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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE 1ª edição Ipatinga – MG 2022 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite Fernanda Cristine Barbosa Guilherme Prado Salles Thaynara Eloisa da Silva Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Eliza Perboyre Campos © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos.Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científicos (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 SUMÁRIO POLÍTICA PÚBLICA..................................................................................... 7 1.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................7 1.2 CONCEITO DE POLÍTICAS PÚBLICAS................................................................... 7 1.3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE GOVERNO E DE ESTADO: DIFERENCIAÇÕES E CARACTERÍSTICAS ............................................................................................... 8 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 13 ESPORTE, LAZER E CONSTITUIÇÃO.......................................................... 18 2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 18 2.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO ..................... 18 2.3 O ESTADO BRASILEIRO E O RECONHECIMENTO DO LAZER E DO ESPORTE COMO DIREITO CONSTITUCIONAL. .................................................................. 22 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 26 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, LAZER E ESPORTE: SISTEMA DESPORTIVO NACIONAL .............................................................................................. 31 3.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 31 3.2 HISTÓRIA DA ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL ........................................... 31 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 38 DISPOSITIVOS LEGISLATIVOS E PROGRAMAS DE ESPORTE E LAZER NO BRASIL...................................................................................................... 43 4.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 43 4.2 INICIATIVAS NACIONAIS PARA FOMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER. ............................................................................................... 43 4.3 LEIS DE INCENTIVO AO ESPORTE NO BRASIL. ................................................... 46 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 52 PROCESSOS DE PRODUÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER ............................ 57 5.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 57 5.2 IDENTIFICAR E ANALISAR OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE UMA POLÍTICA PÚBLICA ESPORTIVA. ......................................................................................... 57 5.3 O CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ................................................................. 59 5.4 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS............................................ 62 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 67 FUNDAMENTOS TÉCNICO-METODOLÓGICOS PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER ...................... 72 6.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 72 6.2 AS ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PROJETO..................................................... 72 6.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO: CARACTERÍSTICAS DE CADA PARTE .................... 73 6.4 PLANEJAMENTO DE PROPOSTAS INTERVENTIVAS EM ESPORTE E LAZER: UMA RELAÇÃO COM TEMAS TRANSVERSAIS. ........................................................... 79 FIXANDO CONTEÚDO........................................................................................ 82 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 UNIDADE 06 6 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DO ESPORTE .......................................... 86 7.1 BREVE HISTÓRICO .............................................................................................. 86 7.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO ......................................................................................... 86 7.3 REGULAÇÃO PSICOLÓGICA DA AÇÃO ESPORTIVA ....................................... 89 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 92 PROCESSOS SOCIAIS .............................................................................. 96 8.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO................................................................................ 96 8.2 COMUNICAÇÃO EFETIVA ................................................................................. 98 8.3 FORMAS DE LIDERANÇA.................................................................................. 100 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 103 PROCESSOS COGNITIVOS.................................................................... 108 9.1 PERCEPÇÃO ..................................................................................................... 108 9.2 ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO....................................................................... 110 9.3 MEMÓRIA ......................................................................................................... 112 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 114 PROCESSOS COGNITIVOS II ................................................................. 118 10.1 CONHECIMENTO PROCESSUAL E DECLARATIVO........................................... 118 10.2 INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE....................................................................... 120 10.3 TOMADA DE DECISÃO..................................................................................... 121 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 124 MOTIVAÇÕES EEMOÇÕES NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE ................ 128 11.1 MOTIVAÇÃO EM DIFERENTES CONTEXTOS DE PRÁTICA ............................... 128 11.2 EMOÇÕES......................................................................................................... 130 11.3 FLOW-FEELING E WINNING-FEELIN ................................................................. 132 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 134 ESTRESSE E AGRESSÃO.......................................................................... 138 12.1 CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA DO ESTRESSE................................................... 138 12.2 AGRESSIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR E COMPETITIVO......................... 139 12.3 PREVENÇÃO E CONTROLE DO ESTRESSE E DA AGRESSÃO ........................... 141 FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 144 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 149 REFERÊNCIAS......................................................................................... 151 UNIDADE 07 UNIDADE 08 UNIDADE 09 UNIDADE 10 UNIDADE 11 UNIDADE 12 7 POLÍTICA PÚBLICA 1.1 INTRODUÇÃO É fundamental para os estudos das políticas públicas de esporte e lazer, entender o conceito de políticas públicas, ou seja, qual significado do termo. Por isso, nesta primeira unidade iremos entender o que é política e o que significa ser pública. Também iremos diferenciar as políticas públicas de governo e políticas públicas do estado. É imprescindível o entendimento deste conceito para que possamos nos próximos capítulos entrar na área específica da Educação Física, Esporte e Lazer. 1.2 CONCEITO DE POLÍTICAS PÚBLICAS Ao longo da história da sociedade o Estado passou por inúmeras transformações ao longo do tempo. Durante os séculos XVIII e XIX, o foco estava na defesa externa e na segurança pública. Porém, à medida que a democracia foi se consolidando, as funções do Estado foram variando. Atualmente, a questão do bem- estar social é o compromisso do Estado. Para tanto, ele necessita criar inúmeras ações e operar em diversas áreas, tais como meio ambiente, saúde, educação, esporte e lazer. Neste sentido, os governantes instituem as políticas públicas como forma de promover o bem-estar da sociedade (CALDAS, 2008). Para compreender a expressão "políticas públicas" é fundamental entender os significados dos termos “política” e “pública”. A política pode ter diversos enfoques, seja como arte ou ciência, prática ou teoria, na linguagem dos especialistas ou no senso comum. Refere-se ao exercício de alguma forma de poder, com suas múltiplas consequências (BRAMANTE, 2004). Entretanto, relacionar a palavra política somente ao exercício do poder não designa a totalidade de sua abrangência. É necessário refletir sobre o que é exercer poder. Em poucas palavras, poderíamos afirmar que é um processo pelo qual um grupo de pessoas, cujas opiniões ou interesses são a princípio divergentes, toma decisões coletivas que se tornam regras obrigatórias para o grupo e se executam de comum acordo (BRAMANTE, 2004). UNIDADE 01 8 Como envolvem o debate de interesses e concepções distintas sobre o que é público, as políticas públicas acabam por representar as ideias de um determinado grupo de poder, ou seja, é natural que as ações públicas se deem num cenário de tensão e complexidade, demandando constante negociação entre os atores envolvidos (UNGHERI, ISAYAMA, 2020). É certo que as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade. Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não pela sociedade. Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de forma integral. Ela faz solicitações (pedidos ou demandas) para os seus representantes (deputados, senadores e vereadores) e estes mobilizam os membros do Poder Executivo, que também foram eleitos (tais como prefeitos, governadores e inclusive o próprio Presidente da República) para que atendam as demandas da população (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2008). Percebe-se a pertinência das discussões sobre o controle e a participação social na gestão das políticas públicas de esporte e lazer (UNGHERI, ISAYAMA, 2020). 1.3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE GOVERNO E DE ESTADO: DIFERENCIAÇÕES E CARACTERÍSTICAS Para Dias e Matos (2012), a função do governo é aplicar as leis por meio dos seus poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Essa administração realizada pelo governo ocorre nas esferas federal, estadual e municipal e se materializam através de políticas públicas, que são: Planos, programas e ações governamentais, que articulando recursos dos governos e da sociedade civil organizada, destinam-se a intervir na realidade para resolver os problemas dos cidadãos, bem como atender as suas demandas. Uma política pública ou um programa governamental é algo que envolve necessariamente um processo e um resultado (DIAS; MATOS, 2012, p. 07). Com a definição realizada, precisa-se compreender que essas ações, constituídas como políticas públicas podem ser consideradas de tipos distintos. São elas as políticas públicas de Estado e as políticas públicas de Governo. Primeiro, é necessário diferenciar Estado de Governo. 9 Figura 1: Diferença entre Estado e Governo Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) O Estado é uma nação politicamente organizada, dotado de soberania, permanente e com território e população definidos. Já os governos são o modo como o Estado é administrado, com direcionamento ideológico e econômico e é transitório. Como exemplos temos: O Estado seria o nosso país, Brasil, devidamente organizado com os seus três poderes para atender ao povo nas questões de educação, saúde etc. enquanto o governo seria representado por Jair Messias Bolsonaro, anteriormente em 2016 Michel Temer, os quais têm como aspectos comuns, a função de administrar o Estado. Fazendo uma analogia, como mostra a Figura 2, logo abaixo, podemos dizer que o Estado é como se fosse uma casa, ela possui estrutura fixa e território. Já o governo é como se fossem as pessoas que moram dentro dessa casa, elas são responsáveis por cuidar, administrar e tomar as decisões. 10 Figura 2: Forma de Estado e Forma, sistema e regime de governo Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Também é interessante diferenciar “forma”, “sistema” e “regime de governo” de “Forma de Estado”. O art. 1º da Constituição Federal dispõe que: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito” (BRASIL, 1988). Vamos começar pela forma de Estado, que é Federação, que é caracterizada pela divisão do território em estados que possuem autonomia nos âmbitos políticos, administrativos e legislativos. Quando falamos em forma de governo, estamos nos referindo à República, na qual o poder emana do povo e acontece a escolha do chefe de Estado pelo voto secreto, livre e direto do povo. Portanto, existe a soberania popular. Lembrando que a monarquia também é considerada forma de governo. Ao nos referirmos ao regime de governo temos a Democracia, na qual as decisões mais importantes são tomadas através do voto direto ou indireto de TODOS os cidadãos, prevalecendo a vontade da maioria. Lembrando que não pode acontecer distinção no momento do voto. Todas as pessoas, independente de sexo, etnia, orientação sexual, classe social, nível de instrução, têm o direito de votar e o peso/valor do voto é o mesmo, diferenciando-se do regime de governo autoritário (ditadura) e regime de governo totalitário (nazismo). Destacamos que a nossa democracia é muito recente, tem menos de 40 anos. O povo brasileiro viveu sob o regime militar desde 1964 até meados da década de 11 1980, por isso,o nosso regime democrático, ainda é muito frágil e precisa ser garantido com ajuda dos governantes do país. Por último vamos explicar o sistema de governo: Presidencialismo. No Brasil, o presidente é eleito através do voto popular e possui mandato de 4 anos, com possibilidade de reeleição pelo mesmo período. O presidente possui poderes executivos, desempenhando o papel de chefe de Estado e de Governo. Para ajuda entender essas diferenças, veja a Figura 3 abaixo: Figura 3: Forma de Estado e Forma, sistema e regime de governo Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) A categoria Políticas de Estado é utilizada para defender políticas públicas ou orientações estatais que possuem razões éticas que impedem que sejam substituídas ou alteradas com as mudanças de governo. Dessa forma, as políticas de Estado não somente seriam políticas de longo prazo, mas seriam medidas que não poderiam ser substituídas ou alteradas com as mudanças de governo, a cada quatro anos ou a cada oito anos, caso o governo seja reeleito (CALDERÓN; POLTRONIERI; BORGES, 2011, p. 817-818). Portanto, quando se trata de políticas públicas, temos: Políticas de Estado, que acontecem independente de governo, pois sua obrigatoriedade possui amparo da lei; e, Políticas de governo, que são promovidas pela agenda governamental, ou seja, sua permanência depende daqueles que estão no poder. Lembrando que apesar de diferenciá-las, toda Política de Governo é uma Política de Estado e toda Política de Estado surgiu inicialmente como uma política de governo. 12 13 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (UNIOESTE - 2015) Sobre o conceito de políticas públicas, leia as afirmações abaixo: I. Políticas Públicas compreendem um conjunto de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico. II. As Políticas Públicas correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou como outros bens materiais ou imateriais. III. Política Pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. (IBADE 2020) Políticas públicas são uma necessidade ampla e constante de discussão e execução em qualquer município. De forma simples, como podem ser descritas? a) São decisões de qualquer administrador público. b) São leis promovidas por qualquer governo. c) São atos praticados por servidor público. d) São políticas votadas em referendo ou plebiscito. e) São medidas e programas criados pelos governos dedicados a garantir o bem- estar da população. joser Realce joser Realce 14 3. Sobre o conceito e características das políticas públicas, leia as alternativas a seguir: I. As políticas públicas correspondem à soma das atividades articuladas pelos governos para melhorar a vida dos cidadãos. II. As decisões e análises sobre políticas públicas implicam responder às seguintes questões: Quem ganha o quê? Por quê? e Que diferença isso faz? III. As políticas públicas são elementos fundamentais para a formação de programas de ação governamental. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. Julgue os itens a seguir, no que se refere as políticas públicas: I. as conferências de políticas públicas são um formato utilizado para aperfeiçoar as relações entre Estado e sociedade civil e para cumprir o princípio da participação, que compõe o texto constitucional. II. na esfera da gestão pública, a participação da sociedade é um princípio constitucional que proporciona a interação do Estado com a sociedade. III. para que as políticas públicas alcancem seus objetivos em uma sociedade é preciso: sujeitos políticos com capacidade para diagnosticar e analisar a realidade social, econômica e política em que vivem, além de negociar de forma democrática com os diferentes sujeitos envolvidos no processo. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II. joser Realce 15 d) II e III, apenas. e) I, II e III. 5. Sobre Políticas Públicas de Estado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A categoria Políticas de Estado é utilizada para defender políticas públicas ou orientações estatais que possuem razões éticas que impedem que sejam substituídas ou alteradas com as mudanças de governo. PORQUE II. As políticas de Estado não somente seriam políticas de longo prazo, mas seriam medidas que não poderiam ser substituídas ou alteradas com as mudanças de governo, a cada quatro anos ou a cada oito anos, caso o governo seja reeleito. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. ] e) As asserções I e II são proposições falsas. 6. Leia o texto abaixo e responda à questão a seguir. “As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento e a expansão da democracia, as responsabilidades do representante popular se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é promover o bem-estar da sociedade. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem desenvolvidas e à sua execução em áreas como saúde, educação, meio joser Realce joser Realce 16 ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo.” Assembleia Legislativa do Sergipe Quando se trata de políticas públicas, temos: I. Políticas de Estado, que acontecem independente de governo, pois sua obrigatoriedade possui amparo da lei. II. Políticas de governo, que são promovidas pela agenda governamental, ou seja, sua permanência depende daqueles que estão no poder. III. Toda Política de Governo é uma Política de Estado e toda Política de Estado surgiu inicialmente como uma política de governo. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 7. Leia o trecho a seguir. A política pública financiada pela ________ , visa garantir o acesso ao lazer que é um direito ________ pela constituição. Assinale a opção cujos termos completam corretamente as lacunas do trecho acima. a) sociedade como um todo, social b) camada mais rica da sociedade, constitucional c) sociedade religiosa, civil d) sociedade filantropa, social joser Realce joser Realce 17 e) políticos e funcionários públicos, civil 8. (COPESE - UFT - 2018) Em relação ao conceito de Políticas Públicas é CORRETO afirmar que: a) são atividades exercidas exclusivamente por organizações privadas que têm o intuito de servir à população. b) é a ação do governo buscando alcançar maioria nas cadeiras do Parlamento nos debates dentro do Poder Legislativo. c) é um campo de estudo da política que analisa as ações governamentais no que tange a questões públicas. d) é um conjunto de instituições políticas que visam elaborar ações/serviços públicos. e) é um conjunto de ações feito pelo poder legislativo para garantir os direitos das populações. joser Realce 18 ESPORTE, LAZER E CONSTITUIÇÃO 2.1 INTRODUÇÃO Nesta Unidade 2 vamos estudar a organização e funcionamento do Estado Brasileiro, entendendo as três esferas de poder (legislativo, executivo,judiciário), assim como a função executada por cada um. Também vamos discutir o lazer e o esporte na Constituição de 1988, respondendo as seguintes questões: Será que eles são direitos? Será que o povo deve ter acesso público e gratuito? 2.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO O título I da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que trata sobre os princípios fundamentais estabelece em seu Artigo 1º “ A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”, e enumera os seguintes fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e, o pluralismo político. Ao final deste primeiro artigo constitucional existe um parágrafo único afirmando que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Ressaltando as características apresentadas na Unidade anterior que o Brasil é uma República Federativa Democrática. Já no seu artigo 2º, a Constituição (1988) trata sobre a divisão de poderes no Brasil: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988). Segundo Paraná (2022) “Em verdade o poder é um só, ocorrendo uma divisão de atribuições e funções do Estado”. Portanto, a separação dos poderes é um princípio geral, que precisa ser atendido para que se reconheça o Estado Democrático de Direito. É, por conseguinte, crucial que seja esse princípio observado para atender ao Constitucionalismo e à sustento do organismo estatal. Previsto constitucionalmente Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 19 como cláusula pétrea, não podendo, em nenhuma hipótese, ter a sua aplicabilidade afastada. A divisão tripartite poderia se colocar como uma solução frente aos desmandos comumente observados nos antigos regimes absolutistas, em que o poder se concentrava na mão de uma única pessoa. Durante o período do absolutismo a monarquia, uma forma de governo, concentrava todo o poder do Estado, utilizando-a de acordo com seus próprios interesses. Não existia participação popular. Os tributos, Leis e impostos eram criados sem participação do povo ou órgão representativo dele. Portanto, “Como meio de evitar o abuso de poder e tirania, a divisão do "poder-função" é uma forma eficiente de exercê-lo”. (PARANÁ, 2022) Importante salientar dentro dessa divisão de poderes é fundamental achar o equilíbrio entre a autonomia e a intervenção nos demais poderes. De tal forma que, cada poder não seja desrespeitado nas funções que cumpre, ou pelo menos, deveria cumprir. São, estes poderes independentes; pois não estão submetidos entre si, não se curvam a vontade do outro poder (SILVA, 2006); “são harmônicos, pois tem que verificar as normas de trato recíproco” (SILVA, 2006, p. 110). Mas apesar da independência, atuam de forma colaborativa. Paralelamente, quando um deles se mostrava excessivamente autoritário ou ia além das suas designações, os demais poderes teriam o direito de intervir contra tal situação desarmônica. “A independência dos poderes, entendida como a impossibilidade de ingerência arbitrária entre os poderes, torna o Estado funcional, garantindo o seu equilíbrio.” (PARANÁ, 2022). Esta divisão denomina-se de freios e contrapesos, justamente por ser o que garante que um poder equilibre o outro (PORTAL E-CIDADANIA, 2022) Mas afinal, quais são as funções e atribuições de cada um destes poderes? De forma simplificada e ilustrativa, como mostra a Figura 4, vamos elucidar a questão. 20 Figura 4: Divisão dos três poderes no Brasil Fonte: Site Direitos Civis (2022) Basicamente, temos um sistema que observamos a existência dos seguintes poderes: o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Inicialmente, podemos dizer que o legislativo elabora e vota as leis, o Judiciário aplica as leis e o executivo administra o Brasil de acordo com o que as leis permitem. Como mostra a Figura 5. 21 Figura 5: Funções e atribuições dos três poderes no Brasil Fonte: Portal e-cidadania do Senado Federal (2020) Com a Figura 5, concluímos que: Poder Legislativo: responsável principalmente para criar ou alterar as leis, inclusive a Constituição Federal. Além de fiscalizar os atos do Executivo. Sendo assim, vemos que os “legisladores” monitoram a ação dos “executores”. Esse poder é formado a nível federal pela Câmara dos Deputados – formada pelos deputados federais - e Senado Federal – que é integrado pelos senadores, que juntos formam o Congresso Nacional. Nos Estados, o legislativo é a assembleia legislativa, constituída pelos deputados estaduais. Nos municípios o legislativo é presentado pela Câmara dos Vereadores. Poder Executivo: responsável por cuidar dos serviços públicos, como saúde, educação, segurança, esporte e lazer, dentre outros. A administração do governo é somente por meio das leis e demais marcos legislativos. Ele é quem administra o país, tomando as decisões e se preocupando em aplicar as leis e as políticas sociais. Logo, os representantes do executivo têm a função verificar as demandas públicas e garantir os meios cabíveis para que as necessidades da coletividade sejam atendidas no interior daquilo que é determinado pela lei. 22 Os representantes do poder executivo são: representados pelos administradores, ou seja: os prefeitos, vice-prefeitos e secretariado (municípios); os governadores, vice-governadores e secretários de estado (estados) e pelo presidente, vice-presidente e ministros de Estado (país). Poder Judiciário: é quem faz valer as leis ou é o responsável por julgar os crimes e avaliar as leis, analisando se elas obedecem à Constituição Federal. Ele quem decide, por exemplo, quem é culpado por um crime ou não. É representado pelos juízes e desembargadores, sendo o único dos três poderes que não é eleito democraticamente pelo povo. A sua principal instância é o Supremo Tribunal Federal (STF). Figura 6: Representantes dos três poderes no âmbito federal, estadual e municipal Fonte: Rosado (2019) Diante do exposto acima é preciso entender que para garantir o funcionamento dos Três Poderes, eles se fiscalizem mutualmente, de modo que cada um deles garanta e avalie o funcionamento dos demais. Caso um deles apresente erros ou problemas, os demais devem acompanhar e avaliar o caso. 2.3 O ESTADO BRASILEIRO E O RECONHECIMENTO DO LAZER E DO ESPORTE COMO DIREITO CONSTITUCIONAL. 23 Neste texto vamos analisar o esporte e o lazer de acordo com a redação da Constituição Federal de 1998, a qual se torna para Souza (2022) um texto constitucional equivocado ao restringir o termo a praticar esportes. Em consonância, Ungheri e Isayama (2020, p. 02), também afirmam que “o texto constitucional o aproxima das manifestações esportivas”. Sabemos que o termo lazer e esporte têm conceitos e significados diferentes, porém tomaremos a mesma estratégia dos autores supracitados, ou seja, “os termos esporte e lazer serão utilizados conjuntamente daqui em diante, ao se fazer referência às políticas públicas nessas áreas” (p. 2). Na Constituição Federal de 1988 o esporte e/ou lazer aparecem pela primeira vez no Artigo 6º do Capítulo II: “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados [...].”. Segundo Gomes (2014) fica clara a intenção do legislador em afirmar e garantir o lazer como direito social. Ainda em tempo, Gomes (2014) aponta que essa presença constitucional do lazer enquanto direito social, significa assenti-lo como dimensão da cultura humana. Entretanto, o fato de ser direito constitucional não garante políticas públicas de acesso ao lazer para a população brasileira e “por estarem submetidos às intencionalidadese aos interesses dos mandatos governamentais, não existem garantias para continuidade das políticas públicas voltadas para sua promoção” (UNGHERI, ISAYAMA, 2020, p. 3). Além disso, Souza (2022) aponta que a própria constituição é falha, afirmando que Em relação à tutela específica do lazer na Constituição, após o seu anúncio como direito social no artigo 6º, verifica-se apenas a ligação do termo "lazer" com o salário-mínimo (art. 7º, IV), com a tutela de menores (art. 227), e principalmente com o desporto (art. 217, § 3º). O que é um grave equívoco, uma vez que lazer não é um direito exclusivo de menores, ou ainda, não corresponde somente a praticar esportes (BRASIL, 1988). O Lazer também aparece no Artigo. 7° do texto constitucional que discorre sobre os “direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social”. No inciso IV afirma-se que o salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, deve ser capaz de atender as necessidades vitais básicas dos trabalhadores e às de sua família com “moradia, alimentação, 24 educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social[...]”. Neste artigo fica claro que o lazer é considerado um item de necessidade básica para vida humana. Seguindo para o Artigo 227 aponta que “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer [...]”. Acerca deste último, Soares Neto (2018, p. 97) relembra que “o lazer sempre veio associado à promoção e inclusão social, ao bem-estar, ao processo de interação entre indivíduos ou mesmo como meio de combate à violência ou insegurança. Por fim, o Artigo 217 vimos que ele dispõe o seguinte: “É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um”. Em seu parágrafo 3º afirma-se que o “Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social”. Ungheri e Isayama (2019), apontam que este trecho constitucional mostra que “é possível perceber uma ligação explícita entre o esporte e o lazer, quando o texto constitucional”(p. 2). Esta é uma questão de grande importância, porém, invisível, embora haja marcos legais como os que vimos. Acrescentamos, ainda, que o lazer e o esporte também aparecem enquanto direito no Estatuto da Na Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) - artigos 4º, 59º, 71º, 94º e 124º e na Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso) – artigos 3°, 20°, 23° e 50°. Diante do exposto acima fica evidente a necessidade do poder legislativo (re)elaborar leis que tenham o texto claro e que aproximem os termos esporte e lazer do significado correto, os quais foram apresentados no início desta seção, e fortaleçam as vivências de lazer e práticas esportivas como um direito amparado legalmente. Bem como, torna-se necessária a reflexão relativa às ações do poder executivo, que são responsáveis pelas políticas públicas de esporte e lazer, entendendo-as como: atividades sistematizadas ou formuladas em leis, programas, documentos; bem como projetos sociais que se utilizam de recursos do governo, seja eles Federal, Estadual e Municipal; às vezes em parceria com a esfera privada (empresas), com foco em ações cooperativas e participativas( SOARES NETO, 2018, p. 217). Por fim, se executivo não estejam cumprindo sua função constitucional de possibilitar a população o direito ao acesso ao lazer/esporte, o poder judiciário seja capaz de notificá-lo e pedir medidas que assegurem esse direito social para toda 25 população brasileira. 26 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (Enem 2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado). A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. b) consagração do poder político pela autoridade religiosa. c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas. d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito. 2. (Alternative Concursos - 2021) De acordo com a Constituição Federal de 1988: I. a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. II. são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, apenas o Executivo e o Judiciário. III. são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. É correto o que se afirma em: joser Realce 27 a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 3. (Adaptada - PM-MT - 2021) O art. 2º da Constituição Federal de 1988 prescreve: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Sobre o referido princípio constitucional da separação dos poderes, analise as assertivas. I. No sistema de divisão dos poderes, inexiste qualquer hierarquia entre os respectivos órgãos e funções do poder estatal, todos operando na esfera de suas competências constitucionalmente estabelecidas. II. A separação dos poderes é caracterizada pela atuação conjunta dos três Poderes direcionada à consecução dos objetivos constitucionais, sendo tal atuação juridicamente limitada por esferas de competências próprias e mecanismos de controle recíprocos. III. O princípio da separação dos poderes tem como objetivo o controle do poder pelo poder, o que se concretiza por um conjunto de técnicas, a citar o direito de veto do chefe do Poder Executivo, a aprovação pelo Legislativo do orçamento dos demais órgãos estatais e o controle judicial dos atos dos demais poderes. Estão corretas as assertivas: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 4. (IF-RJ - 2021 - IF-RJ - Assistente em Administração) São considerados os poderes do Estado: joser Realce joser Realce 28 I. Poder Executivo. II. Poder Legislatório. III. Poder Administrativo. IV. Poder Judiciário. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) I e IV, apenas. e) I, II e IV, apenas. 5. (Quadrix - 2021 - CRESS-PB - Agente Fiscal) “Em um Estado de Direito, prevalecem as normas jurídicas abstratas e gerais, e não a vontade do governante”. Marçal Justen Filho. Curso de direito administrativo.7.ª ed. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2011 (com adaptações). Tendo a afirmação acima como referência inicial, julgue o item quanto ao Estado, ao governo e à Administração Pública. I. O Brasil adotou a teoria da tripartição de funções do Estado organizada por Montesquieu e, portanto, a Constituição Federal de 1988. II. A Teoria dos três poderes prevê o funcionamento independente e harmônico entre Poderes. III. Os Poderes são: Legislativo, Executor e Fiscal. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. joser Realce joser Realce 29 6. (CS-UFG - 2017 - TJ-GO - Juiz Leigo) Nos termos doartigo 6º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, são direitos sociais: a) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, a segurança, o meio ambiente, a previdência social, a proteção a maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. b) a educação, a saúde, o meio ambiente, o trabalho, a moradia, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. c) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte e o meio ambiente e os direitos humanos. d) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, a segurança, a previdência social e os direitos humanos. e) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. 7. A palavra lazer é derivada do latim "licere", que significa “ser lícito” ou “ser permitido”. Em nossa constituição ela aparece nos seguintes artigos: I. o lazer está inserido no capítulo dos Direitos Sociais, e este, por sua vez, está inserido no Título dos Direitos Fundamentais. Da mesma forma que a saúde está no caput do art. 6º, CF, como dever do Estado, como direito social, assim também está o lazer. II. está no artigo 7º como direito social específico do trabalhador. É dever do Estado. Deste modo, tanto o Poder Público está obrigado a construir hospitais como também está obrigado a fornecer meios para que os indivíduos, trabalhadores ou não, possam gozar e usufruir do lazer. III. o artigo 227 dispõe que é dever do Estado assegurar o lazer de forma concorrente com o esforço da família e sociedade. A união de forças deve desembocar num esforço de todos para implementação e preservação do lazer. Estado e não-Estado devem dar execução e levar o lazer à prática por meio de providências concretas. joser Realce 30 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 8. (Adaptado – Âmbito Jurídico) Sobre o lazer enquanto direito e necessidade humana, leia as afirmativas abaixo. I. O direito ao lazer ao ser estabelecido pelo constituinte representa uma necessidade para satisfação e garantida de dignidade da pessoa humana e a sua desconsideração e ausência atentam contra os valores da vida e os fundamentos da República Federativa do Brasil. II. A atual organização da sociedade, seus modos e jornadas de trabalho sem limites privam o trabalhador deste direito social do lazer, afastando-o cada vez mais da vida social, do convívio com o mundo extra trabalho. III. O lazer tem papel de motivador social e político, é um tempo fora do ambiente que limita o homem, o ambiente laboral cheio de regras, ante um lazer que define a liberdade e a vontade do trabalhador. E como cidadão de direitos, deve ter a possibilidade de usufruir de todos os direitos constitucionalmente oportunizados, como a cultura, a educação, o trabalho, o lazer para satisfação de sua condição humana e o Estado deve garantir esse. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. joser Realce joser Realce 31 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, LAZER E ESPORTE: SISTEMA DESPORTIVO NACIONAL 3.1 INTRODUÇÃO Nesta unidade 3 vamos entender a estrutura do esporte e lazer no Brasil, apresentando os órgãos responsáveis e as funções de cada um. Mas, primeiramente, contaremos a história da estrutura de funcionamento no esporte no Brasil para que possamos entender o porquê da organização no governo atual. Por isso, vamos levantar alguns questionamentos, como: Quando o esporte se tornou parte do governo no país? Quais órgãos já foram responsáveis pela estrutura esportiva no país? Qual a estrutura de hoje? Por que o esporte e lazer são organizados desta forma? 3.2 HISTÓRIA DA ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL A história pode ser contada por diversos pontos de vista de acordo com as fontes disponíveis e outras tantas variáveis que influenciam na escrita de um texto historiográfico. A história da estrutura do esporte no Brasil a ser contada neste texto será baseada em arquivos online do site do governo federal brasileiro. Existem outras versões e analises, contudo, como forma de redigir um texto de maneira mais pontual e formal decidiu-se por utilizar tal fonte. De acordo com o Brasil (2022) “A história institucional do esporte no Brasil teve início em 1937, quando, por intermédio da Lei n° 378 de 13/03/37, foi criada a Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Cultura”. No ano de 1970, o Ministério da Educação (MEC) transformou essa divisão em Departamento de Educação Física e Desportos. Posteriormente, em 1978, o departamento foi convertido em Secretaria de Educação Física e Desporto. Entrando na fase democrática política brasileira, no ano de 1990, o presidente Fernando Collor de Melo suprime a Secretaria no MEC e cria a Secretaria de Desportos da Presidência da República. Após o impeachment do mesmo em Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 32 dezembro de 1992, o esporte retornou ao Ministério da Educação através da Secretaria de Desportos. A partir de 1995, o presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) criou o Ministério de Estado Extraordinário do Esporte (MEEE), tendo nomeado Pelé1 como ministro. Lembrando que a Secretaria de Desportos do MEC continuou existindo e tinha como função prestar apoio técnico e administrativo ao MEEE. Porém, em seguida, a Secretaria é transformada no Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (INDESP) -, sendo desassociado do MEC, tonando-se subordinado ao MEEE. No seu segundo mandato, no ano de 1998, FHC criou o Ministério do Esporte e Turismo. Em janeiro de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, separou as duas pastas e criou o Ministério dos Esportes. A Figura 7 representa a linha do tempo da estrutura do esporte no Brasil desde a primeira divisão até os tempos atuais. Figura 7: Linha do tempo da estrutura esportiva no Brasil Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Finalizando a análise da Figura 7, em 2019, por meio da Lei nº 13.844 o Ministério do Esporte foi extinto e transformado em Secretaria Especial do Esporte, passando a integrar o Ministério da Cidadania do governo presidencial de Jair Messias Bolsonaro. 3.3. ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL Desde 2019, a Secretaria Especial do Esporte (SEE), que está dentro da estrutura do novo Ministério da Cidadania (MC), é responsável por assessorar o MC 1 Pelé, ou Edson Arantes do Nascimento, é considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos. 33 na supervisão e coordenação da política nacional de desenvolvimento da prática esportiva. Segundo Brasil (2021), a SEE “desenvolve e implementa ações de inclusão social por meio do esporte, com a perspectiva de garantir à população o acesso gratuito a atividades físicas, qualidade de vida e desenvolvimento humano”. Além disso, a secretaria especial também deve possibilitar a estruturação e execução de políticas voltadas ao esporte de alto rendimento e de formação. Dentre as ações desenvolvidas pela SEE estão: o Forças no Esporte O Bolsa Atleta, o Programa Segundo Tempo, a Lei de Incentivo ao Esporte, o controle de dopagem e a gestão do legado olímpico . A coordenação e execução deles é conduzida por seis diferentes Secretarias Nacionais: Alto Rendimento Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor Incentivo e Fomento ao Esporte Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem Paradesporto. Figura 8: Organograma do Ministério da Cidadania Fonte: Elaborado pela Autora (2022) A Secretaria Nacional de Alto Rendimento (SNEAR) é comandada pelo secretário Bruno Souza. Ela “executa ações para fortalecer o esporte competitivo e dar suporte aos atletas nacionais” (BRASIL, 2021b). Para tal fim reuni com múltiplas 34entidades esportivas como: o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e entidades do esporte escolar e universitário. O programa de maior destaque da SNEAR é o Bolsa Atleta. A Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS), comandada pela ex-atleta de natação Fabiola Pulga Molina, é responsável pela elaboração e implantação de programas esportivos-educacionais, de lazer e de inclusão social. Essas ações contam com a parceira dos estados, municípios e o Distrito Federal. O público-alvo são “crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, além de pessoas com deficiência, e sempre com o foco no exercício de uma cidadania ativa, com ênfase na população de regiões com alta vulnerabilidade social” (BRASIL, 2021c) A Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, secretariada por Ronaldo Lima dos Santos, procura fortificar o futebol como instrumento essencial de inclusão social, cidadania e de consolidação da identidade nacional. Para tal, “planeja, elabora, acompanha e implementa políticas públicas para o futebol profissional e amador, masculino e feminino, além de promover a defesa dos direitos do torcedor.” (BRASIL, 2021d). O principal programa da secretaria é o Seleções do futuro, que tenta motivar e democratizar o acesso ao futebol em crianças de 6 a 17 anos. Michelle Moyses Melul Vinecky é a responsável pela Secretaria Nacional de Incentivo e Fomento ao Esporte (SENIFE). Este órgão governamental é encarregado pelo acompanhamento e monitoramento dos resultados obtidos nos projetos esportivos e paradesportivos financiados mediante incentivos fiscais; pela elaboração de estudos e pesquisas sobre fomento e incentivo ao esporte; e, pelas constantes atualizações e melhorias no sistema da Lei de Incentivo ao Esporte. (BRASIL, 2021e). Liderada pela ex-atleta de ginástica artística Luísa Parente, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem tem a função de implementar a Política Nacional de Combate à Dopagem e a missão de solidificar a cultura antidopagem no território brasileiro “por meio de ações de educação e controle em todas as manifestações esportivas, buscando o esporte limpo e saudável respeitando as normas e regramentos nacionais e internacionais” (BRASIL, 2021a) A Secretaria Nacional de Paradesporto (SNPAR) tem como secretário José Antônio Guedes Dantas e visa viabilizar e encadear vivências Paradesportivas, 35 facilitando “o acesso das pessoas com deficiência à prática esportiva em todas as suas manifestações, da iniciação ao alto-rendimento, em todas as faixas etárias e para as diversas deficiências independente do status dessa prática.” (BRASIL, 2021f). Entre os programas desenvolvidos pelo Ministério dos Esportes após sua criação em 2003, Tassa e Lovato (2014, p. 4) destacou e explicou as seguintes ações desenvolvidas pela antiga Secretaria Educação, Esporte, Lazer e Inclusão Social 1. Programa Segundo Tempo (PST): A Política Nacional do Esporte considera que o esporte é condição essencial para o desenvolvimento humano, frequentemente negado, principalmente, às camadas sociais de baixa renda. Com esse entendimento, por meio do principal programa do Ministério do Esporte - “Vivência e Iniciação Esportiva Educacional – Segundo Tempo” - a Secretaria Nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte (SNEED/ME) busca responder às demandas sociais geradas num momento histórico de garantia e de ampliação do conjunto dos direitos constitucionais. Considerado programa estratégico do governo federal, o Segundo Tempo é destinado a democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte educacional. O objetivo principal é democratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade, como forma de inclusão social, ocupando o tempo ocioso de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. 2. Programa Segundo Tempo no Mais Educação: O esporte, como expressão de cultura, é um fator de desenvolvimento humano, portanto, a educação não pode prescindir dessa produção humana representada pelas atividades de esporte e de lazer, especialmente pelo caráter lúdico e pela atração e fascínio que exerce sobre crianças e adolescentes. Nesse sentido o Ministério do Esporte, em parceria com o Ministério da Educação, na perspectiva do Programa Mais Educação, pretende com a implementação da proposta ampliar o Programa Segundo Tempo para promover o acesso ao esporte educacional, tendo como foco de intervenção nas Instituições de Ensino de Educação Básica. 3. Programa Recreio nas Férias: que tem o objetivo de oportunizar aos beneficiados do Programa Segundo Tempo eventos e programações diferenciadas ao longo do ano é uma das ações estratégicas desta Secretaria Nacional. Com a finalidade de atender a esta ação foi criado o Projeto Recreio nas Férias que pretende oferecer às crianças e adolescentes participantes do programa, no período de férias escolares de janeiro e julho, opções de esporte e lazer que preencham o tempo livre desses beneficiados de forma prazerosa e ao mesmo tempo construtiva, por meio do desenvolvimento de atividades lúdicas, esportivas, artísticas, culturais, sociais e turísticas. 4. Projetos Esportivos Sociais: A parceria firmada entre o Ministério do Esporte e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, possibilita a captação de recursos incentivados junto a pessoas físicas e jurídicas, as quais poderão direcionar suas doações aos Projetos Esportivos Sociais aprovados de sua preferência, por meio de depósitos em conta específica no Fundo Nacional para a Criança e ao Adolescente, conforme disposto no Art. 260 do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. 36 5.Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC): Para desenvolver uma proposta de política pública e social que atenda às necessidades de esporte recreativo e lazer da população, a Secretaria Nacional de Desenvolvimento de Esporte e de Lazer (SNDEL), do Ministério do Esporte, criou o Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC). O PELC, na sua essência, além de proporcionar a prática de atividades físicas, jogos e brincadeiras, que envolvam todas as faixas etárias e as pessoas com deficiência, estimula a convivência social, a formação de gestores e lideranças comunitárias, fomenta a pesquisa e a socialização do conhecimento, contribuindo para que o esporte e o lazer sejam tratados como políticas públicas e direitos de todos. Criado em 2003, o problema gerador que ainda hoje justifica a sua existência é a desigualdade de acesso ao esporte e lazer por parcela significativa da população brasileira. É importante mencionar que muitos programas permanecem até os dias atuais, como o Programa Segundo Tempo, porém eles vão ganhando características, orçamentos e perfis de acordo com o governo eleito. 37 38 FIXANDO O CONTEÚDO 1. ( Adaptado - FUNDATEC - 2018) Abaixo, é apresentada a definição de políticas públicas, trazida por Leonardo Secchi em “Políticas Públicas: Conceitos, esquemas de análise, casos práticos” (2013): “Uma política pública, independentemente de sua operacionalização, está vinculada à solução de um problema considerado público: a solução de um problema entendido como coletivamente relevante.” São consideradas políticas públicas: I. Programa Segundo Tempo. II. Programa Recreio nas Férias. III. Ministério dos Esportes. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. Sobre o Programa Segundo Tempo (PST) do Governo Federal, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. Considerado programa estratégico do governo federal, o Segundo Tempo é destinado a democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte educacional. PORQUE o objetivo principal é democratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade, como forma de inclusão social, ocupando o tempo ocioso de crianças, joser Realce 39 adolescentes e jovens em situaçãode vulnerabilidade social. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 3. Sobre o Programa Recreio nas Férias podemos apontar as seguintes características: I. Oportuniza aos beneficiados do Programa Segundo Tempo eventos e programações diferenciadas ao longo do ano. II. Oferece às crianças e adolescentes atividades lúdicas, esportivas, artísticas, culturais, sociais e turísticas. III. Acontece no período de férias escolares de janeiro e julho. É correto o que afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. Leia o trecho abaixo sobre os programas de esportes e lazer no Brasil. O Programa, na sua essência, além de proporcionar a prática de atividades físicas, jogos e brincadeiras, que envolvam todas as faixas etárias e as pessoas com deficiência, estimula a convivência social, a formação de gestores e lideranças comunitárias, fomenta a pesquisa e a socialização do conhecimento, joser Realce joser Realce 40 contribuindo para que o esporte e o lazer sejam tratados como políticas públicas e direitos de todos. Identifique o programa citado no trecho acima. a) Programa Segundo Tempo. b) Programa Recreio nas Férias. c) Projetos Sociais Esportivos. d) Programa Esporte e Lazer da Cidade. e) Programa Mais Educação. 5. Sobre a estrutura e organograma do esporte e lazer no governo federal, leia o trecho abaixo: Este órgão governamental é encarregado pelo acompanhamento e monitoramento dos resultados obtidos nos projetos esportivos e paradesportivos financiados mediante incentivos fiscais; pela elaboração de estudos e pesquisas sobre fomento e incentivo ao esporte; e, pelas constantes atualizações e melhorias no sistema da Lei de Incentivo ao Esporte. Aponte a Secretaria do Ministério da Cidadania que descrita no trecho acima. a) Secretaria Nacional de Incentivo e Fomento ao Esporte (SENIFE). b) Secretaria Nacional de Alto Rendimento. c) Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social. d) Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. e) Secretaria Nacional de Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. 6. Leia as afirmações abaixo sobre a Secretaria Nacional do Esporte no Ministério da Cidadania: I. Desenvolve e implementa ações de inclusão social por meio do esporte. II. Visa garantir à população o acesso gratuito a atividades físicas, qualidade de vida e desenvolvimento humano. joser Realce joser Realce 41 III. Deve possibilitar a estruturação e execução de políticas voltadas ao esporte de alto rendimento e de formação. É correto o que afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 7. Dentre as ações desenvolvidas pela SEE estão: I. Forças no Esporte. II. Bolsa Atleta. III. Controle de dopagem. IV. Gestão do legado olímpico. É correto o que afirma em: a) I e II, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) I, II e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II e III e IV. 8. Sobre a Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Governo Federal, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A Secretaria procura fortificar o futebol como instrumento essencial de inclusão social, cidadania e de consolidação da identidade nacional. PORQUE joser Realce joser Realce 42 II. Planeja, elabora, acompanha e implementa políticas públicas para o futebol profissional e amador, masculino e feminino, além de promover a defesa dos direitos do torcedor. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. joser Realce 43 DISPOSITIVOS LEGISLATIVOS E PROGRAMAS DE ESPORTE E LAZER NO BRASIL 4.1 INTRODUÇÃO Nesta unidade vamos apresentar as iniciativas nacionais para as demandas sociais relativas ao esporte e ao lazer, citando instrumentos legais para captação de recursos, como as leis de incentivo. Vamos problematizar as seguintes questões: Quais são as estratégias para captar recursos para projetos de esporte e lazer no Brasil? Quais opções de financiamento desses projetos? O que são leis de incentivo? Como elas funcionam? Quem pode captar recursos? 4.2 INICIATIVAS NACIONAIS PARA FOMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER. Como apresentado nas Unidades anteriores, o Esporte e Lazer serem direitos constitucionais não assegura o acesso de toda população brasileira ás práticas esportivas e as vivências de lazer. Ressaltando que enquanto direito e necessidade humana, a população, sem qualquer tipo de distinção/discriminação, deve ter alcance as políticas públicas de esporte e lazer. Todavia, vale lembrar que boa parte desses direitos não são plenamente exercidos pelos cidadãos brasileiros. Os entraves ou barreiras podem ser enumerados em: nível de instrução, etnia, orientação sexual, sexo, faixa etária, tempo disponível, apropriação/localização do espaço de prática, condições socioeconômicas, deslocamento, falta de políticas públicas de lazer ou pouca qualidade no planejamento de uma política, desigualdade salarial e diferenças de obrigações cotidianas entre homens e mulheres, bem como a violência. (MARIANO; MARCELLINO, 2008; MARCELLINO, 2002; MARCELLINO, 2007; RAMOS, 1997; REIS ET AL. 2015; SUASSUNA, 2007). Veja na Figura 9 os itens elencados: Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 44 Figura 9: Barreiras para lazer Fonte: Elaborado pela Autora (2022) À vista disto, as adversidades expostas acima colaboram para constatar que o cenário brasileiro é preocupante, especialmente, quando se considera o esporte e o lazer como um direito secundário, ou seja, “numa escala de prioridades em uma sociedade que se pauta no modelo capitalista e neoliberal, o direito, tanto da classe trabalhadora, ao esporte e ao lazer é visto como menos importante” (SUASSUNA, 2007, p. 22). Para que as políticas públicas de esporte e lazer se tornem mais democráticas é necessário que os órgãos públicos, terceiro setor e mesmo pessoas físicas tenham acesso à recursos financeiros que os possibilite criar, planejar e executar um programa, projeto ou ação. Infelizmente, no Brasil, a falta de financiamento a iniciativas ligadas ao esporte o lazer impossibilita a universalização das atividades esportivas e recreacionais/lazer. Por isso é fundamental entender as fontes de fomentos para esses projetos. 45 Figura 10: Fontes de captação de recursos Fonte: Poit (2006) Como mostra a Figura 10, Poit (2006) coloca como fontes de captação de recursos: patrocínio, apoio, mecenato, doação, permuta e incentivo fiscal. Mas também existem as emendas parlamentares, crowfunding, telemarketing, editais privados, financiamento coletivo pontual, face-to-face, geração de renda, dentre outros. A seguir tentaremos fazer uma explicação breve e clara de cada uma dessas possibilidades: Patrocínio: a empresa paga um valor em dinheiro para que a sua marca tenha alguma divulgação/exposição. Apoio: a empresa objetiva ter sua marca divulgada ou exposta, porém não paga em recursos financeiros, a “compra” ocorre sem que se envolva dinheiro. Portanto, o apoiador pode ser aquele que cede o local, que chancela o evento, que colabora com recursos materiais, entre outros tipos de suporte. Mecenato: patrocinador que ajuda sem pedir nada em troca. O nome vem de mecenas: fazer o bem sem olhar a quem” Doação: situação muito comum em projetos sociais e filantrópicos. Tem como característica não se fazer grande divulgação do nome do doador. Permuta: são trocas que visam interesse recíproco e não utiliza dinheiro. Leis de Incentivo fiscal: instrumentos que viabilizam a renúncia fiscal, concedido pelo Poder Executivo, de recursos que deveriam ser arrecadados de pessoas e empresas ou uma espécie de benefício tributário. Ou seja, o poder público renuncia receber parte dos impostos para incentivar projetos. 46 Emendas parlamentares: recursos financeiros previstos no processo legislativo brasileiro através de emendas apresentadas por deputados, que objetivam a alocação de recursos em projetos e ações em suas cidades ou em seus estados de origem. Crowfunding: financiamento coletivo que tem como base uma troca: o cidadão (seja pessoa física ou jurídica) faz uma doação e ganha em troca uma recompensa, baseada no valor que doou. Tudo acontece online através de cadastro em sites especializados. Telemarketing: Através de ligações telefônicas é solicitado recursos a pessoa que está do outro lado da linha. Esta estratégia foi mais usada na década de 1990, hoje caiu em desuso. Editais privados: chamadas públicas abertas por pessoas jurídicas que selecionam ONGs para receberem um recurso ou premiação previsto. Financiamento coletivo pontual: no Brasil é mais conhecido como vaquinha e são caracterizadas por captar valores de uma grande variedade de doares de uma só vez. Geralmente, essas campanhas são realizadas pela internet, que já possui sites especializados, durante um período determinado. Financiamento coletivo recorrente: neste modelo um grupo de pessoas fazem as doações mensalmente. Os valores podem variar e não existe período determinado. Campanhas realizadas pela internet sem temporalidade definida. Face-to-face: grupos de pessoas que vão às ruas buscar recursos diretamente com indivíduos, pedindo dinheiro cara a cara. Geração de renda: a própria executora do projeto gera uma renda própria. Existem algumas formas de gerar resultado financeiro positivo: Licenciamento, fundos patrimoniais, aluguéis, realização de eventos, prestação de serviços, comercialização de produtos, marketing de causa Fundos internacionais: instituições internacionais que possibilitam o financiamento do terceiro setor através de editais ou doações diretas. 4.3 LEIS DE INCENTIVO AO ESPORTE NO BRASIL. Como descrito anteriormente, o esporte e o lazer são extremamente importantes para qualidade de vida e se tornou uma necessidade humana, por isso é descrito na constituição como direito social. Porém, uma das barreiras de acesso a 47 essas práticas são a ausência de políticas públicas ou, quando existem, a falta de qualidade das mesmas (REIS et. al 2015). Essa escassez de oportunidades pode ter raiz no problema da falta de fomento as práticas esportivas e de lazer. Ou seja, mesmo que profissionais, ONGs, associações e órgãos públicos queiram oferecer as atividades, surge o obstáculo da falta de recursos financeiros. Neste sentido, as leis de incentivo fiscal podem ser uma alternativa para conseguir angariar os fundos necessários para a realização do projeto. No âmbito federal brasileiro, grande parte dos incentivos fiscais diz respeito à dedução no imposto de renda do doador (seja pessoa física ou jurídica). São exemplos de leis de incentivo fiscal: Lei nº 11.438 Lei de Incentivo ao Esporte Lei nº 8.313 Lei de Incentivo à Cultura ou Lei Rouanet; Lei nº 8.685 Lei do Audiovisual; Lei nº 8.069 Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente; Lei nº 12.213 Fundo Nacional do Idoso; Lei nº 12.715 Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD). Essas leis causam muita controvérsia na população, principalmente a Lei Rouanet, que pode fomentar ações de artistas já consagrados. Porém, grande parte da discussão acontece pelo desconhecimento dos mecanismos da lei. Em geral, os cidadãos acreditam, equivocadamente, que o dinheiro vem diretamente dos cofres do governo. A partir de agora vamos explicar este processo de captação de recurso, mas explicando especificamente a Lei nº 11.438/06, ou Lei de Incentivo ao Esporte – LIE. A LIE permite que recursos provenientes de renúncia fiscal sejam aplicados em projetos esportivos e paradesportivos em todo o Brasil. Por meio de doações e patrocínios, as ações executadas via LIE podem beneficiar crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, assim como, atletas de alto rendimento. Segundo Brasil (2022, on-line) “Mais do que um instrumento jurídico, trata-se de uma inovação e um avanço na consolidação do paradigma do esporte como um meio de inclusão social” 48 Primeiramente é necessário entender quem pode ser o proponente do projeto, ou seja, quem pode ser o responsável legal pela captação do recurso e execução do projeto. Segundo Brasil (2022, on-line) para apresentar projetos o proponente deverá, obrigatoriamente: Ser pessoa jurídica, de direito público ou privado, sem fins lucrativos, com finalidade esportiva expressa, com mínimo de um ano em funcionamento e sem registro de inadimplência junto ao Governo Federal. Acessar o Sistema da Lei de Incentivo ao Esporte, anualmente, entre 1º de fevereiro até 15 de setembro. Realizar o cadastro do usuário. Após este cadastro, o usuário terá acesso ao sistema para cadastrar proponente e apresentar projetos. Cadastrar a entidade proponente. Para esta etapa é necessário apresentar os documentos obrigatórios indicados no sistema e cumprir os requisitos obrigatórios como entidade. Após o cadastramento da entidade proponente, o usuário poderá cadastrar os projetos. A apresentação de projetos desportivos ou paradesportivos ocorre anualmente dentro do período de 1º de fevereiro até 15 de setembro por meio do Sistema da Lei de Incentivo ao Esporte – SLI. O cadastro de projetos é preenchido pelo proponente no SLI e é composto por: identificação do projeto: definição, destinação, local de execução, manifestação desportiva, público beneficiário, as informações complementares, Metas, Orçamento e Anexos. O projeto só poderá ser enviado, caso não tenha nenhuma pendência. A Figura 11 mostra o funcionamento e processo para captar recursos na LIE. 49 Figura 11: Processo de captação de recursos através da lei de incentivo ao esporte Fonte: Elaborado pela Autora (2022) Após o envio do projeto, acontece a admissibilidade, que consiste na verificação por parte da equipe técnica do Departamento de Incentivo e Fomento ao Esporte, que apresentará um parecer indicativo à Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte – CTLIE, sugerindo pela aprovação integral, aprovação parcial ou a rejeição do projeto. Só podem captar recursos os projetos aprovados pela CTLIE. Após as etapas de a Admissibilidade e autorização de a captação de recursos, acontece a publicação no Diário Oficial da União e a abertura das contas captação e movimento. Em seguida, o projeto entrará em fase de captação de recursos. Esta é a etapa que os proponentes encontram mais dificuldade, pois para executar o projeto é necessário captar pelo 20% do valor total com uma empresa. Infelizmente, nem todas as empresas são qualificadas para patrocinar ações da LIE. As empresas aptas são as que “declaram o Imposto de Renda com base no Lucro Real. Estas podem investir até 1% do imposto devido em projetos desportivos ou paradesportivos. Já as pessoas físicas podem investir até 6% do imposto devido. ” (BRASIL, 2022, on-line). O projeto pode ter diversos doares e/ou patrocinadores, como também, um mesmo patrocinador pode investir em inúmeros projetos. O prazo para a captação de recursos é de dois anos, contados da data da autorização de captação de recursos.Para eventos, o prazo de captação só pode 50 acontecer até 10 dias antes do início. A etapa final é a prestação de contas que deve acontecer até sessenta dias contados do término do prazo de vigência do termo de compromisso ou Termo Aditivo. 51 52 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Em relação as formas de captação de recursos: I. Permuta/escambo: São as trocas que fazemos visando interesses recíprocos e sem a utilização do dinheiro. II. Doação: Tem como característica não se fazer grande divulgação do nome do doador. III. Incentivo Fiscal: Neste caso devemos estar atentos a legislação municipal, estadual e federal. É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) I, II e III. c) I e II. d) III. e) II. 2. A Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) é uma lei que estabelece a possibilidade de pessoas e empresas investir parte do que pagariam no Imposto em projetos esportivos aprovados pelo governo. Leia os tópicos abaixo sobre a LIE: I. Pessoa física pode submeter um projeto na plataforma e receber os recursos para executá-lo. II. As empresas, através da LIE, podem investir até 1% do Imposto de renda em projetos esportivos. III.O esporte contemplado pela Lei Pelé é de rendimento, que busca inclusão e socialização entre participantes. É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. joser Realce joser Realce 53 c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. 3. A captação de recursos é a ferramenta crucial para execução dos seus projetos. Há diversas formas de captação de recursos que podem ser utilizadas. Esta área vive em constante metamorfose e cada vez mais necessita-se de profissionais verdadeiramente capacitados. As transformações e correrias do nosso dia a dia não nos permite dedicar tempo para acompanhar todas as mudanças e dinamismo. Dentre as formas de captação de recursos temos: I. Submetendo um projeto à Lei de Incentivo ao Esporte. II. Submetendo um projeto a um edital do Ministério da Cidadania. III. Conseguindo recursos através de emendas parlamentares apresentadas por deputados. É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. 4. Uma das maiores dificuldades para democratizar o acesso ás práticas esportivas no Brasil é a captação de recursos para execução de projetos. Dentre as possibilidades de conseguir recursos financeiros temos: I. Patrocínio: A empresa paga um valor em dinheiro para que a sua marca tenha alguma divulgação/exposição. II. Apoio: A empresa objetiva ter sua marca divulgada ou exposta, porém não paga em recursos financeiros, a “compra” ocorre sem que se envolva dinheiro. III. Mecenato: Patrocinador que ajuda sem pedir nada em troca. O nome vem de mecenas: fazer o bem sem olhar a quem”. joser Realce 54 É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. 5. O Financiamento coletivo pontual é são caracterizadas por captar valores de uma grande variedade de doares de uma só vez. Geralmente, essas campanhas são realizadas pela internet, que já possui sites especializados, durante um período determinado. No Brasil esse tipo de financiamento também é conhecido por qual nome? a) Incentivo coletivo. b) Vaquinha. c) Doação. d) Escambo. e) Rifa. 6. As barreiras do lazer são fatores que impossibilitam um maior número de pessoas a vivenciar uma atividade de recreação, lazer e relaxante. Dentre esses entraves podemos enumerar: I. nível de instrução. II. raça/etnia. III. sexo e/ou gênero. É correto apenas o que se afirma em: a) II. b) III. c) I e II. d) I e III. joser Realce joser Realce 55 e) I, II e III. 7. Sobre as barreiras do lazer, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. As condições socioeconômicas podem ser consideradas uma barreira para prática do lazer. PORQUE A ausência de recursos financeiros pode limitar as escolhas dos indivíduos no seu tempo de lazer. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. ] e) As asserções I e II são proposições falsas. 8. (INEP - 2010 - ENADE - Educação Física) joser Realce joser Realce 56 A partir dessa citação, analise as afirmações que se seguem. I. Projetos de lazer devem trabalhar com grupos comunitários existentes, para minimizarem as barreiras e otimizarem o acesso aos serviços de lazer. II. Liderança e orientação permanentes do profissional de educação física são necessárias para que grupos comunitários se capacitem para propor formas que atendam aos seus interesses de lazer. III. As políticas de lazer comunitárias devem estimular a abrangência, respeitando a existência de grupos multiculturais, raciais, sexuais, etários e de habilidades na sociedade. Em relação à educação para o lazer na comunidade e à participação do profissional de educação física nesse processo, é correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) III, apenas. joser Realce 57 PROCESSOS DE PRODUÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER 5.1 INTRODUÇÃO Nesta Unidade 5 vamos entender o esporte e lazer enquanto política pública, buscando compreender a necessidade do monitoramento e da avaliação dos projetos/ações realizadas. Para isso, levantaremos questões como: : Como o Estado entende o esporte e o lazer? O que a lei brasileira fala o esporte e lazer? Quais são as manifestações do esporte? Por que monitorar e avaliar as ações de esporte e lazer? Como fazer a análise de políticas públicas de esporte e lazer? 5.2 IDENTIFICAR E ANALISAR OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE UMA POLÍTICA PÚBLICA ESPORTIVA. Segundo Costa e Silva(2015), tendo em vista que o surgimento do esporte moderno tenha ocorrido na Inglaterra, este não despertara grande interesse perante o estado e coube seu desenvolvimento sem tais ações estatais. Ao longo de seu processo o esporte passou a mover grande destaque em meio à população civil, despertando o interesse do Estado. Como podemos notar, atualmente “o Estado intervém no esporte de forma intensa. Vários e diversos são os princípios e os motivos que regem tal intervenção ou relação” (BRACHT, 2005, p. 70). Bracht (2005), lança o questionamento sobre o interesse de a ditadura militar investir tanto no esporte deixando de lado outras manifestações culturais. Se respaldando da fala de outros autores ele conclui que a não atribuição de conhecimento, contrário a outras manifestações, faz do esporte um campo limitado. O interesse nas tabelas dos campeonatos, nos ídolos esportivos etc. impediria a formação da consciência política e o consequente engajamento político. Além disso, a prática do esporte levaria à adaptação às normas e ao comportamento competitivo, básicos para a estabilidade e/ou reprodução do sistema capitalista” Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 58 (BRACHT, 2005, p. 30). A década de 1980 ficou marcada pelo início do processo de democratização do Brasil, que teve seu ápice em 1988 através da Constituição Federal, aumentando as discussões sobre as políticas sociais no meio acadêmico. Nesta direção, Oliveira (2011) retrata que esse processo de transição foi o grande impulso para o aumento das produções acadêmicas que visavam solucionar os problemas sociais emergentes, incluindo a escassez das fontes de pesquisas nessa área preenchendo, assim, mais uma lacuna. Segundo Tubino (1988), citado por Bueno (2008): O esporte sempre foi entendido no Brasil pelo esporte de alto rendimento e pelo futebol profissional, o que, convenha-se constitui uma visão hipotrofiada do esporte, delimitando-o apenas na perspectiva elitista do talento. A mudança
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