de treinamento de forma progressiva. É correto apenas o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 2 e 3. e) 1, 2 e 3. 2. A prevenção e o controle do estresse são fundamentais para evitar situações desagradáveis. Dessa maneira, algumas estratégias são tomadas para esse fato. Diante disso, analise as duas asserções e assinale a alternativa correta: I. A prática de exercícios físicos é uma estratégia utilizada para o controle do estresse. PORQUE II. Fatores como um boa noite de sono e alimentação saudável também contribuem para evitar o estresse. a) A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda uma proposição joser Realce 145 falsa. b) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição verdadeira. c) As duas asserções são proposições falsas. d) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. e) As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 3. O estresse é consequência da interação das condições psicológicas, biológicas e sociais. Em termos psicológicos, o estresse é compreendido como um estado de excitação e tensão emocional (SAMULSKI, 2009). Portanto, no contexto do exercício e/ou do esporte, é fundamental evitar situações estressantes para manter o bom desempenho esportivo. Dessa maneira, de acordo com estudo na disciplina, qual o conceito de estresse? a) Um estado de desestabilização psicofísica ou à perturbação do equilíbrio entre a pessoa e o meio ambiente. b) Um estado de estabilização psicofísica ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e o meio ambiente. c) Um estado de desestabilização física ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e o meio ambiente. d) Um estado de desestabilização técnica ou à perturbação do equilíbrio entre a pessoa e o meio ambiente. e) Um estado de desestabilização técnica ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e o meio ambiente. 4. A literatura científica recomenda algumas medidas pedagógicas e psicológicas para intervenção e controle da agressão, as quais podem ser aplicadas em diferentes contextos esportivos. Dentre essas medidas estão as medidas psicológicas, as medidas orientadas aos torcedores, as medidas orientadas ao comportamento dos jogadores e dos árbitros e as medidas orientadas aos meios de comunicação. Em relação as medidas psicológicas, analise as afirmativas abaixo: 1) Aumentar a pressão por sucesso. joser Realce joser Realce 146 2) Respeitar as regras do jogo. 3) Ignorar os valores humanos e os princípios éticos. É correto apenas o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 1 e 2. d) 2 e 3. e) 1, 2 e 3. 5. Em relação à algumas medidas pedagógicas e psicológicas para intervenção e controle da agressão afirma-se que se deve evitar termos de “guerra”, deve-se diminuir conceitos agressivos e violentos nos meios de comunicação e deve-se evitar sensacionalismo e dramatização das situações esportivas. Essas recomendações são medidas orientadas: a) As questões psicológicas. b) Aos torcedores. c) Ao comportamento dos jogadores. d) Aos árbitros. e) Aos meios de comunicação. 6. A agressão não é um comportamento exclusivamente humano, por exemplo: os animais lutam entre si no intuito de estabelecer domínio em uma hierarquia social, ou estabelecer determinados direitos territoriais. No contexto esportivo, por muitas vezes a agressão está presente nas ações dos atletas, uma vez que necessitam “brigar” por espaços, pelo objeto de desejo do jogo (ex. bola) e existe uma necessidade de se sobrepor ao adversário. Dessa maneira, a agressão no sentido do comportamento assertivo é fundamental para o bom rendimento esportivo. Dessa maneira, o que representa esse comportamento assertivo? a) Jogar de acordo com as regras em baixa intensidade e ativação, sem a intenção de lesionar o adversário. joser Realce joser Realce 147 b) Jogar fora das regras em alta intensidade e ativação, com a intenção de lesionar o adversário. c) Jogar de acordo com as regras em alta intensidade e ativação, sem a intenção de lesionar o adversário. d) Jogar de acordo com as regras em alta intensidade e ativação, com a intenção de lesionar o adversário. e) Jogar fora das regras em baixa intensidade e ativação, sem a intenção de lesionar o adversário. 7. De acordo com Samulski (2009) a agressão ruim diz respeito a um comportamento que visa lesionar ou machucar outro indivíduo que esteja interessado em evitar esse comportamento. Portanto, no contexto esportivo a agressão é considerada um comportamento humano, o qual é intencional e movido por diferentes razões. Diante disso, qual afirmação abaixo se refere a agressão na intenção de lesionar o adversário. 1) O jogador de voleibol salta para buscar uma bola considerada “perdida”. 2) O jogador de basquetebol impede um arremesso de forma limpa. 3) O jogador de handebol esquece a bola e visa deslocar o ombro do adversário com um empurrão. É correto apenas o que se afirma em: a) 1. b) 2. c) 3. d) 1 e 3. e) 2 e 3. 8. O indivíduo com a síndrome do Burnout, pode pelo elevado nível de estresse ou insatisfação, agir de forma que procure fugir de maneira psicológica e/ou emocional de atividades prazerosas no seu contexto de treinamento e competição. Analise as afirmativas abaixo e responda por qual motivo o indivíduo com Burnout tem essa fuga. joser Realce joser Realce 148 1) Isso ocorre, pois o fator estressante é irrelevante para o indivíduo e o total abandono da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator. 2) Isso ocorre, pois o fator estressante é tão grande para o indivíduo que o total abandono da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator. 3) Isso ocorre, pois o fator estressante não tem significado para o indivíduo e o total abandono da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator. a) 1. b) 2. c) 3. d) 1 e 3. e) 2 e 3. joser Realce 149 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO UNIDADE 01 UNIDADE 02 QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 D QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 D QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 D QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 C QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E UNIDADE 03 UNIDADE 04 QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 E QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 B QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E QUESTÃO7 E QUESTÃO 7 A QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 B UNIDADE 05 UNIDADE 06 QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 E QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 A QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 D QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 E UNIDADE 07 UNIDADE 08 QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 C QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B 150 UNIDADE 09 UNIDADE 10 QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 A QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D UNIDADE 11 UNIDADE 12 QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 E QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 D QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 E QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 C QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B 151 REFERÊNCIAS BORGES, Carlos Nazareno Ferreira; ROMERA, Liana. 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