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APOSTILA Fundamentos Históricos da Educacao Física do Esporte

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1
FACULDADE ÚNICA
DE IPATINGA
2
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
1ª edição
Ipatinga – MG
2022
3
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério
Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite
Fernanda Cristine Barbosa
Guilherme Prado Salles
Thaynara Eloisa da Silva
Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Eliza Perboyre Campos
© 2021, Faculdade Única.
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
4
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos.Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:
São sugestões de links para vídeos, documentos
científicos (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em
cada unidade do livro.
São para o esclarecimento do significado de
determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre
questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.
5
SUMÁRIO
POLÍTICA PÚBLICA..................................................................................... 7
1.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................7
1.2 CONCEITO DE POLÍTICAS PÚBLICAS................................................................... 7
1.3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE GOVERNO E DE ESTADO: DIFERENCIAÇÕES E
CARACTERÍSTICAS ............................................................................................... 8
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 13
ESPORTE, LAZER E CONSTITUIÇÃO.......................................................... 18
2.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 18
2.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO ..................... 18
2.3 O ESTADO BRASILEIRO E O RECONHECIMENTO DO LAZER E DO ESPORTE
COMO DIREITO CONSTITUCIONAL. .................................................................. 22
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 26
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, LAZER E ESPORTE: SISTEMA DESPORTIVO
NACIONAL .............................................................................................. 31
3.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 31
3.2 HISTÓRIA DA ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL ........................................... 31
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 38
DISPOSITIVOS LEGISLATIVOS E PROGRAMAS DE ESPORTE E LAZER NO
BRASIL...................................................................................................... 43
4.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 43
4.2 INICIATIVAS NACIONAIS PARA FOMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE
ESPORTE E LAZER. ............................................................................................... 43
4.3 LEIS DE INCENTIVO AO ESPORTE NO BRASIL. ................................................... 46
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 52
PROCESSOS DE PRODUÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE
POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER ............................ 57
5.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 57
5.2 IDENTIFICAR E ANALISAR OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE UMA POLÍTICA
PÚBLICA ESPORTIVA. ......................................................................................... 57
5.3 O CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ................................................................. 59
5.4 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS............................................ 62
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 67
FUNDAMENTOS TÉCNICO-METODOLÓGICOS PARA A ELABORAÇÃO
DE PROJETOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER ...................... 72
6.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 72
6.2 AS ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PROJETO..................................................... 72
6.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO: CARACTERÍSTICAS DE CADA PARTE .................... 73
6.4 PLANEJAMENTO DE PROPOSTAS INTERVENTIVAS EM ESPORTE E LAZER: UMA
RELAÇÃO COM TEMAS TRANSVERSAIS. ........................................................... 79
FIXANDO CONTEÚDO........................................................................................ 82
UNIDADE
01
UNIDADE
02
UNIDADE
03
UNIDADE
04
UNIDADE
05
UNIDADE
06
6
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DO ESPORTE .......................................... 86
7.1 BREVE HISTÓRICO .............................................................................................. 86
7.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO ......................................................................................... 86
7.3 REGULAÇÃO PSICOLÓGICA DA AÇÃO ESPORTIVA ....................................... 89
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................... 92
PROCESSOS SOCIAIS .............................................................................. 96
8.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO................................................................................ 96
8.2 COMUNICAÇÃO EFETIVA ................................................................................. 98
8.3 FORMAS DE LIDERANÇA.................................................................................. 100
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 103
PROCESSOS COGNITIVOS.................................................................... 108
9.1 PERCEPÇÃO ..................................................................................................... 108
9.2 ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO....................................................................... 110
9.3 MEMÓRIA ......................................................................................................... 112
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 114
PROCESSOS COGNITIVOS II ................................................................. 118
10.1 CONHECIMENTO PROCESSUAL E DECLARATIVO........................................... 118
10.2 INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE....................................................................... 120
10.3 TOMADA DE DECISÃO..................................................................................... 121
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 124
MOTIVAÇÕES EEMOÇÕES NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE ................ 128
11.1 MOTIVAÇÃO EM DIFERENTES CONTEXTOS DE PRÁTICA ............................... 128
11.2 EMOÇÕES......................................................................................................... 130
11.3 FLOW-FEELING E WINNING-FEELIN ................................................................. 132
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 134
ESTRESSE E AGRESSÃO.......................................................................... 138
12.1 CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA DO ESTRESSE................................................... 138
12.2 AGRESSIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR E COMPETITIVO......................... 139
12.3 PREVENÇÃO E CONTROLE DO ESTRESSE E DA AGRESSÃO ........................... 141
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................. 144
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 149
REFERÊNCIAS......................................................................................... 151
UNIDADE
07
UNIDADE
08
UNIDADE
09
UNIDADE
10
UNIDADE
11
UNIDADE
12
7
POLÍTICA PÚBLICA
1.1 INTRODUÇÃO
É fundamental para os estudos das políticas públicas de esporte e lazer,
entender o conceito de políticas públicas, ou seja, qual significado do termo. Por isso,
nesta primeira unidade iremos entender o que é política e o que significa ser pública.
Também iremos diferenciar as políticas públicas de governo e políticas públicas do
estado.
É imprescindível o entendimento deste conceito para que possamos nos
próximos capítulos entrar na área específica da Educação Física, Esporte e Lazer.
1.2 CONCEITO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Ao longo da história da sociedade o Estado passou por inúmeras
transformações ao longo do tempo. Durante os séculos XVIII e XIX, o foco estava na
defesa externa e na segurança pública. Porém, à medida que a democracia foi se
consolidando, as funções do Estado foram variando. Atualmente, a questão do bem-
estar social é o compromisso do Estado. Para tanto, ele necessita criar inúmeras
ações e operar em diversas áreas, tais como meio ambiente, saúde, educação,
esporte e lazer. Neste sentido, os governantes instituem as políticas públicas como
forma de promover o bem-estar da sociedade (CALDAS, 2008).
Para compreender a expressão "políticas públicas" é fundamental entender os
significados dos termos “política” e “pública”. A política pode ter diversos enfoques,
seja como arte ou ciência, prática ou teoria, na linguagem dos especialistas ou no
senso comum. Refere-se ao exercício de alguma forma de poder, com suas múltiplas
consequências (BRAMANTE, 2004).
Entretanto, relacionar a palavra política somente ao exercício do poder não
designa a totalidade de sua abrangência. É necessário refletir sobre o que é exercer
poder. Em poucas palavras, poderíamos afirmar que é um processo pelo qual um
grupo de pessoas, cujas opiniões ou interesses são a princípio divergentes, toma
decisões coletivas que se tornam regras obrigatórias para o grupo e se executam de
comum acordo (BRAMANTE, 2004).
UNIDADE
01
8
Como envolvem o debate de interesses e concepções distintas sobre o que é
público, as políticas públicas acabam por representar as ideias de um determinado
grupo de poder, ou seja, é natural que as ações públicas se deem num cenário de
tensão e complexidade, demandando constante negociação entre os atores
envolvidos (UNGHERI, ISAYAMA, 2020).
É certo que as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os
tomadores de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas
que eles entendem serem as demandas ou expectativas da
sociedade. Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo
governo e não pela sociedade. Isto ocorre porque a sociedade não
consegue se expressar de forma integral. Ela faz solicitações (pedidos
ou demandas) para os seus representantes (deputados, senadores e
vereadores) e estes mobilizam os membros do Poder Executivo, que
também foram eleitos (tais como prefeitos, governadores e inclusive o
próprio Presidente da República) para que atendam as demandas da
população (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS, 2008).
Percebe-se a pertinência das discussões sobre o controle e a participação
social na gestão das políticas públicas de esporte e lazer (UNGHERI, ISAYAMA, 2020).
1.3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE GOVERNO E DE ESTADO: DIFERENCIAÇÕES E
CARACTERÍSTICAS
Para Dias e Matos (2012), a função do governo é aplicar as leis por meio dos
seus poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Essa administração realizada pelo
governo ocorre nas esferas federal, estadual e municipal e se materializam através
de políticas públicas, que são:
Planos, programas e ações governamentais, que articulando recursos
dos governos e da sociedade civil organizada, destinam-se a intervir
na realidade para resolver os problemas dos cidadãos, bem como
atender as suas demandas. Uma política pública ou um programa
governamental é algo que envolve necessariamente um processo e
um resultado (DIAS; MATOS, 2012, p. 07).
Com a definição realizada, precisa-se compreender que essas ações,
constituídas como políticas públicas podem ser consideradas de tipos distintos. São
elas as políticas públicas de Estado e as políticas públicas de Governo. Primeiro, é
necessário diferenciar Estado de Governo.
9
Figura 1: Diferença entre Estado e Governo
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
O Estado é uma nação politicamente organizada, dotado de soberania,
permanente e com território e população definidos. Já os governos são o modo
como o Estado é administrado, com direcionamento ideológico e econômico e é
transitório.
Como exemplos temos: O Estado seria o nosso país, Brasil, devidamente
organizado com os seus três poderes para atender ao povo nas questões de
educação, saúde etc. enquanto o governo seria representado por Jair Messias
Bolsonaro, anteriormente em 2016 Michel Temer, os quais têm como aspectos
comuns, a função de administrar o Estado.
Fazendo uma analogia, como mostra a Figura 2, logo abaixo, podemos dizer
que o Estado é como se fosse uma casa, ela possui estrutura fixa e território. Já o
governo é como se fossem as pessoas que moram dentro dessa casa, elas são
responsáveis por cuidar, administrar e tomar as decisões.
10
Figura 2: Forma de Estado e Forma, sistema e regime de governo
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
Também é interessante diferenciar “forma”, “sistema” e “regime de governo”
de “Forma de Estado”. O art. 1º da Constituição Federal
dispõe que: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de
direito” (BRASIL, 1988).
Vamos começar pela forma de Estado, que é Federação, que é caracterizada
pela divisão do território em estados que possuem autonomia nos âmbitos políticos,
administrativos e legislativos.
Quando falamos em forma de governo, estamos nos referindo à República, na
qual o poder emana do povo e acontece a escolha do chefe de Estado pelo voto
secreto, livre e direto do povo. Portanto, existe a soberania popular. Lembrando que
a monarquia também é considerada forma de governo.
Ao nos referirmos ao regime de governo temos a Democracia, na qual as
decisões mais importantes são tomadas através do voto direto ou indireto de TODOS
os cidadãos, prevalecendo a vontade da maioria. Lembrando que não pode
acontecer distinção no momento do voto. Todas as pessoas, independente de sexo,
etnia, orientação sexual, classe social, nível de instrução, têm o direito de votar e o
peso/valor do voto é o mesmo, diferenciando-se do regime de governo autoritário
(ditadura) e regime de governo totalitário (nazismo).
Destacamos que a nossa democracia é muito recente, tem menos de 40 anos.
O povo brasileiro viveu sob o regime militar desde 1964 até meados da década de
11
1980, por isso,o nosso regime democrático, ainda é muito frágil e precisa ser
garantido com ajuda dos governantes do país.
Por último vamos explicar o sistema de governo: Presidencialismo. No Brasil, o
presidente é eleito através do voto popular e possui mandato de 4 anos, com
possibilidade de reeleição pelo mesmo período. O presidente possui poderes
executivos, desempenhando o papel de chefe de Estado e de Governo. Para ajuda
entender essas diferenças, veja a Figura 3 abaixo:
Figura 3: Forma de Estado e Forma, sistema e regime de governo
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
A categoria Políticas de Estado é utilizada para defender políticas
públicas ou orientações estatais que possuem razões éticas que
impedem que sejam substituídas ou alteradas com as mudanças de
governo. Dessa forma, as políticas de Estado não somente seriam
políticas de longo prazo, mas seriam medidas que não poderiam ser
substituídas ou alteradas com as mudanças de governo, a cada
quatro anos ou a cada oito anos, caso o governo seja reeleito
(CALDERÓN; POLTRONIERI; BORGES, 2011, p. 817-818).
Portanto, quando se trata de políticas públicas, temos: Políticas de Estado, que
acontecem independente de governo, pois sua obrigatoriedade possui amparo da
lei; e, Políticas de governo, que são promovidas pela agenda governamental, ou
seja, sua permanência depende daqueles que estão no poder.
Lembrando que apesar de diferenciá-las, toda Política de Governo é uma
Política de Estado e toda Política de Estado surgiu inicialmente como uma política de
governo.
12
13
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (UNIOESTE - 2015) Sobre o conceito de políticas públicas, leia as afirmações abaixo:
I. Políticas Públicas compreendem um conjunto de programas, ações e atividades
desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de
entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de
cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural,
étnico ou econômico.
II. As Políticas Públicas correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou
que se afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos
poderes públicos enquanto novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou
como outros bens materiais ou imateriais.
III. Política Pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas
ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
2. (IBADE 2020) Políticas públicas são uma necessidade ampla e constante de
discussão e execução em qualquer município. De forma simples, como podem ser
descritas?
a) São decisões de qualquer administrador público.
b) São leis promovidas por qualquer governo.
c) São atos praticados por servidor público.
d) São políticas votadas em referendo ou plebiscito.
e) São medidas e programas criados pelos governos dedicados a garantir o bem-
estar da população.
joser
Realce
joser
Realce
14
3. Sobre o conceito e características das políticas públicas, leia as alternativas a
seguir:
I. As políticas públicas correspondem à soma das atividades articuladas pelos
governos para melhorar a vida dos cidadãos.
II. As decisões e análises sobre políticas públicas implicam responder às seguintes
questões: Quem ganha o quê? Por quê? e Que diferença isso faz?
III. As políticas públicas são elementos fundamentais para a formação de programas
de ação governamental.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
4. Julgue os itens a seguir, no que se refere as políticas públicas:
I. as conferências de políticas públicas são um formato utilizado para aperfeiçoar as
relações entre Estado e sociedade civil e para cumprir o princípio da participação,
que compõe o texto constitucional.
II. na esfera da gestão pública, a participação da sociedade é um princípio
constitucional que proporciona a interação do Estado com a sociedade.
III. para que as políticas públicas alcancem seus objetivos em uma sociedade é
preciso: sujeitos políticos com capacidade para diagnosticar e analisar a
realidade social, econômica e política em que vivem, além de negociar de forma
democrática com os diferentes sujeitos envolvidos no processo.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
joser
Realce
15
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
5. Sobre Políticas Públicas de Estado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta
entre elas.
I. A categoria Políticas de Estado é utilizada para defender políticas públicas ou
orientações estatais que possuem razões éticas que impedem que sejam
substituídas ou alteradas com as mudanças de governo.
PORQUE
II. As políticas de Estado não somente seriam políticas de longo prazo, mas seriam
medidas que não poderiam ser substituídas ou alteradas com as mudanças de
governo, a cada quatro anos ou a cada oito anos, caso o governo seja reeleito.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da
I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. ]
e) As asserções I e II são proposições falsas.
6. Leia o texto abaixo e responda à questão a seguir.
“As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades,
independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento e a
expansão da democracia, as responsabilidades do representante popular se
diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é promover o bem-estar da
sociedade. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem
desenvolvidas e à sua execução em áreas como saúde, educação, meio
joser
Realce
joser
Realce
16
ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja,
deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo.”
Assembleia Legislativa do Sergipe
Quando se trata de políticas públicas, temos:
I. Políticas de Estado, que acontecem independente de governo, pois sua
obrigatoriedade possui amparo da lei.
II. Políticas de governo, que são promovidas pela agenda governamental, ou seja,
sua permanência depende daqueles que estão no poder.
III. Toda Política de Governo é uma Política de Estado e toda Política de Estado surgiu
inicialmente como uma política de governo.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
7. Leia o trecho a seguir.
A política pública financiada pela ________ , visa garantir o acesso ao lazer que é
um direito ________ pela constituição.
Assinale a opção cujos termos completam corretamente as lacunas do trecho
acima.
a) sociedade como um todo, social
b) camada mais rica da sociedade, constitucional
c) sociedade religiosa, civil
d) sociedade filantropa, social
joser
Realce
joser
Realce
17
e) políticos e funcionários públicos, civil
8. (COPESE - UFT - 2018) Em relação ao conceito de Políticas Públicas é CORRETO
afirmar que:
a) são atividades exercidas exclusivamente por organizações privadas que têm o
intuito de servir à população.
b) é a ação do governo buscando alcançar maioria nas cadeiras do Parlamento nos
debates dentro do Poder Legislativo.
c) é um campo de estudo da política que analisa as ações governamentais no que
tange a questões públicas.
d) é um conjunto de instituições políticas que visam elaborar ações/serviços públicos.
e) é um conjunto de ações feito pelo poder legislativo para garantir os direitos das
populações.
joser
Realce
18
ESPORTE, LAZER E CONSTITUIÇÃO
2.1 INTRODUÇÃO
Nesta Unidade 2 vamos estudar a organização e funcionamento do Estado
Brasileiro, entendendo as três esferas de poder (legislativo, executivo,judiciário), assim
como a função executada por cada um.
Também vamos discutir o lazer e o esporte na Constituição de 1988,
respondendo as seguintes questões: Será que eles são direitos? Será que o povo deve
ter acesso público e gratuito?
2.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO
O título I da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que trata
sobre os princípios fundamentais estabelece em seu Artigo 1º “ A República
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”, e enumera os
seguintes fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana,
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e, o pluralismo político.
Ao final deste primeiro artigo constitucional existe um parágrafo único
afirmando que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Ressaltando
as características apresentadas na Unidade anterior que o Brasil é uma República
Federativa Democrática.
Já no seu artigo 2º, a Constituição (1988) trata sobre a divisão de poderes no
Brasil: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988). Segundo Paraná (2022) “Em verdade o poder
é um só, ocorrendo uma divisão de atribuições e funções do Estado”.
Portanto, a separação dos poderes é um princípio geral, que precisa ser
atendido para que se reconheça o Estado Democrático de Direito. É, por
conseguinte, crucial que seja esse princípio observado para atender ao
Constitucionalismo e à sustento do organismo estatal. Previsto constitucionalmente
Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
da.
19
como cláusula pétrea, não podendo, em nenhuma hipótese, ter a sua aplicabilidade
afastada.
A divisão tripartite poderia se colocar como uma solução frente aos
desmandos comumente observados nos antigos regimes absolutistas, em que o
poder se concentrava na mão de uma única pessoa. Durante o período do
absolutismo a monarquia, uma forma de governo, concentrava todo o poder do
Estado, utilizando-a de acordo com seus próprios interesses. Não existia participação
popular. Os tributos, Leis e impostos eram criados sem participação do povo ou órgão
representativo dele. Portanto, “Como meio de evitar o abuso de poder e tirania, a
divisão do "poder-função" é uma forma eficiente de exercê-lo”. (PARANÁ, 2022)
Importante salientar dentro dessa divisão de poderes é fundamental achar o
equilíbrio entre a autonomia e a intervenção nos demais poderes. De tal forma que,
cada poder não seja desrespeitado nas funções que cumpre, ou pelo menos,
deveria cumprir. São, estes poderes independentes; pois não estão submetidos entre
si, não se curvam a vontade do outro poder (SILVA, 2006); “são harmônicos, pois tem
que verificar as normas de trato recíproco” (SILVA, 2006, p. 110). Mas apesar da
independência, atuam de forma colaborativa.
Paralelamente, quando um deles se mostrava excessivamente autoritário ou
ia além das suas designações, os demais poderes teriam o direito de intervir contra
tal situação desarmônica. “A independência dos poderes, entendida como a
impossibilidade de ingerência arbitrária entre os poderes, torna o Estado funcional,
garantindo o seu equilíbrio.” (PARANÁ, 2022). Esta divisão denomina-se de freios e
contrapesos, justamente por ser o que garante que um poder equilibre o outro
(PORTAL E-CIDADANIA, 2022)
Mas afinal, quais são as funções e atribuições de cada um destes poderes? De
forma simplificada e ilustrativa, como mostra a Figura 4, vamos elucidar a questão.
20
Figura 4: Divisão dos três poderes no Brasil
Fonte: Site Direitos Civis (2022)
Basicamente, temos um sistema que observamos a existência dos seguintes
poderes: o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Inicialmente,
podemos dizer que o legislativo elabora e vota as leis, o Judiciário aplica as leis e o
executivo administra o Brasil de acordo com o que as leis permitem. Como mostra a
Figura 5.
21
Figura 5: Funções e atribuições dos três poderes no Brasil
Fonte: Portal e-cidadania do Senado Federal (2020)
Com a Figura 5, concluímos que:
Poder Legislativo: responsável principalmente para criar ou alterar as leis,
inclusive a Constituição Federal. Além de fiscalizar os atos do Executivo. Sendo assim,
vemos que os “legisladores” monitoram a ação dos “executores”.
Esse poder é formado a nível federal pela Câmara dos Deputados – formada
pelos deputados federais - e Senado Federal – que é integrado pelos senadores, que
juntos formam o Congresso Nacional. Nos Estados, o legislativo é a assembleia
legislativa, constituída pelos deputados estaduais. Nos municípios o legislativo é
presentado pela Câmara dos Vereadores.
Poder Executivo: responsável por cuidar dos serviços públicos, como saúde,
educação, segurança, esporte e lazer, dentre outros. A administração do governo é
somente por meio das leis e demais marcos legislativos. Ele é quem administra o país,
tomando as decisões e se preocupando em aplicar as leis e as políticas sociais. Logo,
os representantes do executivo têm a função verificar as demandas públicas e
garantir os meios cabíveis para que as necessidades da coletividade sejam
atendidas no interior daquilo que é determinado pela lei.
22
Os representantes do poder executivo são: representados pelos
administradores, ou seja: os prefeitos, vice-prefeitos e secretariado (municípios); os
governadores, vice-governadores e secretários de estado (estados) e pelo
presidente, vice-presidente e ministros de Estado (país).
Poder Judiciário: é quem faz valer as leis ou é o responsável por julgar os crimes
e avaliar as leis, analisando se elas obedecem à Constituição Federal. Ele quem
decide, por exemplo, quem é culpado por um crime ou não. É representado pelos
juízes e desembargadores, sendo o único dos três poderes que não é eleito
democraticamente pelo povo. A sua principal instância é o Supremo Tribunal Federal
(STF).
Figura 6: Representantes dos três poderes no âmbito federal, estadual e municipal
Fonte: Rosado (2019)
Diante do exposto acima é preciso entender que para garantir o
funcionamento dos Três Poderes, eles se fiscalizem mutualmente, de modo que cada
um deles garanta e avalie o funcionamento dos demais. Caso um deles apresente
erros ou problemas, os demais devem acompanhar e avaliar o caso.
2.3 O ESTADO BRASILEIRO E O RECONHECIMENTO DO LAZER E DO ESPORTE
COMO DIREITO CONSTITUCIONAL.
23
Neste texto vamos analisar o esporte e o lazer de acordo com a redação da
Constituição Federal de 1998, a qual se torna para Souza (2022) um texto
constitucional equivocado ao restringir o termo a praticar esportes. Em
consonância, Ungheri e Isayama (2020, p. 02), também afirmam que “o texto
constitucional o aproxima das manifestações esportivas”. Sabemos que o termo
lazer e esporte têm conceitos e significados diferentes, porém tomaremos a mesma
estratégia dos autores supracitados, ou seja, “os termos esporte e lazer serão
utilizados conjuntamente daqui em diante, ao se fazer referência às políticas
públicas nessas áreas” (p. 2).
Na Constituição Federal de 1988 o esporte e/ou lazer aparecem pela primeira
vez no Artigo 6º do Capítulo II: “são direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados [...].”. Segundo Gomes (2014) fica clara a intenção do legislador em
afirmar e garantir o lazer como direito social.
Ainda em tempo, Gomes (2014) aponta que essa presença constitucional do
lazer enquanto direito social, significa assenti-lo como dimensão da cultura humana.
Entretanto, o fato de ser direito constitucional não garante políticas públicas de
acesso ao lazer para a população brasileira e “por estarem submetidos às
intencionalidadese aos interesses dos mandatos governamentais, não existem
garantias para continuidade das políticas públicas voltadas para sua promoção”
(UNGHERI, ISAYAMA, 2020, p. 3). Além disso, Souza (2022) aponta que a própria
constituição é falha, afirmando que
Em relação à tutela específica do lazer na Constituição, após o seu anúncio
como direito social no artigo 6º, verifica-se apenas a ligação do termo "lazer" com o
salário-mínimo (art. 7º, IV), com a tutela de menores (art. 227), e principalmente com
o desporto (art. 217, § 3º). O que é um grave equívoco, uma vez que lazer não é um
direito exclusivo de menores, ou ainda, não corresponde somente a praticar esportes
(BRASIL, 1988).
O Lazer também aparece no Artigo. 7° do texto constitucional que discorre
sobre os “direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social”. No inciso IV afirma-se que o salário-mínimo, fixado
em lei, nacionalmente unificado, deve ser capaz de atender as necessidades vitais
básicas dos trabalhadores e às de sua família com “moradia, alimentação,
24
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social[...]”.
Neste artigo fica claro que o lazer é considerado um item de necessidade básica
para vida humana.
Seguindo para o Artigo 227 aponta que “É dever da família, da sociedade e
do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer [...]”. Acerca deste último,
Soares Neto (2018, p. 97) relembra que “o lazer sempre veio associado à promoção
e inclusão social, ao bem-estar, ao processo de interação entre indivíduos ou mesmo
como meio de combate à violência ou insegurança.
Por fim, o Artigo 217 vimos que ele dispõe o seguinte: “É dever do Estado
fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um”. Em
seu parágrafo 3º afirma-se que o “Poder Público incentivará o lazer, como forma de
promoção social”. Ungheri e Isayama (2019), apontam que este trecho constitucional
mostra que “é possível perceber uma ligação explícita entre o esporte e o lazer,
quando o texto constitucional”(p. 2).
Esta é uma questão de grande importância, porém, invisível, embora haja
marcos legais como os que vimos. Acrescentamos, ainda, que o lazer e o esporte
também aparecem enquanto direito no Estatuto da Na Lei 8.069/90 (Estatuto da
Criança e do Adolescente) - artigos 4º, 59º, 71º, 94º e 124º e na Lei 10.741/03 (Estatuto
do Idoso) – artigos 3°, 20°, 23° e 50°.
Diante do exposto acima fica evidente a necessidade do poder legislativo
(re)elaborar leis que tenham o texto claro e que aproximem os termos esporte e lazer
do significado correto, os quais foram apresentados no início desta seção, e
fortaleçam as vivências de lazer e práticas esportivas como um direito amparado
legalmente. Bem como, torna-se necessária a reflexão relativa às ações do poder
executivo, que são responsáveis pelas políticas públicas de esporte e lazer,
entendendo-as como:
atividades sistematizadas ou formuladas em leis, programas,
documentos; bem como projetos sociais que se utilizam de recursos
do governo, seja eles Federal, Estadual e Municipal; às vezes em
parceria com a esfera privada (empresas), com foco em ações
cooperativas e participativas( SOARES NETO, 2018, p. 217).
Por fim, se executivo não estejam cumprindo sua função constitucional de
possibilitar a população o direito ao acesso ao lazer/esporte, o poder judiciário seja
capaz de notificá-lo e pedir medidas que assegurem esse direito social para toda
25
população brasileira.
26
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Enem 2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira
que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem
ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três
poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os
crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da
liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os
referidos poderes concomitantemente.
MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).
A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para
que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um
modelo político em que haja
a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas.
b) consagração do poder político pela autoridade religiosa.
c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.
d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo.
e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante
eleito.
2. (Alternative Concursos - 2021) De acordo com a Constituição Federal de 1988:
I. a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito.
II. são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, apenas o Executivo
e o Judiciário.
III. são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,
o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
É correto o que se afirma em:
joser
Realce
27
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
3. (Adaptada - PM-MT - 2021) O art. 2º da Constituição Federal de 1988
prescreve: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Sobre o referido princípio constitucional da
separação dos poderes, analise as assertivas.
I. No sistema de divisão dos poderes, inexiste qualquer hierarquia entre os
respectivos órgãos e funções do poder estatal, todos operando na esfera de
suas competências constitucionalmente estabelecidas.
II. A separação dos poderes é caracterizada pela atuação conjunta dos três
Poderes direcionada à consecução dos objetivos constitucionais, sendo tal
atuação juridicamente limitada por esferas de competências próprias e
mecanismos de controle recíprocos.
III. O princípio da separação dos poderes tem como objetivo o controle do poder
pelo poder, o que se concretiza por um conjunto de técnicas, a citar o direito
de veto do chefe do Poder Executivo, a aprovação pelo Legislativo do
orçamento dos demais órgãos estatais e o controle judicial dos atos dos
demais poderes.
Estão corretas as assertivas:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
4. (IF-RJ - 2021 - IF-RJ - Assistente em Administração) São considerados os poderes do
Estado:
joser
Realce
joser
Realce
28
I. Poder Executivo.
II. Poder Legislatório.
III. Poder Administrativo.
IV. Poder Judiciário.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) I, II e IV, apenas.
5. (Quadrix - 2021 - CRESS-PB - Agente Fiscal) “Em um Estado de Direito, prevalecem
as normas jurídicas abstratas e gerais, e não a vontade do governante”.
Marçal Justen Filho. Curso de direito administrativo.7.ª ed. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2011 (com adaptações).
Tendo a afirmação acima como referência inicial, julgue o item quanto ao Estado,
ao governo e à Administração Pública.
I. O Brasil adotou a teoria da tripartição de funções do Estado organizada por
Montesquieu e, portanto, a Constituição Federal de 1988.
II. A Teoria dos três poderes prevê o funcionamento independente e harmônico
entre Poderes.
III. Os Poderes são: Legislativo, Executor e Fiscal.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
joser
Realce
joser
Realce
29
6. (CS-UFG - 2017 - TJ-GO - Juiz Leigo) Nos termos doartigo 6º da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, são direitos sociais:
a) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, a
segurança, o meio ambiente, a previdência social, a proteção a maternidade e
à infância e a assistência aos desamparados.
b) a educação, a saúde, o meio ambiente, o trabalho, a moradia, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos
desamparados.
c) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte e o
meio ambiente e os direitos humanos.
d) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, a
segurança, a previdência social e os direitos humanos.
e) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a
assistência aos desamparados.
7. A palavra lazer é derivada do latim "licere", que significa “ser lícito” ou “ser
permitido”. Em nossa constituição ela aparece nos seguintes artigos:
I. o lazer está inserido no capítulo dos Direitos Sociais, e este, por sua vez, está
inserido no Título dos Direitos Fundamentais. Da mesma forma que a saúde está
no caput do art. 6º, CF, como dever do Estado, como direito social, assim
também está o lazer.
II. está no artigo 7º como direito social específico do trabalhador. É dever do Estado.
Deste modo, tanto o Poder Público está obrigado a construir hospitais como
também está obrigado a fornecer meios para que os indivíduos, trabalhadores
ou não, possam gozar e usufruir do lazer.
III. o artigo 227 dispõe que é dever do Estado assegurar o lazer de
forma concorrente com o esforço da família e sociedade. A união de forças
deve desembocar num esforço de todos para implementação e preservação do
lazer. Estado e não-Estado devem dar execução e levar o lazer à prática por
meio de providências concretas.
joser
Realce
30
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
8. (Adaptado – Âmbito Jurídico) Sobre o lazer enquanto direito e necessidade
humana, leia as afirmativas abaixo.
I. O direito ao lazer ao ser estabelecido pelo constituinte representa uma
necessidade para satisfação e garantida de dignidade da pessoa humana e a
sua desconsideração e ausência atentam contra os valores da vida e os
fundamentos da República Federativa do Brasil.
II. A atual organização da sociedade, seus modos e jornadas de trabalho sem limites
privam o trabalhador deste direito social do lazer, afastando-o cada vez mais da
vida social, do convívio com o mundo extra trabalho.
III. O lazer tem papel de motivador social e político, é um tempo fora do ambiente
que limita o homem, o ambiente laboral cheio de regras, ante um lazer que define
a liberdade e a vontade do trabalhador. E como cidadão de direitos, deve ter a
possibilidade de usufruir de todos os direitos constitucionalmente oportunizados,
como a cultura, a educação, o trabalho, o lazer para satisfação de sua condição
humana e o Estado deve garantir esse.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
joser
Realce
joser
Realce
31
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL,
LAZER E ESPORTE: SISTEMA
DESPORTIVO NACIONAL
3.1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade 3 vamos entender a estrutura do esporte e lazer no Brasil,
apresentando os órgãos responsáveis e as funções de cada um. Mas,
primeiramente, contaremos a história da estrutura de funcionamento no esporte no
Brasil para que possamos entender o porquê da organização no governo atual. Por
isso, vamos levantar alguns questionamentos, como: Quando o esporte se tornou
parte do governo no país? Quais órgãos já foram responsáveis pela estrutura
esportiva no país? Qual a estrutura de hoje? Por que o esporte e lazer são
organizados desta forma?
3.2 HISTÓRIA DA ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL
A história pode ser contada por diversos pontos de vista de acordo com as
fontes disponíveis e outras tantas variáveis que influenciam na escrita de um texto
historiográfico. A história da estrutura do esporte no Brasil a ser contada neste texto
será baseada em arquivos online do site do governo federal brasileiro. Existem outras
versões e analises, contudo, como forma de redigir um texto de maneira mais pontual
e formal decidiu-se por utilizar tal fonte.
De acordo com o Brasil (2022) “A história institucional do esporte no Brasil teve
início em 1937, quando, por intermédio da Lei n° 378 de 13/03/37, foi criada a Divisão
de Educação Física do Ministério da Educação e Cultura”. No ano de 1970, o
Ministério da Educação (MEC) transformou essa divisão em Departamento de
Educação Física e Desportos. Posteriormente, em 1978, o departamento foi
convertido em Secretaria de Educação Física e Desporto.
Entrando na fase democrática política brasileira, no ano de 1990, o presidente
Fernando Collor de Melo suprime a Secretaria no MEC e cria a Secretaria de
Desportos da Presidência da República. Após o impeachment do mesmo em
Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
da.
32
dezembro de 1992, o esporte retornou ao Ministério da Educação através da
Secretaria de Desportos.
A partir de 1995, o presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) criou o
Ministério de Estado Extraordinário do Esporte (MEEE), tendo nomeado Pelé1 como
ministro. Lembrando que a Secretaria de Desportos do MEC continuou existindo e
tinha como função prestar apoio técnico e administrativo ao MEEE. Porém, em
seguida, a Secretaria é transformada no Instituto Nacional de Desenvolvimento do
Desporto (INDESP) -, sendo desassociado do MEC, tonando-se subordinado ao MEEE.
No seu segundo mandato, no ano de 1998, FHC criou o Ministério do Esporte
e Turismo. Em janeiro de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, separou as duas
pastas e criou o Ministério dos Esportes. A Figura 7 representa a linha do tempo da
estrutura do esporte no Brasil desde a primeira divisão até os tempos atuais.
Figura 7: Linha do tempo da estrutura esportiva no Brasil
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)
Finalizando a análise da Figura 7, em 2019, por meio da Lei nº 13.844 o Ministério
do Esporte foi extinto e transformado em Secretaria Especial do Esporte, passando a
integrar o Ministério da Cidadania do governo presidencial de Jair Messias Bolsonaro.
3.3. ESTRUTURA DO ESPORTE NO BRASIL
Desde 2019, a Secretaria Especial do Esporte (SEE), que está dentro da
estrutura do novo Ministério da Cidadania (MC), é responsável por assessorar o MC
1 Pelé, ou Edson Arantes do Nascimento, é considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos.
33
na supervisão e coordenação da política nacional de desenvolvimento da prática
esportiva.
Segundo Brasil (2021), a SEE “desenvolve e implementa ações de inclusão
social por meio do esporte, com a perspectiva de garantir à população o acesso
gratuito a atividades físicas, qualidade de vida e desenvolvimento humano”. Além
disso, a secretaria especial também deve possibilitar a estruturação e execução de
políticas voltadas ao esporte de alto rendimento e de formação.
Dentre as ações desenvolvidas pela SEE estão: o Forças no Esporte O Bolsa
Atleta, o Programa Segundo Tempo, a Lei de Incentivo ao Esporte, o controle de
dopagem e a gestão do legado olímpico . A coordenação e execução deles é
conduzida por seis diferentes Secretarias Nacionais:
 Alto Rendimento
 Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social
 Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor
 Incentivo e Fomento ao Esporte
 Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem
 Paradesporto.
Figura 8: Organograma do Ministério da Cidadania
Fonte: Elaborado pela Autora (2022)
A Secretaria Nacional de Alto Rendimento (SNEAR) é comandada pelo
secretário Bruno Souza. Ela “executa ações para fortalecer o esporte competitivo e
dar suporte aos atletas nacionais” (BRASIL, 2021b). Para tal fim reuni com múltiplas
34entidades esportivas como: o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Comitê Olímpico
do Brasil (COB), o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e entidades do esporte escolar
e universitário. O programa de maior destaque da SNEAR é o Bolsa Atleta.
A Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS),
comandada pela ex-atleta de natação Fabiola Pulga Molina, é responsável pela
elaboração e implantação de programas esportivos-educacionais, de lazer e de
inclusão social. Essas ações contam com a parceira dos estados, municípios e o
Distrito Federal. O público-alvo são “crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos,
além de pessoas com deficiência, e sempre com o foco no exercício de uma
cidadania ativa, com ênfase na população de regiões com alta vulnerabilidade
social” (BRASIL, 2021c)
A Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor,
secretariada por Ronaldo Lima dos Santos, procura fortificar o futebol como
instrumento essencial de inclusão social, cidadania e de consolidação da identidade
nacional. Para tal, “planeja, elabora, acompanha e implementa políticas públicas
para o futebol profissional e amador, masculino e feminino, além de promover a
defesa dos direitos do torcedor.” (BRASIL, 2021d). O principal programa da secretaria
é o Seleções do futuro, que tenta motivar e democratizar o acesso ao futebol em
crianças de 6 a 17 anos.
Michelle Moyses Melul Vinecky é a responsável pela Secretaria Nacional de
Incentivo e Fomento ao Esporte (SENIFE). Este órgão governamental é encarregado
pelo acompanhamento e monitoramento dos resultados obtidos nos projetos
esportivos e paradesportivos financiados mediante incentivos fiscais; pela
elaboração de estudos e pesquisas sobre fomento e incentivo ao esporte; e, pelas
constantes atualizações e melhorias no sistema da Lei de Incentivo ao Esporte.
(BRASIL, 2021e).
Liderada pela ex-atleta de ginástica artística Luísa Parente, a Autoridade
Brasileira de Controle de Dopagem tem a função de implementar a Política Nacional
de Combate à Dopagem e a missão de solidificar a cultura antidopagem no território
brasileiro “por meio de ações de educação e controle em todas as manifestações
esportivas, buscando o esporte limpo e saudável respeitando as normas e
regramentos nacionais e internacionais” (BRASIL, 2021a)
A Secretaria Nacional de Paradesporto (SNPAR) tem como secretário José
Antônio Guedes Dantas e visa viabilizar e encadear vivências Paradesportivas,
35
facilitando “o acesso das pessoas com deficiência à prática esportiva em todas as
suas manifestações, da iniciação ao alto-rendimento, em todas as faixas etárias e
para as diversas deficiências independente do status dessa prática.” (BRASIL, 2021f).
Entre os programas desenvolvidos pelo Ministério dos Esportes após sua
criação em 2003, Tassa e Lovato (2014, p. 4) destacou e explicou as seguintes ações
desenvolvidas pela antiga Secretaria Educação, Esporte, Lazer e Inclusão Social
1. Programa Segundo Tempo (PST): A Política Nacional do Esporte
considera que o esporte é condição essencial para o
desenvolvimento humano, frequentemente negado, principalmente,
às camadas sociais de baixa renda. Com esse entendimento, por
meio do principal programa do Ministério do Esporte - “Vivência e
Iniciação Esportiva Educacional – Segundo Tempo” - a Secretaria
Nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte (SNEED/ME)
busca responder às demandas sociais geradas num momento
histórico de garantia e de ampliação do conjunto dos direitos
constitucionais. Considerado programa estratégico do governo
federal, o Segundo Tempo é destinado a democratizar o acesso à
prática e à cultura do esporte educacional. O objetivo principal é
democratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade, como
forma de inclusão social, ocupando o tempo ocioso de crianças,
adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.
2. Programa Segundo Tempo no Mais Educação: O esporte, como
expressão de cultura, é um fator de desenvolvimento humano,
portanto, a educação não pode prescindir dessa produção humana
representada pelas atividades de esporte e de lazer, especialmente
pelo caráter lúdico e pela atração e fascínio que exerce sobre
crianças e adolescentes. Nesse sentido o Ministério do Esporte, em
parceria com o Ministério da Educação, na perspectiva do Programa
Mais Educação, pretende com a implementação da proposta
ampliar o Programa Segundo Tempo para promover o acesso ao
esporte educacional, tendo como foco de intervenção nas
Instituições de Ensino de Educação Básica.
3. Programa Recreio nas Férias: que tem o objetivo de oportunizar aos
beneficiados do Programa Segundo Tempo eventos e programações
diferenciadas ao longo do ano é uma das ações estratégicas desta
Secretaria Nacional. Com a finalidade de atender a esta ação foi
criado o Projeto Recreio nas Férias que pretende oferecer às crianças
e adolescentes participantes do programa, no período de férias
escolares de janeiro e julho, opções de esporte e lazer que preencham
o tempo livre desses beneficiados de forma prazerosa e ao mesmo
tempo construtiva, por meio do desenvolvimento de atividades
lúdicas, esportivas, artísticas, culturais, sociais e turísticas.
4. Projetos Esportivos Sociais: A parceria firmada entre o Ministério do
Esporte e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente - CONANDA, possibilita a captação de recursos
incentivados junto a pessoas físicas e jurídicas, as quais poderão
direcionar suas doações aos Projetos Esportivos Sociais aprovados de
sua preferência, por meio de depósitos em conta específica no Fundo
Nacional para a Criança e ao Adolescente, conforme disposto no Art.
260 do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.
36
5.Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC): Para desenvolver uma
proposta de política pública e social que atenda às necessidades de
esporte recreativo e lazer da população, a Secretaria Nacional de
Desenvolvimento de Esporte e de Lazer (SNDEL), do Ministério do
Esporte, criou o Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC). O PELC,
na sua essência, além de proporcionar a prática de atividades físicas,
jogos e brincadeiras, que envolvam todas as faixas etárias e as pessoas
com deficiência, estimula a convivência social, a formação de
gestores e lideranças comunitárias, fomenta a pesquisa e a
socialização do conhecimento, contribuindo para que o esporte e o
lazer sejam tratados como políticas públicas e direitos de todos. Criado
em 2003, o problema gerador que ainda hoje justifica a sua existência
é a desigualdade de acesso ao esporte e lazer por parcela
significativa da população brasileira.
É importante mencionar que muitos programas permanecem até os dias
atuais, como o Programa Segundo Tempo, porém eles vão ganhando
características, orçamentos e perfis de acordo com o governo eleito.
37
38
FIXANDO O CONTEÚDO
1. ( Adaptado - FUNDATEC - 2018) Abaixo, é apresentada a definição de políticas
públicas, trazida por Leonardo Secchi em “Políticas Públicas: Conceitos, esquemas
de análise, casos práticos” (2013):
“Uma política pública, independentemente de sua operacionalização, está
vinculada à solução de um problema considerado público: a solução de um
problema entendido como coletivamente relevante.”
São consideradas políticas públicas:
I. Programa Segundo Tempo.
II. Programa Recreio nas Férias.
III. Ministério dos Esportes.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
2. Sobre o Programa Segundo Tempo (PST) do Governo Federal, avalie as asserções
a seguir e a relação proposta entre elas.
Considerado programa estratégico do governo federal, o Segundo Tempo é
destinado a democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte educacional.
PORQUE
o objetivo principal é democratizar o acesso ao esporte educacional de
qualidade, como forma de inclusão social, ocupando o tempo ocioso de crianças,
joser
Realce
39
adolescentes e jovens em situaçãode vulnerabilidade social.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da
I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
3. Sobre o Programa Recreio nas Férias podemos apontar as seguintes características:
I. Oportuniza aos beneficiados do Programa Segundo Tempo eventos e
programações diferenciadas ao longo do ano.
II. Oferece às crianças e adolescentes atividades lúdicas, esportivas, artísticas,
culturais, sociais e turísticas.
III. Acontece no período de férias escolares de janeiro e julho.
É correto o que afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
4. Leia o trecho abaixo sobre os programas de esportes e lazer no Brasil.
O Programa, na sua essência, além de proporcionar a prática de atividades físicas,
jogos e brincadeiras, que envolvam todas as faixas etárias e as pessoas com
deficiência, estimula a convivência social, a formação de gestores e lideranças
comunitárias, fomenta a pesquisa e a socialização do conhecimento,
joser
Realce
joser
Realce
40
contribuindo para que o esporte e o lazer sejam tratados como políticas públicas
e direitos de todos.
Identifique o programa citado no trecho acima.
a) Programa Segundo Tempo.
b) Programa Recreio nas Férias.
c) Projetos Sociais Esportivos.
d) Programa Esporte e Lazer da Cidade.
e) Programa Mais Educação.
5. Sobre a estrutura e organograma do esporte e lazer no governo federal, leia o
trecho abaixo:
Este órgão governamental é encarregado pelo acompanhamento e
monitoramento dos resultados obtidos nos projetos esportivos e paradesportivos
financiados mediante incentivos fiscais; pela elaboração de estudos e pesquisas
sobre fomento e incentivo ao esporte; e, pelas constantes atualizações e melhorias
no sistema da Lei de Incentivo ao Esporte.
Aponte a Secretaria do Ministério da Cidadania que descrita no trecho acima.
a) Secretaria Nacional de Incentivo e Fomento ao Esporte (SENIFE).
b) Secretaria Nacional de Alto Rendimento.
c) Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social.
d) Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor.
e) Secretaria Nacional de Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem.
6. Leia as afirmações abaixo sobre a Secretaria Nacional do Esporte no Ministério da
Cidadania:
I. Desenvolve e implementa ações de inclusão social por meio do esporte.
II. Visa garantir à população o acesso gratuito a atividades físicas, qualidade de vida
e desenvolvimento humano.
joser
Realce
joser
Realce
41
III. Deve possibilitar a estruturação e execução de políticas voltadas ao esporte de
alto rendimento e de formação.
É correto o que afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
7. Dentre as ações desenvolvidas pela SEE estão:
I. Forças no Esporte.
II. Bolsa Atleta.
III. Controle de dopagem.
IV. Gestão do legado olímpico.
É correto o que afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II e III e IV.
8. Sobre a Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do
Governo Federal, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. A Secretaria procura fortificar o futebol como instrumento essencial de inclusão
social, cidadania e de consolidação da identidade nacional.
PORQUE
joser
Realce
joser
Realce
42
II. Planeja, elabora, acompanha e implementa políticas públicas para o futebol
profissional e amador, masculino e feminino, além de promover a defesa dos
direitos do torcedor.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da
I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
joser
Realce
43
DISPOSITIVOS LEGISLATIVOS E
PROGRAMAS DE ESPORTE E LAZER
NO BRASIL
4.1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade vamos apresentar as iniciativas nacionais para as demandas
sociais relativas ao esporte e ao lazer, citando instrumentos legais para captação de
recursos, como as leis de incentivo. Vamos problematizar as seguintes questões: Quais
são as estratégias para captar recursos para projetos de esporte e lazer no Brasil?
Quais opções de financiamento desses projetos? O que são leis de incentivo? Como
elas funcionam? Quem pode captar recursos?
4.2 INICIATIVAS NACIONAIS PARA FOMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE
ESPORTE E LAZER.
Como apresentado nas Unidades anteriores, o Esporte e Lazer serem direitos
constitucionais não assegura o acesso de toda população brasileira ás práticas
esportivas e as vivências de lazer. Ressaltando que enquanto direito e necessidade
humana, a população, sem qualquer tipo de distinção/discriminação, deve ter
alcance as políticas públicas de esporte e lazer. Todavia, vale lembrar que boa parte
desses direitos não são plenamente exercidos pelos cidadãos brasileiros.
Os entraves ou barreiras podem ser enumerados em: nível de instrução, etnia,
orientação sexual, sexo, faixa etária, tempo disponível, apropriação/localização do
espaço de prática, condições socioeconômicas, deslocamento, falta de políticas
públicas de lazer ou pouca qualidade no planejamento de uma política,
desigualdade salarial e diferenças de obrigações cotidianas entre homens e
mulheres, bem como a violência. (MARIANO; MARCELLINO, 2008; MARCELLINO, 2002;
MARCELLINO, 2007; RAMOS, 1997; REIS ET AL. 2015; SUASSUNA, 2007).
Veja na Figura 9 os itens elencados:
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Fonte de
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44
Figura 9: Barreiras para lazer
Fonte: Elaborado pela Autora (2022)
À vista disto, as adversidades expostas acima colaboram para constatar que
o cenário brasileiro é preocupante, especialmente, quando se considera o esporte e
o lazer como um direito secundário, ou seja, “numa escala de prioridades em uma
sociedade que se pauta no modelo capitalista e neoliberal, o direito, tanto da classe
trabalhadora, ao esporte e ao lazer é visto como menos importante” (SUASSUNA,
2007, p. 22).
Para que as políticas públicas de esporte e lazer se tornem mais democráticas
é necessário que os órgãos públicos, terceiro setor e mesmo pessoas físicas tenham
acesso à recursos financeiros que os possibilite criar, planejar e executar um
programa, projeto ou ação. Infelizmente, no Brasil, a falta de financiamento a
iniciativas ligadas ao esporte o lazer impossibilita a universalização das atividades
esportivas e recreacionais/lazer. Por isso é fundamental entender as fontes de
fomentos para esses projetos.
45
Figura 10: Fontes de captação de recursos
Fonte: Poit (2006)
Como mostra a Figura 10, Poit (2006) coloca como fontes de captação de
recursos: patrocínio, apoio, mecenato, doação, permuta e incentivo fiscal. Mas
também existem as emendas parlamentares, crowfunding, telemarketing, editais
privados, financiamento coletivo pontual, face-to-face, geração de renda, dentre
outros. A seguir tentaremos fazer uma explicação breve e clara de cada uma dessas
possibilidades:
 Patrocínio: a empresa paga um valor em dinheiro para que a sua marca tenha
alguma divulgação/exposição.
 Apoio: a empresa objetiva ter sua marca divulgada ou exposta, porém não
paga em recursos financeiros, a “compra” ocorre sem que se envolva dinheiro.
Portanto, o apoiador pode ser aquele que cede o local, que chancela o
evento, que colabora com recursos materiais, entre outros tipos de suporte. Mecenato: patrocinador que ajuda sem pedir nada em troca. O nome vem
de mecenas: fazer o bem sem olhar a quem”
 Doação: situação muito comum em projetos sociais e filantrópicos. Tem como
característica não se fazer grande divulgação do nome do doador.
 Permuta: são trocas que visam interesse recíproco e não utiliza dinheiro.
 Leis de Incentivo fiscal: instrumentos que viabilizam a renúncia fiscal,
concedido pelo Poder Executivo, de recursos que deveriam ser arrecadados
de pessoas e empresas ou uma espécie de benefício tributário. Ou seja, o
poder público renuncia receber parte dos impostos para incentivar projetos.
46
 Emendas parlamentares: recursos financeiros previstos no processo legislativo
brasileiro através de emendas apresentadas por deputados, que objetivam a
alocação de recursos em projetos e ações em suas cidades ou em seus
estados de origem.
 Crowfunding: financiamento coletivo que tem como base uma troca: o
cidadão (seja pessoa física ou jurídica) faz uma doação e ganha em troca
uma recompensa, baseada no valor que doou. Tudo acontece online através
de cadastro em sites especializados.
 Telemarketing: Através de ligações telefônicas é solicitado recursos a pessoa
que está do outro lado da linha. Esta estratégia foi mais usada na década de
1990, hoje caiu em desuso.
 Editais privados: chamadas públicas abertas por pessoas jurídicas que
selecionam ONGs para receberem um recurso ou premiação previsto.
 Financiamento coletivo pontual: no Brasil é mais conhecido como vaquinha e
são caracterizadas por captar valores de uma grande variedade de doares
de uma só vez. Geralmente, essas campanhas são realizadas pela internet,
que já possui sites especializados, durante um período determinado.
 Financiamento coletivo recorrente: neste modelo um grupo de pessoas fazem
as doações mensalmente. Os valores podem variar e não existe período
determinado. Campanhas realizadas pela internet sem temporalidade
definida.
 Face-to-face: grupos de pessoas que vão às ruas buscar recursos diretamente
com indivíduos, pedindo dinheiro cara a cara.
 Geração de renda: a própria executora do projeto gera uma renda própria.
Existem algumas formas de gerar resultado financeiro positivo: Licenciamento,
fundos patrimoniais, aluguéis, realização de eventos, prestação de serviços,
comercialização de produtos, marketing de causa
 Fundos internacionais: instituições internacionais que possibilitam o
financiamento do terceiro setor através de editais ou doações diretas.
4.3 LEIS DE INCENTIVO AO ESPORTE NO BRASIL.
Como descrito anteriormente, o esporte e o lazer são extremamente
importantes para qualidade de vida e se tornou uma necessidade humana, por isso
é descrito na constituição como direito social. Porém, uma das barreiras de acesso a
47
essas práticas são a ausência de políticas públicas ou, quando existem, a falta de
qualidade das mesmas (REIS et. al 2015).
Essa escassez de oportunidades pode ter raiz no problema da falta de fomento
as práticas esportivas e de lazer. Ou seja, mesmo que profissionais, ONGs, associações
e órgãos públicos queiram oferecer as atividades, surge o obstáculo da falta de
recursos financeiros.
Neste sentido, as leis de incentivo fiscal podem ser uma alternativa para
conseguir angariar os fundos necessários para a realização do projeto. No âmbito
federal brasileiro, grande parte dos incentivos fiscais diz respeito à dedução no
imposto de renda do doador (seja pessoa física ou jurídica). São exemplos de leis de
incentivo fiscal:
 Lei nº 11.438  Lei de Incentivo ao Esporte
 Lei nº 8.313 Lei de Incentivo à Cultura ou Lei Rouanet;
 Lei nº 8.685  Lei do Audiovisual;
 Lei nº 8.069  Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente;
 Lei nº 12.213 Fundo Nacional do Idoso;
 Lei nº 12.715  Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica
(PRONON) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa
com Deficiência (PRONAS/PCD).
Essas leis causam muita controvérsia na população, principalmente a Lei
Rouanet, que pode fomentar ações de artistas já consagrados. Porém, grande parte
da discussão acontece pelo desconhecimento dos mecanismos da lei. Em geral, os
cidadãos acreditam, equivocadamente, que o dinheiro vem diretamente dos cofres
do governo. A partir de agora vamos explicar este processo de captação de recurso,
mas explicando especificamente a Lei nº 11.438/06, ou Lei de Incentivo ao Esporte –
LIE.
A LIE permite que recursos provenientes de renúncia fiscal sejam aplicados em
projetos esportivos e paradesportivos em todo o Brasil. Por meio de doações e
patrocínios, as ações executadas via LIE podem beneficiar crianças, adolescentes,
jovens, adultos e idosos, assim como, atletas de alto rendimento. Segundo Brasil
(2022, on-line) “Mais do que um instrumento jurídico, trata-se de uma inovação e um
avanço na consolidação do paradigma do esporte como um meio de inclusão
social”
48
Primeiramente é necessário entender quem pode ser o proponente do projeto,
ou seja, quem pode ser o responsável legal pela captação do recurso e execução
do projeto. Segundo Brasil (2022, on-line) para apresentar projetos o proponente
deverá, obrigatoriamente:
 Ser pessoa jurídica, de direito público ou privado, sem fins lucrativos, com
finalidade esportiva expressa, com mínimo de um ano em funcionamento e
sem registro de inadimplência junto ao Governo Federal.
 Acessar o Sistema da Lei de Incentivo ao Esporte, anualmente, entre 1º de
fevereiro até 15 de setembro.
 Realizar o cadastro do usuário. Após este cadastro, o usuário terá acesso ao
sistema para cadastrar proponente e apresentar projetos.
 Cadastrar a entidade proponente. Para esta etapa é necessário apresentar
os documentos obrigatórios indicados no sistema e cumprir os requisitos
obrigatórios como entidade.
Após o cadastramento da entidade proponente, o usuário poderá cadastrar
os projetos.
A apresentação de projetos desportivos ou paradesportivos ocorre
anualmente dentro do período de 1º de fevereiro até 15 de setembro por meio do
Sistema da Lei de Incentivo ao Esporte – SLI. O cadastro de projetos é preenchido
pelo proponente no SLI e é composto por: identificação do projeto: definição,
destinação, local de execução, manifestação desportiva, público beneficiário, as
informações complementares, Metas, Orçamento e Anexos. O projeto só poderá ser
enviado, caso não tenha nenhuma pendência.
A Figura 11 mostra o funcionamento e processo para captar recursos na LIE.
49
Figura 11: Processo de captação de recursos através da lei de incentivo ao esporte
Fonte: Elaborado pela Autora (2022)
Após o envio do projeto, acontece a admissibilidade, que consiste na
verificação por parte da equipe técnica do Departamento de Incentivo e Fomento
ao Esporte, que apresentará um parecer indicativo à Comissão Técnica da Lei de
Incentivo ao Esporte – CTLIE, sugerindo pela aprovação integral, aprovação parcial
ou a rejeição do projeto. Só podem captar recursos os projetos aprovados pela
CTLIE.
Após as etapas de a Admissibilidade e autorização de a captação de
recursos, acontece a publicação no Diário Oficial da União e a abertura das contas
captação e movimento. Em seguida, o projeto entrará em fase de captação de
recursos. Esta é a etapa que os proponentes encontram mais dificuldade, pois para
executar o projeto é necessário captar pelo 20% do valor total com uma empresa.
Infelizmente, nem todas as empresas são qualificadas para patrocinar ações
da LIE. As empresas aptas são as que “declaram o Imposto de Renda com base no
Lucro Real. Estas podem investir até 1% do imposto devido em projetos desportivos
ou paradesportivos. Já as pessoas físicas podem investir até 6% do imposto devido. ”
(BRASIL, 2022, on-line). O projeto pode ter diversos doares e/ou patrocinadores,
como também, um mesmo patrocinador pode investir em inúmeros projetos.
O prazo para a captação de recursos é de dois anos, contados da data da
autorização de captação de recursos.Para eventos, o prazo de captação só pode
50
acontecer até 10 dias antes do início.
A etapa final é a prestação de contas que deve acontecer até sessenta dias
contados do término do prazo de vigência do termo de compromisso ou Termo
Aditivo.
51
52
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Em relação as formas de captação de recursos:
I. Permuta/escambo: São as trocas que fazemos visando interesses recíprocos e sem
a utilização do dinheiro.
II. Doação: Tem como característica não se fazer grande divulgação do nome do
doador.
III. Incentivo Fiscal: Neste caso devemos estar atentos a legislação municipal,
estadual e federal.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e III.
b) I, II e III.
c) I e II.
d) III.
e) II.
2. A Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) é uma lei que estabelece a possibilidade de
pessoas e empresas investir parte do que pagariam no Imposto em projetos
esportivos aprovados pelo governo. Leia os tópicos abaixo sobre a LIE:
I. Pessoa física pode submeter um projeto na plataforma e receber os recursos para
executá-lo.
II. As empresas, através da LIE, podem investir até 1% do Imposto de renda em
projetos esportivos.
III.O esporte contemplado pela Lei Pelé é de rendimento, que busca inclusão e
socialização entre participantes.
É correto apenas o que se afirma em:
a) II.
b) III.
joser
Realce
joser
Realce
53
c) I e II.
d) I e III.
e) I, II e III.
3. A captação de recursos é a ferramenta crucial para execução dos seus projetos.
Há diversas formas de captação de recursos que podem ser utilizadas. Esta área
vive em constante metamorfose e cada vez mais necessita-se de profissionais
verdadeiramente capacitados. As transformações e correrias do nosso dia a dia
não nos permite dedicar tempo para acompanhar todas as mudanças e
dinamismo. Dentre as formas de captação de recursos temos:
I. Submetendo um projeto à Lei de Incentivo ao Esporte.
II. Submetendo um projeto a um edital do Ministério da Cidadania.
III. Conseguindo recursos através de emendas parlamentares apresentadas por
deputados.
É correto apenas o que se afirma em:
a) II.
b) III.
c) I e II.
d) I e III.
e) I, II e III.
4. Uma das maiores dificuldades para democratizar o acesso ás práticas esportivas
no Brasil é a captação de recursos para execução de projetos. Dentre as
possibilidades de conseguir recursos financeiros temos:
I. Patrocínio: A empresa paga um valor em dinheiro para que a sua marca tenha
alguma divulgação/exposição.
II. Apoio: A empresa objetiva ter sua marca divulgada ou exposta, porém não paga
em recursos financeiros, a “compra” ocorre sem que se envolva dinheiro.
III. Mecenato: Patrocinador que ajuda sem pedir nada em troca. O nome vem de
mecenas: fazer o bem sem olhar a quem”.
joser
Realce
54
É correto apenas o que se afirma em:
a) II.
b) III.
c) I e II.
d) I e III.
e) I, II e III.
5. O Financiamento coletivo pontual é são caracterizadas por captar valores de uma
grande variedade de doares de uma só vez. Geralmente, essas campanhas são
realizadas pela internet, que já possui sites especializados, durante um período
determinado. No Brasil esse tipo de financiamento também é conhecido por qual
nome?
a) Incentivo coletivo.
b) Vaquinha.
c) Doação.
d) Escambo.
e) Rifa.
6. As barreiras do lazer são fatores que impossibilitam um maior número de pessoas a
vivenciar uma atividade de recreação, lazer e relaxante. Dentre esses entraves
podemos enumerar:
I. nível de instrução.
II. raça/etnia.
III. sexo e/ou gênero.
É correto apenas o que se afirma em:
a) II.
b) III.
c) I e II.
d) I e III.
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Realce
joser
Realce
55
e) I, II e III.
7. Sobre as barreiras do lazer, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre
elas.
As condições socioeconômicas podem ser consideradas uma barreira para
prática do lazer.
PORQUE
A ausência de recursos financeiros pode limitar as escolhas dos indivíduos no seu
tempo de lazer.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da
I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. ]
e) As asserções I e II são proposições falsas.
8. (INEP - 2010 - ENADE - Educação Física)
joser
Realce
joser
Realce
56
A partir dessa citação, analise as afirmações que se seguem.
I. Projetos de lazer devem trabalhar com grupos comunitários existentes, para
minimizarem as barreiras e otimizarem o acesso aos serviços de lazer.
II. Liderança e orientação permanentes do profissional de educação física são
necessárias para que grupos comunitários se capacitem para propor formas que
atendam aos seus interesses de lazer.
III. As políticas de lazer comunitárias devem estimular a abrangência, respeitando a
existência de grupos multiculturais, raciais, sexuais, etários e de habilidades na
sociedade.
Em relação à educação para o lazer na comunidade e à participação do
profissional de educação física nesse processo, é correto o que se afirma em
a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) III, apenas.
joser
Realce
57
PROCESSOS DE PRODUÇÃO,
IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO
DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA, ESPORTE E LAZER
5.1 INTRODUÇÃO
Nesta Unidade 5 vamos entender o esporte e lazer enquanto política pública,
buscando compreender a necessidade do monitoramento e da avaliação dos
projetos/ações realizadas. Para isso, levantaremos questões como: : Como o Estado
entende o esporte e o lazer? O que a lei brasileira fala o esporte e lazer? Quais são
as manifestações do esporte? Por que monitorar e avaliar as ações de esporte e
lazer? Como fazer a análise de políticas públicas de esporte e lazer?
5.2 IDENTIFICAR E ANALISAR OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE UMA POLÍTICA
PÚBLICA ESPORTIVA.
Segundo Costa e Silva(2015), tendo em vista que o surgimento do esporte
moderno tenha ocorrido na Inglaterra, este não despertara grande interesse perante
o estado e coube seu desenvolvimento sem tais ações estatais. Ao longo de seu
processo o esporte passou a mover grande destaque em meio à população civil,
despertando o interesse do Estado. Como podemos notar, atualmente “o Estado
intervém no esporte de forma intensa. Vários e diversos são os princípios e os motivos
que regem tal intervenção ou relação” (BRACHT, 2005, p. 70).
Bracht (2005), lança o questionamento sobre o interesse de a ditadura militar
investir tanto no esporte deixando de lado outras manifestações culturais. Se
respaldando da fala de outros autores ele conclui que a não atribuição de
conhecimento, contrário a outras manifestações, faz do esporte um campo limitado.
O interesse nas tabelas dos campeonatos, nos ídolos esportivos etc. impediria
a formação da consciência política e o consequente engajamento político. Além
disso, a prática do esporte levaria à adaptação às normas e ao comportamento
competitivo, básicos para a estabilidade e/ou reprodução do sistema capitalista”
Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
da.
58
(BRACHT, 2005, p. 30).
A década de 1980 ficou marcada pelo início do processo de democratização
do Brasil, que teve seu ápice em 1988 através da Constituição Federal, aumentando
as discussões sobre as políticas sociais no meio acadêmico. Nesta direção, Oliveira
(2011) retrata que esse processo de transição foi o grande impulso para o aumento
das produções acadêmicas que visavam solucionar os problemas sociais
emergentes, incluindo a escassez das fontes de pesquisas nessa área preenchendo,
assim, mais uma lacuna.
Segundo Tubino (1988), citado por Bueno (2008): O esporte sempre foi
entendido no Brasil pelo esporte de alto rendimento e pelo futebol profissional, o que,
convenha-se constitui uma visão hipotrofiada do esporte, delimitando-o apenas na
perspectiva elitista do talento.
A mudança

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